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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4772: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (6): Sinalização de sítios históricos no Parque Nacional do Cantanhez


Guiné-Bissau > Parque Nacional do Cantanhez > Gandembel > Sinalização de um sítio de interesse para o turismo histórico... Iniciativa da AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau.

Foto: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2009). Direitos reservados


1. Extractos de:

VENHA CONHECER CANTANHEZ A MATA MAIS BONITA DA GUINÉ-BISSAU

Brochura editada pela AD - Acção para o Desenvolvimento:

[Selecção / fixação de texto / bold: L.G.]


O ecoturismo no Parque Nacional de Cantanhez compreende entre outros o turismo ambiental baseado na contemplação de paisagens nas 14 matas, na observação de animais (macacos, chimpanzés, elefantes e búfalos), aves (pelicanos e aves migratórias na foz do rio Cacine), passeios fluviais no rio Cacine e afluentes, itinerários pedestres ou de bicicleta de 1 a 2 horas, visita à ilha dos Pássaros, ilhéu de Melo, Ilha de Nuno Tristão ou ao Parque Natural Marinho de João Vieira e Poilão, bem como a miradouros de bebedouros de animais.
Macaco Fidalgo Passeio fluvial Itinerário pedestre

Também o turismo histórico onde se valoriza o facto de Cantanhez ter sido o berço da nacionalidade guineense e onde ainda estão presentes alguns vestígios luta de libertação nacional, tendo como grupo-alvo os quadros guineenses sentimentalmente ligados à história recente da Guiné-Bissau.

O turismo da saudade tendo como grupo-alvo os antigos militares portugueses que fizeram a guerra naquela zona, em especial em Guiledje, Gandembel, Cacine, Gadamael-Porto, Bedanda, Iemberém, Cafine, Cadique, Caboxanque, etc.

O turismo cultural com formas de percepção e de estar da vida das diferentes etnias locais (nalús, tandas, balantas, fulas, djacancas, sossos), danças e música de cada uma das etnias, história e estórias, lendas, religiões e crenças, modos de vida, formas de vestir, instrumentos de trabalho (agricultura e colecta) e organização social das tabancas e regulados

O 'turismo' científico com a procura do conhecimento da geografia física, do estudo dos diferentes biótipos da região (bolanhas, florestas, palmar, mangal), identificação da exploração da fauna e flora pelo homem (alimentos, construção, medicamentos, energia, canoas) e dinâmicas da fauna (chimpanzés e babuínos) e flora.

Em termos de instalações de acolhimento já existem 3 bungalows em Iemberém, com todas as condições de higiene e conforto, apresentando a sua construção um enquadramento com o habitat tradicional, tendo-se utilizado maioritariamente material local (adobe e palha).

Começaram a ser construídos na tabanca de Faro Sadjuma mais 3 bungalows que estarão concluídos no final de 2008, bem como em Canamina vai ser construído a partir de Novembro um bungalow para os que quiserem estar junto ao mar no rio Cacine.

Para que o ecoturismo tenha uma verdadeira apropriação comunitária, definiram-se as seguintes regras de ouro:

(i) o maior número possível de tabancas devem sentir-se envolvidas no processo, beneficiando, por pouco que seja, das actividades promovidas. Isto evitará a tendência natural para a auto-exclusão e rejeição das que não forem incluídas;

(ii) envolver todos os grupos sociais e etários (horticultoras, pescadores, fruticultores, jovens, mulheres, adultos, etc.), procurando responder ao que verdadeiramente os interessa e são as suas prioridades;

(iii) ter a consciência clara de que “ninguém luta pelas ideias que estão na cabeça dos outros”, mas só naquilo em que acredita. Daí que os promotores do ecoturismo devam sempre fazer o exercício de se colocarem no lugar da comunidade para cada iniciativa que pretendam implementar e nunca impor a sua agenda de prioridades;

(iv) a preservação e boa gestão dos recursos naturais tem de andar de par com a melhoria real (e sempre que possível rápida) das condições de vida e trabalho das comunidades;

(v) não esquecer que o ambiente, cultura, associativismo, agricultura, pesca, desporto, etc. são actividades interdependentes no dia a dia das populações locais e querer resumir tudo a uma delas é o primeiro passo para o insucesso do programa (...)

Os desafios de curto prazo que se apresentam ao ecoturismo são os de:

(i) promover uma imagem da Guiné-Bissau enquanto país de história, cultura e pioneira em certos processos de gestão ambiental, capaz de mobilizar turistas preocupados com valores nobres e progressistas;

(ii) desenvolver uma visão que não seja geograficamente restrita, isto é, que não tome apenas Cantanhez como única área de intervenção. O ecoturismo só será viável se incluir de forma coerente e em conjunto outras zonas: Parque Marinho de João Vieira e Poilão, Ilhas de Melo e Tristão, Dulombi, Saltinho, Parque transfronteiriço de Guiledje-Boé e Xitole (macaréu).

(iii) encontrar para cada tabanca, pelo menos um motivo de oferta turística capaz de fazer deslocar os potenciais ecoturistas mobilizando simultaneamente o interesse da comunidade.

(iv) criar uma cultura de exigência em termos de higiene e remoção / tratamento de lixo;

(v) favorecer a identificação e formação de operadores e trabalhadores turísticos locais, tais como gerentes de unidades de alojamento e restauração, empregados de mesa, de bar e de quartos;

(vi) ir encontrando formas e soluções que sintonizem uma boa gestão dos recursos ambientais com as necessidades pressionantes das comunidades (...)

2. Comentário de L.G.:

O nosso amigo Pepito (Carlos Schwarz, engenheiro agrónomo, co-fundador e director executivo da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, sedeada em Bissau, e nosso parceiro privilegiado para acções de cooperação e solidariedade na Guiné-Bissau) está em Portugal, com a família, para passar as habituais férias de verão, na antiga casa dos pais (Clara Schwarz e Artur Augusto Silva), em São Martinho do Porto.

Vou ter o privilégio de estar com ele, a Isabel, os filhos, as netas e a Dona Clara Schwarz, de 94 anos, dentro de alguns dias... Mas já falámos mais de uma hora, procurando saber notícias de um lado e do outro (**) e falando do momento actual da Guiné-Bissau, da esperança que nunca falta a este extraordinário povo, resiliente e resistente, que são os guineenses, do exemplo de civismo que foram as últimas eleições para a Presidência da República, bem como do trabalho da AD, em especial aquele que nos diz mais directamente respeito (Musealização de Guileje e outros antigos aquartelamentos das tropas portuguesas, no Cantanhez, no período da guerra colonial/luta de libertação).

Fiquei feliz por saber que a sua saúde vai bem, e que a malta da equipa da AD que eu conheci por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje, em Março de 2008, vai bem e continua a fazer o seu trabalho de não já de formiguinha mas de elefante (!), em prol da preservação e divulgação do património, ambiental, humano, social, cultural e histórico do Parque Nacional do Cantanhez... Bem hajam a todos!...

Citando de cor e correndo por isso o risco de ser injusto por omitir alguém, aqui vai um especial Alfa Bravo (abraço, em linguagem bloguística) para alguns dos muitos amigos que fiz por ocasião do Simpósio Internacionald e Guileje, e que estão de uma maneira ou de outra ligados à AD e aos seus projectos: Abubacar Serra, director do PIC - Programa Integrado de Cubucaré (teve há uns tempos de um problema sério de saúde, do qual espero que tenha recuperado), o Domingos Fonseca (o homem dos sete ofícios e o notável arqueólogo das ruínas de Guileje), o Tomané Camará, engenheiro agrónomo, coordenador de programas da AD, mas também a simpatiquíssima e corajosa Isabel Miranda, a presidente da AD, o Roberto Quessangue, presidente da Assembleia Geral, e o Nelson Dias, outro sócio fundador da AD... Sem esquecer a malta fantástica do Grupo de Teatro "Os Fidalgos" (Amélia da Silva, Jorge Quintino Biaguê...).

Pelo Pepito, fico a saber que os trabalhos do Museu da Memória de Guileje, incluindo a capelinha, vão em bom ritmo, mas que agora é preciso apostar no desenvolvimento nos conteúdos (seria desejável que houvesse um bom Centro de Interpretação do que foi e o que representou, em termos militares e históricos, Guileje, Gadamael, Gandembel, o corredor de Guileje, etc.).

Esperemos que o nosso Ministério da Defesa português colabore, mais uma vez, com esta notável iniciativa. Espero também poder fazer uma visita, com o Pepito, ao magnífico Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, para conhecer e tirar ideias... Ao que parece é um exemplo muito bem conseguido da confluência de múltiplos talentos e recursos (da arquitectura à novas tecnologias da informação, da museologia ao mecenato, do turismo à cultura...). ____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 31 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3101: Histórias de vida (13): Desistir é perder, recomeçar é vencer (Carlos Schwarz, 'Pepito', para os amigos)

(**) Vd. postes anteriores desta série:

21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4391: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (5): O Museu Memória de Guiledje e o video de homenagem dos Homens Grandes (Pepito)

29 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4264: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (4): Inauguração em Setembro do Museu Memória de Guiledje

15 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3895: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (3): Governo entrega antigo quartel de Guileje e o Pepito chega hoje a Lisboa

31 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3822: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (2): Segurança alimentar (o mangal que dá de comer...) e turismo de saudade

6 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3573: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (1): Os elefantes voltam ao Cantanhez

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24875: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (23): pequeno glossário para compreender as letras de fado e outros textos em calão


"Fado da Trolha", António Manuel Lopes, Lino Ferreira, Silva Tavares, Feliciano Santos, António Carneiro, Revista | Vaudeville Mãe Eva, Sassetti & C.ª Editores, s/d., p. 1 (Fonte: Museu do Fado, com a devida vénia...). 
 


