Sexagésimo primeiro episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.
Dizem que é o “Novo Mundo”, não sei de onde veio esta
expressão, mas a presença de europeus andou por aqui,
como andou pela África, pela Oceânia e por outras
paragens, pois as aldeias, vilas ou cidades, em qualquer
“virar de esquina” por onde passamos, mostram-nos
“Europa”.
Muitas vezes, mesmo na estrada, guiando, olhamos a
paisagem e lá está, a casa “europeia”, a cerca em volta
do quintal, o cão preso a uma corrente, as vacas
pastando, um pequeno quintal em redor da casa, um poço
com uma “roldana”, em geral as casas foram construídas
próximo de um ribeiro, ou de um local onde existe água,
às vezes são locais isolados, mas lá estão as árvores em
seu redor, algumas já velhas, da idade da casa.
Existem zonas, por onde passamos, que são autênticas
“savanas de África”, mas quando surge uma casa, é
“europeia”, onde há cultivo, é quase igual ao modelo que
se vê na Europa, não, como eu via em Mansoa, em
Bissorã ou no Olossato, portanto lá na África,
aqui, no que dizem ser o “Novo Mundo”, o modelo
europeu está sempre presente, sempre se vê ao “dobrar
de esquina”, como é costume dizer-se, embora os
europeus também tivessem levado alguns costumes lá
para África.
Nós, ainda era madrugada, abandonámos a estrada
número 24, que nos levou de leste para oeste e de sul
para norte, entrando por poucas milhas na estrada
número 57, tudo isto no estado de Illinois e, lá está, sem
nos apercebermos, estávamos a fazer o mesmo
percurso que os missionários franceses fizeram muitos
anos atrás, quando desembarcaram, talvez nos portos de
New Orleans, Savannah, Charleston, Philadelphia, ou
Boston, pois foram eles os primeiros europeus a
explorarem a região do actual Illinois, quando em 1763
fazia parte da Nova França, altura em que passou ao
domínio britânico, mas em 1783, após o fim da
Revolução Americana de 1776, passa a fazer parte dos
Estados Unidos e em 1818, tornou-se o 21.° estado
americano.
Estávamos na parte sul do estado, onde a agricultura é
uma importante fonte de renda e onde geograficamente,
o Illinois se caracteriza por o seu terreno ser pouco
acidentado e também pelo seu clima altamente instável,
mas não nos afectava muito esta particular observação,
pois passadas umas horas já circulávamos na estrada 64,
com alguma chuva e um pouco de vento, mas não
ciclónico, pois o Jeep e a Caravana ia segura, sempre
sem dificuldade, com suficiente visibilidade e alguma
segurança, indo a caminho da cidade de St. Louis, já no
estado Missouri, que também foi fundada pelos franceses
no ano de 1763, estando localizada na confluência do rio
Mississippi e do rio Missouri, funcionando na altura como
entreposto comercial. Esta cidade, devido à sua
localização, foi motivo de guerras entre franceses e
ameríndios, passou para as mãos espanholas e mais
tarde, juntamente com o resto do território da Louisiana,
foi devolvida à França, tendo a cidade sendo adquirida posteriormente adquirida a este país, pelos Estados Unidos, com a “Compra da
Louisiana”.
A cidade de St. Louis, mais tarde, converteu-se em ponto
de partida de exploradores do Oeste Americano e
colonizadores que emigraram para Oeste e hoje quem se
aproxime da cidade, mesmo a muitas milhas de distância,
pode avistar o “Gateway Arch”, que dizem que é o mais
alto monumento em solo norte americano.
Nesta cidade, que já pertence ao estado do Missouri, que
também foi adquirido pelos Estados Unidos na célebre
“Compra da Louisiana”, no ano de 1803, cujo cognome é
Mother of the West (Mãe do Oeste), é uma das
primeiras regiões do novo território a ser povoada por
colonos norte americanos. À medida que o país passou a
expandir-se em direção ao oeste, o Missouri passou a ser
uma das principais escalas dos emigrantes, tendo-se
tornado no 24.° estado norte americano em 1821. Dizem
que a indústria agropecuária do Missouri fazia grande uso
do “trabalho escravo”.
Deixando um pouco a história para trás, seguimos na
estrada 70, com longas zonas desertas, quintas, algumas
abandonadas, plantações de milho ou trigo, algumas
manadas de vacas, áreas transformadas em zonas de
caça, poços de petróleo trabalhando, geradores de energia
movidos a vento, até à cidade de Kansas City, ainda no
estado do Missouri, pois existem duas cidades com o
nome Kansas City, uma no estado de Missouri, outra no
estado de Kansas, onde depois de atravessar a cidade
entrámos em Kansas City, Kansas, regressando de novo
Kansas City, Missouri, rumo ao norte pela estrada 29,
entrando no estado de Iowa, parando na cidade de
Council Bluffs, no estado de Iowa, para ver o encontro de
futebol, a contar para o campeonato do mundo, entre os
USA e Portugal, com um resultado que não nos deu nem
alegria nem tristeza, aqui fomos dormir.
