sexta-feira, 9 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2829: Aqueles que nem no caixão regressaram (3): Os oito esquecidos de Guidaje (Albano Costa)

Guiné > Região do Caheu > Guidaje > CCAÇ 4150 (1973/74) > Picada Guidaje-Binta, no famigerado troço da Bolanha do Cufeu, de tão más memórias para as NT... Foi aqui que o Vitoriano, irmão da arqueóloga Conceição Maia, e os seus camaradas pára-quedistas morreram, na sequência de uma terrível emboscada do PAIGC. Mas não foi só a CCP 121/BCP 12 que conheceu o inferno da bolanha do Cufeu...

Foto: © Albano Costa (2005). Direitos reservados


1. Mensagem do nosso camarada e amigo Albano Costa, Guifões, Matosinhos:

Caros Luís, Briote e Vinhal

Fiquei feliz comigo mesmo, por saber que finalmente foram buscar os "nossos" mortos sepultados no cemitério, improvisado, em Guidage, mas ficarei ainda mais se, para além dos três pára-quedistas, os outros cinco chegarem finalmente a casa. De facto, já que se fez a trasladação de Guidage para Bissau, porque não devolver todos os restos msortais aos respectivos familiares, se eles assim o desejarem ?

Gostaria de saber, se alguém souber responder!... Quem sabe, talvez os superiores dos militares que ficaram estes anos todos sepultados em Guidage, visto que no ano em que ocorreu as suas mortes, todas em Maio de 1973, já nessa altura, todos os militares portugueses, falecidos em campanha, eram todos devolvidos às suas famílias. Pergunto, porque não foram aqueles oito, visto que na altura foram mais os que lá morreram, uns foram entregues aos seus familiares cá em Portugal e aqueles oito não. Porquê?...

Eu, enquanto estive em Guidage, sempre ouvi falar que os nossos mortos, que lá estavam enterrados, só ficaram porque na altura do conflito havia falta de condições (urnas e transporte), para os trazer. E, como os corpos estavam a entrar em decomposição, tiveram de ser sepultados o mais rápido possível. Era pressuposto que, quando os mesmos estivessem limpos, se exumavam, e finalmente eram entregues aos seus familiares!...

Só que, passado um ano, deu-se o 25 de Abril, e aí a guerra acabou, toda a gente veio embora, e os "nossos" mortos acabaram por lá ficar esquecidos este tempo todo... Porquê ?

Será que alguém poderá informar, porque não teve este caso a atenção devida, mesmo depois do fim da guerra, para que no fim do tempo previsto os fossem lá buscar. Gostaria de saber, se alguém souber informar.

Sei que foi o Manuel Rebocho e a Conceição Maia, irmã de um dos pára-quedistas, o Vitoriano, que resolveram no assunto, para que os seus antigos superiores [ do BCP 12, Guiné, 1972/74,] e a Liga dos Combatente se pusessem a caminho, com vista a resolver este problema, diligências que ainda só vão a meio.

Albano Costa

Guiné 63/74 - P2828: Convívios (56): CCS/BCAV 2922, Piche, Buruntuma, Canquelifá (Helder Sousa)

Almoço/Convívio da CCS do BCAV 2922

Mensagem do Helder Sousa:

Caros Editor e Co-Editores

No passado dia 25 de Abril participei, pela primeira vez, num almoço/convívio da CCS do BCav 2922 que é, como já tinha referido em histórias anteriores, a "minha Unidade" de referência para os 6 meses que passei no "mato", na sede desse Batalhão, em Piche, que também tinha Companhias em Buruntuma e em Canquelifá, sendo que desta última temos, pelo menos, um representante no nosso blogue, o Francisco Palma.

Tendo passado tantos anos (mais exactamente 37) sem nunca mais ter estado com ninguém e tendo também como facto de apenas ter passado apenas 6 meses de convivência, a aproximação "visual" não foi fácil. Só com o passar do tempo se foi fazendo alguma luz na minha memória e na deles também, não deixando contudo de ter havido algumas situações caricatas.
Uma delas teve a ver com um amigo, o ex-Fur Mil Sapador José Sobreira, que se recordava de haver um "fulano" com quem tinha conversas "proibidas" e mesmo apesar de eu lhe dar todas as referências às questões que ia colocando só a muito custo é que se convenceu que "eu era eu" tendo então ficado "todo arrepiado" e apenas conseguido comentar "é pá, mas eras muito mais magro!" E quem não era?




Joaquim Andrade, ex-Furriel Mil Trms da CArt 3332



Também tive oportunidade de conversar com um ex-Fur. Mil. de Transmissões da CArt 3332, o Joaquim Andrade, que me fez relembrar uma situação que se passou por lá, relacionada com uma operação denominada "Mabecos", na qual essa CArt 3332 ficou muito debilitada. Esse acontecimento é um daqueles que ficou "obliterado" na minha memória mas que agora irá sair um dia destes.



Durante o almoço tomei conhecimento dum livro intitulado No Ocaso da Guerra cujo autor é Fernando Sousa Henriques que foi Alferes de Operações duma Companhia do BCaç que substituiu o BCav 2922 e no qual o autor faz a história da sua Unidade, passando por um conjunto de referências às Unidades que foi substituir e também ao "fim da guerra", já que a sua comissão foi a "liquidatária".


Já dei uma leitura "cruzada" pelo livro, que me parece muito interessante, escrito com muita seriedade e que merece ser lido e divulgado, sendo até uma fonte para que os nossos camaradas com mais "veia" para historiadores e com visão das acções de campanha se possam aperceber das características diferentes, pela natureza do terreno e da vegetação, que a guerra assumia naquelas paragens do leste, por contraponto com as que já foram descritas em locais de vegetação mais densa e mais "alagadiças".

No que diz respeito a este livro em breve darei mais informações mas até se passou um facto significativamente curioso, a saber.

Enviei um mail para o autor a solicitar autorização para referir o livro na comunicação que pretendia fazer para o Blogue do Luís Graça & Camaradas da Guiné. Esperei uns dias e a resposta não vinha. Utilizei então o telemóvel do autor e fiquei a saber que ele tinha estado ausente do seu local habitual, dei-lhe verbalmente conhecimento do teor do pedido e do motivo e ele disse-me não haver problema, eventualmente até seria ele a ficar agradecido pela publicidade, e que estava naquela ocasião a ir para o Aeroporto apanhar o avião para os Açores. Não tinham passado 5 minutos telefona-me ele de volta dizendo que estava num táxi, que o condutor ouviu a conversa com a referência ao Blogue e imediatamente esclareceu que também pertencia a ele, que também tinha estado na Guiné, nos Comandos e era nem mais nem menos que o nosso camarada da 38ª, o Amílcar Mendes. E dizem que não há coincidências?!

De tudo o que vos relatei envio algumas fotos:


O ex-Alf. Mil Médico Hermano Gouveia e o ex-Alf Mil de Rec Inf Jorge Petiz;


Os ex-Alferes Petiz e Carneiro (Transmissões).


O Cmdt da CCS, Cap Moniz Barreto (hoje Coronel, salvo erro) com o "Algarvio" e a esposa do Alf Médico.



A Comissão Organizadora do encontro, Carlos Nogueira, Cândido Esteves, Normando Cardoso e Cap. Moniz Barreto.


A página do livro No Ocaso da Guerra, de Fernando Henrique, onde há breve referência à Operação Mabecos Bravios.

Como também é natural, fui falando do nosso blogue e já dei algumas indicações a alguns dos presentes no sentido de lá irem pesquisar. Aguardaremos que se decidam.

Um abraço

Hélder Sousa


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Adaptação do texto da responsabilidade de vb.

Guiné 63/74 - P2827: Os últimos a saírem: um estrangeiro numa nova Nação (Ten Cor Albano Mendes de Matos, contabilidade, QG/CTIG, 1972/74)




O então Tenente Albano Matos, em Bissau, nos últimos dias da presença portuguesa na Guiné. Perencia ao QG/CTIG. Era o chefe dos serviços de contabilidade.

Foto: © Albano Mendes de Matos (2008). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do Ten. Coronel Albano Mendes de Matos:

Caro Camarada,

Vou enviar algumas notícias. Começo pelo último dia passado na Guiné-Bissau.

Não fui o último militar a sair da Guiné, fui também o meu próprio condutor. Emendo o escrito anterior. (*)

Foi um momento emocionante o meu último dia na Guiné-Bissau, em 13 de Outubro de 1974.

O pessoal que restava do meu serviço, Contabilidade, saiu para o aeroporto de Bissalanca, logo pela manhã, como quase todos os militares que ainda lá se encontravam. Levaram rações de combate para as refeições. Creio que com receio de algum acontecimento. Permaneci no local do meu serviço, para entregar as instalações e materiais às tropas do PAIGC, com guias de entrega e tudo, como estava combinado. Fiquei apenas com um jipe e um condutor, militar português, para me transportar do Quartel-General de Santa Luzia para Bissau e, depois, para o aeroporto.

Cerca das 11 horas, chegaram 6 negros, escoltados por uma secção das tropas do PAIGC, a pedirem os vencimentos a que tinham direito, porque tinham sido soldados portugueses. Tinham direito aos vencimentos de Abril a Dezembro de 1974, como fora acordado. Os ex-soldados portugueses tinham fugido para o Senegal após o 25 de Abril, porque tinham receio que os prendessem ou fuzilassem.

As famílias avisaram esses ex-soldados para se deslocarem a Bissau, para exigirem o pagamento. Eu tinha pedido à Emissora da Guiné para avisar todas as pessoas, militares e civis, e as empresas que tivessem a receber alguma coisa do Exército Português, que o comunicassem até, creio, ao dia 10 de Outubro [de 1974].

Interessante foi o caso de uma Casa de Instrumentos Musicais pedir o pagamento de 6 clarins que tinham sido fornecidos ao Comando Militar da Guiné... em 1940.

Disse aos ex-soldados que já não havia dinheiro e o tesoureiro já se encontrava em Portugal.  Responderam-me que eu queria era ir para Portugal gozar com o dinheiro deles. Levei-os à tesouraria e mostrei-lhes os cofres abertos, sem dinheiro.

Disse-lhes que poderia promover o envio do dinheiro, quando chegasse a Portugal, para a Embaixada na Guiné. Tomei nota dos números, nomes e da Unidade a que pertenceram. Entreguei-lhes uma declaração assinada por mim e pelo comandante da secção militar do PAIGC.

Em Novembro/Dezembro enviei o dinheiro devido ao 6 militares, não tendo conhecimento se o receberam.

Chegadas as 13 horas, sem que tivesse aparecido qualquer elemento do PAIGC, nem o meu condutor, como lhe havia dito, para me conduzir a casa de um locutor da Emissora, português que ficou na Guiné, para almoçar. Com uma pequena mala, resolvi ir, a pé, para o forte da Amura, junto ao Cais do Pindjiguiti, onde tinha a minha bagagem.

