domingo, 3 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14562: Convívios (672): Almoço Convívio do CART 2479, no Vimeiro, Lourinhã, no dia 30 de Maio (Valdemar Queirós)

1. O nosso Camarada Valdemar Silva (mais conhecido por Valdemar Queiroz), ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70), solicitou-nos a publicação do seguinte convite para a festa do convívio anual da sua Unidade:



Ora viva, caro Luís Graça.

No próximo dia 30, deste mês, vai haver mais um 'CONVÍVIO 2015', do pessoal da CART 2479 / CART 11 (Guiné, 1969-70-71), no Vimeiro (Lourinhã). 

Parece que vai ser mais fácil ir ter, ao Vimeiro, venham do norte, do sul, do leste ou oeste, do que chegar a Canquelifá ou a Guiro Iero Bocari. (...quem nos dera ter agora vinte e poucos anos!). 

Faz este ano 45 anos, para alguns, que vieram da Guiné: eu, o Macias, o Abílio Duarte e o Pais de Sousa viemos, em 18 de Dezembro de 1970, de avião, pagando a diferença do custo da viagem dos restantes que vieram de barco, em Janeiro de 1971. 

Vamos lá, todos os 'Lacraus', ao Vimeiro (Lourinhã) .

Um grande abraço para todos do nosso blogue
Valdemar Queiroz

CONVÍVIO 2015
COMP. ARTILHARIA 2479
GUINÉ 1969 A 1971
VIMEIRO, LOURINHÃ, 30 de Maio de 2015 

Camaradas/ Amigos:

Aproxima-se o dia 30 de Maio pelo que se convidam todos os camaradas da Companhia 2479 para mais um “Combate”!

A concentração das nossas Forças será no Vimeiro, concelho da Lourinhã, pelas 11,00 horas, junto ao Padrão Comemorativo da Batalha do Vimeiro, onde o exército Anglo-Luso, comandado pelo General Wellesley, venceu as tropas napoleónicas dirigidas pelo general Junot em 21 de Agosto de 1808 durante a 1ª Invasão Francesa.

Relembrando aí a história e enriquecendo, por alguns momentos a nossa cultura com visita guiada ao Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, desceremos de seguida ao Restaurante Residencial Braga onde será servido o almoço.

As inscrições deverão ser feitas para Joaquim Martins contato 967063199 / 214102638) ou para o Leonel telem. 912848724 até dia 20 de Maio.

No verso seguem as instruções para acesso ao Vimeiro. 


Com um forte abraço
M. Martins

Algés,10 de Abril de 2015
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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P14561: Libertando-me (Tony Borié) (15): Atravessando a Ponte Golden Gate, a pé, em S. Francisco

Décimo quinto episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.



Quando jovens, havia pelo menos na nossa aldeia uma expressão, muito frequente, na boca das pessoas mais idosas, que quando fazíamos algo que não estava de acordo com o seu parecer, nos falavam com uma expressão geralmente arrogante, lá de cima, pois nós éramos crianças, víamos o seu rosto cá de baixo, dizendo-nos: “se voltas a fazer isto, vais corrido a PONTAPÉ!”.

A “PONTAPÉ”, é disso que vamos falar, não daquela expressão, intimidativa, arrogante, que nos embaraçava, nos metia medo, mas de algo que nos faça passar um bom tempo, nos faça ser jovens outra vez, aventureiros, deixando por alguns instantes a guerra, as emboscadas, os camuflados rotos e sujos de sangue, a terra vermelha, os abrigos do Olossato, todos aqueles pormenores, alguns horrorosos, outros assim-assim, outros onde, entre outras coisas, o cigarro e o álcool que nos faziam andar por ali, a G-3 era a nossa namorada, adorável companheira, às vezes acordávamos pela madrugada, parecendo até que éramos pessoas, humanos e, sabíamos ler, escrever, que o norte era para aquele lado, mas a Europa era para o lado da cidade de Bissau.

Lá em Mansoa havia a ponte que tinha um arco de cada lado, onde se faziam apostas, cujo prémio, às vezes era um maço de cigarros, em quem era capaz de atravessar esse arco, caminhando e batendo palmas, ao mesmo tempo. Havia alguns que com certa coragem, começavam, quando chegavam ao meio e a superfície era a descer, voltavam as costas e às vezes vinham de joelhos. Havia só um militar, que era o “Marafado”, que atravessava todo o arco, fazendo o pino, ou seja, caminhando com as mãos, mas a troco de uma cerveja ou de um maço de cigarros “Três Vintes”, ele dizia que tinha trabalhado num circo.

Havia a ponte velha, ao lado, que era a nossa preferida, assim como de outros militares que queriam alguma paz, onde se passavam horas, sentados, fumando, pensando na aldeia, atrás da montanha em Portugal, apreciando a área alagadiça, quando da maré cheia, com alguns pelicanos descendo o rio, mergulhando o pescoço na procura de algum peixe.

Muitos de nós conheciam essa ponte, pelo menos os combatentes estacionados na zona do Oio e, pelo menos nós, sempre considerámos a verdadeira “porta de entrada na zona de guerra”, mas agora vamos viajar, vamos atravessar a “Golden Gate Bridge”, que é aquela ponte que aparece muitas vezes nos filmes e na televisão, na cidade de São Francisco, na Califórnia.


Era ao fim da tarde, o carro era um “utilitário”, alugado na cidade de Los Angeles, numa agência, onde os funcionários vivem nos “Barrios” e, como já explicámos anteriormente, não gostam dos “Gringos”, fazem sempre um preço mais em conta às pessoas que falam ou tentam falar o seu idioma, não havia GPS, íamos guiados pelo mapa, onde parece tudo muito fácil, mas no terreno é pior que aqueles carreiros para Porto Gole, Bissorã, Bafatá ou Olossato, só que aqui, não é terra e floresta selvagem, é um tráfico intenso, com algumas distâncias sem qualquer placa de sinalização, seguíamos pela estrada número 1, a quem também chamam, entre outros nomes “Cabrillo Highway”, em homenagem ao navegador e explorador Português, João Rodrigues Cabrilho, nascido em Montalegre, no ano de 1499. Por seguir sempre encostada ao oceano Pacífico, mas próximo da cidade de São Francisco, esta estrada junta-se a uma rápida, que dá pelo nome de Highway 101. Parámos numa estação de serviço, perguntámos qual a maneira mais rápida e funcional de atravessar a ponte e a funcionária, sorrindo, disse-nos que era para aquele lado, mas nunca lá tinha ido, uma simpática senhora ao lado, logo nos disse que era fácil, quando entrasse na cidade, bastava seguir os sinais com desenhos da ponte que aparecem em quase todas as ruas ou cruzamentos do percurso, até à referida ponte, mas, vivia em São Francisco há mais de 20 anos e só a tinha atravessado duas vezes, quando foi visitar uma tia que vivia no norte, dizia-me ela, fazendo uns gestos esquisitos com ambos os braços, pois às vezes “balança e treme, que horror”.

Foi o que fizemos, demorou algum tempo, mas conseguimos, fomos ao outro lado e regressámos, era uma vista agradável, mesmo muito agradável e, na nossa ideia logo ficou a determinação que iríamos fazer de novo, mas agora a pé, ou seja, atravessar a “PONTAPÉ”.

Procurámos um daqueles motéis onde se dorme e que pela manhã servem um café com um biscoito, que normalmente chamam de “B and B”, (bed and breakfast), que quer dizer mais ou menos, cama e pequeno almoço, que na cidade de São Francisco, pelo menos na zona da parte sul da ponte, próximo da área de “Fisherman Wharf”, existem muitos.

Ali, recolhemos informação dos principais lugares com interesse na cidade de São Francisco, que é uma cidade onde os espanhóis, por altura do ano de 1776, se estabeleceram numa pequena fortaleza no “Golden Gate”, numa missão chamada “Francisco de Assis”. A corrida ao ouro na Califórnia, em 1848, impulsionou a cidade com um período rápido de crescimento, pois a sua população no espaço de um ano cresceu de 1000 para 25.000 habitantes, tornando-se naquela época a maior cidade da costa oeste dos USA. Em 1906, três quartos da cidade foi destruída por um terramoto seguido de incêndio, mas foi reconstruída rapidamente com avenidas e ruas já com configuração moderna, dizem também, que durante a “Segunda Guerra Mundial”, a cidade de São Francisco foi o porto de embarque para a “Guerra do Pacífico”, tal como a cidade de Lisboa foi o porto de embarque para a “Guerra do Ultramar”, e com o fim da guerra, o retorno dos militares, a emigração em massa, atitudes de liberalização e outros factores que levaram ao “Verão do Amor” e ao movimento pelos direitos dos homossexuais, fazendo da cidade de São Francisco um centro de activismo liberal dos USA.