Neste dia, percorremos 668 milhas, com o preço da
gasolina variando entre $3.38 e $3.70 o galão, que são
mais ou menos 4 litros.
Tony Borie, Julho de 2014.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 9 de Agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13478: Bom ou mau tempo na bolanha (60): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (1) (Tony Borié)
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça, com o objetivo de ajudar os antigos combatentes a reconstituir o puzzle da memória da guerra da Guiné (1961/74). Iniciado em 23 Abr 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência desta guerra. Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu, e gostamos de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sábado, 16 de agosto de 2014
sábado, 9 de agosto de 2014
Guiné 63/74 - P13478: Bom ou mau tempo na bolanha (61): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (1) (Tony Borié)
Sexagésimo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.
Olá companheiros, ainda se lembram de mim?
Estou de novo convosco, tenho acompanhado, na medida do possível, o nosso blogue, o comandante Luís, de férias, que espero já caminhe bem e coloque a sua máquina fotográfica, em posição de “acção”, dispare fotos “a torto e a direito”, às vezes em frente a um espelho velho, partido e usado”, que até ficam “originais” e, acompanham aqueles poemas, que, ao lê-los, (não sei se é assim que se escreve), até parece que estamos lá no “sítio”, de onde eles falam, o Carlos Vinhal, que me manda, de vez em quando, algumas notícias do pessoal ou de coisas da Guiné, saia por alguns momentos do seu “posto de controle”, que deve de ser alimentar o nosso blogue no seu computador, vá lá à praia de “Massarelos”, (com a sua esposa), pois não vá alguma “girl”, apanhá-lo em “fato de banho”, apanhar algum sol, nem que seja por algumas horas por dia e, os restantes companheiros, alguns, muito bons colaboradores do nosso blogue, que com os seus resumos de guerra, críticas, lembranças, comentários, alguns “maldosos”, outros “confortáveis”, nos vão passando alguns momentos gratificantes, neste mundo, que se vai indo, cada vez pior, pelo menos para os mais jovens, pois nós, habituados à “guerra e ao sofrimento”, já pouco nos “apoquenta”, porra, não sei outra vez, se é assim que se escreve!.!.
Uff, já cheguei a casa, só de loucos, que viagem, pensava fazer 14.000 milhas e fiz mais de 15.000!
Não sei como vos vou explicar todos os pormenores, vai ser uma “coisa por alto”, espero que não digam “é só umbigo”, pois nada mais me move, do que a intenção de compartilhar com todos os meus companheiros, esta experiência, por favor não vão dizer, “é só americanices”, (e se disserem ou pensarem, também compreeendo, pois as coisas do dia a dia, são difíceis de obter, pelo menos na nossa idade), mas companheiros, nunca usei hotéis de luxo, comi a maior parte das vezes do que cozinhava e, dormia também a maior parte das vezes na caravana, só quando o tempo não permitia, pagando algumas vezes o espaço que ocupava nos parques de campismo. O resumo que tento escrever é sincero, foi mais ou menos o que se passou, os principais momentos vão saber, pois vocês, que lá andaram, comeram o “peixe e arroz da bolanha”, merecem saber, talvez vos faça vir “ao de cima”, as célebres “colunas” para Mansabá, Bissorã ou Olossato.
Já chega de blá, blá, blá, cheguei, estou em casa, na Florida e, lá vai mais uma lembrança portuguesa, agora aquela cantiga do folclore alentejano que anda na boca de toda a gente, ou quase toda agente, que é mais ou menos, “Às quatro da madrugada, o passarinho cantou”.
Mais ou menos dois séculos depois, não tendo nada a ver com “exploradores”, “descobridores”, “pescadores” e “achadores”, foi a essa hora que acordámos, fazendo os últimos preparativos para a viagem, saindo de nossa casa, no estado da Florida, que foi explorada e colonizada pelos espanhóis, que a controlaram até 1819, quando foi comprada e anexada pelos Estados Unidos e, que fica localizada na região sudeste do país, sendo o estado mais meridional dos 48 estados da parte continental dos USA e, como quase toda a gente sabe, a principal fonte de renda da Flórida é o turismo.
O estado é conhecido mundialmente pelas suas diversas ofertas turísticas, que atraem anualmente mais de 60 milhões de visitantes, principalmente no inverno, vindos de outros estados americanos e de outros países. Estas atrações incluem inúmeras praias, aliadas ao clima relativamente ameno o ano inteiro., o parque de diversões Walt Disney World, a que muitas pessoas chamam “Disneylândia”, ou ao Centro Espacial Kennedy, que fica situado numa região a que chamam Space Coast, pois é lá que se situa uma Base da Força Aérea, de onde saem a maioria das naves espaciais dos USA, rumo ao espaço. Cabo Canaveral foi escolhido como local para o lançamento de naves espaciais, porque se situa muito próximo do equador e, desta forma, conseguir lançar uma nave espacial com a menor energia possível, aproveitando o movimento de rotação da Terra. Assim, as naves espaciais são sempre lançados para o leste, sobre o oceano, distante de centros populacionais.
