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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10568: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (10): Hoje, no Porto Canal, às 22h00, o Programa Testemunho Directo vai ser dedicado aos ex-combatentes da guerra do Ultramar




1. De acordo com informações chegadas ao nosso Blogue, ontem dia 24 de Outubro de 2012, através do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), hoje dia 25 de Outubro pelas 22h00, irá para o ar no Porto Canal o programa televisivo Testemunho Directo com apresentação de Carla Ascenção. 

Um dos intervenientes será o nosso camarada António da Silva Batista, o morto-vivo, que feito prisioneiro pelo PAIGC, foi dado como morto pelas autoridades militares.

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2. Pela mesma via recebemos esta informação de João Sobral, Presidente da Direcção da Associação APOIAR:

PORTO CANAL- 25 OUTUBRO, 22 HORAS - Testemunho Directo

O Testemunho Directo é o espaço onde o PORTO CANAL dá tempo à grande reportagem. 
Um programa em que os assuntos que mais interessam à sociedade são falados, pensados e sentidos na primeira pessoa. 

Esta semana a grande reportagem será sobre os ex-combatentes da Guerra do Ultramar e por isso será do maior interesse o seu contributo para a compreensão do stress pós-traumático enquanto doença que afecta de modo muitas vezes incapacitante uma (%)percentagem dos ex-combatentes. Perceber a luta que a Apoiar e outras associações tem levado a cabo em nome destes homens, vitórias obtidas e caminho ainda a percorrer. 

A NÃO PERDER

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3. Mensagem do nosso camarada José Colaço (ex-Soldado Trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), com data de 24 de Outubro de 2012:

Caro Carlos Vinhal
Só para conhecimento, amanhã 25/10/2012 às 22 horas passa no Porto Canal uma pequena reportagem comigo sobre o tema o que a guerra fez com que a minha vida desse uma reviravolta.
De certeza que tem alguns lapsos devido à inexperiência do autor.

Um abraço
José Colaço

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4. Recebemos também ontem, dia 24, esta informação complementar do nosso camarada Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74)

O programa Testemunho Directo do Porto Canal a ir para o ar amanhã, dia 25 de Outubro pelas 22h00, será retransmitido nos dias:
26 (sexta-feira) às 13h00;
27 (sábado) à 01h00;
28 (domingo) às 19h00 e
31 (quarta-feira) às 15h00

Sousa de Castro
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 14 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10379: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (9): associações de militares e ex-militares, procuram-se (Valdemar Reis, doutorando em Ciência Política pela NOVA)

sábado, 22 de outubro de 2011

Guiné 63/74 - P8936: Agenda cultural (167): Programa Sobreviventes: reportagem sobre os ex-prisioneiros portugueses do PAIGC em Conacri, entre 1971 e 1974... SIC, 2ª feira, 21h (Cristina Freitas)




SIC > Programa Sobreviventes > 2ª feira, 24/10/2011, 21h >  Sinopse da reportagem... O programa Sobreviventes é apresentado nestes termos, no sítio da SIC:

"Série de oito programas de informação sobre portugueses que caíram em situações limite e conseguiram dar a volta e recuperar a vida. E conseguiram-no graças à sua determinação e à união de muitas vontades: a força da família e a presença dos amigos, o profissionalismo de equipas de socorro e a dedicação dos profissionais de saúde, o saber do médico e o sorriso do filho"...

Coordenação: Lúcia Gonçalves.


1. Em 6/7/2011, a jornalista Cristina Freitas, da SIC, contactou-nos nos seguintes termos:

O meu nome é Cristina Freitas e sou jornalista da SIC. Neste momento estou a trabalhar numa reportagem sobre prisioneiros da guerra colonial, em concreto sobre 8 portugueses que estiveram nas mãos do PAIGC, na Guiné Conacri, entre 1971 e 1974.

Tenho visto no seu blog várias publicações sobre o tema, nomeadamente sobre António Baptista, que ficou conhecido pelo "morto-vivo".

O que me leva a contactá-lo é o facto de estar a ter algumas dificuldades em encontrar imagens, preferencialmente em vídeo mas também em fotografia, de cenários da guerra colonial, nomeadamente da Operação Mabecos e do ataque a Saltinho. 

Penso que dado o seu blog poderá ajudar-me a entrar em contactos com alguns militares que tenham porventura esse material. É possível passar-me o seu contacto telefónico para falarmos um pouco melhor ?

Agradeço desde já pelo o seu tempo.

Cumprimentos, Cristina Freitas


2. Resposta do editor L.G.:

Cristina:  Aqui tem o meu telemóvel (...).. Ou telefones, do gabinete e de casa (...). O Álvaro Basto, [da Tabanca de Matosinmhos,] já me tinha falado do vosso trabalho... O caso do "morto-vivo do Quirafo" é um espanto... Tenho um vídeo sobre ele, consegui pô-lo a falar descontraídamente... Mas ele não é um "entrevistado" fácil, e tem problemas de saúde... Disponha. Farei o meu melhor para a ajudar. Saudações. Luís Graça

PS - A Operação Mabecos Bravios... Retirada de Madina do Boé, que acabou em tragédia (6 de Fevereiro de 1969)... é essa a que se refere ? Ataque ao Saltinho ou emboscada do Quirafo (Abril de 1972) em que esteve envolvido o Baptista ?


3. Nova mensagem da jornalista da SIC, com data de 19/7/2011

(...) Peço antes de mais desculpa por ter demorado tanto tempo a responder. Agradeço a sua disponibilidade.

Já conseguimos contactar o sr António Baptista e já gravamos entrevista com ele, bem como com mais 3 ex-prisioneiros.

Quanto às imagens que lhe pedia, encontrei-as por outros meios. De qualquer modo, agradeço o seu tempo.

Se quiser ver, a reportagem irá para o ar em Setembro/Outubro, no Jornal da Noite na SIC; no âmbito de um nova rubrica que se chamará Sobreviventes.

Obrigada, Cristina Freitas

 

4. Há dias recebemos uma 3ª e última mensagem da Cristina Freitas:

(...) Deverá estar recordado, contactei-o a propósito da minha reportagem sobre os prisioneiros de Conacri. Em anexo segue um vídeo promocional da reportagem. Se quiser partilhá-lo no seu blog, bem como a data de emissão da reportagem, está à vontade.

Envio-lhe email para lhe dar conta da data da emissão da reportagem. Se estiver interessado em ver, vai passar na 2ª feira, dia 24, no Jornal da Noite da SIC, pelas 21h00.

Obrigada e até uma próxima!

Cristina Freitas
SIC Porto

5. Comentário de L.G.:

O nosso blogue pode e deve ser uma fonte de informação e conhecimento para a comunidade, mais alargada, a quer pertencemos, desde os investigadores aos jornalistas. Congratulamo-nos pelo facto de histórias de "sobrevivência" como as do António Baptista ou do José António  Almeida Rodrigues possam chegar ao conhecimento do grande público, através da televisão. Tarde de mais ? Espero bem que não: programas como este não servem apenas um propósito de entretenimento, resultam de um trabalho de jornalismo de investigação. Vamos ver, na 2ª feira, a seriedade e a qualidade do trabalho da Cristina Freitas, desejando que o jornalismo televisivo possa também, de algum modo, ajudar à reparação, pelo menos moral, de um dívida que a sociedade portuguesa tem em relação a todos os antigos combatentes da guerra colonial/guerra do ultramar, em geral, e àqueles de nós que conheceram a amargura da prisão, em especial. Embora a guerra colonial (e a neste a caso a prisão em território inimigo) seja aqui vista apenas como mais uma situação limite, se não mesmo um fait divers.
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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de Outubro de 2011> Guiné 63/74 - P8918: Agenda cultural (166): doclisboa2011, IX Festival Internacional de Cinema, Lisboa, 20 a 31 de Outubro: a África, os africanos, e a história recente de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique em destaque: retrospetivas: (i) Jean Rouch; (ii) 'Movimentos de libertação' (Luís Graça)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8700: Convite (10): Os ex-combatentes, as alcunhas e as suas origens, no Programa da Manhã da TVI, dia 25 de Agosto de 2011

1. No seguimento da publicação do poste Guiné 63/74 – P8684: Páginas Negras com Salpicos Cor-de-Rosa (Rui Silva) (13): Como se apanha uma alcunha logo no primeiro dia de Guiné, a jornalista da TVI, Inês Morgado, deixou este comentário:

Bom dia Rui e respectivos responsáveis por este blog,
sou jornalista da TVI e estou interessada nesta história e em outras que contem como se "ganhavam" as famosas alcunhas e as histórias por detrás delas. No programa Você na TV iremos falar deste tema na próxima semana e gostavamos de ter a participação de combatentes da guerra colonial que tenham estas histórias para contar.

