quinta-feira, 12 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9735: O Cancioneiro de Gandembel (6): Do Hino de Ganbembel ao poema épico Os Gandembéis (Parte VI) (Idálio Reis)
















Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (8 de abril de 1968 a 28 de janeiro de 1969) > Aspetos da dura vida quotidiano dos  homens-toupeira, que tiveram de construir de raíz e defender, num curto espaço de tempo (inferior a nove meses), dois  aquartelamentos, Gandembel e Ponte Balana. Total de ataques e flagelações: 372. Fotos do notável álbum de Idálio Reis, editadas por L.G.

Fotos: © Idálio Reis (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.



1. Pedido de esclarecimento, enviado a 10 do corrente,  ao Idálio Reis, a propósito de mais algumas passagens de Os Gandembéis:


Idálio: Espero que tenhas tido umas boas (e santas) páscoas. Mando-te mais um poste, relativo ao canto II de Os Gandembeis... Decifra-me as estrofes V e VI... O 'magriço' (o capitão Moura ?) que vai para Bissau, tentar "mexer os seus cordelinhos" (referência á deusa 'Cunha')... É sibilino, para os de fora da tua companhia... Um abração... Luis


2. Resposta do Idálio, com data de 11 do corrente:


Meu caro Luís

Porque teria de estar hoje em Coimbra, cheguei ontem de umas pequenas férias, deambulando por sítios do acaso, em rotas isentas de portagens.

E logo atentei no correio virtual. O Blogue dá a conhecer a morte do teu pai. Ainda que sentisses que a definitiva separação se aproximava, há sempre um sentimento de perda, um pesar profundo.

Quanto ao Cancioneiro, lá o vais divulgando, e os nossos poetas têm gostado.


O Canto II continua a narrar a odisseia de Gandembel, e lembra o 4 de Agosto, o trágico dia do Changue-Iaia.


O [hoje] tenente-general Jorge (Barroso) de Moura, para quem crê que a Cunha o favorece... Este militar era um homem inteligente, não o podemos negar. Foi um dos melhores alunos do seu curso da Academia, que o distinguia dos restantes pares. E,  para além de uma óbvia amizade que tinha com o Almeida Bruno, sempre encontrou,  nos estados-maiores de Schulz e de Spínola, alguém que tivesse sido seu professor.

Quanto ao Maia, já te referi quem era. Com poucos meses de comissão, dos alferes da origem da Companhia, restámos ambos. E sempre nos considerámos, e jamais tivemos uma qualquer quezília, mínima que seja.  Mas considero que o forte Capitão soube bem aproveitar-se do subalterno mais antigo, e este até por vezes se sentia envaidecido.


Há um facto curioso, sobre o qual nunca me referi, porque totalmente urdido e parabenizado pelos militares ditos de eleição, e que tem a ver com os condecorados da guerra colonial. Do que sei, na minha Companhia só houve uma cruz de guerra da 3ª ou 4ª classe, que foi atribuída ao Maia. Mas este assunto é tabu, sobre o qual não gosto de me pronunciar, porque no geral fere susceptibilidades.

A estrofe V, com o magriço a entrar rapidamente no helicóptero... É verdade que Barroso de Moura teve um problema na mão, pois inclusivamente viria a se operado no Hospital de Bissau, já a Companhia tinha abandonado Bissau. Agora o que originou tal traumatismo, não sei. E aqui a voz da caserna até pode ser maliciosa [...].


De todo o modo, as consequências do acidente em trabalho, foram morosas na sua cura, pelo que até creio que o homem poderia necessitar de mezinhas especiais, e que...tornar a Bissau lhe convinha.

                                                                  
V
Mas o magriço, que já então lhe convinha
Tornar a Bissau, acostumado,
Que tempo concertado e ventos tinha,
Para ir buscar o descanso desejado.
Recebendo o piloto que lhe vinha
Foi dele alegremente agasalhado;
Rapidamente no helicóptero entrou
E, sadicamente, c´o a mão ligada acenou.

VI
Jorge de Moura, o forte Capitão
Que a tamanhas empresas se oferece,
De soberbo e altivo coração,
A quem a Cunha sempre favorece,
Para aqui se deter não vê razão,
Que sequiosa a terra lhe parece
Por diante passar determinava
E assim lhe sucedeu como cuidava.


Mais 3 notas:  (i) o furriel Abel Simões, morto no Changue-Iaia, era natural do concelho de Montemor-o-Velho, e não Novo; 

(ii) o posicionamento de Gandembel, era ali bem próximo ao pontão do rio Balanazinho, não mais de 50 metros; 


(iiii) o aparecimento de um gandembelense, o ex-furriel Júlio Madaleno, que ali apareceu para render o Magalhães Alves, gravemente ferido a 15 de Maio na pesquisa de água no Balana. 


Já lhe escrevi [ao Júlio Madaleno], mas não há quaisquer lembranças quanto à presença deste homem connosco. Fiz-lhe um convite para estar na confraternização da Companhia. Mas como pode ser possível que não tenha guardado a mínima recordação de um graduado que ainda esteve algum tempo em Gandembel? 


E, para mim, à falta de melhores desculpas, só encontro uma explicação. Em Gandembel, tudo rodava à volta do grupo de combate, indistintamente. A busca perseverante de se acabar com os trabalhos, não nos dava tréguas. E à noite, o bando aninhava-se, em que os graduados tinham a benesse de não fazerem os postos de sentinela fixos, porque neste aspecto da vigilância a sua função era de maior abrangência, de calcorrear os postos e despertar os mais exaustos.


