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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10591: Blogpoesia (309): Francisco Santos, o poeta popular da CCAÇ 557 ( Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)


Benavente > Restaurante O Miradouro > 27/10/2012 > Foto do pessoal CCaç 557, reunidos com filhos e netos, a comemorar o seu vigésimo quinto almoço de convívio e o quadragésimo sétimo ano do seu regresso.  Este ano os bravos do Como que pertenceram à  valorosa CCAÇ 557 foi "reforçada" por dois elementos do nosso blogu: na primeira fila,  o Fernando Chapouto [cercadura a amarelo], de camisola branca com a mão esquerda no ombro direito do José Colaço (, cercadura a verde]; na fila de trás o Jorge Rosales [, cercadura a azul], com uma folha de palmeira a tapar-lhe o queixo. Quanto ao nosso poeta popular Francisco dos Santos,  ele é o que está na última fila,  ao centro,  de blusão escuro, camisa branca e pulôver azul [, cercadura a vermelho].


Foto da família CCaç 557 com filhos e netos reunida no dia 27/10/2012 em Benavente.



1. Mensagem do José Colaço, o nosso bravo da ilha do Como, ex-Soldado Trms da CCAÇ 557 (, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), e organizador do convívio deste ano:


Assunto: Poesia popular

Como o nosso administrador é um admirador da poesia popular (e não só, ou não fosse ele um poeta com todas as letras), envio em anexo os versos que o nosso camarada Francisco dos Santos, poeta popular dedicou à CCAÇ 557 no almoço de convívio em Benavente, em 27/10/2012.

Um abraço, Colaço.



Guiné > Região de Tombali > CCAÇ 557 (1963/65) > Cachil > Os trabalhos na construção da paliçada.

Fotos (e legendas): © José Colaço (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.













O Franisco Santos, de 70 anos, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557,Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65, poeta popular,  residente no Montijo. É membro da nossa Tabanca Grande desde 12 de maio de 2009.
______________

Nota do editor:

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9211: Parabéns a você (354): Francisco Santos, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557 (1968/70) - Agradecimento


1. O nosso camarada José Colaço* (ex-Soldado Trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), reenviou-nos a seguinte mensagem de agradecimento do Francisco Santos, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65.


Camaradas, 

Reenvio-vos o e-mail que o nosso camarada e poeta popular Francisco dos Santos me fez chegar, com os agradecimentos dos parabéns que lhe foram prestados no blogue, no seu último festejo aniversariante.


Com os desejos a todos de muitos anos de vida e com saúde.

Um abraço.
José Colaço Sol Trms da CCAÇ 557
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

16 DE DEZEMBRO DE 2011 > Guiné 63/74 - P9206: Parabéns a você (354): António Paiva, ex-Soldado Condutor Auto Rodas no HM 241 de Bissau (1968/70)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7437: Parabéns a você (188): Francisco Santos, 68, Montijo; Sousa de Castro, 60, Viana do Castelo



1. A quinze de Dezembro fazem anos cá na nossa Tabanca Grande dois camarigos: (i) o Sousa de Castro, que entra hoje para o Clube dos SEXA, ao perfazer os 60 (*); e (ii) o Francisco Santos, que completa 68 [, foto à direita].


 Estamos perante dois camarigos que, em relação ao tempo da guerra da Guiné, estão um no princípio  ou quase no princípio (Francisco Santos, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) e outro no fim ou quase no fim (Sousa de Castro, camarada também das transmissões).


O Francisco, motorista reformado,  faz parte dos órgãos directivos Academia Musical União e Trabalho, de Sarilhos Grandes, com sede em Sarilhos Grandes, Montijo, donde é natural...E, conforme já nos confessou e mostrou, tem o bichinho da poesia popular. (**)... Em sua honra, aqui vai um belo passodoble, tocado numa igreja pela banda filarmónica da sua Academia,  cuja criação remonta a 1898 (A fonte do vídeo é o You Tube onde se encontra tudo como na farmácia).


