Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça, com o objetivo de ajudar os antigos combatentes a reconstituir o puzzle da memória da guerra da Guiné (1961/74). Iniciado em 23 Abr 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência desta guerra. Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu, e gostamos de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 13 de setembro de 2020
Guiné 61/74 - P21355: Blogpoesia (696): "África tropical", "Sementes de paz" e "Candelabros", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728
África tropical
África profunda, das palmeiras e das savanas.
Das florestas impenetráveis onde campeiam livres os animais.
Poisam nelas os jagudis.
Onde não cheira a mar, mas há queimadas para desinfestar.
Bordadas de pradarias e de bolanhas.
Laboram nelas os lavradores.
Buscando o pão para as cubatas.
Vivi nela sem ser de lá.
Arrisquei a vida inutilmente.
Por sorte, voltei para casa, vivo.
Uma atrás e outra à frente.
Tantos outros, infelizmente, por lá ficaram.
Era a ordem e era a lei.
Em favor dos poderosos.
Eles queriam lá saber.
Foi uma dúzia de anos da juventude quando a vida tem mais sabor.
Só lembrada por quem a sofreu...
Berlim, 11 de Setembro de 2020
9h8m
Jlmg
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Sementes de paz
Chovam dos céus sementes de paz e de amor.
Fertilizem a crosta da terra.
Verdura de bem.
Frescura de frutos.
Se alcance a esperança, enterrando a angústia.
Se calem as calamidades do ódio e poder escravizante.
Que os vírus se extingam.
Regresse a ordem e a humildade.
Reine a crença num futuro melhor.
Que a humanidade inteira se abrace e dê as mãos.
Prossiga o caminho dum porto seguro
Onde fique segura, vivendo a vida, privilégio de poucos, direito de muitos...
Berlim, 6 de Setembro de 2020
8h56m
Jlmg
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Candelabros
Tornam de festa ambientes soturnos de sombra.
Vestem de luz salas onde a alegria pode faltar.
Molham os olhos de cintilações festivas, mesmo que a tristeza seja ameaçadora.
Atraem à paz os corpos cansados do stress da vida.
Simulam constelações brilhantes num universo finito e limitado.
Afugentam sombras como o diabo foge da cruz.
Alcançam um bem-estar atraente e compensador para as salas e salões dos bares.
Se lhes falta a luz, ficam tristemente desarmados, lamentando a sorte de serem dependentes.
Só ao sol prestam justa reverência e agradecem o seu descanso...
Berlim, bar-dos-Motocas, arredores de Berlim, 10 de Setembro de 2020
10h44m
Jlmg
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Nota do editor
Último poste da série de 6 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21329: Blogpoesia (695): "O agitar das águas", "Senhora Marquinhas da venda" e "Apenas agricultor", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728
Guiné 61/74 - P21354: Questões politicamente (in)correctas (52): Chinesices que podem ser ofensivas para os alunos... afro-americanos (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)
1. Mensagem do nosso amigo e camarada José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia, presumivelmente neste momento a apanhar um tufão tropical em Key West, Florida, EUA:
Data: sexta, 11/09, 09:07 (há 2 dias)
Assunto: Académicos, as controvérsias, o humor lusitano.
Caro Luís
O uso de palavra chinesa que soa a expressão racial em inglês está a criar controvérsia na UCS - Universidade da Califórnia do Sul.
Veio de imediato à memória o Camarada, Amigo, membro deste Blogue, António Graça de Abreu.
Docente Académico, Escritor, Poeta, e não menos, conhecedor de referência da Cultura e Língua Chinesa; quem melhor que ele nos poderia dar uma análise explicativa?
A controvérsia:
O Professor Greg Patton tentava salientar, em aula sobre “ A comunicação e os negócios “, o uso de palavras de pausa intercalando frases.
Usou como exemplo o equivalente em chinês ao inglês “that”. Segundo ele, muito usado na China na sua forma “nei ge”.
De imediato a Reitoria da Universidade recebeu um abaixo assinado por numerosos alunos, no qual se salientava que a fonética do termo chinês lembrava a palavra inglesa... negro. O Prof. Patton, no uso repetitivo da mesma, tinha-se tornado fortemente ofensivo para com os alunos... afro-americanos.
Depois de mais de quarenta anos sob outras bandeiras, confesso desconhecer quanto estes pequenos-grandes detalhes de racismo, procurado ou real, possam estar a permear a sociedade portuguesa de hoje.
Mas controvérsias deste tipo tornam-se difíceis de compreender (mesmo com o humor lusitano!), no CAOS actual da sociedade norte-americana, aparentemente com outros gravíssimos problemas para resolver ou...meditar!