Quando, na estrada, me preparava para caminhar, surgiu um jipe com um militar do PAIGC, mulato, de meia-idade, que me disse:
- Camarada, para onde vai?

Contei-lhe o sucedido e logo se prontificou levar-me à Amura, mas que lhe ensinasse o caminho, porque só tinha ido a Bissau, durante a guerrilha, uma vez, de noite, ao cinema na UDIB (União Desportiva Internacional de Bissau). Perguntando-lhe quem era, respondeu que era um comandante do Exército do PAIGC, que fora ver as instalações do Comando do Quartel-General, onde se iria instalar, ainda nesse dia.

Conduziu-me no jipe não à Amura, mas a um restaurante de um primo do meu condutor, português a quem o Governo da Guiné pediu para não sair, porque era o chefe da fábrica de descasque de arroz, situada numa ilhota, no rio Geba, em frente de Bissau.

Lá encontrei o meu condutor com uma grande bebedeira, não podendo conduzir o jipe. Disse-lhe que não se embebedasse mais, porque às 11 horas da noite tinha que estar junto do jipe, em frente do restaurante do primo, para irmos para o aeroporto.

Almocei e jantei na casa do referido locutor e andei pelas ruas e pelos bares de Bissau. Só encontrava guineenses que me cumprimentavam e desejavam boa viagem e muita sorte.

Dei por mim a olhar para as memórias portuguesas que ficavam por aquelas paragens: edifícios, estátuas, toponímia. E a recordar a história que me tinham ensinado, com navegadores, guerreiros, missionários e pacificadores.

Imaginei os primeiros portugueses a chegar àquelas terras.E eu, agora, o último a passear pelas ruas de Bissau, no fim do Império.

Estavam lá mais portugueses, o Governador e alguns militares, mas não saíam à rua. Às 23 horas, foram sob escolta para o aeroporto. Também estava um navio com um Batalhão nas proximidades do porto, para zarpar quando o último avião da Guiné estivesse no ar, para a última viagem aérea de uma parte do Império.

Um pouco depois das 11 horas da noite [, do 13 de Outubro de 1974], dirigi-me para o jipe. O condutor estava melhor da bebedeira. Com ele estava o primo. Alguns negros param a olhar para nós. Aproximaram-se. O jipe arrancou. Os guineenses ficaram a acenar, de braços levantados. Descemos pela avenida principal, subimos pelo lado do campo de futebol.

Sentia uma sensação estranha. Já na estrada do aeroporto, olhei para trás. Duas lágrimas saltaram-me dos olhos, recordando o sangue português derramado naquelas paragens. Era estrangeiro numa nova nação.

Já perto do aeroporto, o condutor perguntou-me:
- Meu tenente, onde deixo o jipe?
– Atira-o para uma barreira!

Parámos à entrada do parque do aeroporto. Desci com a pequena mala. O condutor colocou uma sacola no chão, subiu para o jipe e conduziu-o até uma pequena ladeira, ao lado da estrada, um pouco antes do aeroporto, para onde o encaminhou com um pequeno empurrão.

No aeroporto, para entrarem no último avião da Guiné, estavam o Governador, o Comandante Militar, alguns militares coadjuvantes, oficiais, sargentos e meia dúzia de soldados.

Para apresentarem cumprimentos de despedida, chegaram alguns chefes militares do Exército do PAIGC e o Presidente da Câmara Municipal de Bissau.

Era o fim da colónia ou província portuguesa da Guiné, já independente desde o mês de Agosto.

Albano Mendes de Matos
[ten cor ref]

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Notas:

1. Adaptação do texto da responsabilidade de  vb [Virgínio Briote]

2. Albano Mendes de Matos: Comissões de Serviço em ANGOLA (Grupo Art 157/BArt 147 de 1961/63; ANGOLA (BArt 1469/CArt 1469 de 1965/68; GUINÉ (GA 7 e QG/CTIG - Secção de Milicias e Chefe de Contabilidade, 1972/74).

3. Artigo relacionado em

6 de Abril > Guiné 63/74 - P2725: O nosso Livro de Visitas (10): Albano M. Matos, o último Militar Português a abandonar a Guiné.

Guiné 63/74 - P2826: FLING, mito ou realidade ? (2): Africanos contra africanos... (A. Marques Lopes)

1. Mensagem do A. Marques Lopes, de 8 de maio de 2008:


No passado dia 16 de Abril estive na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, a falar aos alunos do 12.º ano sobre "Guerra Colonial e Descolonização". Durou uma hora a minha prelecção, seguida de questões postas pelos alunos, das quais gostei (e que contrariaram um pouco o estudo divulgado pelo nosso Presidente da República em 25 de Abril...).

Ao ler o P2818 (ref. abaixo em notas de vb) colocado ontem, pensei que algumas coisas que disse àqueles jovens poderiam ter alguma utilidade. Só algumas, porque disse mais.

O nosso poder “soberano”, como quis dizer o Magalhães Ribeiro, foi, mais exactamente, um “poder colonial”.

A designação de "Colónia" encontra-se já no século XVII e XVIII e o termo "Província" entrou na linguagem do século XIX por via legislativa. É a Constituição de 1822, após a revolução liberal de 1820, que fala em "Ultramar" e "Províncias Ultramarinas", mas define o território da Nação como o Continente, as Ilhas Adjacentes,
o Reino do Brasil e as Colónias na África, Ásia e Oceania.

Mas não nos esqueçamos que 1822 foi o ano da proclamação unilateral da independência do Brasil...

A Lei nº 1005, de 7 de Agosto de 1920, decretada pelo Presidente António José de Almeida, é dirigida expressamente às colónias portuguesas, que se regem "por leis orgânicas especiais e por diplomas coloniais..." e estabelece várias medidas para o governo das colónias.
O Acto Colonial (Art.º 3.º), de 8 de Julho de 1930, (quando Salazar era Ministro das Colónias, e lembrar que Marcelo Caetano também foi Ministro das Colónias na década de 40) refere expressamente que "Os domínios ultramarinos de Portugal denominam-se colónias e constituem o Império Colonial Português".
Em 1938 era emitido nas oito colónias portuguesas um conjunto de selos que tinham impressas as palavras Império Colonial Português. É claro que, em 1951, o regime alterou a Constituição para designar as colónias por Províncias Ultramarinas. No entanto, os tais selos do Império Colonial Português circularam até 1957.
Mesmo assim, neste período, foi publicado em 1954 (Dec.-Lei nº 39666, de 20 de Maio) o Estatuto do Indigenato. Nele se definiam as condições requeridas aos "indígenas" para se elevarem à categoria de assimilados:
  • ter 18 anos
  • falar português
  • ter uma profissão certa

  • não ser desertor nem refractário ao serviço militar
  • aceitar o catolicismo
  • ...
    É claro que cerca de 99% da população das colónias não tinha essas condições, pelo que não eram considerados cidadãos portugueses. Este Estatuto foi abolido em 1961, e os "indígenas" foram elevados todos à categoria de "assimilados". É que a política e o domínio colonial tinham já a reprovação mundial, nomeadamente na ONU.

    Andámos mesmo metidos na "guerra colonial", as tais "guerras que decorriam em África".
    ...E a descolonização tem muitos anos de história, muito antes dos "revoltosos e a politicalhada" do 25 de Abril.

    Já muito longe, lembrar que os EUA declararam a sua independência em 4 de Julho de 1776 e o Brasil lançou o grito do Ipiranga em 7 de Setembro de 1822. Com luta. Também várias colónias da América espanhola conquistaram a sua independência política no período de 1810 a 1828, por meio de várias revoltas.

    Mas vamos para mais perto:

    O Sr. Sylvester Williams, da Trinidad, divulgou, em 1900, na cidade de Londres, pela primeira vez as ideias pan-africanas. Estas ideias medraram após a guerra de 1914-18, que foi incentivadora de sentimentos de autonomia nos territórios sob administração europeia. O presidente Wilson, ainda antes do fim da guerra, pusera como base para as negociações de paz o reconhecimento dos interesses das populações, particularmente das colónias, o que veio a ter ressonâncias na Conferência de Versalhes. E os EUA surgiram como defensores da doutrina da autodeterminação dos povos.

    Vem a seguir a Sociedade das Nações a apoiar os ainda incipientes movimentos emancipalistas. Foi também no período do após-guerra que pan-africanistas, como o americano William Du Bois, o jamaicano Marcus Garvey e o haitiano Jean Price-Mars, que, havia anos, vinham lutando pela afirmação da raça negra e por demonstrar a importância da África, se sentiram encorajados a organizar os primeiros congressos pan-africanos em Paris, no ano de 1919, Londres em 1921 e 1923 e Nova Iorque em 1927.
    Mas, já em 1912 se tinha constituído em Lisboa a Junta de Defesa dos Direitos de África. Esta tinha por fins estatutários federar todas as agremiações da África Portuguesa, lutar pela educação das colónias para poderem vir a governar-se a si mesmas, promover a revogação de leis de excepção em vigor naquelas, valorizar os estudantes africanos e insurgir-se contra as ofensas ao direito e à justiça, sem olhar a diferenças de religião, raça ou nacionalidade, através de uma intervenção de carácter essencialmente pedagógico e cultural (dados da CECA).

    A segunda Grande Guerra provoca um abrandamento neste clima reivindicativo, mas em Março de 1945, Du Bois organiza, em Manchester, o V Congresso Pan-Africano, durante o qual sobressaíram os nomes de Kwame Nkrumah, do Gana, e George Padmore, de Trinidad. O congresso aprovou uma declaração da delegação oeste-africana, segundo a qual a única solução para o problema existente residia na completa e absoluta independência para os povos da África Ocidental.
    A partir daqui, multiplicam-se as iniciativas e manifestações que dão expressão aos movimentos pan-africanos que, por sua vez, começam a apoiar-se na noção de negritude, lançada já nos anos 1933-35 por Leopold Sengohr, do Senegal, e Aimé Césaire (recentemente falecido), da Martinica.

    O conceito tido então como uma recusa pelos negros da assimilação cultural que lhes quisesse ser imposta, é ligado ao de independência que, por seu turno, era tomado como a correspondente recusa a uma assimilação política, pretendendo-se que fosse um instrumento sério de libertação e de solidariedade no mundo de então.

    Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade e Amilcar Cabral fundam em Lisboa o Centro de Estudos Africanos, em 1948. Neste mesmo ano, são presos em Lourenço Marques centenas de africanos, que são deportados para S. Tomé e Príncipe. Em 1949, é criado o núcleo dos Estudantes Secundários Africanos, por Eduardo Mondlane e outros.
    Em 1951, como já disse, o governo português altera a Constituição, passando as Colónias a designar-se Províncias Ultramarinas, e, em 1953, é promulgada a Lei Orgânica do Ultramar. Mas é também neste ano que é fundado o Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola. Começam a criar-se barricadas dum lado e doutro.

