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domingo, 21 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11433: Álbum fotográfico do Leopoldo Correia (ex-fur mil, CART 564, Nhacra, Binar, Teixeira Pinto, Mansoa, 1963/74) (1): Bafatá nos finais dos anos 50 (ainda hoje lá tem familiares ligados ao comércio)


Foto nº 241 > Guiné >  Bafatá >  c. 1958/59 >  Armazém da Casa Gouveia: manga de amendoim…


Foto nº 242 > Guiné >  Bafatá > 1958 >  Equipa do SCB [Sporting Clube de Bafatá]


Foto nº 243 >  Guiné >  Bafatá  >  c. 1958/59 >  Empregados da Casa Gouveia no armazém




Foto nº 244 > Guiné  >  Bafatá >  1957 >  Jónác na S. C. Ultramarina




Foto nº 245 > Guiné >  Bafatá >  c. 1958/59 > Bombas da gasolina da Casa Barbosa



Foto nº 246 >  Guiné > ; Bafatá >  1959 >  Helder Barbosa




Foto nº 247 > Guiné >  Bafatá > 1958 > Rua Principal de Bafatá




Foto nº 248  >  Guiné > Bafatá  >  c. 1958/59 >   Bajudas em frente ao S. C. Bafatá




Foto nº 249 >  Guiné > Bafatá >  1959 >  Piscina de Farim


Fotos (e legendas): © Leopoldo Correia (2013)  Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. O Leopoldo Correia (ex-fur mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65), enviou-nos "mais fotos de outros tempos, Bafatá 1958/59" (sic).

Presumimos que o álbum seja do mesmo familiar seu, que trabalhou na Casa Gouveia, em Bafatá. de que já publicámos dois postes (umsobnre Bafatá e outro sobre o Olossato).

São uma preciosidade: ajudam-nos muito a reconstituir a época anterior à guerra colonial... As fotos falam por si. Os anos 50 são de relativo progresso económico e social na colónia... Particularmente deliciosa é, para mim, a foto da piscina de Farim (nº 249): há uma dúzia de nadadores e umas dezenas de mirones locais ao longo do muro... Era também uma época em que se viajava, com segurança, por toda a Guiné: ia-se facilmente de Bafatá a Farim para dar um mergulho na piscina (então um luxo e uma novidade)... Além disso, Bafatá era um importante vila comercial, com várias casas importantes como a Casa Gouveia e a Casa Ultramarina. Ainda vi velhos camiões como o da foto nº 241 (pu parecidos) fazerem colunas logísticas de Bambadinca ao Saltinho, em 1969...Alguns não voltaram...

Obrigado, mais uma vez, ao nosso camarada e ao seu familiar, que ele não identifica.

Recorde-se aqui alguns factos da história de vida do Leopoldo:

(i) Nasceu em Lisboa em 14/3/1941;

(ii) Por motivos de saúde e pela situação do após guerra, a família transfere-se para Estarreja, terra natal do pai;

(iii) Lá crescei e se fez gente, como ele próprio nos diz... Tirou o Curso Industrial de Electricidade na Escola Industrial do Infante D. Henrique, no Porto;

(iv) O curso deu-lhe a a oportunidade de entrar na CNE - Companhia Nacional de Eletricidade, criada em 1947, na sequência da aprovação do plano de eletrificação do país (hoje REN);

(v) Em 1963 é incorporado no Curso de Sargentos Milicianos, passando por Mafra e Tavira;
(vi) Seguiu para a Guiné em Outubro do mesmo ano;

(vii) Fez parte da CART 564 que na Guiné, como companhia independente, teve um ano os seus militares espalhados por diversas zonas;

(viii) Pela sua parte, esteve em Nhacra, Binar, Teixeira Pinto, Mansoa;

(ix) Regressou em 1965; [e tenho ideia, por uma conversa telefónica, que ainda viveu e trabalhou em Angola antes da independência;]

(x) Ainda hoje tem familiares ligados ao comércio em Bafatá;

(xi) Está reformado da EDP;

(xii) Vive em Águas Santas, Maia.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9840: Tabanca Grande (334): Leopoldo Correia, ex-Fur Mil da CART 564 (Guiné, 1963/65)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Leopoldo Duarte Correia*, ex-Fur Mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65, com data de 6 de Abril de 2012:

Prezado Camarada Luis Graça :
Dando continuidade à nossa última conversa, aqui estou finalmente a fazer aquilo que já deveria ter feito há bastante tempo, isto é, enviando as fotos requeridas para a inscrição e mais quatro (para começar) onde demonstro todo o meu carinho pelas criancinhas da Guiné.

