Mostrar mensagens com a etiqueta Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25506: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (25): O José Casimiro de Carvalho, ex-fur mil op esp, CCACV 8350 (1972/74) esteve lá... em abril de 2010, com o Camisa Mara e com o e filho, guardiões e guis locais

 








Guiné-Bissau > Região de Tombali >  Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Abril 2010 > Visita do J. Casimiro Carvalho, que deixou algumas lembranças dos "Piratas de Guileje",  a CCAV 8350, a última subunidade de quadrícula que guarneceu o lendário aquartelamento de Guileje, junto à fronteira, no sul, com a Guiné-Conacri. A Fundação Mário Soares deu umi importante apoio técnico na montagem deste núcleo museológico.

Fotos:: © J. Casimiro Carvalho (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. A propósito do guardião (e guia local) do Núcleo Museológico Memória de Guiledje, Camisa Mara,  juntam-se algumas fotos de uma visita, feita no já longínquo mês de abril de 2010, pelo José Casimiro de Carvalho, e mais um grupo de 10 camaradas, na sua maioria do Norte, que foram à Guiné-Bissau, em abril de 2010,  e visitaram quase tudo o que era visitável, e nomeadamente a região de Tombali. (O grupo original, que veio de Portugal, era de 16, mas depois subdividiu-se,  conforme os locais a visitar.)

O J. Casimiro de Carvalho, ex-fur mil op esp / ranger, CCAV 8350, "Piratas da Guileje" (1972/74),  já não se lembra dos nomes das pessoas que receberam os visitantes, no Núcleo Museológico Memória de Guiledje (e que aparecem nas fotos acima),  mas tem ideia que eram pai e filho. 

Se assim é, o mais velho deverá ser o Camisa Mara, que teria 15/16 anos, aquando dos acontecimentos de Guileje (abandono das instalações pelas NT, em 22 de maio de 1973).

Obrigado ao J. Casimro Carvalho, por nos ter agora disponibilizado, tão prontamente,  estas fotos do seu álbum. Ele é um dos primeiros camaradas a integrar a Tabanca Grande, é, portanto, um "hstórico" do nosso blogue (tem cerca de uma centena de referências). Foi também um dos participantes do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Momtemor-o-Novo, em outubro de 2006.
_______________

Notas do editor LG:

(*) Último poste da série > 8 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25497: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (24): Recuperando, para a história, o programa do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008)

(**) Vd. poste de 11 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7765: Recortes de imprensa (39) "Não queria morrer sem voltar à Guiné... E já voltei" (J. Casimiro de Caravlho, JN - Jornal de Notícias, 6/2/2011)

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25497: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (24): Recuperando, para a história, o programa do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez, algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...  Um grupo de jovens, rapazes e raparigas, que cantaram o Hino da Guiné-Bissau no início da cerimónia...

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje  (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > ntigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes)... Os tempos já eram  outros... As populações do Cantanhez, e nomeadamente as que apoiaram abertamente a luta do PAIGC (os nalus e os balantas), pareciam assumir o seu passado, com orgulho, com dignidade, sem arrogância....


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau. 17-março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...   Dpisdos convidados estrangeiros, portugueses: o cor cav 'cmd' ref e escritor Carlos Matos Gomes e o Prof Doutor Luís Moita (1933-2023) , vice-reitor da UAL - Universidade Autónoma de Lisboa, e antigo fundador e dirigente do CIDAC.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 > As instalações da televisão comunitária Massar. Na foto, a Alice Carneiro. Massar, em dialecto nalu, quer dizer estrela. Do logótipo da TV Massar faz parte o mítico Nhinte-Camatchol.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > 
 Visitaao Cantanhez dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 >O Zé Teixeira, no tchon nalu, em pleno Cantanhez, no meio de duas mulheres da população local. Belíssimas, gentis e vistosas mulheres tandas ("todas bem  produzidas",  diria o nortenho do Zé Teixeira), de porte altivo e de grande dignidade. (Na carta de Cacine, a toponomia é Jemberem, a norte de Madina de Cantanhez... Hoje todo o mundo diz e escreve Iemberém. De resto, um dos afluentes do Rio Cacine é o Rio Iemberem... Será que terá havido um erro dos nossos cartógrafos ou uma gralha tipográfica ?...Iemberém foi local onde a comitiva do Simpósio Internacional de Guileje pernoitou dois dias... Fica em plemo coração do Parque Nacional do Cantanhez.)

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 1 de Março de 2008 > Saltinho, na Estrada Bissau - Mansoa - Bambadinca-Saltinho - Quebo - Gandembel - Guileje. Paragem no Saltinho, no Clube de Caça, para tomar um segundo pequeno-almoço reforçado. Que a viagem é longa até ao Guileje (chegada prevista às 12h30), no âmbito do programa social do Simpósio Internacional Guiledje Na Rota da Independência da Guiné-Bissau... Enquanto se come, pode-se ouvir em silêncio, na margem direita do Rio Corubal, a água que corre nos rápidos do Saltinho. Na volta, quis ir ver os rápidos de Cusselinta.
No Saltinho, o Patrick Chabal (1951-202 foi dar uma volta para ver mais de perto o Corubal, o único verdadeiro rio da Guiné, como defendia o seu biografado, o Amílcar Cabral.
 