Caro Rui e quem esteja interessado, queiram contactar-me para inesfmorgado@gmail.com.
Muito obrigada!


2. Entretanto o nosso Tigre de Missirá, camarada Mário Beja Santos, mostrou-se interessado em participar no programa, pelo que fiz seguir a sua mensagem à senhora jornalista.


3. Hoje recebi esta mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos, que já fiz circular pela tertúlia, mas que fica aqui para conhecimento dos nossos leitores, e como convite a quem quiser participar no programa da manhã da TVI da próxima quinta-feira:

De: (DGC) Beja Santos
Data: 23 de Agosto de 2011 11:45


Assunto: Programa Você na TV

Queridos Amigos, 

Acaba de me telefonar esta senhora se eu contactava antigos combatentes que estivessem dispostos na 5ª feira a ir falar sobre alcunhas na guerra. Vejam, por favor, se podem dar colaboração a esta emissão .

Um abraço, 
Mário Beja Santos

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De: Inês Morgado [inesfmorgado@gmail.com]
Enviada: terça-feira, 23 de Agosto de 2011 11:34
Para: (DGC) Beja Santos
Assunto: Programa Você na TV

Bom dia,
muito obrigada uma vez mais pela sua disponibilidade.

O tema do programa será então acerca das alcunhas que os combatentes tinham durante a guerra colonial e as respectivas histórias por detrás das mesmas. O intuito é, portanto, ter em estúdio alguns ex-combatentes que nos venham contar as histórias das suas alcunhas e as de outros colegas se assim entenderem.

O programa é nesta quinta-feira nos nossos estúdios em Queluz de Baixo.

Relativamente à sua participação, eu precisava apenas que me desse algumas informações suas para transmitir ao Manuel Luís Goucha como fazemos sempre para os convidados que serão entrevistados.

1- Nome completo;
2- Idade;
3- Naturalidade;
4- Morada (para dar à produção);
5- Anos em que esteve na guerra colonial e onde;
6- O que fazia na altura em que teve de ir para a guerra;
7- Abreviadamente mencionar algumas das histórias que irá contar;
8- Qual era a sua alcunha e porque é que lhe foi dada a mesma;
9- Qual a sua profissão actualmente?

Muito obrigada.
Com os melhores cumprimentos,
Inês Morgado
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8148: Convite (9): Amigo Frade junta-te a nós para partilhares, lembrares e reviveres histórias por que passamos naquela saudosa terra (José Barros)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8602: Agenda cultural (146): Reportagem, na TVI, em data a anunciar, sobre a expedição Latitude Zeroº - Rota Ingoré 2011 (24 de Fevereiro / 4 de Março de 2011)



Imagem da página principal do sítio Latitude Zero - Rota Ingoré... Webmaster:  João Brito e Faro, da Moreira da Maia.

 
1. Estava prevista para hoje, na TVI, mas foi adiada para data... oportunamente a anunciar, a exibição de uma  reportagem sobre a expedição à Guiné-Bissau 2011, organizada pelo projecto Latitude Zeroº - Rota Ingoré 2011.

 Eis o teor da mensagem que recebemos do nosso leitor António Morais, com data de 18 do corrente:

No dia 25 de Julho, depois do telejornal das 20 horas – entre as 20h30 e as 21h30 – a TVi em Portugal irá apresentar a reportagem, de 30 minutos, realizada sobre a expedição da Latitude Zeroº – Rota Ingoré 2011,  pela Guiné-Bissau.

Recordamos que durante nove dias, de 24 de Fevereiro a 4 de Março de 2011, António Vieira, jornalista, e Norberto de Sousa, operador de imagem, da TVi, acompanharam esta expedição por Bissau – Ilhandé – Buba – Nhala – Guileje – Iemberem (Parque de Cantanhez) – Mato de Lautchande – Bambadinca – Bafatá – Farim – Bigene – Ingoré – Quinhicam – Canchungo – Cabienque – Tame – Canhobe – Ponta Pedra - Ilha de Pecixe – Bissau.

Em Canchungo, na Região de Cacheu, o tema será a Bankada Andorinha e o seu projecto de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa.


Relatos e fotos da viagem pela Guiné-Bissau: podem ser vistos aqui. A ONG Andorinha em Canchungo tem um blogue próprio, que pode ser visto aqui.

2. E a propósito, acrescente-se: A ONG Bankada Andorinha... (i) tem como objectivo promover a Língua Portuguesa e a Cultura em Língua Portuguesa (Canchungo, Região de Cacheu, Guiné-Bissau); (ii) nasceu de um programa radiofónico de promoção da Língua Portuguesa e da Cultura em Língua Portuguesa na Rádio Comunitária Uler A Baand e Rádio Babok em Canchungo na Guiné-Bissau; (iii) deu origem a diversas bankadas nos bairros de Canchungo, nas tabankas do sector de Canchungo, na Região de Cacheu e em Bissau, de jovens alunos e professores que se agrupam para falarem (treinarem, ultrapassarem o receio) a Língua Portuguesa e organizarem diferentes actividades (Nô Pensa Cabral!, Nô Mindjers bali pena!, Feira do Livro, sessões de sensibilização em escolas, etc).

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Nota do editor:
 
Último poste da série > 22 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8586: Agenda cultural (145): Concerto de Bubacar Djabaté, natural da mítica tabanca de Tabatô, terra de Kimi Djabaté e de outros grandes cantores e músicos, tocadores de balafon e de kora, dia 23, 6ª feira, às 23h, em Lisboa, no Arte & Manha

terça-feira, 19 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8569: Fotos à procura de... uma legenda (2): Carlos Miguel (Fininho), e Carlos Alberto Maravilhas Soares, do Comando de Agrupamento nº 1980 (Bafatá, 1967/68): Álbum de Amaro Oliveira António



Foto nº 1 - O ex-Fur Mil Carlos Miguel (Fininho), de pé, ao lado do 1º cabo Amaro Oliveira António, sentado, no Comando de Agrupamento nº 1980 (Bafatá, 1967/68)...




Foto nº 2 - "Homenagem ao Carlos Alberto Maravilhas Soares (guarda redes, já falecido) do Comando de Agrupamento nº 1980" [Bafatá, 1967/68]...

Fotos: © Amaro Oliveira António 2011). Todos os direitos reservados.


1. As fotos são do nosso leitor (e camarada de armas) Amaro Oliveira António (AOA), que pertenceu ao Comando de Agrupamento nº 1980 (1967/68), e onde trabalhou com o Alf Mil Ribeiro e com o Fur Mil Carlos Miguel...