Com aquele sentido de orientação que talvez tivéssemos herdado dos nossos antepassados navegadores portugueses, também tomámos um rumo de sul para norte, de leste para oeste, passando cidades vilas e aldeias, que nos levariam do estado da Florida até ao do Alaska, no mínimo espaço de tempo, e claro, despendendo a menor energia possível!.
Revisámos os últimos preparativos, tudo em ordem e saímos de nossa casa, às 6 horas da manhã, tomando a estrada número 95, no sentido norte, de seguida a estrada 10, de leste para oeste, atravessando um pouco do norte do estado da Florida, até à estrada número 75, que atravessa o longo estado da Geórgia que é o maior estado do país em área terrestre, a leste do rio Mississippi, embora o Michigan, a própria Flórida ou o Wisconsin, sejam maiores se a área ocupada por água for incluída, sendo a maior parte da Geórgia coberta por florestas, primariamente pinheiros, pessegueiros e magnólias. Quando entrámos no estado o terreno é plano e menos acidentado, já no norte é primariamente montanhoso. Dizem que o turismo e a indústria madeireira são importantes fontes de renda da Geórgia. À hora que atravessámos a cidade de Atlanta, tivemos alguma dificuldade com o tráfico, pois existe uma grande rede de estradas que se cruza nesta área e, se se não vai com muita atenção, não existe GPS que nos valha, e para os menos precavidos, são capazes de tomar a direcção do norte, quando a sua rota era o sul.
Já agora, não ficava bem se não vos explicássemos que a região que constitui atualmente a Geórgia fora disputada durante o final do século XVII e o início do século XVIII, entre o Reino Unido e a Espanha, quando então fazia parte de uma colónia chamada de Carolinas, que incluía também os atuais estados de Carolina do Norte e Carolina do Sul, depois por volta de 1724, os britânicos criaram a colónia de Geórgia, onde se instalaram na região, no que atualmente constitui a cidade de Savannah. Dizem que a Geórgia foi a última das Treze Colónias criada pelos britânicos e, claro, após a vitória americana na Revolução Americana de 1776, se tornou-se o quarto estado americano.
Já o sol ia alto, quando entrámos no estado de Tennessee, onde entrámos na estrada 24, com um tráfico, algumas vezes lento, com montanhas suaves em algumas zonas e agressivas em outras e, nós como levávamos um “atrelado”, que era nossa “casa ambulante”, que nos havia de valer “milhões”, em muitas situações onde havia zonas, (lá mais para o norte, ou já no Canadá e perto do estado do Alaska, onde a estrada seguia por mais de duzentas milhas sem qualquer alojamento, ou simples estação de serviço), fomos atravessando parte do estado do Tennessee, passando por algumas vilas ou cidades do actual Tennessee, que durante o período da colonização britânica da tal região das Treze Colónias, que na altura fazia parte do atual estado da Carolina do Norte e, era facilmente a região mais ocidental das antigas Treze Colónias britânicas. O Tennessee, por causa da cordilheira de montanhas dos Apalaches, era isolado do restante da Carolina do Norte. Após o reconhecimento da independência dos USA, por parte do Reino Unido, em 1783, os habitantes da região passaram a pedir a separação da região do atual Tennessee do restante da Carolina do Norte. Assim sendo, em 1796, o Tennessee separou-se da Carolina do Norte, tornando-se o 16.º estado norte-americano.
Sempre seguindo na estrada 24, no sentido sul norte, leste-oeste, entrámos no estado de Kentucky, que muitas pessoas acreditavam que a origem do nome do estado vinha de uma palavra “ameríndia” que significa "terreno de caça escuro e sangrento". Porém, atualmente, acredita-se que a palavra Kentucky possa ser atribuída a numerosos idiomas indígenas, com vários significados possíveis. Alguns destes significados são "terra do amanhã", "terra de cana e perus" e "terras pradas".
A região onde está localizado atualmente o Kentucky, como não podia deixar de ser, foi colonizada originalmente por colonos da colónia britânica de Pensilvânia, em 1774, mas passou a ser controlada pela Virgínia ao longo da guerra de independência, e tornou-se o décimo quinto estado norte-americano a entrar na união. Atravessámos a fronteira pela ponte sobre o rio Ohio, e dormimos na cidade de Marion, no estado de Illinois, cujas primeiras cinquenta milhas é deserto com algumas quintas com muitas vacas e com aquele cheiro característico dos currais que aquelas quintas têm.
