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quinta-feira, 4 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24283: Efemérides (391): No dia 25 de Abril, Faria celebrou a memória dos Alcaides e do Capitão Salgueiro Maia e Camaradas (Manuel Luís Lomba)


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil Cav da CCAV 703/BCAV 705, BissauCufar e Buruntuma, 1964/66), datada de 3 de Maio de 2023, dando notícia de uma homenagem pelo 650.º aniversário do feito dos Alcaides de Faria,  assim como ao Capitão Salgueiro Maia, a cargo do Grupo Alcaides de Faria, de que o Lomba é presidente, e da Junta da União de Freguesias de Milhazes, Vilar de Figos e Faria:


Faria celebrou a memória dos Alcaides e do Capitão Salgueiro Maia e Camaradas

O 25 de abril de 2023 foi a oportunidade da celebração conjunta da memória daqueles heróis nacionais pelo Grupo Alcaides de Faria e a Junta da União de Freguesias de Milhazes, Vilar de Figos e Faria. A solenidade foi iniciada às 11H00, com o hastear da Bandeira Nacional junto ao memorial pelo descendente dos Alcaides de Faria, Eduardo Felgueiras Gayo, dignificada com o Hino Nacional pelo instrumental da Banda do Galo do CCO, a deposição da coroa de flores pelo presidente e o vogal da Junta de Freguesia e a alocução alusiva do presidente do Grupo Alcaides de Faria:

“O mês de abril português é fértil de eventos históricos. O 25 de abril de 1127 será celebrado um dia: indícios empíricos apontam-no como o dia em que D. Afonso Henriques assumiu os castelos do Neiva, de Faria e outros, baseou-se e neste castelo proclamou-se “Príncipe dos Portugueses” de Entre Douro e Minho, mais de dois terços do Condado de Portugal. Um dia chegará em que o 25 de abril celebrará também a fundação da nacionalidade.

O feito dos Alcaides de Faria culminou em abril de 1373, há 650 anos, com o levantamento do cerco ao seu castelo e a retirada dos invasores para a Galiza. O Alcaide Nuno Gonçalves foi dar batalha a essa Primeira Invasão Castelhana do Norte, foi derrotado e aprisionado na freguesia de Carapeços, convenceu o general invasor a conduzi-lo ao castelo, consciente da fatalidade da sua exortação ao filho Gonçalo Nunes:
- Filho alcaide! Maldito sejas tu e sepultado no inferno como o traidor Judas, se estes que me vão matar entrarem nesse castelo sem tropeçarem no teu cadáver!...

O Alcaide Nuno Gonçalves de Faria doou conscientemente a sua vida à pátria, salvou o seu castelo e a sua guarnição reteve a invasão com a sua resiliência. Caso o inimigo tivesse progredido livremente e o Porto tivesse caído, o Tratado de Paz de Santarém não teria acontecido. Ante o assassínio do alcaide pela sua heroicidade, o fidalgo Diogo Lopes Pacheco, matador sobrevivo da linda Inês, que incluía a invasão como conselheiro do general galego, passou a mediador das pazes, o rei castelhano estava a contas com o cerco anfíbio a Lisboa, que o desenformou é plausível, que a invasão do Norte estava encalhada em Faria e que as tropas de Barcelos e do Bispo do Porto estavam a cortar-lhe a linha de retirada por Ponte do Lima.

A motivação foi comum a D. Afonso Henriques, aos Alcaides de Faria, ao capitão de abri Salgueiro Maia e camaradas: a liberdade e a dignidade dos Portugueses. Há 49 anos, a exortação do “capitão de abril de “vamos acabar com o estado a que isto chegou” galvanizou os seus comandados, avançaram de Santarém sobre Lisboa, ele expôs o peito à metralha em toda a manobra, o seu feito culminou no Largo do Carmo, a dar o fim ao impopular regime político e a conceder a rendição com dignidade ao seu chefe”
.

Seguiu-se a romagem ao Cemitério Paroquial, para homenagear os filhos da terra e combatentes da Pátria na sua última morada, a canora Banda do Galo encabeçou-a e dedicou-lhes músicas fúnebres, os sinos dobraram a finados e a celebração culminou com a chamada nominal dos combatentes da I Grande Guerra e da Guerra do Ultramar: Joaquim Luís de Faria, António Peixoto, Américo Ponte, António Marques, Cândido Ferreira, Domingos Figueiredo, Joaquim Gonçalves, Joaquim Brito, Joaquim Lomba, José Amorim, Manuel Boucinha, Manuel Ferreira, Manuel Peixoto e os omissos.