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Contabane > Sinchã Sambel > 3 Março de 2008 > "Eu, o Pedro Lauret com o régulo Suleimane Baldé, régulo de Contabane, e outros habitantes da tabanca"


Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palce > 3 de Março de 2008 > "Abertura do Simpósio, tendo ao meu lado esquerdo, o jornalista do Correio da Manhã, José Carlos Marques; à direita, um dos
ex-militares de Guiledje, o Sérgio Sousa; à minha frente, pelado como eu, o cubano Ulisses Estrada" (1934-2014).

Fotos (e legendas): © Paulo Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Resto de munições e antiga placa toponímica "Parada Alf[eres] Tavares Machado, que em 2010 fazia partedoconjunto do Núcelo Museológico Memória de Guiledje.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa > 6 de Setembro de 2007 > Da esquerda para a direita, Nuno Rubim (1938-2023), Carlos Scharwz (Pepito) (1949-2014) e Luís Graça (n.1947). Para o Pepito, o nosso blogue fez a confluência de pessoas, memórias, sentimentos, ideias e afetos, tornando possível a realização, em Março de 2008, em Bissau, do Simpósio Internacional de Guilrdje...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Através do Arquivo.pt conseguimos recuperar o programa do Simpósio Internacional de Guiledje , há muito perdido... Trata-se de uma captura de 10 de julho de 2009, às 8:43. 

Originalmente estava alojado em http://www.adbissau.org/guiledje/programa (url entretanto descontinuado). 

Recordamos que o Arquivo.pt  é "uma infraestrutura de investigação que permite pesquisar e aceder a páginas da web arquivadas desde 1996. O principal objetivo é a preservação da informação publicada na Web para fins de investigação." E em especial na Web em português.

Pensamos que não foi este o programa definitivo ou a versão definitva do Simpósio Internacional de Guileje (ou Guiledje, na grafia da organização). Havia nomes a confirmar. Houve alterações de última hora. Os cabo-verdianos, por exemplo,  acabaram por não comparecer (ainda estava no poder o 'Nino' Vieira, foi a justificação que ouvi em Bissau, nessa altura, em que as sequelas do golpe de Estado de 14 de novembro de 1980  ainda estavam vivas na mémória de parte da "nomenclatura" do PAIGC, de origem cabo-verdiana). 

Recordo-me de ter havido também uma intervenção do biógrafo de Amílcar Cabral, o pof. Patrick Chabal, entretanto falecid0 (1951-2014).  (O seu nome, por exemplo, não consta desta versão do programa; ele participou também  na visita  a Guileje.)

Mas dos participantes (incluindo moderadores) abaixo listados, há uma série impressionante de nomes que já não estão entre nós... Cito alguns, de memória: além do francês Patrick Chabal, os guineenses Pepito, Roberto Quessangue, Nelson Dias, Salifo Camará ("rei dos nalus", régulo de Cadique) e Leopoldo Amado; os portugueses Coutinho e Lima, Luís Moita,  Nuno Rubim;   o cubano Ulises Estrada...., sem esquecer o 'Nino' Vieira (que fazia parte apenas da comissão de honra e recebeu em audiência, à última da hora, fora do programa oficial, um grupo de estrangeiros, portugueses, cubanos, brasileiros, um francês e outros)...

São elementos informativos que seria  uma pena perderem-se e ficam agora disponíveis para documentar e reforçar a história do Núcleo Museológico Memória de Guiledje e a necessidade de o revitalizar.  

São úteis também para a nossa propria memória enquanto Tabanca Grande. E sobretudo imprescindíveis para celebrarmos  a grata memória do Pepito, que foi  quem concebeu, planeou  e coordenou a realização desta irrepetível e histórica iniciativa.  Embora sempre discreto, ele foi a "alma" deste grande encontro, que juntou os "inimigos de ontem". Nada de parecido foi feito nos outros dois antigos teatros de operações (Angola e Moçambique).

Do ponto de vista organizativo, o Simpósio  foi um enorme "ronco", duvido que na Guiné-Bissau se tenha entretanto realizado, nos anos a seguir,  outro evento com o mesmo  sucesso: teve a participação de mais de 6 dezenas de estrangeiros e de muitos mais guineenses (algumas centenas, quer nas visitas ao Cantanthez quer em nas sessões em Bissau).  Só foi pena que os cabo-verdianos tenham desistido de aparecer.


Chegada dos Participantes vindos da Europa

  • 15h25: chegada e acolhimento no Aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau;
  • 17h00: instalação nas diversas unidades hoteleiras onde os participantes vão ficar instalados.