Neste primeiro dia percorremos 868 milhas, com o preço da gasolina que variava entre $3.24 e $3.65 o galão, que são mais ou menos 4 litros.
Tony Borie,
Agosto de 2014.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 7 de Junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13254: Bom ou mau tempo na bolanha (59): O Alferes Miliciano Bobone (Tony Borié)
Olá companheiros, ainda se lembram de mim?
Estou de novo convosco, tenho acompanhado, na medida do possível, o nosso blogue, o comandante Luís, de férias, que espero já caminhe bem e coloque a sua máquina fotográfica, em posição de “acção”, dispare fotos “a torto e a direito”, às vezes em frente a um espelho velho, partido e usado”, que até ficam “originais” e, acompanham aqueles poemas, que, ao lê-los, (não sei se é assim que se escreve), até parece que estamos lá no “sítio”, de onde eles falam, o Carlos Vinhal, que me manda, de vez em quando, algumas notícias do pessoal ou de coisas da Guiné, saia por alguns momentos do seu “posto de controle”, que deve de ser alimentar o nosso blogue no seu computador, vá lá à praia de “Massarelos”, (com a sua esposa), pois não vá alguma “girl”, apanhá-lo em “fato de banho”, apanhar algum sol, nem que seja por algumas horas por dia e, os restantes companheiros, alguns, muito bons colaboradores do nosso blogue, que com os seus resumos de guerra, críticas, lembranças, comentários, alguns “maldosos”, outros “confortáveis”, nos vão passando alguns momentos gratificantes, neste mundo, que se vai indo, cada vez pior, pelo menos para os mais jovens, pois nós, habituados à “guerra e ao sofrimento”, já pouco nos “apoquenta”, porra, não sei outra vez, se é assim que se escreve!.!.
Uff, já cheguei a casa, só de loucos, que viagem, pensava fazer 14.000 milhas e fiz mais de 15.000!
Não sei como vos vou explicar todos os pormenores, vai ser uma “coisa por alto”, espero que não digam “é só umbigo”, pois nada mais me move, do que a intenção de compartilhar com todos os meus companheiros, esta experiência, por favor não vão dizer, “é só americanices”, (e se disserem ou pensarem, também compreeendo, pois as coisas do dia a dia, são difíceis de obter, pelo menos na nossa idade), mas companheiros, nunca usei hotéis de luxo, comi a maior parte das vezes do que cozinhava e, dormia também a maior parte das vezes na caravana, só quando o tempo não permitia, pagando algumas vezes o espaço que ocupava nos parques de campismo. O resumo que tento escrever é sincero, foi mais ou menos o que se passou, os principais momentos vão saber, pois vocês, que lá andaram, comeram o “peixe e arroz da bolanha”, merecem saber, talvez vos faça vir “ao de cima”, as célebres “colunas” para Mansabá, Bissorã ou Olossato.
Já chega de blá, blá, blá, cheguei, estou em casa, na Florida e, lá vai mais uma lembrança portuguesa, agora aquela cantiga do folclore alentejano que anda na boca de toda a gente, ou quase toda agente, que é mais ou menos, “Às quatro da madrugada, o passarinho cantou”.
Mais ou menos dois séculos depois, não tendo nada a ver com “exploradores”, “descobridores”, “pescadores” e “achadores”, foi a essa hora que acordámos, fazendo os últimos preparativos para a viagem, saindo de nossa casa, no estado da Florida, que foi explorada e colonizada pelos espanhóis, que a controlaram até 1819, quando foi comprada e anexada pelos Estados Unidos e, que fica localizada na região sudeste do país, sendo o estado mais meridional dos 48 estados da parte continental dos USA e, como quase toda a gente sabe, a principal fonte de renda da Flórida é o turismo.
O estado é conhecido mundialmente pelas suas diversas ofertas turísticas, que atraem anualmente mais de 60 milhões de visitantes, principalmente no inverno, vindos de outros estados americanos e de outros países. Estas atrações incluem inúmeras praias, aliadas ao clima relativamente ameno o ano inteiro., o parque de diversões Walt Disney World, a que muitas pessoas chamam “Disneylândia”, ou ao Centro Espacial Kennedy, que fica situado numa região a que chamam Space Coast, pois é lá que se situa uma Base da Força Aérea, de onde saem a maioria das naves espaciais dos USA, rumo ao espaço. Cabo Canaveral foi escolhido como local para o lançamento de naves espaciais, porque se situa muito próximo do equador e, desta forma, conseguir lançar uma nave espacial com a menor energia possível, aproveitando o movimento de rotação da Terra. Assim, as naves espaciais são sempre lançados para o leste, sobre o oceano, distante de centros populacionais.
