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terça-feira, 13 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22370: O nosso livro de visitas (212): Ildeberto Medeiros, ex-1º cabo condutor auto, CCAÇ 2753, "Os Barões" (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72)... Açoriano, vive nos EUA e quer integrar a Tabanca Grande

1. Mensagem de Ildeberto Medeiros, nosso leitor  e camarada:

Date: sábado, 12/06/2021 à(s) 12:17
Subject: Tabanca Grande

Sou um ex-combatente da Guiné, ex-1º cabo condutor da CCAÇ 2753, "Os Barões Mansabá, K3 (1970/ 1972)

Sigo o vosso "site" para melhor recordar esses tempos que por lá andei, porque recordar é viver. Já me tentei regisitar e não consigo.

Actualmento vivo nos Estados Unidos. Gostava de saber se me podiam ajudar com este problema?

Um abraço, Luís
Ildeberto Medeiros


2. Resposta do editor LG:

Meu caro Ildeberto, já devia ter respondido ao teu pedido. I'm sorry, time management now is a big problem for me...

Vou ver se te ajudo:

(i) não te podes registar automaticamente no nosso blogue como membro da Tabana Grande (que conta já com 842 membros, 103 dos quais, infelizmente, já falecidos); mas o teu nome não me é estranho, tens feito comentários a postes aqui publicados;

(ii) tu podes ser, já amanhã, o nº 843: só preciso que me mandes as duas fotos da praxe: uma do teu tempo de Guiné (1970/72), e outra mais atual; (se não souberes como se manda, por email, pede ajuda a alguém das tuas relações, mais desenrascado nestas coisas da Internet);

(iii) já te apresentaste, hoje mesmo, embora laconicamente: estás situado no tempo e no espaço, pertenceste à CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim/K3 e Mansabá, 1970/72), eras 1º cabo condutor auto;

(iv) serás o primeiro açoriano da tua companhia a juntar-se, no nosso blogue, aos ex-alf mil Vítor Junqueiro e José Carvalho, e ao ex-fur mil Francisco Godinho, que são "continentais", como então a gente dizia; contigo, passarão a haver quatro "barões";

(v) mesmo com alguma dificuldade na escrita do português (, podes também escrever em inglês se te sentires mais à vontade), conta-nos depois algo mais sobre a tua vida, na tropa e depois da tropa, incluindo algumas das tuas recordações da Guiné mas também dos Açores; podes mandar algumas fotos digitalizadas, através do nosso endereço de email, o mesmo que usaste na tua última mensagem: luis.graca.prof@gmail.com


Terei, teremos todos, muito gosto e alegria em acolher-te aqui à sombra do nosso poilão, a árvore sagrada da Guiné, como bem te lembras... Ainda hoje tive o prazer de conhecer pessoalmente o José Carvalho (ex-alf mil, foto à esquerda) e de almoçar com ele, em Peniche... Embora meu vizinho (ele mora no Bombarral, e eu na Lourinhã), só agora tivemos a oportunidade de nos vermos "ao vivo e a cores"... 

O José Carvalho, hoje médico veterinário, por certo deve lembrar-se de ti, ao reconhecer-te na foto ou nas fotos  de 1970/72 que nos vai mandar. 

Falámos ao almoço dos "Barões do K3" e eu sou testemunha do carinho e apreço que ele ainda hoje manifesta por vocês, açorianos, da CCAÇ 2753. Foi ele, de resto, quem em fevereiro passado nos deu a triste notícia da morte do vosso antigo comandante, o cap mil art João Domingues da Rocha Cupido.

Conto contigo. Aguardo as tuas boas notícias. Best wishes. Good luck, good health. LG
___________

Nota do editor:

Último poste da série >11 d junho de 2021 > Guiné 61/74 -P22274: O nosso livro de visitas (211): João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, PTE - Pelotão de Transportes Especiais, Batalhão de Engenharia nº 447 (Bissau, 1968/71)

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Guiné 61/74 - P22346: Fotos à procura de... uma legenda (152): Que estrada seria esta? Brá-Safim-Landim-Bula ou Brá-Safim-Nhacra-Mansoa? (João Rodrigue Lobo / Virgílio Teixeira / José Carvalho / Valdemar Queiroz)


Foto nº 1A


Foto nº 1


Foto nº 1B

Guiné > Bissau > Brá > BENG 447 > PTE (Pelotão de Transportes Especiais) > 1968/1971 > s/d: "uma enorme coluna do PTE".... A estrada (asfaltada) não está identificada, mas podia ser a de Nhacra - Mansoa - Mansabá... Não havia muitas na altura... Vê-se ao fundo aquilo que pode  ser um aquartelamento. Por outro lado, a vegetação é rasteira, dando indícios de capinagem relativamente recente... 

A coluna é encabeçada por duas viatuaras Mercedes, a terceira é um jipe e a quarta é uma viatura cicvil, uma carrinha, branca, de caixa aberta,  com população civil...

Diz-nos, posteriormente, em email,  o autor da foto,o João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez 1967/fev1971):

(...) "Não estive em Bambadinca, aliás só saía esporadicamente acompanhando as viaturas ás obras, especialmente das estradas. (Bem protegidos pelos camaradas de armas; embora levasse a minha G3 bem á mão, eu próprio conduzia, sempre, a viatura onde me deslocava).  A foto acima,  com  "uma enorme coluna de viaturas", e que vocês acharam que poderia ser a estrada Nhacra - Mansoa -Mansambá, foi uma dessas tais colunas. Mas a foto foi tirada após saída de Brá, julgo que para a estrada de Có / Pelundo.

Por essa estrada, de Brá a Có, cheguei a ir em carro civil com outros camaradas, pois a guarnição da jangada de João Landim nos transportou para a outra margem, por, nessa data, a estrada até Có ser considerada segura. (Mas pouco , como depois vim a saber". (...)


Fotos (e legendas): © João Rodrigues Lobo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentários dos nossos leitores ao poste P22302 (*)

(i) José Carvalho:


(...) Na estrada Nhacra -Mansoa - Mansába - Farim, passei inumeras vezes e conhecia-a ao pormenor,mas parece-me decorrido meio século,que não havia no seu traçado uma zona com o declive que a foto revela, nem um aquartelamento em posição cimeira.

(...) Comparando com fotos tiradas (Out 70) na estrada de Nhacra para o Cumeré, verifico algumas semelhanças quer no tipo de orografia, quer no tipo de vegetação adjacente à via. Quem passou pelo Cumeré poderá opinar! (...)

(ii) Luís Graça:

Outra hipótese: as instalações que se veem do lado direito da estrada, e que parecem estar roeados de um extenso perímetro de arame farpado, não poderiam as da emissora da Guiné, em Nhacra ?... O edifício pricipal tem uma certa volumetria e há também algo que também pode ser um depósito de água como uma antena de transmissões... Era natural que o emissor estivesse instalado numa cota mais alta...

Enfim, só fiz este percurso em 2007, altura em que fui ao Cantanhez, passando por Bambadinca e Saltinho... E na volta fui a Mansoa e almocei em Nhacra...com o cor art ref Nuno Rubim!

Veja-se aqui a carta de Bissau (1949), escala 1/50 mil... As cotas são todas baixas...

https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial32_mapa_Bissau.html


(iii) Valdemar Queiroz:


Realmente, vendo a fotografia da coluna à primeira vista não parece ter sido tirada na Guiné.
Pelo traçado e estado da estrada, da vegetação envolvente, os postes eléctricos e os edifícios ao alto, não fora a pequena viatura descapotável com pessoal africano, diria tratar-se de uma coluna em instrução na metrópole.

Mas, tratando-se da estrada próximo de Bissau, julgo haver camaradas no blogue que iam de motorizada até Nhacra e mais longe e devem, pelo declive, conhecer este local



Guiné > Sector de Bissau > Carta de Bissau (1949)  > Escala 1/50 mil >Posição relativa de Bissau, Brá, Bissalanca, Safim e Nhacra.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  (2021)


2. Mensagem do editor do blogue, enaviado ao VirgílioTeixeira:


Data: quinta-feira, 24 de junho de 2021, 16:02
Assunto: Que estrada seria esta ? Brá-Safim-Landim-Bula ou Brá-Safim-Nhacra-Mansoa ? (**)


Confere esta foto, que segue em anexo (Foto nº 1, acima reproduzida), com as tuas fotos... Andaste por estes sítios, de motorizada...Foste até Safim e paar lá de Safim, a caminho de Nhacra.

Numa das tuas fotos veem-se os postes telegráficos, do lado esquerdo... E de ambos os lados da estrada, há uma larguíssima faixa capinada... Mas o terreno é plano... Ao fundo, do lado esquerdo, há uma tabanca.

Os postes telegráficos são uma boa pista... No interior da Guiné, já não os havia, con as sabotagens do início da guerra...

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2018/02/uine-6174-p18287-album-fotografico-de.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2021/06/guine-6174-p22302-reavivando-memorias.html



Guiné > Sector de Bissau > Carta de Bissau (1949) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Bissau, Brá, Bissalana e Cumeré (na maregm esquerda do canal do Impernal)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)

3. Memsagem do Virgílio Teixeira, com data de 24 de junho passado:

Começo logo por dizer que quando vi a foto do Lobo, no jeep, quando saiu o poste parecia que era eu mesmo! Tenho fotos nas deslocações do Gabu para Bambadinca, e numa delas muito parecida com esta. Mas não comentei na altura, faço agora.

Estive a ler o meu poste e comentários das minhas loucuras de motorizada, hoje tenho de confessar que, não fossem as fotos,  não acreditava nestes relatos, feitos a uma distância de 50 ou mais anos.

Vejo com alguma nostalgia as mudanças nos nossos comentários, mudou muito e para pior, não sei de quem é a culpa e pouco importa agora, terei a minha dose com toda a certeza.
Vamos ao que interessa e puxar pela tola e ler as minhas fotos, estas e muitas outras.

Nunca vi uma coluna com esta dimensão. Para onde iam tantos camiões? Cumere não era, conheço e não faz sentido uma colunas destas.

Naquele tempo, 68/69, estas estradas eu conhecia bem,  pois era eu o único interveniente, era asfaltada até Bissalanca, depois terra batida. A partir daqui não havia postes telegraficos, que me lembre. O declive que se vê, não era suposto ver de Bissalanca para Safim etc.

O capim era assim, tudo rapado de um lado e outro. Não se via quase tabanca nenhuma, nem pessoal na berma, há uma foto onde se vê um homem, e por ser anormal eu fiz a foto em andamento.

Neste percurso portanto não existia nenhuma instalação como aquela que se vê numa das fotos da coluna. Logo não pode ser depois de Bissalanca.

O mais natural é ser mesmo uma coluna, chegada num navio, toda nova, a caminho de Brá, instalações do BENG 447. Havia nos 10 km desde o mercado de Bandim, muitas zonas tipo rural, sem tabanca nem vegetação, mas com os tais postes.

A mata cortada era uma das necessidades daquele percurso tão movimentado, era afinal a 'cara da Guiné', para os militares e civis visitantes.

Assim concluo, sem absoluta certeza, que é na Guiné, a coluna vem de Bissau a caminho de Brá.

Não poderia ser noutro cenário, salvo outras conclusões que estou pronto a aceitar se tiverem mais força que as minhas.

Dado que fiz isto muitas vezes, algumas com receio por não avistar viva alma, haverá quem fez mais vezes, mas eu como 'turista' via com mais pormenor.

Também colocamos fora de questão que estas imagens sejam para lá de Safim ou Nhacra.
Espero ter ajudado.

Abraço do Virgílio Teixeira

4.
 Mensagem do Virgílio Teixeira, com dat de 25 de junho passado;

Bom dia.

Hoje estive a ver melhor outras fotos nas minhas viagens para Safim, João Landim e Nhacra.
Esta é a  única foto na estrada, e tenho tantas, foi feita a caminho de Bissalanca. Porque é estrada asfaltada. Dali para a frente era terra batida.

A vegetação baixa era uma constante. E vejo uma tabanca do lado esquerdo, coisa que não me lembro para cima.

Se existisse mata e selva,  é claro que eu não ia. Vejo, ou melhor dizendo, que nesta viagem fui acompanhado com o Furriel Riquito, pois foi ele que tirou as fotos onde eu apareço. De  outras  vezes fui sozinho.

As minhas dúvidas são :

1. O que fazia esta grande coluna e para onde se deslocava? Só pode ser na zona de Bissau.  

2. Aquelas instalações, por cima do camião da frente são grandes demais para estarem fora do perímetro de Bissau.

3. Por outro lado se a coluna vai na direcção de Bissau, as instalações do lado direito não vejo o que seria, pois só havia unidades militares do lado direito a caminho de Bissau, daí que seriam ao contrário.

4. As ligeiras elevações da estrada coincidem com aquelas existentes até Bissalanca.

5. Dali para cima era tudo linha recta sem altos e baixos.

6. Como diz o outro.. "penso eu de que"!

Agora também estou curioso. Mas falta-me a memória.
Ab Virgilio



Guiné > Sector de Bissau > Safim >  11 de março  de 1968 > O alf mil SAM Virgílio Teixeira (CCS/ BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), de motorizada, vindo de Bissau, na estrada de Safim, onde havia um cruzamento para João Landim / Bula (a noroeste) e outro para Nhacra / Mansoa / Mansabá (a nordeste)- Foto tirada pelo fur mil Riquito.


Guiné > Sector de Bissau > Estrada de Safim-Nhacra   > O alf mil SAM Virgílio, Teixeira,  de motorizada, em Safim, a caminho de Nhacra.. Foto tirada pelo fur mil Riquito. (***)

Fotoa (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 21 de junho de  2021 > Guiné 61/74- P22302: Reavivando memórias do BENG 447 (João Rodrigues Lobo, ex-cmdt do Pelotão de Transportes Especiais, Brá, 1968/71) - Parte I: sem falsa modéstia, um exemplo de empenhamento e competência

(**) Último poste da série > 6 de junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22260: Fotos à procura de... uma legenda (144): Cecília Supico Pinto, em Có, em 2 de maio de 1969, distribuindo sorrisos e maços de cigarros da INTAR...

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21900: In Memoriam (394): João Domingues da Rocha Cupido, ex-Cap Mil Art, CMDT da CCAÇ 2753 - "Os Barões do K3" (Guiné, 1970/72) (José Carvalho, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753)

IN MEMORIAM

Ex-Cap Mil Art João Domingues da Rocha Cupido
CMDT da CCAÇ 2753/BII 17/CTIG 1970/72



1. Mensagem do nosso camarada José Carvalho, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72), com data de 10 de Fevereiro de 2021 com a notícia do falecimento do ex-Cap Mil Art João Domingues da Rocha Cupido, Comandante d'Os Barões do K3.

Caro camarada e Amigo Luís,

Hoje, é com tristeza que venho informar, todos os que privaram ou que conheceram, o João da Domingues da Rocha Cupido, ex-Cap Mil Art, Comandante dos Barões do K3, que nos deixou para sempre, muito recentemente, nos últimos dias de Janeiro.

Mantendo contactos com o João Cupido, conhecia a existência de alguns problema de saúde que enfrentava, tendo-me informado em meados de Janeiro, que estava no Centro de Reabilitação da Tocha, por necessitar de cuidados de fisioterapia.

Sempre que falávamos e uma vez mais neste último telefonema, manifestava o enorme desejo de concretizarmos a realização de mais um almoço, com alguns ”Barões”, na sua Mira, que se adiava desde o inicio da pandemia, também pelos frequentes internamentos no Hospital de Coimbra, durante o ultimo ano. Lamentavelmente jamais se realizará!

O João Cupido foi o grande Comandante, que fazia por passar despercebidas essas funções, sendo tão-somente o camarada mais velho, mais experiente e com todas as responsabilidades, naquela fantástica companhia de jovens.

Respeitado e admirado por todos os seus subordinados, jamais presenciei qualquer posicionamento de autoritarismo, sendo um excelente dialogante e contemporizador nas mais difíceis situações.

À Família e amigos apresento as minhas sentidas condolências.

Envio em anexo duas fotografias, onde o João Cupido está, tiradas em Angra do Heroísmo, poucas semanas depois da sua chegada, para tomar conta da CCAÇ 2753.

Muita força para os tempos actuais e muita saúde, é o que eu desejo para todos.

Abraço do
José Carvalho


********************

Angra do Heroísmo, berço da CCAÇ 2753

Em Abril de 1970, em Angra de Heroísmo, no campo de futebol da cidade, uma equipa de oficiais mobilizados do BII17.

Na foto, doze oficiais milicianos (dois Capitães e dez Aspirantes) e um oficial do quadro.
Em pé a partir do lado esquerdo: Carlos Oliveira, Fernandes, Cap. Mil. Cav. Calvão Silva, Cap. de Inf. Sérgio Crespo, Cândido Pereira, Cap. Mil. Art. João Cupido, Santos, Vítor Junqueira. À frente: Costa, José Carvalho, ?, Sousa Pinto, Jorge França. Este último seria mais tarde meu colega na Escola Superior de Medicina Veterinária – Lisboa – onde também se licenciou.


Em Janeiro de 1970, naquela unidade foram incorporados os recrutas, que deram origem a três Companhias Independentes de Caçadores, tendo duas como destino a Guiné (CCaç  2753 e 2754) e uma Moçambique, CCaç 2755.

Nesse inicio de ano chegou ao BII 17 uma dúzia de Aspirantes a Oficiais Milicianos, que tinham saído de Mafra, duas semanas antes e que enquadraram as referidas companhias.


Os oficiais que inicialmente enquadraram a CCAÇ 2753, junto de uma peça de artilharia, na Fortaleza de São João Batista, também referida como a fortaleza do Monte Brasil. Construída no século XVI, pelo Rei Filipe I de Portugal, Filipe II de Espanha.

Em Março de 1970, os Aspirantes a Oficiais Milicianos, Vítor Junqueira, José Carvalho, Cândido Pereira e Sebastião Sousa Pinto. Ao centro Cap. Mil. Art. João Domingos da Rocha Cupido

********************

2. Nota do editor:

Em nome da tertúlia e dos editores deste Blogue, deixámos à família do nosso camarada João Domingues da Rocha Cupido, os mais sentidos votos de pesar, entensivos à "família" dos Barões do K3.

____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21888: In Memoriam (393): Marcelino da Mata (1940 -2021), ingloriamente morto por tiro traiçoeiro da Covid-19 (Ramiro Jesus, ex-fur mil 'comando', 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73; Manuel Resende, régulo de A Magnífica Tabanca da Linha)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21708: Álbum fotográfico de José Carvalho (3): A CCAÇ 2753, ”Os Barões”, e o K3 (II e última Parte)


 Foto nº 9 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753  (1970/72) >  K3 >  Jantar de inauguração da messe de oficiais e sargentos. Da esquerda para a direita; Furriéis Milicianos Chambel Prates, JoãoTavares, João Serralha, Manuel Moutinho, Alf Mil Ramires, 1º Sargento Leão, Alferes Milicianos Vitor Junqueira, Cândido Pereira, Furriéis Milicianos Alfredo Silveira, [elemento não identificado],  Enf Almerindo Carvalho, Manuel Tavares [, elemento não identificado], e, de costas,  2º Sargento Manuel Mexia



Foto nº 8 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753  (1970/72) > K3 >    Elementos da CCaç 2753 na margem sul do Rio Cacheu: em 1º plano Alf Mil Ramires, José Carvalho, Vitor  Junqueira, Fur Mil A. Silveira e Pedro; em 2º plano, Fur Mil António Tonhá e 1º Cabo Cond [Ildeberto] Medeiros


Fotos (e legendas): © José Carvalho (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Álbum fotográfico do José Carvalho > 
CCAÇ 2753 - ”Os Barões” e o K3 (II e última parte) (*)

José Carvalho: (i) ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753 
(ii) médico veterináruio; 
(iii) vive no Bombarral]

 

 A companhia,  também apelidada “Os Açorianos" [Foto nº 8, acima], enceta um conjunto de trabalhos na área da reabilitação das edificações, melhorando consideravelmente a zona da cozinha, da cantina, casernas e construindo a messe de oficiais e sargentos, com zona de refeições e bar.  [Foto nº 9, acima]

Também deixámos um espaço com piso cimentado, dedicado à prática do voleibol e ainda a escola ficou com a “cara lavada”.

 Em Maio de 71, o COP 6 passa a ser comandado por um homem e militar notável, o Major de Cavalaria António Valadares Correia de Campos.

Operacionalmente,  “Os Barões” tinham já angariado um estatuto de boa reputação operacional, nas diversas situações em que estiveram envolvidos, pelo que,  com o novo comandante do COP 6, foram-lhe atribuídas missões mais exigentes e complexas.

Durante a permanência no K3, a companhia realizou múltiplas operações em conjunto, particularmente com a 27ª Companhia de Comandos, mas também com forças paraquedistas [, BCP 12],  a CCaç 2732 e outras.

Realizou várias operações, helitransportadas, igualmente por via fluvial com desembarques de LDM, em vários locais na margem sul do rio Cacheu.

No conjunto destas operações, “Os Barões” não registaram qualquer vítima mortal, tendo um ferido grave (mina A/P) e alguns ligeiros. O IN sofreu considerável número de baixas confirmadas, bastantes feridos, destruição de acampamentos, várias capturas de armamento, até de combatentes e de população sob o seu controlo.

Vários foram os louvores do Comando e,  numa das operações face aos resultados obtidos, com número assinalável de baixas ao IN, com captura de elevada quantidade de armamento (armas e munições), destruição de várias moranças, celeiro e recuperação de população controlada pelo IN, deslocou-se ao terreno, o General Comandante Chefe, António de Spínola, para felicitar o comandante das forças da CCAÇ 2753.

Do jornal "Nhau" publicaram-se somente 5 números, todos enquanto permanecemos no K3 e hoje sorrio quando observo a frase "Visado pela censura", seria provavelmente uma pequena provocação...

Admitindo o Comandante Chefe encontrar, ao comando das NT, um oficial de patente mais elevada, ficou surpreso quando o Alf Mil Vitor Junqueira se lhe apresentou como comandante das forças no terreno, naquele dia. Em muitas outras situações de sucesso, este valente e corajoso oficial miliciano foi o actor principal! [O Vitor Junqueira é membro da nossa Tabanca Grande desde a primeira hora, vive em Pombal, tem cerca de 90 referências no nosso blogue.]

A companhia revelava um elevado espírito de corpo, grande capacidade operacional, elevada disciplina em combate e uma sólida camaradagem entre os seus elementos.

Em Outubro de 1971 o Comandante da Companhia, Cap Mil Art João Domingos da Rocha Cupido, escreve no número 4 do jornal da companhia, "Nhau", o porquê da designação de “Os Barões”.
Assim escreve a dada altura:

”(...) Ao longo de já catorze meses de comissão, não há dúvida que os soldados da 2753, pela forma como reagiram a todo o esforço que lhe foi pedido, como reagiram a todas as contrariedades, como encararam com toda a confiança as missões mais arriscadas, mostraram bem as suas qualidades, mostraram bem a sua nobreza, mostraram bem que merecem o nome de “Os Barões, mas a nobreza, nobreza de carácter, acarreta obrigações, cria responsabilidades. Eis pois o lema da companhia: A Nobreza Obriga”


Uma página (a 2 ?) da  "Nhau", revista da CCAÇ 2753", nº 4, outubro de 1971. Diretores: alf mil Carvalho, fur mil Silveira... Destaque o editorial "Noblesse Oblige", assinado pelo cap mil J. Cupido.


«

Foto nº 10 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753  (1970/72) > Madina Fula >     O Alf Mil José Carvalho (à esquerda) com o Cap Mil Art João Cupido, na véspera da mudança da CCaç 2753 para o K3, na estrada, em frente ao destacamento de Madina Fula.



Durante a permanência de “Os Barões” no K3, o IN perdeu alguma iniciativa ofensiva, malgrado as informações de reforços de efectivos e armamento pesado, na região do Morés, reagindo sempre fortemente às frequentes penetrações das NT, em zonas de refúgio e acampamentos. 

Saliquinhedim, por sua vez, sofreu algumas flagelações com morteiro 82 e canhão S/R, a última das quais no dia 1 de Janeiro de 1972. 



Foto nº 11 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753  (1970/72) >  K3 >  Início da noite de 31 de Dezembro 1971 > 1º Srgt Leão, Fur Mil Chambel Prates, Fur Mil Mec Auto Francisco Godinho, Fur Mil Pedro, Sold. Corneteiro (barman da messe) Manuel dos Santos, [, elemento não identificado], eu, Fur Mil José Faia e, ao fundo Sold Reis.



O IN reagiu á provocatória noite de passagem de ano, em que um grupo da CCaç 2753 foi festejar o Novo Ano, na zona de Madina Fula, com disparos de armas ligeiras, após o “Toque de Silêncio”, executado pelo nosso corneteiro, o saudoso Manuel dos Santos. [Foto nº 11]

A artilharia de Farim, resolvia estas situações, com as nossas indicações, dos prováveis locais de origem dos ataques.

Na fotografia com que termino este álbum, estou com vários elementos do meu pelotão na parada, com uma gazela abatida, a quando da realização de uma coluna auto a Mansabá.[Foto nº 12]

O animal atravessou a estrada, umas dezenas de metros à frente da primeira viatura (, uma Berliet, ) onde eu ia, e com um único tiro de G3, incrédulo,  vi o animal tombar, a cerca de 100 metros da estrada. Recuperada e colocada na viatura, ainda mais incrédulo fiquei quando verifiquei que a bala tinha
atingido a gazela no pescoço, junto à base do crânio. Garanto que não é história de caçador…




Foto nº 12 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753  (1970/72) > K3 >    Alguns elementos do 2º Pelotão. A partir da esquerda: Roberto Mendonça, eu, Barbosa, Santos Carvalho, [, elemento não identificado], [elemento não identificadio], ”Faial”, Freitas, [elemento não identificadi],  Grilo, Bettencourt e José Estrela

Em finais de Fevereiro de 1972 deixámos o K3 e novo desafio esperavanos em Mansabá!




Bombarral, José Pimentel de Carvalho, 2020
  [, médico veterinário  e novo membro da Tabanca Grande, nº 807]
_____________

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21703: Álbum fotográfico de José Carvalho (2): A CCAÇ 2753, ”Os Barões”, e o K3 (Parte I)



Foto nº 7 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 > Em finais de Abril de 1971, estava concluída a ligação, por estrada alcatroada, Farim-Mansabá... Finalmente, a população podia   deslocar-se de Farim (ao fundo), para vários destinos,  até Bissau, com maior segurança


Foto nº 6 >  Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 > Asfaltagem  da estrada Farim-Mansabá, à entrada do K3. Heliporto, edifício do comando, zona dos chuveiros, enfermaria


Foto nº 5 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 >   Construção da estrada Farim - Mansabá > Centenas de trabalhadores no final do dia de trabalho, recebendo géneros alimentícios (sal e arroz) antes de serem transportados para Mansabá.


Foto nº 1 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K> Auto tanque do BENG 447 que accionou mina anti-carro, colocada na facha lateral da nova estrada, utilizada para a circulação de viaturas, envolvidas nos trabalhos do novo troço.



Foto nº 2 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 > Edifiício do Comando


Fotos (e legendas): © José Carvalho (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem, com data de 28 do corrente,  do camarada José Carvalho [, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72); médico veterináruio, a residir no Bombarral]:
 
Caros Amigos Luís e Carlos,

Os meus votos de Boas-Festas e um Ano Novo, que nos devolva a normal vivência, com Paz e Saúde, para vós e Família. São igualmente os meus votos, para todos membros da Tabanca Grande.

Envio-vos em anexo um texto, complementado com fotos do tempo em que os “Barões” passaram por Saliquinhedim / K3 e que poderá ter algum interesse para os que antes, durante e depois, por lá passaram.

Deixo ao vosso inteiro critério a sua publicação.

Com amizade, abraço do
José Carvalho


2. Álbum fotográfico do José Carvalho  > CCAÇ 2753 - ”Os Barões” e o K3  (Parte I )


No 3º dia de Março de 1971, a CCAÇ 2753 deixa o destacamento provisório de Madina Fula (*) e ocupa as instalações militares de Saliquinhedim, mais conhecidas por K3, por se situarem ao Km 3 da margem sul do Rio Farim, afluente do Rio Cacheu, ficando Farim na margem oposta.[Há 100 referências ao K3 no nosso blogue,]

Nessa mesma data, uma mina A/C, destrui um autotanque do BENG 447, causando quatro feridos, sendo dois graves.[Foto nº 1, acima].

As novas instalações onde permanecemos cerca de um ano, eram de “muitas estrelas”, face às que a companhia desfrutou, nos anteriores três meses.

Contudo as construções eram bastante precárias, com telhados de zinco, muito ondulados e esburacados, que se repartiam por vários locais em redor de uma edificação dita do Comando (secretaria, quartos dos oficiais e posto de transmissões). [Foto nº 2, acima]



Foto nº 3 >   Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 > Memorial ao Cap Mil Inf Corte - Real, cmdt da CCAÇ 1422, 
morto em combate, em 12/6/1966


Em frente da referida construção, a parada, com um memorial ao Capitão  [Mil Inf Dinis] Corte-Real, Comandante da CCaç 1422, que terá sido o primeiro  Capitão,  vítima da guerra na Guiné, a poucas centenas de metros do quartel. [Foto nº 3].



Foto nº 4 >   Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 >   Telheiro/cozinha, com o forno ao lado esquerdo


A estrada Mansabá - Farim dividia o quartel, ficando o edifício do comando, o heliporto, as casernas, a enfermaria, a cantina e a messe de oficiais e sargentos de um lado e um telheiro com um forno de lenha
apelidado de cozinha, a escola, a zona de oficinas auto, e um terreiro com balizas de futebol, do outro lado.

A primeira noite no K3, jamais saiu da minha memória, pois foi com grande satisfação que voltei a dormir numa cama, com a sensação de alguma protecção, que nos era dada pelas frágeis paredes e cobertura com troncos de palmeiras, encimada por folhas de zinco.

O telheiro que cobria o forno, na realidade o local onde se preparava a alimentação para quase duas centenas de seres humanos, era aterrador. Quem nos sucedeu encontrou condições muito mais aceitáveis. [Foto nº 4]

A CCAÇ 2753, integrada no COP 6, toma a responsabilidade do Sub - Agrupamento B, que englobava outros efectivos;

1 Pelotão da CCAÇ 2549
1 Sec AML/ERec 2641
1 Pelotão Milicias  (nº 282)
1 Sec Mort./ Pel Mort 2116
1 Sec Sap./ Pel. Sap/BCaç 3832

A missão da CCaç 2753 mantinha-se com a segurança próxima e imediata dos trabalhadores e máquinas, envolvidas nos trabalhos de reabertura da estrada, até à margem do rio Cacheu e a protecção da população de Saliquinhédim, na maioria Fula, que rondava as 200 pessoas.


Foto nº 5 >  Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 >  Destacamento do K3 > Centenas de trabalhadores no final do dia de trabalho, recebendo géneros alimentícios, (sal e arroz) antes de serem transportados para Mansabá

Missão da CCÇ 2753:

(i) Ocupa, organiza e defende a povoação e quartel de Saliquinhedim:

(ii) Executa e apoia a Autoridade Administrativa de Farim, no sub-sector atribuído;

(iii) Intersecta com carácter de continuidade, por acção combinada de patrulhamentos ofensivos e emboscadas, os movimentos do IN do Biribão para o Morés, entre o Bironque e Colimansacunda;

(iv) Executa à ordem do comando do COP  6, em coordenação com outras forças, acções ofensivas em áreas fulcrais de intervenção (Biribão - Ionfarim - Irabato - Colimansacunda - Madina Fula – Madina Madinga - Tiligi, etc.) e também segurança a frequentes colunas auto, dada a grande
movimentação das populações no itinerário Farim - Mansába, depois de cinco anos inactivado;

(v) Garante o funcionamento do Posto Escolar Militar de Saliquinhedim.

Em finais de Abril de 1971, a estrada chegou à margem sul do rio Farim / Cacheu,  ficando restabelecida a ligação Mansabá - Farim. [Foto nº 7, acima]

A partir da conclusão dos trabalhos de construção da estrada, a CCAÇ 2753, passou a ser a única força militar no K3.

 (Continua)



Guiné > Região do Oio > Carta de Farim (1954)  > Escala 1/50 mil) >  Pormenor: localização de Saliquinhedim / K3, entre o Olossato e Farim. (Não confundir com o verdadeiro Olossato, que fica a sudoeste de Farim, e que está localizado na carta de Binta.)

Infografia; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2011)

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terça-feira, 16 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21080: Fauna & flora (13): Leopardo ou onça são sinónimos na Guiné-Bissau... A subespécie "leopardo-africano" tem o nome científico "Panthera pardus pardus" (José Carvalho / Cherno Baldé / Luís Graça)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Iemberém > 2 de março de 2008 > A "onça" [, leopardo-africano],  um animais desenhados nas paredes exteriores das instalações da AD -Acção para o Desenvolvimento. Era abundante em tempos,  foi sobrecaçada, por causa da beleza da sua pele... E hoje o seu habitat vai-se degradando... Fotografia de Luís Graça, por ocasião de visita ao sul, no ãmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > s/l> s/d> c. 1943/73> O caçador de "onças" e empresário de cinema ambulante Manuel Joaquim dos Prazeres, ou "Manel Djoquim" (como era popularmente conhecido das gentes guineenses)

Foto (e legenda): © Lucinda Aranha (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região do Oio > CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72) > "Um felídeo, que tropeçou numa das armadilhas das NT, nas imediações do destacamento" [de Bironque ou Madina Fula]. Foto do álbum do alf mil José Carvalho.

Foto (e legenda): © José Carvalho (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário do José Carvalho, ao poste P21068 (*);

Caro Luis,

Na altura e durante algum tempo, influenciado talvez pela informação dos locais, julgava que se trataria de um onça.

Na realidade estou também convicto que se trata de um leopardo-africano (panthera pardus pardus).

Abraço, do José Carvalho

[ex-alf mil inf, CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72), e hoje médico veterinário, a viver no Bombarral]

2. Comentário do Cherno Baldé, nosso colaborador permanente (Bissau) (*):

Caro Luis,

De facto, pela imagem da foto, vê-se que não é uma onça, normalmente de menor porte físico e com manchas mais grossas e carregadas. Isto quererá dizer que estas duas espécies de felinos coexistiam nas matas da Guiné em meados dos anos 60/70.

Lembro-me que, ainda criança, tínhamos a incumbência de pastorear o gado da familia, sempre em grupos de 3 u 4 crianças e, às vezes, os animais nos enganavam e nos levavam para zonas pouco frequentadas, ricas em pasto, mas também perigosas em outros sentidos. 

As instruções prévias sobre riscos de ataques de felinos ou dos guerrilheiros [do PAIGC], nesses casos, era fugir ao primeiro sinal de alerta vindo dos animais que nos acompanhavam. Digo acompanhavam,  porque,  em muitas ocasiões e completamente desorientados, confiavamos na capacidade de oruentação dos mesmos e seguiamos atrás até à hora do regresso que nunca falhava.

Durante esse tempo, nunca vi nenhum felino de perto, mas fugimos várias vezes sem saber qual era a real ameaça. Os mais velhos diziam-nos assim: Se os animais fogem em grupos organizados e param depois de 1/2 km, quer dizer que é uma Onça (de notar que poucas pessoas podiam diferenciar uma Onça de um Leopardo), mas se fogem dispersos, em grande velocidade e não param antes dos 7/10 km, então saibam que é o "Ngari Djinné", um Leão.

Uma vez, aconteceu que, durante a noite, a maior parte das vacas arrancaram os postes com as amarras que as mantinham presas e vieram refugiar-se junto à aldeia. Depois soubemos que um felino, provávelmente um Leão ou seu grupo,  teria passado por perto, a caminho das matas do Oio ou vice-versa.

Com um abraço amigo, Cherno

3. Comentário do Carlos Vinhal:

Acho que me lembro deste episódio porque me ficou na memória um destes animais ter caído numa das nossas armadilhas e o pessoal civil ter esquartejado e dividido os pedaços entre si. Aconteceu que ao fim do dia, quando retirámos, era vê-los, todos contentes, carregando aqueles nacos de carne (e osso) envolvidos por folhas de palmeiras, e a serem perseguidos por enormes quantidades de moscas atraídas pelo já menos bom estado de conservação da carne.


4. Comentário de César Dias:

 Carlos, foi este episódio, quando andávamos a verificar as armadilhas, encontrámos uma enorme onça junto a uma delas, cheirava muito mal, mas mesmo assim os africanos que nos acompanhavam tiraram-lhe a pele, a pedido, e dividiram-na entre eles, eu levei a pele para Mansabá, ainda lá esteve em tentativa de secagem, mas eram tantas as moscas que desisti daquilo, não tinha muitos furos de estilhaços, mas algum lhe deve ter tocado em orgão vital.

Só passaram 50 anos, são coisas que não esquecem. Um abraço.

5. Nota do editor LG:

Na Guiné-Bissau, a subespécie leopardo -africano (panthera pardus pardus) é conhecida por "onça"... Tal como a hiena é conhecido por "lubu" (em crioulo)... 

Não confundir com a "onça-pintada"  ou "jaguar" da Amazónia ou do Pantanal, no Brasil (panthera onca) que, de facto, só existe ns Américas, no Novo Mundo... O jaguar distingue-se do leopardo: fisicamente são semelhantes, mas o jaguar exibeum outro padrão de manchas na pele e é de maior tamanho do que a "onça" da Guiné...

Nem o leopardo africano nem o jaguar podem ser confundidos com a onça-parda (ou puma, em português europeu) (Puma concolor): são os três da família Felidae, mas o género é diferente:  Puma, nativo das Américas. (Portanto, também não existe em África.)

No portal Triplov > Guiné-Bissau > Mammalia, há uma referência (e foto) deste animal (Panthera pardus pardus ou Panthera pardus leopardus)... Referência, Monard, 1940. Local: Bissau; Bafatá; Cacheu; estrada de Barro para S. Domingos.  Já o leão  (Panthera leo senegalensis) também foi visto (, na zona do Corubal e em Buba, ) mas já era mais raro nessa época.

Albert Monard (1882-1956) foi um naturalista suiço, que fez várias expedições científicas em África, incluindo Angola (1928,  1932) e a  Guiné-Bissau (1937). 

MONARD, Albert
Résultats de la mission scientifique du Dr. Monard en Guinée Portugaise : 1937-1938 / Albert Monard. - [S.l. : s.n., 193-]. - 11 v.. - Separata dos Arquivos do Museu Bocage. - 1º v.: Primates. - 2º v.: Ongulés. - 3º v.: Chiroptères. - 4º v.: Scorpions. - 6º v.: Batraciens. - 7º v.: Poissons. - 8º v.: Reptiles. - 9º v.: Carnivores. - 10º v.: Rongeurs. - 11º v.: Dytiscidae et gyrinidae.

Fonte: Memórias de África e do Oriente

Citada pela agência Angop, em notícia de 13 de dezembro de 2007, a bióloga e conservacionista do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), da Guiné-Bissau, Cristina Silva, usava o termo local "onça";

(...) De acordo com a especialista, os "grandes mamíferos" como o leão, a onça e o elefante, são hoje espécies "extremamente ameaçadas" de extinção devido à acção dos seres humanos.

Por exemplo, os poucos elefantes que restaram são vistos esporadicamente nas florestas de Boé, no leste e em Cantanhez, no sul, explicou Cristina Silva, sublinhando que estes apenas aparecem nas épocas chuvosas.

"O último recenseamento apontava para a existência de apenas três casais de onças na zona do Boé", declarou Cristina Silva, um registo que contraria os dados de há dez anos, indicando que havia entre 50 a 100 seres dessa espécie. (...)


A Cristina Silva aqui citada é  a "Cristina Ribeiro Schwarz da Silva (Pepas, para os amigos e familiares), filha mais mais velha de Carlos Schwarz da Silva [, o nosso saudoso amigo Pepito, 1949-2014], guineense, e Isabel Levy Ribeiro, portuguesa.Tem [, tinha, em 2009,] 35 anos, é licenciada em biologia marinha. Trabalha no IBAP- Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau. É Coordenadora para o Seguimento das Espécies." (**)

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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21068: Fauna e flora (12): José Carvalho, Barão do K3: "leopardo" (Panthera pardus) e não "onça" (Panthera onca) ou "jaguar", que só existe no "Novo Mundo"? ...Mas na Guiné-Bissau sempre ouvimos falar em "onças", até há emissões de selos...


Guiné > Região do Oio > CCAÇ 2753 (BráBironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72) > "Um felídeo, que tropeçou numa das armadilhas NT, nas imediações do destacamento" [de Bironque ou Madina Fula]. Foto do álbum do alf mil  José Carvalho. 

Foto (e legenda): © José Carvalho (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário do editor Luís Graça ao poste P21057 (*):

Belíssimas fotos, ótimas legendas... Prometo ler com toda a atenção... Mas, para já, destaco o enorme interesse documental deste álbum... Obrigado, grande Barão do K3!...

Em Bironque e Madina Fula parece que apanhaste o tempo seco... Sei o que é o terrível pó vermelho, das colunas logísticas, que fiz de Bambadinca ao Saltinho, via Mansambo e Xitole... Mas também para o Xime, antes da nova estrada alcatroada (que já não conheci)...

E também posso avaliar o que é viver em "Bu...rakos" como estes... E muito pior era o tempo das chuvas...

Quanto à foto nº 7, que me chamou particular atenção: tu que és médico veterinário, diz-que que felídeo é esse... É um belíssimo e portentoso animal que teve o azar de cair nas vossas armadilhas...

Para mim é um leopardo (Panthera pardus), e não uma "onça" (Panthera onca) ou "jaguar", que só existe no "Novo Mundo"... Mas na Guiné-Bissau sempre ouvi falar em "onças", até há emissões de selos... Está na lista vermelha  das espécies ameaçadas. A atual situação é "vulnerável", mas na Guiné-Bissau devem restar muitos poucos casais, devido à guerra, à desflorestação, à caça furtiva e à pressão humana (**)

Um abraço afetuoso do
Luís
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(**) Último poste da série > 17 de janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3751: Fauna & flora (11): O babuíno da Guiné ou... cabrito pé de rocha (Vitor Junqueira)

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21067: Álbum fotográfico de José Carvalho (1): A CCAÇ 2753 (1970/72) e os Destacamentos Provisórios

1. Mensagem do nosso camarada José Carvalho, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72), com data de 1 de Junho de 2020:

Caros Editores,
Cumprindo a intenção manifestada, quando da minha inscrição na TG,[1] de enviar umas fotografias, aqui vai uma resumida descrição da vida da CCAÇ 2753, nos Destacamentos Provisórios, de apoio à construção da estrada Mansabá – Farim, acompanhada de fotografias.
É quase um atrevimento descrever o que no seu notável estilo de escrita, já foi abordado pelo nosso amigo Vítor Junqueira, mas deixo a quem de direito, decidir da sua divulgação.
Ao Carlos Vinhal, que conheceu estes cenários, as minhas saudações e agradecimento também pelo trabalho desenvolvido, na sua envolvência da Tabanca Grande.

Ao vosso dispor, para todos um abraço do,
José Carvalho


A CCAÇ 2753 (1970-1972) e os Destacamentos Provisórios

A CCAÇ 2753 formada no BI 17, Angra do Heroísmo, constituída maioritariamente por açorianos, com representantes da totalidade das Ilhas, partiu em Maio de 1970, para Lisboa.

Sediada no Regimento de Infantaria 1 - Amadora, em 25 de Maio, onde acontece a concentração de todo efectivo inicial da Companhia. Fazendo parte daquela unidade, foi incorporada nos seus efectivos, nas cerimónias do 10 de Junho, no Terreiro do Paço.

A 15 de Junho inicia-se o IAO, na zona de Caneças, alcançando um grupo da companhia, folgadamente o primeiro lugar no campeonato de tiro de combate, da escola de recrutas de 1970, da Região Militar de Lisboa.

No final de Junho a companhia fica a aguardar embarque, na 9.ª Bateria do 3.º Grupo Misto da RAAF no Pragal, o que aconteceu no dia 8 de Agosto, a bordo do N/T Carvalho Araújo.

A companhia chega a Bissau a 17 de Agosto, depois de uma agradável escala em Cabo Verde.

Os primeiros dois dias a ração de combate e dormidas em camas metálicas sem colchões. A recepção foi fraca, mas longe se adivinhava, o que viria mais tarde…

Colocada depois no COMBIS, com excelentes instalações, foi dada à companhia a missão de patrulhamento terrestre, fluvial e ainda rusgas de modo a evitar infiltrações do IN na Ilha de Bissau.

Depois de cerca de três meses de bonança, adivinhava-se a tormenta…

No dia 30 de Novembro um primeiro pelotão da Companhia, deixa a região de Bissau e conhece uma nova realidade, chegando ao Bironque, o primeiro dos dois Destacamentos que iríamos conhecer.[2]

A 7 de Dezembro, o Comandante da Companhia, Cap Mil Art João da Rocha Cupido, assume o comando daquele Destacamento Temporário, que em meados de Dezembro, aloja os operacionais da CCAÇ 2753 e ainda alguns elementos sapadores - BCAÇ 2885 e dum ESQ MORT 81, após a retirada da CCAÇ 17.

Estrada Mansabá-Farim - O troço entre o Bironque e o K3 foi asfaltado no tempo da CART 2732 e da CCAÇ 2753. Localização dos destacamentos de Bironque e Madina Fula e, na margem esquerda do rio de Farim (Cacheu), em frente a Farim, o aquartelamento do K3 (Saliquinhedim)
© Infografia Luís Graça & Camaradas da Guiné - Carta da Província da Guiné, 1:500.000

Os efectivos militares presentes, tinham como missão, montar a segurança dos trabalhadores (centenas) e as máquinas envolvidos na construção da nova estrada Mansabá – Farim.

A reabertura desta rodovia, constituía um importante óbice à movimentação estratégica do IN na área do Morés, aonde concentrou um importante contingente de combatentes, calculado na época, em 4 a 6 bigrupos e ainda outros efectivos representativos nas áreas de Canjaja, Biribão, Queré e Maqué.

Foto 1 - Bironque - A “enfermaria”, algumas tendas, uma máquina no abrigo e uma das barracas cobertas por vegetação

Foto 2 - Bironque – Espaldão do morteiro 81 e tenda

Foto 3 - Bironque – Telheiro cozinha e os bidões das lavagens

Foto 4 - Bironque – Messe de oficiais depois de uma flagelação, em que o fogareiro a petróleo, do Alf Mil Junqueira, que no momento cozinhava uma galinha “turra”, explodiu.

Decorrido cerca de mês e meio, o Destacamento do Bironque, foi abandonado e os efectivos militares, ocuparam o novo destacamento de Madina Fula, situado a cerca de 5 Km a norte.

O segundo local nada de novo ou de mais confortável proporcionou, pois o modelo era o mesmo, com a agravante de ser mais afastado de Mansabá e por consequência pior nas situações de necessidade de auxílio.

Estes destacamentos tinham uma área de cerca de um hectare, de forma quadrilátera, localizados em zona pré-desmatada, contíguos à nova via e delimitados por barreiras de terra deslocada e acumulada na periferia. Esta terra era retirada de vários pontos do interior, resultante da abertura de valas de grandes dimensões, destinados a proporcionar estacionamentos/abrigo às máquinas pesadas, envolvidas na construção da estrada.

As barreiras tinham uma altura de dois a três metros e a sua crista teria cerca de dois metros de largura, onde eram escavados covas para protecção das tropas, postos de sentinela e colocação de armas pesadas. Nesta crista, estavam também colocados vários holofotes, que permitiam iluminar as imediações do destacamento, numa distância de cerca de 50 metros.

No interior deste espaço, além dos referidos buracos destinados às máquinas, situados na zona central, a periferia era segmentada por barreiras de terra com cerca de 1,5 m de altura, com área reduzida, onde eram colocadas, as tendas cónicas de lona com capacidade de alojamento para vários homens e um número apreciável de pequenas barracas feitas de ramos e folhagem de árvores.

Existia um gerador, que fornecia energia para a iluminação periférica, para um telheiro apelidado de cozinha, para uma roulotte “enfermaria” e mais uma dezena de lâmpadas espalhadas, entre as quais para as “messes” dos sargentos e oficiais.

Havia um espaldão para o morteiro 81, sendo as munições colocadas em bidões colocados na horizontal e cobertos de terra.

Na entrada do destacamento havia uns cavalos de frisa, não havendo qualquer vedação de arame farpado. Recordo-me que em alguns locais, foram colocadas armadilhas, em que caíram alguns animais selvagens. O abastecimento de água era feito diariamente a partir de Mansabá em pequenos atrelados-cisternas destinado à precária higiene das tropas, reduzida confecção de alimentos, lavagem de roupa, panelas, pratos, etc. Havia uns bidões colocados em cima de uma armação de paus e que debitavam uns borrifos, para o duche!

A lavagem dos utensílios de cozinha era feita segundo as mais exigentes normas de higiene. Existiam cinco meios bidões, com água, numerados de 1 a 5, começando a imersão das louças sujas no bidão 1 e depois sucessivamente nos restantes até sair do bidão 5, em perfeitas condições de adequada utilização…

Cada militar dispunha de um colchão pneumático, com esvaziamento automático ao fim de poucas horas. Muitos dormiam nos buracos, na crista das barreiras, envoltos em panos de tenda e com a G3, colada ao corpo.

A alimentação disponibilizada era ração de combate, intervalada, com cavala de conserva com batata cozida ou esparguete, dia sim, dia sim! Havia quem descobrisse umas iguarias selvagens e variasse um pouco a dieta. No tocante a líquidos menos mau… coca-cola, cerveja, vinho, whisky!

Vivíamos sempre em coabitação com um pó vermelho, principalmente durante o período de trabalho na estrada, que até o esparguete no prato, ficava enriquecido com este “ketchup”, se não deglutido rapidamente.

Em relação às condições de vida da CCAÇ 2753 durante estes três meses, talvez houvesse igual, até talvez pior, mas para muito mau bastava!

O relacionamento com o IN era verdadeiramente íntimo, pois raro terá sido o dia ou noite que por flagelações, emboscadas, minas, não houvesse “festa”.

Foto 5 - Madina Fula

Foto 6 - Madina Fula ao fim de um dia de trabalhos, coluna dos trabalhadores regressando a Mansabá, com segurança de helicóptero (ponto minúsculo no horizonte)

Foto 7 - Um felídeo, que tropeçou numa das armadilhas NT, nas imediações do destacamento

Foto 8 - Trabalhos na abertura da estrada

Foto 9 - Damas… só as do tabuleiro de jogos improvisado numa barrica pintada. Eu e o Vítor Junqueira no Bironque, dias antes do Natal de 1970

No início de Março deixámos Madina Fula, que foi aterrado e substituímos a 27.ª Companhia de Comandos, nas instalações “muitas estrelas” do K3, que até eram visíveis do interior das casernas… mas mesmo assim foi um dia inesquecível, julgo que para toda a companhia.
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Notas do editor

[1] - Vd. poste de 25 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20900: Tabanca Grande (493): José Carvalho, natural do Bombarral, com amigos na Lourinhã, ex-alf mil inf, CCAÇ 2753, "Os Barões do K3" (Bissau, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim / K3 e Mansába, 1970/72): senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar n.º 807

[2] - Vd. poste de 10 DE ABRIL DE 2009 > Guiné 63/74 - P4168: Os Bu...rakos em que vivemos (4): Acampamentos de apoio à construção da estrada Mansabá/Farim (César Dias)