Sobre a sua companhia, na Guiné, a CCAÇ 557, já temos cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue. A ela pertenceram o José Colaço, o médico  Dr Rogério da Silva Leitão (que infelizmente a morte levou este ano) bem como o conhecido advogado, o ex-Alf Mil José Augusto Rocha... Não tenho tido notícias do Francisco, mas espero que esteja bem de saúde.

O Sousa de Castro, esse, também não precisa de apresentação... É o nosso tabanqueiro mais antigo, o nosso tertuliano nº 2, tendo trazido muita gente para o nosso convívio... [Aqui, na foto, à esquerda, na Tabanca de Matosinhos, em 21 de Julho passado, com a esposa Conceição; estivémos junto igualmente no nosso V Encontro Anual, em Monte Real, em 26 de Junho passado]... 


1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, esteve na zona leste, no Sector L1 (tal como eu), mais exaxtamente em Xime e Mansambo, dois sítios que eu bem conheci, entre finais de 1971 e Março de 1974. 


Minhoto, foi técnico fabril nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, estando hoje reformado. Criou e mantém o blogue da CART 3494, desde Maio de 2008. Vive perto de Viana do Castelo. Para o Xico, dir-lhe-ei que na vida não há limites de velocidade... 68, 69, 70 e por aí fora,  até aos 100, é sempre a carregar no pedal...Que a vida é uma festa, e que os poetas têm o dever de celebrá-la!


A ambos, eu desejo, em meu nome pessoal e de toda Tabanca Grande, o melhor do mundo para as suas vidas e para a sua família. Parabéns por este dia. (***) E muito obrigado por continuarem... connosco! Ao Sousa de Castro, em especial, dou-lhe as boas vindas por entrar, de jure et de facto, no Clube de Suas Excelências (abreviadamente, Clube dos SEXAS)... Para tudo, é preciso idade, sabedoria e paciência...

Parafraseando o nosso poeta popular, de Sarilhos Grandes, eu formulo o voto de que, tal como a valente CCAÇ 557, ou a valorosa CART 3494, uma que andou na guerra da Ilha do Como, e outra na guerra do Xime, continuemos a ser grandes camarigos na nossa Tabanca Grande e na nossa amada Pátria em que hoje os tiros, as minas, as armadilhas, os perigos são outros...

Sejamos grandes camaradas
Nestas terras promissoras,
Mesmo com as morteiradas
E o som das metralhadoras...


_______________

Notas de L.G.:

(*) 15 de Dezembro de 2009 >Guiné 63/74 - P5468: Parabéns a você (52): O segredo do Sousa de Castro, um velhinho da Tabanca Grande (Luís Graça)


(**) 15 de Dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5516: Cancioneiro da CCAÇ 557 (Cachil, Bafatá, Bissau) (1): Recordar é viver (Francisco Santos / José Colaço)

1. Mensagem de José Colaço (*), ex-Sold de Trms da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65 (foto à direita), com data de 13 de Abril de 2009:

Um ligeiro apanhado da missão cumprida pela CCaç 557 na Guiné... [Os versos são do nosso poeta popular Francisco dos Santos, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557, que fez agora, em 15 do corrente, 67 anos] (Foto, à esquerda).

 2. Resposta, na altura,  do L.G. (**):

Parabéns pela tua brilhante ideia de salvar as quadras do teu camarada Francisco dos Santos... Um dia destes iremos publicar o nosso romanceiro ou Cancioneiro da Guiné... E o Francisco dos Santos (alentejano ?) ficará lá muito bem, a representar os seus valentes camraradas da CCAÇ 557. Vê-se que são quadras feitas agora, de memória. Mas deve haver por aí muitas mais, se calhar envergonhadas, escondidas...

Todo este material tem um enorme interesse para a compreensão socioantroplógica do homem português da geração (a nossa) que fez a guerra de África. Isto é também a nossa História, a nossa Cultura...Dá os parabéns ao Francisco dos Santos e diz-lhe que ele merece figurar, com chapa e tudo, no quadro de honra da nossa Tabanca Grande. Vê se lhe sacas as duas fotos da praxe para o Carlos Vinhal poder fazer a sua apresentação ao resto dos tabanqueiros  (**) e... mais umas tantas quadras... Tu mesmo podes acrescentar algumas notas e comentários: por exemplo, quando e onde morreu o Nabais ?