São de fraca qualidade, mas merecem uma legenda... Foram enviadas no princípio do ano corrente... Com estas escassas legendas (*)... Aguardavam uma oportunidade para saírem no nosso blogue... Não temos mais informações sobre o nosso camarada Amaro Oliveira Amaro (AOA), que não pertence, formalmente, à nossa Tabanca Grande...(Fica aqui o convite para, doravante, se juntar ao nosso blogue, sentando-se debaixo do nosso secular, frondoso, fraterno, mágico, encantatório poilão, que abriga os nossos irãs, tanto os bons como os maus...).

Sobre o Carlos Miguel (actor de teatro popularmente conhecido como Fininho, que se retirou no final dos anos 90 para Salvaterra de Magos, depois de ter sido diagnosticado um cancro nas cordas vocais, obrigando-o a  abandonar a sua carreira no teatro de revista e na televisão), já aqui fizemos pelo menos duas referências (**)... Numa delas, o nosso camarada José Corceiro lançava, há um ano atrás,  um apelo para se recuperar fotografias do Carlos Miguel, do seu tempo de Guiné (1968/69), estando em curso a elaboração de um livro biográfico sobre o actor (que se popularizou sobretudo  com o Programa de televisão "Um dois três", da RTP1,  que teve várias séries, entre 1984 e 1998,  com o apresentador Carlos Cruz mas também com o António Sala; entre os actores cómicos que por lá passaram, conta-se o Carlos Miguel, o Raul Solnado e a Marina Mota):

(...) Tinha dois álbuns com fotografias da sua passagem pela Guerra, que guardava carinhosamente, mas já há uns anos que lhe desapareceram durante uma mudança de residência, pelo que neste momento não tem uma única foto desse período da sua vida.

Na Guiné esteve em Canjadude nos Gatos Pretos [, CCA 5,], mas também esteve algum tempo em Nova Lamego, em Bafatá, em Bissau e mais outros locais que visitou, que não pode precisar (...)
.

O nosso camarada Fernando Gouveia, ex-Alf Mil do Comando de Agrupamento nº 2957 (Bafatá, 1968/70) ainda o conheceu, em Bafatá. Tal como o ex-Fur Mil do BENG 447, José Manuel Fresta de Carvalho (**).

Sobre o falecido Carlos Alberto Maravilhas Soares, também não temos qualquer informação adicional.

Sobre o COM AGR 1980, 1967/68, temos a seguinte nota do nosso colaborador permanente José Martins:

(i) Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 1, em Lisboa;

(ii) Desembarcou em Bissau em 6 de Fevereiro de 1967;

(iii) Deslocou-se para Bafatá, aí  assumindo o comando e coordenação dos batalhões instalados nos sectores de Bafatá, Nova Lamego e Bambadinca em 7 de Fevereiro de 1967;

(iv) Foi rendido em 18 de Novembro de 1968 pelo Comando de Agrupamento nº 2957, recolhendo a Bissau e regressando à metrópole em 19 de Novembro de 1968.

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Notas do editor:

(*) Vd. poste anterior desta série > 17 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8565: Fotos à procura de... uma legenda (1): Álbum de Torcato Mendonça (CART 2339, Mansambo, 1968/69)

(**) Vd. postes de:

2 de Junho de 2010 >Guiné 63/74 - P6521: Em busca de... (135): Carlos Miguel (Fininho), ex-Fur Mil da CCAÇ 5, procura fotos suas do tempo de Guiné: Canjadude, Nova Lamego, Bafatá, Bissau (José Corceiro)

29 de Março de 2011 Guiné 63/74 - P8012: O Nosso Livro de Visitas (110): João Manuel Fresta de Carvalho, ex-Fur Mil Engenharia, que esteve 4 meses em Bambadinca e a maior parte do tempo no Saltinho, cujo aquartelamento ajudou a construir, ao tempo da CCAÇ 2406 (1968/70)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8172: Agenda cultural (116): O documentário de Diana Andringa sobre o Campo de Chão Bom / Tarrafal passa hoje na RTP1, às 23h00: Entre 1962 foram deportados para lá 100 presos políticos guineenses, 60 foram libertados em 1964 e os restantes em 1969



1. Mensagem da cineasta Diana Andringa, membro da nossa Tabanca Grande:



Data: 22 de Abril de 2011 12:15
Assunto: Tarrafal


O "Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta" vai passar na RTP1, dia 27, às 23H00.
Abraços,
 Diana

Sinopse (Fonte: RTP1):

Voltamos a este campo de desterro que tem muitas histórias para nos confessar... Chamavam-lhe "O Campo da Morte Lenta"; os críticos, naturalmente. Quando os presos eram portugueses, as autoridades chamaram-lhe primeiro, entre 1936 e 1954, "Colónia Penal de Cabo Verde" e depois quando reabriu em 1961 para nele serem internados os militantes anticolonialistas de Angola, Cabo Verde e Guiné, "Campo de Trabalho de Chão bom". Trinta e dois portugueses, dois angolanos, dois guineenses perderam ali a vida. Outros morreram já depois de libertados, mas ainda em consequência do que ali tinham passado. Famílias houve que, sem nada saberem do destino dos presos, os deram como mortos e chegaram a celebrar cerimónias fúnebres.

A convite do Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Verona Pires, os sobreviventes reencontraram-se para um Simpósio Internacional sobre o Campo de Concentração do Tarrafal, resultou deste encontro este documentário produzido e realizado por Diana Andringa com o apoio da Fundação Mário Soares e da Fundação Amílcar Cabral.



 2. Comentário de L.G.:

Já aqui nos referimos ao documentário de Diana Andringa sobre o Campo de Chão Bom, Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde. Realizado em 2009, foi estreado em Lisboa, no IndieLisboa'10, 7º  Festival Internacional de Cinema Independente, Culturgest,  23 de Abril de 2010. 

Para o Campo de Chão Bom foram deportados, em 4 de Setembro de 1962, cem presos políticos guineenses, juntando-se aos angolanos que já lá estavam.  Muitos dos guineenses terão sido presos arbitrariamente pelo PIDE, não  tendo  qualquer ligação ao PAIGC, criado em 1956,  e que a partir de 3 de Agosto de 1961 irá passar à chamada acção directa ( sabotagens, corte de vias de comunicação, etc.), antecipando assim a luta armada, iniciada oficialmente (segundo a historiografia do PAIGC) em 23 de Janeiro de 1963, em Tite. 

Este período, de 1961 a 1963, de forte repressão por parte da PIDE (que não teria no território mais de 30 agentes metropoliitanos), é  ainda mal conhecido da maior parte dos portugueses e dos guineenses, incluindo os combatentes (do lado e do outro) da guerra colonial de 1963/74.  

Já foi feita, no entanto, referência à  figura do advogado e escritor Artur Augusto Silva (1912-1983), casado com a nossa amiga Clara Schwarz e pai do nosso amigo Pepito, e que se destacou nesta época na defesa de presos políticos guineenses:  Cidadão empenhado, grande africanista,  português e guineense, jurista corajoso,   amigo pessoal de gente ligada às letras e às artes, mas também de diversas figuras ligadas ao Estado Novo, a começar pelo Prof Marcelo Caetano, de quem foi aluno,  foi advogado de defesa em 61 julgamentos de presos políticos, acusados de sedição, um deles com 23 réus, tendo tido apenas duas condenações em todos esses julgamentos. Em 1966, acaba também ele por ser preso pela PIDE, à chegada a Lisboa, e mantido vários meses no forte de Caxias sem culpa formada. Acabou por ser solto, mas impedido de voltar à Guiné.

Os 100 guineenses, deportados em 4 de Setembro de 1962,  foram juntar-se  aos 107 angolanos que já lá estavam. Os guineenses foram alojados numa ala separada.  Em 1964 saíram cerca de 60 guineenses, sem qualquer culpa formada nem julgamento,  sendo os restantes libertados em 30 de Julho de 1969, no âmbito da política "Por uma Guiné Melhor", do Governador Geral e Com-Chefe António Spínola.  Recorde-se que, ao todo, Spínola mandou libertar 92 presos políticos, incluindo um dos históricos do PAIGC, Rafael Barbosa  (1926-2007), detido na colónia penal da Ilha das Galinhas, nos Bijagós.