  • 17H30: Entrega dos documentos e programa final

| 20h30: Jantar em conjunto, num restaurante da cidade |



Visita ao antigo quartel de Guiledje


  • 7h00 – Partida para Guileje, com paragem no Saltinho (9h30)


  • Paragem na ponte de Balana (11h00)


  • Paragem no antigo quartel de Gandembel (11h30)


  • Paragem no "Corredor de Guiledje" (12h00)


  • Paragem no quartel de Guiledje (12h30) e visita


  • Almoço na antiga pista de helicópteros (14h00)


  • 16h00 - Paragem em Medjo e Tchim-Tchim Dari
  • 18h00 - Chegada a Iemberém: acolhimento e jantar




7h30 - Pequeno-almoço
8h30 – Visita a Iemberém:


Centro Materno-Infantil


Rádio Comunitária Lamparam + Televisão Comunitária Massar



  • 9h30 – Encontro com ex-combatentes do PAIGC e ex-milicias portuguesas
  • 12h00 – Partida para o porto fluvial  de Canamine (na margem direita do rio Cacine) com paragens:

(i) num antigo acampamento do PAIGC em Cantanhez

(ii) na Mata de Cantanhez para apreciar a última floresta sub-húmida da Guiné-Bissau

| 13h30 - Almoço em Canamine |



  • 15h30 – Eventual visita de barco a Cacine
  • 17h00 – Regresso a Iemberém

| 20h00 - jantar | 21h00 – Manifestação cultural das diferentes etnias da zona |



  • 7h30 - Pequeno-almoço em Iemberém
  • 8h30 - Regresso a Bissau com possibilidade de paragem em Gadamael-Porto, para os que manifestarem interesse.
  • 13h30 - Almoço em Bissau
  • 17h00 – Sessão solene de Abertura do Simpósio, na Assembleia Nacional Popular


Moderador: Roberto Quessangue (Presidente da AG da AD)

  • Visita à Exposição “Guiledje” 
  • Alocução de Isabel Nosolini Miranda, Coordenadora do Simpósio: Preservação da memória de Guiledje: objectivos, acções previstas, aspectos metodológicos e estado actual da Investigação. Alocução do Representante da População de Guiledje (a indigitar)
  • Alocução de Sr. Embaixador de Cuba na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de Sr. Embaixador de Portugal na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República de Cabo Verde (por confirmar)
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República da Guiné-Bissau (por confirmar)
  • 18h30 – Final da Sessão
|20h00 - jantar | 


(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 1 > Guiledje e a Guerra Colonial/Guerra de Libertação

Moderador: João José Monteiro (Universidade Colinas de Boé)

  • 9h00 - 9h30: Leopoldo Amado (historiador guineense) – Génese e evolução do sentido estratégico-militar do corredor de Guiledje no contexto da guerra de libertação nacional.
  • 9h30 - 10h00: Agnelo Dantas (cabo-verdiano, ex-comandante militar do PAIGC) e Manuel Santos (guineense, ex-comandante militar do PAIGC) – Amílcar Cabral e a componente militar do PAIGC: achegas para a compreensão dos meandros estratégicos e tácticos da guerra de libertação nacional.
  • 10h00 - 10h30: Carlos Matos Gomes – (Coronel do Exército Português) – Guiné 1973 – Quando os portugueses perceberam que chegara o fim.
| 10h30 – 11h00: Pausa-Café |
  • 11h00 – 11h30: Alfredo Caldeira e Victor Ramos, Fundação “Mário Soares” – A operação “Maimuna” no Arquivo Amílcar Cabral.
  • 11h30 – 12h00: Ulisses Estrada (ex-militar e diplomata cubano) – Internacionalismo cubano e a participação de Cuba no esforço da guerra de libertação da Guiné-Bissau.
  • 12h00 – 13h00: Debate
| 13h00 – 14h30: Almoço |
  • 15h00 – 15h30: Coutinho Lima, (Coronel do Exército Português na reserva e ex-comandante do COP 5) – Factores considerados para tomar a decisão da retirada das forças militares e da população, do aquartelamento de Guiledje: relato histórico do ex-Comandante do COP 5
  • 16h00 – 16h30: Pedro Lauret, (Capitão-de-mar-e-guerra do Exército Português na situação de reforma) – A Marinha no Teatro de Operações da Guiné. Guileje Gadamael, Maio Junho de 1973, o papel da Marinha.
  • 16h30 – 17h00: Sandji Fati (Tenente-Coronel do Exército da Guiné-Bissau) – Subsídios para a História Militar da guerra de libertação no sul da Guiné-Bissau.
|  17h00 – 17h30: Pausa-Café | 
  •  17h30 – 18h00: Eduardo Costa Dias (Professor Titular do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresas - ISCTE, Portugal) – Papel e influência das dinâmicas sócio-religiosas e políticas nos movimentos de libertação nacional na África Ocidental: o caso da Guiné-Bissau.
  • 18h00 – 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Painel 2> Guerra Colonial/luta de libertação nacional: problematização conceptual, contextualização histórica e importância historiográfica.