E por agora é tudo. O Lema Santos, uma figura que muito admiro, também me deu a conhecer a sua satisfação por estar presente em Monte Real.


Um cordial abraço do Idálio Reis    


3. O Júlio Madaleno deixou o seguinte comentário, com data de 10 do corrente,  ao poste P9726 (*):


Velhos companheiros: Certamente não vos lembrais de mim porque fiz uma efémera passagem pela [CCAÇ] 2317 quando quis o destino que fosse substituír o fur mil Alves devido à infelicidade que o vitimou. O meu nome é Júlio Madaleno e operei o tal morteiro 120 que lá foi colocado e estava instalado na parte de trás do abrigo da Browning. Pelas frequentes consultas que faço ao blogue estou informado do livro do amigo Idálio Reis e do almoço programado para 9 de junho [, data do convívio do pessoal da CCAÇ 2317, em Paredes ],  onde vou tentar estar presente para rever antigos camaradas de armas. 

 Um grande abraço do ex-fur mil J M
juliomadaleno@gmail.com  
(No facebook identificável em foto com guitarra).

4. Continuação da publicação de "Os Gandembéis", poema  de autoria coletiva (mas com forte contributo do poeta João Barge, 1944-2010), escrito em 1969, que retrata a epopeia da CCAÇ 2317 em Gandembel e Ponte Balana (*), recolhido e reproduzido pelo nosso  camarada e amigo Idálio Reis, engenheiro agrónomo reformado, residente em Cantanhede, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 2317, no seu livro A CCAÇ 2317 na guerra da Guiné: Balana / Ponte Balana, edição de autor, 2012 (il, 256 pp.).

Recorde-se o que aqui tem sido dito:  este livro  é uma peça fundamental para a historiografia da guerra colonial na Guiné; o seu lançamento será feito no Palace Hotel, no próximo dia 21, no âmbito do VII Encontro Nacional da Tabanca Grande.  




Canto III

I
Estas sentenças tais o velho honrado
Dizendo estava, quando abrimos
As malas e as fizemos ao sossegado
Vento, e do quartel temido nos partimos. (#)
E, como é já na guerra costume usado
A bandeira desfraldando, o céu ferimos
Dizendo: “Boa viagem”. E logo as viaturas
Fizeram as usadas roncaduras.
II
Passámos à Formosa Aldeia
Que das muitas bajudas assim se chama;
Das que nós passamos a primeira
Mais célebre por nome que por fama,
Mas nem por ser a derradeira
Se lhe avantajam quantas o Moura ama.
Ali tomámos todos um bom assento
Por tomarmos das terra mantimento.
III
Por Nhala passámos, povoada
De gente amiga, que ali vivia;
E de luz total sendo privada
Mesmo assim do turra se defendia.
Novamente nos lançámos à estrada
P’ra chegar a Buba, ainda de dia,
Onde ainda a Companhia não sabe
Se irá haver descanso ou a guerra acabe.
IV
Contar-vos longamente as perigosas
Cousas da estrada, que os homens não entendem.
Súbitas emboscadas temerosas,
Morteiradas que o capim em fogo acendem,
Negros chuveiros, noites tenebrosas,
Bramidos de canhões, que o mundo fendem,
Não menos é trabalho que grande erro
Ainda que tivesse a voz de ferro.
V
Casos vi em que os rudes fuzileiros
Que têm por mestra a longa experiência
Não acreditarem casos certos e verdadeiros,
Mas julgando as cousas só pela aparência.
E os Comandos, com fama de guerrilheiros,
Só por puro engenho e por ciência
Se distinguiam quando formavam,
Porque nas armas aos demais se igualavam.
VI
Daqui fomos cortando muitos dias
Entre tormentas tristes e bonanças,
Na larga mata fazendo novas vias, (##)
Só conduzidos de árduas esperanças.
Com o turra tempo andamos em porfias
Que, como tudo nele são mudanças,
Poder nele achamos tão possante
Que passar não deixava por diante.
VII
Era maior a força em demasia
Segundo para trás nos obrigava,
Da estrada que contra nós ali se abria
Pelo poder da máquina que trabalhava.
Ó malvado Nino da porfia,
Que sempre estás onde a gente estava!
Em vão os tiros esforças iradamente
Pois nós não tememos a tua gente.
VIII
Desta parte descanso algum tomamos
E do rio fresca água, mas contudo
Nenhum sinal aqui da paz achamos
No povo, com nós outros quase mudo.
Ora vejam em que tamanha guerra andamos
Sem sair nunca deste viver rudo,
Sem vermos nunca nova nem sinal
Da nossa tão desejada terra Natal.
_____________

Notas de L.G.:

(#) Abandono do aquartelamento de Gandembel (e do destacamento de Ponte Balana)  em 28/1/1969 e partida para Aldeia Formosa.

(##) Transferência para Buba, em 8/2/1969 onde a CCAÇ 2317  ficou, até 14/5/1969, a fazer segurança aos trabalhos de renovação da velha estrada Buba-Aldeia Formosa.