Dos 238 presos angolanos, guineenses e cabo-verdianos que estiveram no Tarrafal, na 2ª fase (1961-1973), apenas menos de um quarto (cerca de 50) estavam ainda  vivos, em 2009. No 1º período do Tarrafa (1936-1954) , o número de presos foi de cerca de 340, todos eles portugueses, opositores ao regime de Salazar, literalmente desterrados, presos arbitrariamente, sem direito a defesa nem a cuidados de saúde... 

O documentário de Diana Andringa, com duração de hora e meia, foi feita basicamente com  três dezenas de entrevistas, feitas no interior do antigo campo, e inclusive nas antigas celas, por ocasião do Simpósio Internacional sobre o Campo de Concentração do Tarrafal, que teve lugar entre 28 de Abril e 1 de Maio de 2009. A realizadora preferiu concentrar-se na 2ª parte da história,   menos conhecida ou menos falada, deste campo de concentração, ou seja, o período em que foi reaberto, em 1961, e que vai até 1974.   
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Nota do editor:

Último poste da série >  11 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8085: Agenda Cultural (116): Conferência de António Graça de Abreu, Museu do Oriente, 3ª feira, 12 de Abril, 18h00, entrada livre > A megacidade de Xangai, um olhar de 30 anos

domingo, 10 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8076: O Nosso Livro de Visitas (110): Maria João Guardão, realizadora da série documental Eu Sou África... que está a passar também na RTP - África (Veja-se o vídeo, respeitanta ao 2º episódio: Augusta Henriques, fundadora da ONG Tiniguena, técnica de serviço social formada em Portugal, uma força da natureza, uma mulher grande, para quem África é o continente do futuro)

 1. Mensagem de Maria João Guardão, realizadora da série documental Eu Sou África:




Data: 9 de Abril de 2011 10:31
Assunto: Pepito - Eu Sou Africa


Caro Luis Graça,

Sou realizadora de uma série documental - EU SOU ÁFRICA - , cujo último episódio se mostra hoje [, sábado,] na RTP2, 19h. Sucede que este último episódio  se fez com e à volta de Carlos Schwarz da Silva, Pepito, e dos seus. E sucede ainda que a primeira vez que li a historia da vida dele foi no auto-retrato publicado na sua Tabanca [, vd. A sombra do pau torto, por Carlos Schwarz] 


Portanto, este email - info + agradecimentos - segue com um enorme atraso (ainda pior porque me encontro fora de Portugal e com acesso limitado à Net) mas, espero, ainda a tempo - metade da série passará ainda na RTP África, tem acesso à lista de exibição nos links que seguem com o att. 

Obrigada e até sempre

Maria João
________


Maria João Guardão
DESMEDIDA Filmes 
Rua Bernardim Ribeiro 63, 5D
1150-069 Lisboa


Contact +351 21 3539922 / 96 2505714

2. Comentário de L.G.:


O programa Eu Sou África tem uma conta no Facebook...  Na RTP2 passou ontem o último episódio. Na RTP África o último episódio (o 10º , com o Pepito, da Guiné-Bissau) só passará no dia 6 de Maio... Aqui vai a lista completa.


Na RTP África passa às sextas-feiras, às 21h30 (hora de Lisboa) e aos domingos (19h30)...




EP. 1 - IRMÃ CATARINA PAULO (Moçambique) - 4 MARÇO 
EP. 2 - AUGUSTA HENRIQUES (Guiné-Bissau) - 11 MARÇO  [vídeo: 27' 58'']
EP. 3 - JOÃO CARLOS SILVA (São Tomé e Príncipe) - 18 MARÇO
 EP. 4 - MAMI ESTRELA (Cabo Verde) - 25 MARÇO 
EP. 5 - LUZIA SEBASTIÃO (Angola) - 1 ABRIL 
EP. 6 - MÁRIO KAJIBANGA (Angola) - 8 ABRIL 
EP. 7 - CONCEIÇÃO DEUS LIMA (São Tomé e Príncipe) - 15 ABRIL 
EP. 8 - CAMILO DE SOUSA (Moçambique) - 22 ABRIL 
EP. 9 - MÁRIO LÚCIO (Cabo Verde) - 29 ABRIL 
EP.10 - PEPITO|CARLOS SCHWARZ (Guiné-Bissau) - 6 MAIO

Os vídeos (com cerca de meia hora de duração) que já foram exibidos na RTP2, estão já disponíveis no sítio da RTP África. É o caso, por exemplo, do vídeo correspondente ao 2º episódio, dedicado a uma figura feminina da Guiné-Bissau, a Augusta Henriques, 58 anos, nascida nos Bijagós, técnica de serviço social (formada em Portugal, regressada à Guiné-Bissau em 1976), secretária-geral da ONG Tiniguena, que tem trabalhado sobretudo no Arquipélago dos Bijagós, e com as mulheres. É uma força da natureza, esta mulher, esta "mulher grande", com para quem o grande trunfo da Guiné Bissau é a sua biodiversidade e a sua riqueza cultural...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8060: Agenda cultural (115): Reportagem de Conceição Queiroz, na TVI, no passado dia 28 de Março, sobre a Mutilação Genital Feminina (Hugo Moura Ferreira)

1. Mensagem do nosso camarada Hugo Moura Ferreira:

Data: 3 de Abril de 2011 19:23
Assunto: MGF

Caros editores:

No passado dia 28 de Março, a TVI apresentou o REPÓRTER TVI, ["Cicatriz", ]  que versou sobre a Mutilação Genital Feminina, com declarações bem interessantes, apresentado por uma jornalista [, Conceição Queiroz, ] que profissionalmente considero bastante.

Como sei que há alguns dos camaradas que se interessam por este tema, aqui deixo o link da TVI para a referida Reportagem, a fim de que possa ser circulado por vós, se assim entenderem:

http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/13406717/1 [Vídeo: 37' 32'']

Abraço amigo.

Hugo Moura Ferreira

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8049: Agenda Cultural (114): Eu sou África, um documentário dedicado ao Cantanhez, à AD - Acção para o Desenvolvimento e a um homem especial, o nosso amigo Pepito, na RTP2, 9 de Abril, sábado, 19h00

1. Mensagem do nosso amigo Pepito, com data de hoje

Assunto - Eu sou África, na RTP2

Caro Pessoal
No próximo dia 9 de Abril (sábado) pelas 19h00, a RTP 2 vai passar uma reportagem sobre a AD no sul do país (Parque Nacional de Cantanhez). Dura 30 minutos.

É ocasião para os que já o conhecem, revisitarem este local fabuloso. Para os que ainda não foram lá, comecem a fazer as malas para vir cá.
abraços a todos 
pepito


2. Informação recolhida no sítio da RTP sobre este programa (Eu Sou África, RTP2, 2011)

Género: Documentário
Ficha Técnica: Produção: Vitrimedia: Realização: Maria João Guardão

A história de 10 pessoas contada em episódios

Eu Sou África é uma série documental de 10 episódios, dois por cada um dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. 

Cada um dos filmes desta série retrata a vida e a obra de um(a) africano(a) implicado(a) na história e no desenvolvimento social,  político e cultural do país onde nasceu. Eu Sou África revela dez heróis desconhecidos do grande público e desfaz os lugares comuns depreciativos da realidade dos PALOP. 

Na diversidade das suas experiências e reflexões, o que estes dez africanos dão a ver é a emergência de uma nova África de língua portuguesa – um lugar em que a esperança tem toda a razão de ser. O último episódio é dedicado à Guiné-Bissau e a um dos seus filhos, co-fundador e director executivo da ONG AD- Acção para o Desenvolvimento.