Guiné 61/74 - P21353: Questões politicamente (in)correctas (51): “Homem, acalme-se. Ninguém lhe vai fazer mal, você não vai morrer, precisamos é de homens bem vivos como você para acabar com os filhos da puta que nos mandam para a Guiné!” (António Graça de Abreu, Cufar, 7 de setembro de 1973)
"Para falar de racismo não precisamos de estudar tempos imemoriais, séculos atrás, crueldades antigas. O país presente e gerações atuais viveram a guerra colonial, epítome e corolário do racismo. Quase todos a fizeram, quase todos pactuaram ou se calaram."
São palavras do hoje politicamente correcto, insultar quase todos os homens que passaram pelas guerras de África, 1961/1974, desta vez da pena de um escriba inteligente, Ferreira Fernandes, nas páginas do Público, de ontem, 22 de Agosto. Eu não pactuei, nem me calei, tenho orgulho em tudo o que escrevi, neste caso no meu Diário da Guiné, Lisboa, Guerra e Paz, 2007, pag.145. É por isso que me apetece mandar algumas pessoas para um sítio feio.
No meu Diário da Guiné, texto em Cufar, sul da Guiné, no fogo da guerra, a 7 de Setembro de 1973:
Ontem há noite assisti a um violento manifesto contra a guerra.
O Santos, vinte e dois anos nervosos e puros, nosso cabo nas Transmissões, foi-se embebedando numa pequena farra de soldados. Aconteceu aqui ao lado da minha tabanca e vieram-me chamar para acalmar o rapaz, o álcool subira-lhe à cabeça e ele estava fora de si. O vinho e a cerveja haviam tornado mais claras, mais ousadas umas tantas verdades recalcadas que o Santos guardava lá pelos recantos da memória. Estivera a cantar ao desafio umas quadras de pé quebrado, a beber litros de cerveja e depois começou a despejar os odores da revolta. Fervia por todo o lado. O raciocínio do bêbado é contundente, incisivo. O Santos gritava que odiava a guerra, queria fuzilar quem nos manda morrer e matar, rebelava-se contra os seus camaradas de armas, “um rebanho de carneiros sem cornos” que não protestavam e aceitavam a humilhação de fazer esta guerra. Descontrolado, insultava, queria destruir tudo o que lhe aparecia pela frente, dava pontapés nas malas, queria rasgar a pobre roupa dos outros soldados.
Em braços, trouxemos o Santos até à enfermaria, à procura de um calmante. O médico diagnosticou-lhe simplesmente a necessidade de cozer a bebedeira. À vista do clínico, o Santos libertou um pavor rubro, absoluto, irracional. Acreditou que o médico lhe ia dar uma injecção para o matar, teve consciência de que gritara algumas verdades, e pôs na boca de Salazar a frase “Se se revoltarem, serão mortos!” Onde é que a soturna figurinha, o figurão de Santa Comba disse uma frase destas?
Fiz de alferes, de pai e de amigo. Fui no jogo dele e gritei-lhe mais ou menos isto: “Homem, acalme-se. Ninguém lhe vai fazer mal, você não vai morrer, precisamos é de homens bem vivos como você para acabar com os filhos da puta que nos mandam para a Guiné!”
O discurso fez efeito. Trôpego, arrotando cerveja, cambaleando, trouxemos o Santos para o meu quarto. Deitámo-lo na cama que foi do alferes Lourenço, chorou convulsivamente, por fim serenou e adormeceu. Acordou esta manhã, como novo."
António Graça de Abreu
Último poste da série > 13 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20554: Questões politicamente (in)correctas (50): as grandes desmatações à volta de aquartelamentos construídos de raiz como Mansambo, e ao longo da rede viária, com o apoio das populações às NT (Torcato Mendonça, ex-alf mil, CART 2339, Mansambo, 1968/69)
12 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20551: Questões politicamente (in)corretas (49): no 1º ano do consulado de Spínola, ainda havia ou não indícios da prática de trabalho forçado (, extinto por decreto, em 1961), por parte da administração e até do exército ?