Manuel Luís Lomba


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Nota do editor

Último poste da série de 2 DE MAIO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24277: Efemérides (390): Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 29 de Abril (Fátima Soledade / Fátima Silva)

terça-feira, 2 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24277: Efemérides (390): Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 29 de Abril (Fátima Soledade / Fátima Silva)


1. Mensagem com data de 1 de Maio de 2023 das nossas amigas, Fátima Soledade e Fátima Silva, ambas filhas de antigos combatentes do ultramar, com a reportagem da Homenagem prestada aos Combatentes da Freguesia de Paus, levada a efeito no passado dia 29 de Abril. Nesta cerimónia, o nosso Blogue esteve representado pelo editor Eduardo Magalhães Ribeiro.

Caro editor Carlos Vinhal,
Eu, Fátima Soledade e Fátima Silva, gostaríamos de partilhar, com a equipa que dinamiza tão respeitável blogue, bem como com todos os seguidores, a concretização da Homenagens aos combatentes naturais da freguesia de Paus mortos no Ultramar, falecidos na vida civil e aos que, felizmente, ainda se encontram entre nós, que ocorreu no dia 29 de abril.

Estiveram presentes várias entidades/instituições, familiares e amigos dos combatentes e alguns membros da Liga dos Combatentes de Lamego. A cerimónia teve início com a alocução da Sr.ª Presidente da Junta, onde evidenciou a coragem dos jovens heróis que durante 13 anos foram mobilizados para palcos de guerra, indo ao encontro do desconhecido. Referiu que, desde sempre, ouviu muitas narrativas partilhadas pelo pai, também ele foi prisioneiro de guerra na Índia e que as guarda na memória, apesar de já ter falecido, destacando especial relevo ao legado histórico que lhe deixou.

Num outro momento teve a palavra o ex-Furriel Miliciano Operações Especiais/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Eduardo Magalhães Ribeiro, que partilhou a sua experiência em terras da Guiné, transmitindo alguns conhecimentos geográficos, culturais das comunidades nativas e experiências de cariz militar sobre o período decorrido em território da “Guiné portuguesa”.

Os três militares mortos em combate foram relembrados com base de testemunhos recolhidos junto de familiares, amigos e antigos combatentes. Foram eles:
Amadeu de Oliveira, Soldado de Armas Pesadas da CCAÇ 390/BCAÇ 381, falecido em 29 de janeiro de 1963, em Úcua, encontrando-se ainda sepultado em Pango-Aluquém, Angola;
Joaquim Rodrigues, Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2893, falecido em 15 de novembro de 1970, em Nova Lamego, Guiné, encontrando-se sepultado no cemitério de Benfica, em Lisboa e
Lucídio Rasinhas, Soldado Atirador da CCAÇ 2405/BCAÇ 2852, falecido em 13 de julho de 1969, em Bafatá, Guiné, encontrando-se tumulado no cemitério da freguesia de Paus de onde era natural.

A celebração religiosa esteve a cargo do Sr. Pe. Excelso Ferreira que, de forma singela, dedicada e atenciosa, deu o seu contributo devoto à homenagem aos combatentes do Ultramar.

Como forma de sensibilizar as gerações mais novas, uma neta homenageou o avô materno, prisioneiro na Índia, lendo um testemunho bastante emotivo e saudoso.

O primeiro momento da cerimónia terminou com a participação da cantora Mónica Pires que, com a sua extraordinária voz, cantou e encantou com a letra de uma canção escrita pela mesma em consagração ao pai, antigo combatente em Moçambique, depois de ter falecido. Também houve a intervenção do Sr. Presidente da Assembleia Municipal, tendo presenteado os presentes com um pequeno testemunho pessoal na qualidade de antigo combatente e evidenciado o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas promotoras, a nível concelhio.

O momento de Louvor, no cemitério, começou com o descerramento de uma lápide alusiva aos três militares mortos em combate e com o canto do Hino Nacional, junto à sepultura do soldado Lucídio Rasinhas por parte da cantora Mónica Pires, tendo-se juntado à sua voz todas as vozes ali presentes.

Por fim, seguiu-se um momento de confraternização e convívio, onde os combatentes tiveram oportunidade de recordar e partilhar experiências vividas no Ultramar.

Foi um dia de muita comoção, mas também de muita alegria. Ambas queremos continuar a contribuir para dar VOZ aos HOMENS que não fora devidamente reconhecido pelo AMOR prestado em prol da PÁTRIA.