3. Resposta do José Colaço:

Luís,  o Nabais era um rapaz muito simples,  por esse motivo era muito apoiado por todos os camaradas. Quem lhe escrevia as cartas e os aerogramas era o Francisco dos Santos. A sua morte não teve nada a ver com combates de guerra, não sei se por ironia do destino ou sei lá assisti  praticamente aos últimos minutos de vida do Nabais.  Era uma tarde bonita cheia de sol,  o Geba convidava-nos a tomar banho. Então um grupo de 10 ou 12 militares,  fomos tomar banho. O Nabais não sabia nadar,  ele estava neste caso mais ou menos à beira-rio. Entretanto notou-se a falta do Nabais mas como do grupo nenhum sabia mergulhar com capacidade para procurar o Nabais, [fez-se] uma corrida até ao quartel [para]  chamar o Fernando,  cabo condutor,  óptimo mergulhador que em poucos segundos aparece com o Nabais na palma da mão, ao cimo da água,  mas sem sinais de vida.. Ainda se tentou a recuperação mas o Nabais estava morto,  não se sabe se por afogamento ou problemas por estar a fazer a digestão. Ficou sepultado em Bafatá,  no talhão dos militares, em 13/04/1965. Quanto ao Francisco dos Santos, darei noticias,  somos muito amigos. Um abraço. José Colaço.

4. Hoje,  o Colaço manda-me uma foto do Fancisco e mais un versinhos ("Marcas da Guiné", abaixo reproduzidos):


[A CCAÇ 557]

Fomos a 557,
Companhia que cumpriu,
A história não se repete
Regressámos com muito brio.

Foi de Évora que partimos
No ano de sessenta e três,
A nossa missão cumprimos
Com altos e baixos... talvez.

Chegámos à Guiné-Bissau
Com novo clima a pairar,
Em guerra é tudo mau,
Tudo isto há que encarar.

De Bissau partimos um dia
Para o mato, com coragem;
Quase ninguém sabia
Que o Como era a paragem.

Mal a gente tinha chegado,
O pior aconteceu,
Com um tiro transviado
Um nosso colega morreu.

Onze meses foi a paragem,
Foi amargo como o fel;
Trabalhámos com coragem,
construímos o quartel.

Num espaço de labirinto,
Havia muitas madeiras,
Fizemos o nosso recinto
Só com troncos de palmeiras.

O que mais fazia falta,
Era a água potável,
A Catió ia a malta
Num serviço impecável.

No local a sobrevivência
Só por si era uma luta,
Havia que ter paciência
Pois a guerra era a disputa.

Nas matas desta Guiné
Lutámos bem com genica,
Nunca perdemos a fé,
Éramos uma grande equipa.

Fomos grandes camaradas
Nestas terras promotoras,
Mesmo com as morteiradas
E o som das metralhadoras.

Mês após mês passava,
Num total isolamento,
A comida escasseava
Mas não perdíamos o alento.

Éramos a família unida,
Por isso não digo nomes,
Sacrificámos a vida,
Que heróis todos nós fomos.

Mas veio então a mudança,
Bafatá que era a norte,
Havia mais esperança
E talvez melhor sorte.

Não queríamos muito mais,
O tempo passa a correr
Mas o soldado Nabais
No rio viria a morrer.

A morte por afogamento
Que já ninguém o previa,
Este triste acontecimento
Chocou muito a Companhia.

Há muito mais para contar,
Em toda esta aventura,
Só pensávamos em regressar
Para dar e receber ternura.

E isso aconteceu,
Em Novembro foi o dia,
O passado morreu,
Dêmos largas à alegria.


Desde o RAL3 em Évora, até ao cais da Fundição em Lisboa

Foi no RI 16 formada,
Sim, falo dela outra vez
Por 557 baptizada,
Foi a partir do RAL3

De Évora até ao Barreiro,
Se não me falha a memória,
O combóio foi o primeiro
Transporte da nossa história.