Depois de nos informarmos sobre os lugares de interesse, que eram tantos, a escolha foi difícil, mas sempre sobressaía a “Golden Gate Bridge”, o “Fisherman’s Wharf” e o “Chinatown”. Um dos principais motivos que nos levou à cidade de São Francisco era atravessar a “Golden Gate Bridge” que quer dizer mais ou menos “Ponte do Portão do Ouro”, a pé, caminhando, que liga São Francisco à cidade de Sausalito, que fica situada do lado de lá, ao norte, mas dentro da área da baía de São Francisco, onde a ponte termina, sobre o estreito de “Golden Gate” que é uma das mais conhecidas construções dos USA, considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, cujo comprimento, depende do que nós quisermos medir, mas dizem que o vão principal da suspensão entre as torres é de 1280 metros, o que fez da Ponte Golden Gate a maior ponte suspensa do mundo, até que a Ponte Verrazano Narrows foi construído em Nova York, em 1964, com um projeto que foi deliberadamente feito 60 metros mais longo para definir o recorde mundial. A extensão total da Golden Gate é de 2737 metros, um pouco menos do que a metade do comprimento da ponte é entre as duas torres. Também dizem que ela é um dos destinos mais populares do mundo para viajantes, onde muitas pessoas vêm para as áreas de observação especiais, no norte ou do sul, estacionam os seus veículos, tiram fotos e vão embora, mas isso não lhe dá a mesma sensação para admirar esta bela estrutura, do que realmente é, caminhando pela ponte, que como dizíamos, tem quase três mil metros de comprimento.

Ao outro dia pela manhã, deixando o veículo estacionado na área do “Fisherman Wharf”, tomando lugar naqueles autocarros que mostram a cidade, saímos na parte sul da ponte, preparando-nos para a aventura da sua travessia a pé, já não era surpresa a intensidade do ruído do tráfego na ponte, pois o Highway 101, assim como a tal estrada número 1, são lugares barulhentos, mas a estrutura moderna de aço sob o leito da estrada da ponte, amplifica pouco o ruído do tráfego, mas claro, sempre se ouve aquela lamuria do “clack-clack” com os carros e camiões passando sobre as juntas de dilatação, que como sabem, essas articulações permitem à estrada expandir ou contrair, fazendo face às altas ou baixas temperaturas, que às vezes são extremas, que mantém a ponte sem deformação ou fissuras, mas para nós e muitos visitantes, estes sons da ponte, no seu trabalho, são parte da diversão de a visitar.


Iniciámos a nosso aventura sabendo que as forças da natureza colidem na área da Ponte Golden Gate todos os dias, pois estamos quase a 70 metros acima da superfície do Oceano Pacífico e da Baía de São Francisco, bem no meio de uma abertura estreita na escala de uma costa montanhosa, onde o Golden Gate, é a única abertura ao nível do mar que leva a milhares de quilómetros quadrados de vales ou montanhas, com o continente e o oceano, onde o calor se refresca durante o dia, que pode mudar a pressão do ar de expansão para contracção, que por sua vez pode causar ventos fortes, onde a atmosfera se ajusta às diferentes pressões de ar da terra e do oceano. Também existem marés fortes para dentro e fora da Golden Gate área, misturando água fresca dos grandes rios que desaguam na baía, com a água salgada e turbulenta do Oceano Pacífico, que podem ter diferentes temperaturas. O ar acima da água pode ser também de diferentes temperaturas, que causam variações na direcção dos ventos diários, que causam o tradicional nevoeiro, que pode existir por horas ou por alguns minutos, tanto seja pela manhã como pela tarde.

Levávamos equipamento para enfrentar todas estas anomalias, sentindo a brisa na cara, surgindo pela frente, céu azul, nevoeiro, alguns chuviscos, vento e, de novo céu azul, parando aqui e ali, tirando fotos, vendo a cidade ao longe, de diversas posições, pois do lado leste da ponte, enfrentamos a cidade de São Francisco e a Baía, a parte oeste nos dias de semana é geralmente reservado para as equipas de manutenção. Também existem duas passagens abaixo do tabuleiro da ponte, uma é um amplo túnel na extremidade sul e a outra é uma passagem estreita no extremo norte, para os caminhantes terem a oportunidade de atravessar entre as duas passagens, dando aos visitantes acesso a grandes oportunidades para fotos dramáticas de ambos os lados da ponte, que como dizíamos antes, com uma vista fabulosa, com vistas para a cidade de São Francisco, para a ilha de Alcatraz e outras áreas da parte leste da Baía, assim como alguns barcos passando, com os golfinhos fugindo na frente.
Já no regresso, ao meio da ponte, pudemos admirar os cabos gigantescos que descem ao nível do convés, o que nos permite ver o quão grosso são. Quando passamos ao lado das torres, existe uma pequena curva, produzindo uma "sacada", para mais pontos de vista e fotos. O círculo branco ao redor da base da torre da ponte é uma barreira de concreto que desvia as poderosas correntes de maré, e a protege contra os navios que podem, por qualquer razão, ficar fora do seu curso.

Na torre sul, do lado de São Francisco, tem uma placa comemorativa dos engenheiros e políticos empenhados na construção da ponte. No extremo sul abaixo da ponte sobre um promontório é o velho Fort Point, que é um local histórico nacional, assim como no extremo norte, abaixo da Ponte é o cais do antigo Fort Baker, podendo ver tudo isto e, mais algumas paisagens que nos ficam no pensamento para toda a vida.

Atravessámos a ponte nas duas direcções, parando por umas horas do lado de lá, onde existe um ponto privilegiado de observação, para repouso e admirar a paisagem.

Só mais um pormenor, a cor da Ponte Golden Gate é chamada de "laranja internacional", que não se vende nas lojas, pois é única.

Tony Borie, Maio de 2015.
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Nota do editor

Último poste da série de 26 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14528: Libertando-me (Tony Borié) (14): O aeroporto era já ali

Guiné 63/74 - P14560: Blogpoesia (414): do alto Minho... a Berlim, de regresso a casa (J. L. Mendes Gomes, ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)


Lisboa > Livraria Bar Les Enfants Terribles > Cinema King > 2 de novembro de 2013 > 19h00 > Sessão de lançamento do livro de poesia do nosso camarada J. L. Mendes Gomes, "Baladas de Berlim"  (Lisboa, Chiado Editora, 2013) > Da esquerda para a direita: Luís Graça, que apresentou o livro: o autor e o seu filho mais velho, Paulo Teia, padre jesuíta, que apresentou o pai e o poeta; e ainda a representante da Chiado Editora...

Foto: © Virgínio Briote (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]


Berlim > 2012 > Joaqum Luis Mendes Gomes,  com dois dos seus netos


Foto: © J. L. Mendes Gomes (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]




Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Ao centro, o Jorge Rosales, "régulo" da Tabanca da Linha, tendo à sua esquerda o seu solícito e competente "secretário", o "pira" Zé Dinis... À ponta esquerda, o nosso poeta J. L. Mendes Gomes  que nos deu este ano a alegria da sua presença. Tem casa em Mafra mas mora, uma boa parte do ano, em Berlim... Entre ele e o Rosales, o mais veterano dos três, o José Augusto Ribeiro...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados

alto minho...

subi às terras altas do alto minho,
cada vez mais verdes,
cheias de rochas e de castelos,
igrejas brancas
e campanários.

onde o vinho cresce enforcado por estas gentes pacatas
e derrama a sua bênção
lá por volta do mês de agosto.
e uma manta alta de pinheiros bravios
se estende abundante
por essas encostas serranas.

e há rios caudalosos,
minho, lima, cávado e ave,
descendo em correrias,
lá das montanhas,
serpenteando campos
e vinhedos,
em busca do mar.

onde havia mulheres tão atentas e corajosas,
como a maria da fonte,
fazendo frente
e pondo na ordem
os desacatos loucos
desses políticos.

onde vive um povo alegre
e trabalhador,
que enxameia de festas e romarias,
a temporada fértil
do estio e do outono...

onde portugal se enlaça a espanha,
pelo norte e pelo leste.

póvoa de lanhoso, 

na casa do meu irmão, 
11 de Abril de 2015
4h36m

ouvindo "nocturnos" de chopin

Joaquim Luís Mendes Gomes


desabafo

cheguei de novo a berlim, 

deixei-a despida, gelada e triste,
encontrei-a verde, 
recheada de arvoredo,
denso e gigantesco,
entrelaçando as casas. 

um céu azul e luminoso,
um fervilhar de gente alegre e descontraída a passear na rua,
nada de stresses,
vivendo a vida em festa.

desigualdades, aqui não há. 
toda a gente igual
e trabalha, 
cada um faz bem o que sabe e que é capaz. 
toda a gente dorme descansada...

como gostaria eu que o meu portugal,
que é tão lindo e rico, 
vivesse igual. 
mas não,
há uma casta de privilegiados,
parasitas e oportunistas,
uma dúzia só... 
que os explora. 
desenfreadamente. 
como uns selvagens... 
apoderaram-se do poder. 
e, pasme-se!, pela via democrática!...
que terrível paradoxo. 
que ninguém desata...

aqui há ordem, 
respeito das regras. 
tudo funciona perfeito,
desde as escolas, tribunais e aos hospitais. 
cada um tem sua vez. 
e não espera muito. 
o estado se preocupa, se antecipa 
na solução dos problemas dos seus cidadãos.
uma verdadeira sinfonia,
com bons maestros. ...
e não estou a exagerar nem a fantasiar.

berlim, 3 de maio, 11h45

[ex-Alf Mil, CCAÇ 728, 
Cachil, Catió e Bissau, 1964/66]

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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14559: Blogpoesia (413): No dia em que se lembram todas as Mães, um poema do nosso camarada Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887 (Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)

Guiné 63/74 - P14559: Blogpoesia (413): No dia em que se lembram todas as Mães, um poema do nosso camarada Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887 (Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)

1. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68) com data de 1 de Abril de 2015:

Prezado Dr. Graça:
Tomo a liberdade de remeter um pequeno poema, que poderá ser publicado o Blogue, caso o entenda conveniente.