Muito gratas pelo apoio prestado. Podem contar sempre connosco.
Fátima Soledade e Fátima Silva


Momento religioso a cargo do Pe. Excelso Ferreira
Ex-Fur Mil Op Esp Eduardo Magalhães Ribeiro e elementos dos Órgão Sociais do Núcleo de Lamego da LC
Intervenção do Ex-Fur Mil Op Esp Eduardo Magalhães Ribeiro
Elementos dos Órgãos Sociais do Núcleo de Lamego da Liga dos Combatentes com Fátima Soledade e Fátima Silva
Descerramento da Lápide pela Presidente da Junta de Freguesia e Presidente da Assembleia Municipal
Lápide que homenageia os Combatentes de São Pedro de Paus caídos em campanha
Canto do Hino Nacional pela cantora Mónica Pires

Fotos: © Gentil José Pereira
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Notas do editor:

Vd. poste de 23 DE ABRIL DE 2023 > Guiné 61/74 - P24244: Efemérides (385): Convite para participação na homenagem aos antigos combatentes da guerra do ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, vivos e caídos em campanha, dia 29 de Abril de 2023, que contará com uma represenção do nosso Blogue

Último poste da série de 1 DE MAIO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24273: Efemérides (389): "Primeiro de Maio", por Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (Canquelifá e Bigene, 1966/68)

terça-feira, 25 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24251: Efemérides (388): Revolução dos Cravos (José Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada e amigo José Câmara, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56 (Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 24 de Abril de 2023, dando-nos conta da homenagem prestada pelo Estado de Massachusetts a todos os veteranos portugueses imigrados nos Estados Unidos da América, quando se comemora mais um ano da Revolução dos Cravos:

Amigos e companheiros,
No passado dia 20 de Abril de 2023 a sucursal da Nova Inglaterra da Sociedade Prince Henry comemorou a Revolução dos Cravos. O Salão de Festas do Taunton Sports foi o palco escolhido para o efeito.
Para além da Vice-Presidente da Sucursal da Sociedade Prince Henry, foram oradores principais um representante do Senador Estadual Marc Pacheco, do Senado do Estado de Massachusetts, que não pode estar presente, a Representativa Estadual, Sra. Carol Doherty, a Presidente da Câmara Municipal de Taunton, Sra. Shaunna O’Connell e o Sr. Rogério Lopes, Cônsul de Portugal em New Bedford.
O Núcleo da Nova Inglaterra da Liga de Combatentes, a que pertenço com muita honra, foi o Convidado de Honra.

Não fiz perguntas quando fui contactado para comparecer. Como quase sempre acontece, julguei que o Núcleo fora convidado para fazer a Guarda de Honra no evento, daí a minha surpresa quando me apercebi do que estava a acontecer. E mais ainda quando me apercebi das Citações de várias entidades oficiais do Estado de Massachusetts, devidamente recebidas pelo Presidente do Núcleo, Sr. Eduíno Faria, natural da ilha do Faial, 1.° Cabo Enfermeiro da CCAÇ 194/BII17, emigrante na cidade de Taunton, Massachusetts.

Sei e compreendo que isto tem muito pouco a ver com o propósito desta nossa página, mas acredito que que vale a pena divulgar o respeito do Estado de Massachusetts para os seus imigrantes e, neste caso, pelos militares que serviram com honra e dignidade os interesses de Portugal.

Abraço transatlântico.
José Câmara

Foto 1 – Citação do Estado de Massachusetts
Foto 2 – Citação da Casa dos Representantes do Estado de Massachusetts
Foto 3 – Citação da Câmara Municipal de Taunton, Estado de Massachusetts.
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Nota do editor

Último poste da série de 25 DE ABRIL DE 2023 > Guiné 61/74 - P24250: Efemérides (387): "25 de Abril", por Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887, Canquelifá e Bigene, 1966/68

terça-feira, 7 de março de 2023

Guiné 61/74 – P24125: (Ex)citações (422): Os combatentes, Vietname e Portugal (Tony Borié, ex-1.º Cabo Op Cripto)


1. Mensagem do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66), com data de 6 de Março de 2023, com um texto onde compara, tanto quanto é possível, a nossa participação na guerra da Guiné, enquanto combatentes, e os americanos na ainda mais sangrenta guerra do Vietname.


Os combatentes, Vietname e Portugal

O companheiro Valdemar Silva, num simpático comentário a um nosso escrito sobre o nome da Guiné, disse entre outras que “gostava de saber o que é que dizem os américas sobre os portugueses terem tido o "seu Vietname" durante mais de uma década nas suas colónias em África”.

É uma pergunta normal e que para muitos de nós antigos combatentes da guerra colonial Portuguesa em África até tem algum interesse em saber e…, é uma resposta que não é de um bilião de dólares. Porquê? Porque ignorando as peliculas de Hollywood e os livros publicados sobre a guerra do Vietname, talvez a maior parte desses combatentes não soubessem porque é que foram combater ao Vietname, porque é que se envolveram naquela maldita guerra e, talvez também não soubessem que existia um país na Europa chamado Portugal, que também andava envolvido numa guerra colonial em África.

Posto isto, e para explicar a nossa experiência na convivência com alguns desses combatentes, teremos que nos posicionar no tempo, na geografia, na dimensão dos continentes e no modelo e área de combate, ou seja, América/Ásia e Europa/África, nas partes e no sentimento da causa envolvida que, vejam lá companheiros, em alguns pontos era quase a mesma.

Por exemplo: Portugal, país Europeu mas colonialista, tinha colónias em África onde começaram a aparecer grupos armados nacionalistas africanos que iniciaram a luta pela libertação do seu território, motivados e auxiliados principalmente por um regime comunista modelado pela União Soviétia e pela China.

E…, a América, país que tinha sido colonizado e se libertou, não tinha colónias para defender na Ásia, no entanto a razão foi quase a mesma, que foi única e simplesmente colocar-se ao lado do Vietname do Sul, lutando contra o Vietname do Norte que pretendia unificar o país sob um regime comunista modelado também pela União Soviética e pela China.

Assim, quando o Congresso Americano aprovou a Resolução do Golfo de Tonkin, autorizando uma ação militar em resposta a um suposto ataque a navios da Marinha dos USA pelas forças norte-vietnamitas, os combatentes americanos desembarcaram em Saigon sem a menor ideia para o que iam nem quando e como regressariam a território americano de novo.

E…, eram quase todas pessoas que se tinham alistado nas forças armadas para terem um emprego e um futuro, porque não viam qualquer futuro nas aldeias e vilas do interior dos Estados de Montana, nas Dakotas do Norte e do Sul, no Wyoming e até em Arizona, Novo México ou no Nebraska. Ali, trabalhavam nas quintas, criando vacas e outros animais, onde o quarto de banho era uma cabana fora da casa onde habitavam, quase junto ao poço que tinha uma roldada que puxava uma corda com um balde amarrado na ponta, onde as galinhas andavam por ali à solta, ou então estavam envolvidos em pequenos negócios familiares, onde alguns nasciam e morriam sem nunca ver o oceano.

Por exemplo, o caso de um companheiro de trabalho oriundo de Ponce, uma região no sul da ilha de Porto Rico, que andava sempre revoltado dizendo mal do presidente Nixon, que o desmobilizou das forças armadas a seguir ao acordo de paz da guerra no Vietname, e agora, tinha de procurar trabalho, trabalhar e cumprir horários, quando o que ele queria era seguir a carreira militar, onde tinha tudo o queria para viver com algum conforto.

Tudo isto, sem se poder ignorar as aldeias e vilas dos estados do Mississippi, Alabama ou mesmo Louisiana, onde existem milhares de comunidades afro-americanas que sempre viram no alistamento nas forças armadas um meio de elevação perante a sociedade e, se tivessem a sorte de fazer um ou dois “tours” ao Vietname e regressassem vivos e não afectados psicológicamente, iriam usar as insígnas de combate no Vietname, que lhe dariam prestígio e a possibilidade de promoção mais rápida no ranking militar.

E também havia o fenómeno dos combatentes de origem hispânica, ou seja aqueles cujos pais viviam perto da fronteira sul ou aí tinham residência e trabalhavam por épocas nos USA, pelo menos na altura das plantações e depois na das colheitas, regressando à sua residência ao sul para lá da fronteira, onde viam uma grande oportunidade de os seus filhos se tornarem cidadãos americanos com todos os benefícios e deveres, depois de se alistarem nas forças armadas e cumprirem com mérito um ou dois “tours” no Vietname.

Adiante que se faz noite, como dizia a nossa saudosa avó…, depois, já decorria o ano de 1969 e os níveis de tropas dos EUA atingiam o pico de mais de 543.000, havendo até aquele momento mais de 33.000 americanos mortos, um total maior do que a Guerra da Coreia. Nesta altura começaram contactos secretos para negociações para a paz, no entanto, houve traições de ambos os lados e o conflito agravou-se. Entretanto, o New York Times dá a notícia dum bombardeio secreto do Camboja. A revista Life exibe fotos das quase duas centenas e meia de americanos mortos no Vietname durante a semana anterior, as fotos têm um impacto impressionante nos americanos em todo o país ao verem os rostos jovens e sorridentes dos mortos.

As manifestações de paz atraiem cerca de 250.000 pessoas em Washington para o maior protesto antiguerra da história dos Estados Unidos. Uma pesquisa de opinião indicam que 71% dos americanos querem a paz. Felizmente não nos atingiu a nós que aqui chegámos no início da década de setenta do século passado, mas tivémos que ir dar o nome e local de residência à sede local das forças armadas, para uma eventual convocação, no entanto, a primeira mobilização geral desde a Segunda Guerra Mundial aconteceu um ano antes da nossa chegada a este continente e é realizada na cidade de Nova York, onde cada dia do ano recebeu aleatoriamente um número de 1 a 365 e, aqueles com aniversários em dias que terminavam com um número baixo provavelmente iriam ser convocados.

No ano seguinte na Kent State University, em Ohio, guardas nacionais atiram e matam quatro manifestantes estudantis e ferem nove. Em resposta a estes assassinatos, mais de 400 faculdades e universidades em toda a América fecharam. Em Washington, cerca de 100.000 manifestantes cercam vários prédios do governo, incluindo a Casa Branca e monumentos históricos. Num impulso, o presidente Nixon sai da Casa Branca e faz uma visita surpresa tarde da noite ao Lincoln Memorial e conversa com jovens manifestantes, possivelmente dizendo-lhes que as conversações para a paz se reiniciaram.

Eram os protestos do povo americano que queriam a paz e…, podíamos continuar com a história do conflito que já é demais conhecido onde mais de 3 milhões de pessoas, incluindo 58.000 americanos, foram mortos e que durou mais de uma década, quando a guerra terminou em 30 de abril de 1975, quando Saigon, a capital da República do Vietname, caiu nas mãos do exército norte-vietnamita, marcando assim o fim do envolvimento americano.

Este é um muito breve resumo do envolvimento dos combatentes americanos na guerra do Vietname. E…, o envolvimento de nós combatentes na guerra colonial também todos sabemos e é demais conhecido, que era também a luta contra o comunismo, defesa da Bandeira, da Pátria Mãe, da honra, do dever de cidadão honrado e honesto, do marchar, marchar, heróis do mar nação valente e… ir prá guerra já e em força e…, matar o inimigo, porque Portugal era só um e não podia ser repartido.

E…, o regime de então não permitia manifestações de protesto. Era cumprir comer e calar, ou seja, dar o corpo às balas e morrer, porque se vivia num ambiente de desconfiança e medo, onde aquele acolá nos estava a espiar e ia avisar a polícia do estado que batia, torturava, matava ou mandava para o degrêdo do campo prisional do Tarrafal e…, onde tudo isto só terminou quando as próprias forças armadas se revoltaram, ocupando quase pacíficamente a “capital do Império”, acabando de vez com esse governo colonial que dava sinais de já não ter controle no país e de já não governar.

Agora sim, depois de todo este resumo que já vai longo e ocupa demasiado do precioso espaço deste blogue, falamos na resposta ao companheiro Valdemar Silva e à sua inofensiva pergunta.

Claro, falamos daquilo que connosco se passava, ou seja daquilo que sabemos, onde a verdade era simples e é mais ou menos esta quando explicávamos aos nossos companheiros combatentes na guerra do Vietname a maneira como fomos mobilizados, treinados à pressa e equipados com aquelas armas obsoletas, enviados no porão de um navio de carga, navegando rumo ao sul para desembarcar em África, onde se combatia.

Éramos jovens, com uma educação que vinha de pais para filhos à séculos, deixando na Europa a família, as namoradas, noivas e esposas, alguns com filhos, íamos frágeis, desmotivados e com uma alimentação muito fraca e desapropriada, não se podia ter uma higiene primária, não havia uma assistência médica responsável e respectivos medicamentos, passado uns meses o camuflado já estava roto em algumas partes e as botas gastas e…, se um companheiro tinha a infeliz sorte de ser ferido ou morto vitima de uma emboscada na lama perigosa dos pântanos e canais, onde a corrente da água e lama com a subida da maré era forte e sem a possibilidade de ser evacuado, por lá ficava, e eles…, ou ficavam sérios e pasmados ao ouvir-nos, ou então riam-se e alguns respondiam: “Fuck you…, deviam matar o vosso presidente, ele que fosse lutar para lá mais a família dele…, Shit”.

Cremos que não precisam que se traduzam as primeiras e última palavras. No entanto, estas eram algumas das palavras que os tais “américas” nos diziam, isto porque havia muita confiança entre nós, e claro, era uma conversa aberta, sem preconceitos, pois as passagens na guerra fazia parte das nossas conversas quase todos os dias, comparando pequenos casos do dia e às vezes olhávam-nos e diziam, “hó Guinéu…., mas eras tu?. Ainda estás vivo ou és um fantasma”. Éramos um pequeno grupo de três antigos combatentes e todos tínhamos o típico apelido entre nós. Chamavam-me o “Portuguese Guinea”, um afro-americano nascido e criado junto ao rio Mississippi, que sempre dizia que não tinha medo das cobras nem dos alligatores porque em pequeno os caçava e comia, cujo apelido era o “Mississippi” e o outro era um típico américa cowboy, cujo apelido era “Texas Boy”, oriundo de uma pequena povoação fronteiriça no Texas, que também falava um pouco espanhol e durante os muitos anos em que convivemos sempre usou roupa igual, ou seja as botas gastavam-se, comprava outras iguais, o mesmo com as t-shirts, calças ou camisa e chapéu e, além de companheiros de trabalho éramos colegas de universidade, pois juntos e à noite, frequentámos a mesma escola por anos.

Porque estes eram aqueles que queriam usufruir dos benefícios que o governo dava, como escola, assistência médica e constituindo família poder adquirir residência a preço do custo do material de construção sem juros, em novos bairros de casas construídas e mobiladas nas perferias das cidades e outras benfeitorias para ajuda aos antigos combatentes, porque felizmente nos USA, ainda se respeita os antigos combatentes.

No entanto, também havia os outros, aqueles que regressavam traumatizados, onde o declínio no moral e na disciplina com o uso de drogas se tornava por vezes desenfreado, experimentando maconha, ópio ou heroína, que eram fáceis de obter nas ruas de Saigon, e que chegados aos USA, não queriam mais trabalhos com responsabildade e iam para as estações de serviço encher os tanques de gasolina ou para porteiros de bares, casas de alterne ilegais ou qualquer outro trabalho mais simples e que lhes proporcionasse algum dinheiro.

Ainda antes de terminar queriamos explicar que a guerra do Vietname era um conflito armado em que o território local mudava de mãos com frequência e, que ao contrário do que as peliculas de Hollywood mostram, foram os brancos de classe baixa ou as minorias que travaram a maior parte dos combates.

Companheiros, perdoem o longo espaço que ocupei e um grande abraço ao companheiro Valdemar Silva por dar origem a este escrito que talvez nos irá ajudar melhor a compreender a diferença entre a guerra do Vietname e a colonial Portuguesa, onde a legenda “a Guiné Portuguesa era o Vietname de Portugal”, se fosse ao contrário não deixaria de fazer sentido…, até talvez mais sentido, pelo menos no sofrimento e na condição de desigualdade em combate, isso nós sabemos.

Tony Borie

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Notas do editor:

Vd. poste de 28 DE FEVEREIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24108: (In)citações (232): "Olha o Guinéu português!!!" (Tony Borié, ex-1.º Cabo Op Cripto)

Último poste da série de 26 DE FEVEREIRO DE 2023 > Guiné 61/74 – P24101: (Ex)citações (421): Sim, estou velho! (José Saúde)

domingo, 12 de abril de 2020

Guiné 61/74 – P20846 : Memórias de Gabú (José Saúde) (92): A insofismável batalha dos antigos combatentes (José Saúde)


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem. 


Memórias de Gabu

A insofismável batalha dos antigos combatentes
Contornos da guerrilha com laivos preocupantes

Somos estéreis partículas ao cimo deste imenso cosmos terrestre que precipitadamente se dissolvem num universo desigual, onde os valores humanos parecem dissipar-se no seio de uma sociedade mundana, cujas gerações atuais, e vindouras, deslizam para o perverso sentimento de um profundo desconhecimento que houve uma guerra recente onde estiveram envolvidos jovens cuja luta travada no terreno consumiu gerações.

Porém, esses fatídicos sons das armas que atormentaram centenas de milhares dos então meninos e moços, apelidados como “carne para canhão”, tendem ser escamoteadas da história e pouco ou nada se agindo para incutir nas gerações que muitos dos seus pais e avós foram rigorosamente atirados para as frente de combate sem a mínima preocupação de os dotarem com bastos conhecimentos de como atuar numa guerrilha que, para nós, se apresentava porventura desigual, sendo a luta nos campos de batalha excessivamente terrível.

Neste varandim a que vamos chamar marcial, sendo por outro lado a contextualização de dados disponíveis pelo Estado Maior das Forças Armadas nos três palcos de guerra, Angola, Moçambique e Guiné, um fórum teatral onde se retiram somente números, sabendo-se no entanto que estes poderão não apresentar-se como reais, vistos que dizem existirem outros que por força de uma razão ou outra não foram contabilizados. 

Recorrendo, com a devida vénia, ao livro “Cronologia da Guerra Colonial”, de José Brandão, concentro a minha presunção numa aprendizagem sempre infinita e centralizo-me no infeliz número de mortos e feridos que o conflito ultramarino registou entre 1961 e 1974 nas três frentes de guerra.

Aliás, estes hediondos números, bem como o texto, ficam narrados no meu último livro “Um Ranger na Guerra Colonial Guiné-Bissau 1973/74”.

Um abraço, camaradas 
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. também o último poste desta série em:

terça-feira, 9 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19961: Efemérides (308): Homenagem aos Combatentes da União de Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo, do Concelho de Matosinhos, caídos em Campanha na Guerra do Ultramar

Realizou-se no passado dia 6 de Julho, nos cemitérios de Lavra, de Perafita e de Santa Cruz do Bispo, Concelho de Matosinhos, uma homenagem aos Combatentes da União de Freguesias mortos na Guerra do Ultramar.

As cerimónias foram promovidas pelo Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, em colaboração com a Junta da União das Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo. 

Pelas 10H00 em Lavra, 10H45 em Perafita e às 11H30 em Santa Cruz do Bispo, tiveram lugar as cerimónias militares onde foi feita a chamada de todos os combatentes mortos na Guerra do Ultramar de cada uma das freguesias, seguindo-se a deposição de coroas de flores, os respetivos toques de homenagem aos mortos e, na altura do minuto de silêncio, foi cantado um salmo pelo Grupo Coral do Núcleo e lida por um sócio combatente a prece do Exército em Lavra e Perafita e uma oração em Santa Cruz do Bispo. 

Dando continuidade ao programa traçado, foi proferida uma mensagem alusiva ao ato pelo Presidente da Direção do Núcleo, Tenente Coronel Armando Costa e uma alocução pela Presidente da Junta da União das Freguesias de Perafita, Lavra e Santa Cruz do Bispo, Dra. Lurdes Queirós.
Por último, o Grupo Coral do Núcleo cantou o Hino da Liga dos Combatentes.

Em Perafita e Santa Cruz do Bispo, antes das cerimónias, foram descerradas placas com os nomes dos combatentes falecidos daquelas duas freguesias (em Lavra existe já um panteão com os nomes dos combatentes falecidos da freguesia). 

Participaram nas cerimónias membros do executivo da Junta, o Grupo Coral e o Porta Guião do Núcleo, o clarim dos Bombeiros de Matosinhos-Leça da Palmeira, uma Guarda de Honra de sócios combatentes, familiares dos combatentes falecidos e sócios, familiares e amigos e público em geral. 

A União de Freguesias assegurou o transporte dos participantes, de acordo com o itinerário Lavra – Perafita – Santa Cruz do Bispo e posterior regresso em sentido inverso. 

Esta atividade patriótica e de cidadania teve por objetivo homenagear todos os combatentes da União de Freguesias, honrando os que não voltaram, os que entretanto faleceram e os que ainda estão vivos.


Cemitério de Lavra - O Combatente lavrense, Rudolfo Mesquita, evoca os nomes dos Combatentes lavrenses caídos em Campanha

Panteão do Cemitério de Lavra - A Presidente da União de Freguesias, Dra. Lurdes Queirós, e o Presidente do Núcleo de Matosinhos da LC, Tenente Coronel Armando Costa, homenageiam os Combatentes lavrenses caídos em Campanha

Cemitério de Lavra - O Combatente lavrense Abel Santos profere a Prece do Exército

 Cemitério de Lavra - O Tenente Coronel Armando Costa na sua alocução

Cemitério de Lavra - A Dra. Lurdes Queirós falando de improviso mas com palavras sentidas. A certa altura da sua alocução disse lembrar-se de um tio seu ter partido para a guerra e a vida da família ter ficado suspensa até ao seu regresso.

Cemitério de Lavra - O Grupo Coral do Núcleo de Matosinhos encerra a cerimónia em Lavra, entoando o Hino da Liga dos Combatentes

Cemitério de Perafita - Descerramento da Placa Evocativa do nome dos Combatentes perafitenses caídos em Campanha. Na foto, a viúva de um Combatente, que ficou com uma filha de 17 dias que nunca conheceu o pai.

Cemitério de Perafita - O Combatente Reinaldo Santos evoca os 4 Combatentes perafitenses caídos em Campanha: Carlos Lopes Soares, Moçambique, 1974; Carlos Soares da Silva - Guiné, 1968; Fernando Freitas Gonçalves Silva - Moçambique, 1969 e José Fernando da Silva - Angola, 1969

Cemitério de Perafita - Alocução do Presidente do Núcleo de Matosinhos da LC

Cemitério de Perafita - Alocução da Presidente da União de Freguesias

Cemitério n.º 2 de Santa Cruz do Bispo - Descerramento da lápide evocativa dos nomes dos 3 santa-cruzenses caídos em Campanha.

Cemitério n.º 2 de Santa Cruz do Bispo - Placa evocativa

O camarada a quem coube evocar os nomes dos santa-cruzenses caídos em Campanha: Américo Augusto Peixoto - Angola, 1973; José Carlos Almeida Verdade - Angola, 1974 e Rui Afonso Ribeiro Pereira - Angola, 1975

Cemitério n.º 2 de Santa Cruz do Bispo - Alguns familiares dos camaradas homenageados com o Tenente Coronel Armando Costa. Cabe aqui uma ressalva para aquela senhora vestida mais informalmente. Não tinha sido previamente avisada desta cerimónia e foi vista no cemitério a tratar do jazigo de família. Com uma certa vergonha por estar assim vestida, não deixou contudo de se associar à homenagem, no caso particular, ao seu irmão falecido na Guerra do Ultramar.

Cemitério n.º 2 de Santa Cruz do Bispo - O Tenente Coronel Armando Costa durante a sua alocução

Cemitério n.º 2 de Santa Cruz do Bispo - A Presidente da União de Freguesias, Dra. Lurdes Queirós, no uso da palavra
 
Cemitério n.º 2 de Santa Cruz do Bispo - Fim das cerimónia com a intervenção do Grupo Coral do Núcleo de Matosinhos da LC

Texto e fotos: © Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes
Selecção, edição e legendagem das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P19939: Efemérides (307): 0s 600 anos da Madeira e Porto Santo

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19750: Efemérides (301): Cerimónias da Comemoração do Dia do Combatente do Concelho de Matosinhos e 10.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levadas a efeito no passado dia 27 de Abril de 2019 (Abel Santos)



1. Em mensagem do dia 2 de Maio de 2019, o nosso camarada Abel Santos, (ex-Soldado Atirador da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), enviou-nos esta reportagem a propósito da Comemoração do Dia do Combatente do Concelho de Matosinhos e X Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levadas a efeito no passado dia 27 de Abril.




Cerimónias da Comemoração do Dia do Combatente do Concelho de Matosinhos
e
10.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes

27 de Abril de 2019

A recepção às entidades civis e militares convidadas, e concentração dos participantes, fez-se em frente ao Memorial de Homenagem aos 70 Combatentes do Concelho caídos em Campanha na Guerra do Ultramar, existente no Cemitério de Sendim, em Matosinhos.

Estiveram presentes, a Senhora Drª Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos; representantes do Comando da Zona Marítima do Norte, Destacamento Territorial de Matosinhos da GNR, além da presença dos Núcleos de Matosinhos, Porto, Penafiel, Marco de Canaveses, Lixa e Maia, que se fizeram representar com os seus respectivos Guiões. 

A cerimónia começou com Toque de Sentido; Deposição de coroas de flores; Toque de Silencio; Toque de homenagem aos mortos; Minuto de silencio com salmo interpretado pelo Grupo Coral do Núcleo; Evocação Religiosa; Toque de Alvorada; Toque a descansar. 

No final da cerimónia, o Grupo Coral do Núcleo cantou o Hino da Liga dos Combatentes. 

A sessão solene, no Tryp Expo Porto Hotel, iniciou-se com a apresentação, pelo Eng.º e Arq Fernando Jorge Rocha dos Santos, Combatente em Angola, do trabalho de sua autoria, "A Nossa Cidade", seguindo-se a imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas, atribuição de Diplomas de Apreço e discursos alusivos pelas autoridades presentes.

Na Sala Galeão, decorreu o Almoço/convívio do Dia do Combatente do Concelho de Matosinhos e X Aniversário do Núcleo, com animação musical a cargo do Grupo Coral do Núcleo. 

Assim se passou mais uma jornada de confraternização, que mais uma vez demonstrou o fervor castrense destes combatentes que um dia partiram para uma guerra que não era sua. 

Um abraço combatente 
Abel Santos.

Segue-se a reportagem fotográfica:

Portas-Guiões presentes na Cerimónia de homenagem aos Combatentes de Matosinhos caídos em campanha

Força Militar presente

Autoridades civis e militares

Grupo Coral do Núcleo de Matosinhos da LC


Intervenções do Presidente do Núcleo de Matosinhos da LC, TCor Armando Costa, e da Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dra. Luísa Salgueiro, junto ao Talhão Militar da Liga dos Combatentes, recentemente remodelado, o que vai permitir a sepultura dos Combatentes do Ultramar que manifestem essa sua vontade. Na foto, o Combatente António Vieira que assumiu a coordenação da remodelação do Talhão.

Aspecto da sala do Tryp Expo Porto Hotel, onde decorreu a sessão solene de imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas de África e entrega de Diplomas de Apreço.

O TCor Armando Costa impõe uma das Medalhas Comemorativas

Os agraciados acompanhados das autoridades

O Combatente Joaquim Alves recebe o Diploma de Apreço pelos 40 anos de sócio da Liga dos Combatentes

O Combatente José Francisco Oliveira recebe um Diploma de Apreço pela sua dedicação ao Núcleo de Matosinhos, particularmente na coordenação das obras de manutenção da Sede Social, orientando o pessoal afecto e fazendo ele próprio o que à carpintaria, e não só, diz respeito.


Estas duas fotos referem-se à intervenção do Eng.º e Arq. Fernando Jorge Rocha dos Santos, Combatente em Angola, que apresentou um trabalho de sua autoria, dedicado à Cidade de Matosinhos, composta pelas freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira.

Do programa do dia também fazia parte um almoço/convívio com cerca de 170 participantes. Aqui, a Mesa da Presidência onde se destaca a ausência da Dra. Luísa Salgueiro que se fez representar pelo seu Vice, Dr. Eduardo Pinheiro.
 
O Combatente Abel Santos exibe a Medalha Comemorativa do 10.º Aniversário do Núcleo que decorre este ano.

O Presidente do Núcleo de Matosinhos da LC, TCor Armando Costa, e o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Eduardo Pinheiro, quando procediam ao corte do Bolo Comemorativo do Dia do Combatente de Matosinhos e do 10.º Aniversário do Núcleo.

Texto e fotos: Abel Santos
Edição e legendagem das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19611: Efemérides (300): 21 de julho de 1973, o último Dia da Cavalaria comemorado no CTIG, ainda com Spínola, em Bula, num sábado de copiosa chuva africana