1. Aqui vai uma ajuda para "descodificar" as letras dos fados e outros textos que reproduzimos nos postes P24840, P24858 e   P24866 (*)

Para esta recolha (feita muito em cima do joelho, mas consumindo já umas largas horas...), ocorremo-nos, no essencial, do  livro de Guilherme Augusto Simôes, "Dicionário de Expressões Populares Portugueas" (Lisboa: Perspectivas & Realidades, 1985, 432,  XX pp.), talvez a mais completa compilação  de termos e expressões idiomáticas neste domínio, incluindo "arcaísmos, regionalismos, calão e gíria, ditos, frases feitas, lugares comuns, aportuguesamentos, estrangeirismos e curiosidades da linguagem"... (Na edição que consultámos, de 1985. a compilação tem mais de 25 mil entradas; há outra edição posterior, Dom Quixote, 2000, com 700 pp. )

Pena é que o autor tenha feito autocensura, expurgando do seu dicionário grande parte dos palavrões considerados "obscenos",  esquecedo-se que o leitor estrangeiro, que ande a aprender português, também tem direito a conhecer o nosso calão de carroceiro:

(...) "Encontra-se neste dicionário:

  •  o calão académico (usado pelos estudantes), 
  • o calão vulgar (usado pelo povo), 
  • o calão dos marginais (usado pelos criminosos de todo os graus, desde o simples vigarista ao assssino da pior espécie)
  •  e omitimos, o mais possível, o calão ordinário a roçar a obscenidade. 

Mas deste, ao omiti-lo, não foi por falso pudor, mas sim por por verificar que infelizmente não é necessária a sua nomeação. tão sabida é pela nossa mocidade de ambos os sexos" (pág. XV). (Negritos nossos).

Não é necessário esta pregação moralista do autor: os modernos dicionaristas e lexicógrafos  já há muito que grafaram os nossos palavrões ditos obscenos, que também fazem parte da nossa língua materna: quando nos apetece mandar para o c...ralho alguém, que nos chateia os c...rnos ,  não o fazíamos, nos quarteis e matas da Guiné,  na língua dos nossos vizinhos espanhóis, mas na nossa querida língua...  

De resto, todas todas os nossos  "palavrões"  estão ao alcance de toda gente (a começar pelas criancinhas...) na Internet.

No que respeita à gíria ou calão do fado de antigamente, o autor recorre também ao livro "A gíria portuguesa: esboço de dicionário do 'calão' ", de Alberto Bessa (1901). 

Consultámos também o nosso camarada, transmontano de Moncorvo, infelizmente já falecido, o jornalista e escritor  Afonso Praça (1939-2001),  "Novo Dicionário de  Calão", 2ª ed. rev. (Lisboa, Editorial Notícias, 2001, 258 pp.).   O autor (AP) discrimina alguns termos e expressões do calão conforme o meio de origem: crime, desporto, droga, estudantes, jornalismo, militar  (incluindo Colégio Militar, Grande Guerra e Guerra Colonial), e regionalismo... 

Infelizmente, o Afonso Praça (que, além de seminarista,  foi alferes miliciano, em Angola, na zona norte, entre 1963 e 1965), já não é do tempo do nosso blogue: morreu prematuramente aos 62 anos. 

Já agora, e para saber algo mais sobre a história do fado, ver aqui uma excelente sinopse, disponível na página oficial do Museu do Fado, e baseada no essencial na bibliografia etnomusicológica e histórica sobre o fado de Rui Vieira Nery, professor associado da FCSH/NOVA. 


Pequeno glossário para compreender as letras de fado e outros textos em calão (de A a Z)

Quem se metter c'um fadista
E o ouvir faltar calão, 
Fica logo a ver navios, 
'Té perde a mastreação.  (pág. 93)

(...) Que era então p'ra se lembrar
Que o mundo é uma fumaça,
E emquanto n’elle se passa
E' dar-lhe, toca a gimbrar. (pág. 99)
 
(in: Alberto Pimentel - A triste canção do sul: subsídios para a história do fado. Lisboa: Livraria Central de Gomes de Carvalho, editot, 1904)


afinfar (bater em, arrear);
alcouce (bordel, prostíbulo; etimologia duvidosa);
alcoveta (mulher intermediária no comércio do sexo; do árabe, al-qawwâd, intermediário);
algema (pulseira, bracelete);
amarra (corrente do relógio, pulseira)
andantes (pés, pernas, sapatos);
andar ao fanico (na prostituição de rua, à procura de cliente);
andar no fado, andar no mundo, andar na vida (prostituir-se);
andorinha [prostituta, (AP)];
antrames [algibeiras, mas bolso interior o casaco, (GUS)];
apeado (diz do que deixou de ter amante, ou viatura pópria);
arame (dinheiro);
archeiro (bêbado);
arcos,arcosos (anéis);
arranjo, arranjinho (conquista amorosa, engate);
às duas por três (quando menos se espera);
asas (braços);
avental de pau (meia-porta dos bordeis do Bairro Alto);
avesa (tem);
avesar (conseguir, juntar, por ex., "bago grosso");

bago (dinheiro, termo que já vem do séc. XVIII);
bailhão [fadista, desordeiro, rufião (AB / GUS)];
batata (soco);
batolas (mãos);
beber (apanhar pancada);
belfe (calote);
brezunda, brezundela (pândega, brincadeira,pagode);
briol (vinho);
buchinha (num baile, era ceder a dama a outro cavalheiro);
butes 
 [otas, pés) (passar os butes/ fugir, dar aos butes / correr, meter os butes a caminho / partir, meter os butes/ enganar, mentir), (AP)];
buzilhão [dois vinténs, mas também muito dinheiro (GUS)];

cabides (orelhas, brincos);
camolete (?)
calhar (agradar, ficar bem);
canalha (biltre,patife, gentalha);
carinha (um) (moeda de prata de 500 réis, ou cinco tostões);
carunfa (traição);
carunfeiro (traiçoeiro);
celitro (decilitro, de vinho);
centopeia (mulher feia, de aspeto repelente);
cépios (vd. sépios);
charuto (pé de cabra, ferro para forçar fechaduras);
chata gorda (carteira bem recheada);
cheta (um vintém, 20 réis; 5 chetas equivalia a 1 tostão ou 100 réis);
cocheiro (jogador de pau);
comadre (mexeriqueira);
conquista (namoro, namorada),
cortado (vinho com soda);
cortiço (casebre);
cri-cri (?):
c'roa (dois mil, ou mal...réis);
cunfia (confiança);
cuté (casa ou quarto para encontros amorosos, ou para refúgio temporário)

dar os bons dias (ser o mais valente);
data (grande porção de alguma coisa, por ex, "camolete");
deixar espalhado (matar);
desarmado (teso, sem dinheiro, sem recursos);
direitinho (pessoa honrada e honesta);
duques (?):

elas (batatas, "iscas com elas");
embigo (baixo ventre);
encadernador (cangalheiro, agente funerário, gato pingado)
ensaio de galheta (ar de bofetadas);
entalada (uma isca metida num quarto de pão);
entortar (embriegar,mas também tornar pior);
envinagrado [embrigado, mas também mal disposto, zangado, azedo, (GUS)];
esfola (penhorista(;
esgueirar-se (fugir);
espiche (do inglês, "speech") (discurso, elogio, brinde, mas também hospital);
espinha (navalha);
estafar (matar, dar cabo, gastar de maneira perdulária);
estampa (bofetada);
estar a dormir (roncar);
estar no pinho (não ter amante);
estarim (cadeia, prisão);
ético ("estar ético", sem dinheiro);

fadista (homem vadio, brigão, desordeiro;mas também ulher que se entrega à prostituição);
faduncho (fado mal cantada, com má letra e música):
farol, faroleiro (indivíduo que joga por conta da banca, na casa de jogos);
fazer joginho (bater);
filhoses (notas de banco);
flaquibaque (estalada);
fole das migas (barriga);
francês (indivíduo enganador, desleal); 
fuça (cara);
fuças, ir às  (esbofetear, bater);
futrica [designação dada, entre os estudantes de Coimbra, a quem não é estudante; mas também futre, pessoa desprezível, (GUS)];