Se me é permitido, passo a fazer a minha apresentação curricular ( ! ) ….

Sou alfacinha desde 14/3/1941, mas por motivos de saúde e pela situação do após guerra, emigramos para Estarreja, terra natal de meu pai. Lá cresci e me fiz gente, tirei o Curso Industrial de Electricidade na E.I.I.D. Henrique, no Porto, o que me deu a oportunidade de entrar na CNE (hoje REN) e em 1963 ser incorporado no curso de Sargentos Milicianos em Mafra e Tavira, seguindo para a Guiné em Outubro do mesmo ano.

Fiz parte da CART 564 que na Guiné, como Companhia independente, teve um ano os seus militares espalhados por diversas zonas.

Pela minha parte, estive em Nhacra, Binar, Teixeira Pinto, Mansoa.


Em Nhacra tive o privilégio de conhecer a figura carismática da NHA CARLOTA, de quem ainda hoje tenho imensas saudades.

Muitas estórias poderiam ser contadas, mas fica para a outra vez.

A foto do miúdo, de seu nome Armando Capitão Comandante, foi tirada em Nhacra logo nos primeiros dias da comissão, fui eu que lhe mandei fazer a farda e o nomeei meu “ordenança”, ainda gostava de saber se estará vivo e qual o rumo que aquela amostra de gente terá tido.

A foto da bajudinha (Lolita) foi tirada em Mansoa em 1964 e no campo de futebol dos Balantas, dizia ao pessoal que era a minha namorada. Coisas de mulher.

O pequeno Armando Capitão Comandante, de Nhacra, ainda à "civil", acompanhado de Leopoldo Correia

O pequeno Armando já devidamente uniformizado e investido nas funções de ajudante de campo do Fur Mil Leopoldo Correia



 A pequenita Lolita de Mansoa

Mansoa > Capo de futebol dos Balantas > Lolita, uma espectadora atenta ao que a rodeia, ao colo do Leopoldo Correia.

Por agora é tudo, numa próxima ocasião poderei enviar mais fotos, inclusive relativas à linda cidade de Bafatá datadas de 1959 /60, pois tenho ainda lá familiares ligados ao comércio.

Despeço-me com um abraço e votos de Boa e Santa Páscoa.
Leopoldo Duarte Correia
Águas Santas – MAIA


2. Comentário de CV:

Caro amigo Leopoldo, bem-vindo à Tabanca Grande onde já tens uns quantos amigos.
Eu e o Eduardo Magalhães seremos aqueles com quem mais falarás e que conheces pessoalmente.

Sei que tens uma memória prodigiosa e facilidade em passar a papel as tuas histórias. Andaste pelo meu chão e ainda amarguraste aquela trágica estrada Mansoa/Cutia/Mansabá ainda em picada. Se no meu tempo era muito perigosa, imagino como seria na primeira metade dos anos 60. Tens que nos dizer como era a Guiné nesse tempo. Percorreste outros locais pois a tua Companhia estava desmembrada com Pelotões e Secções destacados.

Conheceste por lá pessoas que acabaste por reencontrar há pouco tempo, que não vias há mais de 40 anos, de quem nos vais falar com certeza.

Tens também fotos que podes digitalizar e mandar, acompanhadas das respectivas legendas que servirão para ilustrar as tuas memórias ou para avaliarmos a diferença com a Guiné dos mais "novos".

Como vês, tenhas tu algum tempo livre e disposição, e não te faltará assunto para dares trabalho aos editores.

Antes de terminar, quero deixar-te um abraço em nome da tertúlia e dos editores.