Carlos Schwarz da Silva [Pepito]

Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em [Bissau], em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura. Na Guiné Bissau, todos o conhecem como Pepito, lutador incansável contra as más práticas de Estado, mas sobretudo contra a fome, pela cidadania e pelo desenvolvimento.

Fundador do pioneiro DEPA (Departamento de Experimentação e Pesquisa Agrícola) e da ONG Ação para o Desenvolvimento (AD), deputado, neto de polacos que sobreviveram ao Gueto de Varsóvia, filho de um jurista nacionalista preso pela PIDE, pai de 3 filhos, avô de 2 netos, Pepito é, nas palavras dos anciãos balantas, um homem grande.

Testemunha o 25 de Abril frente ao quartel do Carmo, com a mulher, Isabel Lévy Ribeiro, e juntos regressam a Bissau, determinados a viver intensamente o tempo histórico que lhes coube. Com 25 anos e um diploma na mão, Pepito sabe principalmente que quer mobilizar as pessoas para a acção, mesmo que isso signifique recomeçar inúmeras vezes do zero. Ele e os seus recomeçaram sempre. 


A viagem que fazemos, de Bissau à Floresta de Cantanhez – dois dos pólos de acção da AD – , é uma travessia pela sabedoria de um país repleto de singularidades. “A Guiné Bissau tem trinta e duas etnias: são trinta e duas maneiras de pensar diferente, de dançar diferente, de fazer cultura diferente, de filosofias de vida diferentes. É uma riqueza extraordinária se todas forem consideradas elementos que potenciam a união”. 

São estes saberes que Pepito privilegia – contrariando leis ou métodos impostos pelo exterior –nas reuniões com os mais velhos, na festa com os mais novos, nas conversas com mulheres e homens de experiências variadas, muitos dos quais ousaram seguir as práticas informais e eficazes que a equipa do engenheiro agrónomo foi pesquisando e testando, um projecto que se declina na agricultura e no eco-turismo, mas também nas Escolas de Verificação Ambiental, nas televisões e rádios comunitárias. Nas tabancas do sul, no antigo quartel de Guiledge – marco crucial da luta pela independência, memória viva -, em Quelélé, o que está em marcha é a luta contínua pela cidadania e por condições de vida dignas para os guineenses. 




(Fonte: Adapt. do sítio Eu Sou África) (Com a devida vénia)

__________________


Nota do editor:

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7734: Agenda cultural (107): Hoje, na SIC, Grande Reportagem, às 21h15, retoma-se um episódio bem amargado da guerra na Guiné, já tratado exaustivamente no nosso blogue há mais de 3 anos...





Guiné > Região do Cacheu > Bula > CAV 2487/BCAV 2862 (1969/70) > Sábado, 18 de Outubro de 1969 > Dois mortos e um ferido no final da Op Ostra Amarga (também ironicamente conhecida como Op Paris Match)... As NT (2 Gr Comb da CCAV 2487, comandadas pelo Cap Cav Sentieiro, hoje Coronel), caiem num emboscada do PAIGC... O combate é presenciado por jornalistas estrangeiros e registado em filme por uma equipa da televisão francesa, "embebbed" nas NT...  Entre esses jornalistas estava Geneviève Chauvel (na foto, em primeiro plano, sentada e, em segundo plano,  o Cap Cav  Sentieiro, no rescaldo da emboscada).  


Foto: © José Sentieiro (2007) (Gentilmente cediada ao nosso co-editor, Virgínio Briote).


1. A SIC, no seu programa Grande Reportagem, na edição de hoje, às 21h15, dedicada ao início da guerra colonial há 50 anos, em Angola (4 de Fevereiro de 1961), diz no seu sítio que o episódio de hoje, "A Emboscada", conta a história de um ataque a uma patrulha portuguesa na Guiné... E garante: "Imagens inéditas... A guerra colonial como nunca a viu" (*)... 


Na realidade, este episódio já foi aqui tratado por nós há mais de 3 anos, de maneira exaustiva e com grande profissionalismo, graças sobretudo à competência e ao empenhamento do nosso co-editor Virgínio Briote... Não sabemos se há ou não factos novos na apresentação e análise deste episódio de guerra (ocorrido no sector de Bula, num sábado, 18 de Outubro de 1969, no ano em que o homem pôs o pé na lua...), por parte da equipa da Grande Reportagem (no vídeo de menos de 4 minutos que está disponível do sítio da SIC > Grande Reportagem,  há apenas curtas intervenções do Cor Cav Ref José Sentieiro, da ex-enfermeira pára-quedista e membro da nossa Tabanca Grande, Rosa Serra, e ainda e do nosso camarada, natural de Peniche, Leonel Martins, que viu morrer a seus pés o seu amigo e conterrâneo Henrique Ferreira da Costa; o outro morto foi o António da Silva Capela, de Ponte de Lima; as NT pertenciam à  CCAV2487 / BCAV 2862, Bula, 1969/70)...


Mesmo que a televisão trate, em geral,  com superficialidade este e outros acontecimentos da nossa história contemporânea, já recomendámos aos nossos leitores a atenção para a emissão da Grande Reportagem de hoje... Mas não se diga que as imagens são "inéditas" (sic): o trabalho da SIC utiliza excertos do vídeo produzido pela equipa da televisão francesa, ORTF (**), e já amplamente divulgado e enquadrado por diversos postes nossos em Novembro e Dezembro de 2007, portanto há mais de 3 anos... 


Também Diana Andringa e Flora Gomes, no seu documentário As Duas Faces da Guerra (2007), já haviam utilizado excertos desse vídeo, francês, de 14 minutos... No filme, já eram entrevistados o Cor Cav Ref José Sentieiro e outros dois  protagonistas dos acontecimentos,  o Leonel Martins e o Pedro Gomes (este entretanto falecido).


Não sei se a equipa da Grande Reportagem conseguiu contactar, como pretendia, alguns dos jornalistas franceses que iam "embebbed" na coluna emboscada (antes de se tornar moda)... Como dissemos na altura, havia pelo menos uma mulher, uma jornalista francesa (hoje, escritora, autora de romances históricos,  Geneviève Chauvel , de seu nome)... Ela terá sido uma das raras mulheres, jornalistas, estrangeiras, a testemunhar uma cena de combate no TO da Guiné, no período da guerra colonial, no decurso da Op Ostra Amarga (também designada ironicamente por Op Paris Match) (***).

Recorde-se aqui o excelente trabalho dessenvolvido pelo Virgínio Briote (VB): Na sequência de contactos com Cor Cav Ref José Sentieiro, a viver em Torres Novas, o nosso co-editor localizou, na Internet, a bela e misteriosa jornalista francesa e correspondeu-se com ela...

Já demos conta desse aventura... à procura do tempo perdido, publicando parte da correspondência entre ambos...

Como editor do blogue, manifestei, na altura,  o meu grande apreço pelas diligências feitas pelo VB, a sua persistência, a sua inteligência emocional, a capacidade de utilização da sua rede de contactos sociais (ou não tivesse sido ele um homem do marketing farmacêutico, a par de um grande operacional, comando, na Guiné)...







Guiné > Região do Cacheu > Bula > BCAV 2862 (1969/70) > Sábado, 18 de Outubro de 1969 >  Spínola, que dera cobertura à operação jornalística, apressa-se a aparecer no local, acompanhado pelo seu ajudante de campo, Almeida Bruno bem como pelo comandante do BCAV 2862, Ten Cor Morgado... Na foto, de costas, o Cap Cav José Maria Sentieiro, comandante da CCAV 2485, que por impedimento do comandante da CCAV 2487, foi encarregado de dirigir este patrulhamento. ~


Imagem obtida no rescaldo da emboscada que custou dois mortos à CCAV 2487. Cópia da imagem do Paris-Match.