    Há, em 18 de Abril de 1955, a Conferência de Bandung, na Indonésia, com o objectivo de "Fomentar a boa vontade e compreensão entre as nações da Ásia e África, estudar e favorecer os seus interesses mútuos e comuns para estabelecer e promover a amizade e relações de boa vizinhança. Examinar os problemas que interessam especialmente aos povos da Ásia, por exemplo, os problemas que afectam a soberania nacional como o racismo e o colonialismo. Apreciar a posição da Ásia e da África e dos seus povos no mundo contemporâneo, bem como a contribuição que eles podem dar ao fortalecimento da paz e cooperação internacional".

    No seu comunicado final, afirma-se explicitamente a adesão plena e inteira dos participantes à Carta das Nações Unidas e à Declaração Universal dos Direitos do Homem, e menciona-se o dever de todos os povos libertados ajudarem os povos ainda dependentes a alcançar a sua soberania.

    Começa a escalada:

    1954 - Angola – Fundação da UPNA (União das Populações do Norte de Angola) sob presidência de Holden Roberto,a 10 de Julho. Guiné - Fundação do MINGC (Movimento pala Independência Nacional da Guiné e Cabo Verde).


    1955 - Angola – Fundação do PCA (Partido Comunista Angolano), em Outubro.

    1956 - Angola – De 7 a 17 de Março, ocorrem movimentos de greve dos trabalhadores contratados no Norte de Angola. A 10 de Dezembro é fundado o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), sob presidência de Agostinho Neto, por fusão do PLUA (Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola) e do MIA (Movimento pela Independência de Angola). Guiné - Fundação em Bissau, a 19 de Setembro, do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e de Cabo Verde), sucedendo ao MINGC (Movimento pala Independência Nacional da Guiné e Cabo Verde) e sob a presidência de Amilcar Cabral.

    1957 - Portugal- Implantação da PIDE nas colónias portuguesas. Criação em Paris do MAC (Movimento Anti-Colonial) que agrupa os movimentos anti-coloniais portugueses, em Dezembro.

    1958 - Angola - Fusão do MINA (Movimento pela Independência de Angola) no MPLA. A UPNA passa a designar-se UPA (União dos Povos de Angola) em Dezembro. Guiné – Criação da UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné), movimento sindical clandestino.

    1959 - Angola – A 29 de Março, prisões em massa em Luanda, que dão lugar ao "Processo dos 50", envolvendo africanos e europeus, entre os quais um casal de médicos, a Drª. Julieta Gandra e o Dr. Cochat Osório e, também o Engº Calazange. Estabelecimento da Força Aérea Portuguesa em Angola com uma demonstração no aeroporto de Luanda, incluindo ataque ao solo, destinada a atemorizar a população africana, no dia 26 de Abril. Em Julho, acontece nova vaga de prisões em Luanda. Guiné – No dia 3 de Agosto há uma greve no porto de Pidgiguiti, em Bissau, reprimida com o morticínio dos estivadores e realiza-se o dia internacional de solidariedade com os povos da Guiné e de Cabo Verde. Fundação, em Dakar, da FLGC (Frente de Libertação da Guiné e de Cabo Verde). Moçambique – Fundação do MANU (União Nacional Africana de Moçambique).

    1960 - Em Janeiro, o MAC transfere-se para Argel e passa a denominar-se FRAIN (Frente Revolucionária Africana para a Independência Nacional). No dia 14 de Dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclama a Declaração à Independência dos territórios portugueses e povos sujeitos ao domínio colonial. Angola – Em Agosto é preso Agostinho Neto. A 13 de Junho o MPLA faz uma declaração ao governo português, propondo a solução pacífica do problema colonial. No dia 25 do mesmo mês é preso em Luanda o Padre Joaquim Pinto de Andrade. A 31 de Outubro dá-se a fusão da UPA e do PDA na FCPPA (Frente Comum Popular das Populações de Angola). No dia 29 de Dezembro são fuzilados 20 angolanos presos em Luanda. Guiné – Início da doutrinação do PAIGC entre a população. Declarações do PAIGC ao governo português, reclamando a autodeterminação, por meios pacíficos, dos povos da Guiné e de Cabo Verde. Moçambique – Massacre de Mueda, que provoca 500 mortos (1).

    1961 - Assembleia Constituinte da CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas), em Casablanca, a 18 de Abril. No dia 13 de Novembro, por 90 votos contra 3, a Comissão de Tutela da ONU condena a política colonial Portuguesa. Ocupação de Goa, Damão e Diu pela União Indiana, a 18 de Dezembro. Portugal – A 14 de Abril, Salazar, ameaçado por um golpe de estado, remodela o governo e acelera a repressão em Angola. As grandes empresas portuguesas com interesse nas colónias associam-se numa campanha de propaganda colonialista no EUA. Em Setembro são abolidas as diferenças legais entre indígenas e assimilados (Dec.-Lei nº 43893, de 6 de Setembro). Na noite da passagem de ano, a 31 de Dezembro, um grupo, ligado ao general Humberto Delgado, de militares comandados pelo capitão Varela Gomes e de civis chefiados por Manuel Serra, ataca o quartel do Regimento de Infantaria nº 3, em Beja. Angola – Massacre de agricultores do algodão na Baixa do Cassanje, a 6 de Janeiro. Início da revolta armada a 4 de Fevereiro, com o ataque às prisões de Luanda por destacamentos do MPLA, seguido pelo massacre de milhares de africanos. A 15 de Março, eclosão da revolta no Norte (Uíge e Zaire) por elementos da UPA, que chacinam centenas de europeus. Começa a guerra em Angola. Guiné – Prisão de 20 elementos do PAIGC em Bissau. Carta aberta de Amilcar Cabral ao governo português, reclamando a independência da Guiné e de Cabo Verde, ao mesmo tempo que a cooperação dos respectivos povos com o governo português. Moçambique – Fundação no Malawi da UNAMI (União Africana de Moçambique Independente). A 25 de Junho do ano seguinte, UDENAMU, MANU e UNAMI, agrupam-se com o nome de FRELIMO, elegendo presidente Eduardo Mondlane.

    1963 - Na Guiné, o PAIGC ataca o quartel de Tite em 23 de Janeiro, e em 1 de Março captura os navios Mirandela e Arouca na região de Cacine. Começo da guerra na Guiné.

    1964 - 24/Set - Primeira acção da FRELIMO no Niassa, com ataque ao posto administrativo do Cobué. Começo da guerra em Moçambique.

    Aos ventos da história e a esta escalada, à realidade, como responde o Dr. Salazar? Aceita as ofertas para solucionar pacificamente o problema colonial? Respeita as resoluções das Nações Unidas? Nada disso. Consumada a "Abrilada", como ficou conhecida uma tentativa palaciana de um grupo de oficiais encabeçados pelo general Botelho Moniz, para travar o rumo dos acontecimentos, Salazar assume a pasta da Defesa Nacional. Proclama que estamos "orgulhosamente sós" e escolhe a guerra.

    A falta de flexibilidade do governo português terá sido também provocada, paradoxalmente, pelo atraso económico e pela vulnerabilidade do país – por um lado, porque o império era ainda essencial para sectores importantes da produção nacional, que necessitavam dos mercados coloniais protegidos, por outro lado, porque se tinha geralmente a convicção de que não seria possível substituir o controle político directo no ultramar por outras formas de influência, como a Grã-Bretanha fez com a Commonwealth e a França procuravam fazer.

    I. Pessoal

    Ia. Efectivos nos três T. Op.




    Numa base percentual, Portugal tinha mais homens em armas do que qualquer outro país ocidental, excepto Israel. A mobilização em Portugal teria sido equivalente aos Estados Unidos colocarem 2,5 milhões de homens no Vietname, em vez dos 500 mil que lá estiveram.

    Ao longo da guerra, a política de "africanização" de efectivos em campanha levou ao aumento progressivo de recrutamento local.

    Nem podia ser de outra forma, atendendo ao desgaste que o esforço de mobilização provocava à retaguarda. Ele eram os refractários e desertores. Ele era o número de jovens que preferiam atravessar a fronteira a salto, e partir para a aventura da emigração clandestina na Europa, do que ir defender a Pátria nas matas africanas. Para já não falar do curso de engenharia da Academia Militar que aproveitou a viagem de finalistas para pedir asilo político na Suécia.

    E ela era também uma opinião pública que não parava de questionar a guerra, incluindo sectores insuspeitos da sociedade portuguesa, tidos como aliados, ou pelo menos tradicionalmente coniventes com o regime. Do pároco de Macieira de Lixa, ao Padre Felicidade Alves, aumentavam no clero, as vozes que se interrogavam publicamente sobre a tão propalada defesa da civilização cristã ocidental. Foi também o caso da vigília na Capela do Rato, em Lisboa, onde compareceram leigos, católicos destacados, incluindo professores universitários, e outras figuras públicas e respeitadas.

    Portanto, a chamada política de africanização da guerra, não foi mais do que a resposta desenrascada, diga-se, a uma necessidade premente que era esta: nem o país suportava o esforço de mobilização, nem a pressão da opinião pública o consentia. À boa maneira portuguesa, improvisou-se. Toca a africanizar, visto que a guerra é em África.

    Mas havia, e houve, o reverso da medalha: com essa solução acabou por se pôr a combater, na mesma colónia, africanos contra africanos. E se isso contribuiu para minar os movimentos de libertação, de acordo com a velha máxima de dividir para reinar, acabou por ter um efeito perverso: o sangue derramado entre irmãos tem um preço muito alto. E nós, lembramo-nos particularmente do massacre dos comandos e outros guineenses que combateram do nosso lado. E será que já deixou de ser pago?...

    Ib. Recrutamento local dos efectivos (%)



    II. Total das despesas ordinárias com a Defesa Nacional (milhares de contos)



    A guerra colonial foi uma aventura que envolveu a generalidade dos portugueses e custou ao país cabedais avultados (40% do orçamento nacional foi aplicado na guerra).

    Além disso, os custos em vidas humanas de militares do exército português cifram-se em 8.290, segundo dados oficiais publicados pela CECA. A estes há que somar os militares da Armada e da Força Aérea que também perderam a vida. O número total dos três ramos orça os dez mil. Será difícil contabilizar ainda as chamadas tropas irregulares do recrutamento local, forças policiais e, principalmente, população civil. Quanto ao número de feridos, ultrapassou os quarenta mil. seguinte quadro comparativo:

    III. Rácio de mortes/ferimentos (comparação com outros conflitos séc. XX)



    Sobre o número de mortos e feridos guineenses, angolanos e moçambicanos – incluindo guerrilheiros e população civil – não dispõe o Exército Português de dados estatísticos. Mas terão sido, certamente, várias centenas de milhares.

    A descolonização portuguesa tem sido quase exclusivamente falada numa perspectiva de tempo curto, privilegiando o período que vai da revolução de 25 de Abril de 1974 até à data da proclamação da independência da Guiné, no fim desse ano, e de Angola, a 11 de Novembro do ano seguinte.