Com um abraço amigo,
Domingos Gonçalves

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Mãe

 Não há outra tão breve, e sacrossanta.
É a primeira que a nossa voz murmura,
A que mais nossa pobre alma encanta.

Ao dizê-la, sentimos-lhe a doçura.
E não há palavra onde exista tanta.
E quem diz mãe, diz anjo. Diz ternura.
E diz amor, com piedade santa.

Mãe! A palavra é quase divinal.
É feita só de encanto, só de luz.
Para tudo quanto a vida tem de mal,

Ou de peso enorme, a lembrar a cruz,
Ela tem remédio. Ela traz bonança.
E tem sempre um gesto a brotar esperança.
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14452: Blogpoesia (412): 3 poemas recentes: (i) Mergulhei na Polónia; (ii) O barco na praia; e (iii) Rua dos impossíveis... (J. L. Mendes Gomes)

Guiné 63/74 - P14558: 11º aniversário do nosso blogue (2): o nosso primeiro poste, de 23/4/2004... Homenagem antes de mais à Mulher-Mãe (Mário Gaspar)

Mário Gaspar em Gadamael, já no final
da comissão, em 1968 
1. Comentário, ao poste P14507 (*), assinado pelo Mário Gaspar [ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68]:

(...) Trinta e cinco anos depois.
No 25 de Abril de 2004 presto a minha homenagem às mulheres portuguesas.
Que se vestiam de luto enquanto os maridos ou noivos andavam no ultramar.
Às que rastejavam no chão de Fátima, implorando à Virgem o regresso dos seus filhos, sãos e salvos.
Às que continuavam, silenciosas e inquietas, ao lado dos homens nos campos, nas fábricas e nos escritórios.
Às que ficavam em casa, rezando o terço à noite.
Às que aguardavam com angústia a hora matinal do correio.
Às que, poucas, subscreviam abaixo-assinados contra o regime e contra a guerra.
Às que, poucas, liam e divulgavam folhetos clandestinos ou sintonizavam altas horas da madrugada as vozes que vinham de longe e que falavam de resistência em tempo de solidão.
Às que, muitas, carinhosamente tiravam do fumeiro (e da barriga) as chouriças e os salpicões que iriam levar até junto dos seus filhos, no outro lado do mundo, um pouco do amor de mãe, das saudades da terra, dos sabores da comida e da alegria da festa.
E sobretudo às, muitas, e em geral adolescentes e jovens solteiras, que se correspondiam com os soldados mobilizados para a guerra colonial, na qualidade de madrinhas de guerra.

A maioria dos soldados correspondia-se, em média, com uma meia dúzia de madrinhas, para além dos seus familiares e amigos. Em treze anos de guerra, cerca de um milhão de soldados terá escrito mais de 500 milhões de cartas e aerogramas. E recebido outros tantos. Como este que aqui se reproduz. (...)

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Eu, Mário Vitorino Gaspar, estou inteiramente de acordo com o texto (**). 

No que diz respeito ao parágrafos que fala de Fátima, digo que discordo totalmente com a Igreja quando autoriza aquele rastejar. Enquanto em Fátima os pobres rastejam, não os critico, os ricos colocam nos mealheiros montes de dinheiro, possivelmente dinheiro sujo, e gozam os prazeres de uma estadia num Hotel de Fátima. Os pobres rastejam, brota sangue no alcatrão. Desde 1953 que assisti ao que acabo de dizer. A Igreja devia proibir que o povo se sacrifique daquela maneira. Costumo dizer "proibido proibir", neste caso proibia mesmo. É indigno, como outras questões em Fátima.

Decerto que estou de acordo com esse texto, mas acrescentaria talvez mais uns pós, isto em relação ao tema "Homenagem às Mulheres Portuguesas". Acrescentaria: ... Na Guerra Colonial, ficaria "Homenagem às Mulheres Portuguesas na Guerra Colonial"

Mulher-Mãe, minha primeira mulher; 
Mulher-Esposa; 
Mulher-Noiva; 
Mulher-Namorada; 
Mulher-Família... outras, 
e uma que considero ter muitos adeptos: 
Mulher-Prima. 
Muitos dos nossos camaradas namoravam primas e casaram-se.

A Guerra Colonial Portuguesa tem muito de comum com a Guerra do Vietname. Difere no que diz respeito às idades, os americanos eram mobilizados mais novos e não namoravam em comparação com os portugueses. 

Penso, penso eu... que no Vietname abundava a droga, e na Guiné vi a droga. As Praças "U" e os Caçadores Nativos, quando a encontravam.  ficavam doidos. Um dia vi-me atrapalhado para os segurar. Mas na zona onde estava, tenho a certeza absoluta: DROGA... NÃO!

Que droga maior que a Guerra? Anestesiados... anestesiados é o termo. O nosso interior é um enigma. Só na Guiné me apercebi das minhas capacidades e respostas para inúmeras questões. Podemos morrer, num cair e já está. Pode-se ser furado por montes de projecteis e não morrermos. Uma nativa em Ganturé, estava toda furada, intestinos nas mãos, pediu-me ajuda, e sem saber o que fazer, o Enfermeiro estava bem ocupado,  dei-lhe LM. Nunca cheguei a conclusões, mas o Furriel Enfermeiro, o meu Amigo Durães, disse-me que tinha feito bem.

Sucedeu-me, isto cá, aparecer um ex Comando junto de mim, pistola em punho, a dizer-me: "VOU MATAR-ME!"...  Respondi-lhe, logo sem pensar: "Então, mata-te". Não se matou, mas fiquei preocupado. Não o conhecia, tornei-me amigo do tipo.

QUERIA QUE OS NOSSOS CAMARADAS PARTICIPASSEM MAIS. SERIA VANTAJOSO QUE LESSEM, ACHO QUE GRANDE PARTE NADA LÊ.

Um abraço

 Mário Vitorino Gaspar

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(**) Vd.poste de 23 de abril de  2004 > Guiné 63/74 – P1: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P14557: Parabéns a você (898): António Estácio, amigo Grã-Tabanqueiro, natural da Guiné e Delfim Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAV 3366 (Guiné, 1971/73)


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Nota do editor

sábado, 2 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14556: Blogoterapia (268): Vitórias (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo CAR do BCAÇ 3872)

1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 28 de Abril de 2015:

A família junta o passado e o presente e perspectiva o futuro. 
Nesta foto estão os meus pais, irmãos, a minha mulher, a minha filha e sobrinhos, para além do Caramba. 
Três combateram na Guiné, um em Moçambique e o meu sobrinho prestou serviço durante o processo do referendo em Timor e mais tarde fez duas comissões no Iraque.
É a minha família mais chegada e quando estávamos todos era uma alegria. 

Um abraço a todos os camaradas
Juvenal Amado



VITÓRIAS

Sentado na enorme sala de espera das consultas externas do Hospital de Leiria, olho rostos, tento adivinhar o que se passa por detrás dos semblantes mais ao menos fechados...
Na sua maioria são gente para a minha idade e como o meu avô diria, eram rapazes do meu tempo.

Mas voltando aos “fregueses” da sala de espera, ponho-me a pensar que muitos dos homens foram combatentes, jovens, fortes, e hoje estão doentes, cansados das agruras da vida, saudosos daquele tempo em que afrontavam a vida como se nada lhes pudesse provocar beliscadura. Quantos estiveram na Guiné, Angola, Moçambique? Quantas esposas quanta madrinhas de guerra? Os progenitores são na esmagadora maioria uma recordação e uma saudade.
A saúde já não é a mesma e essa é que é a verdade indiscutível.

Há pouco tempo recebi a notícia de que o Silva dos Carvalhos estava a fazer hemodiálise e quando comentava o facto com outro camarada, fiquei a saber que o “Ermesinde” também está à espera de um transplante renal, o Narciso foi operado a tumor no cérebro, o Alfredo “estufa” teve um AVC e não sai da cama nem fala, também o “sacristão” esteve muito mal e isto para não falar nos que já nos deixaram.

Através dos semblantes dos utentes na sala de espera tento adivinhar o calvário que cada um está a passar por detrás do olhar absorto.
Quantos filhos e quantos netos terão? Quantas brigas, quantas derrotas e quantas vitórias, constarão na bagagem de cada um?
Os filhos e netos serão a sua vitória da vida sobre a morte?

Há dias assisti a um diálogo num filme que encerrava uma grande lição de vida.
Uma idosa judia, sobrevivente de um campo de morte nazi que ostentava a tatuagem de um número no braço e que estava muito doente, tinha ao redor da cama sete filhos, mais de uma dezena de netos e alguns bisnetos.
O médico disse – então tem aqui a sua família?
Ela respondeu, que sim e que aquela família, era a sua vingança sobre quem tentara aniquilá-la e através dela, toda a sua descendência. A prole tão numerosa era a sua vitória sobre os sofrimentos que lhe tinham infligido.

Fiquei a remoer nas suas palavras pois elas eram um grito de vitória, não em forma de batalha ou guerra ganha, mas sim em forma de sobrevivência e de prolongamento do seu nome, quando tudo tinham feito para lho apagar.