gabinardo (gabão, casacão, capote, gabardine):
gadunhas (mãos);
gaja, gajona (maneira depreciativa de referir uma mulher);
galdinas, galdras (calças);
galego (indivíduo grosseiro);~
galfarro (comilão, vadio, mas também agente da polícia)
galfo (fidalgo);
galopim (moço de recados, vadio, garoto, trampolineiro);
gamote  [reunião… mas também, grupo e rapazes, ou elementos do mesmo bando, (GUS)];
garonga (?);
gato pingado (agente funerário)
gentaça, gentalha, gentinha,gentuca (ralé, gente ordinária);
giga (vender em; arriar a) [discutir usando linguagem e modos grosseiros; insultar, gritando e gesticulando, arriar a canastra, (GUS)]
gimbrar
[viver à custa da amante, chular) (AP)];
grudar (convir, ser aceitável ou razoável);
guitarra (barriga);
guitarra pela cabeça abaixo, enfiar uma ( fazer uma gravata);

horas mortas (altas horas da noite);
hortas (retiros, tabernas nos campos, nos arredores de  Lisboa; começavam logo em Benfica);

isca [ pergunta capciosa, feita como objetivo de obter a resposta já esperada ou uma mais conveniente, (AP)]: 
iscas com elas (iscas com batatas);

juntas (pernas);
juiz do Bairro Alto (Deus);

labita (fraque);
laia (prata, dinheiro; mas também espéceie, casta: gente da mesma laia);
lárpios (ladrões);
libra (4500 réis);

má rês (pessoa velhaca, de mau carater, de maus instintos);
marafona (mejera, mulher ruim, mal-vestida, também rameira);
mariola (patife);
mastro (pénis);
meia-lata (meio litro de vinho);
meia-unha (meio tostão);
meio-caiado (água com café):
meio-curto (copo mal cheio, com café, vinho, canela e açucar);
místico (?);
moca (pénis, mas também cacete, asneira);
modista (taberna);
mondonga (mulher suja e desmaselada);
morraça (vinho ordinário, bebida reles);
mulato (café com leite);

nadar (justificar-se);
naifa (navalha);
naifada (navalhada);

orchata (azar ao jogo);
orchatado (?);
ourelo (cuidado, cautela);

pai de vida, pai da vida! [exclamação, "o que para aqui vai!", (GUS)];
painço, milho (dinheiro);
paivante (cigarro);
palhetas (botas, sapatos);
panaça (marido que tem medo da mulher);
passar as palhetas (esgueirar-se, esquivar-e);
pescoço (altivez, arrogância, soberba);
piela (bebedeira);
pingado (ligeiramente embriagado ou etilizado);
pingar-se (embededar-se);
pitorra(cabeça);

quarto de bife ou quarto de dose (um meio bife custava 140 réis ou sete vinténs; um quarto custava metade; retexto para se beber nais um copo);
queijada (a quantia que o chulo recebe da amante, mas também gorjeta ou gratificação);

rapioca (regabofe, pândega, paródia);
rascoa 
"mulher da vida", prostituta; era duplamente exploradas: pelos chulos (rufiões, que nem todos eram fadistas, vivendo do pequeno crime) e pelas "patroas", as donas das casas ("cobravam, em geral, quinze tostões a dois mil réis por dia por cada casa"; (...) "uma exploração ignóbil de que as infelizes eram vítimas, pois que, na maior parte dos dias, não ganhavam nem para o petróleo, como elas próprias diziam" (Avelino de Sousa, 1944, pág. 192)];
requineta (fraque);
retanha (gazua, ferro de abrir fechaduras);
roda,rodinha (um tostão, duas rodas, dois tostões ou dois-tões);
rodilha (gravata, mas também pessoa servil e bajuladora(
rouxinol (apito);

sanha (bofetada);
sardinha, sarda (navalha);
se m'entende (cemitério);
sépios (chapéus altos);
serviço [mulher fácil, ou criada com que se traz namoro, (GAS) ];
sino grande (copo de vinho dos grandes);
soldado de calça branca (cigarro);
suquir [ bater; mas também comer, furtar (GAS) ];

tabuleta (cara, fuça);
tingar (fugir, desaparecer);
tostão (100 réis, 5 chetas ou 5 vinténs);
toudas (sopapo);
trolha (pancadaria: andar à trolha; mas também servente de pedreiro);
trompázio na fuça (soco na cara);
trovas a atirar (cantigas que encerravam uma provocação, dando origem por vezes a conflitos);
tusto (tostão);

vintém (20 réis);
viúva (garrafa preta da taberna);
viúva, filhos da (copos)

urdimaças (mexeriqueira)

zaragata (pancadaria, desordem);

Abreviaturas - A recolha, feita do nosso editor LG, baseia-se sobretudo em Guilherme Augusto Simões (GAS) (que por sua vez tem uma bibliografia extensa, com cento e tal autores)... O Alberto Bessa (AB) é uma fonte obrigatória... E, pontualmente, recorremos também ao Afonso Praça (AP). Para um ou outro vocábulo não conseguimos encontrar o significado: por exemplo, camolete, duques, místico, orchatado... 

Mas este é um glossário aberto... Esperamos que os nossos leitores possam também dar os contributos do seu(s) saber(es), alargando o nosso campo  de cohecimentos ao calão do Porto (Bairro da Sé), e ao nosso calão militar (ou de caserna).

____________

Nota do editor:

Último poste da série > 20 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24866: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (22): mais quatro fados com letras em calão do fadista ou faia de antigamente
Vd. também:

17 de novembro de 2023 Guiné 61/74 - P24858: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (20): O calão do Bairro Alto em finais do séc. XIX, algum do qual chegou à nossa caserna...

11 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24840: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (19): O Bairro Alto... de finais do séc. XIX, mal afamado durante muitas décadas, e hoje gentrificado...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5536: O Meu Natal no Mato (29): Sorrisos de Natal há 40 anos em Canjadude (José Corceiro, CCAÇ 5 - Gatos Pretos, 1969/71)
















Guiné  Zona Leste > Região de Gabu > Canjude (vd. carta de Cabuca) > CCAÇ 5 (Gatos Pretos) (1969/71) > População local: filhos provavelmente de militares, guineenses,  da CCAÇ 5 (uma unidade de recrutamento local), enquadrada por militares metropolitanos, de rendição individual, como o José Martis (Fur Mil Trms, 1968/70), o José Corceiro (1º Cabo Trms, 1969/71), o João Carvalho (Fur Mil Enf, 1972/74)... Um dos capitães da companhia foi o Pacífico dos Reis, de  quem aqui já publicámos alguns textos, por mão do José Martins.

Fotos:  © José Corceiro (2009). Direitos reservados


1. Mensagem do José Corceiro, ex-1º Cabo, CCAÇ 5 - Gatos Pretos, Canjadude (1969/71) (*):


Natal, festa de excelência do mundo cristão. Festa da família, do amor, da paz, da união, das prendas e lembranças, da solidariedade, dos abraços, dos sorrisos, da confraternização, da luz e da esperança.

Façamos da vida um Natal permanente… Basta por vezes um olhar mais atento e carinhoso, um sorriso mais leal e consolador, um toque de conforto e tranquilidade, uma palavra de paz e esperança, uma doação do pouco que não nos faz falta, uma ajuda que para nós nada representa. Isto é Natal.

Quem não lembra os Natais da sua meninice?! Oh, que imensa saudade, eu tenho desses Natais, quando, na mais pura e cândida inocência, acreditava no Pai Natal, e ao acordar de manhã, corria para a chaminé, na esperança de que não se tivessem esquecido de mim. Oh! Quão feliz eu ficava ao ver as minhas botas cheias de prendas.

Coisas simples, uma moedinha dois ou cinco tostões, uma laranja, um chocolate, uns rebuçados, umas galhetas, um par de meias, umas luvas e camisola de lã, feitas pelas mãos mágicas da minha ditosa Mãe. Eu tentava esboçar uma desconfiança e dizia:
-Não foi a mãe que fez esta camisola?

Ela, no seu tom terno e doce, com um sorriso franco e acolhedor, respondia:
- Ai…! pois fui lá agora eu!

Eu fechava os olhos e continuava a sonhar e a acreditar. Como eu era feliz nesses tempos?! Não desejava o que não conhecia. Fui cresci e, sem que me apercebesse, a inocência foi-se desvanecendo e as desilusões e amarguras da vida, sem pedirem licença, foram-se instalando e manifestaram-se, deixando as suas marcas, mas eu continuo a sonhar, a crescer e aprender, tenho esperança.

Lembro com saudade e nostalgia os Natais da minha adolescência, Natais, simples, sem ostentação, onde não faltava o calor humano o conforto da família. Havia farturas de filhoses, rabanadas, arroz doce, aletria, bolos de abóbora, o bacalhau cozido com couves que, particularmente, nesta noite era uma delícia, era a ceia de consoada. Mimos feitos com tanto carinho e dedicação porque em casa o Natal era devoção, família, partilha e alegria.

Havia o calor da lareira envolvente e acolhedor, os sinos do campanário da minha aldeia tocavam ecoando os seus trinados por toda a povoação a convidar à união e oração. Lembro, as palavras amigas dos vizinhos e amigos a dizer "Natal Feliz", o frio, a neve, o presépio coberto de musgos serpenteado de veredas e carreiros, por onde se movimentavam as figurinhas de barro que iam adorar e levar prendas ao Deus Menino, o madeiro (cepo) a arder no adro para aquecer o Menino Jesus que toda a aldeia em fila ordenada ia beijar e adorar dentro da igreja da minha terra. Faltando o gesto de beijar o menino, o Natal perdia o encanto e magia. Havia harmonia, prendas, alegria, era NATAL, abraço de família.