Com aquele sentido de orientação que talvez tivéssemos herdado dos nossos antepassados navegadores portugueses, também tomámos um rumo de sul para norte, de leste para oeste, passando cidades vilas e aldeias, que nos levariam do estado da Florida até ao do Alaska, no mínimo espaço de tempo, e claro, despendendo a menor energia possível!.
Revisámos os últimos preparativos, tudo em ordem e saímos de nossa casa, às 6 horas da manhã, tomando a estrada número 95, no sentido norte, de seguida a estrada 10, de leste para oeste, atravessando um pouco do norte do estado da Florida, até à estrada número 75, que atravessa o longo estado da Geórgia que é o maior estado do país em área terrestre, a leste do rio Mississippi, embora o Michigan, a própria Flórida ou o Wisconsin, sejam maiores se a área ocupada por água for incluída, sendo a maior parte da Geórgia coberta por florestas, primariamente pinheiros, pessegueiros e magnólias. Quando entrámos no estado o terreno é plano e menos acidentado, já no norte é primariamente montanhoso. Dizem que o turismo e a indústria madeireira são importantes fontes de renda da Geórgia. À hora que atravessámos a cidade de Atlanta, tivemos alguma dificuldade com o tráfico, pois existe uma grande rede de estradas que se cruza nesta área e, se se não vai com muita atenção, não existe GPS que nos valha, e para os menos precavidos, são capazes de tomar a direcção do norte, quando a sua rota era o sul.
Já agora, não ficava bem se não vos explicássemos que a região que constitui atualmente a Geórgia fora disputada durante o final do século XVII e o início do século XVIII, entre o Reino Unido e a Espanha, quando então fazia parte de uma colónia chamada de Carolinas, que incluía também os atuais estados de Carolina do Norte e Carolina do Sul, depois por volta de 1724, os britânicos criaram a colónia de Geórgia, onde se instalaram na região, no que atualmente constitui a cidade de Savannah. Dizem que a Geórgia foi a última das Treze Colónias criada pelos britânicos e, claro, após a vitória americana na Revolução Americana de 1776, se tornou-se o quarto estado americano.
Já o sol ia alto, quando entrámos no estado de Tennessee, onde entrámos na estrada 24, com um tráfico, algumas vezes lento, com montanhas suaves em algumas zonas e agressivas em outras e, nós como levávamos um “atrelado”, que era nossa “casa ambulante”, que nos havia de valer “milhões”, em muitas situações onde havia zonas, (lá mais para o norte, ou já no Canadá e perto do estado do Alaska, onde a estrada seguia por mais de duzentas milhas sem qualquer alojamento, ou simples estação de serviço), fomos atravessando parte do estado do Tennessee, passando por algumas vilas ou cidades do actual Tennessee, que durante o período da colonização britânica da tal região das Treze Colónias, que na altura fazia parte do atual estado da Carolina do Norte e, era facilmente a região mais ocidental das antigas Treze Colónias britânicas. O Tennessee, por causa da cordilheira de montanhas dos Apalaches, era isolado do restante da Carolina do Norte. Após o reconhecimento da independência dos USA, por parte do Reino Unido, em 1783, os habitantes da região passaram a pedir a separação da região do atual Tennessee do restante da Carolina do Norte. Assim sendo, em 1796, o Tennessee separou-se da Carolina do Norte, tornando-se o 16.º estado norte-americano.
Sempre seguindo na estrada 24, no sentido sul norte, leste-oeste, entrámos no estado de Kentucky, que muitas pessoas acreditavam que a origem do nome do estado vinha de uma palavra “ameríndia” que significa "terreno de caça escuro e sangrento". Porém, atualmente, acredita-se que a palavra Kentucky possa ser atribuída a numerosos idiomas indígenas, com vários significados possíveis. Alguns destes significados são "terra do amanhã", "terra de cana e perus" e "terras pradas".
A região onde está localizado atualmente o Kentucky, como não podia deixar de ser, foi colonizada originalmente por colonos da colónia britânica de Pensilvânia, em 1774, mas passou a ser controlada pela Virgínia ao longo da guerra de independência, e tornou-se o décimo quinto estado norte-americano a entrar na união. Atravessámos a fronteira pela ponte sobre o rio Ohio, e dormimos na cidade de Marion, no estado de Illinois, cujas primeiras cinquenta milhas é deserto com algumas quintas com muitas vacas e com aquele cheiro característico dos currais que aquelas quintas têm.
Neste primeiro dia percorremos 868 milhas, com o preço da gasolina que variava entre $3.24 e $3.65 o galão, que são mais ou menos 4 litros.
Tony Borie,
Agosto de 2014.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 7 de Junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13254: Bom ou mau tempo na bolanha (59): O Alferes Miliciano Bobone (Tony Borié)
terça-feira, 13 de maio de 2014
Guiné 63/74 - P13136: Memória dos lugares (265): Bubaque, cada vez mais bonita... (Patrício Ribeiro)
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama- ijagós > Bubaque > Porto > A ligação a Bissau é feita por embarcações nhomincas e a travessia leva 5 horas...