    Mas é bem claro que ela faz parte de um movimento mais vasto, de ordem global, iniciado sobretudo logo após a 2.ª Guerra Mundial mas, nalguns casos, com raízes mais longínquas. O nosso camarada Coronel Gertrudes da Silva apontou-nos alguns exemplos, e só em África (alguns já depois do início da nossa guerra):



    Como ele diz, "em Portugal, orgulhosamente sós, resistimos aos ventos de mudança, representando teimosamente a nossa comédia, pela Guerra Colonial transformada em tragédia".


    Não foi certamente pela cegueira política de um ditador, ou pelas ridículas teorias racistas que o exército português se transfigurou, esforçou e sacrificou durante a longa guerra colonial. Profissionais ou não, voluntários ou obrigados, os militares cumpriram a parte que lhes cabia, que era a de dar tempo e margem de manobra aos políticos para que resolvessem a questão colonial.

    Não houve intenção política de resolução... e veio o 25 de Abril.

    E, caro Magalhães Ribeiro, quem andou treze anos aos tiros a lutar pela sua independência não queria, com certeza, que no final lhe dessem biscoitos e rebuçados. E nós por cá também não queríamos a alternativa que havia, que era a continuação da guerra, que sabemos que sucederia inevitavelmente na Guiné e também, certamente, em Angola e, mais que certo, em Moçambique.

    E uma última questão:

    Não me parece possível que a FLING alguma vez pudesse fazer qualquer boicote em Bissau, dado que desde 1965 tinha desaparecido da cena política. Além de que estava completamente desacreditada entre os países africanos, nomeadamente por os seus dirigentes terem desviado milhões de francos que a OUA e a Libéria deram à organização... para uma luta que mal se viu (aliás, uma das preocupações do seu secretário-geral está expressa numa carta que dirigiu ao Ministro do Ultramar em 4 de Abril de 1964:

    "... Tomo a liberdade de enviar a V.Exª fotocópias dos meus documentos visto que, se for a Portugal contactar V.Exª gostaria de fazer algumas cadeiras do 7.º ano que não cheguei a concluir".

    Recomendo-te que leias o livro que o nosso amigo Leopoldo Amado tem em vias de publicação (está para breve). Ele é que pode falar bem sobre esta questão.

    Abraços

    A.Marques Lopes

    Observações - Principal fonte bibliográfica consultada: Resenha histórico-militar das campanhas de África : 1961-1974 / Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África


    __________

    Notas:

    1) Este nº não está de acordo com os registados pelo administrador de posto em recentes declarações à RTP para o programa "Guerra".

    Adaptação do texto e notas da responsabilidade de vb. Artigo relacionado em

    7 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2818: FLING, mito ou realidade ? (1) (Magalhães Ribeiro, Fur Mil Op Esp, CCS/BCAÇ 4612/74, Mansoa)

    Guiné 63/74 - P2825: Nós, as Escolas,a história, a guerra colonial, o Hino de Gandembel... (Virgínio Briote)

    O nosso blogue tem vindo a ser contactado por escolas e professores, pedindo autorização de materiais nossos, para efeitos didácticos. Citamos hoje dois casos, recentes

    1.1. Mensagem de António Anacleto, Professor de História na Escola Básica e Secundária de Santa Maria, Açores:

    Ao Sr. Luís Graça,

    Eu sou um professor de Matemática com um largo interesse na História da Guerra Colonial, atento seguidor do seu blogue que muito me tem permitido conhecer mais sobre a mesma. Como tal, junto com os professores de História da minha escola (Escola Básica e Secundária de Santa Maria, Açores) decidimos participar no concurso Como se vivia em Portugal no tempo da Guerra Colonial, promovido pela Associação 25 de Abril e a Associação de Professores de História, com a realização de um vídeo com entrevistas a ex-combatentes da guerra.

    Vinha por este meio pedir-lhe autorização para utilizar o áudio do Hino de Gandembel (1) nos créditos finais do nosso trabalho, música que pela sua letra valorizará ainda mais este trabalho.

    Em jeito de rodapé antes de terminar, o vosso blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné é citado nos créditos finais uma vez que foi uma das várias fontes consultadas.

    Tenho a informar também que o antigo Alferes Capelão Arsénio Puim (2) foi contactado por nós no sentido de dar o seu contributo como ex-combatente Mariense, mas recusou o mesmo (com muita pena nossa) evocando que primeiro deve contar os factos ocorridos nos dias seguintes a 1/1/1971 aos seus antigos camaradas, um dever que ele entende ser justo, antes de contar a terceiros. Contudo, ficou agendado um encontro com ele aqui em Santa Maria no próximo mês de Junho, pode ser que mude de ideias até lá.

    Para terminar gostaria de um dia poder pôr o meu sogro em contacto com o vosso blogue, porque esteve na CCaç 2619/BCaç 2893 (Nova Lamego, 1969/71) e acho que ele também tem excelentes estórias cabralianas para contar.

    Sem mais, um abraço

    António Anacleto

    2. Resposta do nosso editor, Luís Graça

    Caro António:

    Fico sensibilizado com o seu pedido. Tem, desde já, o meu acordo formal para utilizar os nossos materiais, citando sempre o autor (texto, fotografia ou vídeo) e o nosso blogue. Parabéns pela vossa iniciativa. Se mo permitir, vou dar conta dela nas páginas do nosso blogue. Já temos, de resto, colaborado, com outros professores de outras escolas.

    Por outro lado, peço-lhe que ponha o seu sogro em contacto connosco. Quanto ao Puim, é um camarada nosso que eu conheci pessoalmente em Bambadinca e que muito estimava, como de resto pode depreender do que sobre ele já aqui escrevemos. Aguardo com ansiedade o dia em que ele decidir entrar pela nossa Tabanca Grande adentro…e contar-nos, em primeira mão, as suas alegrias e tristezas desse tempo…

    Disponha do nosso espaço para dar a conhecer o bom trabalho que a sua escola está fazer para divulgar, aos nossos filhos e netos, acontecimentos marcantes da nossa história do Séc. XX.

    Seria interessante também conhecer melhor o sacrifício que as populações das então ilhas adjacentes (Madeira e Açores) fizeram, com a participação dos seus filhos na guerra colonial. Como sabe, havia companhias "açorianas" e "madeirenses"... Os madeirenses e os açorianos eram considerados bons combatentes, aguerridos, corajosos…Não sei se não terão mais sido mais discriminados do que os outros… Sei que também pagaram um tributo elevado, em vidas, em sangue… Pode procurar no blogue: temos, entre as nossas palavras-chave, Madeira, Açores, açorianos, madeirenses…

    2.1. Comentário de VB: Na conta do António Anacleto, no You Tube, podem ser visionados os 13 vídeos do Documentário sobre a Guerra Colonial, variando a duracção entre os 4 a 5 minutos e os 8 a 9 minutos. O trabalho é apresentado nestes termos: "Documentário realizado pela Escola Básica e Secundária de Santa Maria (Açores), para o concurso Como se vivia em Portugal no tempo da Guerra Colonial, organizado pela Associação 25 de Abril e pela Associação de Professores de História".

    3. Mensagem de um outro professor, Vasco Vaz:

    Exmo Sr:

    Sou professor de história de uma escola oficial portuguesa e gostaria de saber se posso usar uma imagem do vosso blogue no meu próximo teste. O teste é para alunos do 6º ano e será reproduzido em 40 exemplares. A ser autorizada eu citaria o vosso blogue como fonte e o unico propósito da foto será o de ilustrar a seguinte questão:

    "A partir dos documentos 3 e 4 refere quais foram as consequências da Guerra Colonial."

    Antecipadamente Grato

    Vasco Vaz

    4. Resposta do nosso editor:


    Meu caro professor: Sentimo-nos honrados e úteis com o seu pedido.... Esteja à vontade. Já agora, e se possível, diga-me depois qual a imagem que escolheu (já temos o enunciado da pergunta)...

    É um bom exemplo, a ser seguido por outras escolas e por outros professores. Os meus parabéns. Se nos autorizar, e não vir inconveniente, apresentaremos este caso com um bom exemplo não só pedagógico como cívico... Nenhum povo pode viver acéfalo, e sem memória. Acredito que não seja fácil falar da dolorosa guerra que travámos em África durante 13 anos... É importante que os nossos filhos e netos tenham orgulho em nós.

    Como sabe, no nosso blogue, damos muita importància à pluralidade de vozes, vivências, experiências e versões... Somos contra a versão redutora da história. A guerra colonial ou do ultramar tem múltiplas faces. Hoje, na Guiné-Bissau, a "luta de libertação" não chegou às escolas e, quando chega, é através da versão oficiosa, redutora, ideológica... Começa só agora a fazer-se investigação historiográfica... No entanto, estive lá há dias e o que mais me impressionou é que não há resquícios sequer de ressentimento ou de ódio contra nós... Vale a pena reflectir sobre isto... Boa saúde, bom trabalho.

    Luís Graça.

    5. Resposta do Vasco Vaz:

    Caro Sr. Luís:

    Eu é que me sinto bastante honrado por poder usar o testemunho de todos aqueles que estiveram no Ultramar ou que lutaram pela libertação das colónias.

    É muito triste que esta parte da nossa história seja tão ignorada, como se tivessemos vergonha ou medo de relembrar o nosso passado.

    Por curiosidade, tenho 40 anos e , portanto, não tenho experiência directa da Guerra Colonial.

    Eu sou professor do ensino secundário e lecciono este conteúdo programático no 9º ano; presentemente estou com duas turmas do 6º ano onde também se faz referência à Guerra Colonial.

    O nível etário dos alunos não permite que o tema seja muito aprofundado , no entanto só o facto de eles terem a noção de que a geração dos avós lutou em África já é muito importante.

    Eu pensei em utilizar a vossa foto inicial de abertura:(bissau_halott_katona_1970.jpg) mas estou aberto a outras sugestões.

    Relativamente ao uso do meu teste como "exemplo civico", embora seja um exagero por apenas ser um simples teste, não vejo inconveniente que seja citado.

    Agradecia, no entanto, que se lhe referisse sem especificar qual a escola em concreto.

    Pode citar o meu nome, o nível de ensino e a própria questão que serviu de base ao uso da vossa foto.

    A minha preocupação neste campo é apenas a de que, infelizmente, nós, professores, vivemos momentos em que, na minha opinião, temos de ter todo o cuidado com o que dizemos sob pena de sermos julgados pelos meios de comunicação sensacionalista ou mesmo por existir uma certa falta de liberdade de expressão.

    Devo dizer lhe que, ao leccionar temas como o da Guerra Colonial , se nota que este ainda continua a ser um tema que pode criar desconforto.

    No próximo ano lectivo espero estar a leccionar os 9 anos e então fazer uma actividade em grande, mobilizando a comunidade escolar e convidando antigos combatentes para virem falar com os alunos. Nessa altura se houver interesse da vossa parte e disponibilidade seria muito agradavél contar convosco.

    Finalmente, obrigado pela rapidez da vossa resposta.

    Antecipadamente grato

    Vasco Vaz

    6. Nova resposta do editor:

    Vasco:

    A imagem que escolheu nem sequer é nossa... É de um fotógrafo húngaro, embebed - como se diria hoje - nas forças do PAIGC... Tenho algumas dúvidas sobre o seu comportamemto ético... Não creio que fosse um verdadeiro fotojornalista... Ele próprio deixou-se fotografar, empunhando uma Kalashikov... Não sei em que circunstâncias esteve nas "regiões libertadas" da Guiné, nos anos 1969/70... Hoje tem uma casa comercial de fotografia em Budapeste... Pode consultar o seu sítio e a sua fotogaleria (embora eu não saiba húngaro, parece-me que as fotos são do domínio público... Há tempos mandámos-lhe uma mail, em francês, a dar conhecimento e a pedir autorização, mas não respondeu)... Estas fotos circulam pela Net...

    http://www.fotobara.hu/galeria/bissau_halott_katona_1970.jpg

    Esta em especial é um bocado crua, para os seus alunos...Tenho dúvidas sobre a sua autenticidade, pela posição da arma (Kalash, russa) e do cadáver... Há belíssimas fotos noutro sítio, sueco, de um grande fotógrafio norueguês, tiradas na mesma época (1970), sítio esse que autoriza a sua utilização pública, exigindo apenas conhecimento ao webmaster... Veja o nosso poste de 15 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2762: PAIGC: Instrução, táctica e logística (11): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (XI Parte): A máquina logística (A. Marques Lopes).

    Eu tenho a competente autorização para usar essas imagens, no nosso blogue. No seu caso, e como se trata de uma utilização para efeitos de ensino/aprendizagem, pode utilizar à vontade os nossos materiais, tendo a gentileza de divulgar o nome do autor e o endereço do blogue (mas temos também inúmeras páginas estáticas com cartas militares e fotos/memórias dos lugares... Vd. coluna do lado direito do blogue...). Nas duas versões do blogue (1ª e 2ª) há já milhares de fotografias disponíveis... A dificuldade é escolher.

    Obrigado pelo seu interesse e apreço.

    Luís Graça

    __________

    Fixação do texto: VB.

    (1) Sobre o Hino de Gandembel, já publicámos diversos postes:

    3 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2326: O Hino de Gandembel e a iconografia do soldado atormentado pelo desassossego (Idálio Reis)

    1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2319: Hino de Gandembel: interpretação de António Almeida (CCAÇ 2317, Gandembel/Balana, 1968/69)

    22 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2295: Hino de Gandembel, cantado no almoço da mini-tertúlia de Matosinhos (A. Marques Lopes / Carlos Vinhal)

    4 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2153: Hino de Gandembel: talvez a mais popular canção entre as NT no ano de 1969 (José Teixeira)

    4 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2152: Hino de Gandembel, hoje um hino de alegria (Idálio Reis / Gabriel Gonçalves)

    3 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2150: O Hino de Gandembel, cantado pelo GG [Gabriel Gonçalves], o baladeiro da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)

    3 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2149: Hino de Gandembel: Quem foi o autor da letra ? (José Teixeira / Idálio Reis)

    26 de Setembro de 2006> Guiné 63/74 - P2133: Guileje: Simpósio Internacional (1-7 de Março de 2008)(4): Hino de Gandembel, quem se lembra da música ? (Pepito / Luís Graça)

    (2) Sobre o ex-Alf Mil Capelão Arsénio Puim, da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), ver os seguintes artigos:


    16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2444: Arsénio Puim, ex-Alf Mil Capelão, CCS/BART 2917, hoje enfermeiro reformado e um grande mariense (Luís Candeias)

    12 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2433: Em busca de ... (16): Pessoal da CCAÇ 4946/73, madeirense + Arsénio Puim, ex-capelão, açoriano, BART 2917 (Luís Candeias)

    8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeia, amigo do Arsénio Puim)

    5 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1925: O meu reencontro com o Arsénio Puim, ex-capelão do BART 2917 (David Guimarães)

    17 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1763: Quando a PIDE/DGS levou o Padre Puim, por causa da homília da paz (Bambadinca, 1 de Janeiro de 1971) (Abílio Machado)

    Guiné 63/74 - P2824: Poemário do José Manuel (12): Ao Zé Teixeira: De sangue e morte é a picada...

    Guiné > Região de Tombali > Mampatá > CART 6250 (1972/74) > Os alunos da escola de Mampatá onde eu era auxiliar do Furriel Simões (Coimbra) a ensinar todas aquelas crianças. Grande trabalho fez o Simões, professor dedicado e que levava muito a sério a sua missão. Eu gostava mais de jogar à bola com eles.

    Foto e poema: © José Manuel (2008). Direitos reservados (1).


    1. Poema do dia, sem título, enviado em 24 de Abril:

    Ao Zé Teixeira (*)

    De sangue e morte é a picada
    a escuridão encobre a verde mata
    há um silêncio que magoa
    um barulho que atordoa
    um ruido que embriaga
    e adormece os sentimentos
    que endurece o coração
    é o perder do sorriso
    que se volta a encontrar
    no sonho, na visão, na ilusão
    ás vezes na recordação
    da nossa moira encantada
    hoje a minha moira é negra
    de seios duros e firmes
    de palavras e sons estranhos
    que aprendo a entender
    que sinto que posso amar
    pois a vida é para viver
    e não apenas para sonhar
    renasce o pulsar da vida
    em trepidante erupção
    sinto regressar a mim
    o que perdi na picada.

    Mampatá 1974
    josema

    (*) Nota do JML:

    Ontem conheci o José Teixeira e parte do seu grupo de Matosinhos. Relembrámos locais onde vivemos embora em datas diferentes. Havia referências comuns e o mesmo sentir por uma população entre a qual vivemos. Gostei do carinho com que ele falou daquela gente, como o receberam tantos anos depois quando lá voltou, por isso o poema de hoje é dedicado a ele.


    2. Comentário, muito sentido e sincero, do nosso Zé Teixeira, com data de 27 de Abril de 2008:

    Há momentos na vida em que o escorrer das lágrimas pela face abaixo sem que as possamos conter, reflectem a alegria que vai no coração. Este foi um deles, num fim de tarde de Domingo. Obrigado, Luís, por te lembrares de mim em primeira mão. Obrigado, Zé Manel, pela bela lição de esperança, escrita com raiva e dôr pelo sangue e morte que viste na picada, a picada que eu, antes de ti , trilhei e amargurei, e, só depois de voltar a vê-la, descansei.

    Fraternal abraço do
    J.Teixeira_______________

    Nota de L.G.:

    (1) Vd. último poste da série: 2 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2806: Poemário do José Manuel (11): Até um dia, Trindade, até um dia, Fragata

    Guiné 63/74 - P2823: Dando a mão à palmatória (11): Operação Gavião, 5 de Abril de 1968, com as CART 2338 e 2339 (Torcato Mendonça / Beja Santos)

    1. Mensagem, com data de 7 de Maio, do Torcato Mendonça, algo enigmática, procurando esclarecer (?) alguns pontos (obscuros...) da actuação das NT no decurso da Op Gavião (Sector L1, Bambadinca, Abril de 1968, ao tempo do BART 1904, 1966/68):

    Meu estimadíssimo Tigre:

    Falamos… em Monte Real… O Cascalheira corresponde. Era amigo do Zé Almodôvar, etc. O Guia não foi no joelho [que foi ferido, foi morto] … Estás a imaginar a cervical... Pensa numa faca balanta (*)… O Saiegh seguia, no regresso, à frente com o grupo dele e eu, com o meu, à esquerda… A tua segunda memória não diz tudo. Não se escreve, fala-se… Falaremos.

    O Tura morreu nos meus braços. Foi o primeiro e paro… Por que é o cheiro da morte, com sangue, doce ou adocicado ? Entranha-se e nunca sai.

    Obrigado pelo texto sobre o Jacques Attali e outros. Manda sempore… Eu mando-te um abraço forte, extensível a quem nos ler. Quero estar a abraçar-vos breve, brevemente. O nosso caríssimo amigo Luís Graça tem as fotos. São de todos, se assim o entenderem.

    Abraços do
    Torcato Mendonça


    2. Mensagem do Beja Santos, com data de 8 de Maio:


    Mendonçal e Torcatal figura, camaradas: 

    Uma rectificação em prol da verdade. Entraram-me à noite em casa numa gritaria crioula o Queta e o Cherno, as minhas duas memórias de conselho permanente. Durante a tarde, habituado que estou a conversar com os vivos e os mortos neste romagem a 40 anos atrás, dei comigo a conversar com o Saiegh, ele falava-me entusiasmado com a Operação Gavião, eu sabia que ele lá tinha estado, até porque o Pel Caç Nat 52 se chamava os Gaviões, certamente homenagem do Saiegh a esta operação.

    A meio da tarde, ciente de que tinha conversado com o Saiegh, ciente que o furriel Vaz não podia ter ido na operação, tinha sido punido e deslocado para a zona de Geba de onde foi levado por forças do PAIGC, pedi aos meus conselheiros que viessem clarificar tudo. 

    Quebá Soncó foi mesmo ferido, a entrada em Madina foi suave, vocês mandaram canhonadas (entenda-se morteiradas) sobre Belel. Lamento a falta de precisão e dou comigo a pensar porque é que não registamos os depoimentos de todos os Chernos e Quetas, a História vai perder a riqueza destes testemunhos. Seria interessante publicar-se o relatório da operação.

    Um abraço para todos,

    Mário Beja Santos

    3. Mensagem do editor, L.G., enviada atraés da tertúlia:


    Caríssimos, Mário e Torcato (c/c Henrique Matos e Carlos Marques dos Santos):

    Vou rectificar, até por que também meti os pés pelas mãos, ao sugerir que o TM já estava xoné (ou, em alentejano, alzheimariado…) ao trocar a CART 2339 (que era a dele) pela CART 2338 (irmã gémea)… Ora, estas duas unidades participaram na Op Gavião (5 de Abril de 1968) bem como noutras operações, conjuntas, no Sector L1 (Bambadinca), embora a CART 2338 estivesse sediada em Nova Lamego… Mea culpa… Isto dá direito a palmatória… Um Alfa Bravo. Luís


    PS – Vou ver se alguém tem o relatório da Op Gavião, que deve constar da história do BART 1904 (que anteceu o BCAÇ 2852, em Bambadinca) bem como da história da CART 2338 e/ou da CART 2339. 

    Já em tempos publiquei um poste do Carlos Marques Santos, ex- Fur Mil da CART 2339, onde há um relato pormenorizado da Op Gavião (era sempre dramático andar pelo Cuor, até Belel, quanto mais a Madina…). Vou republicar este texto (memorialístico)… 

    O CMS foi um activíssimo e precioso colaborador da 1ª Série do nosso blogue (que já fez três anos, em abril passado…), que por razões de saúde tem andado um pouco mais afastado das lides bloguísticas (mas vamos ter oportunidade de lhe dar um grande Alfa Bravo, em Monte Real). Foi ele que pescou o TM para a nossa tertúlia.

    30 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCLXIII: Diário do CMS (CART 2339)(1): Um homem ficou para trás e não há voluntários para o ir buscar...


    PS - Já agora, Mário [Beja Santos] e Henrique [Matos], digam-se se houve mortos vossos, sepultados in loco, em Missirá, no Enxalé, em Porto Gole… Sei que houve, no meu tempo e do Mário, um soldado do Pel Caç Nat 52 que desapareceu no Rio Geba… Os vossos mortos guineenses onde foram sepultados ? Em Bambadinca ? Nas terras natais ? Vd. lista do A. Marques Lopes que foi acabada de publicar e donde não constam… os portugueses guineenses… LG
    __________

    Nota dos editores:

    (*) Vd. poste de 7 de Maio de 2008 >
    Guiné 63/74 - P2817: Blogoterapia (51): O Alentejo do Casadinho e do Cascalheira, o Tura Baldé, a Op Gavião... (Torcato Mendonça / Beja Santos)

    (...) Resposta do Beja Santos (ex-Alf Mil, Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70):

    (...) Tempos depois a Operação Gavião, em Abril de 1968. Participaram a companhia do Enxalé (capitão Pires, Zagalo Matos e outros), a tua companhia [a CART 2339] e os Pel Caç Nat 52 e 53. Inicialmente, estava destinado a ser uma operação de 5 dias, ficou-se em menos de três.

    Vocês saíram do Enxalé, numa lala perto de Madina, Tura Baldé, um milícia de Demba Taco, ao beber água numa fonte encontrou-se com um soldado do PAIGC que lhe deu um tiro, desacasos da fortuna. Na operação Gavião, o guia era Quebá Soncó, o filho primogénito do régulo Malã, que foi atingido por um tiro numa rótula, foi-lhe amputada a perna" (...).

    Guiné 63/74 - P2822: Dando a mão à palmatória (10): Não foi salvaguardada a propriedade intelectual e a privacidade do Hugo Moura Ferreira

    1. Mensagem do Hugo Moura Ferreira, ex-Alf Mil, CCAÇ 1621 (Cufar) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1966/68), residente em Lisboa e membro da nossa tertúlia, desde 22 de Dezembro de 2005:

    Caros amigos.

    Achei interessante o Post Guiné 63/74 - P2820 (1). Só tenho um reparo a fazer que peço resolvam com rapidez, embora saiba que isso já é um pouco extemporâneo, mas que refere a informação do foro pessoal que foi inserida no referido post.

    Não concordo que na reprodução do oficio que me foi remetido pelo AGE, e reproduzido integralmente, não tenha sido apagada a minha morada.

    Já repararam que tudo o que é necessário saber sobre mim ali está expresso? Assim agradeço que reparem, urgentemente, esta anomalia que não esperava pudesse acontecer, sem a minha autorização expressa, que obviamente não daria, no Blogue que é visitado por tanta gente a nível mundial. Afinal existem editores que têm que verificar o material que recebem e que se propõem inserir.

    Os direitos de autor e de confidencialidade têm que ser salvaguardados em tempo, por quem publica.

    Desculpem a forma mais ou menos agastada como me exprimi, mas como falo e procedo com o coração...

    Obrigado, cumprimentos e abraços.

    Hugo Moura Ferreira

    2. Comentário do editor:

    Hugo: Tens toda a razão. Não devia ter acontecido. O mal está feito. O lapso, no entanto, já foi corrigido, de imediato (1). A atribuição da propriedade do documento era conjunta. Sabemos que o documento original era teu, já que a resposta te era dirigida, enquanto autor do requerimento. O Benito Neves falcultou-nos uma cópia, com a melhor das intenções. E nós reproduzimo-la com a melhor das intenções. No entanto, houve uma falha no controlo de qualidade. Errar é humano. Aprendemos com os erros. Fizeste bem em indignar-te. Bom fim de semana. Luís Graça.

    __________

    Nota de L. G.:

    (1) Vd. poste de 9 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2820: Aqueles que nem no caixão regressaram (2): O caso do José Henriques Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves)

    Guiné 63/74 - P2821: Aqueles que nem no caixão regressaram (2): O caso do José Henriques Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves / Hugo Moura Ferreira)




    Cópia do Ofício do Arquivo Geral do Exército, nº 112/STAG, Proc. 6.2, de 23 de Maio de 2007, em resposta a um requerimento do nosso camarada Hugo Moura Ferreira, de 16 de Abril de 2007, pedindo informações do Soldado José Henriques Mateus. Cópia facultada pelo Benito Neves. Por razões de protecção da privacidade do requerente, eliminámos, da imagem, o seu nome completo e a sua morada.

    Em traços largos, o teor do ofício é o seguinte:

    (i) O José Henriques Mateus foi dado como morto em combate, "conforme a História da sua unidade (CCav 1484)";

    (ii) Segundo o Arquivo Histórico Militar, há uma relação de militares falecidos e desaparecidos, do CTIG/QG/1ª Repartição, datada de 21 de Maio de 1974, donde consta o nome do José Henriques Mateus, "dado como desaparecido em combate na região de Catió, em 10Set66 e que mais tarde foi considerado morto, juntamente com outros militares, nos termos do nº 3 do art 1º do Decrteo 350/71, de 12AGO71";

    (iii) Não faz parte dos militares resgastados através da Op Mar Verde [, em que foram libertados 26 prisioneiros portugueses, em Conacri];

    (iv) Também não consta da base de dados referente à lei dos ex-combatentes (Lei nº 9/2002).


    Foto: © Hugo Moura Ferreira (2008). Direitos reservados.


    1. Mensagem do Benito Neves, bancário reformado, de Abrantes, com data de 8 de Maio:


    Luís, o meu abraço

    Tenho estado atento ao blogue e, relativamente "àqueles que nem no caixão regressaram", constato que o nosso amigo Mateus não consta entre os mortos, embora os documentos oficiais digam que sim.

    Pergunto-me quantos Mateus haverá, não contabilizados...

    Já enviei ao Marques Lopes a mensagem que se segue e que agora reencaminho para teu conhecimento.

    Cumprimentos

    B Neves

    2.Mensagem do Benito Neves, enviada ao A. Marques Lopes:

    Os meus melhores cumprimentos

    Tenho acompanhado com muito interesse tudo o que, proveniente dessa fonte inesgotável, tem sido escrito e publicado no blogue, pelo que não posso deixar de expressar as minhas felicitações.

    Relativamente ao

    Post nº. 2811 - Lista de militares portugueses mortos e enterrados em cemitérios locais (3) 1966-1967, constato que entre os militares mortos em 1966, não consta o soldado nº. 711/65, José Henriques Mateus, da CCav 1484, que terá falecido por afogamento na travessia do rio Tompar, afluente do rio Cumbijã, no decurso da operação Pirilampo, no dia 10/Set/66. O corpo não foi recuperado. Era natural da Areia Branca, concelho da Lourinhã.

    A este assunto reporta o Post 1676 do nosso blogue (1), relativamente a reservas que ainda hoje hoje tenho sobre esta morte, na medida em que se levantou a hipótese de ter sido capturado e libertado mais tarde no decurso da operação Mar Verde [ Conacri, 22 de Novembro de 1970]. Porém, oficialmente, conforme documento anexo, foi considerado morto em combate.

    Não sei se este meu pequeno contributo terá alguma valia, mas pergunto-me quantos Mateus faltarão nas listas oficiais.

    Um abraço e bom trabalho

    B Neves
    CCav 1484
    Nhacra - Catió
    1965/67

    _______

    Nota dos editores:

    (1) Vd. poste de 19 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1676: Vivo ou morto, procura-se o Soldado Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves)

    Guiné 63/74 - P2820: Aqueles que nem no caixão regressaram (1): O Sold António Alves Maria da Silva, campa nº 247, Bissau (Virgínio Briote)

    1. Comentário do Virgínio Briote, nosso co-editor, ex-Alf Mil Comando, ao poste P2811 (1):


    O Soldado António Alves Maria da Silva (campa nº 247, Cemitério Municipal de Bissau, Talhão militar português) morreu atingido por uma bala no peito, durante a Op Hermínia, o 1º helitransporte de assalto na Guiné, realizado na zona de Jabadá, em 6 de Março de 1966, um domingo, se não erro.

    Fui eu que, na contingência, lhe prestei os primeiros socorros. Como estava em paragem cardíaca, assistiu-o com o que tinha à mão, naquele momento, a minha boca. Ao inspirar profundamente, entrou-me uma golfada de sangue a "ferver". Esforços inúteis. Os helis, a caminho da BA12, responderam ao pedido de evacuação, e minutos depois estavam em cima de nós. Como havia fogo cruzado, foi-nos pedido que nos aproximásemos de uma zona com maior segurança. Quando um militar nosso lançou uma granada de fumos laranja, o capim alto incendiou-se (quando queríamos que ardesse , raramente era à primeira) e tivemos que andar com o corpo de um lado para o outro até o conseguirmos meter no Allouette 3.

    A magnífica equipa de helis (com a qual fizemos várias operações posteriormente) era comandada pelo então major Mendonça e dela fazia parte o Ten Velez Caldas, um piloto que muito estimei.

    Procedemos à recolha de fundos e, com algum dinheiro do saco azul, tratamos da trasladação do corpo para a terra dele, Erada, Covilhã.

    Nunca vim a saber porque é que os restos mortais do nosso Camarada ainda lá continuam. O António estava no fim da comissão e sinto que tenho a minha quota de culpa por ter transigido aos insistentes pedidos dele em participar naquela que ele disse ser a última operação para se despedir da Guiné.

    vb

    __________

    Nota dos editores:

    (1) Vd. poste de 5 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2811: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (3): De 1966 a 1967 (A. Marques Lopes)

    (2) O Soldado Comando António Alves Maria da Silva, oriundo da CCaç 674, havia frequentado com sucesso do 2º Curso de Comandos, do CTIG, em 4 de Setembro de 1965. Pertencia ao Grupo Diabólicos, comandado pelo Alf Mil Cmd Virgínio Briote:



    1. Alf V. Briote (CCav 489/BCav 490)
    2. 2º Sarg Mário J. Machado Valente (CCS/QG)
    3. Fur Caetano Azevedo (CCaç 764)
    4. Fur Fernando Marques de Matos (Pel Caç 953)
    5. 1º Cabo Carlos Filipe Faria (CCaç 462)
    6. Sold Bacar Djassi (CCS/QG) (fuzilado após a Independência)
    7. 1º Cabo Mamadu Jaló (Agrup 16) (fuzilado ...)
    8. Sold Albino F. Silva (CCS/BCaç 697) +
    9. Sold José Vicente Caleiro Júnior (CCS/BCaç 697) +
    10. 1º Cabo José Henriques Cristóvão(CCS/BCaç 790)
    11. Sold António Jesus da Silva (CCS/Bat.Caç 790)
    12. Sold António A. M. Silva (CCaç 674) (morto em combate,Jabadá, 06/03/66)
    13. Sold Fernado Simões Moura (CCaç 726)
    14. Sold António Amador Caeiro (CCaç 726)
    15. Sold Bacar Mané (BAC) (fuzilado após a Independência)
    16. 1º Cabo António Rita Domingues (CArt 732) +
    17. Sold Álvaro dos Santos (CCav 677)
    18. Sold Carlos Alberto S. Roberto (CCav 677)
    19. Sold Domingos Lopes (CCav 703)
    20. 1º Cabo Casimiro Oliveira Anselmo (CCav 789)
    21. Sold José Correia Martins (CCav 789)
    22. Sold Joaquim Ventura Esperto (CCav 789)
    23. Sold José Feitinha de Matos (CCav 789)
    24. Sold Diamantino F. M. Carvalho (CCav 789)
    25. Sold José Joaquim Pereira Marques (CCav 678)

    Obs.: + já falecidos

    quinta-feira, 8 de maio de 2008

    Guiné 63/74 - P2819: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (4): 1968-1973 (Fim) (A. Marques Lopes)

    Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 1 de Março de 2008 > O Rio Corubal, visto da margem direita, junto ao Saltinho... Neste rio (o único verdadeiro rio da Guiné, segundo dizia o Amílcar Cabral), morreram afogados 46 militares portugueses das CCAÇ 1790, CCAÇ 2405 e outras unidades, além de um civil guineense, no dia 6 de Fevereiro de 1969, na travessia junto ao Cheche, na sequência da evacuação de Madina do Boé (Op Mabecos Bravios). Nenhum dos corpos foi recuperado (1).

    Quadro 7 - Guiné 1963/74: Militares portugueses metropolitanos, mortos por ferimentos em combate, doença, acidente ou outros motivos, e cujos corpos ficaram em cemitérios locais. Parte IV (Final): 1963/73, por trimestre. Mas nesta lista não se incluem os guineenses, ao serviço do Exército Português.

    O total apurado (n=254) está longe de corresponder ou até aproximar-se sequer dos números de que habitualmente se fala: três vezes mais, por exemplo. Nem sequer chegamos, nem de loge nem de perto, aos 100 locais de enterramento de que habitualmente se fala (por exemplo, a comunicação social, a Liga dos Combatentes). É possível que esse número possa estar correcto, se tivermos em linha de conta os nossos soldados africanos.



    Já que falamos dos nossos mortos (militares portugueses metropolitanos) que ficaram em terras da Guiné (uns insepultos, desintegrados por minas ou afogados nos traiçoeiros rios e braços de mar; outros enterrados, em cemitérios locais ou improvisados: Bissau, Nova Lamego, Bafatá, Bolama, Guidaje, Farim, Bambadinca, etc.) , e estamos a pensar em reabilitar e dignificar esses locais de enterramento, com o apoio do Governo da Guiné-Bissau, também era altura de fazermos um pouco de justiça aos guineenses que combateram e morreram ao nosso lado, dando a conhecer no mínimo os locais onde foram enterrados. Nalguns casos, a sua tabanca de nascimento. Estou-me a lembrar, por exemplo, do 1º morto da CCAÇ 12, o soldado Iero Jau, que foi enterrado com honras militares na sua terra, de cujo nome já ninguém se lembra (2). Muitos outros terão ficado nos sítios (ou perto) onde morreram.

    Nesta lista não constam elementos de outros ramos das Forças Armadas, para além do exército. Não consta ninguém da Marinha nem da Força Aérea. Não constam, por exemplo, os três camaradas nossos, pára-quedistas, da CCP 121/BCP 12 (1972/74) que morreram na sequência da emboscada do PAIGC em 23 de Maio de 1973, na tristemente famosa bolanha do Cufeu. Eram eles, o Manuel da Silva Peixoto, de 22 anos, natural de Vila do Conde; o José de Jesus Lourenço, de 19 anos, natural de Cantanhede; e o António das Neves Vitoriano, de 21 anos, natural de Castro Verde. Os três ficaram sepultados em Guidaje.

    Enfim, esta lista parece-nos estar incompleta ou ter lacunas grosseiras: por exemplo, dela ta´mbém não constam os três camaradas da CART 3494 / BART 3873, que, saídos do Xime para o Mato Cão, em Sintex, foram apanhados pelo macaréu, tendo desaparecido ou morrido, em 10 de Agosto de 1972: Soldado Abraão Moreira Rosa (desaparecido), Soldado José Maria da Silva e Sousa (natura de Famalicão, morto, sepultado em Bambadinca) e Soldado Manuel Salgado Antunes (desaparecido). Os três eram camaradas do nosso tertuliano nº 2, o Sousa de Castro.

    Quadro 8 – Guiné 1963/74: Distribuição, por cemitério, dos corpos dos militares portugueses metropolitanos, mortos por ferimentos em combate, doença, acidente ou outros motivos, e cujos corpos foram enterrados em cemitérios locais. Parte IV (Final): 1963/1973 (n=254).

    O cemitério de Bissau (n=106) representava 41,7% do total (n=254), seguido à distância pelo cemitérios de Nova Lamego (n=17), Bafatá (n=15), Bolama (n=11), Guidaje (n=6), Farim (n=4), Bambadinca (n=3), Fulacunda (n=2) e Catió (n=2). Cerca de 31,5% dos corpos (n=80) não tinham sido recuperados.

    Outros locais de enterramento (n=8), com um sepultura cada: Aldeia Formosa, Bedanda, Binta, Buba, Cacine, Ilha das Galinhas, Conacri e ainda um local desconhecido.


    Imagens e legendas: ©
    Luís Graça & Camaradas da Guiné (2008). Direitos reservados.


    Aqueles que nem no caixão regressaram - Parte IV (Final)
    (Organização por ordem cronológica da data de morte: A. Marques Lopes, Cor DFA, Ref) (Continuação) (2)


    NOME e POSTO / UNIDADE / DATA da MORTE / LOCAL da MORTE / CAUSA da MORTE NATURALIDADE / LOCAL DA SEPULTURA


    Manuel Nunes dos Reis Cardoso, Furriel/ Pel Mort 1208 / 03.02.68 / Rio Feniqué / Afogamento / Oliveira do Bairro / Corpo não recuperado.

    Eduardo Guilherme Teixeira Monteiro, Alferes / CArt 1612 / 15.05.68 / Itinerário Aldeia Formosa-Guilege / Ferimentos em combate / Caala, Angola / Corpo não recuperado.

    Abel Gomes Simões, Furriel / CCaç 2317 / 04.08.68 / Change Iaia/ Ferimentos em combate/ Seixo, Montenor-o-Velho / Cemitério de Bissau, Guiné.

    Eduardo da Costa Pacheco, Soldado / CCaç 2317 / 04.08.68 / Change Iaia / Ferimentos em combate / Frazão, Paços de Ferreira / Cemitério de Bissau, Guiné.

    Luís dos Santos Marques, Soldado / CArt 1690 / 20.12.68 / Conakry (Guiné-Conakry / Doença / Serra Verde, Aguiar da Beira / Cemitério de Conakry.


    Albertini Silva Mendes, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / São Lourenço de Sande, Guimarães / Corpo não recuperado (5)

    Alfredo António Rocha Guedes, 1.º Cabo / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Vila Justa, Mesão Frio / Corpo não recuperado.

    Américo Alberto Dias Saraiva, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / S. Sebastião da Pedreira, Lisboa / Corpo não recuperado.

    Aníbal Jorge da Costa, Soldado CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Rossas, Vieira do Minho Corpo não recuperado.

    António Domingues do Nascimento, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Santa Maria, Trancoso / Corpo não recuperado.

    António Jesus Silva, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Arazedo, Montemor-o-Velho / Corpo não recuperado.

    António Marques Faria, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Tellhado, Vila Nova de Famalicão / Corpo não recuperado.

    António dos Santos Lobo, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Favaios do Douro, Alijó / Corpo não recuperado.

    António dos Santos Marques, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Corpo não recuperado.

    António Martins de Oliveira, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Rio Tinto, Gondomar / Corpo não recuperado.

    Augusto Caril Correia, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Santa Cruz, Coimbra / Corpo não recuperado.

    Augusto Maria Gamito, 1º Cabo / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / São Francisco da Serra, Santiago do Cacém / Corpo não recuperado.

    Avelino Madail de Almeida, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Glória, Aveiro / Corpo não recuperado.

    Carlos Augusto da Rocha, Furriel / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Angústias, Horta, Açores / Corpo não recuperado.

    José da Silva Góis, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Meãs do Campo, Montemor-o-Novo / Corpo não recuperado.

    José da Silva Marques, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Marmeleira, Mortágua / Corpo não recuperado.

    José de Almeida Mateus, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Santa Comba Dão / Corpo não recuperado.

    Celestino Gonçalves de Sousa, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Poiares, Ponte de Lima / Corpo não recuperado.

    David Pacheco de Sousa, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69/ Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Lastosa, Lousada / Corpo não recuperado.

    Francisco da Cruz, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Leboção, Valpaços /Corpo não recuperado.

    Francisco de Jesus Gonçalves Ferreira, 1.º Cabo / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Tortosendo, Covilhã / Corpo não recuperado.

    Gregótio dos Santos Corvelo Rebelo, Furriel / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Angra do Heroísmo, Terveira, Açores / Corpo não recuperado.

    Joaquim Nunes de Alcobia, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal/ Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Igreja Nova, Ferreira do Zêzere/ Corpo não recuperado.

    Joaquim Rita Coutinho, 1º Cabo / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Samora Correia, Benavente / Corpo não recuperado.

    Joel dos Santos Silva, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Guisande, Vila da Feira / Corpo não recuperado.

    José Antunes Claudino, 1.º Cabo / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Alcanhões, Santarém / Corpo não recuperado.

    José Bento Pacheco Aveiro, Soldado / CCaç 2444 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Nordeste, São Miguel, Açores / Corpo não recuperado.

    José da Silva Coelho, Soldado / CCaç 1790 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Recarei, Paredes / Corpo não recuperado.

    José Fernando Alves Gomes, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Carvalhosa, Paços de Ferreira / Corpo não recuperado.

    José Ferreira Martins, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Pousada de Saramagos, Vila Nova de Famalicão / Corpo não recuperado.

    José Loureiro, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / São João do Fontouro, Resende / Corpo não recuperado.

    José Maria Leal de Barros, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Vilela, Paredes / Corpo não recuperado.

    José Pereira Simão, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Salzedas, Tarouca / Corpo não recuperado.

    José Simões Correia de Araújo, 1.º Cabo / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Telhado, Vila Nova de Famalicão / Corpo não recuperado.

    Laurentino dos Santos Pessoa, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Sonim, Valpaços / Corpo não recuperado.

    Luís Francisco da Conceição Jóia, 1.º Cabo / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Alvor, Portimão / Corpo não recuperado /

    Manuel Amaral Carreiro, Furriel / CCaç 2444 / 06.02.69 / Estrada Cacheu / Bachile / Morte por ferimentos em combate / Sepultado no Cemitério Municipal de São Joaquim - Ponta Delgada. (Ver comentário)

    Manuel António da Cunha Fernandes, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Arão, Valença do Minho / Corpo não recuperado.

    Manuel Brás Catanho Ribeiro, 1.º Cabo / CCaç 2446 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Ribeira Seca, Machico, Madeira / Corpo não recuperado.

    Manuel da Conceição Silva Ferreira, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Santarém / Corpo não recuperado.

    Manuel dos Santos Costa Almeida, Soldado / CCaç 2444 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Arrifes, Ponta Delgada, Açores /Corpo não recuperado.

    Manuel da Silva Pereira, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Penude, Lamego / Corpo não recuperado.

    Octávio Augusto Barreira, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Soçães, Mirandela / Corpo não recuperado.

    Ricardo Pereira da Silva, Soldado / CCaç 1790 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Serzedelo, Vila Nova de Gaia / Corpo não recuperado.

    Valentim Pinto Faria, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Valedigem, Lamego / Corpo não recuperado.

    Vitor Manuel de Oliveira Neto, Soldado / CCaç 2405 / 06.02.69 / Rio Corubal / Afogamento na evacuação de Madina do Boé / Buarcos, Figueira da Foz / Corpo não recuperado,

    José António Martins Nogueira, 1.º Cabo / Comp de Transmissões / 23.07.69 / Rio Cacine / Afogamento / Vandoma, Paredes / Corpo não recuperado.

    Manuel José Machado da Silva, Soldado / CArt 1612 / 23.07.69 / Conakry / Doença / Parada de Monteiros, Vila Pouca de Aguiar / Desconhecido.

    António Manuel Soares de Resendes, Soldado / CCaç 2527 / 27.07.69 / Sambuiá / Ferimentos em combate/ São Pedro, Vila do Porto / Corpo não recuperado.

    Carlos da Mata Lima, 1.º Cabo / CCaç 2366 / 21.09.69 / HM241, Bissau / Doença 0/ Ilha de Santo Antão, Cabo Verde / Cemitério de Bissau, Guiné.

    José Bernardo Andrade da Silva, Soldado / CCaç 2529 / 07.11.69 / Rio Cacheu / Afogamento / Campanário,Ribeira Brava, Madeira / Corpo não recuperado.

    Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Campa do José Maria da Silva e Sousa, natural de Vila Nova de Famalicão, que morreu afogado no Rio Geba, em 10 de Agosto de 1972, na sequência de uma acção de patrulhamento ao Mato Cão. Era soldado da CART 3494, pertencente ao BART 3873.
    Este batalhão, sedeado com a respectiva CCS em Bambadinca (1972/74), tinha três unidades de quadrícula no Sector L1: CART 3493 (Mansambo, 1972/1973); CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974); CART 3492 (Xitole, 1972/74).
    Esta campa foi mostrada, completamente abandonada, num vídeo da RTP (Dor Adormecida), do programa Em Reportagem, de 20 de Setembro de 2006. Imagens que na altura nos chocaram a todos. O José Maria da Silva e Sousa é um dos nossos camaradas que não consta da lista que hoje publicamos. E os outros dois militares da CART 3494, cujos corpos não foram recuperados.
    Os três eram camaradas do nosso tertuliano nº 2, o Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo , 1972/74).
    Foto: © Sousa de Castro (2007). Direitos reservados.

    1970, 1972, 1973
    Manuel Santos Andrade, 1.º Cabo / CCaç 2701 / 09.08.70 / Saltinho / Afogamento / Paialvo, Tomar / Corpo não recuperado.

    Vitor Manuel Teixeira Queiroz, Soldado / CArt 3417 / 13.01.72 / Rio Cacheu / Afogamento / Feitoria, Madalena, Amarante / Corpo não recuperado.

    Jaime Frederico Mariz, Major / COP3 / 06.04.73 / Bigene, avião abatido / Ferimentos em combate / Amadora, Oeiras / Corpo não recuperado.

    António Júlio Carvalho Redondo, Soldado / 3.ª CCaç / 09.05.73 / Itinerário Guidage-Binta / Ferimentos em combate / Vreia de Jales, Vila Pouca de Aguiar / Corpo não recuperado.

    Manuel Maria Rodrigues Geraldes, Soldado / 2.ª Comp. do BCaç 4512/72 / 10.05.73 / Guidage / Ferimentos em combate / Vale de Algoso, Vimioso / Quartel de Guidage, Guiné.

    Gabriel Ferreira Telo, 1.º Cabo / CCaç 3518 / 25.05.73 / Guidage / Ferimentos em combate / Paúl do Mar, Calheita, Madeira / Cemitério de Guidage, Guiné.

    José Nunes Ferreira, Soldado / CCaç 3518 / 25.05.73 / Guidage / Ferimentos em combate / Câmara de Lobos, Madeira / Cemitério de Guidage, Guiné.

    Jorge de Andrade Gonçalves, Soldado / CCaç 3518 / 25.05.73 / Guidage / Ferimentos em combate / Campanário, Ribeira Brava, Madeira / Cemitério de Guidage, Guiné.

    José Carlos Moreira Machado, Furriel / CCaç 3518 / 25.05.73 / Guidage / Ferimentos em combate / Ervões, Valpaços / Cemitério de Guidage, Guiné.

    António Luís Fernandes, Soldado / Pel Intendência / 26.05.73 / Ilha das Galinhas / Afogamento / Orvalho, Oleiros / Cemitério da Ilha das Galinhas, Guiné.

    António Santos Gerónimo Fernandes, Furriel / CCaç 19 / 26.05.73 / Guidage / Ferimentos em combate / Carção, Vimioso / Cemitério de Guidage, Guiné.


    Fonte: Tomo II, Guiné - Livro 2, do 8º Volume, Mortos em Campanha, da autoria de CECA - Comissão para o Estudo das Campanhas de África. Editado em 2001 pelo Estado Maior do Exército. Desta lista não constam os naturais da Guiné, ao serviço do exército português, nem eventualmente militares dos outros ramos das FAP: Marinha e Força Aérea. (4)


    __________

    Notas de L.G.:

    (1) Sobre o desastre do Cheche, no Rio Corubal, no âmbito da Operação Mabecos Bravios, e sobre Madina do Boé, vd. os postes publicados no nosso blogue (1ª e 2ª série). Há ainda uma depoimento do Brigadeiro Hélio Felgas, a publicar em breve, e que nos chegou às mãos por intermédio do Paulo Raposo, ex-Alf Mil da CCAÇ 2405.

    17 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - CIX: Antologia (7): Os bravos de Madina do Boé (CCAÇ 1790)

    2 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CXXXIII: O desastre de Cheche, na retirada de Madina do Boé (5 de Fevereiro de 1969)

    8 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXXX: A retirada de Madina do Boé (José Martins)

    3 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXCV: Madina do Boé: 37º aniversário do desastre de Cheche (José Martins)

    12 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXXVI: O desastre do Cheche: a verdade a que os mortos e os vivos têm direito (Rui Felício, CCAÇ 2405)

    7 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P853: O meu testemunho (Paulo Raposo, CCAÇ 2405, 1968/70) (10): A retirada de Madina do Boé

    18 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1292: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (Parte I)

    15 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1370: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (Parte II)

    21 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1388: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (III parte)

    (2) Vd. posts de:

    30 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2231: Blogoterapia (34) : Os Ieros Jaus que trouxemos na nossa memória pisada (José Morais)

    14 de Outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXLII: A galeria dos meus heróis (2): Iero Jau (Luís Graça)

    8 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CXLVI: Setembro/69 (Parte I) - Op Pato Rufia ou o primeiro golpe de mão da CCAÇ 12

    (3) Vd. postes anteriores desta série:

    28 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2799: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (1): De 1963 a 1964 (A. Marques Lopes)

    30 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2802: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (2): 1965 (A. Marques Lopes)

    5 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2811: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (3): De 1966 a 1967 (A. Marques Lopes)

    (4) Sobre este dossiê (ainda doloroso...) dos nossos camaradas que nem no caixão regressaram, para usar uma feliz (porque inspirada) expressão do A. Marques Lopes, já publicámos inúmeros postes. Citam-se alguns:

    22 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2785: Ninguém Fica Para Trás: Grande Reportagem SIC/Visão (3): Sabemos ao menos quem foram e onde estão ? (Luís Graça)

    26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2687: Cemitério militar de Bissau: homenageando os nossos 350 soldados, uma parte dos quais desconhecidos (Nuno Rubim)

    22 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2672: De Guidaje para Bissau, trinta e cinco anos depois (Diário de Coimbra / Carlos Marques dos Santos)

    4 de Agosto de 2007 >Guiné 63/74 - P2026: Antologia (61): Rumo a Fulacunda: uma estória que ficou por contar ou a tragédia das CCAÇ 1420 e 1423 (Rui Ferreira)

    19 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1676: Vivo ou morto, procura-se o Soldado Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves)

    2 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1488: Vídeos (1): Reportagem da RTP sobre os talhões e cemitérios militares no Ultramar (Jorge Santos)

    28 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1468: Mortos que o Império teceu e não contabilizou (A. Marques Lopes)

    22 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1453: Ninguém fica para trás: uma nobre missão do nosso camarada ex-paraquedista Manuel Rebocho

    25 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1212: Guidaje, de má memória para os paraquedistas (Victor Tavares, CCP 121) (1): A morte do Lourenço, do Victoriano e do Peixoto

    9 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1260: Guidaje, de má memória para os paraquedistas (Victor Tavares, CCP 121) (2): o dia mais triste da minha vida

    26 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1117: Reabilitação de talhões e cemitérios militares nas antigas colónias (Jorge Santos)

    23 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1108: Cemitérios militares: chocado com o programa da RTP1 (Paulo Santiago)

    23 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1106: A ubiquidade dos nossos mortos (Zélia Neno)

    21 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1099: O cemitério militar de Guidaje (Manuel Rebocho, paraquedista)

    20 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1093: Programa da RTP1, hoje, às 21h, sobre as campas abandonadas dos nossos mortos (José Martins)

    28 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P919: Vamos trasladar os restos mortais dos nossos camaradas, enterrados em Guidage, em Maio de 1973 (Manuel Rebocho)

    30 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXIX: Do Porto a Bissau (23): Os restos mais dolorosos do resto do Império (A. Marques Lopes).