Moderador: Leopoldo Amado

  • 9h00 – 9h30: João Medina (Professor Catedrático da Universidade de Lisboa) – A Literatura Portuguesa sobre as derradeiras Guerras Coloniais em África (1961-1974) como documento histórico acerca do fim do Império.
  • 9h30 – 10h00: Josep Sánchez Cervelló (Professor Titular de História Contemporânea da Universidade Rovira I Virgili de Tarragona, Espanha) – A relação dialéctica entre o PAIGC e o MFA e o seu papel na caída do Estado Novo Português.
  • 10h00 – 10h30: Leonardo Cardoso (historiador guineense, INEP) – Alcance histórico de “Guiledje” no contexto geral da luta de libertação Nacional e independência da Guiné-Bissau.
  •  10h30 – 11h00: Pausa Café
  • 11h00 – 11h30: Julinho de Carvalho (caboverdiano, ex-comandante militar do PAIGC) – A importância estratégica de Guiledje no contexto geral da manobra militar do PAIGC e do Exército português na Guiné.
  • 11h30 – 12h00: Fernando Delfim da Silva (guineense, político e filósofo) – A guerra-fria e os condicionalismos político-ideológicos da acção militar do PAIGC na guerra de libertação nacional.
  • 12h00 – 12h30: Julião Soares Sousa (historiador guineense) – Guiledje no horizonte político e militar de Amílcar Cabral em 1972: contribuição para o estudo de uma projectada ofensiva em tempos de guerra de libertação.
  • 12h30 – 13h30: Debate
| 14h00 – 15h30: Almoço |

Painel 3 > O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento

Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP)

  • 16h00 – 16h30: Luís Moita (Professor Catedrático e Vice-Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa) – Fundamentos e originalidade táctico-estratégicos da acção político-militar de Amílcar Cabral e do PAIGC no contexto dos movimentos de libertação do Terceiro Mundo.
  • 16h30 – 17h00: Óscar Oramas (Ex-embaixador de Cuba na República da Guiné-Conakry) – Contribuição e participação cubana na luta de libertação nacional da Guiné-Bissau: dados, números e factos.
 | 17h00 – 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 – 18h00: Nuno Rubim (Coronel e ex-combatente português no aquartelamento de Guiledje) – A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas.
  • 18h00 – 18h30: Luís Graça (Doutorado em Sociologia/Saúde Pública e dinamizador do maior site dos antigos combatentes portugueses da Guiné) – Cerco de Guiledje: a experiência traumática vivenciada a partir do Quartel de Guiledje.
  • 18h30 – 19h00: Luís Reis Torgal – (Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) – Colonialismo, Anticolonialismo e identidade nacional: reflexões metodológicas para o estudo da história da Guiné.
  • 19h00 – 19h30: Debate
| 20h00: Jantar | 21h30: Sarau Cultural | 



(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 4 > Guiledje: Factos, Lições e Ilações(depoimentos e testemunhos de elementos da população, dignitários, testemunhos presenciais, régulos, ex-combatentes do PAIGC e ex-milícias africanas do Exército português)

Moderadora: Isabel Buscardini 
(Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria)

  •  9h00 - 9h30: Úmaro Djaló (Comande Militar do PAIGC) – A minha experiência de guerrilheiro e de comandante no Sul da Guiné-Bissau: achegas para a História de Guiledje.
  • 9h30 - 10h00: Buota Na N’ Batcha (Comandante Militar do PAIGC) – A acção dos bi-grupos e dos corpos de Exército do Sul na guerra de libertação nacional: o caso do assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  •  10h00 - 10h30: Joãozinho Ialá (ex-guerrilheiro do PAIGC) – Memórias do Assalto ao Quartel de Guiledje, Gandembel e Balanacinho.
  • 10h30 - 11h00: Francisca Quessangue (Enfermeira do PAIGC) – Os aspectos sanitários-logisticos do PAIGC no assalto ao quartel de Guiledje

| 11h00 - 11h30: Pausa Café | 

  • 11h30 - 11h50: Fefé Gomes Cofre (ex-guerrilheiro do PAIGC) – O meu testemunho sobre o assalto ao Quartel de Guiledje.
  • 11h50 - 12h10: Salifo Camará (Régulo de Cadique) – O papel das populações civis na guerra de libertação no Sul e no assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  • 12h10 - 12h30: Camisa Mara (ex-milicia do Exército português) – A vida no Quartel de Guiledje
  • 12h30 - 12h50: Cadjali Cissé (ex-guerrilheiro do PAIGC) – A minha participação no Assalto a Guiledje
  • 12h50 - 13h10: A designar (condutor) – A minha experiência no transporte de munições e mantimentos

| 13h30 - 15h00: Almoço |


Painel 5 > As Iniciativa de Cantanhez e de Guiledje na óptica do desenvolvimento económico e social e sua correlação com o imperativo da salvaguarda da memória histórica da guerra.