O General Spínola, ladeado pelo Major Alameida Bruno (de G3 e luvas), Major João Marcelino (2º Comandante do BCAV 2868, então em Bissau e que apanhou boleia no heli) e o Ten Cor Alves Morgado, Comandante do BCAV 2868 que acompanhou o desenrolar da acção. Foto tirada no  local, no rescaldo após a emboscada. Imagem extraída da edição do Paris-Match nº 1071, de 15 de Novembro de 1969.




2. Sobre o General Spínola, escreveu Chauvel no semanário Paris-Match, quase um mês depois da emboscada:

Monóculo no olho, apoiando-se no seu pingalim, este oficial parece surgir de um filme dos anos 30. Não é o Pierre Renoir de 'La Bandera', nem o Von Stroheim de 'La Grande Illusion'. O general português Spínola faz verdadeiramente a guerra. Na Guiné. Imagem soberba e irrisória: um pequeno país que possuía, há quatrocentos anos, um império imenso, sobre o qual o sol nunca se escondia, esgota-se hoje no último combate colonial do século.



Entre a Gâmbia e a Guiné de Sékou Touré, a Guiné Portuguesa conta com um punhado de colonos, face a meio milhão de autóctones, num território do tamanho de um departamento francês. De há oito anos a esta parte está transformado num campo de batalha. A guerrilha dos rebeldes, armados pela China e muito organizados – revistas, instrução política, jornais de propaganda – absorve cada vez mais as tropas portuguesas.
Lançados num país muito quente, com uma vegetação muito densa, vigiados pelo inferno das emboscadas, os camponeses de Beja, os pescadores da Nazaré ou os estudantes de Coimbra cuidam da sua elegância, a exemplo do seu comandante-em-chefe: “Mais vale ir para o céu com um uniforme como deve ser”. 


Fonte: Paris-Match, nº 1071, L’étranger, pp. 30 e 31, texto de Geneviève Chauvel-Gamma. Tradução livre de V. Briote. (Com a devida vénia...).(****)


__________


Notas de L.G.:


(*) Vd. poste de 26 de Janeiro de 2011 >Guiné 63/74 - P7679: Agenda cultural (103): Programa na SIC com o Cor. Sentieiro - o Capitão da "Ostra Amarga" – 6 Fevereiro 2011 (Virgínio Briote)

(**) 8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)


(***) Vd poste de 15 de Dezembro de 2007 >Guiné 63/74 - P2351: Vídeos da Guerra (6): Uma Huître Amère para a jornalista francesa Geneviève Chauvel (Virgínio Briote / Luís Graça)


Vd. também os postes de:


8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2250: Vídeos da guerra (3): Bastidores da Op Ostra Amarga ou Op Paris Match (Bula, 18Out1969) (Virgínio Briote / Luís Graça)


11 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2256: Vídeos da guerra (4): Ainda nos bastidores da Operação Paris Match (Torcato Mendonça / Luís Graça / Diana Andringa)


13 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2261: Vídeos da guerra (5): Nos bastidores da Op Paris Match: as (in)confidências de Marcelo Caetano (Manuel Domingues)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7679: Agenda cultural (103): Programa na SIC com o Cor. Sentieiro - o Capitão da "Ostra Amarga" – 6 Fevereiro 2011 (Virgínio Briote)


1. O nosso camarada Virgínio Briote (ex-Alf Mil Comando, Brá, 1965/67), enviou-nos a seguinte mensagem em 21 de Janeiro de 2011:
Programa na SIC
Caros Luis, Carlos e Eduardo,
O Cor Sentieiro (o Capitão Cmdt da Cª da "Ostra Amarga") telefonou-me um dia da semana passada. Já há cerca de dois anos que não falávamos mas o Cor. Sentieiro não perdeu o espírito vivo e a memória acurada, que o caracterizam, apesar dos problemas que teve com o fígado que o obrigaram a trocar por um novo.
Telefonou-me para me dar uma informação. Acabava de ser contactado por um jornalista da SIC que lhe solicitava uma data para um encontro pessoal. Esclarecidas as razões do interesse da SIC, o Coronel acordou em os receber na sua casa de Torres Novas, não sem referir que o caso da "Ostra Amarga" já tinha sido muito discutido, nem tinha sido um dos mais significativos por que passou na Guerra na Guiné, e seguramente muito menos para outros militares portugueses e que o que tinha dado projecção ao episódio foi o facto das filmagens terem sido obtidas em directo por um grupo notável de profissionais da informação, todos franceses e já com algum traquejo de situações idênticas ou do mesmo género.
Aproveitei para lhe dizer que o seu Filho Miguel nos tinha enviado, em tempos, uma mensagem sobre o filme da "Ostra Amarga". Ficou surpreendido e pediu-me que lhe lesse o teor da mensagem. Fui ao blogue e li-lhe o texto devagar, para lhe dar tempo. No fim, do outro lado, o silêncio. E do meu lado, o mesmo, fiquei sem pedalada durante uns segundos para continuar. Demos a volta e combinámos encontrar-nos brevemente.

Hoje, há momentos, voltou a ligar-me com novidades. Uma equipa da SIC tinha acabado de sair de sua casa, Torres Novas, a Cristina Boavida (jornalista SIC) tinha-o entrevistado durante cerca de duas horas e que o tema tinha sido a "Ostra Amarga". No início, quando se apresentaram, informaram que no próximo 6 de Fevereiro se comemoram 50 anos do início da Guerra em Angola. E uma das partes do programa Grande Reportagem é só sobre a Guiné. Disseram-lhe que, sobre a "Ostra", para além dele, contactaram ou iam contactar a enfermeira pára Rosa (não me soube dizer que Rosa, houve mais que uma), provavelmente uma que se vê num dos helis em evacuação, um militar da CCav emboscada (que não me soube dizer o nome) e que na próxima semana, a Cristina Boavida vai a Paris entrevistar a Geneviève Chauvel (no 1º contacto, o Cor Sentieiro tinha-lhe esclarecido o jornalista que havia um blogue sobre a Guiné, que tinham obtido o filme e que tinham contactado a jornalista Chauvel e que no blogue a história estava contada da forma que ocorrera).

Caros Camaradas, era isto que vos queria transmitir: que, aparte os meus pormenores, o importante é estarmos prevenidos para a data: 6 Fevereiro, domingo, SIC, Grande Reportagem.

Um abraço,
v briote
___________
Notas de M.R.:
A Grande Reportagem tem conta no Facebook:

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2784: Ninguém Fica para Trás (2): Mortos e abandonados como se fossem lixo militar (Henrique Cerqueira)

1. Mensagem do Henrique Cerqueira (1), enviada hoje às 15h:


Caro Luís:

Serve este e-mail apenas para dar os meus parabéns ao camarada Bonifácio (2) que está em Toronto. Fico ainda aliviado porque o meu pensamento final do e-mail anterior [, transcrito a seguir,] está certo, ou seja, Já Temos Idade Mas Não Conformados Com a Vontade dos Senhores.

Só consultei o nosso blogue depois de ter enviado o meu e-mail sobre o assunto em titulo. Fiquei de imediato muito feliz por ver que de muito longe e em cima da hora pensou mais ao menos como eu e, segundo parece, há muita mais gente que não dorme nem deixam que lhe "comam as papas na cabeça".

Em frente, Camaradas, não deixemos que o assunto morra nos meandros do mediatismo.

Henrique Cerqueira
Ex-Fur Mil
BCAÇ 4610/72/
3.ª Companhia
Biambe

4.º Gr Comb, CCAÇ 13
Bissorã
1972/74

2. Texto do Henrique Cerqueira, enviado às 12h30h:

Bom dia Luís e restantes camaradas da tertúlia.

Hoje resolvi escrever um pouco para o nosso blogue, para poder fazer algumas considerações sobre o programa transmitido pela SIC sobre os nossos camaradas que ficaram abandonados na Guiné (assim como nas outras províncias).

Foi com grande um grande aperto no peito que assisti ao referido programa. No entanto e quando o programa terminou fiquei estarrecido com a sensação de VAZIO que me acometeu. É que fiquei por saber se este tipo de operação é ou não para ter continuidade com os restantes camaradas MORTOS ao serviço de PORTUGAL, ou se na realidade este programa será mais um dos famigerados, à procura de audiências.

Espero que não,espero ainda que as consciências sejam mobilizadas para que uma vez por todas que o nosso PAÍS resolva assumir todas as atrocidades que cometeu com os filhos de PORTUGAL, que se viram privados da sua juventude e que em milhares dos casos MORRERAM e, como se não fosse suficiente, FICARAM ABANDONADOS como se de simples LIXO MILITAR se tratasse.

Lamento sinceramente que durante o programa nada fosse dito sobre o futuro dos restantes camaradas ABANDONADOS.

Caros Tertulianos e ex-Camaradas da Guerra,temos a responsabilidade de quanto mais não seja utilizar o Blogue para que se pressione todos os Senhores do Poder e até os meios de comunicação, para que não caia em saco roto a OBRIGAÇÃO A TODOS OS NÍVEIS DO ESTADO PORTUGUÊS ASSUMIR O REPATRIAMENTO DOS SEUS FILHOS MORTOS EM COMBATE E VERGONHOSAMENTE ABANDONADOS NAS TERRAS A QUE FORAM OBRIGADOS IR COMBATER.

Não discuto aqui se o que está a ser feito neste momento é ou não a forma mais justa,mas para que não haja maus juízos é URGENTE que o ESTADO divulgue o que pensa fazer e que não se espere que sejam CAROLAS, com mais ou menos PODER, a resolver alguns casos mais ou menos mediáticos.

A razão deste meu e-mail é pura e simplesmente impulsionado pela tal SENSAÇÃO de VAZIO que senti no final do programa.

Uma pequena nota antes de terminar: Às vezes no nosso Blogue, e com demasiada frequência no meu entender,vejo que há em vários temas um excessivo sentimento de derrota e até culpabilização. No meu entender, nós não temos nada que nos sentirmos derrotados. Tivemos vitórias militares e derrotas, mas o que tínhamos, isso sim, eram Vinte e tal anos. Se alguém tem que assumir derrotas, serão as cabeças pensantes que eram muito bem pagas para isso e até nem eram obrigados a ir para a guerra,o que aliás eu nem recrimino,só que eu fui obrigado daí ter autoridade para falar assim.

Bom termino, que isto já vai longo e se calhar vai trazer alguma discussão, o que de certo modo será o pretendido. É que a malta já está avançada na idade,mas não está acomodada a tudo que os poderosos querem, isso foi tempo.

Um abração para todos e seja o que Deus quiser.

Henrique Cerqueira
Ex-Fur Mil 72/74
Biambe/Bissorã

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Notas dos editores:

(1) Vd. poste de 18 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2549: Blogoterapia (42): 34 anos depois (Henrique Cerqueira)

(2) Vd. poste de 21 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2783: Ninguém Fica para Trás: Grande Reportagem SIC/Visão (1): A revolta de um veterano, emigrante no Canadá (João Bonifácio)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2250: Vídeos da guerra (3): Bastidores da Op Ostra Amarga ou Op Paris Match (Bula, 18Out1969) (Virgínio Briote / Luís Graça)







Guiné > Região do Cacheu > Bula > BCAV 2862 (1969/70) > 18 de Outubro de 1969 > Imagens brutais da reportagem Guerre en Guinée, que passaram na televisão francesa em 11 de Novembro de 1969, no programa Point Contrepoint e que os portugueses, devido à censura, nunca puderam ver antes do 25 de Abril de 1974 (1)...

Fotos: INA - Institut National de l' Audiovisuel (2006) / Cópia pessoal de Virgínio Briote (2)


1. Mensagem do Virgínio Briote:

Luís: Acabo de ter uma conversa telefónica com o Cor Cav, na reforma, Sentieiro, por intermédio de um conhecido comum.

A história que me conta, em resumo é a que segue (1):

(i) Era o comandante da CCAV 2485;

(ii) Tinha acabado de regressar de uma operação com 2 Gr Comb da sua Companhia;

(iii) Por impossibilidade do Cap J. Quintela, o comandante do batalhão (Ten Cor Morgado, que é o que aparece no fim do filme com Spínola e Almeida Bruno, e ainda hoje vivo) encarregou-o de comandar 2 Gr Comb da CCAV 2487.

(iv) Esta CCAV estava algo deprimida, por várias razões que não explicitou. Limitou-se a falar de 2 alferes que não tinham regressado das férias em Lisboa. Um deles apareceu em Paris, do outro não me soube dizer nada.

(v) O Ten Cor Morgado informou-o de que ia acompanhado por uma equipa da ORTF e de um ou dois jornalistas do Paris-Match.

(vi) Questionados pelo então Cap Sentieiro sobre a experiência que tinham de cenas de guerra, os jornalistas disseram que já tinham estado no Vietname (não presenciaram qualquer cena bélica), em Angola (idem) e em Moçambique (onde conseguiram filmar umas cenas do final de um rebentamento de uma mina);

(vii) E que pretendiam filmar o que viesse a acontecer, [no TO da Guiné, ] estando desejosos que viesse a haver contacto com o IN.

(viii) A cena filmada é a NE (?) de Bula (para os lados da base de Cobiana).

(ix) O tiroteio foi intenso, de um lado e do outro. As cenas, diz o Cor Sentieiro, não são nem mais nem menos do que as que ocorreram muitas vezes na Guiné.

(x) Que os jornalistas tiveram um comportamento muito profissional. Acabada a emboscada, quiseram ir atrás dele e não no final da coluna como aconteceu quando os GrCmb foram emboscados. Que ele, cap. Sentieiro, não lhes permitiu. Que atrás dele ia um tipo da absoluta confiança, normalmente portador de uma caçadeira ou de um LGFog.

(xi) Que a jornalista era a Chaubel (não tenho a certeza se se escreve assim; que há ainda em Paris uma casa de fotografia, que é da família dela).

(xii) Que ela ficou profundamente arrasada. Nem os acompanhou mais, apanhou o heli e regressou com o Almeida Bruno a Bula, onde desceu.

(xiii) Que era jovem e linda e que, à noite ao jantar, depois dos banhos, apareceu na messe com um vestido de pele, do tipo que as índias usavam nos filmes, sem nada por baixo.

(xiv) Que o militar que estava a servir (ele disse-me o que foi que estava na travessa, mas não fixei) se entusiasmou tanto com o que viu que se distraiu e entornou a travessa na mesa...

(xv) Que alguém em Bula (um dos jornalistas) o provocou, perguntando-lhe se ele, Cap Sentieiro, não terá previamente dado algum sinal ao IN...

(xvi) Que ele, Sentieiro, nunca viu o filme (1), que sabe que ele existe e que as únicas imagens que viu são as que às vezes aparecem na TV. Ele chama a essas imagens fruta fresca, isto é, quando a TV quer mostrar cenas violentas da guerra da Guiné, aí vão elas.

(xvii) Fiquei de lhe enviar o filme. Tenho algumas dúvidas sobre a oportunidade de o fazer, estar a mostrar-lhe cenas que ele pessoalmente viveu há quase quarenta anos. Mas foi tanta a insistência, que acabei por lhe prometer. Temos vários conhecidos comuns e estou convidado para almoçar com ele quando passar por Torres Novas.
E pronto, Luís.