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Nota do editor:


(*) Vd. último poste da série > 10 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9726: O Cancioneiro de Gandembel (5): Do Hino de Ganbembel ao poema épico Os Gandembéis (Parte V) (Idálio Reis)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Guiné 63/74 – P9734: Convívios (413): 29.º Encontro do Pessoal do BENG 447, dia 5 de Maio de 2012 nas Caldas da Rainha e 33.º Almoço do Pessoal da CCAÇ 1911, dia 5 de Maio de 2012 na Mealhada (Lima Ferreira / Fernandino Vigário)

1. Mensagem do nosso camarada Lima Ferreira, ex-Fur Mil do BENG 447:

Caro Carlos Vinhal
Agradecia que divulgasses o Almoço do Batalhão de Engenharia 447 da Guiné.

29. º ENCONTRO DE EX-OFICIAIS, SARGENTOS E PRAÇAS DO BENG 447

QUE SE VAI REALIZAR NO PRÓXIMO DIA 05 DE MAIO, NO RESTAURANTE O CORTIÇO, EM TORNADA - CALDAS DA RAINHA.

AS INSCRIÇÕES PODEM SER EFECTUADAS PARA:

LIMA FERREIRA - lima_ferreira@soldex.pt ou lf.limaferreira@gmail.com
tel. 229 384 595 ou 919 977 304

FRANCISCO ARAUJO - f.g.araujo@live.com.pt
tel. 963 154 718 ou 229 956 462

Cumprimentos
Lima Ferreira

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2. Mensagem do nosso camarada Fernandino Vigário (ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 1911, Teixeira Pinto, Pelundo, Có e Jolmete, 1967/69):

Caro amigo Carlos Vinhal, uma boa noite.
De novo em contacto convosco, desta vez para confirmar a minha impossibilidade de estar presente no convívio da Tabanca Grande em Monte Real. De 15 a 22 do mês corrente, está prevista e marcada uma estadia de sete dias em Albufeira, Algarve, integrado no programa Turismo Sénior Inatel.

Aproveito para enviar em anexo o anúncio do convívio anual do BCaç 1911 na Mealhada, se acaso for possível anunciar o mesmo no Blogue, desde já agradeço.

Um forte abraço
Fernandino Vigário

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9729: Convívios (333): XXI Encontro do Pessoal da CCAÇ 2381, dia 28 de Abril de 2012 em Torres Vedras (José Teixeira)

Guiné 63/74 - P9733: Memória dos lugares (179): Documentários sobre a Guiné-Bissau realizados Pedro Mesquita com o patrocínio da AD (José Carlos Marques, jornalista)

1. Mensagem de José Carlos Marques, jornalista, com data de 4 de Abril de 2012, dando conta de um projecto cinematográfico na Guiné-Bissau com o apoio da AD:

Caro Carlos Vinhal
O meu nome é José Carlos Marques e sou jornalista.
Escrevo-lhe por causa de um projecto cinematográfico em que estou envolvido, que tem a Guiné-Bissau como pano de fundo.

Em 2011, com o apoio da ONG guineense AD (Acção para o Desenvolvimento), eu e o realizador Pedro Mesquita estivemos em Iemberém, no sul da Guiné, e na região do Cantanhez, onde começámos a filmar um documentário. Estamos a preparar um filme sobre os régulos daquela região e vamos voltar à Guiné-Bissau em Maio deste ano.

Cantanhez de Pedro Mesquita em 2010

Venho pedir a sua ajuda na divulgação deste projecto. Criámos um site que explica o que estamos a fazer.

 O endereço é: www.donos-do-chao.info

Ao mesmo tempo, temos também a decorrer uma campanha de recolha de fundos para financiar o documentário. Estamos inscritos num site de Crowdfunding*, conceito que passa pela recolha donativos particulares para apoiar projectos culturais.

Pode consultar a nossa campanha (em inglês) no endereço www.indiegogo.com/thelandlords

O que lhe pedia era que fizesse chegar aos milhares de visitantes do seu blog a notícia deste nosso projecto e da nossa campanha.

Agradeço desde já a sua atenção.

Com os melhores cumprimentos,
José Carlos Marques
jcmarques78@gmail.com
963 409 492

Nota do editor:
(*) - Ver aqui conceito de Crowdfunding
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 19 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9625: Memória dos lugares (178): Sobre a ponte da estrada Canchungo - Cacheu, ao Km 6 (Carlos Schwarz/Pepito)

Guiné 63/74 - P9732: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (35): O Irã animista e o Djinné muçulmano

1. Mensagem do nosso amigo tertuliano Cherno Baldé, com data de 5 de Abril de 2012:

Caro Luis e Carlos Vinhal,
Num comentário ao mais recente Post da minha série de memórias de infancia, o Luis Graça, com a perspicácia que lhe é caracteristico, perguntou-me se, por acaso, havia alguma relação entre o velho Irã dos Poilões sagrados e o Djinné dos muçulmanos.
Nunca tinha pensado no assunto e na tentativa de refletir e encontrar as (des)semelhanças acabei compilando o texto que agora vos envio para vossa apreciação. É um texto de pura curiosidade e criatividade pessoal sem qualquer pretensão de carter sociológico ou etnológico.

Um abraço amigo aos dois e cumprimentos aos demais editores e colaboradores da TG.
Cherno Baldé


Viagem pelas maravilhas da minha terra

O Irã animista e o Djinné muçulmano

Entre o temível e poderoso Irã dos povos animistas das florestas do sul e o Djinné, vizinho ciumento, atrevido e folgazão dos muçulmanos da região Sahelo-Sahariana, coexistem algumas similitudes da mesma forma que se podem observar grandes diferenças, dependendo do ponto de vista de quem observa de fora.