A viagem até foi boa,
Onde a ansiedade escalda,
Do Barreiro até Lisboa,
Depois o Ana Mafalda.

Pois foi este o navio
Que à Guiné nos levou,
Depois de largar o rio,
O oceano atravessou.

Chegámos àquela terra
Para nós tudo diferente,
Para além da dita guerra
Outros hábitos, outra gente.

E a Bissau se chegou,
Depois foi o dia a dia,
O que mais nos impressionou
Foi a miséria que havia.

Longe está a nossa partida,
De regresso ao nosso lar,
Um por todos p´la vida,
É a mensagem a passar.

Nesta missão encontrámos
Obstáculos a contornar,
Alguns meses ali passámos
Que pareciam não acabar.

Depois fomos parar
Ao Como e ficamos sós
P´ra lutar e trabalhar
Na defesa de todos nós.

Com o moral nada em cima,
Havia alguns requisitos,
É que,  para além do clima,
Era a luta dos mosquitos,

Não havia água pura
Onde estava a Companhia,
Só havia com fartura
Na época em que chovia.

Não usávamos só a manha
Nas estratégias inimigas,
Tínhamos a dura bolanha,
Matacanhas e formigas.

Era tiro e morteirada
Mas tudo isso se alterou,
Quando uma bazucada
Na paliçada esbarrou.

Pouco depois para já
Diminuiu a pressão,
Porque a norte em Bafatá
Iria terminar a missão.

Tivemos como baluarte
Um excelente capitão,
Connosco em qualquer parte
Nunca fugiu à razão.

Chegámos ao fim da missão,
Voltámos à terra natal,
Desembarcámos na Fundição,
Em Lisboa, Portugal !!!

Marcas da Guerra

Isto passou-se na Guiné
mas a sorte teve a seu lado,
seu nome António José
mas de Espanhol alcunhado.

P`ra saír de madrugada,
toda gente comparece,
era a tropa preparada
para o que desse e viesse.

As vidas ali expostas
só dependiam da sorte,
e foi um tiro nas costas
que o ia levando à morte.

Foi os efeitos da guerra
e teve sorte, naquele azar,
mesmo caído por terra
a vida o quis brindar.

Do sofrimento ao dever
daquela missão cumprida,
o Espanhol não vai esquecer
foi marcado, p`ra toda a vida.

Parece estar encerrado
o que niguem vai esquecer,
lá diz o velho ditado
que recordar é viver.


Um alfa bravo para todos os tabanqueiros
Francisco dos Santos.


5. Comentário de L.G.:

A esta companhia, que esteve no Cachil (mas també Bafatá e Bissau), pertenceram:

(i) Alf Mil Médico Rogério Leitão (***)
(ii) Alf Mil José Augusto Rocha (****)
(iii) Sold Trms José Colaço (*)

Há dias pusemos o Francisco Santos a nascer no Ribatejo... Ora Sarilhos Grandes pertence ao Montijo, distrito de Setúbal, e fica a sul do Tejo, não "arriba"...O Colaço brincou comigo por causa desse "lapsus linguae"... Respondi-lhe que tinha  razão, mas que, mesmo assim, considerava o Montijo  mais "ribatejano" do que "estremenho", culturalmente falando... Não sei se os montijenses estão de acordo... Mas se não estiverem também não é grave... LG
_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 2 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2912: Tabanca Grande (73): José Botelho Colaço, ex-Soldado de Trms da CCAÇ 557 (Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)

Vd. postes de 12 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4329: Tabanca Grande (139): Francisco Santos, ex-militar da CCAÇ 557 (Cachil, Bissau, Bafatá - 1963/65)

(**) Vd. poste de 16 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4196: Blogpoesia (39): CCAÇ 557, Missão cumprida na Guiné (José Colaço/Francisco dos Santos)

 Vd. também poste de 15 de Dezembro de 2009 >  Guiné 63/74 - P5470: Parabéns a você (53): Francisco dos Santos, 1º Cabo Radiotelegrafista, CCAÇ 557, Cachil, Como, 1964 (Editores)

(...) Biografia do Francisco dos Santos:

Em Sarilhos eu nasci
e fui como outros tantos,
no Montijo, perto daqui,
registaram Francisco dos Santos

Comecei a ouvir depois,
ainda menino eu lembro,
que nasci em quarenta e dois
no dia quinze de Dezembro.