Um abraço, vb

Nota de L.G. - A revista Paris Match publicou, na edição nº 1071, de 15 de Novembro de 1969, uma reportagem efectuada pelo(s) seu(s) jornalista(a)s que vieram (ou veio) à Guiné... Título da peça: Guinée: l'étrange guerre des Portugais [Guiné: a estranha guerra dos Portugueses]...

2. Operação Ostra Amarga

Extractos do PERINTREP Nº 42/69, Página 13 de 23

CAOP/BCAV 2868 (Intervenção-Sector 01)

Op Ostra Amarga
Patrulhamento
Pta Matar-Pta Ponate-Pta Fortuna-Pta Penhasse-Bissauzinho-Bofe
12 Out [de 1969]
7 dias
2 Gr Comb/ CCAV 2485; 2 Gr Comb / CCAV 2486; 2 Gr Comb / CCAV 2487

(i) 1º dia : 500 m a N Ponta Fortuna foi destruído um acampamento IN abandonado há 3 dias, com 14 casas de mato;

(ii) IN, avistado de longe, furtou-se ao contacto;

(iii) 7º dia, accionada uma mina A/P na região de Badapal, com 2 feridos NT; na região de Pecure, IN não estimado emboscou NT, retirando com 4 mortos e 2 feridos; as NT sofreram 2 mortos e 1 ferido; na região a L de Biura, IN não estimado emboscou NT, retirando pela reacção fogo manobra.

(iv) Restantes dias sem contacto.



Guiné > Região do Cacheu > Bula > BCAV Outubro de 1969 > Resumo informativo sobre as Op Caça Ratos, Op Ostra Amarga e Op Gato Assanhado


Ainda no mesmo PERINTREP:

Em 17 de Out[ubro de 1969], durante a Op Ostra Amarga, forças do BCAV 2868 accionaram uma mina A/P na região a sul de Capafa em 1545 1205 D3-86, causando 2 feridos graves às NT (Pelotão Cav BCAV 2868).

Segundo informações de elementos IN que estiveram na tabanca de Nhemgue na noite de 18 para 19 de Outubro, o IN sofreu 4 mortos e 2 feridos.





Lisboa > Belém > Forte do Bom Sucesso > Monumento aos Mortos do Ultramar > > 28 de Outubro de 2007 > Passei por lá e fotografei o muro onde constam os nomes dos infortunados camaradas António Capela, natural de Cabaços, Ponte Lima, e Henrique Costa, natural de Ferrel, Atouguia da Baleia, Peniche, mortos na Op Ostra Amarga / Op Paris Match... Para que sejam lembrados por todos nós e pelos vindouros... (LG)

Fotos: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.

3. Os mortos na Op Ostra Amarga (filme):

(i) António da Silva Capela

Soldado atirador, nº 07241868 / CCAV 2487 / BCAV 2868
Ferimentos em combate, em 18 de Out. de 1969

Solteiro

Pai: Gabriel dos Santos Capela / Mãe: Rosa Araújo da Silva

Freguesia de Cabaços / Concelho de Ponte do Lima

Local da operação: Bula

Local da sepultura: Cemitério de Lousa – Loures


(ii) Henrique Ferreira da Anunciação Costa

Soldado atirador, nº 03434368 / CCAV 2487 / BCAV 2868

Ferimentos em combate, em 18 de Outubro de 1969

Casado (com Noémia M. M. Oliveira)

Pai: Francisco Ferreira da Costa / Mãe: Maria da Anunciação Lourenço

Freguesia de Atouguia da Baleia / Concelho de Peniche

Local da operação: Bula

Local da sepultura: Cemitério de Ferrel – Atouguia da Baleia


4. Informações adicinais sobre o Batalhão de Cavalaria nº 2868 (Bula, 1969/70)
Unid. Mobilizadora: RCav 7

Comandante: Ten Cor Carlos Alves Morgado

2º Comandante: Maj Cav João Marcelino; Maj Cav Luís Casquilho

Of Inf Op Adj.: Major Cav Ruy Pereira Coutinho

Comandantes de Companhia

CCS: Cap SGE António Vagos

CCAV 2485: Cap Cav José Sentieiro

CCAV 2486: Cap Cav João Almeida; Alf mil José Fernandes

CCAV 2487: Cap Cav João Quintela; Cap QEO Caimoto Duarte

Divisa: Não Temo

Partida: 23 de Fevereiro de 1969 / Desembarque: 1 de Março de 1969 / Regresso: 30 de Dezembro de 1970

Actividade Operacional: Síntese


(i) Com a sede em Bissau, foi-lhe atribuída a função de intervenção como reserva do Com-Chefe.

(ii) Em princípios de Abril 1969, estabeleceu um posto de comando avançado em Cacheu, com a missão de actuar nas regiões de Churo e Pecau, a fim de deter o alastramento da luta armada à região do “Chão Manjaco”, em área temporariamente retirada ao BCAÇ 2845.

(iii) Após um curto período de IAO, até 19 de Abril de 1969, comandou e coordenou a actividade de duas das suas unidades e outra ali instalada do antecedente, desenvolvendo actividade operacional de patrulhamento, batidas e emboscadas nas regiões de Churo-Pecau-Quesse e do Cacheu.

(iv) Em 30de Agosto de 169, após substituição pelo Comando Militar do Cacheu, transferiu o Pel Cav para Bula, onde assumiu em 5 de Setembro de 1969 a responsabilidade do sector 01-A, então criado nesta zona por subdivisão da área do BCAÇ 2861, com a sede em Bula e incluindo as suas subunidades também ali estacionadas, e depois outras que lhe foram atribuídas em reforço.

(v) Em 8 de Janeiro de 1970, duas das subunidades passaram a ter a sua sede em Ponta Augusto Barros e Pete, com vários destacamentos disseminados nas respectivas áreas de acção. (…)

(vi) A partir do início de 1970, a sua actividade foi especialmente orientada para o desenvolvimento e promoção sócio-cultural do “Chão Manjaco”, com abertura de itinerários e asfaltamento da estrada Bula- S.Vicente e orientação e construção de aldeamentos da população.

(vii) Pela acção desenvolvida, destacam-se as operações “Freio Reluzente” e “Pequeno Baio”, entre outras.

(viii) Dentre o material capturado ao IN, salientam-se 8 espingardas, 4 lanças granadas-foguete e levantamento de 28 minas.

(ix) Em 1 de Dezembro de 1970, o BCAV 2868 foi rendido no sector 01-A pelo BCAÇ 2928, recolhendo a Bissau, a fim de aguardar embarque.

Nota de vb - Seguem-se as Companhias, com a descrição dos percursos da comissão, sem notas relevantes. O BCAV 2868 tem História da Unidade (Caixa nº 117- 2ª Div/4ª Sec do AHM).

5. Bula > Comando de Agrupamento Operacional


COMANDO de AGRUPAMENTO OPERACIONAL

COMANDO de AGRUPAMENTO OPERACIONAL OESTE

COMANDO de AGRUPAMENTO OPERACIONAL nº 1

Início em 8 de Janeiro de 1968 / Extinção em 1 Julho de 1974

Cmandantes: Cor Pára Alcínio Ribeiro / Cor Art Gaspar Freitas do Amaral

Cor Pára Rafael Durão / Tem Cor Inf Pedro Henriques

Cor Pára João Curado Leitão

CEM: Maj CEM Passos Ramos / Maj CEM Santiago Inocentes

Maj Art Pimentel da Fonseca / Maj Inf Bacelar Pires

Maj Art Fernandes Bastos
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Notas de V.B./L.G.:

(1) Vd. post de 8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)

(2) Vd. post de 16 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1958: Vídeos da guerra (1): PAIGC: Viva Portugal, abaixo o colonialismo (Luís Graça / Virgínio Briote)