O Irã - onde vive e como se manifesta?

Entre os chamados animistas, o Irã desempenha, por meio de cerimónias, rituais próprios e canais de comunicação específicos, uma importante função reguladora da vida social, económica e politica das comunidades que animam a sua existência, formando um tronco comum cuja base se assenta no culto dos mortos e se reproduz através de mitos fundadores, à volta dos quais se constroem os pilares (a cosmogonia) das sociedades tribais e se processa a ligação essencial entre o mundo visível (dos vivos) e o mundo invisível, ou seja, dos que tendo partido para o além, ainda continuam a influenciar a vida quotidiana dos vivos por meio de sinais e de linguagens que apenas os iniciados, pessoas consagradas, os Djambakôs, podem entender e decifrar.

Falar do Irã é falar da vida que, por sua vez, nos faz retornar a terra, a mãe que gera a vida e que é, ao mesmo tempo, o centro, o umbigo do mundo onde convivem e interagem dois mundos que se afrontam e se completam. A trinómica ligação entre as dimensões: Irã-vida-terra, é tão importante para o funcionamento do culto tradicional como é essencial a manutenção da eterna e fundamental ligação entre o mundo dos vivos e o dos mortos, entre as ideias, a magia e a religião dos homens.

Os Djambakôs, sacerdotes por excelência e intermediários da comunicação entre dois mundos, não usam artefactos alógenos. Os seus pés nus devem estar em contato com a terra, devem ser puros na sua conduta moral e espiritual e fazer uso de uma linguagem simples e genuína.

O Irã pode viver em qualquer sítio porque dotado de poderes e invisível ao olho humano, mas o seu habitat privilegiado são os poilões gigantes de base piramidal e altura imponente das florestas tropicais. Quanto a questão sobre como se desloca e de que se alimenta, os povos animistas, envoltos ainda num espesso nevoeiro de tabus, medos e secretismos não fornecem muitos detalhes a esse respeito, no entanto, sabe-se que a sua característica principal continua a ser o manto sagrado (manifestação do sagrado). O Irã, a imagem e semelhança dos seus seguidores é, acima de tudo, comedido e discreto, sendo também, por acréscimo, nacionalista acérrimo e incansável defensor dos usos e costumes tradicionais.

Local de culto animista

Quanto as cores que usa, no seu dia-a-dia, o Irã tem uma certa preferência pelas cores garridas, em especial a cor vermelha e a rosa, símbolos da vida, da fertilidade e da regeneração natural.

O Irã possui um carácter forte e afoito, tal qual o grau de álcool da sua bebida de eleição, a aguardente. Todavia, não é contra as bebidas mais finas, pois adora o vinho do Porto e não desdenha o uísque ou o conhaque Escocês. Não dispensa, ainda, a água simples e pura, bebedouro das almas penadas. O Irã é, também, um ser profundamente social, com famílias grandes e ruidosas sendo muito exigente quando se trata de zelar pela segurança dos seus bens e a integridade dos membros da sua família, em especial dos filhos.

Divertido, às vezes, sem nunca sair do sério, o Irã é justo nas sentenças que aplica e implacável nas suas represálias. Não esquece uma promessa dada, que pode passar dos avós aos seus bisnetos, de geração em geração, sem mudar a sua essência. As regras que impõe são para cumprir a risca (...)


Djinnégi – vizinhos, admirados e odiados

Quanto ao Djinné dos muçulmanos, qual um rei (Irã) destronado do seu trono de culto, trata-se de um ser ambivalente, dessacralizado, com características que variam entre o ser humano e o ser diabólico, mas sobretudo ele é um ser extraordinário que em certas ocasiões é dotado de super-poderes e noutras não passa de um ser velhaco e oportunista que não hesita em trocar suas pernas tortas e moles com as de uma pobre criança desprotegida.

O Djinné, vizinho admirado e odiado ao mesmo tempo, serve de bode expiatório para justificar as fraquezas do muçulmano assim como todas as frustrações da vida no mundo estreito, obscuro e adverso em que se tenta impor, malgrado a sua crença num Deus Único e Omnisciente. Não estando autorizado a tirar a vida dos homens, uma dádiva de criação divina, ele é, frequentemente, culpado de estar na origem da paralisia infantil e da doença dos pés moles, dos maus-olhados e dos ventos quentes, maléficos das regiões tropicais.

Por vezes tido como profundamente religioso e praticante assíduo, cuja devoção não é valorizada por Deus, Senhor da terra e dos céus, na justa medida da sua dedicação, outras vezes é tido como um alcoólatra incorrigível que estimula a desordem e o caos e atormenta os espíritos mais fracos.

O Djinné, também, habita na natureza, com morada nas grandes árvores, em particular nas mais frondosas e saborosas, a Tabay e a Tambarina. Como as pessoas, em relação aos quais sente inveja e tem ciúmes devidos a benevolência que Deus lhes concedeu em seu detrimento, há Djinnés de todos os tipos e para todos os gostos: homens e mulheres, velhos e jovens, bons e maus. O seu meio de locomoção preferido são os nossos vulgares remoinhos de vento que acompanham o período quente da quaresma tropical.

