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quarta-feira, 25 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1997: Álbum das Glórias (22): O Alf Mil Pires, cmdt do Pel Caç Nat 63, em Mato Cão, na festa do meus 24 anos (Joaquim Mexia Alves)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Cuor > Destacamento de Mato Cão > 6 de Abril de 1973 > O Joaquim Mexia Alves, cmdt do Pel Caç Nat 52, recebe a visita do Pires, cmdt do Pel Caç Nat 63, no dia em que fez 24 anos. Um gesto bonito, de solidariedade e de camaradagem.


Fotos: © Joaquim Mexia Alves (2007). Direitos reservados.

1. Mensagem do nosso querido amigo e camarada, matulão, Joaquim Mexia Alves, ex- Alf Mil Op Esp, que esteve na Guiné, entre Dezembro de 1971 e e Dezembro de 1973, tendo pertencido à CART 3492 (Xitole), ao Pel Caç Nat 52 (Mato Cão / Rio Udunduma) e à CCAÇ 15 (Mansoa).


Caros Luis Graça e camaradas trabalhadores da Tabanca Grande

Corpo di bó ?

Bem hoje é apenas para enviar fotografias do Alf Mil Pires que à data, 6 de Abril de 1973, comandava o Pel Caç Nat 63, sediado em Fá Mandinga.

O Alf Pires foi ao Mato Cão neste dia em que eu fazia 24 anos para me dar um abraço.

Era um gajo porreiro e envio as fotografias para a história dos Pelotões Africanos (1) e para que talvez, vendo-as, se junte a nós.

Não sei se foi ele que substituiu o Jorge Cabral, mas penso que ainda houve outro Alferes de permeio.

Abraço amigo do

Joaquim Mexia Alves

joaquim.alves@termasdemontereal.pt

geral@termasdemontereal.pt
tel: +351 244 619 020 / fax: +351 244 619 029


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Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 28 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1896: Encontro dos Pel Caç Nat 51, 52, 53, 54, 55 e 56 (Henrique Matos)

Guiné 63/74 - P1995: Álbum das Glórias (21): Cuor: Os Soncó e os Mané (Beja Santos)


Guiné > Zona Leste > Cuor > Missirá > 1968 > Retrato dos Soncó e dos Mané, várias gerações...

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.

1. Mensagem do Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70):

O Abudu(Abudurame Serifo Soncó, o filho mais novo do régulo Malã Soncó) trouxe os seus comentários a esta fotografia que eu tirei ainda em 1968 (1):

(i) À esquerda, Tumulu, quase adolescente, hoje comerciante em Bandim, tem 50 anos e é a cara do pai.

(ii) O Tumulu é filho da Mai Sai que aparece ao centro, sentada.

(iii) A seguir, a menina mais crescida é Sadjon (uma homenagem a S. João, em frente a Bolama), uma Mané que casou com o falecido Ansumane Mané, irmão de Tumulu. Os problemas de consanguinidade nunca se põem, as leis proíbem categoricamente casamentose entre membros das mesmas famílias.

(iv) Há um menino ao pé do Tumulu, a seguir, que o Abudu não recorda.

(v) O menino por detrás de Mai Sai é Samba Mané, filho de Braima Mané, tenho por aí uma fotografia ao seu lado e do Malã. Mai Sai cresceu na tabanca de Cancumba, que desapareceu com a guerra(a tabanca voltou à vida).

(vii) Manqui Mané é o menino seguinte, filho de um dos padres de Missirá.

(viii) A seguir está Abudu, com o sorriso que mantém.

(ix) Depois, Nhalim Cassamá, mulher de Quebá Soncó, filho mais velho do régulo (nesta época, estava hospitalizado no HMP, levou um tiro numa rótula em Madina, era o picador).

(x) Temos, por último, Nhima Mané, aoptada pela mãe de Abudu, Mama Mané, na altura a viver em Finete.

Não sei descrever a alegria no olhar do Abudu, enquanto falava e via a gente de Missirá, da sua infância. Muitos já partiram deste mundo.

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Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 17 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1960: Em busca de... (3): Os Soncó, a aristocracia mandinga do Cuor (Beja Santos)

terça-feira, 24 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1988: Álbum das Glórias (20): CCAÇ 2402, Amadora, Junho de 1968: o meu pelotão (Beja Santos)



Amadora > Regimento de Infantaria nº 1 > 1968 > "Eu, aspirante a oficial miliciano, e o meu pelotão na CCAÇ 2402 (1), Amadora, Junho de 1968" (BS).

Foto e legenda: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Beja Santos:

Caro Raul [Albino], junto mais 2 fotografias para as tuas memórias (2). Nessa altura, não se sabia ainda que eu seria transferido para o CTIG (3), e muito menos por que razões. Salvo erro, tenho aqui praticamente todas as praças. Espero encontrar-me em breve com o Horácio e oferecer-lhe estas lembranças.

Um abraço do Mário

2. Comentário do Raul Albino ao Post 1975 (1)

O Beja Santos julga que estarão na foto os pelotões 3º e 4º da CCAÇ 2402. Como a ordem dos pelotões sofreu alterações na Guiné em face da antiguidade dos substitutos, não sei se o meu grupo estará de facto na foto. Não me consegui identificar na fotografia. O mais natural é que os grupos sejam os do Medeiros Ferreira e Beja Santos, que na altura seriam, salvo erro, o 2º e 4º pelotões. Após a reorganização o 1º virou 2º, o 2º virou 4º e o 4º virou 1º, o 3º que era o meu grupo, manteve-se 3º por mero acaso.

Raul Albino


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Notas de L.G.:

1) Vd. post de 20 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1975: Álbum das Glórias (19): Eu e o Zé Manel [Medeiros Ferreira], duas baixas da CCAÇ 2402 (Beja Santos)

(2) Em relação à foto publicada no Post P 1975, o Raul mandou a seguinte email ao Beja Santos (extracto):

(...) Esta fotografia é uma preciosidade. Só te pedia para me identificares que grupo era este, onde foi tirada a foto e me indiques algum graduado de que te lembres (nome e posição na foto). Julgo que o Medeiros Ferreira é o que está ao teu lado. Verdade? (...)

(3) Vd. post de 15 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1282: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (1): duas baixas de vulto, Beja Santos e Medeiros Ferreira

Os aspirantes a oficiais milicianos da CCAÇ 2402 eram, originalmente, os seguintes, em Junho de 1968: Francisco Silva, José Manuel Medeiros Ferreira, Mário Beja Santos e Raul Albino. A CCAÇ 2402, pertencente ao BCAÇ 2851 partiu para a Guiné a 24 de Julho de 1968, sem o Beja Santos (que foi em rendição individual, indo comandar o Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) e o Medeiros Ferreira (que desertou, na véspera da partida, tendo-se exilado na Suíça onde se licenciou, pela Universidade de Genebra, em Ciências Sociais).

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1975: Álbum das Glórias (19): Eu e o Zé Manel [Medeiros Ferreira], duas baixas da CCAÇ 2402 (Beja Santos)

Amadora > Regimento de Infantaria nº 1 > 1968 > Pessoal da CCAÇ 2402, em formação. Esta unidade irá embarcar para a Guiné no Uíge, em finais de Julho, integrada no BCAÇ 2851 (, Mansabá, Olossato, 1968/70). AS duas primerias baixas são dois oficiais milicianos, hoje conhecidos do país: Mário Beja Santos e José Manuel Medeiros Ferreira. Estão juntos, na foto, assinalados com um rectânguloa a amarelo (1).

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Beja Santos:

Afinal, sempre existia uma fotografia em que apareço ao lado do Medeiros Ferreira! (C/C ao Raul Albino, para que conste da história... da CCAÇ 2402).