Em Monte Real também soube que alguns camaradas não estavam na sua melhor forma, mas mesmo assim ali estavam também a celebrar outros tempos, novas e velhas amizades. Alguns levaram esposas filhos e netos. Estarmos ali, foi celebrarmos uma vitória onde só a vida e a paz podem e devem ser vencedoras.

Juvenal Amado
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14555: Blogoterapia (267): Num Ápice, fico Anestesiado, a Mente o Obriga (Mário Vitorino Gaspar)

Guiné 63/74 - P14555: Blogoterapia (267): Num Ápice, fico Anestesiado, a Mente o Obriga (Mário Vitorino Gaspar)

1. Em mensagem do dia 26 de Abril de 2015, o nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), enviou-nos um texto de sua autoria como o título Num Ápice, fico Anestesiado, a Mente o Obriga.


“Eu me retiro com a consciência tranquila,
sentindo que cumpri meu dever,
de alguma forma,
com meu povo e meu país”.

Nelson Mandela


Foto: © Alexandre Miguel Marques Gaspar - Filho do Mário Gaspar


Num Ápice, fico Anestesiado, a Mente o Obriga
Mário Vitorino Gaspar

Comando… uma patrulha; segurança ou emboscada, os sentidos multiplicam-se.
Atento ao mínimo pormenor. A distância diminui. Pequena anã.
Os olhos ampliam as imagens. A pica beija o chão, meigamente bate. Se somos agressivos, rebenta. O coração cadenciado, melhor relógio do mundo. Depressa, não! A pica presa, como a vara do pastor.

Surge o inimigo, arde-me o fogo. O coração é mero sino manejado por um sacristão aprendiz. Num ápice, fico anestesiado? Mente… A mente desperta, som de trompete. Cerebral. Controlo!

Na mão enterro o medo. Invade a nudez do suco que morde o meu ser. Tem calma! Vislumbro, e logo de seguida… Oco o tempo sábio, trémulo de hora! Branco, tom pintado de nitidez. Carrego o corpo ser e saber. Crispa fogo… Coração, relógio solto de ponteiros das horas. Dentada no coração que chora.
Olho gigante cresce, visão global:
Mortos? Feridos? Evacuações, o radiotelegrafista tem de informar:
– Nenhum morto! Sete a evacuar!
– Disparo certeiro… E verdade verde pintada esperança.

Mas qual a memória, que matemática e fotografia? Os olhos munidos de lentes. Maquinetas fotográficas, certa memória…. Pausa… A liberdade só, regressa voando e mora dentro de mim.
Transformo-me em ave que voa na pauta.
Música nascida na pureza de musicais notas libertas:
Num Ápice, a anestesia morta, a mente sorri.

Evacuar. A morte espreita, numa nesga de entre o matagal.
– Não vejo! – Vomita o meu Soldado.

O helicóptero cai na terra perdida. A enfermeira florido sorriso:
– Espreite o céu que ri, rios de água nascente. Vê?

Olho sangue vermelho. Ferida espetada. De aço…Responde o herói Soldado:
– Tão linda que é! Flor… E branca neve algodão.
– Sete a evacuar…

O helicóptero esconde-se nas nuvens. Esvoaça… Esperança.

Mário Vitorino Gaspar
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14351: Blogoterapia (266): O Senhor M. Proust escreveu milhares de páginas "À la recherche du temps perdu"... Será que nós estamos escrevendo milhares de postes, à procura da juventude "perdida" na guerra? (Vasco Pires, ex-alf mil art. cmdt do 23º Pel Art. Gadamael, 1970/72)

Guiné 63/74 - P14554: Tabanca Grande (460): Nuno Nazareth Fernandes, que foi alf mil do BENG 447 e radialista em Bissau, 1972/74... Senta-se à sombra do nosso poilão, cabendo-lhe o lugar nº 684


Capa do livro "A engenharia militar na Guiné - O Batalhão de Engenharia" - Coord. Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar. - Lisboa : Direcção de InfraEstruturas do Exército, 2014. - 166 p. : il. ; 23 cm. PT 378364/14  ISBN 978-972-99877-8-6. Cortesia de Nuno Nazareth Fernandes. Ìndice da obra: ver aqui.


 1. Mensagem do compositor (e nosso camarada da Guiné) Nuno Nazareth Fernandes, com data de ontem:


Meu Caro Luis Graça

Obrigado pela publicação (*). Agradeço me mantenha ao corrente desses encontros [da malta do blogue] pois farei circular a informação pelo pessoal do Beng 447. Aliás também nós nos reunimos uma vez por ano e os ex-oficiais em Lisboa ou no Porto ou a meio caminho e com mais frequência.

Já agora envio a foto da capa do que a Arma de Engenharia publicou o ano passado sobre a Obra que o Beng deixou para trás, por iniciativa do seu último Comandante, o então Ten Cor Alberto Maia e Costa.

Pode ser solicitado á Direcção da Arma de Engenharia no Campo de Santa Clara em Lisboa.
Também agradeço, caso insistam em pôr a minha foto (...) que a substituam pela que mando e que é mais actual.

Parabéns pelo blogue que me parece de muita importância. 

Lembro que talvez a malta se lembre de um programa que fazia na rádio, no Emissor Regional da Guiné, quando eventualmente não estava fora de Bissau e que se chamava "Integral". Era do agrado especialmente do pessoal que estava no mato, quer pela música quer pelas mensagens "subversivas" que deixava...

Um dia destes, com tempo vou ver se localizo algumas gravações e mando. Lembro-me uma vez em que fui chamado à DGS e me "pediram  muito delicadamente" (...) para ter mais cuidado pois eram obrigados a enviar as gravações para a António Maria Cardoso!

Nessa mesma tarde estava eu a fazer fogo com umas
armas apreendidas ao IN com o Chefe deles, o
Fragoso Allas, o que era normal sempre que havia armamento "novo" no "mercado" e ele disse-me : - Ó engenheiro,   então hoje foi lá ao "escritório"?! Não ligue, eles fazem só o que lhes mandam...

É claro que dizer aos microfones "Em Santiago reina a paz dos cemitérios" .. (estávamos em 1973 e Pinochet tinha iniciado a repressão no Chile).

Coisas que hoje são interessantes de recordar  e que nos fazem reflectir sobre o "conhecimento" e relações DGS/Exército no Ultramar mas isso são horas de conversa.

Um abraço amigo para todos
NNF

2. Comentário do editor:

Escreveu ontem, em comentário, o Belarmimo Sardinha, que é membro da nossa Tabanca Grande e amigo pessoal do Nuno Nazareth Fernandes:

Olá Luis,

(...) Várias vezes abordei já com o Nuno a sua entrada na Tabanca Grande, depende apenas dele, mas experimenta tu a convidá-lo, é sempre diferente. Ele é uma pessoa com muito espírito e piada na forma de contar as suas histórias e certamente terá algumas sobre a Guiné e até sobre a rádio da Guiné, onde esteve também. (...)

 Um abraço, BS.

Pois, meu caro Nuno, e meu caro BS: não precisamos de mais convites. O Nuno percebeu logo que estava entre camaradas da Guiné, de gente de boa fé, deu os patabéns pelo blogue, mandou-nos uma foto atual, mostrou-se interessado em saber dos nossos encontros e até nos contou uma história da sua passagem pelo  PFA, o programa de rádio das Forças Armadas, e da sua ida, um dia, ao "escritório" da DGS... Para mim, é a aceitação do convite que lhe fiz para integrar a nossa comunidade virtual de amigos e camaradas da Guiné.  

O Nuno já está, pois,  sentado, e bem sentado á sombra do poilão da Tabanca Grande, cabendo-lhe o lugar nº 684. (depois da entrada do José Sousa e das nossas amigas Graciela Santos e Lígia Guimarães, esposas de camaradas nossoas, totalistas dos dez encontros nacionais que já realizámos desde 2006). (**)

De resto, a malta do BENG 447 [de que temos vários camaradas formalmente registados na nossa Tabanca Grande, com destaque para o ex-cap mil Fernando Valente (Magro), de 1970/72] só pode ser recebida aqui de braços abertos. Já também aqui demos notícia do próximo 32º Encontro Nacional da malta do BENG 447, nas Caldas da  Raínha, no dia 9 do corrente.

Obrigado, Nuno, pela foto da capa da obra "A engenharia militar na Guiné", da qual vamos querer saber mais coisas... E o Nuno já sabe que na Tabanca Grande todos os camaradas se tratam por tu, do engenheiro ao corneteiro, do médico ao auxiliar de enfermagem, do comandanet operacional ao simples soldado atirador...