Regeneração natural > Flor e fruto da bananeira

Assim, os remoinhos concentrados e longilíneos que circundam a aldeia dirigindo-se, calmamente, as bolanhas, junto as nascentes de água, são os mais velhos que vão matar a sede. Os mais novos, quando se deslocam não resistem a tentação de entrar nas aldeias, devastando casas e campos de lavoura, pondo em prática, pelo seu comportamento odioso, as ideias conspiratórias tecidas pelos mais velhos nas conversas de bentém, a sombra das árvores tambarinas e tabay.

Para seu azar, não tem seguidores nem servidores e os seus detratores são numerosos. Às vezes, pondo de parte o terrível ódio da vizinhança, beneficia um ou outro humano, mais perseverante, com a sorte de uma resplandecente e rápida riqueza, mas apesar disso, é ele que carrega a totalidade do fardo da responsabilidade sobre os malefícios humanos na terra.

O Djinné, estando intimamente associado a revelação de fenómenos raros e não controlados pelos humanos, como a riqueza ou o azar que nos invadem sem bater a porta, ele também é considerado um artista e músico de dotes excepcionais. Isto é tão certo que a música que o homem consegue (re)criar para alegrar a sua alma, leviana por natureza, não passa de uma péssima réplica da original e coreográfica Djinnegi ópera.

Mulheres grandes regressando a casa depois do dever cumprido

Por favor Senhor... atende que é uma urgência

Ter a sorte e o dom de assistir à cena de uma concentração desses seres em festa de consagração é o maior espetáculo a que um humano pode ter na sua curta e miserável vida. Mas, como sempre acontece, esta possibilidade, sendo muitíssimo rara, não está isenta de perigos. No mundo fantástico dos Djinnés o riso é um atributo completamente desconhecido e a melodia excepcional saída dos seus instrumentos musicais únicos é acompanhada de uma grotesca e hilariante dança de pés coxos. Assim, aos humanos que foi dado assistir e que não conseguem resistir a tentação do riso são sancionados com a perda imediata das suas pernas a favor daqueles demónios, passando a ornamentar o corpo disforme de um Djinné afortunado, que se vê assim liberto da sua maldita condição, imposta dos Céus, a sua vil, diabólica e Djinnégi raça:

Ao infeliz humano que assim se vê privado dos privilegiados meios de locomoção que Deus, por amor e a sua imagem lhe concedeu, no princípio dos tempos, restará olhar para o céu coberto de nuvens sombrias e marcadas pela fugaz passagem da chuva que demorou a chegar e entoar a cantilena da sua triste sorte nascida no rápido deslize de um (sor)riso humano:

- Nâgghel Nâgghel fêthtu-ferééé!... Ndúunda wyôô kanh-wawymma!!! (1)

É esta a melodia que sai das flautas nómadas dos pastores fulanis e se espalha infinitamente longe no deserto, levada pelo vento e pela brisa quente do Sahara. Cantilena de esperança num mundo em rápida transformação, caminhando firme nos trilhos secos das suas manadas de bovinos, rumo ao sol nascente.

Se é verdadeiro ou falso, desconheço. É esta a mensagem e o ensinamento que nos transmitiram em prolongadas noites de luar africano. A palavra ao seu dono. Quem falou já não está aqui. Enquanto uns vão outros regressam. O fio da vida se tem princípio não tem fim. Tenham boa noite e bons sonhos.

Bissau, Abril de 2012.
Cherno Abdulai Baldé

Notas de Cherno Baldé:
- Djinné - Singular
- Djinnégi - Plural

(1) - “Sol, oh sol amigo, mande a tua luz, intensa, pois as trevas dizem que são mais fortes que tu!!!
Canção de crianças pastores após a passagem das chuvas. Apelo as forças da natureza.

Consulta bibliográfica:
1. Tratado da história das religiões, Edições ASA. 1992 e 1994 de Mircea Eliade.
2. Antropologia: Ciência das sociedades primitivas? De J. Copans, S. Tornay, M. Godelier e C. Backes-Clément. Perspectivas do homem, Edições 70, 1988.

Fotos: © Cherno Baldé (2010). Todos os direitos reservados.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 27 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9671: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (34): Cherno Fanca, aliás Cherno Comando, aliás Cherno Amadu...As peripécias de um jovem fula nos labirintos da guerra colonial

Guiné 63/74 - P9731: Blogoterapia (208): Ajudando-me a fazer o luto pela perda de uma pessoa tão especial como o meu pai (Luís Graça)

É bom sabermos que temos amigos e camaradas como vocês


Foram palavras de grande conforto, as vossas, deixadas nos comentários do blogue* ou na caixa de correio da Tabanca Grande, e lidas - a maior parte delas - um dia depois de ter acompanhado o corpo do meu pai até à "terra da verdade"...


Muitos de vós já passaram por esta provação, e eu fico sensibilizado com a admiração e o amor com que falam do vosso pai, e orgulhoso do enlevo com que honram, publicamente,  a sua memória neste espaço que atravessa várias gerações. São demasiados para eu os poder citar aqui,  um a um…


Alguns dos camaradas do blogue, da área da Grande Lisboa,  estiveram comigo, na Lourinhã, nas cerimónias fúnebres, e eu quero aqui registar os seus nomes, correndo embora o risco de esquecer de algum: o José Colaço, o Humberto Reis, o Eduardo Jorge Ferreira, o Luís Moreira, o António Marques e a Gina... Outros telefonaram-me ou mandaram-me mensagens por telemóvel (perdoem-me se me esqueço, mais uma vez, de alguém): o Carlos Vinhal, o Torcato Mendonça, o João Paulo Diniz, o Joaquim Mexia Alves, o Miguel Pessoa, o Joaquim Peixoto, o Santos Oliveira, o António Duarte,  o Zé Saúde, o Hélder Sousa, o Salvador [Nogueira]... A todos, a minha gratidão.