Moderador: Nelson Dias (Representante da UICN)

  • 15h30 - 16h00: Carlos Schwarz Silva (guineense, agrónomo) e José Filipe Fonseca (guineense, agrónomo) – O desenvolvimento económico e social na zona de Guiledje: AD e dinâmicas de participação e organização comunitárias.
  • 16h00 - 16h30: Tomane Camará (AD) – (guineense, agrónomo) – Evolução das características ecológicas da zona de Guiledje: antes, durante e depois da guerra.
  • 16h30 - 17h00: Alfredo Simão da Silva (guineense, geógrafo, Director do Instituto de Biodiversidade e Áreas Protegidas) – Imperativos de Desenvolvimento Sustentável e da Conservação da Natureza: Princípios e práticas no caso de Cantanhez
| 17h00 - 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 - 18h00: Hugo Monteiro (sociólogo, Universidade Colinas de Boé), A intensa guerra de que o Sul da Guiné-Bissau foi alvo explica o seu ténue desenvolvimento relativamente às outras regiões do país?
  • 18h00 - 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Moderadora: Isabel Nosolini Miranda (Presidenta da AD)


  • 9h30: Sessão solene de Encerramento

(i) Alocução do Representante dos participantes caboverdianos
(ii) Alocução do Representante dos participantes portugueses
(iii) Alocução do Representante dos participantes cubanos
(ivc) Leitura do Documento final do Simpósio (Resoluções Finais)
(v) Alocução de S. Excelência o Senhor Primeiro-Ministro do Governo 
da Guiné-Bissau
(vi) Alocução de Encerramento do Simpósio por S. Excelência o Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau.

  • 10h30 - Final dos trabalhos do Simpósio

| 12h30-almoço | 16h30- Partida dos participantes |

(Revisão / fixição de texto: LG)
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 7 de maio e 2024 > Guiné 61/74 - P25488: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (23) : Camisa Mara, o guardião e guia deste projeto, votado ao abandono depois da morte do Pepito, em 2014... Aqui recordado numa peça da agência Lusa.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25488: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (23) : Camisa Mara, o guardião e guia deste projeto, votado ao abandono depois da morte do Pepito, em 2014... Aqui recordado numa peça da agência Lusa.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Chegada do Presidente da República, Malam Sanhá Bacai, com a esposa  (à sua esquerda) e o primeiro ministro, Carlos Gomes Júnior, atrás (à sua direita)... 

Embora esteja de perfil,  reconhecemos, de imediato,  de lado direito, cumprimentando o Presidente, o nosso amigo Domingos Fonseca, quadro técnico da AD, então responsável do Núcleo Museológico e membro da Tabanca Grande.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje   > O Primeiro Ministro, Carlos Gomes Jr,  "Cadoco", entre a multidão.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico Memória de de Guiledje > A nossa representante na cerimónia, Júlia Neto, viúva do nosso camarada José Neto (1929-2007), em conversa com a combatente do PAIGC Francisca Pereira, sob o olhar do nosso amigo Pepito.

Fotos (e legendas): © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados (Legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine)


1. No passado dia 5 de maio, domingo,  o Patrício Ribeiro, o nosso "cônsul em Bissau", autor da série "Bom Dia desde Bissau", sempre atento e oportuno, mandou-nos um link do portal Sapo, com uma peça da Lusa sobre o antigo quartel de Guileje (ou o que resta dele), e onde se fala de um personagem curioso, o Camisa Mara (e não Cassima Mara, como grafou a jornalista).

O nome desse guardião (e guia local) do que foi "o mais fortificado quartel português nas ex-colónias" (sic), aparece, no programa do Simpósio Internacional de Guiledje, como "Camisa Mara (ex-milícia do Exército Português)" (*), tendo inclusive apresentado, na parte da manhã do dia 6 de março de 2008, uma comunicação oral sobre a vida quotidiana em Guileje, antes do seu abandono em 22 de maio de 1970 pela tropa portuguesa (CCAV 8350 e subunidades adidas).

O título da peça é "O guardião que sonha nova vida para o histórico quartel de Guiledge na Guiné-Bissau". A reportagem da Lusa é assinada por Helena Fidalgo (texto) e Júlio de Oliveira (vídeo). Não vamos, naturalmente, reproduzir na íntegra a peça (até porque tem erros factuais), mas resumi-la, e citar algumas declarações deste histórico guardião e guia local.

Esta história, de resto, interessa-nos, a nós, Tabanca Grande, por que demos muito apoio (incluindo material) à construção do Núcleo Museológico Memória de Guiledje (descritor que tem vinte e tal referências no nosso blogue).

Já suspeitávamos (e temíamos) há muito do desleixo e ruina a que a fora votado este projeto que era tão caro ao nosso Pepito, o engº agr. Carlos Schwarz da Silva (Bissau, 1949-Lisboa, 2014), e onde colaborámos com muito entusiasmo. 