Sarilhos Grandes me criou,
só para a Guiné eu sai,
sou feliz aonde estou
tudo o que tendo é aqui.

Casei, construí família,
gozo de cinco maravilhas,
para além da esposa Emília,
três netos e duas filhas.


Vd. ainda poste de 15 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5470: Parabéns a você (53): Francisco dos Santos, 1º Cabo Radiotelegrafista, CCAÇ 557, Cachil, Como, 1964 (Editores)

(***) Vd. poste de 13 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5264: Os nossos médicos (8): O Dr. Rogério da Silva Leitão, aveirense, cardiologista, CÇAÇ 557, Cachil, Como, 1963/65 (José Colaço)

(***) Vd. poste de 14 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5267: História de vida (17): Um homem no Cachil, Ilha do Como, CCAÇ 557, 1964 (José Augusto Rocha)

Vd. também poste de 18 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5125: José Augusto Rocha: da crise estudantil de 1962 à Op Tridente, Ilha do Como, 1964 (José Colaço / Luís Graça)
 



terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5470: Parabéns a você (53): Francisco dos Santos, 1º Cabo Radiotelegrafista, CCAÇ 557, Cachil, Como, 1964 (Editores)


1. O nosso Camarada Francisco dos Santos, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65, completa hoje 67 anos de idade.


2. O Francisco dos Santos foi apresentado como novo tabanqueiro no poste P4329:

“Francisco dos Santos, nado a 15/12/42 e criado em Sarilhos Grandes, Montijo, onde sempre fui fiel como residente, excepto aqueles vinte e três meses de residência forçada na Guiné. Sou casado com a minha sempre querida Emília [Mila para os amigos], tenho sessenta e seis anos de idade, duas filhas e três netos. Sou reformado, fui motorista, hoje dedico-me à família e à Academia Musical União e Trabalho de Sarilhos Grandes, da qual faço parte dos órgãos directivos e tenho como hobby a escrita, ou por outra, o bichinho da poesia popular.

Embarquei para a Guiné no navio mercante Ana Mafalda integrando a Companhia de Caçadores 557 em 27/11/1963, desembarquei em Bissau a 3/12/1963, onde a Companhia 557 substituiu transitoriamente a CCaç 556 no dispositivo do BCaç 600, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área da Ilha de Bissau até à chegada da CArt 349.


3. Entretanto, contactamos o José Colaço e pedimos-lhe que nos soubesse algo mais sobre a personalidade do Francisco Santos, que em 14DEZ2009, nos respondeu assim:

Camaradas, muito agradeço o vosso serviço de sentinela alerta.

Falei via telefone com o Francisco dos Santos que me disse, que neste momento está em paz com a guerra.

E como poeta que é, leu-me ao telefone a sua biografia que, poeta que se preze, tem que ser em rima.

Biografia do Francisco dos Santos:

Em Sarilhos eu nasci
e fui como outros tantos,
no Montijo, perto daqui,
registaram Francisco dos Santos

Comecei a ouvir depois,
ainda menino eu lembro,
que nasci em quarenta e dois
no dia quinze de Dezembro.

Sarilhos Grandes me criou,
só para a Guiné eu sai,
sou feliz aonde estou
tudo o que tendo é aqui.

Casei, construí família,
gozo de cinco maravilhas,
para além da esposa Emília,
três netos e duas filhas.

PS: Para o Luís Graça, o Xico está a organizar os seus poemas da passagem pela Guiné.

Uma boa noite com algum trabalho,

Um abraço,
José Colaço.


4. Fomos consultar num dos programas, à disposição de consulta na internete, mais conhecido e popular do género, o KAZULO (http://horoscopo.kazulo.pt/4866/signos-do-zodiaco.htm), o que diz o signo astrológico do Francisco dos Santos, que é o Sagitário, para os nativos entre 22 de Novembro e 21 de Dezembro:



“Os Sagitários possuem uma personalidade entusiasta, optimista e sempre de olhos postos no futuro. Têm fé e não há nada que os faça perder a exuberância pela vida. Mesmo que as coisas não correm bem, são capazes de encontrar sempre um lado positivo e identificar um significado e a razão pela qual as coisas aconteceram daquela forma.