Como vai adiantada a hora, e estou fora de Lisboa, quero tão só dar as boas vindas ao Nuno e agradecer também ao Belarmino por ter levado a "carta a Garcia", neste caso ter dado a conhecer ao Nuno o nosso blogue. Ficaremos à espera de poder partilhar, uns com os outros, de mais histórias do BENG 447 e dos programas de rádio que se faziam em 1973 e qiue chegavam tanto aos ouvidos da malta no mato como aos agentes da DGS... Temos também vários camaradas que foram locutores do programa de rádio das forças armadas, a começar pelo Silvério Dias!... O Nuno, por certo, que se deve lembrar do Silvério Dias e vice-versa

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de abril de  2015 >  Guiné 63/74 - P14549: (Ex)citações (273): A propósito de "O Vento Mudou".... No Festival RTP da Canção de 1967, o Eduardo Nascimento ganhou com o todo o mérito, porque era a melhor canção, e rompia com o chamado "nacional cançonetismo"... É falso que o Salazar tenha imposto o seu nome para ir ao festival da Eurovisão (Nuno Nazareth Fernandes, autor da música, e ex-alf mil, BENG 447, Bissau, 1972/74)

Guiné 63/74 - P14553: Agenda cultural (394): Apresentação do livro "Guerra na Bolanha - De Estudante, a Militar e Diplomata", de Francisco Henriques da Silva, dia 5 de Maio de 2015, pelas 18h00, no Palácio da Independência, Largo de São Domingos, Lisboa (Francisco Henriques da Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Henriques da Silva (ex-Alf Mil da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851, , Mansabá e Olossato, 1968/70; ex-embaixador na Guiné-Bissau nos anos de 1997 a 1999), com data de 28 de Abril de 2015:

Meus caros,
A fim de ser eventualmente divulgado na vossa agenda cultural, junto remeto um convite para a apresentação da obra da minha autoria “Guerra na Bolanha”, na próxima terça-feira, dia 5 de Maio, pelas 18 horas, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal em Lisboa.

Com abraço,
Francisco Henriques da Silva
(ex-Alferes miliciano de infantaria da C.Caç. 2402 e ex-embaixador de Portugal em Bissau 1997-1999)


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Nota do editor

Último poste da série de 28 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14538: Agenda cultural (393): Lançamento do livro "CARTAS DE MATO" - CORRESPONDÊNCIA PACÍFICA DE GUERRA", de Daniel Gouveia que terá lugar no próximo dia 5 de Maio de 2015, pelas 15 horas, na Livraria/Galeria Municipal Verney, em Oeiras

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14552: Notas de leitura (708): "Cabra Cega - Do seminário para a guerra colonial", por João Gaspar Carrasqueira, Chiado Editora, 2015 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Abril de 2015:

Queridos amigos,
Por intermédio do nosso confrade Marques Lopes, recebi esta "Cabra-Cega" que, segundo apurei, terá o seu lançamento em Junho.
A vários títulos, estamos perante uma obra invulgar, seguimos o itinerário de uma criança pobre educado no seminário até aos 20 anos, faz o 7.º ano enquanto estuda como ajudante de fiel armazém. Segue-se Mafra, e na Amadora vai formar batalhão.
Em impressiva água-forte, regressamos aos anos 1960, quatro aspirantes que foram convergidos à pressa para uma companhia dialogam entre a inocência e um certo fundamentalismo. O capitão Mendonça é uma figura antológica, verão. E depois a Guiné, algures, depois de um rio largo que depois se estreita. E um dia, aquele alferes descobre que está sozinho, a sua tropa debandou depois de um fogo intenso.
E há muito mais para vos dizer.

Um abraço do
Mário


Cabra-cega, por João Gaspar Carrasqueira (1)

Beja Santos

É um livro íntimo, com vários biombos, com a simulação de artifícios para dificultar a perceção da realidade. Será que João Gaspar Carrasqueira existe? E, a existir, foi conterrâneo de António Aiveca que deixou estes papéis para publicar e já está na terra da verdade?

Faltava-nos esta peça na literatura da guerra da Guiné, uma autobiografia camuflada, da infância até ao termo da comissão. Um menino nascido em Lisboa e logo transferido para Penedo Gordo, não muito longe de Beja. E regressado depois a Lisboa, vivia numa pobreza extrema, fez a instrução primária num colégio de padres e daqui seguiu para o seminário. Aos vinte anos, entra em discordância, é tempo de acabar com a comédia da vocação, e sai do seminário. Regressa a Lisboa, para sobreviver, trabalha como ajudante de fiel de armazém e estuda. É assim que recebe uma convocatória para se apresentar em Mafra, temo-lo como atirador de infantaria. Segue para a Guiné, é logo lançado no mato, o relato não indica nem o tempo nem o lugar como se buscasse a universalidade de todas as guerras. O capitão, comandante de companhia, é gizado como um valdevinos, um frequentador de cabarés lisboetas; e o retrato que o autor nos dá dos quatro alferes da companhia é singular, atrevo-me a dizer único, aquelas quatro pessoas poderão ter existido na inocência, no fanatismo, na pesporrência, na indiferença acompanhada de ignorância, quanto ao modo de participar na guerra. O alegado António Aiveca ao fim de quatro meses é ferido em combate, evacuado para o Hospital Militar Principal, transforma-se numa reencarnação no comandante companhia, morto na improvidência de um levantamento de mina. São tempos de estúrdia, somos envolvidos naquele terrível compasso de espera de alguém que tem os tímpanos feridos e que escancara as portas ao inferno dos estropiados que jazem num dos anexos do hospital. E dá-se o regresso à Guiné, vai passar mais uns meses numa companhia de recrutamento local, sai-lhe um portão de Balantas na rifa. E depois o regresso, numa atmosfera de espessamento e de desencantos. Todos mudaram, ele não ficou para trás, viveu a morte em vários espelhos coloridos e jogou à cabra-cega. Foi demasiado, se o seminário o desencantou, as idas e vindas com a Guiné ao fundo deixaram-no agrilhoado ao somatório das perdas.

Vale a pena abrir a mão de todo este longo itinerário que se atribui a António Aiveca, segundo o presumível imaginário de João Gaspar Carrasqueira.

Primeiro, o Alentejo, as raízes da família, mãe ceifeira e o pai tratorista nos campos dos latifundiários, rasgando-os com aivecas, daí o nome que ficou para a família. Passou a infância numa parte de casa em Campo de Ourique. E depois temos um colégio de padres, um caseirão enorme, estamos então no seminário, reza ao terço todos os dias antes do jantar, acompanha o diretor na visita às famílias ricas da terra. Passados cinco anos, é transferido para um seminário maior, noviciado em Filosofia, temos aqui descrições primorosas, há frases que ficaram gravadas ao ex-seminarista para todo o sempre: “Quem não fizer penitência morrerá” ou “Na missa, quando no altar se imola Jesus, não nos devemos julgar na terra, mas no céu entre os espíritos celestes”. Pobreza e castidade, e obediência. O controlo é absoluto, mal se põe a conversar mais longamente com alguém é logo advertido que não é bom fazer amizades, há inconveniência nos afetos duradouros. Pede para sair, entregam-lhe o papel da dispensa dos votos, vai viver com os pais em Lisboa, na Calçada da Patriarcal, trabalha, estuda, descobre o cinema. Tem o 12.º ano, é hora de partir para Mafra. O autor dá-nos algumas águas-fortes para preparação militar, dado transversal da obra são os diálogos das pessoas, conversas sincopadas, ali à volta, nas fendas e interstícios é-nos permitido conhecer os estados de alma, mas tudo com comedimento. Já é aspirante, é colocado numa unidade e redige jornais de parede. Ainda foi a Lamego, a sua prestação não agradou, é recambiado para o RI 1, Amadora, é aqui que vai integrar uma companhia, em breve todos saberão que o seu destino é a Guiné. Temos aqui um dos momentos culminantes do livro, as conversas entre os aspirantes Aprígio, Castro, Zé Pedro e Aiveca, é um bom registo de mentalidades. E somos inseridos na vida noturna de Lisboa graças ao capitão Mendonça que tem garrafas com o seu nome em diferentes bares.

Deliberadamente, não sabemos a data de partida no Ana Mafalda para a Guiné, presume-se que estamos em 1967. Uma LDM leva-os através de um rio para perto do destino. Sabemos que é um rio largo, que depois vai estreitar, condensa floresta nas margens, com curvas e contracurvas, havia muita tensão, mas nada aconteceu. E depois vão em coluna, após uma noite horrível, não se sabe bem por onde nem para onde, e chegam ao destacamento, sabe-se que têm a sede do batalhão a 30 quilómetros, há vários quartéis isolados. Correm rumores de que os rebeldes se aproximam da região, fazem-se patrulhamentos, Aiveca aprende os horrores daquele sol abrasador, vê horrorizado os soldados a mijar nos cantis. Mendonça, que dava a imagem da pândega na vida noturna de Lisboa, revela-se um traste, em positivo, trabalha para a folha de serviços. Sabemos que há áreas onde se deslocam sem perigo, as Panhard seguem à frente. Nomadizações, patrulhamentos, emboscadas. E a imagem de tabancas abandonadas, o testemunho daquele momento da guerrilha em que se separaram as águas, uns partiram para o mato profundo, outros aproximaram-se da tropa, ficaram em quartéis ou em autodefesa. As relações entre Aiveca e Mendonça degradam-se. E chegou a hora das grandes operações, entram em acampamentos, deitam fogo às habitações. E a guerrilha apresenta-se, há fogo intenso, é preciso apoio aéreo. Mendonça determina que vai referenciar um objetivo. É um dos momentos da obra dignos de referência. Aiveca vai ficar sozinho depois de uns tiroteios, o seu grupo debanda, vai descobrir que está sozinho. Tudo começa assim:
“Foi rastejando e, a certa altura, ouviu um silvo agudo no ar, levantou a cabeça e numa fração de segundos viu uma granada de morteiro em direção a si. Nem pensou, deu três voltas para o lado a rebolar. Ela enfiou-se na terra mole no sítio onde tinha estado, viu de esguelha o seu rebentamento, sentiu a terra que levantara cair-lhe no camuflado e ouviu o zumbido dos estilhaços. Cabeça entre os braços, ficou agarrado ao chão. Nunca imaginara que isso fosse possível, mesmo quando vira nos filmes não acreditara”.

