Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Candoz > Quinta de Candoz > Vindimas > 18 e 19 de setembro de 2020 > Foto galeria
Fotos (e legenda) : © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
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1. Segunda (e última) parte do texto sobre as vindimas, originalmente publicado no blogue A Nossa Quinta de Candoz, em 30 de outubro de 2005. (*)
por Augusto Pinto Soares (Gusto)
(Continuação)
II. A vindima é agora, nos tempos que correm, um ritual mais técnico, sem o sabor bucólico e festivo doutros tempos, sem o mesmo esforço, a mesma "freima". (*)
A marcação da vindima é já feita em função do grau de maturação das uvas, da disponibilidade do pessoal da casa (poucos chegam) aos fins-de-semana. Já não há festa – também já não há os convidados citadinos para assistir e tudo se processa de uma forma mais racional.
Porque as videiras estão armadas em bardos baixos – portanto mais expostas ao sol –, porque as operações da poda verde (espoldra ou desladroamento, desponta, desparra ou desfolha) permitem uma melhor exposição dos cachos de uvas, a colheita é mais fácil e célere. Rapidamente os cestos (agora de plástico) ficam cheios e o seu transporte para a adega é de imediato feito através do tractor.
Agora – os tempos são outros! – a plantação é de videiras de uvas brancas originando vinho branco de bica aberta. O verde tinto é mais complicado de trabalhar, mais complexo, mais demorado e com menos aceitação e saída, a não ser localmente.
Na adega as uvas são imediatamente esmagadas com a desengaçadora, jorrando o mosto assim obtido para uma dorna e de imediato para as cubas de aço, onde é feita a sulfitação apropriada, aí repousará até à sua defecação nas próximas 24 a 48 horas para depois iniciar a sua fermentação.
A prensagem, um pouco mais demorada, pois a prensa hidráulica – que até uma criança pode facilmente accionar – precisa de algum tempo para esmagar o mais possível o cangaço. Contudo ao fim de algumas horas – ao início da manhã seguinte – já estará pronta para ou levar mais uma carga ou ser limpa.
Os repastos (pequeno almoço, almoço, jantar e merendas) são mais triviais, mais avantajados. Já incluem sobremesa, café e digestivos.
O mosto já está nas cubas à espera de um novo ciclo – agora o ciclo do vinho – as alfaias estão limpas e arrumadas, os cestos já estão lavados.
Terminou a vindima! O ciclo da videira chegou ao seu fim.
A nossa vida já começa a contemplar muitos ciclos completos da videira.
Amanhã começará outro.
Texto: © Augusto Pinto Soares (2005)
[Revisão / fixação de texto para efeitos de edição neste blogue: LG]
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 24 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21388: Manuscrito(s) (Luís Graça) (191): Quinta de Candoz: vindimas, a tradição que já não é o que era... (Augusto Pinto Soares) - Parte I