Há três Natais que recordo com muita tristeza e melancolia:

(i) O Natal de 2007, difícil pelo sofrimento e abundância de saudades e dor, porque me faltou a prenda mais desejada, a minha Querida MÃE, que uns dias antes quis partir; faltaram todos os mimos e iguarias que minha mãe, diligentemente, com simplicidade e carinho, confeccionava; até os toques do sino da aldeia foram ruído para os meus ouvidos;

(ii) O Natal de 1969 e 1970 passados em Canjadude, Guiné, onde tive muitas saudades e tristeza: foi muito difícil...

Faltou-me a envolvência da minha família, faltaram-me as iguarias que a minha mãe tão terna fazia, faltou-me o calor da lareira acolhedor e consolador, faltou-me o som melodioso do repenicar dos sinos da minha aldeia, faltou o frio, a neve e o agasalho, o presépio, faltou o madeiro a arder no adro, faltaram-me os carinhos e afectos de mãos tão prendadas, assim para mim não era Natal.

Havia muito calor, muita insegurança, muita distância do lugar onde eu tinha nascido e onde tinha aprendido a gostar do Natal. Recusava-me a aceitar assim o Natal. Faltava a paz e os meus braços, não eram suficientemente grandes, para poder abraçar família militar tão numerosa:

Caps: Pacífico dos Reis, Ferreira Oliveira, Gaspar Guerra, Silveira Costeira;

Alfs: Gomes, Martins, Melo, Neves, Luís, Afonso de Sousa, Varela, Gago, Sousa, Silva;

Sargs: Paulino, Santos Rodrigues, Farinha, Cipriano (enfermeiro, a luta ceifou-lhe a vida);

Fur: José Martins, Antunes, Caldeira, Borges, Sá, Germano, Albino, Alves, Ramos, Moreira, Cardoso, Mário, Oliveira, Felizardo, Agostinho, Pena, João Purrinhas (perdeu a vida mina anti-carro entre Canjadude e Nova Lamego), Silva, Caetano, Laminhas, Costa, Carvalho, Gil, Gonçalves, Rito;

Cabos : Dionísio, (que eu substitui), Alex, Loupa, Carvalho, Rogério, Silva Trans., Silva, José Carlos Freitas(jogador do V. Guimarães), Graça, Cóias, Pinto, Faria Trans., Faria, Lúcio, Gaspar, Esteireiro, Nora, Viriato, Costa (cripto), Dinis (perdeu a vida mina nati-carro entre Canjadude e Nova Lamego) António Manuel, Ferro, Alves, Dias, Ramos, Vieira, Fernandes, Sado, Leitão, Monteiro, Marques, Pedro, Domingos, Gomes, Anjos, Mendes, Luís, Malhada, (foi no mesmo dia que eu fui para a companhia), Morais, Gonçalves, Almeida, Costa, Santos, Seabra, Montóia(jogador do Leixões), Lima, Mendes, Moura, Azevedo, Oliveira, Verissimo, Carmo, Fernandes, Rodrigues, Augusto, Romano, Pimenta, Zé (condutor), Magalhães, Sebastião, Morais, Leite, Leitão, Zé Batachão, Vergílio (condutor), Jorge (condutor), Fidalgo, Saldanha, Salazar;

Solds: Mané, Sanjo, Baba, Cholé (alfaiate);

1º Pelotão: Saliu, 70, Mama, Bojel, Pira, Malan, Lidi, Jamanca, Banamo, Mamadu Baldé;

2º Pelotão: Fali Baldé, Milício, Mamasaliu;

3º Pelotão: Samba, Felupe, Ussamané, Braíma, Sájo, Carpala, Mussá, Lourenço, Ossamané Bupiro, Ossamané Buaró, Carfala;

4º Pelotão: Paté Imbaló, Meta, Totala, Sajuma, Mamadú, Braíma, Canta, Canja, Mamadú Baldé, Malan;

Comandos: João Ceide (extremamente dedicado e seguro), Lunta, Gibril, Mamadú;

Outros militares que não sei em que pelotão estavam: Saju (padeiro), Opa, Baba (limpeza de armas), Samba Sisé (mecânico), Baba Gali (cozinheiro), Alin Combaco, Baba (cozinheiro), 615 (morteiro), Primo (morteiro), 416, Mamada Jamanca, Malan Jamanca, Ada Macundé, Banamu Ceide, Tijane, Manga, 819, Sucaro Nhoqué, Fali, Mama Salu Dambu, 348/63, Bané, Costa Pereira, Tripa (quem não se lembra dele), Benfica, Samba, Paté, Sané Mané, Bacar Baldé, Demba Baldé, Mamadu Alain Sané, Aruna, Mili, Mamadu Fati, Mili Braima Sané, Mili Braima Mané, Mili Candy, Adulo Baldé, Diaja.

E quem pode esquecer os miúdos da Companhia, acho que nem família tinham, eram como que mascotes, o Júlio que aprendia mecânica o Binta, o Mamassal(Marchal) que era o moço dos recados.

De Certeza que muitos foram esquecidos, sobretudo nativos, não foi por menos consideração ou estima, a outros poderei ter trocado o posto, mas o mesmo respeito, é natural que em nomes haja erros ortográficos, pois foram registos que eu fiz na época, sem recurso a documentação, só por audição.

Nos 25 meses que estive em Canjadude, fizeram parte da CCaç 5, todos estes militares, era de rendição individual, ainda que os militares nativos fossem, praticamente, sempre os mesmos. Esta foi a grande família GATOS PRETOS, do meu tempo, porque há mais, (eu estive entre Junho 1969 a Julho 1971) estivemos todos no mesmo palco, irmanados pela mesma causa.

Para todos um ABRAÇO de NATAL. Feliz Natal a todos.

José Corceiro

P.S. - Caso publiquem as fotos o titulo pode ser: SORRISOS DE NATAL HÁ QUARENTA ANOS EM CANJADUDE, GUINÉ

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste anterior, 25 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5535: Tabanca Grande (196): José Corceiro, ex-1º Cabo Trms, CCAÇ 5 (Gatos Pretos) (Canjadude, 1969/71)

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15638: Blogues da nossa blogosfera (73): No Blogue "Portugal e o Passado", A Agonia do Império, de Fernando Valente (Magro)



1. Publicamos hoje mais um texto do nosso camarada Fernando Valente (Magro) (ex-Cap Mil Art.ª do BENG 447, Bissau, 1970/72), intitulado A Agonia do Império, enviado pelo seu irmão Abílio Magro em mensagem de 8 de Dezembro de 2015, que podemos ler, além de outros, no seu Blogue "Portugal e o Passado".


A Agonia do Império

Texto publicado por Fernando Magro no seu blog "Portugal e o Passado"

O Império Colonial Português abrangia em 1960 uma superfície total de 2.031.935 Km2, correspondendo à soma das superfícies dos seguintes países europeus: Portugal Continental, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Suíça, Alemanha e Inglaterra. Em área Portugal ocupava em 1960 o quarto lugar do mundo entre os impérios coloniais nessa altura. Os territórios que estavam sobre o domínio de Portugal eram, além do rectângulo europeu e das ilhas adjacentes da Madeira e dos Açores, o arquipélago de Cabo Verde, a Guiné, São Tomé e Príncipe, São João Baptista de Ajudá, Angola, Moçambique, Estado da Índia (composto por Goa, Damão e Diu), Macau (na China) e Timor (na Indonésia).

A partir porém de 1960 este vasto Império começa a desmoronar-se, devido a movimentos armados dos respectivos povos.
A primeira perda foi a de São João Baptista de Ajudá, uma presença simbólica portuguesa na costa do Daomé, uma vez que era praticamente constituída por uma fortaleza e um pequeno território a envolvê-la.

A 17 de Dezembro de 1961 a União Indiana ocupa militarmente o Estado Português da Índia e anexa Goa, Damão e Diu ao seu território. Nesse mesmo ano, em Angola é iniciada uma guerra de guerrilhas contra a nossa permanência naquela área de África, guerra que se estende rapidamente em 1962 à Guiné e em 1963 a Moçambique.

Essa guerra, em três frentes, tornar-se-á longa obrigando a um grande esforço material e humano, com sacrifício de várias gerações de jovens soldados, enquadrados por sargentos e oficiais do quadro permanente e do quadro de complemento (milicianos).

No caso da minha família (Valente Magro) todos os meus cinco irmãos e eu próprio fomos chamados a prestar serviço militar obrigatório e todos fomos mobilizados: um para Moçambique, como alferes miliciano, dois para Angola sendo um deles no posto de furriel e o outro como cabo especialista da Força Aérea e três para a Guiné, sendo eu, o mais velho, como capitão miliciano, o mais novo como furriel e o imediatamente a seguir ao mais novo como primeiro-cabo auxiliar de enfermeiro.

No meu caso particular fui duas vezes incorporado obrigatoriamente na vida militar. Em 1959 iniciei o cumprimento da minha primeira obrigação militar na escola prática de artilharia em Vendas Novas como cadete, tendo acabado como aspirante oficial miliciano no Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 3, em Paramos, Espinho. Somente regressei à vida civil em Fevereiro de 1960 como alferes miliciano, tendo sido promovido mais tarde a tenente miliciano na disponibilidade.