E os guerrilheiros vão-se aproximando.

(Continua)
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Nota do eitor

Último poste da série de 27 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14532: Notas de leitura (707): Abdulai Silá, o grande prosador guineense (3): "Mistida" (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14551: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (30): «Projecto - Marcas de Guerra - Livro de Textos e Fotografias sobre as Tatuagens" (Pedro Nunes)

1. Mensagem do nosso leitor Pedro Nunes [m, foto atual, à esquerda, cortesia de PPL  Crowdfunding Portugal


Data: 29 de abril de 2015 às 11:36

Assunto: «Projecto - "Marcas de Guerra" - Livro de Textos e Fotografias sobre as Tatuagens


Boa tarde,

O meu nome é Pedro Nunes, e juntamente com mais dois escritores estamos a desenvolver um projeto para o qual pedimos a vossa ajuda/colaboração. Agradeço o vosso tempo assim como qualquer informação que nos possam enviar. 

Detalhes:

«Projecto - "Marcas de Guerra" - Livro de Textos e Fotografias sobre as Tatuagens
feitas no período da Guerra do Ultramar.

Pretendemos com este projecto fotografar pessoas que tenham tatuagens feitas durante o período da Guerra do Ultramar. Gostaríamos ainda de elaborar textos a contextualizar o simbolismo e os motivos associados a cada tatuagem.

Contamos para isso com a colaboração de ex-combatentes que se disponibilizem para uma conversa informal e posterior registo fotográfico.

Valorizaremos o tratamento de toda a informação de forma ética e profissional, sempre sob o consentimento de todos os envolvidos.

Acreditamos que este trabalho pode trazer um olhar diferente sobre todos aqueles que viveram um dos períodos mais marcantes da nossa História e que deve ser sempre lembrado.

Autores - Pedro Nunes, Helena Nogueira, José Noras - Escritores com obras publicadas, incluindo o livro de contos sobre o 25 de Abril, "Abril Depois de Abril"

Cumprimentos,
Pedro Nunes

2. Comentário do editores:

Caro amigo, obrigado pelo contacto. Vamos colaborar dentro das nossas limitadas possibilidades. A tatuagem não era o nosso forte. O tema já foi aqui abordado (*). com fraca resposta, Mas fica o seu repto e o seu convite. Os combatentes da guerra colonial / guerra do ultramar são portugueses generosos. E, mais concretamente, os membros da nossa Tabanca Grande  gostam de colaborar com quem procura o nosso blogue como valiosa fonte de informação e conhecimento. (**) 

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Notas do editor

(*) Vd poste de 22 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13429: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (20): Imagens de braços tatuados, do tempo da guerra colonial, precisam-se para trabalho jornalístico sobre a história da tatuagem em Portugal...

(**) Último poste da série > 17 de março 2015 > Guiné 63/74 - P14377: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (29): A Ilha das Galinhas que eu conheci e a nostalgia da "prisão" com que o Zé Carlos Schwarz ou Zé Cabalo (, no meu tempo de liceu), nos surpreende, na letra e música de "Djiu di Galinha" (Manuel Amante da Rosa)

Guiné 63/74 - P14550: Parabéns a você (897): José Carlos Neves, ex-Soldado TRMS do STM (Guiné, 1974) e Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil Cav da CCAV 703 (Guiné, 1964/66)


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Nota do editor

Último poste da série de 29 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14539: Parabéns a você (896): Giselda Pessoa, ex-Sargento Enfermeira Paraquedista da BA 12 (Guiné, 1972/74)

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14549: (Ex)citações (273): A propósito de "O Vento Mudou".... No Festival RTP da Canção de 1967, o Eduardo Nascimento ganhou com o todo o mérito, porque era a melhor canção, e rompia com o chamado "nacional cançonetismo"... É falso que o Salazar tenha imposto o seu nome para ir ao festival da Eurovisão (Nuno Nazareth Fernandes, autor da música, e ex-alf mil, BENG 447, Bissau, 1972/74)

Nuno Nazareth Fernandes
(n. 1944)
Cortesia de
www.snipview.com
1. Mensagem, com data de ontem,  do compositor Nuno Nazareth Fernandes, autor da música da canção "O Vento Mudou" (*):

Assunto: O Vento Mudou

Boa tarde ,

Fui alertado, por um ex-combatente e amigo, para uma referência no vosso blogue em que se afirma, a propósito de "O Vento Mudou" ter sido o Eduardo Nascimento o escolhido para representar Portugal na Eurovisão em 1967 por imposição de Salazar! (*)...

Ora isto é rigorosamente falso!

O Eduardo foi escolhido pelos autores da canção, eu, na música, e o João Magalhães Pereira, na letra, únicos responsáveis por isso. E ganhou... porque era a melhor canção, que rompia com o chamado "nacional cançonetismo" e com um cantor moderno e cheio de ritmo! Nem o Doutor Salazar nem as suas botas tiveram algo a ver com o assunto, antes pelo contrário!

Mas, já agora, posso contar algo que já narrei públicamanet na Televisão e que mostra como o "diz-se diz-se" deste país em nada mudou... Acontece que essa estória me foi afirmada, pessoalmente, quinze dias depois de termos ganho o Festival:

Eu comecei a usar barba quando concorremos, eu e o João estavamos então no IST  [Instituto Superior Técnico.] , e eu sempre gostei de manter um certo "low profile". Finda a euforia festivaleira,  cortei a barba e duas semanas depois fui a um barbeiro...

Barbeiros e taxistas eram na época a "vox populi" oficiais. Hoje também, embora os barbeiros tenham sido substituidos pelos "cabeleireiros" e pelos jornais "cõr de rosa" ficando assim tudo muito mais alegre ou seja "mais gay"... Acontece que o barbeiro em questão logo me informou, e eu incógnito, que tinha sido o Salazar que tinha orquestrado tudo e que os dois "energúmenos autores", sabia-o de" fonte segura", eram da...Mocidade Portuguesa!...

Mas, como sou curioso e na altura tinha muito cabelo, fui a outro "Figaro" alfacinha e puxei a conversa:
- Pois fique sabendo, meu caro senhor, que aqueles dois rapazes são comunistas e que foi o PCP que lhes deu ordem para escolher um negro só para provocar um incidente internacional quando o Regime o recusasse!

Fiquei pois perfeitamente esclarecido sobre a nossa escolha! 

Na dúvida, e como prémio, o dito Regime ofereceu-me 24 meses de Guiné (72/74) como alferes de Engenharia, o que achei perfeitamente normal ...e pelo caminho vinguei-me e conspirei forte e feio e lá chegou o 25 de Abril. Depois deve ter sido o PCP que não gostou e tive que "acontecer" outra vez e foi o 25 de Novembro! Enfim sou a chamada "vítima colateral " ... do Vento Mudou!

Qualquer dia acho que vou compôr uma coisa chamada "Furacão, procura-se", que é mais adequado aos dias de hoje, e peço ao Eduardo [Nascimento] para a lançar, pois continua a ter as qualidades que, na altura, justificaram a sua escolha: Cantar e muito bem!

Talvez alguma coisa mude...

E que se lixem as "Botas do Salazar" e as " teias de aranha do Lenine"!

Adeus e... até ao meu regresso, camaradas!

Nuno Nazareth Fernandes


2. Diz a Wikipédia sobre o Nuno Nazareth Fernandes (Excerto reproduzido com a devida vénia):

(...) Nuno Nazareth Fernandes (Lisboa, 24 de Junho de 1942) é um compositor, letrista, cartoonista, fotógrafo, poeta e guionista português.

Nasceu em Lisboa, filho de Alice da Nazareth Fernandes e Luis Cerqueira Teixeira, e neto de Agostinho Fernandes, industrial de conservas e mecenas do século XX.

Compositor, letrista, cartoonista, fotógrafo, poeta e guionista, é sobretudo conhecido pelas suas participações nos Festivais RTP da Canção (que venceu por três vezes, com as canções O Vento Mudou, Desfolhada Portuguesa e Menina), pelos sketches dos programas televisisvos Eu Show Nico e EuroNico e como autor de texto e música de inúmeras Revistas, num percurso de mais de quatro décadas entre os mundos do Disco, da Rádio, da Televisão e do Teatro.

Em todos esses campos trabalhou com os mais variados autores e poetas, com destaque para José Carlos Ary dos Santos com o qual escreveu, entre muitas, aquela que é considerada uma das mais belas canções da música portuguesa: Canção de Madrugar. 

Cumpriu serviço militar, como oficial do Serviço de Material, primeiro na Fábrica Militar de Braço de Prata, e, depois, no Comando Territorial [Independente] da Guiné, hoje República da Guiné-Bissau, no Batalhão de Engenharia (BENG-447), que se localizava em Bissau, entre os Comandos e os Adidos. Nessa ocasião existia no Batalhão de Engenharia um agrupamento musical designado por BENG-447 que actuou em diversos palcos, tanto militares como civis.