"Um Sagitário tem muitas filosofias, e porque entende que as nossas motivações e formas de pensar estão relacionadas com a altura e local onde estamos, as suas ideias e argumentos podem soar quase proféticos. Nalgumas ocasiões, podem estar tanto com a cabeça no ar que não vêem algo correcto que esteja à sua frente.


Os Sagitários têm tendência para tirar conclusões precipitadas e de se estenderem em compromissos, tempo e objectivos. Honestos e frontais podem por vezes magoar ou ofender alguém com um dos seus comentários espontâneos, ficando de certa forma melindrados, quando se apercebem dos efeitos das suas palavras. Haverá infelizmente, alturas em que eles não se aperceberão do mal que causaram.”

5. Independentemente dos comentários que os nossos Camaradas colocarão no local reservado aos mesmos, queremos em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, Magalhães Ribeiro e demais Camaradas da Grande Tabanca, desejar-te o seguinte:



PARABÉNS A VOCÊ,
NESTA DATA QUERIDA,
MUITAS FELICIDADES,
MUITOS ANOS DE VIDA.
HOJE É DIA DE FESTA,
CANTAM AS NOSSAS ALMAS
PARA O AMIGO FRANCISCO...
UMA SALVA DE PALMAS!

Além da cantiga, mais acrescentamos que:

O nosso maior desejo, neste teu aniversário, é que junto da tua querida família sejas muito feliz e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.

Que por muitos mais e boas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos te possa enviar mensagens idênticas, às que hoje lerás no cantinho reservado aos comentários.

Estes são os nossos sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas.

Com um grande abraço fraterno.

6. Já agora, Eduardo, deixa-me pôr a cereja no bolo de aniversário do Xico:

Ribat’jana terra é,
Sarilhos onde nasceste,
Mas pior foi a Guiné,
Que em sarilhos te meteste.

Para trás fica o Cachil,
Esquece o que lá passaste.
Muito tarrafo… e trotil,
Não me digas que não gostaste ?!

Em dia de aniversário,
Há um camarada a saudar,
O Xico, que é Sagitário
E poeta... popular!


Luís Graça
__________
Nota de M.R.:

Vd. primeiro poste sobre o Francisco em:


Vd. último poste desta série em:

terça-feira, 12 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4329: Tabanca Grande (139): Francisco Santos, ex-militar da CCAÇ 557 (Cachil, Bissau, Bafatá - 1963/65)

1. Mensagem de Francisco dos Santos, ex-1.º Cabo da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65, com data de 29 de Abril de 2009:

Novo tabanqueiro

Francisco dos Santos, nado a 15/12/42 e criado em Sarilhos Grandes, Montijo onde sempre fui fiel como residente, excepto aqueles vinte e três meses de residência forçada na Guiné. Sou casado com a minha sempre querida Emília [Mila para os amigos], tenho sessenta e seis anos de idade, duas filhas e três netos. Sou reformado, fui motorista, hoje dedico-me à família e à Academia Musical União e Trabalho de Sarilhos Grandes, da qual faço parte dos órgãos directivos e tenho como hobby a escrita, ou por outra, o bichinho da poesia popular.

Embarquei para a Guiné no navio mercante "Ana Mafalda" integrando a Companhia de Caçadores 557 em 27/11/1963, desembarquei em Bissau a 3/12/1963, onde a Companhia 557 substitui transitoriamente a CCaç 556 no dispositivo do BCaç 600, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área da Ilha de Bissau até à chegada da CArt 349.

Com vista a Operação Tridente em a CCaç 557 foi deslocada para Catió a fim de integrar as forças postas à disposição do BCav 490, o meu pelotão foi desanexado da 557 que esteve durante a operação na ocupação do Cachil e o meu pelotão em Cauane e Caiar integrado nas forças do BCAV 490.