Estive nas fileiras do exército nessa primeira fase durante vinte meses. Depois disso entrei ao serviço do Ministério das Obras Públicas como engenheiro técnico, casei e nasceu o meu filho Fernando Manuel em 1961, precisamente no ano da invasão e anexação pelas tropas da União Indiana das possessões de Goa, Damâo e Diu.

Também em 1961 teve início a guerra colonial de Angola, que se estendeu rapidamente à Guiné e a Moçambique como já referi anteriormente.

Na altura, em 1961, ainda receei ser mobilizado como alferes [tenente], mas tal não se verificou. Mas em 1968, passados sete anos, tive conhecimento que, por haver muita falta de comandantes de companhia (capitães) o governo estava incorporando os tenentes milicianos na disponibilidade a fim de frequentarem obrigatoriamente um curso de promoção a capitães, tendo em vista a sua mobilização, nesse posto, para as guerras coloniais em África.

O aviso para me apresentar em Mafra a fim de frequentar o referido curso de promoção a capitão chegou-me a vinte e oito de Fevereiro de 1969. Em Março desse mesmo ano fui pela segunda vez incorporado no exército e só passei à disponibilidade em trinta de Junho de 1972, isto é, passados quarenta messes. Como na minha primeira incorporação tinha estado vinte meses ao serviço do exército, com esta segunda incorporação perfiz sessenta meses, isto é cinco anos de vida militar obrigatória.

Vida militar que na segunda fase compreendeu uma comissão na Guiné de 10 de Abril de 1970 a 30 de Junho de 1972. Essa comissão que inicialmente estava para a ser cumprida comandando uma companhia operacional no mato, acabou por ser levada a efeito no Batalhão de Engenharia 447, em Bissau por intervenção do Governador e Comandante-Chefe da Guiné, General Spínola, que decidiu colocar-me no referido batalhão de engenharia aproveitando a minha formação civil.

Aí chefiei os Serviços de Reordenamentos Populacionais. Tratava-se de um serviço dirigido por militares que era essencialmente destinado às populações civis. Tinha em vista proceder ao agrupamento de diversas pequenas "tabancas"(*) com o fim de constituir aldeamentos médios onde fosse rentável dotá-los com algumas infraestruturas tais como escolas, postos sanitários, fontanários, tanques de lavar, cercados para o gado, mesquitas ou capelas.
Além disso tinha-se também em vista, com a execução dos reordenamentos, a defesa e o controle das populações.

A minha actividade não estava por isso circunscrita à cidade de Bissau. Tinha por vezes que me deslocar ao interior do território para resolver localmente problemas que surgiam durante as obras dos reordenamentos populacionais. Fiz, por isso, algumas viagens para o interior da Guiné em helicóptero ou em avião militar (Dornier). Essas viagens tinham alguns riscos devido aos independentistas, a certa altura, se terem apetrechado com mísseis terra-ar e devido aos tornados que por vezes se formavam e que eram perigosos principalmente para as pequenas aeronaves.

Durante a minha estadia na Guiné ocorreu um acidente justamente com um helicóptero que transportava cinco deputados da Assembleia Nacional e que um tornado fez despenhar no rio Mansoa tendo morrido todos os seus ocupantes.
Comigo as deslocações ao interior da Guiné correram sempre sem perigo, mas para outros militares não foi sempre assim.

O Batalhão de Engenharia 447 tinha como funções dar apoio às tropas aquarteladas na Guiné no âmbito de garantir o regular funcionamento dos quartéis, promover o fornecimento de geradores eléctricos, orientar e apoiar as obras de reordenamentos populacionais, fornecer material de manutenção, construir estradas, pontes e portos de atracagem, quartéis e abrigos subterrâneos, etc. Muitos elementos do BENG 447 tinham de se deslocar ao mato frequentemente em colunas por via terrestre e alguns correram grandes riscos como podemos constatar pelo relato trágico que o Furriel Miliciano de Engenharia Pedro Manuel Santos fez no livro "A Engenharia Militar na Guiné" (no qual também colaborei) quando descreve uma emboscada que sofreu uma coluna de dez viaturas, em que ele mesmo seguia, da seguinte forma:

"No dia 22 de Março de 1974 quando regressava de Piche para Nova Lamego, em coluna militar, e após termos percorrido cerca de dez quilómetros entre Benten e Cambajá, cerca das 8:30 horas, sofremos uma emboscada de grande violência.

O PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) tinha colocado à beira da estrada cerca de 110 abrigos e outra grande quantidade de guerrilheiros em cima de mangueiros. O número de guerrilheiros estimou-se entre duzentos e duzentos e cinquenta elementos...

A nossa coluna militar era constituída por dez viaturas, sendo duas chaimites, uma white, três berliets e quatro unimogs.

Quando deflagrou a emboscada as duas chaimites da frente foram as primeiras a ser atacadas com RPGês bem como uma white e um unimog.

A primeira chaimite onde ia o Capitão Luz Afonso passou e saiu da estrada protegendo-se no mato no lado oposto ao dos guerrilheiros tendo sido ainda atingida por um rocket de raspão. A segunda chaimite, onde ia eu, apanhou uma rocketada à frente, bem como no lugar onde ia o condutor e o Furriel Soares que a comandava. Perfurou o blindado e cortou as pernas aos dois referidos camaradas que começaram a gritar por ajuda.

O Cabo Augusto Graça que ia na metralhadora, com uma enorme frieza dispara durante algum tempo até que a velha máquina se encravou. Durante uns minutos, que me pareceram anos, a chaimite começou a arder pela frente e as chamas envolveram os companheiros que tinham sido atingidos pela rocketada e que já estavam sem pernas.

Lembro-me de olhar nos olhos o Furriel Soares, que comandava a chaimite, e que me pediu para o não deixar morrer ali.

Por segundos tentei pegar num deles mas a viatura já se encontrava com um nível de calor muito elevado e o perigo de ficarmos todos lá dentro era iminente.

O Cabo Atirador Augusto Graça apenas teve tempo de abrir metade da escotilha do blindado e gritar para fugirmos. Já não pude fazer mais nada. Tive de abandonar o blindado.

Saí eu, o Capitão Miliciano Fernando e o Cabo Augusto Graça. Corri cerca de cem metros e logo atrás de mim um guerrilheiro do PAIGC tentou agarrar-me à mão. De imediato os depósitos da chaimite rebentaram e deu-se uma enorme explosão.

Ainda me lembro de ouvir as balas e as granadas que estavam dentro do blindado a rebentar e os últimos gritos dos meus dois camaradas!

Nesse momento o guerrilheiro que correu atrás de mim, em volta de um enorme morro de formigas "baga baga", desistiu, presumo que assustado pela enorme explosão da chaimite e consegui despistá-lo fugindo para o mato. A minha G3 tinha ficado no blindado.

Dentro do mato encontrei o Capitão Fernando... ele trazia uma pistola Walter e disse-me: esta pistola é para nos suicidarmos se formos agarrados à mão!

A partir de aí perdi por completo a memória, não sei por onde andei nem durante quanto tempo, mas dizem-me que foi por um dia inteiro. Tenho uma vaga ideia de ir ter sozinho à estrada e encontrar o Furriel Fidalgo que fazia segurança ao material queimado. Senti o cheiro de carne humana queimada que saía da minha chaimite e que até hoje nunca mais me saiu do nariz.

Levaram-me para Piche onde o nosso Capitão Luz Afonso já se encontrava à espera de transporte para Bissau. Segui, depois, para Nova Lamego onde fui tratado a uma perna que ficou ferida ao sair por metade da escotilha da chaimite. Fui depois evacuado para o Hospital Militar de Bissau...

A minha arma foi entregue mais tarde no BENG 447 apenas com a parte de ferro crivada das balas que rebentaram dentro da chaimite.

O Furriel Fidalgo disse-me que quando apareci do mato e o encontrei junto à estrada só gritava para ele: "Foge que vem aí os amarelos!" (referindo-me aos fardamentos do guerrilheiros do PAIGC) e que estava completamente baralhado da cabeça. Chamaram-me o "morto-vivo" por ter sido dado como morto e depois aparecer com vida.

Nesta emboscada tivemos seis mortos, dezasseis feridos muito graves e três feridos ligeiros. Tenho na memória alguns camaradas a respirar pelas costas e já sem vida. Alguns completamente desfeitos. Outros a serem tratados com garrotes.

Quando regressei à metrópole para junto da minha família... senti-me completamente abandonado e entregue a mim próprio. Ninguém me perguntou se estava bem ou mal, se precisava ou não de qualquer tipo de ajuda. Tinha de recomeçar a minha vida...

Hoje, passados quarenta anos, acho imprescindível este desabafo para que alguém com poderes para isso não deixe que a história se repita neste capítulo. Esta é apenas uma história entre outras que em dois anos sucederam e que não gosto de contar mas entendo que a devia escrever. A todos os ex-combatentes ainda vivos deixo uma palavra de coragem para acabarmos os dias que nos falta viver.