Quanto a mim, já sabes como me encontrares.
Um abraço e votos de saúde do teu camarada e amigo
Carlos Vinhal

(Revisão do texto e legendas das fotos da responsabilidade do editor)
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 26 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9272: Memória dos lugares (168): Bambadinca, de 1969/71... Evocando a figura do antigo comerciante Fernandes Rendeiro, natural da Murtosa, recentemente falecido... (Leopoldo Correia)

Vd. último poste da série de 30 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9833: Tabanca Grande (333): Mário José Lopes de Azevedo, que foi Furriel Miliciano de Artilharia da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/72 (Luís Gonçalves Vaz)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8454: Convívios (356): Encontro do pessoal da CART 564 (Guiné, 1963/65), dia 2 de Julho de 2011 em Silvalde

1. A pedido dos nossos camaradas Júlio Santos e Leopoldo Correia, respectivamente, ex-1.º Cabo Escriturário e ex-Fur Mil da CART 564 (Guiné, 1963/65), damos a conhecer o Encontro/Convívio do pessoal desta CART, a realizar no dia 2 de Julho de 2011, em Silvalde.


CONVÍVIO DA CART 564

02 DE JULHO DE 2011

(FÁBRICA DE PAPEL PONTE REDONDA, SA - SILVALDE)

Caros amigos

Já são quase 50 anos desde que nos juntamos para o serviço militar e a Campanha na Guiné. Podemos sentir orgulho pelo nosso desempenho, pois foi mais de interligação e colaboração entre dois povos do que o impor de uma soberania.

A forma como somos recebidos no país, agora livre, mostra a real amizade que persiste passadas dezenas de anos.

Como a ordem natural da vida nos vai retirando maiores oportunidades, venho convidar-vos para um Encontro/churrascada, informal a exemplo do que fazíamos em Nhacra, Mansoa ou Cutia.

Um abraço
Américo Loureiro



Marcações para:

Américo Loureiro
Apartado 2
4501-851 Espinho

Telefone 227 330 800 / Fax 227 330 801
Telemóvel 964 024 918


EMENTA:

Entradas
Pastéis de bacalhau, rissóis, croquetes, moelas e pataniscas de bacalhau

Sopa
Caldo verde

Carne
Churrasco na brasa (entremeada, tiras, salsicha, coxas de frango, bife), com arroz de feijão e batata frita

Sobremesa
Bolo do serviço e fruta da época
1 taça de Espumante

Bebidas
Vinho da casa branco e tinto (Cruzeiro e Pegões), refrigerantes, cerveja e águas

Para terminar
Café / descafeinado
Bagaço
Wisky novo
Amêndoa amarga / Licor Beirão

Preço por pessoa... 15 €uros

Croqui de acesso ao local do Encontro/Convívio
(Clicar na imagem para ampliar)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 19 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8446: Convívios (349): 12º Encontro da Tabanca do Centro, 29 de Junho (Joaquim Mexia Alves)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6529: Cusa di nos terra (16): A propósito do último livro do António Estácio, Nha Carlota... e as suas comidinhas (Luís Graça)

1. Vamos continuar a relembrar e a divulgar os sabores 'di nos terra' (*)... Todos ou quase todos os entrevistados do António Estácio (foto à esquerda), amigos, conhecidos, clientes ou visitas frequentes da casa de Nha Carlota (no Cumeré e depois em Nhacra), recordam a excelente cozinheira que ela foi e evocam alguns dos seus pratos famosos, um mix da cozinha portuguesa, cabo-verdiana e guineense:


“(…) Era habitual, no final dos bailes realizados nas instalações da UDIB, irem de carro de Bissau a Nhacra, até casa de Nha Carlota, para mata-bicho, onde não faltava a bem temperada linguiça, gazela assada, ovos estrelados, etc.” (p.30).

Ferreira Pinto, um antigo magistrado, frequentava com a esposa a casa de Nha Carlta, “exaltou os dotes culinários da anfitriã, pondo à cabeça a saborosa sopa de peixe, seguida das iscas com caril, com que se deliciavam sob a acolhedora sombra duma frondosa árvore” (p. 34).