Terminada a Operação Tridente fui despejado no isolamento do Cachil onde permaneci até 27/11/64 rendido pela companhia de CCaç 728.

A 557 regressou a Bissau tendo assumido a missão de segurança e protecção das instalações e das populações da área em substituição da CCaç 594, ficando então na dependência do BCaç 600.

Entre 7 e 10 de Maio de 1965 por rotações com a CCaç 412, assumiu a CCaç 557 a responsabilidade do subsector de Bafatá, com um pelotão destacado em Cantacunda outro em Camamude e um secção no Geba.

Em 27/09/65 embarquei no navio mercante "Niassa" de regresso a Portugal, desembarquei em Lisboa, Cais da Fundição em 03/10/65.

Com o pagamento da jóia e quotas se apresenta o novo tabanqueiro Francisco do Santos.

Para o blogue os meus segundos versos uma vez que o Colaço já fez com que fossem publicados os primeiros (*).

Desde o RAL3 em Évora, até ao cais da Fundição em Lisboa

Foi no RI16 formada
Sim, falo dela outra vez
Por 557 baptizada
Foi a partir do RAL3

De Évora até ao Barreiro
Se não me falha a memória
O combóio foi o primeiro
Transporte da nossa história

A viagem até foi boa
Onde a ansiedade escalda
Do Barreiro até Lisboa
Depois o Ana Mafalda

Pois foi este o navio
Que à Guiné nos levou
Depois de largar o rio
O oceano atravessou

Chegámos àquela terra
Para nós tudo diferente
para além da dita guerra
Outros hábitos outra gente

E a Bissau se chegou
Depois foi o dia a dia
O que mais nos impressionou
Foi a miséria que havia

Longe está a nossa partida
De regresso ao nosso lar
um por todos p´la vida
É a mensagem a passar

Nesta missão encontrámos
Obstáculos a contornar
Alguns meses ali passámos
Que pareciam não acabar

Depois fomos parar
Ao Como e ficamos sós
P´ra lutar e trabalhar
na defesa de todos nós

Com o moral nada em cima
Havia alguns requisitos
É que para além do clima
Era a luta dos mosquitos

Não havia água pura
Onde estava a Companhia
Só havia com fartura
Na época em que chovia

Não usávamos só a manha
Nas estratégias inimigas
Tínhamos a dura bolanha
Matacanhas e formigas

Era tiro e morteirada
Mas tudo isso se alterou
Quando uma bazucada
Na palissada esbarrou

Pouco depois para já
Diminuiu a pressão
Porque a norte em Bafatá
Iria terminar a missão

Tivemos como baluarte
Um excelente capitão
Connosco em qualquer parte
Nunca fugiu à razão

Chegámos ao fim da missão
Voltamos à terra natal
Desembarcámos na Fundição
Em Lisboa, Portugal !!!


Um alfa bravo para todos os tabanqueiros
Francisco dos Santos.

Francisco Santos, 1.º Cabo da CCAÇ 557

Francisco Santos na actualidade


2. Comentário de CV:

Caro Francisco Santos
Desculpa teres ficado um pouco de tempo à espera para entrares na oficialmente na Tabanca, mas tem havido alguma aglomeração de trabalho e só há pouco tivemos reforços na equipa editorial. Daqui a uns dias tudo voltará ao normal, esperamos.

Estás em casa, uma vez que já tens uns versos publicados no nosso Blogue, através do teu e nosso camarada José Colaço. Não terás endereço próprio, mas a alternativa do Colaço serve perfeitamente para que cheguem até nós os teus textos, provavelmente a tua especialidade, em verso. Podes anexar também fotos legendadas, pois serão sempre bem-vindas.

Caro Franciso, deixo-te o tradicional abraço da tertúlia e votos de muita saúde.
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Comentários de CV:

(*) Vd. poste de1 6 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4196: Blogpoesia (39): CCAÇ 557, Missão cumprida na Guiné (José Colaço/Francisco dos Santos)

Vd. último poste da série de 11 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4322: Tabanca Grande (138): José Carlos Neves, ex-Soldado Radiotelegrafista do STM, Cufar, 1974