Fez parte da Direcção e Administração da Sociedade Portuguesa de Autores ao longo de sete anos. Considera-se um "estudioso compulsivo" de História, principalmente no que diz respeito à de Portugal e da Ordem do Templo. Enviuvou por duas vezes, tem três filhos e um neto. Vive em Lisboa.

"Chamam ao Telefone o Senhor Doutor Afonso Henriques" (ed. Zéfiro, 2008), não sendo o seu primeiro livro, é, contudo, o seu primeiro romance.
(...) É licenciado em Engenharia Mecânica (Aeronáutica) pelo Instituto Superior Técnico. É adepto do Sporting Clube de Portugal.

Ligações Externas (...)
3. Comentário do editor L.G.:

Nuno, obrigado pelo esclarecimento que nos mandou sobre a canção "O vendo mudou"...

Vamos publicar, obviamente... Por respeito à verdade e à boa imagem a que os camaradas da Guiné da Guiné têm direito... Como de resto qualquer outro português...

Em boa verdade, nem tudo o que luz é ouro, e nem tudo o que se lê na Net (e na Wikipédia, em particular) é verdade... De resto, tivemos o cuidado de manter essa ressalva... O que vem na entrada da Wikipédia, sobre o Eduardo Nascimento, é no mínimo uma insinuação torpe... No entanto, caímos na ratoeira de a reproduzir, embora com algumas cautelas;

(...) "Já o Eduardo Nascimento, um pouco mais velho (, nascido em Angola, em 1944) era um pacato rapaz lusitano, tal como o Eusébio... Tem hoje direito a entrada na Wikipédia, onde se diz que terá ido ao Festival Europeia da Canção por vontade expressa de Salazar, quando um "pretinho" dava jeito à máquina de propaganda do Estado Novo." (...) (*)

Fica, pois,  definitivamente esclarecido, em primeira mão, que a canção "O Vento Mudou" ganhou o concurso do Festival RTP da Canção, em 1967, pelo triplo mérito da letra, da música e da interpretação...

Camarada, este blogue também é seu... Costumamos dizer que o Mundo é Pequeno e a Nossa Tabanca... é Grande... Nesta "caserna" tratamo-nos por tu, como bons camaradas que fomos e somos... Falamos da Guiné e da guerra, claro, falamos da nossa geração, também das canções que nos marcaram, dos nossos (des)amores, dos nossos sonhos e dos nossos pesadelos...

Somos sportinguistas, portistas, benfiquistas, crentes e ateus, de esquerda e de direita... Falamos de quase tudo, menos de religião, política e futebol... Camarada, a nossa Tabanca Grande não tem portas nem janelas... Isto é um convite para o camarada do BENG 447 entrar, se lhe der na real gana... 

Somos quase 700 (, os formalmente registados, incluindo os 40 que da leia da morte já se libertaram,.,,). E blogamos há 11 anos.  E encontramo-nos, fisicamente, todos os anos... Nos últimos anos em Monte Real, mas temos tabancas por todo o lado, fora e dentro do país (de Cascais a Monte real, de Matosinhos a Gondomar, e até à Lapónia sueca)... Infantes, artilheiros, engenheiros, médicos, comandos, rangers, paraquedistas, enfermeiras paraquedistas, pilotos, soldados,   marinheiros, pretos e brancos... Só não temos refractários nem desertores, por uma razão simples: somos um blogue de combatentes... E o  nosso único propósito é partilhar memórias (e afetos), contar histórias, as nossas histórias... O resto é para os senhores doutores historiadores que escrevem a História de Portugal... Só não queremos é que sejam os outros a contar a nossa história por nós, como o Nuno também não gosta...   Até breve! (**)

Um alfabravo (ABraço), camarada.

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Guiné 63/74 - P14548: Bibliografia de uma guerra (72): Do meu livro “O Corredor da Morte”, rebentamento de uma mina PMD 6 (Mário Vitorino Gaspar)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), com data de 30 de Abril:

Cara Camarada Gigelda e todas as Enfermeiras Paraquedistas:
Tive sempre enorme admiração pelas nossas Enfermeiras Paraquedistas. Como costumo dizer as Mulheres de “M”, Mulher-Mãe; Mulher-Esposa; Mulher-Noiva; Mulher-Namorada; Mulher-Irmã; Mulher-Madrinha de Guerra e Mulher-Enfermeira. 
Penso que a Mulher-Enfermeira deveria ter uma outra atenção por parte do poder político. 

Aproveito a oportunidade e presto a minha humilde HOMENAGEM À NOSSA CAMARADA GISELDA PESSOA E A TODAS AS NOSSAS AMIGAS ENFERMEIRA PARAQUEDISTAS.
Mário Vitorino Gaspar


No Capítulo 15 do Meu Livro “O Corredor da Morte”, consta a determinado momento:

“Dia 15 de Janeiro de 1968 (…), tinha sido chamado na véspera ao capitão que considerou a utilidade de irmos buscar o correio a Sangonhá, assim patrulharíamos a zona. (…).

As tabancas alinhavam-se à direita. Aproximavam -se os Soldados Nativos e as Praças “U”.
Dei um nó no lenço que colocara ao pescoço. Um lenço de seda que me dera a minha namorada quando estivera de licença em Portugal. Era também “ronco”, como lhe chamavam os nativos.
O cabelo estava demasiado comprido. Gostava assim. Além disso, a barba. Há quantos dias que não a fazia.
O camuflado, uma miséria, parecia que velhice o engolia aos poucos. Tinha que me confundir com os negros no mato. Assemelhava-me, talvez.

Com o pessoal todo preparado, encaminhámos os nossos passos para a “porta de armas”, se é que poderíamos chamar àquilo tal nome. Seriam duas secções e os Caçadores Nativos e as Praças “U”. O total seria de uns quarenta homens. Não ia qualquer Oficial, seria eu a comandar.

Logo que passada a porta de armas, ficámos automaticamente com as distâncias controladas. Nunca íamos a monte, nem sequer era necessário dizer-se. As picas avançavam ao solo, massacrando-o com ato delicioso. Os arames rompiam pela terra. O trilho estava seco. A pica chocava no terreno, procurando um objecto que impedisse a perfuração. Eram as “carícias” daqueles arames de ferro, instrumentos improvisados. Eram sem dúvida nenhuma os melhores detectores de engenhos explosivos.

À frente ia o guia, logo a seguir, a uma distância de sete ou oito metros, um soldado. Separava-nos por volta dos sete metros da frente para trás. À esquerda e à direita. Todos a picar. Eu seguia o guia, Praça “U”, que picava, com uma certa minúcia. Tinha notado, já há algum tempo, que dois soldados que iam à minha frente depois de eu recuar, mais parecia quererem brincadeira. Algo de estranho se passava entre os dois. Saltei para a berma direita, colocando-me entre os dois fiz sinal para terem cuidado. Mudei-me logo para de trás dos dois soldados e continuei a picar.

No meio daquele silêncio profundo, senti um frio percorrer-me o corpo. O cérebro, a espaços, estagnara oco. Nem o vento, as folhas ou viva força da natureza.
- Vamos a ter cuidado - disse-lhe em voz baixa - é picar como deve ser.

Olharam-me, quase como envergonhados, sorrindo de seguida. Transportava, como todos, a G3 sobre o ombro esquerdo, enquanto a mão direita segurava a pica. As Praças “U” e os Caçadores Nativos batiam com a pica na terra que parecia ser acarinhada pelo arame. Continuei a avisar os dois soldados que me antecediam. Afastei-me para a berma contrária. O silêncio preocupava-me.
Olhei para trás. Estavam algo eufóricos. Desconhecia o motivo de tal. Seria a correspondência? Não sabia explicar. A verdade é que a alegria é contagiante. Estávamos na guerra, ali não havia espaço nem tempo para a nostalgia daquelas paragens sufocantes e doentias. O meu lenço de seda estava encharcado em suor. Coloquei o nó mais à frente. Notava a anormalidade de comportamento nos dois soldados da minha secção, colocados na berma do lado direito.

A uns vinte metros à frente, do mesmo lado, o guia parou por instantes, enquanto picava. Os dois soldados seguiam-no, ouvindo aquilo que a Praça “U”, transmitira baixo. O soldado que vai à minha frente espeta a pica, com raiva. Um estoiro. Um rebentamento forte. O guia foge para a frente. Apontei-lhe a G3, não sabendo explicar tal acto.
- Alto! – Gritei-lhe – Para aqui já!

O militar negro parou e aproximou-se de nós. Num ápice todos se lançaram para a berma. Era o conhecimento prático, os ensinamentos daquela guerra de guerrilha. O guia estava entre nós.
- Mina! – Gritou o soldado que vinha na minha retaguarda, respirando fundo.

Eu era o único que continuava de pé. Rebentando mina, armadilho ou fornilho, acontecia haver uma forte probabilidade de emboscada. De pé e o coração rompia do peito martelando-o, mas como sempre, mais lúcido, uma lucidez difícil de explicar. Numa fracção de segundo. Mais calmo que anteriormente. Também não entendo. A serenidade fazia parte integrante do “eu”. Era talvez como se tivesse ingerido um calmante. O cérebro respondia na íntegra. Deixei de tremer. Transformara-me como por milagre, num ser diferente.

Ouvi gritos que penetravam não só nos ouvidos, mas também no corpo e no espírito. Excluindo eu e o guia todos tinham sido atingidos pela mina. A minha experiência como especialista de explosivos, minas e armadilhas dizia-me que era, mais uma vez, uma PMD 6, vulgarmente conhecida por “saboneteira”. Uma antipessoal, que possuía mais o efeito psicológico. O que parecia estar pior era o soldado que ia à minha frente, com o rosto menino, coberto de sangue. Fechava os olhos. O camuflado estava repleto de estilhaços e também de sangue que haviam atingido também o rosto, na zona da vista. Sofria. Aquele sangue do corpo jovem molhava o trapo.
O outro que o seguia era quase o vivo espelho do primeiro, com mais estilhaços talvez. Continuava a não entender porque teria picado com tanta violência. Quereria matar a mina? Gritei para o radiotelegrafista, depois de pedir a um soldado que o chamasse:
- Aqui já! - Fiz sinal ao condutor para virar a viatura.
- Informe Gadamael Porto que temos evacuações para fazer, umas seis ou sete.

Disse ao radiotelegrafista com calma: - Não é grave!

A GMC tinha já dado a volta. Havia que evacuar os feridos. O soldado que tinha sido atingido no rosto, desabafou, com dores:
- Estou cego, cego..., não vejo nada, merda. Estes filhos de uma puta nem nos deixam ir buscar o correio!

Não via as lágrimas, elas agarravam-se ao sangue que continuava a correr do seu rosto.

- Calma rapaz, vamos para Gadamael, não fazemos aqui nada, as evacuações não podem ser feitas daqui! – Disse eu.

Aproximei-me dos feridos. Um gemia em tom demasiado baixo:
- É pá como vai isso? – Perguntei-lhe sorridente, pretendo incutir-lhe a calma e fé que necessitava, enquanto pedia ao telegrafista que pedisse as evacuações.

- Sinto picadas nas pernas. São os mosquitos todos da Guiné que me chupam o sangue – respondeu.

O sangue manchava os camuflados. Julgava serem os três únicos que necessitavam de evacuação, muito embora outros tivessem sido atingidos. A mina era de fraca potência. Feita de madeira, com algum arame. Disse para o condutor:
- É a abrir sempre até Gadamael, não é necessário picar... – Disse-lhe em altos berros.

Logo que arrumados na caixa da GMC, a mesma arrancou, com sete feridos e mais quatros homens. Uma secção de Ganturé, chegava com três viaturas. Subimos todos e com alguma velocidade, chegámos ao cruzamento. A secção de Ganturé saiu e continuámos até Gadamael Porto. Não era necessário picar. Gadamael estava à vista. Já se viam os militares da nossa companhia de calções e tronco nu. A GMC estava junto daquilo a que chamavam pista. Todos aqueles a evacuar estavam deitados em macas.

O furriel enfermeiro e o auxiliar enfermeiro encontravam-se junto dando o apoio, limpando os ferimentos e retirando os camuflados. O primeiro soldado atingido, e o que estava em situação mais grave, estava mais sereno. Aproximei-me, eram cinco corpos.
Um murmúrio aqui, outro acolá, nasciam das gargantas daqueles jovens, mas homens de verdade. Homens com um “H” grande.
Ouvia-se o roncar dos helicópteros. Eram dois.

O meu cabelo comprido foi sacudido pelo ar em movimento. Vento.
O capitão estava junto do primeiro helicóptero. Desceu a enfermeira paraquedista de calça camuflada e camisola de um branco lavado. Sobressaíam uns seios rígidos. A enfermeira era de cor branca. A única branca naquele local afastado da civilização. Uma mulher branca, era impensável. Bem torneada!
Aproximou-se das macas, balanceando as ancas.
- Como está? – Perguntou ao soldado que tinha sido atingido na vista.
- Está bem?
- É muito boa! – Respondeu rapidamente o soldado.

Via-se um sorriso naquele homem. Já havia ganho esse estatuto há algum tempo. O capitão, referiu:
- Não ligue, ele não sabe aquilo que diz!
- Já estou habituada! – Respondeu a enfermeira com um sorriso.

Os helicópteros levantaram dos torrões da pista e desapareceram no horizonte”.
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Nota do editor

Último poste da série de 30de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14545: Bibliografia de uma guerra (71): E agora? O que é que vou fazer?, do livro "Guerra na Bolanha", de Francisco Henriques da Silva, Âncora Editora, Lisboa, Março de 2015

Guiné 63/74 - P14547: Convívios (671): CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Portogole, 1965/67) + Pel Caç Nat 52 e 54... Caldas da Raínha, dia 9 de maio de 2015... Inscrições até este fim de semana... (Maria Helena Carvalho, filha do Pereira do Enxalé / Henrique Matos, ex-alf mil, cmdt, Pel Caç Nat 52, 1966/68)



Crachá da CCAÇ 1439, "Bravos, avante" (Enxalé, Missirá e Portogole, 1965/67)


1. Da nossa amiga Maria Helena Carvalho, filha do Pereira do  Enxalé, localidade onde nasceu e da qual guarda recordações muito fortes da infância, recebemos a seguinte mensagem:


Assunto - 24º encontro anual da CCAÇ 1439 + Pel Caç Nat 52 e  54 + Pelotão de Morteiros 81 + Convidados

Caros amigos,

Como informei há já algum tempo, vai realizar-se este ano o almoço convívio da CCAÇ 1439 [Enxalé, Missirá e Portogole, 1965/67, nas Caldas da Raínha, no dia 9 de maio de 2015.

Ficarei extremamente grata com a presença de todos, bem como de familiares e amigos.

O local do encontro será, pelas 11h30,  no "Restaurante A Lareira", situado no Alto Nobre, na estrada antinga das Caldas da Raínha para a Foz do Arelho. O almoço será por voltad as 13h00.

Agradeço a confirmação da vossa presença, até ao dia 2 de maio. Contactos:

(i) Maria Helena Carvalho [, Caldas da Rainha]: telem 917 434 442. Email: m.helenapereiracarvalho@gmail.com

(ii) José Pimentel [, Coruche]: telem 912 256 339. Email: domoseguro@mail.telepac.pt

(iii) Henrique Matos [, Olhão]: telem 963 334 811

(iv) Luís Cunha; telem 934 779 181 / telef 243  679 199

Com amizade,
Lena Carvalho


2. Recorde-se alguns dos camaradas que pertenceram a estas unidades e são nossos grã-tabanqueiros (, lista que é meramente exemplificativa, correndo nós o risco de esquecer alguém) :

José António Viegas (ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 54, Guiné, 1966/68)

Composição do Pel Caç Nat 54: Alf mil Carlos Alberto de Almeida Marchã; furriéis mil Arlindo Alves da Costa (ferido em Combate), Álvaro Valentim Antunes (morto em combate) e José Antonio Viegas; 1ºs Cabos: Coelho (ferido em combate), Manuel (ferido em Ccombate) e João Simão - Telegrafista.  A restante composição era feita por Fulas, Mandingas, Papel e Olof.

Henrique Matos (alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68) [, foto de época, à direita]:

Foi o primeiro comandante do Pel Caç Nat 52, que seri mais tarde comandado pelo Mário Beja Santos (1968/70)

João Crisóstomo, ex_alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Missrá e Portogole, 1965/67) (vive em Nova Iorque desde 1975)

Júlio Martins Pereira, ex-sold trms, CCAÇ 1439 (1965/67)

O Jorge Rosales, veteraníssimo alf mil da 1ª CCaç Indígena (Porto Gole, 1964/66), "régulo" da Tabanca da Linha,  também costuma aparecer neste convívio que reune pessoal do Enxalé, Portogole e Missirá (margem direita do Rio Geba)...

O ex-1º cabo Abel Rei, que é da Marinha  Grande, e pertenceu à CART 1661 (Fá, Enxalé, Porto Gole, 1967/68) também já apareceu um vez nestes encontros. O Abel de Jesus Carreira Rei é autor do livro "Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968" ( Prefácio do Ten Gen Júlio Faria de Oliveira. Edição de autor. 2002. 171 pp. Execução gráfica: Tipografia Lousanense, Lousã. 2002).

Fazemos questão de convidar, desde já, a Maria Helena Carvalho para integrar a nossa Tabanca Grande. Já falámos com ela ao telefone várias vezes. Só precisamos que nos mande uma ou duas fotos para a sua formal e condigna apresentação aos restantes grã-tabanqueiros. Desejamos-lhe a ela e aos nossos camaradas uma magnifica jornada de convívio, no próximo dia 9, nas Caldas da Rainha.


Coruche > 19º Encontro Nacional da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), mais os Pel Caç Nat 52 e 54 > 6 de Março de 2010 >

Fotografia de grupo num encontro (histório!) em que foi possível juntar os antigos Alf Mil João Crisóstomo (que vive nos EUA), o Antonino Freitas, o Mário Beja Santos e o Jorge Rosales. A foto veio sem legenda: reconhecemos o Jorge Rosales (o primeiro da 1ª fila, do lado esquerdo), o Beja Santos (o segundo da 2ª fila, a contar do lado direito, sendo o 1º o João Crisóstomo); e o Henrique Matos (o segundo da 3ª fila, a contar do lado direito). A Maria Helena Carvalho também esteve presente neste enconro e, em 2015, é a principal organizadora da 24ª edição do encontro.

Foto: © Henrique Matos (2010). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14541: Convívios (670): Almoço Convívio do BCAÇ 2851, dia 6 de Junho (António Pimentel)