O ex-Alf Mil Sérgio Sebastião Alves, da CCAÇ 564(**), e que comandou, de Novembro de 1963 a Maio de 1964, o pelotão destacado em Nhacra com a missão de defender um ponto estratégica, a ponte de Ensalmá que ligava a ilha de Bissau à plataforma continental), descreve Nha Carlota como “uma senhora extraordinária, que fazia uma maravilhosa sopa de peixe” (p. 39).

Alda Maria Simões Tomé, com 40 anos de Guiné, aonde chegou em 1936, conheceu bem, primeiro no Cumeré e depois em Nhacra, essa Mulher Grande, agora biografada pelo nosso amigo António Estácio (capa do livro, edição de autor, à direita):

“Era pessoa que recebia muito bem e estava sempre pronta para fazer uns petiscos deliciosos, como cachupa, linguiça picante, cuscus de arroz. Ai, era tudo tão bom” (p. 42).

O nosso camarada e amigo Nuno Rubim também a conheceu em 1964, quando jovem capitão e destaca “o saboroso pitche-patche de ostra” (p. 44) que uma vez comeu lá em casa dela.

José Alberto Câmara Manoel, ex-colega do Liceu de Bissau, mandou ao autor um depoimento escrito sobre o tempo em que, sendo ele miúdo, ia aos domingos a Nhacra, com os pais e os irmãos, almoçar no restaurante de Nha Carlota:

 “Combinada com antecedência a ementa (cabritinho assado, chabéu ou cachupa), começávamos sempre por um balaio, o de ostras e/ou camarão, tudo divinal e cuidadosamente preparado” (p. 49).

Locutora da extinta Emissora Oficial da Guiné Portuguesa, Maria Rosete Pereira da Silva, destaca, da lista de pratos, “o saboroso pitche-patche de ostra, o frango, quer de churrasco, quer à cafreal, assim como os saborosos camarões que ela preparava muito bem” (p. 50).

Outra admiradora da culinária de Nha Carlota, fala da “saborosa galinha à cafreal, com molho de manteiga, cebolada e piripiri”, bem como da “deliciosa caldeirada de cabrito” (p.54).

O caldo de peixe e o pitche-pacthe de ostras voltam a ser recordados mais dois entrevistados, na p. 55. Parecem ser unânimes as opiniões: Nha Carlota “tanto cozinhava uma deliciosa cachupa, um excelente chabéu ou qualquer prato de comida europeia” (p. 57)… E até o café parecia ser diferente:

(…) “Mandava-o vir, em grão, de Cabo Verde, depois trorrava-o e moía-o com particular mestria. Que maravilha de café” (p. 57).

A sobremesa era, em geral, fruta, da sua propriedade:

“Nós comíamos na varanda e os nossos pais almoçavam no alpendre, existente na traseira da residência. A sobremesa era à base de fruta apanhada nas redondezas e era ela mesma a que nos incentivava a ir buscá-la. Ai, era tão animado!” (p. 48).

Ao livrinho do António Estácio (116 pp), fomos ainda 'roubar' esta receita, A  sopa de marisco à Nha Carlota (p. 57)... Para terminar em beleza esta nota de leitura, isto é, para terminar...a salivar:

Ingridientes: Camarão, Arroz, Farinheira ou chouriço, Azeite, Polpa de tomate, Cebola, Limão, Piripiri

Coze-se o camarão, o qual, em seguida, se descasca e são-lhe retiradas as cabeças. Guarda-se essa água e passam-se as cabeças e as cascas retiradas, no ‘passe-vite’. Mói-se bem e com a água a correr, para que a água remova a pasta proveniente das cabeças. Junta-se esta água à da cozedura do camarão e, em função do número das pessoas, acrescenta-se água normal.

Aparte faz-se um refogado com azeite, cebola bem picada e junta-se polpa de tomate. Quando a água da sopa começar a ferver, junta-se ao refogado o chouriço e deita-se arroz, em quantidade para que a sopa não fique aguada. Por fim junta-se piripiri (moído ou não) e o camarão descascado. É servido com limão e, se necessário, adiciona-se piri-piri.
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Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série > 23 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2474: Cusa di nos terra (15): Susana, Chão felupe - Parte IX: Os indomáveis guerreiros felupes (Luís Fonseca)

(**) Na verdade trata-se da CART 564 e não CCAÇ como é referido