Também outros ex-camaradas de armas da Lourinhã me trouxeram o seu abraço de amizade e conforto moral: o Jaime Bonifácio Marques da Silva (ex-Alf Mil Pára-quedista em Angola, c. 1970), o Luís Maçariço (ex-prisioneiro na India em 1961/62), o Rogério Gomes (ex-Alf Mil, em Angola, c. 1970)… só para citar três, que são meus amigos e  conterrâneos... Sem esquecer o Laurentino Marteleira e  a Glória, o Arcílio Marteleira (também ex-camarada da Guiné) e a Elisabete, o Soares (outro camarada da Guiné) e a Mila, todos da minha tertúlia lourinhanense, tal como o Jaime e o Rogério. E muitos outros amigos que me acompanharam neste momento, a começar pela minha família, incluindo os meus cunhados do norte, dois dos quais também ex-combatentes, e que vieram expressamente do Porto (Um xicoração muito especial para o Gusto e a Nitas, o Zé, a Rosa, o António, o Joaquim e a Olinda).


É bom sabermos que temos amigos e camaradas como vocês, tão longe e tão perto, ajudando-me a fazer o luto pela perda de uma pessoa tão especial, para mim, como foi o meu pai.


Estava com a família,  de férias pascais, em Candoz, Marco de Canaveses, na véspera do 34º aniversário da minha filha Joana, quando recebi, na passada quinta feira, más notícias sobre a evolução do estado de saúde o meu pai. De imediato rumámos ao sul, para passarmos com ele aqueles que seriam os últimos três dias da sua existência. 


Luís Henriques, “meu pai, meu velho, meu camarada”, morreu em paz e com dignidade e todos nós pudemos despedir-nos dele com a tranquilidade possível. Teve uma linda festa de despedida, na sua terra onde era muito querido e popular, com uma cerimónia fúnebre realizada na igreja gótica do séc xiv onde eu fui batizado, com o João Graça a tocar Bach, com amigos a cantarem-lhe uma peça coral  italiana muito bonita, com os filhos, netos e bisnetos a fazerem-lhe a última oração... Aqui vai, a que eu li, em nome dos filhos, nora e genros, no final da missa de corpo presente... E, já agora, também a que foi lida em nome dos netos e bisnetos.


Um grande xicoração para todos/as.
LG




1. Oração dos filhos, nora e genros


Nosso querido Pai,
Partes para a tua última grande viagem.
A mais dolorosa, para todos nós, teus filhos,
Porque é a viagem sem retorno.
Já temos saudades tuas,
Já temos tantas saudades tuas,
Mas sabemos que partes
Em paz contigo, com o mundo, e com Deus.
A tua vida foi simples, a de um homem bom,
Que amou a sua pátria, a sua terra,
A sua Maria, os seus filhos, demais família e amigos.
A tua vida e a tua morte foram também uma lição
Para todos nós,
E para todos os amigos, vizinhos e conterrâneos
Que hoje te acompanham
Neste cais da última partida:
Uma lição de humanidade, de alegria, de partilha.
Nunca esqueceremos o teu sorriso bondoso,
Nem o teu exemplo de generosidade.
Foste uma homem de palavra e de palavras,
Que nunca usaste como arma de arremesso
Contra ninguém.
Viveste pobre, morreste pobre,
A maior riqueza que nos deixas
São os valores que deram sentido à tua vida
Na terra,
Na tua terra, na tua família.
Bem como as gratas memórias
Que registámos da tua passagem terrena.
Estamos tristes por que partes,
Sem poderes contar a tua última história,
Sem poderes dizer o teu último verso,
Mas felizes por termos tido o privilégio de te ter como pai.
Para nós, teus filhos, foste e serás sempre
O melhor pai do mundo.
Boa e santa viagem, nosso querido pai!
Até sempre!
Teus filhos Luis, Graciete, Zairinha, Béu;
Tua nora e teus genros, Alice, Calado, Mário e António;
Continua a velar por nós e amar-nos,
Como sempre o fizeste.



Luís Henriques,  em Candoz, 2006


2. Oração dos netos e bisnetos

Nosso querido avô e bisavô:
Os teus netos e bisnetos,
Que são tantos como um equipa de futebol
E seis suplentes,
Tiveram privilégio de conhecer-te em vida,
E de privar contigo
Nos bons e nos maus momentos…
Mais: tiveram a rara felicidade de estarem junto de ti
Na hora, difícil, da tua partida deste mundo.
Não esqueceremos que
A todos nos pegaste ao colo,
Nos ajudaste a dizer as primeiras gracinhas,
A dar os primeiros passinhos.
Avô lindo, avô velhinho:
Obrigado pelas histórias que nos contaste,
Obrigado pelo teu carinho,
Obrigado por tudo.
Os teus netos e bisnetos continuarão a falar de ti
Com a mesma ternura e orgulho
Com que tu falavas deles.
E sabemos que lá no alto
Tu continuarás
A ter orgulho neles!
Por nossa parte,
Não te vamos dececionar!
Continua a velar por nós e a proteger-nos,
Como sempre o fizeste,
A nós,
Aos nossos pais e às nossas mães.
Adeus, avozinho,
Até sempre!

Raquel Calado, em nome dos teus 12 netos e 5 bisnetos
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(*) Vd. poste de 8 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9716: In Memoriam (116): O senhor Luís Henriques (pai do nosso editor Luís Graça), faleceu hoje, dia 8 de Abril de 2012, aos 91 anos, na Lourinhã (Tertúlia)


Vd. último poste da série de 9 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9722: Blogoterapia (207): O meu dia de aniversário, vivido na Sexta-feira Santa, foi especial (Joaquim Mexia Alves)

Guiné 63/74 - P9730: Parabéns a você (404): Jorge Félix, ex-Alf Mil Pilav (Alouette III); Jorge Picado, ex-Cap Mil (BCAÇ 2885 e CAOP 1) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo (1.ª CCAÇ/BCAÇ 4512)

Para acederem aos postes dos camaradas Jorge Félix, Jorge Picado e Manuel Marinho, clicar nos seus nomes.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9717: Parabéns a você (403): Jorge Canhão, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72 e Miguel Pessoa, Coronel Pilav (R)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Guiné 63/74 – P9729: Convívios (412): XXI Encontro do Pessoal da CCAÇ 2381, dia 28 de Abril de 2012 em Torres Vedras (José Teixeira)

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9727: Convívios (332): Encontro do Pessoal da CCAÇ 2679 e Pel Caç Nat 65, dia 28 de Abril em Cascais (José Manuel Matos Dinis)

Guiné 63/74 - P9728: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande - Monte Real 2012 (8): No próximo dia 14 terminam as inscrições , que já vão em 150 neste momento (A Organização)

VII ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE

MONTE REAL - PALACE HOTEL


DIA 21 DE ABRIL


Caros camaradas e amigos tertulianos,
Hoje é terça-feira, dia 10, estamos portanto a 4 dias da data limite (14 de abril) para aceitarmos inscrições para participar no VII Encontro da Tertúlia.


Lembramos da necessidade de os camaradas interessados em participarem procederem desde já à sua inscrição. Ao fazê-lo, facilitam a vida ao camarada Mexia Alves e ao pessoal do Palace Hotel.

Sobre a ementa do almoço e lanche,  e outros  detalhes: vd. poste P9534

A boa notícia que temos a dar é que estamos a dois passos de igualar o número recorde de 152 participantes do V Encontro da tertúlia de 2010, já que neste momento temos 150 inscrições. Está mais que demonstrada a vitalidade do nosso Blogue.


 Distribuição dos 150 inscritos por zonas:
Grande Lisboa - 47
Grande Porto - 24
Norte - 11
Centro - 42
Sul - 24
Resto do Mundo -2

Vamos estar estes dias a aguardar as últimas inscrições para brevemente apresentarmos os números finais.


Todos em força na Operação Monte Real 2012. 



Vamos repetir estes momentos: 


V Encontro da Tertúlia - Monte Real 2010
Foto de Manuel Carmelita

VI Encontro da Tertúlia - Monte Real 2011
Foto de Rui Silva


LISTA DOS 150 MAGNÍFICOS, INSCRITOS PARA A OPERAÇÃO  MONTE REAL 2012, POR REGIÕES




Grande Lisboa (n=47)


Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras
António Duarte - Lisboa
António Estácio - Algueirão / Sintra
António Fernando Marques e Gina - Cascais
António Gabriel Vaz - Lisboa
António Graça de Abreu - S. Pedro do Estoril / Cascais
António José P. da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Martins de Matos - Lisboa
António Santos e Graziela - Caneças / Odivelas
Belarmino Sardinha - Odivelas
Carlos Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora
Carlos Pires e Joaquina - Amadora
Carlos Rios e Fernanda - Carnaxide / Oeiras
 Carlos Silva e Germana - Massamá / Sintra
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão e Lurdes - Oeiras
Jorge Pinto - Agualva-Cacém / Sintra
Jorge Rosales - Cascais
José Martins e Manuela - Odivelas
Felismina Costa, João e Cláudia - Agualva / Sintra
Hugo Guerra e Ema - Lisboa
João Paulo Diniz (PIFAS) - Lisboa
José Francisco Robalo Borrego - Linda-a-Velha / Oeiras
Luís Graça e Maria Alice - Alfragide / Amadora
Luís R. Moreira - Cacém / Sintra
Manuel Joaquim e José Manuel Cunté - Agualva - Sintra
Manuel Lema Santos e Maria João - Massamá / Sintra
Manuel Resende e Isaura - Cascais
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa


 Grande Porto (n=26)


Alcídio Marinho e Rosa - Porto
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Pinheiro - Porto
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
Carlos Vinhal e Dina - Leça da Palmeira / Matosinhos
David Guimarães e Lígia - Espinho
Eduardo Magalhães Ribeiro - Porto
Eduardo Campos - Maia
Fernandino Leite - Maia
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura - Porto
José Casimiro Carvalho - Maia
José Teixeira - Leça do Balio / Matosinhos
João Santos - Porto
Pacheco - Rio Tinto / Gondomar
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos


Centro (n=43)