Diz a jornalista da Lusa, Helena Fidalgo: 

"Este guineense esteve na luta ao lado dos portugueses e agora está empenhado em fazer cumprir o propósito daquele a quem chamavam 'o fazedor de sonhos', conhecido por 'Pepito', e que sonhou para Guiledje o único espaço museológico na Guiné-Bissau sobre a luta de libertação nacional para a independência' ". 

A jornalista constata, catorze anos depois da sua inauguração (em 2010, com a presença do presidente da República e o primeiro ministro da Guiné-Bissau, Malan Sanhá Bacai e Carlos Gomes Jr, respetivamente) (**); que "o projeto parou com a morte do (seu) mentor, em 2014" e ficaram apenas dois pavilhões com algum espólio" (...)... O resto são ruinas. 

O Mara serviu de guia à equipa da Lusa, numa visita recente ao local. E esclareceu a jornalista que ele passou a frequentar o quartel quando tinha entre "15 e 16 anos". Terá, hoje, portanto, cerca de 65 anos (ou mais, não sabendo nós em que ano se tornou "milicia" ou passou a servir no quartel como "djubi", fazendo-nos lembrar a figura do Cherno Baldé, "menino e moço em Fajonquito"). 

O Mara, nascido em Guileje, tem consciência da importância histórica daquele lugar: "a história não se perde, a história valoriza um local". (...) "Sente orgulho quando fala de Guiledje"... E, exagerando um bocado, diz: 

"Aqui era o grande amparo dos portugueses, havia todo o tipo de materiais aqui, inclusive abrigos blindados. Só os militares portugueses eram um batalhão, também havia aqui milícias recrutadas, militares locais muito valentes para os portugueses". (...) 

"O Mara 'fazia alguns serviços para os portugueses, lavava pratos, trazia a comida, levava as roupas para a lavadeira e trazia água para os militares' ". (...) "Também fazia carregamento de munições de armas pesadas quando havia um ataque ao quartel".(...) 

Não saía para o mato, como saíam os milícias e os militares, "mas se houvesse guerra aqui no quartel eu era uma das pessoas que ajudava os portugueses a carregar as munições das armas"... 

Recorda depois o dia (o do abandono das instalações, na noite de 22 de maio de 1973), "em que fugiram juntos e o destino foi Bolama, depois de uma longa caminhada de militares, mulheres e crianças"... 

Há aqui um erro de registo ou de interpretação por parte da jornalista: os militares e civis de Guileje foram para o quartel mais próximo, Gadamael Porto. É possível, depois, que alguns civis, para fugir da ewscalada da guerra em Gadamael,  se tenham refugiado na ilha de Bolama.

(...) "Este guineense e outros conterrâneos decidiram voltar para a tabanca depois da independência, quase um ano passado e com o quartel já na posse do PAIGC e do novo Estado guineense." (...)

Mais tarde, por volta de 2006, o Pepito, diretor executivo da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, no bairro do Quelelé, começa a trabalhar a ideia de criar ali o "Núcleo Museológico Memória de Guiledje", com financiamemto externo (União Europeia). E o Camisa Mara foi um dos habitantes locais que deu o seu melhor para ajudar a levar o projeto para a frente (o que está muito bem documentado, aliás, no nosso blogue)..

(...) "No início da construção do museu, tivemos que desmatar o local, porque havia perigo para andar, tinha minas, tinha cobras, fui eu que fiz o caminho e contratei pessoas". (...).

No final o Pepito encarregou-o de gerir o museu (sic). E ele continua a guiar as ocasionais visitas. Mas o que foi feito, "está desprezado", votado ao abandono, por incúria de todos, a comunidade local, a ONG AD, a administração pública, o Governo...

(...) "Gostava que esta ideia, que sonharam juntos (ele e o Ppeito), se concretizasse e que a memória não se apague." (..:)

(...) "Nas memórias guarda o dia da abertura do quartel de Guiledge, em que 'veio um batalhão de artilharia' (sic) "(leia-se um Pelotão de Artilharia).

Lembra-se da visita do próprio António Spínola

(...) "Pepito", como recordou, "fez um grande esforço" para revitalizar este espaço, "mas a canoa ficou pelo caminho" porque "sem sucessor o trabalho não vai".

Ninguém lhe paga nada por esta tarefa, ele tem outras fontes de rendimento. Mas é o seu amor a este projeto que o leva a guiar os visitantes e a zelar pelo que resta. (***)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 7 de fevereiro de 2018 > Núcleo Museológico Memória de Guiledje >  Memorial à CCAV 8350 (1972/1974) e ao alf mil Lourenço, morto por acidente em 5/3/1973. De seu nome completo Victor Paulo Vasconcelos Lourenço, era natural de Torre de Moncorvo, está sepultado na Caparica. Foi uma das 9 baixas mortais da companhia também conhecida por "Piratas de Guileje" e um dos 75 alferes que perdeu a vida no CTIG..