15 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15750: Questões politicamente (in)correctas (47): o menino guineense, fumador passivo, o militar, inveterado fumador, e o neto holandês que quer que o avô chegue aos 100 anos: "Oh opa, was je in de oolog in Guinee. Wie waas in Guinee leven tot 100 jaar" (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)
Guiné 61/74 - P21352: Em bom português nos entendemos (25): Quínara, Quinara ou Quinará?... Uma 'ciberdúvida'... (Luís Graça / Cherno Baldé)
Um "ciberdúvida" para o nosso especialista em questões etnolinguísticas, o nosso irmãozinho Cherno Baldé, que mora em Bissau:
A palavra "Quinara":
O Gonçalo Inocentes escreve QUI-NHA-RÁ que, suponho, não existe... Ele devia querer dizer QUI-NA-RÁ... (*)
Mantenhas. Luís Graça
2. Resposta do Cherno Balde_
Data: quinta, 10/09, 13:40 (há 2 dias)
Caro amigo Luis,
Ao que tudo indica, e confirmando uma regra geral no caso dos topónimos guineenses, a palavra (e a grafia) "Quínara" é portuguesa e resultou da corruptela da palavra "Guínala" que designava uma parte dos três principais reinos biafadas do séc. XIX, criados em consequência do deslocamento destes que, empurrados pelas guerras de conquista dos fulas em revolta contra o jugo mandinga/soninqué na segunda metade do séc. XIX, depois de mais de 6 séculos de submissão e escravidão na região oeste africana da Senegâmbia.
Assim, Quínara em português seria uma palavra esdrúxula como referes e corresponde mais a pronúncia fula do que os outros grupos étnicos, mas para a maioria dos outros grupos do mosaico guineense, na sua forma verbal, as três formas são aplicáveis sem que subsistam quaisquer contradições ou mal entendidos.
Juntamente envio um extracto de um interessante texto de uma dissertação de mestrado de um portugués apresentado no nosso instituto (ISCTE-IUL) em 1991, para dar um cheirinho pitoresco da epopeia biafada e fula no surgimento do chão que passou a ser conhecido por Quinara ou Quinara [. Esse excerto será publicado oportunamento: o autor, Manuel Portugal Almeida de Bivar Abrantes,a grafia Quinara, palavra grave.] (**)
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
3. Resposta de LG, em 10 set 2020, 21h10:
Obrigado, Cherno, és uma referência inestimável e insubstituível. O teu saber sobre a tua terra é uma prova de amor pátrio. Fico sempre muito sensibilizado pelo teu carinho pelos teus e por nós. Fica bem, meu irmãozinho. Luís
Caro Luís: esqueci-me de te dizer que, também, no extracto do texto do jovem investigador português escrito a partir de uma narrativa oral dos biafadas, podes encontrar a origem do nome do rio Geba e do regulado de Badora, descrito nos seguintes termos:
"(...) Andando, andando, andando, e a sede a apertar, os meninos e as mulheres a chorar. Mas lá em baixo, um rio. Levaram a água à boca - – “esta é doce! Bádjéba, a Geba dos brancos. Seguiram para Badora - cano de arma antiga e comprida dada pelo irã (cr.) aos biafadas para que os fulas não ousassem fazer a guerra".
Abraço,
Cherno Baldé
Notas do editor:
sábado, 12 de setembro de 2020
Guiné 61/74 - P21351: Tabanca Grande (502): Carlos Arnaut, ex-alf mil art, 16º Pel Art (Binar, Cabuca, Dara, 1970/72): senta-se, no lugar nº 817, à sombra do nosso poilão
Carlos Arnaut, foto atual
Fotos (e legendas): © Carlos Arnaut (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]Guiné > Região de Gabu > Carta de Nova Lamego (1957) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Dara, a leste de Nova Lamego, na estrada para Piche, a nordeste
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)
1. Mensagem de Carlos Arnaut, nosso novo membro da Tabanca Grande, com o nº 817
Date: sábado, 12/09/2020 à(s) 12:15
Subject: Inscrição no Blogue
Caro Luís,
Sou leitor do Blogue desde há vários anos, mas por preguiça irracional nunca me decidi a entrar "oficialmente" na Tabanca Grande.
Presumo que para oficializar esta adesão sejam necessárias as duas fotos da praxe, a recordação dos vinte e poucos anos, e a actual dum venerando ex-Alf Mil Art que completa 72 anos no próximo dia 22 de Setembro.
As fotos seguem em anexo assim como a minha caderneta militar com foto "à civil" recentemente desmobilizado.
A minha estadia na Guiné começou no pelotão de Obus 14 estacionado em Binar, onde fiquei cerca de três meses, tendo sido de seguida colocado em Cabuca a comandar o glorioso 16º Pelart, durante cerca de treze meses.
Para protecção à distância de Nova Lamego, o pelotão recuou para Dara, na estrada Nova Lamego Piche, onde fiquei até ao fim da comissão.
Em resumo, 24 meses e três semanas de suor, temperado a Johnnie Wallker Black Label e Basucas Sagres, com muitas estórias de permeio.
Por agora é tudo, espero que me aceitem à sombra do Poilão, um abraço e até breve.
Carlos Arnaut
Guiné 61/74 - P21350: Os nossos seres, saberes e lazeres (410): No Alto Minho, lancei âncora na Ribeira Lima (6) (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
A vila de Ponte de Lima preza os jardins, aliás, vem na Rota das Camélias do Alto Minho, e não só. Num lugar chamado Arcozelo, passando a ponte da vila, por onde se veem locais e peregrinos a caminho de Santiago de Compostela há um lindíssimo parque temático com mostra de vários tipos de jardins, tudo num recato a contemplar maciços florais de azáleas e rododendros viçosos, estava a despontar a primavera, dentro de dias iria anunciar-se o Covid-19, por enquanto ninguém se assusta quando vê outro a passar bem rente. E regressou-se à vila sede de concelho melhor equipado de solares barrocos, o que interessava era mirar todo este casario quase todo reparado, sólido, que se ergue de um lajeado de pedra, parece ser uma natural erupção, são construções sólidas, como as fontes, as ruas apertadas, o casario com aparência de fortim adaptado às necessidades do conforto atual. Percebe-se o orgulho que os limianos põem no tratamento deste património que singulariza a vila mais antiga de Portugal por todos estes aspetos da presença da natureza, a corrente amena do Lima, as áreas frondosas, a Avenida dos Plátanos não tem rival e a solidez das construções com uma certa reminiscência que vai do Medieval ao Barroco.
O saudoso amigo por quem hoje fiz esta viagem, e que era um limiano que nada esquecera das suas origens, percebo agora, tinha carradas de razão em desvendar regularmente as saudades latentes que reprimia a tanto custo, viagens de retorno impossíveis de fazer, pois ele vivia cego, acalentado por uma memória prodigiosa. Bendita viagem que agora pude fazer, confirmo toda a legitimidade do seu orgulho limiano.
Um abraço do
Mário
No Alto Minho, lancei âncora na Ribeira Lima (6)
Mário Beja Santos
Inicia-se o percurso da manhã em demanda de um belo jardim de Ponte de Lima, chamado Parque Temático do Arnado. A vila resplandece de cor, num pré-aviso de primavera, há jardins no passeio ribeirinho, flores não faltam na Avenida dos Plátanos, no Jardim dos Terceiros, e quando aqui se arribou, perto do Largo Dr. António Magalhães, deu-se com o despontar floral, irá encontrar igualmente no Jardim Dr. Adelino Sampaio, quando se andou a visitar o belo e antigo edifício da autarquia. Atravessa-se a ponte, em direção de Arcozelo, dá-se de frente com a Igreja de Santo António dos Frades e ali bem perto a Capela do Anjo da Guarda. Este monumento nacional é de um gótico inusitado, lembra o vestígio de um elemento de fortim, mas é cobertura de um anjo e a vista que daqui se desfruta sobre Ponte de Lima, nesta manhã límpida e de temperatura morna é um bálsamo para os olhos.
O parque temático requer tempo para contemplar, comporta vários jardins, nesta altura é um deslumbramento de azáleas e rododendros, tudo cheio de viço, em tons fosforescentes. Deambula-se o jardim romano, segue-se para o jardim Labirinto, o Renascença e o Barroco. É um ambiente de paz, os visitantes são escassíssimos, ouve-se o trabalho dos jardineiros, à distância, a estufa está fechada bem como o Centro de Interpretação do Território, lamenta-se muito, ouviu-se dizer que é digno de menção o acervo de atividades agrícolas, festas, artesanato, mostra-se o trabalho da terra, a produção de linho. Enfim, fica para a próxima visita, não se deve deambular só ao acaso, só à espera de ser acicatado pelo imprevisto, há telefones, deles se deve fazer uso, como teria sido o caso.
Antes de regressar à vila propriamente dita, para-se diante do que já foi uma bela mansão e que merecia melhor tratamento. O concelho é possuidor de belos solares, tem delicado e valioso património em igrejas românicas, há vestígios do passado desde a cultura castreja a sepulturas medievais, há santuários e cruzeiros e diferentes pontes, mas os solares barrocos vão alçapremar Ponte de Lima numa posição única, já se referiu anteriormente, possui o maior conjunto existente em Portugal destes solares, passou-se à berma do Solar de Bertiandos, quando se foi visitar a lagoa com o mesmo nome. Outra visita que se regista para a próxima itinerância limiana.
Batemos na mesma tecla, sucedem-se as mostras de património dentro da vila, e quem não se limita a vir só de passagem e tem vários dias para ir pondo o pé noutros lugares do Alto Minho, passear dentro da vila e depois torcer para a margem direita e calcorrear os caminhos, saborear este rio Lima de águas serenas, sem a mínima convulsão, traz uma grande paz de espírito. Esta visita foi programada para homenagear um amigo do coração, o mais indefetível dos limianos que, sempre em Lisboa, nunca descurou as suas origens e a cultura do berço. Falava regularmente da Casa da Feitosa, foi lamentável ter desenhado este roteiro sem no mínimo cuidar sobre a existência desta casa. Mais um elemento a adicionar para a próxima visita. Vejam-se os pormenores escultóricos nas janelas, os brasões, a harmonia daquela escadaria que leva à Capela das Pereiras, casas que nos lembram autênticas fortificações e outras que estão harmoniosamente adossadas aos restos da muralha. Prossegue-se o passeio até à Casa de Nossa Senhora d’Aurora, o meu saudoso amigo tinha um grande afeto por Manuel Aurora e conhecia praticamente de cor os livros do 3.º Conde.
Leio numa brochura que me foi oferecida no Turismo: “Na Rua do Arrabalde, contemplamos a Casa de Nossa Senhora d’Aurora, a residência mais imponente e majestosa da vila brasonada, construída na primeira metade do século XVIII pelo engenheiro e arquiteto Manuel Pinto de Vila Lobos. A capela da casa, consagrada a S. João Baptista, alberga um gracioso retábulo barroco com representações escultóricas de Santo Elesbão e Santa Ifigénia da Núbia, santos negros de figuração rara”.
Chegou o tempo de amesendar, cresce água na boca por um bom caldo verde e uma posta de bacalhau, talvez assado, depois esmoer esta fartura um pouco à beira Lima, a tarde será destinada a Arcos de Valdevez.
(continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 5 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21327: Os nossos seres, saberes e lazeres (409): No Alto Minho, lancei âncora na Ribeira Lima (5) (Mário Beja Santos)
Guiné 61/74 - P21349: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (5): A visita da Cilinha ao destacamento de Nova Sintra, em 1973...
Assunto: Foto / documento histórico
Nova Sintra-Setor do Quínara-Guiné 1972/74
"Os Mais de Nova Sintra"
Bart 6520/72 - 2ª Cart
A Cilinha do Movimento Nacional Feminino, numa visita ao destacamento de Nova Sintra, em 1973
O Alferes Figueira, cabo-verdiano, grande amigo, acompanhou a visita desta "ilustre" personagem
ao nosso destacamento onde a guerra estava sempre ativa. (**)
Notas do editor:
(**) Último poste da série > 7 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21332: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (4): A cabrinha Inha...
(***) Vd poste de 2 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21316: Tabanca Grande (501): Carlos Barros, ex-fur mil, 2ª CART / BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74) que passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 815... É natural de Esposende e professor aposentado.
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
Guiné 61/74 - P21348: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (18): A funda que arremessa para o fundo da memória
Queridos amigos,
O episódio já tem barbas, apareceu, mais desenvolvidamente, no primeiro volume do meu Diário. Mas fazia todo o sentido fazer-se a revisitação, Paulo Guilherme vai enviando cronologicamente alguns dos episódios para ele mais salientes da guerra que ele viveu. Dentro de uma trama que funciona como as bonecas russas, abre-se um episódio e encontra-se nova porta, emerge desta pseudo correspondência uma relação cada vez mais estreita, pesa a intimidade dos episódios, um tanto caleidoscópicos, que organizam a imagem afetuosa destes dois cinquentões que vivem em pleno deslumbramento, onde o passado de ambos adquire uma nova imagem, um quase cabedal de sabedoria que os prepara para enfrentar o futuro em radiante felicidade.
Um abraço do
Mário
Esboços para um romance – II (Mário Beja Santos):
Rua do Eclipse (18): A funda que arremessa para o fundo da memória
Mário Beja Santos
Mon amoureux Paulo, a reunião no Parlamento terminou cedo, vim rapidamente para casa, limitei-me a fazer umas compras imperativas no Delhaize, tinha uma volumosa carta tua no correio, és sempre mais importante que as artes da culinária, sentei-me na sala, estava imenso calor, servi-me de uma cerveja Orval, em tua homenagem, sei muito bem que é a tua cerveja predileta. Davas-me conta do primeiro grande drama, um patrulhamento perto de uma antiga povoação chamada Chicri, será a primeira que tu matarás um ser humano, num recontro com população rebelde, e virá então um episódio do maior dos sofrimentos que tu intitulas “O Presépio de Chicri”, observando que se acaso o romance for por diante tudo aquilo que aqui se escreve será dele parte integrante. Começas por referir o encontro com Paulo Ribeiro Semedo, vocês não se viam há mais de 31 anos, e impressiona-me muito os elementos que tu pões na escrita, tudo numa toada de conversa, tu vais reviver o que foi o sofrimento do Paulo:
“A 19 de dezembro de 1968, tomei a decisão de partirmos a 22 para patrulhar Chicri, aproveitando a missão de vigilância em Mato de Cão, fora anunciado que passaria um comboio de embarcações civis ao amanhecer, saí de Bambadinca para Bissau.
Precisei de meses para me aperceber da importância estratégica de Missirá e Finete, e bem patrulhei a região até aos limites da sensatez, nunca procurei o contato direto indo com um grupo que não excedia 30 homens. Mas as provas da presença dos rebeldes no Cuor eram por demais evidentes. Os guerrilheiros de Madina do Cuor abasteciam-se atravessando o Geba em dois pontos: perto de Samba Silate, que fora até ao princípio da guerra a mais populosa tabanca de todo o Leste; ou em Mero, a Oeste, atravessando o Geba estreito, em região habitada por Balantas. Dizia-se, mas eu não o podia comprovar, que na região de Ponta Varela o PAIGC atravessava o Geba com a sua artilharia pesada e munições.
Visitei várias vezes esta região de Chicri, possuía um esplendoroso palmar, antes da guerra pôr a terra próspera, agora restavam umas estacas ainda espetadas no ar e subindo um pouco um declive pedregoso a vista era bafejada por um Geba refulgente, serpenteando entre o Xime e Bambadinca. E na última visita detetámos um trilho, houve o cuidado de o flanquear, para não deixar marcas. A 22 seria o patrulhamento para reconhecer o itinerário rebelde.
Paulo, provavelmente estará esquecido, mas a 19 de dezembro, contemplando aquele anfiteatro, tu disseste-me: ‘Chicri não parece um presépio?’. E pediste-me para ir a Bafatá comprar figurinhas de barro, querias fazer um presépio em Missirá, não me surpreendeu, tu eras cristão de Geba, usavas o fio ao pescoço com a Cruz de Cristo. Nessa madrugada do dia 22, tu já tinhas deixado armado na messe o presépio com as figuras principais, ornado de uma bela vegetação. Percorremos lamaçais, atravessámos, um tanto tolhidos pelo cacimbo, as pernas encharcadas pelo capim orvalhado, eram cerca de sete horas com muita humidade naquele dia a despertar. Avistado o trilho, confirmada a presença recente pelos vestígios de uma fogueira, restos de caju e peixe e uma patorra bem desenhada na areia, desta vez sem qualquer hesitação internamos a floresta fechada, à frente Quebá Soncó, Cibo Indjai, eu e o José Jamanca, íamos dentro do trilho, o importante era detetar se havia uma base rebelde entre Madina e Chicri. Quebá, sempre com aquele seu ar assustado e receoso, a rogar uma marcha mais lenta, um sol brutal escoava-se entre a ramaria e assim progrediu aquele caminhar quase sonâmbulo, sem se ouvir o piar das aves. Como se fosse hoje, tu vieste de mim pedir um cigarro, desaconselhei, não se fuma em terra de combate.
E de repente, na curva da picada, Quebá Sonco e Cibo Indjai atiram-se para o chão, tenho a pouco mais de cinco metros de mim um homem fardado de caqui amarelo, um estranho cofió, olhamo-nos estuporados e confusos. Levantámos as armas, foram dois tiros num só eco. Aquele homem que eu nunca vira levou a mão ao ombro direito, revolteou e quem seguia atrás dele tomou conta de um corpo ferido. Seguiu-se o tiroteio caótico, o estoiro das granadas, tu estrondeavas o temível dilagrama, os guerrilheiros abandonaram o terreno que ficou juncado de despojos. Cibo Indjai exibia triunfante uma Simonov, arma que nunca me passara pelas mãos. E nisto ouviu-se um urro medonho, e eu só me lembro de ver numa rodilha de carne dilacerada, feridas de onde saíam golfadas de sangue. Logo que se percebeu o que tinha acontecido, tinhas misturado os cartuchos especiais para dilagrama com balas reais, preparavas a tua condenação. Pressentiste um fim doloroso, estava ajoelhado diante de ti, impotente tu a pedires para te dar um tiro de misericórdia. Tu estavas muito mal, o braço esquerdo todo rasgado, buracos no peito, estilhaços nas pernas, pensei mesmo que tinhas perdido os dois olhos.
Havia que retirar prontamente, tentar um helicóptero para a tua salvação. Vieste nas minhas cavalitas, pernas e pés presos com cordões, resvalavas como um peso morto, ajudava-me Mamadu Djau que te elevava pela rabada. Paulo, encurtemos estes pormenores dolorosos, chegámos a Bambadinca e uma Dornier levou-te para Bissau. Ficaste muito sinistrado, mas para mim era muito importante que resistisses a tanto sofrimento, bem digo a tua sobrevivência.
Regressámos a Missirá, entreguei no comando de Bambadinca os principais despojos, confirmei o que todos suspeitavam quanto a corredores de abastecimento.
E assim chegou a noite de Natal, organizou-se uma festa para a população, mas tu não podes imaginar a frialdade no meu coração. Perto da meia-noite, o Teixeira das Transmissões foi chamar-me. No nosso refeitório, tal como tu o deixaste enfeitado, iluminava-se o presépio. Estávamos todos com um nó na garganta, brindámos às tuas melhoras.
Estou a falar-te pausadamente, Paulo, é só para calar a emoção, são memórias de quem assistiu ao teu corpo a estropiar-se. Estamos no Natal, e ter-te aqui, à minha frente, 31 anos depois, é uma incomensurável alegria. Perdi o teu paradeiro, não me comportei bem contigo, quando a guerra acabou dei primazia aos estudos, à vida familiar, ao trabalho. Sabia que os meus sinistrados viviam em Portugal, concentrei-me em Fodé Dahaba, ele era a minha fonte de informações. Os anos passaram, eu sentia-me intimidado em rever-vos, então ganhei coragem, obtive moradas e números de telefone, e aqui estou hoje a pedir perdão, tenho uma declaração muito importante: tu sobreviveste para lembrar aos homens da tua pátria e da minha que há muitos presépios de Chicri perdidos ou esquecidos. E muito importante para mim trago-te as figuras de barro que compraste em Bafatá e que resistiram a todas as inclemências do tempo. Não seja esta noite igual às outras noites, vamos hoje celebrar um Natal há tanto tempo adiado”.
Mon amoureux, que ternura, que texto tão íntimo e convincente! Às vezes penso que há dimensões da realidade que extravasam a ficção. E quando rememoro que estávamos nós sentados à mesa numa cantina de uma instituição da Comissão Europeia e me pediste ajuda para forjares um romance em que era preciso haver uma relação poderosamente afetiva que justificasse estas memórias, ainda mais feliz me sinto por ser a zeladora de medonhos acontecimentos que fizeram de ti o homem em que eu revejo o meu futuro. Vou agora preparar o meu jantar e pode até dar-se o caso de o telefone tocar e a boa notícia que me breve estarei dentro dos teus braços...
(continua)
A despedida de Bambadinca, a guerra acabou. Ao fundo, à esquerda, o major Anjos de Carvalho, ao centro, o meu sucessor, Nelson Wahnon Reis, o tenente-coronel Domingos Magalhães Filipe, e de sorriso bem largo o Abel Maria Rodrigues, agosto de 1970
Nota do editor
Último poste da série de 4 de Setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21323: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (17): A funda que arremessa para o fundo da memória
Guiné 61/74 - P21347: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (33): O Honório [Augusto Brito da Costa] que eu conheci (Esteves Oliveira, ex-alf mil, CTIG, 1963/65)
Nascimento: 29 Ago 1941, Praia, Santiago, Cabo Verde
Companheira: Lina da Silva Soares (de quem teve uma filha, Tatiana Soares Brito da Costa, nascida em 1982)
Óbito: 29 Ago 1993, Praia, Santiago, Cabo Verde com 52 anos de idade. (Terá morrido de AVC.)
Honório também usou o nome Honoriozinho.
Fonte: Genealogia dos cabo-verdianos com ligações de parentesco a Jorge e Garda Brito, a seus familiares e às famílias dos seus descendentes (com a devida vénia...)
Date: sexta, 11/09/2020 à(s) 13:07
Subject: O Honório que eu conheci
Recentemente, a passear pelas páginas do vosso / nosso blog, descobri que escreveram sobre o piloto aviador Honório Augusto Brito da Costa. (*)
Foi durante a minha primeira passagem pela estância de férias da Guiné (1963-1965) que conheci o Honório, formidável figura que merecia ser descrita num livro.
Os oficiais superiores (majores, tenentes coronéis e coronéis) detestavam voar com ele, desistiam da viagem se fosse ele o piloto do avião-correio... Lembro-me de uma vez em que partilhei como passageiro com o ten cor, comandante do batalhão de Buba, um DO-27 pilotado pelo Honório, foi um festival! Descolagem STOL extrema, subida a pique, quebra repentina para o Rio Grande de Buba sobrevoado a uns metros da água, abaixo das copas das árvores, as curvas do rio dadas a rapar, até chegarmos à foz - assim, evitámos ser atingidos pelo eventual fogo antiaéreo do inimigo, explicou o Honório ao petrificado Luizinho das Perguntas, "como o senhor coronel sabe, eles estão por todo o lado...".
São muitas as recordações do Honório como piloto militar, na Guiné e em Angola, onde o vim encontrar mais tarde, muitas vezes, já desmobilizado e a voar aerotáxis e aviões de fumigação.
A notícia da sua morte deixou um buraco enorme no meu acervo de amizades e memórias. (**)
Confirmo, mais uma vez, que o camarada Esteves de Oliveira, antigo alferes miliciano no CTIG, 1963/65, acompanha com maior ou menor regularidade o nosso blogue e já tem feito mais comentários.
E reitero o que já aqui escrevi: é uma pena não estar "formalmente" integrado na nossa Tabanca Grande, o mesmo é dizer, poder estar sentado à sombra do nosso mágico e fraterno poilão... Para mais conheceu a Guiné nos anos de chumbo (1963/65), além dos TO de Angola e Moçambique...
O convite continua de pé: só precisamos das 2 fotos da praxe...
(*) Vd. poste de 10 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21344: Notas de leitura (1303): "O Cântico das Costureiras", de Gonçalo Inocentes (Matheos) - Parte II (Luís Graça)
(...) Não menos calorosa foi, num outro dia, a saudação que veio do ar, do na altura furril mil pil Honório Brito da Costa. Eram já amigos um do outro, do tempo da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. Um angolano, outro cabo-verdiano. Nas férias, em Lisboa, encontravam-se no Café Palladium, nos Restauradores, ou na Suíça, no Rossio. E tinham por hábito, ir a pé até à Portela de Sacavém, tomar uma bica na varanda do 1.º andar do aeroporto, só para "ver... os aviões".
Quis o destino que se encontrassem na Guiné, na mesma altura... mas sem o Honório saber onde estava o amigo... Até que o descobriu e fez-lhe uma surpresa... Numa manhã, o aquartelamento de São João foi sobrevoado, em voo rasante, por um T6 Harvard, pondo a tropa em sobressalto. Pela rádio, ouviu-se o piloto a pedir para chamar o furriel Inocentes. Finalmente, em contacto via rádio, o Honório em fúria desanca no Inocentes: "Cabrão, cabrão, cabrão! Ando doido à tua procura! Não sabias dizer onde estavas ?"... E deu-lhe um abraço "by air" que se ouviu em toda a Guiné... e em Bissalanca.
Claro que o Honório deve ter levado uma porrada... Mas esta é uma das histórias deliciosas que o Inocentes nos conta, e que eu resumo aqui para os nossos leitores. (...)
Guiné 61/74 - P21346: Notas de leitura (1306): "Forças Expedicionárias a Cabo Verde na II Guerra Mundial", livro de Adriano Miranda Lima (edição de autor, Mindelo, 2020, 241 pp.): a história escrita com paixão, memória e coração (José Martins)
Cabo Verde > Ilha de S. Tiago > Praia > Junho de 1941 > O 1º cabo Feliciano Delfim Santos, da 1ª companhia do 1º batalhão expedicionário do RI 11 [Setúnbal], na linha da frente, é o terceiro a contar da direita para a esquerda. (*) Este batalhão foi colocado na Ilha do Sal, integrado no RI 24.
Foto do álbum do pai do nosso camarada Luís Dias [ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872,´Dulombi e Galomaro,1971/74]
Foto (e legenda): © Luís Dias (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Notas do editor
(*) Vd. poste de 29 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17000: Meu pai, meu velho, meu camarada (50): Feliciano Delfim dos Santos (1922-1989), ex-1º cabo, 1º Comp /1º Bat Exp do RI 11, Cabo Verde (Ilhas de Santiago, Santo Antão e Sal, 1941/43) (Augusto Silva Santos) - Parte I: A caminho da ilha do Sal, com chegada, a 23/6/1941 à Ilha de Santiago, no vapor "João Belo"...
(**) Vd. poste de 9 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4926: Meu pai, meu velho, meu camarada (12): 1º cabo Ângelo Ferreira de Sousa, S. Vicente, 1943/44 (Hélder Sousa)
(****) Vd. poste de 8 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21336: Agenda cultural (728): "Forças Expedicionárias a Cabo Verde na II Guerra Mundial", de Adriano Miranda Lima: o livro pode ser adquirido a 12 € por exemplar, incluindo portes de correio.