Adriano Neto - Aveiro
Agostinho Gaspar - Leiria
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
 António Silva e Albina - Estarreja
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-O-Velho
Artur Soares - Figueira da Foz
C. Martins - Penamacor
Carlos Pinheiro e Maria Manuela - Torres Novas
Carlos Santos - Viseu
Delfim Rodrigues - Coimbra
Diamantino Ribeiro André e Maria Rosa - Proença-a-Nova
Eduardo Ferreira - A-dos-Cunhados / Torres Vedras
Ernestino Caniço - Tomar
Francisco António Ribeiro - Torres Novas
 Idálio Reis - Cantanhede
Jaime Brandão - Monte Real
João Pinho dos Santos - Aveiro
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Jorge Picado - Ílhavo
José Eduardo R. Oliveira (JERO) - Alcobaça
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos
José Luís Malaquias - Ílhavo
Juvenal Amado - Fátima / Ourém
Luís Mourato Oliveira - Lourinhã
Manuel Augusto Reis - Aveiro
Manuel Domingos Santos e Maria Isabel - Leiria
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Vieira Moreira - Aguada de Cima / Águeda


Paulo Santiago - Aguada de Cima - Águeda
Victor Tavares - Recardães - Águeda
Vítor Caseiro e Maria Celeste - Leiria
Rui Alexandrino - Viseu

 Norte (n=9)

Alvaro Vasconcelos e Maria de Lourdes - Baião
Fernando Sucio - Vila Real
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel
José Barros Rocha - Penafiel
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Manuel Lopes - Régua


Sul (n=23)

Benjamim Durães com: Bruna, Fábio, Marta, Rafael e Tiago - Palmela
Diamantino Varrasquinho e Maria José - Ervidel / Aljustrel
Henrique Matos - Olhão
Hélder V. Sousa - Setúbal
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Joaquim Sabido e Albertina - Évora
João Caramba e Rosa - Beja
João Mata - Quinta do Anjo / Palmela
João Sesifredo e Celestina - Redondo
Maurício Esparteiro e Dulcínia - Almada
 Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal

Resto do Mundo (n=2)


José Marcelino Gonçalves e Tuula Kahkonen - Canadá
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 Legenda:

 Grande Lisboa= Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra, Vila Franca de Xira

Grande Porto= Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia

Norte (a norte do Rio Douro, exlcuindo GP)

Sul (a sul do Rio Tejo, excluindo GL)

Centro (entre os Rios Douro e Tejo, excluindo GP e GL)

Regiões autónomas da Madeira e dos Açores

Resto do Mundo
Rui Silva e Regina Teresa e Regina Maria - Sta. Maria da Feira
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Vd. último poste da série de 3 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9696: VII Encontro Nacional da Tabanca Grande - Monte Real 2012 (7): Ultrapassamos já o número de inscritos do Encontro do ano passado (A Organização)

Guiné 63/74 – P9727: Convívios (411): Encontro do Pessoal da CCAÇ 2679 e Pel Caç Nat 65, dia 28 de Abril em Cascais (José Manuel Matos Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71:


A CCaç 2679 e o Pel Caç Nat 65 vão encontrar-se novamente no próximo dia 28 de Abril, em Cascais.

Desta feita, o encontro pode desde já contar com o grande impulso que o Zé Tinto Martins tem dado, congeminando e elaborando diversas surpresas, e dedicando muita atenção aos detalhes. Um dos detalhes, nada dispiciendo, é a minha colaboração próxima, que aquele não me dá baldas. Outro detalhe, será a preciosa colaboração da sua filha Bárbara, que revela tanto entusiasmo e interesse quanto o pai.

O encontro terá como pano de fundo o belíssimo cenário da baía de Cascais, onde os motivos marítimos e urbanos se associam num postal policromático de excepção. Se o tempo ajudar, vai ser uma festa de sucesso garantido. A ementa será muito simples, pois a umas triviais entradas, sopa, e seguir-se-á um rodízio de peixe, até fartar, pois a dose termina, quando a vontade não tiver correspondência estomacal. Depois, haverá um sortido de sobremesas. Bebidas à parte, vamos esportular cerca de 15 aéreos. A sala envidraçada, e confortável, com vistas amplas sobre a baía, integra-se numa infraestrutura com bons apoios.

Depois do almoço, para digerir, vamos dar um passeio até ao Museu Paula Rêgo, onde, a par da singular arquitectura de Souto Moura, poderemos admirar obras daquela senhora, e de um artista convidado. Convém não esquecer que o Zé Tinto lida com paletes e pincéis com a facilidade dos predestinados. Vai surpreender-nos, tal como no encontro do ano passado me surpreendeu.

Havendo tempo, daremos um passeio pelo parque, visitaremos o magnífico Museu Condes de Castro Guimarães, passaremos pela Marina, pela reestruturada cidadela, e vamos acabar em casa do grande timoneiro Tinto Martins para uma refeição ligeira, e muita conversa. Durante aquele percurso não faltarão ocasiões para beber uns copitos a brindar a camaradagem, nem para tirar fotografias, onde as profundidades de campo valorizarão os aspectos de cada um. Sim, porque passados 40 anos continuamos muito bonitos.

A maioria vai pernoitar em casa de familiares, mas também há um hotel que, por 50 aéreos, proporciona quartos confortáveis, com pequeno-almoço e piscina. No domingo, poderá haver um programa mais restrito e sujeito a improvisação, dedicado aos que não tendo aqui familiares, queiram levar mais memórias da escapadela anunciada.

Abraços fraternos
José Manuel Matos Dinis 
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Vd. último poste da série de 10 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9724: Convívios (331): Encontro do pessoal da CCAÇ 2464, dia 28 de Abril de 2012 em Aveiro (António Nobre)