Fomos sempre muito amigos, o Zé Manel ( sempre o tratei assim) ajudou-me imenso no auto de averiguações em que se procurava incriminar-me como agente subversivo ou "moralmente inapto para a guerra de contra-guerrilha, mormente no Ultramar Português".

Já perdoei tudo ao desgraçado autor (moral) destas calúnias, que propalou ou mandar propalar estas calúnias...

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Nota de L.G.:

(1) Vd. posts sobre a história da CCAÇ 2402:

15 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1282: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (1): duas baixas de vulto, Beja Santos e Medeiros Ferreira

6 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1343: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (2): O primeiro ataque ao quartel de Có, os primeiros revezes do IN

12 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1516: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (3): Combatentes, trolhas e formigas bagabaga

13 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1658: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (4): Uma emboscada em Catora e um Lobo Mau pouco predador

28 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1790: História da CCAÇ 2402 (Raul Albino) (5): Protecção a uma coluna logística Bula/Có

domingo, 15 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1952: Álbum das Glórias (18): A minha morada em Bambadinca (Mário Beja Santos)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1968 > Aquartelamento de Bambadinca, novinho em folha : edifício do comando e instalações de oficiais e sargentos. Ao fundo, vê-se já a tabanca de Bambadincazinha que era atravessada pela estrada que seguia para Mansambo e Xitole. À direita era a pista de aviação. Em primeoro palno, a parada com os esteios das árvores ainda recentemente plantas. Na altura, o sector L1 era guarnecido pelo BCAÇ 2852 (1968/70). (LG).

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > Vista aérea do aquartelamento de Bambadinca. Assinalado a vermelho, o edifício do comando e as instalações de oficiais e sargentos. Na altura, o sector L1 era guarnecido pelo BCAÇ 2852 (1968/70). (LG)

Foto: © Humberto Reis (2005). Direitos reservados.


Guiné-Bissau > Zona Leste > Bambadinca > 1997 > Antigas instalações dos oficiais (à direita) e dos sargentos (à esquerda). A messe de sargentos ao fundo, do lado esquerdo; a dos oficiais, à direita (a cozinha era comum). Eram excelentes instalações hoteleiras, para a época (em que estive lá, eu e o pessoal da CCAÇ 12, Junho de 1969/Março de 1971) , por comparação com os aquartelamentos das unidades de quadrícula (Xime, Mansambo e Xitole).
Depois da independência, Bambadinca foi palco de trágicos acontecimentos: julgamentos populares e execução sumária, por fuzilamento, de régulos fulas, além de combatentes que estiveram integrados nas NT. Em 1997, as forças armadas da nova república ocupavam o edifício. É patente o estado de degradação a que chegara ao fim de menos de 30 anos... (LG)

Foto: © Humberto Reis (2005)., Direitos reservados.

1. Texto do nosso camarada Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) (1). O Beja Santos foi desenterrar o álbum de fotografias da mãe:

Como me lembro desta minha morada!... Até sinto as botas a calcar este saibro incendiado pela laterite... Por aquela porta terei entrado centenas e centenas de vezes, à procura de um duche, dormida,mesa,repouso.Entrei por ali em todos os segundos que faz um dia.

Contornando à squerda,vendo a linha de janelas, tínhamos o gabinete do Major de Operações,cheio de mapas e sigilo, depois o gabinete do 1ºComandante e depois do 2º. Ao fundo, o universo do cripto, ali o Calado (1) não deixava entrar ninguém.

Em frente a este corpo do edifício,estendia-se a estrada que,trezentos metros à frente, bifurcava para o Xime e Mansambo.Passei por ali a última vez em 1991,vindo de Aldeia Formosa. Depois do que vi à ida, preferi virar a cara,no regresso...
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Nota de L.G.:

(1) Fernando Calado, Alf Mil Trms, da CCS do BCAÇ 2852 (1968/70), membro da nossa tertúlia: Vd. posts:

27 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1788: Convívios (10): Pessoal de Bambadinca 1968/71: CCS do BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Caç Nat 52 e 63 (Luís Graça)

25 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1786: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (47): Finete já está a arder ? Ou o ataque a Bambadinca, a 28 de Maio de 1969

sábado, 14 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1951: Álbum das Glórias (17): A tabanca de Cutia (César Dias)

Guiné > Região do Óio > Mansoa > Cutia > Tabanca > c. 1970 > Foto enviada pelo César Vieira Dias, ex Furriel Miliciano Sapador, CCS / BCAÇ 2885, um batalhão que esteve em Mansoa e Mansabá desde Maio de 1969 a Março de 1971 (1) .
Não sei se Cutia era um reordenamento: a avaliar pela foto, parece-me bem que sim, os cibes cortados, em primeiro plano; o desenho europeu, colonial, rectangular, das casas; os arruamentos feitos a régua e esquadro; a falta de árvores seculares entre as moranças... De qualquer modo, há semore algo de mágico quando paramos para olhar o quotidiano da vida das pacíficas gentes da Guiné, sejam eles balantas, fulas ou mandingas (não conheci outras etnias)... Apesar da guerra, a vida continua(va)...
Por outro lado, o que é fantástico nesta tertúlia é a prontidão de resposta dos seus membros, a sua sensibilidade e a sua solidariedade... Não há ftos de Cutia, um buraco que ninguém sabe onde fica ? Um camarada responde de pronto: - Eh, eu estive lá, passei por lá, tenho uma chapa, memórias, recordações...
O meu muito obrigado ao César pelas suas fotos de Cutia, em meu nome, em nome do Aires Ferreira e do Mário de Oliveira. Em nome também dos anónimos habitántes de Cutia. Este também o seu Álbum das Glórias.
Foto: © César Vieira Dias / Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.



1. Mensagem do César Dias:
Camarada Aires Ferreira (1):

É verdade, o Luís Graça tem razão, essa foto do fortim de Cutia era minha, caso não tenhas nenhuma aí vai mais uma, esta da tabanca.

Um abraço

César Dias

2. Segunda mensagem do César Dias, a esclarecer melhor a foto, o seu conteúdo e contexto:


Olá Luis

Apreciei bastante a homenagem que fizeste às gentes daquele lugar, Cutia. Gostaria no entanto de dizer que as duas fotos que enviei, mostram a totalidade da aldeia em 1970, 4 ou 5 tabancas de cada lado na estrada Mansoa / Mansabá, e ao fundo o fortim que alojava a guarnição.

Este destacamento era bastante frequentado pelas gentes das armas pesadas, obuses 14, oriundos de Mansoa e Bissau. Foram deslocados até lá para flagelarem a mata do Morés, integrados em operações nesta zona.

O nosso co-editor Carlos Vinhal passou muitas vezes por este lugar, recordá-lo-á concerteza.

Foi só mais uma achega.

Um abraço
César Dias

Mansoa 69/71 (2)

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1472: Sobrevivente do BCAÇ 2885 (Mansoa e Mansabá) (César Dias)

(2) Vd. post de 12 de Julho de 2007: Guiné 63/74 - P1946: Estórias de Mansoa (2): um capelão em apuros na estrada de Cutia (Aires Ferreira)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1916: Álbum das Glórias (16): O Doutor Leopoldo Amado... ou a segunda derrota de Spínola (João Tunes)

Universidade de Lisboa Faculdade de Letras > Reitoria > 28 de Maio de 2007 > Provas Púlicamento em História Contemporânea > O Leopoldo Amado defendendo a sua tese Guerra colonial 'versus' guerra de libertação (1963-1974): o caso da Guiné-Bissau (1).

O Leopoldo no meio do júri das suas provas de doutoramento. O principal arguente, o coronel na reforma, Afonso Aniceto, é o terceiro a contar da esquerda.

Dados biográficos sobre Aniceto Afonso: (i) Tenente-Coronel do Exército, na reserva desde 1985; (ii) Curso da Academia Militar em 1963; (iii) Comissões em Angola (1969-1971) e Moçambique (1973-1975); (iv) Licenciatura em História pela Faculdade de Letras de Lisboa em 1980; (v) Mestrado em História Contemporânea de Portugal pela mesma Faculdade em 1990; (vi) Professor de História Militar na Academia Militar de 1982 a 1985; (vii) Director do Arquivo Histórico Militar (Lisboa) desde 1993 (até 2007); (viii) Membro da Comissão Portuguesa de História Militar desde 1998.

O Lepoldo entre os seus dois orientadores, a Prof Doutora Isabel Henriques, e o Prof. Doutor João Medina, do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

O João Tunes e o Leopoldo, ou melhor, o João Tunes (2) "transmitindo a Leopoldo Amado aquilo que, nestas situações, pode fazer de melhor um amigo e admirador: absoluta confiança no reconhecimento dos seus esforçados méritos"... Acho que não há melhor legenda (LG).

Luís Graça e o Leopoldo, ou melhor, o Luís Graça, em nome da Tabanca Grande, manifestando a sua solidariedade, apreço e regojizo a um grande lusoguineense, no culminar de um processo que o levou, brilhantemente, a obter mais um grau académico, motivo de orgulho para os seus amigos e familiares, mas também para os seus irmãos guineenses...

1. Mensagem do Leopoldo Amado, membro da nossa tertúlia, nosso amigo, agora Doutor em História Contemporânea pela Universidade de Lisboa:

Em jeito de eterna gratidão, envio-te algumas fotos como testemunho da tua solidariedade nos dias das minhas provas públicas de Doutoramento.

Um abraço

Leopoldo Amado

2. Tomo a liberdade de reproduzir aqui, para conhecimento dos demais tertulianos, o texto que o João Tunes publicou no seu blogue, de homenagem ao novo Doutor em História Contemporânea, o seu (e nosso) amigo Leopoldo Amado. É uma maneira única e muito original de fazer um elogio a um amigo e a um povo (que vale pelos filhos que tem, mesmo aqueles que são obrigados a viver na diáspora):

Água Lisa (6) > 29 de Maio de 2007 > O Leopoldo saldou-me as contas (O destaque a bold e a cores é da responsabilidade do editor do blogue, L.G.)


Desses dois anos (1969-1971) enfiado dentro de um fato camuflado a olhar gentes e bolanhas num país ocupado e metralhado, gastando - num equivocado paradoxo - tempos que seriam bem melhor aproveitados a podar a árvore da vida quando esta me oferecia seiva para dar e vender, a apanhar porrada de criar bicho, mandado por um general educado pelos nazis em Estalinegrado e que nunca perdeu o ademane de actor em artes de militarismo prussiano que sinalizava com um vidrinho pendurado num olho, auto-reduzindo-me à expressão mínima de jovem mal fardado feito parvo e perdido a mando colonial de um país a mudar de ditador sem que a lucidez acordasse e varresse os podres do fascismo tuga de raiz católico-clerical, estou finalmente vingado. Porque o Leopoldo pagou-me as contas e deixou-me em dia ao tirar-me da garganta a espinha atravessada da guerra colonial.

Ao olhar e ouvir o presidente de um júri de doutoramentos da Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa comunicar que o Leopoldo - que antes ali tinha depositado e brilhantemente defendido o seu labor de tese sobre a guerra na Guiné, acrescentando história à memória, permitindo que a ignomínia daquela guerra seja vista pelos dois lados e outros que se queiram acrescentar -, era um novo Doutor em História Contemporânea aprovado com distinção, senti-me com as contas feitas.

E logo ali, naquela solenidade académica herdada do velho regime, feita para lustre dos bonzos académicos que engraxavam as botas do salazarismo tardio e onde formatavam novas fornadas de elites para as orgias de domínio nos banquetes da opressão fascista-colonial, mas cuja arquitectura (o que aquela Cidade Universitária tem para contar…) muitas vezes escutou os gritos de revolta estudantil a preferir a aventura da liberdade ao bolor da reprodução de castas e os seus muitos passos ligeiros e acelerados da fuga ao trote das botas cardadas da polícia de choque que guardava o regime da iniquidade, um historiador, um guineense, um preto bem preto, um humilde e sábio africano enobrecido com a grandeza da dignidade africana que desafia, pelo saber, a arrogância do academismo eurocêntrico, trazendo consigo a herança da sabedoria longa feita praxis do génio de Amílcar Cabral, desdobrando em tese demonstrada como é que um grupo de nacionalistas africanos derrotou a poderosa máquina do exército colonial português, sem esperar pelo 25 de Abril, pois quando ele se deu já a Guiné-Bissau era um país independente reconhecido por mais Estados que os que tinham relações diplomáticas com o decrépito Estado de Portugal.

E quando aquela tão clássica Universidade doutorou o Leopoldo, foi como se Spínola, o grandioso General Spínola, lá no sossego do seu túmulo, levasse com a sacudidela da segunda derrota na Guiné. A definitiva, a que lhe pode dar, se ele a aceitar, o descanso eterno.

Caro Doutor Leopoldo Amado, guineense de cepa e meu caro amigo, obrigado, muito obrigado. Pagaste a minha conta, ela está paga. Falta o livro, venha o livro.

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 29 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1794: Blogoterapia (21): Falar da guerra, com pudor... e com alegria do novo Doutor, Leopoldo Amado (Luís Graça)

(2) Vd. post de 15 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CXC: João Tunes, o novo tertuliano

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1866: Álbum das Glórias (15): Adeus, Bissau (Humberto Reis)



Guiné > Bissau > Imagens de diferentes épocas: as primeiras duas de cima, são de Março de 1971, quando o Humberto Reis e a maior parte dos quadros metropolitanos da CCAÇ 12 (ex-CCAÇ 2590) - incluindo o editor do blogue - regressavam à Metrópole, no T/T Uíge... A terceira imagem é o Humberto, à civil (ainda com ar de periquito), no início da comissão (2º semestre de 1969), provavelmente tirada numa das escapadelas do Humberto a Bissau. Quem é que não se desenfiou, para ir a Bissau por uns dias (1) ? Quem é que não guarda saudades de Bissau, apesar de tudo ? ... No caso do Humberto que disse Adeus a Bissau, em Março de 1971, ele não deixaria de voltar ao local do crime, vinte e cinco anos anos depois, em 1996... Aqui o vemos, na última das fotos, frente ao mítico cais do Pijiguiti (ou Pdjiguiti, como se lê)... (LG).

Arquivo pessoal de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).

Fotos: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados


1. Mensagem do Humberto Reis, com data de 9 de Maio último:

Amigos Tertulianos:

Já passaram 36 anos mas recordo-me deste dia perfeitamente. Foi a 17 de Março de 1971 quando a bordo do UÍGE deixávamos Bissau para trás (1). E lá ia, connosco, o velho Patrulha para nos proteger até ao farol da ilha de Caió [, em frente à Ilha de Jeta, depois do Canal do Geba].

Quantos de vocês não passaram por esta alegria? Quase todos. Só os mais novos é que vieram por avião (gente fina é outra coisa).

Um abraço
Humberto Reis
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Nota de L.G.:

(1) Vd. posts de:

5 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1646: Crónica de um Palmeirim de Catió (Mendes Gomes, CCAÇ 728) (11): Não foi a mesma Pátria que nos acolheu

10 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1577: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (36): Bissau, um grande teatro de luz e sombras

11 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1420: O cruzeiro das nossas vidas (5): A viagem do TT Niassa que em Maio de 1969 levou a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Manuel Lema Santos)

21 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1301: O cruzeiro das nossas vidas (4): Uíge, a viagem nº 127 (Victor Condeço, CCS/BART 1913)

21 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1300: O cruzeiro das nossas vidas (3): um submarino por baixo do TT Niassa (Pedro Lauret)

21 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1299: Antologia (54): Transporte de tropas, por via marítima e aérea (CD25A / UC)

19 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1296: O cruzeiro das nossas vidas (2): A Bem da História: a partida do Uíge (Paulo Raposo / Rui Felício, CCAÇ 2405)

12 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1271: O cruzeiro das nossas vidas (1): O meu Natal de 1971 a bordo do Niassa (Joaquim Mexia Alves)

10 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1264: Postais Ilustrados (10): Bissau, melhor do que diz o fotógrafo (Beja Santos / Mário Dias)

9 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXXV: Amigos para sempre (Tony Levezinho, CCAÇ 12)

14 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXX: Memórias do antigamente (Mário Dias) (3): O progresso chega a Bissau

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1815: Álbum das Glórias (14): o 4º Pelotão da CCAÇ 14 em Aldeia Formosa e em Cuntima (António Bartolomeu)

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Guiné > Zona Leste > Sector de Farim > Cuntima > Destacamento de Cuntima > CCAÇ 14 > 1970 > 4º pelotão. O Fur Mil At Inf Bartolomeu é 1º da direita.

Foto alojada no álbum de Luís Graça > Guinea-Bissau: Colonial War. Copyright © 2003-2006 Photobucket Inc. All rights reserved.
Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > CCAÇ 14 (1969/71) > 1969 > O Fur Mil Bartolomeu junto ao Obus 14. O quartel e a povoação nunca foram atacados enquanto o Bartomoeu lá esteve. Respeito do PAIGC pelo Cherno Rachid ? (2).


Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > CCAÇ 14 (1969/71) > 1969 > Um grupo de furriéis na respectiva messe. O Bartolomeu está de camisa branca.


Fotos: © António Bartolomeu (2007). Direitos reservados.


Álbum das Glórias (3)... Fotos do ex-furriel Bartolomeu, da Companhia de Caçadores 2592 que deu origem à CCAÇ 14. Esta companhia independente veio, no Niassa, com a CCAÇ 2590/CCAÇ 12, foi para Bolama para formar a CCAÇ 14. O pelotão do Bartolomeu (o 4º) foi para Contuboel. Aí deu a instrução de especialidade a um pelotão de Mandingas, oriundos da zona de Nova Lamego (Junho/Julho de 1969).

O 4º Gr Comb da CCAÇ 2592/CCAÇ 14 foi depois para a Aldeia Formosa onde esteve 4 meses. A seguir, juntou-se ao grosso da companhia, aquartelada em Bolama. De Bolama, a CCAÇ 2592 CCAÇ 14 seguiu para o sector de Farim, destacamento de Cuntima, onde ficou como unidade de quadrícula até ao fim da comissão. Esta povoação ficava (e fica) a 1 Km da fronteira com o Senegal.

Em Cuntima "éramos um misto de guarda fiscal e de polícia de fronteiras... Por ali passava um dos corredores do Oio", diz o Bartolomeu.

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de e 2007 > Guiné 63/74 - P1803: Tabanca Grande (7): Saudades de Contuboel (António Bartolomeu, CCAÇ 2592 / CCAÇ 14)

(2) Sobre o Cherno Rachid, vd. posts de:
16 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXVIII: Um conto de Natal (Artur Augusto Silva, 1962)

(...) Na povoação de Quebo, perdida no sertão da terra dos Fulas, o tubabo conversa com seu velho amigo, Tcherno Rachid, enquanto as pessoas graves da morança, sentadas em volta, ouvem as sábias palavras do Homem de Deus. Esse Homem de Deus é um Fula, nascido na região, mas cujos antepassados remotos vieram, há talvez três mil anos, das margens do Nilo. Mestre da Lei Corânica e filósofo, Tcherno Rachid ligou-se de amizade profunda com o tubabo - o branco - vai para quinze anos, quando este chegou à sua povoação e se lhe dirigiu em fula. O tubabo é também um filósofo que veio procurar em África aquela paz de consciência que o mundo europeu lhe não podia dar" (...)

15 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LVII: O Cherno Rachid, de Aldeia Formosa (aliás, Quebo) (Luís Graça).

(3) Vd. último post desta série, Álbum das Górias > 22 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1778: Álbum das Glórias (13): O que custava mais eram os primeiros 21 meses (Humberto Reis / Luís Graça)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1800: Álbum das Glórias (14): De Alferes (CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67) a Capitão (CCAÇ 18, Quebo, 1970/72) (Rui Alexandrino Ferreira)


Guiné > Aldeia Formosa > CCAÇ 18 (1970/72) > 1971 > Os primeiros foguetões 122 capturados aos guerrilheiros do PAIGC. O Cap Mil Rui Ferreira, comandante da CCAÇ 18, é o elemento do meio, na fotografia.




Guiné > Fulacunda > CCAÇ 1420 (1965/67) 1966 > O Alf Mil Rui Ferreira "com um chapéu turra".



Guiné > Fulacunda > CCAÇ 1420 (1965/67) > 1967 > "Com o Eusébioa, a mascote da companhia".

Guiné > Aldeia Formosa (Quebo) > CCAÇ 18 (1970/72) > 1971 > "No meu quarto no Quebo com camuflado Cubano".

Fotos e legendas: © Rui Ferreira (2007). Direitos reservados.





O Rui Alexandrino Ferreira, que foi recentemente homenageado em Viseu, terra nde vive (1), nasceu em Angola (Lubango, 1943). Fez o COM em Mafra em 1964. Tem duas comissões na Guiné, primeiro como Alferes Miliciano (CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67) e depois como Capitão Miliciano (CCAÇ 18, Aldeia Formosa, 1970/72). Fez ainda uma comissão em Angola, como capitão. Publicou em 2001 a sua primeira obra literária, Rumo a Fulacunda (2).

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Notas de L.G.:



(1) Vd. post de 30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1797: Convívios (13): Viseu: Homenagem ao Rui Ferreira e apresentação do último livro do Cor Gertrurdes da Silva (Paulo Santiago)


(2) Vd. posts de ou sobre o Tenente-Coronel Rui Alexandrino Ferreira:

15 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1761: A floresta-galeria na escrita de Rui Ferreira

1 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1718: Lendo de um fôlego o livro do Rui Ferreira, Rumo a Fulacunda (Virgínio Briote)

14 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1661: Tertúlia: Notícias de Lafões, do Rui Ferreira, do Carlos Santos e da nossa gloriosa FAP (Victor Barata)

31 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1639: Estórias de Bissau (12): uma cidade militarizada (Rui Alexandrino Ferreira)

20 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1448: Os quatro comandantes da CCAÇ 2586 (A. Santos)

17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1285: Bibliografia de uma guerra (14): Rumo a Fulacunda, um best seller, de Rui Alexandrino Ferreira (Luís Graça)

terça-feira, 22 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1778: Álbum das Glórias (13): O que custava mais eram os primeiros 21 meses (Humberto Reis / Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Natal de 1969 > Messe dos Sargentos > Pessoal da CCAÇ 12 (1969/71) e da CCS do BCAÇ 2852 (1968/70) no almoço de Natal: na foto, consigo distinguir, no lado esquerdo, os furriéis milicianos da CCAÇ 12 Marques, Branquinho, Martins (o Pastilhas), o Pina e o Fernandes... No lado direito, assinalados com um rectângulo a amarelo, reconheço o nosso vagomestre, Jaime Santos, e o José F. G. Almeida, de transmissões (1).

Foto: © Humberto Reis (2005). Direitos reservados.


O Álbum das Glórias (2)

1. O nosso amigo e camarada Humberto Reis estava, há dias, desapontadíssimo porque, pela primeira vez, desde que a malta de Bambadinca, da época de 1968/71, se reune periodicamente para conviver - prática inaugurada em 1994 - vai ter que faltar à chamada (3)... Ou seja, no dia 26 de Maio, sábado próximo, ele estará na Suécia, numa viagem de negócios (o nosso engenheiro está ligado à concepção, instalação, gestão e manutenção de sistemas de ar condicionado), enquanto os camaradas do seu tempo de Bambadinca (CCS do BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2206, Pel Caç Nat 52, Pel Caç Nat 63, etc.) se irão juntar, em Lisboa, na Casa do Alentejo, sob a batuta dos ex-Alf Mil da CCS do BCAÇ 2852 Fernado Calado e Ismael Augusto...

O Humberto fazia questão de dizer-me que ele era um dos quatro 'totalistas' da CCAÇ 12: ele, o Marques, o Fernandes e o Sousa, ex-1º cabo Aux Enfermeiro até à data não tinham falhado um convívio... Vai acontecer desta vez, mas mesmo assim ele faz questão de estar representado pela esposa Teresa (que esteve em todos os encontros, excepto no 1º, em Fão, Esposende, no já longínquo ano de 1994)...

Em jeito de pequena homenagem ao nosso 'cartógrafo-mor' - como eu na brincadeira gosto de lhe chamar -, e desejando-lhe bons ventos e bons augúrios lá por terra dos vikings, vou aqui citar uma das frases que a sua memória de elefante reteve, e que é reveladora do nosso proverbial humor de caserna.

Em conversa, a propósito do Gilberto Madail, conhecido dirigente da Federação Portuguesa de Futebol e da UEFA, lembrou-me o Humberto que foi a CART 1746 (a que pertencia o Madail) (4) quem, estando no Xime, na altura da nossa chegada à Guiné, fez as honras da recepção aos periquitos (nós, os da CCAÇ 12, mas também os da CART 2520, que vieram render os da CART 1746): ao chegarmos ao Xime, em LDG, e ao tomarmos as viaturas que nos iriam conduzir a Contuboel, "eram eles que lá estavam com um grande lençol branco onde estava escrito O Que Custa Mais São Os Primeiros 21 Meses"...




Guiné > Região do Oio > Bissorã > Pessoal da CART 1525 (1966/67) e e da CART 1746 (1967/69) > Na messe de oficiais: O Rogério Freire, alf mil da CART 1525, é o de "de óculos ao lado do Madaíl" (Gilberto Madaíl, em primeiro plano, no lado esquerdo). "Ao fundo está o (na altura) Capitão Mourão da CART 1525 e, ao seu lado, à direita da foto de óculos, o Capitão Vaz" (RF)... Este último comandava a companhia a que pertencia o alf mil Madaíl, a CART 1746 (que irá acabar a sua comissão no Xime, Zona Leste, Sector L1).

Em Bissorã, sempre houve uma tradição ligada à actividade desportiva e, nomeadamente, ao futebol... Não sabemos se o jovem Madaíl tinha jeito para a bola ou, na altura, já tinha revelado a sua vocação para dirigente desportivo... Diz o Rogério Freire (RF) sobre o Gilberto Madaíl, que é hoje uma figura pública: "A imagem que retenho do Madaíl daquele tempo é o de uma pessoa muito alegre e bem disposta e de muito fácil conversa e diálogo".

Foto: CART 1525 - Os Falcões (Bissorã,Guiné-Bissau, 1966-67) (com a devida vénia...).



Infelizmente, esse momento [ da troca de galhardetes entre periquitos e velhinhos no Xime] não foi fotografado por nenhum de nós, pelo menos até ao momento não me chegou às mãos nenhuma 'chapa' desse dia e hora... Eu tenho, apesar de tudo, um apontamento desse dia 2 de Junho de 1969 (5)...

Em boa verdade, esse terá sido o primeiro dia dos duros 21 meses que nos esperavam em terras da Guiné... (LG).

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 21 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1773: Lista do pessoal de Bambadinca (1968/71) (Letras C / Z) (Humberto Reis)

(2) Vd. post de 3 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1726: Álbum das Glórias (12): Bissau: Clube Militar, mais conhecido por Biafra (Mário Bravo)

(3) Vd. post de 9 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1742: Convívios (2): Lisboa, Casa do Alentejo, 26 de Maio de 2007: Bambadinca 68/71, BCAÇ 2852, CCAÇ 12, etc. (Fernando Calado)


(4) Vd. posts de:


21 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P978: Futebol em Bissorã no tempo do Rogério Freire (CART 1525) e do Gilberto Madail

23 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P979: O Gilberto Madail pertenceu à CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69) (Paulo Santiago)




(5) Vd. post de 12 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXLIV: A galeria dos meus heróis (3): A Helena de Bafatá (Luís Graça)


(...) "Como um cão apanhado na rede – repetia eu, nessa manhã de 2 de Junho de 1969, no fundo da LDG Bombarda (6), entre fardos de colchões de espuma, cunhetes de munições, Unimogs novinhos em folha e velhas malas de viagem atadas com cordões, enquanto os fuzileiros, hercúleos, heróicos, em tronco nu, de garrafa de cerveja na mão, assustavam bichos e homens com tiros de morteirete próximo da temível Ponta Varela, exorcizando os diabos negros que infestavam o tarrafe e os cerrados palmeirais que circundavam as margens do Geba, ao mesmo tempo que um solitário T-6, protector como um anjo da guarda, sobrevoava a foz do Corubal, ronceiro, sob um céu de chumbo (ou de bronze incandescente ?), em círculos concêntricos como o voo do sinistro jagudi - que fareja a morte, dizem os guinéus, a quilómetros de distância -, acabando por alijar a sua carga mortífera lá para longe, talvez a norte, em Madina/Belel, talvez a sul, no Fiofioli – após a nossa chegada a bom porto…

"Na circunstância, um porto fluvial, um sítio chamado Xime, sem qualquer tabuleta que o identificasse – um pontão acostável, uma guarnição militar a nível de companhia (com um destacamento no Enxalé, do outro lado do rio e da bolanha), três obuses Krupp, silenciosos mas ameaçadores, meia dúzia de casas de estilo colonial, de adobe e chapa de zinco, e mais umas escassas dezenas de cubatas de colmo, ruínas dum antigo posto administrativo, restos de uma comunidade mandinga, vestígios de um decadente entreposto comercial, cercados de holofotes, arame farpado, espaldões, valas, abrigos, a estrada cortando ao meio a tabanca e o aquartelamento, dois irmãos siameses condenados a viver e a morrer juntos…

"Todo o tráfego para a Zona Leste passava inevitavelmente pelo Xime, sendo o rio Geba (ou Xaianga) navegável até Bafatá, mas apenas por embarcações de pequeno calado, e mesmo era assim uma aventura devido ao risco de emboscadas especialmente no Mato Cão, no troço entre o Xime e Bambadinca quando o rio estreitava e se espraiava pela terra dentro, enroscando-se como uma cobra entre a bolanha e a floresta…

"E como os cães (vadios) que se levam na carroça camarária, lá seguimos a caminho do matadouro ou de um outro qualquer destino cruel, para um sítio no mínimo desconhecido, que sabíamos apenas chamar-se Contuboel, algures no leste da Guiné, a meio caminho entre Bafatá e a fronteira norte, para aí formarmos companhia, transportados em estranhos camiões que habitualmente serviam para reboque de peças de artilharia – por ironia, chamados Matadores! - , entre alas de soldados, tugas, que faziam segurança nos flancos, bronzeados pelos trópicos, de lenços de pescoço garridos – tão garridos como o traje da minhota em dia de arraial, tão desconcertantemente garridos em contraste com o camuflado já comido do sol e da chuva - , alardeando a sua velhice, por gestos que revelavam um misto de paternalismo, sobranceiria, fanfarronice e inconsciência -, esforçando-se por asssinalar, a nós, pobres e assustados periquitos, o buracão da última mina, os vestígios da última emboscada, a curva fatídica onde, por detrás dos morros de baga-baga, a morte podia estar à nossa espreita, sob a forma do lendário Fernandes, antigo futebolista do Sporting de Bissau, de quem se dizia ser capaz de fazer saltar a cabeça dum tuga a 100 metros de distância com um único tiro certeiro de RGP… Pobres periquitos que engoliam todas as patranhas que lhes impingiam desde a chegada a Bissau, propagadas de esplanada em esplanada, do Bento ao Pelicano, como fogo atiçado ao capim…

"Um arrepio de frio percorreu-me o corpo de alto a baixo. Instintivamente tirei os meus óculos, puxei a escassa gola do camuflado para o desguarnecido pescoço, enterrei o quico na cabeça e pus a patilha da G-3 no automático – quebrando assim, pela primeira vez, o juramento que a mim próprio fizera, ainda em Santa Margarida, de nunca mais pôr uma bala na câmara, depois do lamentável incidente com a velha mauser em que, durante um das brincadeiras estúpidas da IAO, no assalto a uma tenda de campanha do inimigo-a-fingir, havia arrancado os fundilhos das calças da farda nº 3 a um cabo miliciano, quase à queima roupa, com uma bala de madeira...

"A meu lado, o pobre do Pastilhas suava por todos os poros, à medida que o gigante da floresta verde abria os seus braços para nos deixar passar… A começar pelo nosso capitão, o afável capitão Brito, veterano da Índia, seguíamos todos tensos e calados, tentando disfarçar o natural nervosismo de quem entrava abruptamente no famoso TO (teatro de operações) da Guiné.

"Pairava ainda na estrada Xime-Bambadinca o fantasma do furriel vagomestre do Xime que em Ponta Coli, antes de Amedalai, tinha por hábito desafiar impunemente o turra, insultando-o de cabrão e filha da puta para cima, turra esse que nós iríamos aprender a respeitar com a reverência temerosoa que é devida a todos os inimigos poderosos, armados ou não de RPG – até que um dia morreu com um tiro na nuca e a bela Helena de Bafatá nos braços" (...).


(6) Não foi a LDG Bombarda mas sim a LDG Alfange que nos levou de Bissau ao Xime: quem o diz é o Manuel Lema Santos, que é o nosso catedrático em matéria de Marinha e Marinheiros:

vd post de 16 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1371: Foi a LDG 101 Alfange que transportou a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 até ao Xime em 2 de Junho de 1969 (Manuel Lema Santos)

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1726: Álbum das Glórias (12): Bissau: Clube Militar, mais conhecido por Biafra (Mário Bravo)

Guiné > Bissau > 1971 > "É uma imagem do Clube Militar, o local onde nos eram servidas as refeições. Alguns de nós estarão recordados. E será que ainda existe algo de ruínas (?!), deste complexo ?"
Guiné > Bissau > 1971 > "Isto é a imagem das traseiras do complexo habitacional (?), onde nos alojavam quando de passagem pela capital – Bissau. Que ronco de quartos, sem qualquer tipo de conforto, mas que era o que existia".

Fotos e legendas: © Mário Bravo (2007). Direitos reservados


1. Mensagem do Mário Bravo (Ex-Alf Mil Médico, CCAÇ 6, Bedanda, 1971/72, actualmente a viver e a trabalhar no Porto onde é ortopedista) (1):

Meu Caro Luís Graça:

Não consegui organizar a minha vida para estar presente em Pombal, o que lamento e peço desculpa.

Tenho estado um pouco afastado do teu tão estimado blogue, mas prometo retomar em força. Hoje à noite estava a ver umas fotos da Guiné e encontrei esta que se refere ao chamado Clube Militar. Quando cheguei a Bissau, em Novembro de 1971, fiquei instalado neste complexo militar. Junto desta messe havia um espaço onde dormiam os oficiais, em passagem por Bissau. Quem é que não se lembro do famoso Biafra ?

Para o devido reconhecimento, como se dizia em gíria militar (ainda me lembro), envio duas fotos referentes à situação descrita.

Cumprimenta
Mário Bravo

2. Comentário de L.G.:

Mário: Ainda não foi desta que a gente se passou a conhecer pessoalmente, ao vivo. Há dias estive no Porto, com o Amaral Bernardo que me disse que tu tinhas aparecido por lá, pelo serviço dele, no Hospital de Santo António. Há 30 anos que não se viam, foi o nosso blogue que vos juntou, a vocês dois que são médicos e vivem na mesma cidade... Sei que estás no Hospital da Lapa. Um belo dia destes faço-te uma surpresa.

Agradeço-te as fotos do Biafra. Vão enriquecer o nosso Álbum das Glórias (2).

O António Graça de Abreu, que tu conheceste em Teixeira Pinto (3), almoçou connosco no Pombal, conversámos um bocadinho, mas ele seguiu depois para o Porto. Ofereceu e vendeu exemplares do seu último livro, Diário da Guiné. Perdeste também a oportunidade de conhecer o teu colega Vitor Junqueira, que foi o nosso caloroso e bom anfitrião. Vive em Pombal, tendo já trabalhado no Hospital de Leiria.

Mantenhas. Luís

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Notas de L.G.

(1) Vd. post de 23 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1457: Tertúlia: Apresenta-se o Alf Mil Médico Mário Bravo, CCAÇ 6, Bedanda (1971/72)

(2) Vd. último post desta série > 27 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1703: Álbum das Glórias (11): O autocarro da carreira Bissau/Bissalanca (Victor Barata)
(3) Vds. posts de:

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Guiné 63/74 - P1703: Álbum das Glórias (11): O autocarro da carreira Bissau/Bissalanca (Victor Barata)

Guiné > Bissau > s/d [1971/73 ] > Um autocarro dos Transportes Colectivos de Bissau, carreira Bissau/Bissalanca!... Uma verdadeira peça de museu... Uma foto para o nosso Álbum das Glórias (1)...

Foto: © Victor Barata (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Victor Barata, que foi especialista de Instrumentos de Bordo, na nossa gloriosa FAP (1969/1974).
Esteve na Guiné, de 1971/73, "na linha da frente das DO 27". Aterrou em tudo o que era bocado de pista (2), tendo voado inclusive com o malogrado furriel piloto aviador Baltazar (3).

Ele já pertence à tertúlia, desde Maio de 2006. Faltava-lhe cumprir o ritual das fotos... Aqui estão, para a gente o reconhecer no encontro de amanhã em Pombal. Tem de ter um tratamemto VIP, já que ele é o único representante da Força Aérea no nosso blogue...

Vive há 20 anos na região de Lafões, mais exactamente em Vouzela, onde é empresário ligado á indústria das rochas decorativas. É amigo do Martins Julião (de quem já foi sócio), do Carlos Santos e do Rui Ferreira, e já nos desafiou para uma próximo encontro da nossa tertúlia na bela região de Lafões (área geográfica que compreende os concelhos de Oliveira de Frades, Vouzela e S. Pedro do Sul) (4)...

2. Amigo Luís: Junto anexo as minhas fotos de ontem e hoje para que me concedas a HONRA de pertencer àquela família que tu deitaste na ...Internet e tão bem tens educado e ajudado a singrar.
Muito obrigado e espero que me digas se estas sempre chegaram.

Um abraço

Victor Barata
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Notas de L.G.:

(1) Vd. o último post desta série > 30 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1636: Álbum das Glórias (10): Paunca, CCAÇ 11: Com o PAIGC, depois do 25 de Abril de 1974 (J. Casimiro Carvalho)

(2) Vd. post de 9 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXXXIX: Victor Barata, MELEC da FAP (1971/73)

10 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXLI: Ajudem-me a encontrar o tenente evacuado em 1973 do Corredor da Morte (Victor Barata)

(3) Vd. post de:

17 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1668: In Memoriam do piloto aviador Baltazar da Silva e de outros portugueses com asas de pássaro (António da Graça Abreu / Luís Graça)

(4) Vd. post de 14 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1661: Tertúlia: Notícias de Lafões, do Rui Ferreira, do Carlos Santos e da nossa gloriosa FAP (Victor Barata)

sexta-feira, 30 de março de 2007

Guiné 63/74 - P1636: Álbum das Glórias (10): Paunca, CCAÇ 11: Com o PAIGC, depois do 25 de Abril de 1974 (J. Casimiro Carvalho)


Guiné > Zona Leste > Gabu > Paunca > CCAÇ 11 > Pós-25 de Abril de 1974 > O Fur Mil Op Especiais disfarçado de cubano... No quico, ostenta um cartão com as insígnias do PAICG. No muro atrás pode ler-se uma improvisada inscrição: Viva o PAIGC... Foto do Álbum de fotografias do ex-Fur Mil Op Especiais Carvalho, confiado à guarda do editor do blogue.

Fotos: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.


Paunca fica(va) perto da fronteira do Senegal, a sudoeste de Pirada. A unidade de quadrícula, no final da guerra, era a CCAÇ 11. O nosso camarada Casimiro Carvalho já aqui contou como foram os seus últimos tempos de comissão, depois do inferno de Guileje e Gadamael, em Maio/Junho de 1973 (1):

(...)"Fomos para o Cumeré tirar outro IAO . Eu fui para Prabis com mais 12 homens, outros foram para Quinhamel ou Bijemita (??). Depois fomos para Colibuia-Cumbijã, e aí fui destacado para rendição individual, sendo transferido para Bissau a fim de tirar estágio de Companhias Africanas, e durante esse estágio deu-se o 25 de Abril.

"Fui então para Paunca, CCAÇ 11 – Os Lacraus, onde me mantive até ao fim da minha comissão. Não sem antes levar um susto de morte, pois os militares africanos da CCAÇ 11 sublevaram-se. Quando eu estava a dormir, ouvi tiros, vim em calções com a Walther à cintura até ao paiol. Quando lá cheguei, eles estavam a armar-se e a disparar para o ar e eu, quando os interrogava pelo motivo de tal, senti o cano de uma arma nas costas, ordenando-me que seguisse em frente (até gelei)… Juntaram todos os quadros brancos e puseram-nos no mato… assim mesmo!

"Caminhámos muito, de noite, desarmados, e fomos até um acampamento de guerrilheiros do PAIGC, contámos a situação e eles mandaram um punhado deles a Paunca. Gritaram então lá para dentro:- Têm 5 minutos para se entregaram e restituir o quartel aos brancos ou destruímos tudo!

Eles, os fulas, entregaram-se. No fim, já de abalada, fomos ao paiol, juntámos todas as granadas e explosivos, e eu fui encarregado de os fazer explodir , ao redor de uma enorme árvore. Que cogumelo de fogo, impagável !" (...).

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Nota de L.G.:

(1) 25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)

Sobre este série - Álbum das Glórias - , vd posts anteriores:

18 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1609: Álbum das Glórias (9): Pessoal da CART 3942 em Bolama (Joaquim Mexia Alves)

6 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1568: Álbum das Glórias (8): Os Dráculas, CART 2410, Guileje (José Barros Rocha)

4 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1492: O Álbum das Glórias (7): Eu, o Mário Soares, o grande cantautor de Coimbra, Luiz Goes, e o Spencer (António Pinto)

30 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1473: O álbum das glórias (6): A 'dolce vita' de Bolama (Joaquim Mexia Alves, CART 3492)

21 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1096: O álbum das glórias (5): Futebol em Bambadinca, oficiais contra sargentos (Beja Santos)

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1076: O álbum das glórias (Beja Santos) (4): eu e o coronel Cunha Ribeiro, o nosso 'major eléctrico'

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1073: O álbum das glórias (Beja Santos) (3): A equipa de futebol de Missirá

13 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1068: O álbum das glórias (Beja Santos) (2): Misérias e grandezas de Mamadu Camará

11 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1061: O álbum das glórias (Beja Santos) (1): Um brinde no bar de oficiais de Bambadinca

domingo, 18 de março de 2007

Guiné 63/74 - P1609: Álbum das Glórias (9): Pessoal da CART 3942 em Bolama (Joaquim Mexia Alves)

Guiné > Ilha de Bolama > Bolama > CART 3942 > 1972 > Declamando, sabe Deus o quê, nos alojamentos dos Furriéis!!! ... Da direita para a esquerda: Fur Pires, Fur Costa ( 3º Pelotão?), Fur Enfermeiro, Fur Nunes, Alf Mexias Alves, Alf Barroso e Fur Soares (Mecânico auto, assinalado com um círculo a amarelo) (1).

Guiné > Ilha de Bolama > Bolama > CART 3942 > 1972 > Alguém se sentiu mal na festa e o Mexias Alves estava de faxina...

Guiné > Ilha de Bolama > Bolama > CART 3942 > 1972 > Continuação da festa. O Enfermeiro também declama (Os outros já estão identificados).

Guiné > Guiné > Ilha de Bolama > Bolama > CART 3942 > 1972 > Continuação da festa. Aparece agora o Fur Faceira, Vagomestre...


Fotos e lgendas: © Joaquim Mexia Alves (2006). Direitos reservados

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Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 17 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1607: Artur Soares, ex- Furriel Mecânico Auto, CART 3492, Xitole, 1972/74 (Joaquim Mexia Alves)

terça-feira, 6 de março de 2007

Guiné 63/74 - P1568: Álbum das Glórias (8): Os Dráculas, CART 2410, Guileje (José Barros Rocha)


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 2410 (Junho de 1969 a Março de 1970) > O Alf Mil Rocha "posando sobre a roda de uma peça de artilharia 11,4 (ou o obus 14 ?" (JBR) .


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 2410 (Junho de 1969 a Março de 1970) > O Alf Mil Rocha, de "regresso ao quartel de Guileje, após mais um dos patrulhamentos diários pela zona" (JBR) ... Pela foto, percebe-se que foi na época das chuvas.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 2410 (Junho de 1969 a Março de 1970) > "Empenagens de canhão sem recuo, morteiro 120, morteiro 82, RPG 7 e dos famosos Mísseis com que frequentemente éramos presenteados assiduamente" (JBR)

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 2410 (Junho de 1969 a Março de 1970) > "Ou vai ou racha": o lema dos Dráculas...


O José Barros Rocha, numa foto recente.

Fotos e legendas: © José Barros Rocha (2007). Direitos reservados.

Mensagem, de 11 de Fevereiro de 2007, enviada pelo novo membro da nossoa tertúlia, José Barros Rocha, ex-Alferes Miliciano da CART 2410 - Os Dráculas, que estiveram em Guileje, de Junho de 1969 a Maio de 1970 (1).

Dando satisfação ao teu pedido, vou tentar enviar algumas fotos, que espero cheguem em boas condições, pois este periquito informático vê-se em maus lençois nestes assuntos. E aí vai!

Oxalá tenham chegado ao destino, pois receio bem que hajam caído em alguma emboscada ou, que sabe, objecto de golpe de mão. Um grande abraço e se dúvidas houver é só chatear pessoal.

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Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 18 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1443: Contributo para a história da construção do aquartelamento de Guileje (José Barros Rocha, CART 2410, Os Dráculas, 1969/70)

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1492: Álbum das Glórias (7): Eu, o Mário Soares, o grande cantautor de Coimbra, Luiz Goes, e o Spencer (António Pinto)


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > BCAÇ 506 > Abril de 1964 > Da esquerda para a direita: O Alf Mil António Pinto, o Mário Soares, comerciante de Pirada, o Alf Médico (e hoje conhecido como o grande intérprete do fado de Coimbra) Luiz Goes (1) e o Alf Mil Spencer.

Série Álbum das Glórias (2)


Foto: © António Pinto (2007). Direitos reservados (3).

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Notas de L.G.:

(1) Vd. sítio Coimbra XXI, Gestão e Promoção Cultural > Sobre Luiz Goes (Reprodução do texto, com a devida vénia):

"Luiz Fernando de Sousa Pires de Goes

"Coimbra, 5 de Janeiro de 1933

"Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 1958, exerceu a profissão de médico estomatologista, em Lisboa, até 2003. Prestou serviço militar na Guiné como Tenente-médico, entre 1963 e 1965 [, BCAÇ 506].

"Iniciou-se no Fado de Coimbra por influência do seu tio, Armando Goes, um dos grandes cantores e compositores dos anos vinte, contemporâneo de Edmundo Bettencourt, António Menano, Lucas Junot e Paradela de Oliveira.

"Cantou pela primeira vez em público com apenas 14 anos de idade, numa festa do Liceu D. João III, em Coimbra, interpretando a Feiticeira, de autoria de Ângelo de Araújo. Já anteriormente tinha tido o privilégio de ser acompanhado, em convívios de antigos estudantes, por Artur Paredes, Afonso de Sousa e Francisco Menano, irmão mais velho de António Menano. Fez as primeiras gravações em 1953 com José Afonso, António Brojo e António Portugal.

"Enquanto estudante, integrou o Orfeon Académico, onde foi solista, e o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), sob a direcção do Prof. Paulo Quintela. Colaborou ainda com outros organismos académicos como o Coral da Faculdade de Letras e a Tuna Académica.

"Com José Afonso, Fernando Rolim e Machado Soares participou na gravação de discos de setenta e oito rotações, os primeiros depois da geração de oiro dos anos vinte, acompanhado por António Brojo, António Portugal, Mário de Castro e Aurélio Reis. ´

"Luiz Goes tem desenvolvido uma actividade artística regular enquanto cantor, compositor e poeta, sendo unanimemente reconhecido como o maior intérprete da segunda metade do século XX da Canção de Coimbra. Gravou vários LP´s sendo de destacar: Serenata de Coimbra (Coimbra Quintet), Coimbra de ontem e de hoje, Canções do mar e da vida, Canções de amor e esperança e Canções para quase todos.

"É Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e recebeu a Medalha de Oiro da Cidade de Coimbra e a medalha de Mérito Cultural do Município de Cascais.

"Carlos Carranca disse, a 4 de Julho de 1998, aquando da cerimónia de entrega da Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra a Luiz Goes:

"Dizia Teixeira de Pascoaes que a voz de Hilário "subia nas noites de Coimbra até se ouvir na lua". Ele era o primeiro grande cantor das inesquecíveis noites de luar da Velha Alta. Hoje, no dealbar do novo milénio, cem anos depois de Hilário, a voz de Luiz Goes enche a noite, universalizando a toada coimbrã, penetrando fundo na cósmica inquietação do Futuro. A alma de Coimbra é a voz de Luiz Goes e a voz de Luiz Goes é a voz telúrica e trágica da condição humana. A sua obra é um monumento humano. É obra moça. Não exibe velhices precoces, é fruto de uma personalidade riquíssima, de uma sensibilidade invulgar e de uma visão plural da vida.
"- É através de ti, da tua voz, das tuas interpretações, dos teus poemas, que Coimbra ultrapassa os limites da cidade, vai mais longe. Vai ao encontro de quem sonha, do homem só, adquire sangue novo. Chega mais longe porque tu lhe insuflaste a tua própria vida, lhe deste a tua inteligência e a tua criatividade inacessíveis aos que de Coimbra se contentam em imitar o estilo, a exibir erudição, a contabilizar louvores.

"Com Luiz Goes o canto de Coimbra rompe com a 'lamechice', desce às raízes, ganha autenticidade e sensualidade. Luiz Goes não só canta, como escreve sobre nós, e fá-lo apaixonadamente. Os labirintos da nossa alma profunda percorrem as nossas canções. São pedaços de nós, de Portugal, de uma paisagem física e humana que visceralmente somos. Seus versos pedem canto. E o que é cantar? É talvez o meio de sermos por fora o que somos por dentro. É escancarar o que nos vai na alma reduzindo a distância que nos separa. E não há forma mais perfeita de estar com os outros.

"Em Luiz Goes habitam as múltiplas influências do trovador inquieto e intemporal, do poeta, do respeitador da tradição no que ela possui de essencial, rejeitando exibicionismos vocais, poéticos saudosismos serôdios e intransigências reaccionárias. Luiz Goes é um cantor da Saudade. Mas de uma saudade que nos faz compreender que todos nós participamos num ser universal".

(2) Vd. post de 30 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1473: O álbum das glórias (6): A 'dolce vita' de Bolama (Joaquim Mexia Alves, CART 3492)

(3) Vd. post de 3 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1491: Gabu: Fotos com legenda (António Pinto, BCAÇ 506 e 512) (2): Nova Lamego, Pirada, Buruntuma, Senegal

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Guiné 63/74 - P1473: Álbum das glórias (6): A 'dolce vita' de Bolama (Joaquim Mexia Alves, CART 3492)

Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bolama > Bolama > CART 3492 > 1972 > "No jeep. Da frente para trás: Alf Canas, Alf Novais, Alf Lima (Secretaria?), Alf Rodrigues (meu camarada de curso, também que era da CCS e veio depois para o Xitole, por troca com o Alf Gonçalves Dias se não me engano), Alf Martins (CART 3493, Mansambo) e eu".


Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bolama > Bolama > 1972 > CART 3492 > "Eu e o Furriel Nunes, do 4º pelotão, se não me engano"



Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bolama > Bolama > 1972 > CART 3492 > "Num jipe à porta do Hotel Turismo".

Fotos e legendas: © Joaquim Mexia Alves (2006). Direitos reservados.

Álbum do Joaquim Mexia Alves, ex-alferes miliciano de operações especiais, que de Dezembro de 1971 a Dezembro de 1973 passou por três unidades no TO da Guiné (1):

(i) pertenceu originalmente à CART 3492 (Xitole / Ponte dos Fulas),
(ii) antes de ingressar no Pel Caç Nat 52 (Bambadinca, Ponte Rio Udunduma, Mato Cão)
(iii) e depois na CCAÇ 15 (Mansoa ).

A CART 3492 pertencia ao BART 3873.
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Nota de L.G.

(1) Vd. posts de:

5 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1401: Com a CART 3492, em Bolama, no Reino dos Bijagós (Joaquim Mexia Alves)

12 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1271: O cruzeiro das nossas vidas (1): O meu Natal de 1971 a bordo do Niassa (Joaquim Mexia Alves)