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama- Bijagós > Bubaque > Cais
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > Rua Principal, on de fica o restaurante da portuguesa Dora.Iluminação pública, com painéis solares, obra da Impar Lda, financiamento da União Europeia.
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > O novo mercado, construído com financiamento da União Europeia
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > Hospital regional > Iluninação pública, exterior, com painéis solares, obra da Impar Lda, financiamentro da União Europeia
1. Mensagem, de hoje, do nosso amigo e camarada Patrício Ribeiro que está em Portugal (hoje em Águeda, onde está a reconstruir uma casa; amanhã e depois em Lisboa):
[Foto à direita; Patrício Riubeiro, português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bssau desde 1984, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.]
Hora: 09:24
Assunto - Mais notícias de Bubaque.
A cidade de Bubaque está bem…
Os netos dos alemães, antigos proprietários da fábrica de óleo de palma, voltaram e querem o terreno onde estava a fábrica, querem lá fazer uma nova. As sucatas da antiga já desapareceram há muito, já pouco resta, só um ou outro armazém.
Já têm um novo mercado, inaugurado há poucas semanas. Financiamento da UE, (junto foto).
Instalei há aproximadamente um mês, 15 postes solares. Passaram a ter luz nas ruas da cidade, toda a noite. Financiamento da UE (junto foto: Hospital e rua da Dora).
Foi inaugurada há poucos dias uma pizaria, por uns tugas.
O hotel da Dora, “portuguesa dos sete custados” , está cada vez mais bonito!
Os turistas continuam a chegar aos diversos hotéis franceses, vão para lá semanalmente, já desde há muitos anos, aproximadamente uns 50 por semana, aos diversos hotéis que existem nos Bijagós, para a pesca à cana; percorrem, em barcos rápidos, os pesqueiros das ilhas.
O festival de música, realizado há poucos dias, foi muito bom, os mais conceituados artistas guineenses lá estiveram e não só.
A fábrica de gelo está fechada, é destinada à conservação de pescado, para ser transportado nas canoas para Bissau, mas agora o gelo tem que vir de Bissau.
O padre Luigi Scantamburlo provavelmente lá vai andando entre Lisboa e Bubaque. Há alguns meses que não estou com ele, anda em Lisboa, a fazer o seu doutoramento, “o ensino em crioulo”.
Transportes públicos, só de canoa Nhominca; a viagem leva 5 horas até Bissau, foi quanto demorei para cada lado, há poucas semanas. (Junto foto do porto).
Abraço,
Patrício Ribeiro
________________
IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau ,
Assunto - Mais notícias de Bubaque.
A cidade de Bubaque está bem…
Os netos dos alemães, antigos proprietários da fábrica de óleo de palma, voltaram e querem o terreno onde estava a fábrica, querem lá fazer uma nova. As sucatas da antiga já desapareceram há muito, já pouco resta, só um ou outro armazém.
Já têm um novo mercado, inaugurado há poucas semanas. Financiamento da UE, (junto foto).
Instalei há aproximadamente um mês, 15 postes solares. Passaram a ter luz nas ruas da cidade, toda a noite. Financiamento da UE (junto foto: Hospital e rua da Dora).
Foi inaugurada há poucos dias uma pizaria, por uns tugas.
O hotel da Dora, “portuguesa dos sete custados” , está cada vez mais bonito!
Os turistas continuam a chegar aos diversos hotéis franceses, vão para lá semanalmente, já desde há muitos anos, aproximadamente uns 50 por semana, aos diversos hotéis que existem nos Bijagós, para a pesca à cana; percorrem, em barcos rápidos, os pesqueiros das ilhas.
O festival de música, realizado há poucos dias, foi muito bom, os mais conceituados artistas guineenses lá estiveram e não só.
A fábrica de gelo está fechada, é destinada à conservação de pescado, para ser transportado nas canoas para Bissau, mas agora o gelo tem que vir de Bissau.
O padre Luigi Scantamburlo provavelmente lá vai andando entre Lisboa e Bubaque. Há alguns meses que não estou com ele, anda em Lisboa, a fazer o seu doutoramento, “o ensino em crioulo”.
Transportes públicos, só de canoa Nhominca; a viagem leva 5 horas até Bissau, foi quanto demorei para cada lado, há poucas semanas. (Junto foto do porto).
Abraço,
Patrício Ribeiro
________________
IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau ,
Tel / Fax 00 245 3214385, 6623168, 7202645, Guiné Bissau
Tel / Fax 00 351 218966014 Lisboa
www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 6 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12801: Memória dos lugares (264): Canquelifá, Agosto de 1970 a Maio de 1972, no tempo da CCAV 2748/BCAV 2922 (Francisco Palma)
impar_bissau@hotmail.com
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Nota do editor:
Último poste da série > 6 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12801: Memória dos lugares (264): Canquelifá, Agosto de 1970 a Maio de 1972, no tempo da CCAV 2748/BCAV 2922 (Francisco Palma)
domingo, 27 de outubro de 2013
Guiné 63/74 - P12208: Coimbra Hotel & Spa- Bissau – Preços especiais para os ex_Combatentes.
1. Camaradas, recebi do Miguel Lopes Nunes, gerente do Coimbra Hotel & Spa- Bissau, um pedido de divulgação, entre a malta ex-Combatente, da qualidade e preços que nos são oferecidos por aquela instituição.
Exmo senhor, Muito obrigado por ter aceite o convite de amizade. De Bissau venho por esta forma oferecer os n/s préstimos, enquanto hotel sito em Bissau, (Coimbra Hotel & Spa- Bissau ) para acolher eventuais viagens de v/s colaboradores e companheiros de armas (que tenham estado na GB no tempo da Guerra ), que visitem ou queiram visitar a GB. Manifestamos a n/ disponibilidade para ajudar logisticamente nas viagens. O meu email é : zulupreto@gmail.com
M cumtrs Miguel Lopes Nunes
Noites/ estadias no Coimbra Hotel & Spa em Bissau – três pessoas em suites , ou seja, há suites que têm uma sala com sofá-cama e o quarto com duas camas de solteiro. Nestas suites podem ficar alojadas 3 pessoas. Temos 5 suites novas nestas circunstâncias; 2 suites especiais; 3 suites normais ; ou seja 10 suites onde se podem alojar comodamente 30 pessoas. Faríamos neste caso um preço especial para 3 pessoas em suite, com pequeno-almoço para os 3, a 120 euros por suite. Cada noite ocupada, 120 euros. Daria pois 40 euros por pessoa.
No caso de quererem um quarto com duas camas para duas pessoas apenas em regime de alojamento e pequeno-almoço, contaríamos com 100 euros por quarto, dando pois neste caso 50 euros por pessoa.
Para vossa orientação os nossos preços são 115 euros para uma pessoa em promoção de pensão completa e 130 euros para uma pessoa sem promoção, alojada em quarto normal ou 187 euros em suite quando 1 pessoa alojada em suite simples. Estes preços permitem dar-vos uma orientação sobre os preços que se praticam e como os preços que lhes estou a dar são de facto muito bons para este caso específico.
Na eventualidade de quererem almoçar e jantar no restaurante do hotel, teriam de contar com 6.000 francos cefas (1 euro = 656 francos, logo 6.000 francos são 9,14 euros por almoço ou jantar por pessoa em regime de buffet c/ tudo incluído).
Os jipes para os passeios não são nossos ; nós temos uma amiga que no-los alugam. O preço normal seria 180 euros por dia com motorista por cada Jipe. Mas estou em crer que, se forem vários jipes e se não calhar numa época de eleições em que eles estão todos alugados, poderíamos alugar jipes a 100 euros por dia. Cada Jipe tem 2 lugares à frente, 3 a meio e 2 lá atrás. Contamos pois com 100 euros Jipe incluindo um motorista. O Jipe é entregue com o depósito cheio; teremos de o reencher para o devolver à dona no final do passeio.
Mais informação em:
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Guiné 63/74 - P8043: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (7): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte III, o regresso a Bissau)
Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Bubaque > 13 de Dezembro de 2009 > Mensagens publicitárias... Esta intriga-me, o anúncio do carpinteiro Khadim Rassoul (?)corta um bocado do início e do fim da mensagem que está escrita na parede: [...] Dona Lídia mindjer ku sibi trata [...] fidju matchu Deus na dal bom sorte [...] na é mundo.
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama- Bijagós > Bubaque > 13 de Dezembro de 2009 > Também é domingo para os muçulmanos...
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama- Bijagós > Bubaque > 13 de Dezembro de 2009 > Uma manhã calma de domingo... e que Deus ou Alá e os bons irãs protejam a Guiné-Bissau...
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Bubaque > 13 de Dezembro de 2009 > O barco, o Expresso dos Bijagós, um antigo cacilheiro do Tejo, parte todas as semanas às sextas-feiras e regressa no domingo... É uma festa! É o acontecimento da semana, em Bubaque... Toda a vida social da ilha ali concentrada, naquelas horas de domingo... A azáfama aumenta com a hora da partida do barco, depois do almoço... Quem parte leva saudade, quem fica, faz a festa... Para saber mais sobre Bubaque e outras ilhas do arquipélago Bolama-Bijagós, ver aqui, em Rotas & Destinos... [Uma das coisas que eu não sabia é que Bubaque esteve ocupada pelos alemães durante a I Guerra Mundial... Não se pode saber tudo]. (LG)
Guiné-Bissau > Bissau > 13 de Dezembro de 2009 > 18h45 > Chegada, a a Bissau, do Expresso dos Bijagós, vindo de Bubaque... Partiu às 14h45... São portanto quatro horas de viagem...
Fotos: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
1. Continuação da publicação das notas do diário de viagem à Guiné, do João Gracça, acompanhadas de um selecção de algumas das centenas fotos que ele fez, nas duas semanas que lá passou (*)...
Nos cinco primeiros dias (de 6 a 10 de Dezembro de 2009) fomos encontrá-lo, como médico, voluntário, no Centro de Saúde Materno-Infantil de Iemberém (*).
O fim de semana, de 11 a 13 (6ª, sábado e domingo) de Dezembro de 2009, foi passado em Bubaque e Rubane, no arquipélago de Bolama-Bijagós (**). Dia, 13, à tarde, estava na hora de regressar a Bissau, que na segunda feira era dia de trabalho: visita médica (obrigatória) aos colaboradores da AD -Acção para o Desenvolvimento, a ONG do Pepito... que o trabalho de um jovem médico pode ser pouco, na Guiné-Bissau, mas quem não o aproveita... é louco. Mas dia 13, domingo, o diário do nosso Dr. João Graça só tem duas linhas... Em contrapartida, temos muitas fotas... (LG)
13/12/2009, domingo > Bubaque-Bissau
9.1. O porto encheu-se para despedida. É um verdadeiro acontecimento.
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 28 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8005: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (6): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte II)
(iii) IBAP - Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, Guiné-Bissau, Bissau
sábado, 12 de março de 2011
Guiné 63/74 - P7931: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (5): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte I)
Fotos: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Continuação da publicação das notas do diário de viagem à Guiné, do João Graça, acompanhadas de um selecção de algumas das centenas fotos que ele fez, nas duas semanas que lá passou (*)... Nos cinco primeiros dias (de 6 a 10 de Dezembro de 2009) fomos encontrá-lo, como médico, voluntário, no Centro de Saúde Materno-Infantil de Iemberém (*). O fim de semana de 11 a 13 (6ª, sábado e domingo) de Dezembro de 2009, foi passado em Bubaque e Rubane (Arquipélago dos Bijagós). Um fim de semana bem merecido...
Por serem de todo ilegíveis ou fazerem referências muito pessoais a terceiros, optei por assinalar com parênteses rectos e reticências [...] certas partes do diário... Noutros casos, acrescentei, também dentro de parênteses rectos [ ], algumas notas da minha lavra, decorrentes das nossas conversas sobre esta viagem (memorável, para ele)... (LG)
11/12/2009, 6ª feira > Bissau-Bubaque (Bijagós)
7.1.Encontrei o Victor (espanhol, cooperante de uma ONG que trabalha em Bafatá), na rua com Alex e Ana. Viria a tornar-se uma excelente companhia nos Bijagós.
7.2. Encontro a Catarina Meireles [, médica, portuguesa, que já aqui publicou um belíssimo texto ecuménico sobre a tabanca de Tabatô e a cerimónia do Tabaski], deu-me os [seus] contactos, partiria nesse dia.
7.3. Barco, porto [ em Bissau]. Conheci a polícia R.... Agora o Governo está a pagar salários desde há um ano. “Droga no porto?” [, pergunto eu]. “Não, agora isso já não há!” [...].
7.4. Sobrinhos de Nino Vieira foram também [ no barco, para Bubaque]. Conheci-os. Muito simpáticos. Vivem no Barreiro e Seixal [, em Portugal,] mas bem. Patos, galinhas, galos, cordeiros, tudo junto com as pessoas. Música africana (afromandinga), em cima, no convés. Dancei.
7.5. Conheci Sara, médica belga dos Médicos do Mundo. Esteve no Congo alguns anos, está em África há 5 anos. Trabalha na Sida em Bafatá, Bubaque, Bissau. Salvador já fez este papel (Erasmus, 50 anos, Granada, Espanha). Eugénie, mais tímida, francesa, dos M. M. [Médicos do Mundo]. Esteve no Burkina Faso.
7.6. [Conheci também] E…, guineense dos M.M., administrador de formação, de óculos, [...] à intelectual. L…, guineense, enfermeiro dos M.M. […]. Estes falaram […] sobre as histórias do Kumba Ialá [...] e [deram] pormenores sobre a morte do Nino, [que terá sido] avisado pelo 1º ministro mas não quis fugir [...]
7.7. Noite foi passada na discoteca de Bubaque, do sobrinho do Nino. Não há luz pública na ilha, nem água, mas há uma discoteca! Fartei-me de dançar. Muito divertido. Africanos têm outro ritmo. [...]
[Continua]
[ Fixação / revisão de texto / selecção e edição de fotos / título: L.G.]
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Nota de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 19 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7816: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (4): 10/12/2009, último dia de consultas em Iemberém e viagem de regresso (10 horas!) a Bissau
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