As gerações vindouras que não esqueçam a brutalidade a que o Governo de então submeteu os jovens da nossa geração. Quando se fala de ex-combatentes deve tributar-se o respeito que eles merecem pois marcaram e fazem parte de uma página da história que, em nome da Pátria, foram obrigados a cumprir e muitos a darem, inclusive, a sua própria vida."

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Notas do editor

- Sublinhado da responsabilidade do editor

- Nesta emboscada morreram 2 Soldados e 2 Furriéis do Esq Rec Fox 8840, 1 Soldaddo da CCAÇ 21 e 1 Soldado do 12.º Pel Art

Último poste da série de 18 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15631: Blogues da nossa blogosfera (72): Uma aventura em África: em 14 de novembro de 1980, eu estava em Bissau... Depois do jantar, no Hotel 24 de Setembro, fui surpreendido pelo golpe de Estado do 'Nino' Vieira (Francisco George, antigo represente da OMS - Organização Mundial da Saúde na Guiné-Bissau)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10284: Meu pai, meu velho, meu camarada (31): Expedicionários em Cabo Verde, mortos entre 1903 e 1946 e inumados nas ilhas de São Vicente e Sal (Lia Medina / José Martins)





Mapa do arquipélago de Cabo Verde, s/d. Reproduzido, com a devida vénia, do sítio Momentos de História > Cabo Verde 1914-1918, da autoria de Carlos Lopes Alves, que cita João de Almeida ("O Porto grande de S. Vicente de Cabo Verde", 2ª ed., Lisboa, Editorial Império Lda, 1938, pp. 7-8:

(...) Na época a maior parte dos navios utilizavam carvão como combustível, o Porto de São Vicente tornou-se num dos principais depósitos de hulha negra do Atlântico Sul. Um outro factor que colocava Cabo Verde como um ponto estratégico do Atlântico Sul era o "cabo submarino", na realidade nove cabos, que se encontrava amarrado à Ilha de São Vicente, junto à localidade Mindelo, que era a base das comunicações intercontinentais do Hemisfério Sul. Tanto o depósito de carvão como o cabo submarino eram pertença de firmas inglesas que aí se tinham estabelecido.

"Portugal tinha como triângulo estratégico das bases militares navais Lisboa-Açores-Cabo Verde, que dominavam as comunicações de todo o Atlântico. Em 1911 foram efectuados estudos para a defesa militar de Cabo Verde e em particular para a criação de uma base militar e naval na Ilha de São Vicente, sobre o Porto Grande" (...).





Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > Cemitério de Mindelo > 1943 > Foto do álbum de Lu+is Henriques (1920-2012), ex-1º Cabo nº 188/41 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5. Esteve em Cabo Verde, no Lazareto, na Ilha de São Vicente, entre 1941/43.

Legenda no verso da foto: "Justa homenagem àqueles que dormem o sono eterno na terra fria. Companheiros de expedição os quais Deus chamou ao Juízo Final. Pessoal da A[nti] Aérea depois das cerimónias desfila fazendo continência às sepulturas dos companheiros. Oferecido pelo meu amigo Boaventura no dia 17-8-1943, dia em que fiquei livre da junta (hospitalar). Luís Henriques".


Foto: © Luís Graça (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



1. Lista de militares falecidos durante o serviço prestado em Cabo Verde, desde 1903. Pesquisa no Arquivo do Registo Civil de S. Vicente pela Drª Lia Cordeiro Lima Medina, nossa grã-tabanqueira, professora universitária, filha de mãe portuguesa e de pai caboverdiano. Listagem cedida pela Liga dos Combatentes, no âmbito da Conservação das Memórias. Elementos recolhidos pelo nosso infatigável e dedicado colaborador permanente José Martins.



1.1. INÍCIO DO SÉCULO ATÉ AO FINAL DA I GRANDE GUERRA, ENTRE 1903 E 1918  (n=25)

1903-1909 (n=6)


JOSÉ PEREIRA - Soldado nº 56 da Companhia de Infantaria da Guiné Portuguesa, idade, naturalidade e filiação não referidas, faleceu de morte natural em 8 de Janeiro de 1903. 

ANTÓNIO MARIA - Soldado nº 67 da Guarnição da Guiné, de 18 anos, solteiro, natural de Lisboa, filho de José Henriques, faleceu de morte natural, no hospital, em 2 de Março de 1903. 

ANTÓNIO MANUEL DO AMARAL - 2º Sargento da Guarnição da Guiné, de 40 anos, solteiro, filho de Francisco António, faleceu de morte natural, no hospital, em 18 de Abril de 1907. 

JOAQUIM DO ROSÁRIO CARDOSO - Soldado do Depósito de Praças Adidas da Guiné Portuguesa, de 20 anos, solteiro, natural da Metrópole, filho de João Francisco Cardoso, faleceu de morte natural em 14 de Outubro de 1908. 

JOSÉ DA CRUZ - Soldado do Depósito de Praças da Guiné, de 24 anos, casado, natural da freguesia de São Sebastião, Lisboa, filho de António da Cruz, faleceu de morte natural em 18 de Outubro de 1908. 

MANUEL DE JESUS PEREIRA - Soldado do Depósito de Praças Adidas da Guiné, de 20 anos, solteiro, natural de Trás–os-Montes, filho de Francisco Augusto Pereira, faleceu de morte natural em 25 de Julho de 1909. 

1917-1918 (n=19)

ANASTÁCIO - Soldado nº 93 da 9ª Companhia de Infantaria [do Regimento de Infantaria nº 24,  Aveiro ?], de 22 anos, natural de Pondilho [, possivelmente Pardilhó, Estarreja], filho de Joaquim Rachado e Maria Luiza, faleceu de causa não referida em 17 de Janeiro de 1917.

ANTÓNIO RODRIGUES SACRAMENTO - Soldado nº 317 da 11ª Companhia de Infantaria  [do Regimento de Infantaria nº 23,  Coimbra ?], de 24 anos, natural de Coimbra, filho da Leonor Roza, morreu de causa não referida em 24 de Novembro de 1917. Registo nº 448 do Livro 8. 

ANTÓNIO JOSÉ ALVES - Soldado nº 631 da 10ª Companhia de Infantaria  [do Regimento de Infantaria nº 29,  Braga ?], filho de Manuel João Alves e Rosa de Araújo, natural de Valdevez, não refere a causa e data de falecimento. Registo nº 289, do Livro 9 página 138. 

JOSÉ DE JESUS COELHO - Marinheiro da Armada, tripulante da Canhoneira Beira, idade não referida, casado, natural de Tavira, filho de Francisco José Coelho e Maria da Conceição, faleceu de causa não referida em 7 de Outubro de 1918. Registo nº 416, Livro 10 página 22. 

JOSÉ JOAQUIM GRAÇA - Marinheiro da Armada, tripulante da Canhoneira Beira, de 20 anos, natural da freguesia de Santa Maria, Lagos, filho de Joaquim da Costa Graça, faleceu em 10 de Outubro de 1918. Registo nº 443, Livro 10. 

ALBERTO AUGUSTO MELO - 2º Artilheiro nº 5271 da Canhoneira Beira, de 25 anos, natural da freguesia de Santa Catarina, Lisboa, filho de Samuel Gomes de Melo e Carolina Augusta da Silva, faleceu a 11 de Outubro de 1918. 

CÂNDIDO ANTÓNIO RAMOS - 2º Artilheiro da Canhoneira Beira, de 21 anos, natural da freguesia de São Sebastião, Setubal, filho de António Ramos e Maria José, faleceu em 12 de Outubro de 1918. Registo nº 506 do Livro 10. 

ANTÓNIO FORTES - 1º Grumete nº 5487 da Canhoneira Beira, de 20 anos, filho de José António Fortes, faleceu em 13 de Outubro de 1918. Registo nº 514 do Livro 10. 

JOÃO MARIA FRANCO - Posto e unidade não referenciados, de 20 anos, natural da freguesia de Santa Eulália, Elvas, filho de Manuel Maria Franco, faleceu em 15 de Outubro de 1918. 

MARCELO INÁCIO BRANCO - Soldado nº 17 da Companhia de Infantaria [ do Regimento de Infantaria nº 22,  Portalegre ?], nº 22, de 25 anos, natural de Santa Eulália, Elvas, filho de João Santos Baptista Branco e Maria Joana Paulares. Faleceu em 18 de Outubro de 1918. 

ANTÓNIO VENTURA CARDOZO - Soldado nº 6 da 10º Companhia de Infantaria [do RI nº ?], de 27 anos, natural de Elvas, filho de Ventura Manuel Cardozo, não refere a data de falecimento. Registo nº 634 do Livro 10. 

MANUEL DOS REIS CORREIA MODESTO - Tenente, de 58 anos, natural de Albufeira, filho de Francisco Correia Modesto, faleceu em 19 de Outubro de 1918. 

MANUEL JOAQUIM MOREIRA DOS SANTOS - 2º Marinheiro da Armada nº 4371, de 24 anos, natural de Paredes, [distrito do] Porto, filho de Manuel Moreira dos Santos e Ana Brito Ferreira dos Santos, faleceu em 20 de Outubro de 1918. 

GUILHERME PEREIRA ORGANISTA - 1º Grumete da Armada nº 5063, de 23 anos, natural de Vila Nova de Gaia, filho de José Pereira Organista e Maria Rodrigues da Costa, faleceu em 20 de Outubro de 1918.  

JOÃO ALVES - 2º Marinheiro da Armada nº 3655, de 24 anos, natural de Coimbra, filho de António Rodrigues Filipe Alves e Margarida de Jesus Alves, faleceu em 23 de Outubro de 1918. Registo nº 696 do Livro 10, página 162. 

JOSÉ FRANCISCO FARIA - Soldado, sem referencia à unidade, de 25 anos, casado, natural da Metrópole, filho de José Inácio Faria e Catarina da Conceição, faleceu em 24 de Outubro de 1918. Registo nº 696 do Livro 10, página 162. 

LOURENÇO BEIJAME - Artilheiro nº 5704 da Canhoneira Bengo, de 22 anos, natural da freguesia de São Lourenço de Maiorca, Alcobaça, filho de António Beijame e Francisca Maria, não consta a data do falecimento. 

JOÃO BATISTA - Cabo Artilheiro nº 2968 da Canhoneira Beira, de 39 anos, natural de Cortes, concelho de Marcos (?) [ou Macedo ?] de Cavaleiros [ou Marco de Canaveses ?], filho de Manuel António e Libânia dos Santos, faleceu em 30 de Outubro de 1918. Registo nº 733, Livro 10. 

JERÓNIMO BEMVINDO - Alferes de Infantaria, unidade não referida, de 38 anos, casado, natural do Porto, filho de Joaquina Maria Pinto Barroso, faleceu em data não indicada. Registo nº 747 do Livro 10. 




Cemitério do Mindelo, Mindelo, Ilha de São Vicente, Arquipélago de Cabo Verde > Sepulturas de soldados portugueses, expedicionários na ilha entre 1941-1946

Foto da revista 'O Combatente', nº  334 – Dezembro de 2005, reproduzida com a devida vénia. (Editada por L.G.)




1.2 DURANTE O PERIODO DA II GUERRA MUNDIAL, ENTRE 1941 E 1946 (n=40)

1941 (n=9)

JOAQUIM FRANCISCO MARGARIDA - Soldado nº 186-42 da 3ª Companhia do 1º Batalhão do Regimento de Infantaria nº 5 [, Calda da Raínha],  de 21 anos, natural de Caldas da Rainha, filho de José Francisco Margarida e Adelina Maria de Jesus, faleceu de gripe em 13 de Outubro de 1941. 

FRANCISCO CIPRIANO SOUSA JÚNIOR - Soldado, não refere a unidade, de 20 anos, solteiro, natural de Ílhavo, filho de António Cipriano Júnior e Joaquina Martins, faleceu de broncopneumonia em 5 de Dezembro de 1941. Inumado na 4ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

JOSÉ H. FELICIANO - 1º Cabo de Engenharia, falecido em 20 de Outubro de 1941. Nada mais consta do levantamento feito no Registo Civil, Livro 50. Inumado na 1ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

SIDÓNIO PEDRO - Soldado, unidade não referenciada, de 22 anos, natural da freguesia de Vermilhão, filho de Ernesto Pedro e Manuela J. de Carvalho, faleceu de colapso cardíaco em 5 de Dezembro de 1941. Registo consta no Livro 50. Inumado na 3ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

SILVESTRE F. MOTA - Soldado nº 54, unidade, idade, filiação e naturalidade não referidas, faleceu em 6 de Dezembro de 1941. Registo consta no Livro 50. Inumado na 2ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

JANUÁRIO BATATA - Soldado, unidade não referida, de 21 anos, solteiro, natural de Almeirim, filho de Joaquim Batata e Angelina Calado, faleceu de infecção intestinal em 8 de Dezembro de 1941. Registo consta no Livro 50. Inumado na 5ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente. 

HIPÓLITO F. VEIGA - Soldado 23-38, unidade, idade, filiação e naturalidade não referidas, faleceu em 10 de Dezembro de 1941. Registo consta no Livro 50. Inumado na 6ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

JÚLIO GOMES DE CARVALHO - 1º Cabo do Exército, de 21 anos, solteiro, natural de Carvalhal, filho de Júlio Ferreira de Carvalho e Maria da Conceição Dias Torres, faleceu de infecção intestinal em 11 de Dezembro de 1941. Registo consta no Livro 50. Inumado na 7ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.  

VICENTE DE SOUSA JÚNIOR - Posto desconhecido, de 21 anos, natural de Santo Estevão, filho de Vicente de Sousa e Maria José, faleceu de infecção intestinal em 21 de Dezembro de 1941. Registo consta no Livro 50. Inumado na 8ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

1942 (n=14)

DOMINGOS MARQUES COSTA - Posto desconhecido, de 21 anos, natural da freguesia do Lumiar, Lisboa, filho deAntónio da Costa e Maria José, faleceu de infecção intestinal em 19 de Janeiro de 1942. Registo consta no Livro 50. Inumado na 12ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

JOAQUIM FREDERICO FERREIRA - Soldado 408-41 da 2ª Companhia do Regimento de Engenharia, de 21 anos, solteiro, natural da freguesia de Socorro, Lisboa, filho de Joaquim Frederico e Maria Vieira Frederico, faleceu de febre tifoide em 25 de Fevereiro de 1942. O registo consta no Livro 51. 

ANTÓNIO DA SILVA AZEVEDO - 1º Cabo nº 674-40 da 1ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário da Regimento de Infantaria nº 5 [, Caldas da Rainha], de 23 anos, solteiro, natural de Vila do Conde, filho de Emília Rosa de Azevedo, faleceu de trombose da sub-clávia esquerda-toxémia em 6 de Março de 1946. O registo consta no Livro 51. 

JOSÉ RIBEIRO MATEUS - Soldado, unidade não indicada, de 21 anos, solteiro, natural da freguesia de Santa Catarina, Caldas da Raínha, filho de Joaquim Mateus e Teresa Ribeiro, faleceu de compressão do mediastino em 25 de Fevereiro de 1942. O registo consta no Livro 51. 

MANUEL LUCAS - Soldado, unidade não referida, de 21 anos, solteiro, natural da freguesia de Soure [, concelho de Soure], filho de Francisco Ferreira Lucas e Maria de Jesus, faleceu de septicémia em 19 de Fevereiro de 1942. O registo consta no Livro 51. 

JOAQUIM MIGUEL - Soldado, unidade não referida, de 21 anos, natural da freguesia do Carvalhal [, Grãndola ?, Bombarral ?, Sertã ?, Barcelos?...], filho de José Miguel e Maria Rosa, faleceu de ferida perfurante por bala na cabeça em 21 de Fevereiro de 1942 [Possivelmente, suicído]. O registo consta no Livro 51. 

NICOLAU DE LUIZI - Major de infantaria e comandante do BI 15, de 53 anos, casado com D. Amélia da Silva Cyrylio de Luizi, natural de Vila Nova de Portimão, faleceu de septicémia-bronco-pneumonia em 9 de Março de 1942. O registo consta no Livro  51.

RAFAEL DA SILVA - Soldado nº 378-39 da Companhia de Atiradores do 1º Batalhão do Regimento de Infantaria nº 7 [, Leiria], de 24 anos, solteiro, natural de Pombal, filho de João da Silva Júnior e Maria Ferreira, faleceu de febre tifoide e perotonite difusa em 9 de Março de 1942. O registo consta no Livro 51. 

MANUEL CARDOSO - Tenente do Exército, unidade não referida, de 58 anos, viúvo de D. Maria Luisa Esteves Cardoso, natural de Rouças [, Arcos de Valdevez ?], faleceu de cardiorrenal em 30 de Julho de 1942. O registo consta no Livro 52. 

LUIZ VIEIRA JUSTO - 1º Cabo nº 589-40 do 2º Batalhão do Regimento de Infantaria nº 23 [, Coimbra], de 24 anos, natural de Mira de Aire [, concelho de Porto de Mós], filho de Manuel Francisco Justo e Maria dos Anjos Vieira Justo, faleceu de anemia generalizada em data não referida do ano de 1942. O registo consta no Livro 52. 

JOSÉ AUGUSTO PINTO - Soldado nº 71-39 da 6ª Bateria de Grupo de Artilharia Contra Aeronaves nº 1, de 25 anos, solteiro, natural da freguesia de Valença, filho de Vitor Maria Pinto e Ercelinda Teixeira, faleceu de paludismo em 11 de Agosto de 1942 (data sem confirmação). O registo consta no Livro 52. Inumado na 16ª campa de Rua 56, do Cemitério do Mindelo,  Ilha de São Vicente.  

CASIMIRO DE SOUSA TAVARES - Soldado nº 370-41 da 2ª Companhia Expedicionária do Regimento de Engenharia nº 2, de 22 anos, solteiro, natural da freguesia de Pego, concelho de Abrantes, distrito de Santarém, filho de Manuel de Sousa Tavares e Maria da Assunção Correia, faleceu de perfuração do ileo [a terceira e última parte do intestino delgado] por febre tifoide em 22 de Setembrode 1942. O registo consta no Livro 52. 