Em segundo plano, vê-se o nicho que ao tempo da CCAÇ 3477 (1971/77), "Os Gringos de Guileje", abrigava a  imagem de Nossa Senhora de Fátima e do Santo Cristo dos Milagres. A CCAÇ 3477 era, na alturam, comandada pel cap mil Abílio Delgado, nosso grã-tabanqueiro.

Fotos: © Anabela Pires (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]




 Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje >  > Placa indicativa do local onde existiu um dos espaldões de artilharia. do obus 14.

Foto (e legenda);  © Carlos Afeitos (2013). Todos os direitos reservados.  [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]





Guiné < Região de Tombali > Carta de Guileje (1956) > Escala 1/50 mil > Pormenor: posição relativa da povoação de Guileje, situada a cerca de 8 km da fronteira com a Guiné-Cronaki (a leste).

Infografia: © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013). Todos os direitos reservados.

___________

Notas do editor:

(*) Simposium Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Quinta-Feira, 6 de Março, na Assembleia Nacional Popular

Painel 4 > Guiledje: Factos, Lições e Ilações

(depoimentos e testemunhos de elementos da população, dignitários, testemunhos presenciais, régulos, ex-combatentes do PAIGC e ex-milícias africanas do Exército português)

Moderadora: Isabel Buscardini (Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria)

9h00 - 9h30: Úmaro Djaló (Comande Militar do PAIGC) – A minha experiência de guerrilheiro e de comandante no Sul da Guiné-Bissau: achegas para a História de Guiledje.

9h30 - 10h00: Buota Na N’ Batcha (Comandante Militar do PAIGC) – A acção dos bi-grupos e dos corpos de Exército do Sul na guerra de libertação nacional: o caso do assalto ao aquartelamento de Guiledje.

10h00 - 10h30: Joãozinho Ialá (ex-guerrilheiro do PAIGC) – Memórias do Assalto ao Quartel de Guiledje, Gandembel e Balanacinho.

10h30 - 11h00: Francisca Quessangue (Enfermeira do PAIGC) – Os aspectos sanitários-logisticos do PAIGC no assalto ao quartel de Guiledje

11h00 - 11h30: Pausa Café

11h30 - 11h50: Fefé Gomes Cofre (ex-guerrilheiro do PAIGC) – O meu testemunho sobre o assalto ao Quartel de Guiledje.

11h50 - 12h10: Salifo Camará (Régulo de Cadique) – O papel das populações civis na guerra de libertação no Sul e no assalto ao aquartelamento de Guiledje.

12h10 - 12h30: Camisa Mara (ex-milicia do Exército português) – A vida no Quartel de Guiledje

12h30 - 12h50: Cadjali Cissé (ex-guerrilheiro do PAIGC) – A minha participação no Assalto a Guiledje

12h50 - 13h10: A designar (condutor) – A minha experiência no transporte de munições e mantimentos

13h30 - 15h00: Almoço (...)


(**) Vd. poste de 19 de março de 2010 > Guiné 63/74 - P6020: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (16): Um dia de ronco, um lugar de (re)encontros, uma janela de oportunidades (Parte I)

(***) Último poste da série > 8 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12127: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (23): A placa toponímica "Parada Alf Tavares Machado" estava afixada na parede da messe de sargentos (Luís Guerreiro, Montreal, Canadá, ex-fur mil, CART 2410, 1968/70)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18314: (Ex)citações (328): Regresso de Iemberém, viagem até Bissau, das 3h às 10h da manhã... O Pepito continua no coração de muita gente do Cantanhez... Estive em Guileje, no dia 7. É sempre com emoção que ali paro... Mando-vos cinco fotos em homenagem a todos aqueles de vós que ali muito sofreram (Anabela Pires)


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje >  Memorial à CCAV 8350 (1972/1974) e ao alf mil Lourenço, morto por acidente em 5/3/1973. De seu nome completo Victor Paulo Vasconcelos Lourenço, era natural de Torre de Moncorvo, está sepultado na Caparica.Foi uma das 9 baixas mortais da companhia também conhecida por "Piratas de Guileje" e um dos 75 alferes que perdeu a vida no CTIG..

Em segundo plano, vê-se o nicho que ao tempo da CCAÇ 3477 (1971/77), "Os Gringos de Guileje", abrigava a  imagem de Nossa Senhora de Fátima e do Santo Cristo dos Milagres. A CCAÇ 3477 era, na alturam, comandada pel cap mil Abílio Delgado, nosso grã-tabanqueiro.


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Era a aqui a porta de armas, com a passadeira VIP feita com garrafas de cerveja dando acesso à pista de aviação, ao tempo da CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971), "Os Cobras de Guileje", de que era comandante o cap inf Jorge Parracho.


Foto nº 3  > Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Pormenor da passadeira VIP feita com garrafas de cerveja...