MÁRIO TAVARES - Soldado nº 94-41 do Batalhão de Telegrafistas adido à 2ª Companhia Expedicionária do Regimento de Engenharia nº 2, de 23 anos, solteiro, filho de Joaquim António Tavares e Delmira da Luz Tavares, faleceu de fractura da base do crâneo e ruptura do baço em 12 de Outubro de 1942. O registo consta no Livro 52. Inumado na 8ª campa de Rua 56, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

JOSÉ JOAQUIM - Soldado nº 135-41 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5 [,Caldas da Rainha], de 22 anos, solteiro, natural de Caldas da Raínha, filho de Joaquim Fructuoso e Cecília Agostinho, faleceu de febre tifoide em 18 de Novembro de 1942. O registo consta no Livro 52. 

1943 (n=12)

ADELINO GOMES PRUDÊNCIO - Soldado nº 897-41 da 6ª Bataeria Expedicionária do Grupo de Artilharia Contra Aeronaves, de 23 solteiro, natural de Sena do Douro, Caldas da Raínha, filho de José Prudência Júnior e Delfina Maria, faleceu de febre tifoide em 13 de Janeiro de 1943. Inumado na 11ª campa de Rua 56, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.  

ANTÓNIO SIMÕES MARTINS - 1º Cabo Miliciano nº 83-41 da 6ª Bateria Expedicionária do Grupo de Artilharia Contra Aeronaves, de 22 anos, solteiro, natural da freguesia de Santa Isabel, Lisboa, faleceu de paludismo em 21 de Janeiro de 1943. Inumado na 12ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

JOAQUIM NUNES - Soldado nº 220-41 da Companhia de Trem do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5 [, Caldas da Rainha], de 22 anos, solteiro, natural da freguesia de S. Tiago, Torres Novas, filho de António Nunes e Maria Lucena, faleceu de paludismo em 8 de Fevereiro de 1943.

OVÍDIO DE DEUS DA SILVA BUÍÇA - 2º Sargento nº 51-42 da Companhia de Comando do 1º Batalhão Expedicionário da Regimento de Infantaria nº 5
 [, Caldas da Rainha], idade não referida, natural de Portalegre, faleceu de ferida perfurante do crâneo, por arma de fogo, em 3 de Abril de 1943 [Possivelmente, suicídio]. Inumado na 14ª campa de Rua 56, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

MANUEL FIDALGO RODRIGUES - Soldado nº 126-40 da 1ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5 [, Caldas da Rainha], de 23 anos, natural de Almeirim, faleceu em data não referida, no ano de 1943. 

JÚLIO ANTÓNIO XAVIER - Soldado nº 746-42 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 11, de 22 anos, solteiro, natural da Trafaria, Almada, filho de Manuel Francisco Xavier e Ermínia dos Anjos, faleceu de febre tifoide em 30 de Outubro de 1943. 

JOÃO ANTÓNIO - 1º Cabo nº 351-42 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 11 [, Setúbal], de 22 anos, solteiro, natural de Alenquer, filho de João António B… (?) e Glória da Conceição, faleceu de insuficiência por miocardite tífica em 6 de Novembro de 1943. 

ALBINO DE SOUSA - Soldado nº 180-41 da Companhia de Acompanhamento Regimental do Regimento de Infantaria nº 23 [, Coimbra], de 23 anos, solteiro, natural do concelho de Paredes, filho de António de Souza e Sofia da Rocha Barbosa, faleceu de febre tifoide em 30 de Novembro de 1943.

ANTÓNIO FRANCISCO - Soldado nº 378-40 do Comando e Trem do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 15, de 24 anos, solteiro, natural do concelho de Oleiros, filho de Manuel Francisco e Joaquina Maris, faleceu de síndrome infeccioso agudo em 30 de Novembro de 1943.

ANTÓNIO NOGUEIRA ROCHA - Furriel Miliciano nº 627-39 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 7 [, Leiria] , de 25 anos, solteiro, natural da freguesia de Boavista, concelho de Paredes, filho de David Ferreira Rocha e Maria Nogueira Freitas, faleceu de colite terminal em 16 de Dezembro de 1943. 


JOSÉ SALDANHA SANTOS COSTA - Aspirante do Serviço de Administração Militar, de 23 anos, casado, natural da freguesia de Monte Pedral, Lisboa, filho de Octávio Ribeiro da Costa e Albertina dos Santos Costa, faleceu de febre tifoide em 22 de Dezembro de 1943.

MIGUEL ANDRADE DE OLIVEIRA - Soldado nº 920-43 do Regimento de Infantaria nº 23 [, Copimbra], idade não referida, solteiro, natural de Montijo, filho de Carlos de Oliveira e Maria Andrade, faleceu de congestão dentro de água em 19 de Agosto de 1943. 


1944-1946 (n=5)

LIBERATO SILVA SOUSA - Soldado nº 256-44 do Regimento de Infantaria nº 23 [, Coimbra]
, de idade ignorada, solteiro, natural de Penacova, faleceu de febre tifoide em 18 de Setembro de 1944. 

ANTÓNIO DOMINGUES - Soldado nº 264-44 do Regimento de Infantaria nº 23 
[, Coimbra], de 20 anos, natural da freguesia de Monteiro, concelho de Oleiros, filho de António Domingos e Luisa de Jesus, faleceu de febre tifoide e bronco-pneumonia em 26 de Outubro de 1944. 

ARTUR B. PINHO DA S. OLIVEIRA - Soldado nº 276-44 do Batalhão Misto de Infantaria, de 22 anos, solteiro, natural da Mealhada, filho de Artur Pinho de Oliveira e Joana da Silva Elias de Oliveira, faleceu de febre tifoide-miocardite em 13 de Janeiro de 1945.

JOAQUIM PEREIRA LOURENÇO - Soldado nº 198-44 do Pelotão de Subsistência, de 21 anos, natural de Cadaval, filho de José Bernardino Lourenço e Felicidade do Rosário Pereira, faleceu de colapso cardiovascular em 25 de Janeiro de 1945.

ALBERTO SERETE MANITO - 1º Cabo nº 103-44, unidade, idade e naturalidade não referida, faleceu em 5 de Janeiro de 1946. Inumado na 13ª campa de Rua 55, do Cemitério do Mindelo, 
 Ilha de São Vicente. 





 Monumento aos soldados portugueses inumados no cemitério da Ilha do Sal. Foto da revista O Combatente, nº 345 – Setembro de 2008 (Reproduzida om a devida vénia; editada por L.G.)




1.3. Militares inumados no Cemitério de Santa Catarina, Ilha do Sal,   durante a II Guerra Mundial

1941/1944 (n=28)

ALBINO FERREIRA - soldado, falecido em 8 de Agosto de 1941

ABILIO A. DA FONSECA - 1º cabo, falecido em 22 de Agosto de 1941

JOSÉ SIMÕES VAZ - Soldado, falecido em 12 de Outubro de 1941

ÁLVARO P. BASTOS - Soldado, falecido em 19 de Outubro de 1941

BERNARDINO DA S. COVADO - Soldado, falecido em 6 de Novembro de 1941

MANUEL COSTA - 1º cabo, falecido em 12 de Novembro de 1941

CUSTÓDIO DE O. CAXO - Soldado, falecido em 17 de Novembro de 1941

JACINTO P. TEIXEIRA - Soldado, falecido em 22 de Novembro de 1941

FLORINDO NOGUEIRA - Soldado, falecido em 28 de Novembro de 1941

CARLOS MARIA DA SILVA - 1º cabo, falecido em 24 de Dezembro de 1941

ANTÓNIO DA P. GOMES - Soldado, falecido em 15 de Fevereiro de 1942

JOÃO J. DE OLIVEIRA - Soldado, falecido em 3 de Março de 1942

ADELINO DE A. MARTINS - Soldado, falecido em 22 de Abril de 1942

ÁLVARO GUERRA - 1º cabo, falecido em 9 de Maio de 1942

ABÍLIO A. R. COUTINHO - 2º Sargento, falecido em 13 de Maio de 1942

ANTÓNIO G. RATO - 1º cabo, falecido em 29 de Junho de 1942

JOSÉ M. T. MOUTINHO - Furriel, falecido em 14 de Dezembro de 1942

ARMANDO A. DOS SANTOS - Soldado, falecido em 16 de Janeiro de 1943

JOSÉ DA S. OLIVEIRA - Soldado, falecido em 2 de Abril de 1943

JOÃO DUARTE - 1º cabo, falecido em 5 de Maio de 1943

JOAQUIM ALVES FERREIRA - Soldado, falecido em 7 de Agosto de 1943

ANTÓNIO FERREIRA BARRALÉ - Soldado, falecido em 7 de Setembro de 1943

ANSELMO BAPTISTA - Soldado, falecido em 13 de Setembro de 1943

EMÍDIO DA CONCEIÇÃO FREITAS - Soldado, falecido em 11 de Março de 1944

ANDRÉ GONÇALVES - 1º cabo, falecido em 11 de Maio de 1944

JOSÉ DINIZ DE CARVALHO – Tenente, falecido em 19 deAgosto de 1944

JOSÉ TIMAS - Soldado, falecido em 23 de Novembro de 1944

AUGUSTO TERMOCEIRO - Soldado, falecido em 11 de Maio de 1944

a) José  Marcelino Martins, Maio 2012