Foto nº 4 > > Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guildje > Interior da capela, da CART 1613 (1967/68), entretanto  renascida das cinzas, graças ao empenho da população local, da AD, do Pepito e do Domingos Fonseca, e da boa vontade de alguns velhos tugas, o "grupo de amigos da capela de Guileje", com o apoio do Blogue Luís Graça & Canmaradas da Guiné. A data da sua inauguração oficial foi 20 de janeiro de 2010 (com a presença de nossa amiga Júlia Neta, viúva do Zé Neto, entre outra gente ilustre)... Guileje voltou a ser um local de paz, de fé, de solidariedade, de (re)encontro, de ecumenismo, de esperança.  Não sabemos se tem sido utilizado mais vezes em atividades de culto. Em 2010 foi consagrada pelo bispo de Bafatá.

A imagem de Nossa Sra de Fátima foi oferecida e trazida, em março de 2010,  pelos nossos camaradas e grã-tabanqueiros António Camilo e Luís Branquinho Crespo,


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região de  Tombali > Guileje > Núcleo Museológcio Memória de Guiledje > A placa original, restaurada, que estava afixada na parede da capelinha, ao tempo da CART 1613 (1967/68), "Os Lenços Verdes", comandada pelo cap art Eurico Corvacho (falecido em 2011).

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 7 de fevereiro de 2018 > Núcleo Museológico Memória de Guiledje

Fotos: © Anabela Pires (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


1, Mensagem de Anabela Pires, com data de ontem, às 19:00:

[Anabela Pires, janeiro de 2012, em Catesse, no sul da Guiné-Bissau, foto acima,  de Pepito... Nascida em Moçambique, técnica superior de serviço social no Ministério da Agricultura, reformada, amiga dos nossos grã-tabanqueiros Jero (Alcobaça), Alice Carneiro (Alfragide/Amadora), e do nosso saudoso Pepito, cidadã do mundo, "globetrotter", esteve três meses, entre janeiro e março de 2012, integrada, como voluntária, no projeto do Ecoturismo, da AD - Acção para o Desenvolvimento, e a viver em Iemberém; foi o golpe de Estado de 2012 que a obrigou a sair da Guiné-Bissau; está lá de novo, desde 18 do corrente; tem 25 referências no nosso blogue, dela publicámos o "diário de Iemberém"; pacifista e feminista, ela não gosta que a gente lhe chame uma "mulher de armas"... mas é assim que a gente a vê, aqui da Tabanca Grande]

Caro Luís,

Só hoje [, dia 12,]  ao chegar li o teu email em que me pedias para saber notícias do pai da Alicinha e do seu avô (*). Foi uma pena mas na noite anterior à partida deitei-me bem cedo e nem computador levei para Iemberém. 

Consegui lá chegar [, a Iemberém,] e regressar sã e salva! Fiz parte da viagem de autocarro e para cá de 7place (tipo táxis coletivos) e o resto num jipe que está em Iemberém - fizeram o favor de me ir buscar e levar a Quebo pagando eu somente o gasóleo. 

Foi um regresso muito emotivo mas que eu precisava de fazer para encerrar o capítulo que tinha sido suspenso pelo Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 e depois com o desaparecimento do nosso tão estimado Pepito deste mundo.

Penso que para as pessoas de lá também foi reconfortante saberem que, apesar de eu só lá ter estado 3 meses,  regressei para as visitar. Como podes imaginar,  o Pepito esteve sempre presente nas nossas conversas. É daquelas pessoas que,  mesmo não estando fisicamente,  estão sempre nas nossas memórias e nos nossos corações e, quando digo "nossos",  refiro-me também a muitas, muitas pessoas de Cantanhez. 

Hoje estou muito cansada (saí de Iemberém às 3 horas da manhã e cheguei a Bissau às 10 - a estrada de Quebo até Guileje está muito pior do que há 6 anos!) mas quero dizer, a todos aqueles que aqui muito sofreram na guerra colonial, que faço sempre uma paragem em Guileje, em vossa homenagem.

Vou sempre à capelinha que,  embora tenha agora por fora um ar muito abandonado, mantém a imagem de Nossa Senhora intacta. Quero dizer-vos que fico sempre encantada com o "passeio" feito de garrafas de cervejas enterradas e que ainda se mantém em muito bom estado (bem hajam por não terem partido e espalhado todo aquele vidro!). É sempre com grande emoção que ali paro. 

Aqui há uns meses li, por acaso, um livro chamado "Deixei o meu coração em África", de Manuel Arouca (só o consegui comprar na Internet) cujo cenário principal é exatamente Guileje na época da guerra. Esta leitura só aumentou o meu desejo de regressar. Tenho a certeza de que muitos de vós gostarão de o ler. 

Por hoje só vos envio 5 fotos que tirei agora em Guileje. (**)

Um enorme abraço para tod@s,
Anabela Pires
____________

Notas do editor: