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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P17966: Agenda cultural (605): Apresentação do livro "Guiné, Crónicas de Guerra e Amor", de Paulo Cordeiro Salgado, dia 16 de Novembro de 2017, pelas 15h00, na Messe de Oficiais, Praça da Batalha, Porto



APRESENTAÇÃO DO LIVRO "GUINÉ, CRÓNICAS DE GUERRA E AMOR", DE AUTORIA DO NOSSO CAMARADA PAULO CORDEIRO SALGADO, DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2017, PELAS 15H00, NA MESSE DE OFICIAIS, PRAÇA DA BATALHA, PORTO

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1. Mensagem do nosso camarada Paulo Salgado (ex-Alf Mil Op Esp da CAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), com data de 11 de Novembro de 2017:

Meu Caro Carlos Vinhal,
Com um abraço, envio-te a notícia que coloquei no facebook.
Teu camarada e amigo
Paulo Salgado

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Praça da Batalha
Com a devida vénia a Torrada e Meia de Leite


Por diligência do Sr. Coronel Belchior, o meu livro "Guiné - Crónicas de Guerra e Amor"[1] será apresentado na messe dos Oficias no Porto. 

A apresentação será feita pelo meu Amigo Dr. Amaral Bernardo, médico do HGSA, que também esteve na Guiné como médico militar e, mais tarde, como cooperante comigo no mesmo projecto de formação de quadros guineenses. 

Este evento decorrerá na messe de oficiais, à Rua Alexandre Herculano, n.º 68, Porto, no dia 16.11. 2017, às 15 horas. 

Conto convosco, estimáveis amigos.
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Notas do editor

[1] - Vd. postes de:

22 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16747: Agenda cultural (522): No passado dia 17 de Novembro de 2016, foi apresentado no Porto, no Auditório da "Fundação Portugal África", o livro "Guiné Crónicas de Guerra e Amor" da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721 (Carlos Vinhal)

30 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16894: Notas de leitura (915): “Guiné, Crónicas de Guerra e Amor”, da autoria de Paulo Salgado, Lema d’Origem Editora, 2016 (1) (Mário Beja Santos)
e
2 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16907: Notas de leitura (916): “Guiné, Crónicas de Guerra e Amor”, da autoria de Paulo Salgado, Lema d’Origem Editora, 2016 (2) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 9 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17952: Agenda cultural (604): Hoje, às 18h30, na Fundação Calouste Gulbenkian, no Auditório 2, sessão de lançamento da obra "Médicos e Sociedade: Para uma História da Medicina em Portugal no século XX" (Lisboa: By the Book, 2017, 863 pp.)....A obra foi superiormente coordenada por A. L. Barros Veloso, e tem cerca de 4 dezenas de autores, um dos quais o nosso editor Luís Graça (capítulo 04: "Ricardo Jorge e a modernização da Saúde Pública" , pp. 18-33)

sábado, 8 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17222: Tabanca Grande (431): Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael, Vicente da Mata, Ome (Bijemita), Quinhamel, Biombo e Bissau, 1970/72)... Grã-tabanqueiro n.º 740

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, Adolfo Cruz, (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1970/72) com data de 7 do corrente;

Assunto - Tabanca Grande

Caros Amigos,

Aproveito este momento para me registar na entidade em epígrafe [Tabanca Grande] acreditando que passarei a fazer parte de uma entidade  que nos diz muito, não pela missão que nos moveu, naquele tempo, mas pelo simbolismo, além da cumplicidade e admiração que todos nutrimos uns pelos outros.

Nasci em Vieira do Minho, em 11 de Setembro de 1948.

Vivi em Aveiro, Lisboa, Ponte da Barca, Ansião, Coimbra, Arcos de Valdevez, Braga, Figueira da Foz.

Residi em Lisboa, novamente, desde Maio de 1973. Actualmente (sendo pensionista, desde Setembro de  2005) resido em Algés, Oeiras.

Sou do 4.º turno de 1969, tendo entrado no RI 5,  Caldas da Raínha, em 6 de Outubro, seguindo para o CISMI de Tavira, para complemento da especialidade de  atirador.

Depois, dei instrução no RI 7,  Leiria e, em Julho de 1970, formei a Companhia de Caçadores Independente, CCAÇ 2796, no RI 2, Abrantes, seguindo para o Campo Militar de Santa Margarida, onde fiz o IAO.


Em 31 de Outubro de 1970, embarcámos para a então Província da Guiné, no velho "Carvalho Araújo", tendo chegado a Bissau, em 9 de Novembro.

Como teria que ser, primeira etapa no Depósito de Adidos (Brá), aguardando disponibilidade de LDG ou LDM para a viagem para Gadamael Porto, nosso destino de operações.

A viagem foi "interessante" ..., tendo feito transbordo em Cacine, para batelões, pois eram os meios possíveis para complemento da viagem naquelas circunstâncias de navegação.

Em Gadamael Porto, estivemos durante 16 meses (embora nos tivessem dito que seriam, apenas, 12 meses, período máximo considerado para aquela zona).

Depois, passámos para 4 destacamentos, um grupo de combate em cada um: S. Vicente da Mata, Ome (Bijemita), Quinhamel, Biombo, onde permanecemos cerca de 7 meses, seguindo para o COMBIS, Bissau, onde aguardámos voo para Lisboa.

Em 5 de Outubro de 1972, após desfilar perante o Governador-Geral e Comandante-Chefe, gen Spínola, partimos para Lisboa !

Abraço
Adolfo Cruz

Blogue "Se Penso, Blogo, Existo".
http://www.kruzadolphus.blogspot.com


2. Comentário do editor:

Adolfo, chegas num dia triste, em que desaparece o nosso camarada Jorge Portojo, que esteve em Catió, em 1968/70. Mas o dever de cada de um de nós é o de passar uns aos outros e aos vindouros o nosso testemunho, as nossas memórias.

Sê bem-vindo. Passas a ser o membro da Tabanca Grande n.º 740. E ficamos à espera que nos fales, com mais detalhe, dos sítios por onde passaste com os teus camaradas da CCAÇ 2796. Se sobre Gadamael, Quinhamel e Biombo, temos muitas referências no blogue, já sobre São Vicente da Mata  e Ome sabemos muito pouco ou nada.

Senta-te no teu lugar, à sombra do nosso poilão, e já sabes: a partir de agora tens licença para falar em voz alta, e com propriedade, sobre as tuas andanças na Guiné.  É para isso que o nosso blogue serve, além de ser um traço de união entre todos os camaradas que por lá passaram, de 1961 a 1974.

Que sejas bem vindo e que fiques connosco por muito tempo. Diz-nos a tua data de nascimento, se quiseres que a gente te cante, em público, os "parabéns a você" no dia do teu aniversário...
Conheces as regras de convívio do blogue e já sabes que a gente se trata por tu.
Fica bem.
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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17189: Tabanca Grande (430): António Salvada, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2854/BCAÇ 2884, Có, 1969/71, nosso 739.º amigo tertuliano

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16723: Agenda cultural (515): No passado dia 10 de Outubro, na Messe Militar do Porto, sita na Praça da Batalha, foi apresentado o livro "Quatro Rios e Um Destino" do nosso camarada Fernando de Jesus Sousa (Carlos Vinhal)


No passado dia 10 de Outubro, na Messe Militar do Porto, sita na Praça da Batalha, foi apresentado o livro "Quatro Rios e Um Destino" do nosso camarada Fernando de Jesus Sousa, ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/71.

Foi uma jornada emotiva, não porque o nosso camarada precise de nós, mas antes porque ele próprio é uma força de vida e um exemplo. Somos nós que precisamos dele.

A força da amizade entre ele e o médico que o tratou em Bedanda enquanto não foi possível a evacuação, o ex-Alf Mil Médico Amaral Bernardo, ficou bem patente e sabemos que perdurará. Um misto de sentimentos fez com que a assistência se mantivesse em religioso silêncio, com algumas lágrimas a fazer arder os já gastos olhos dos Combatentes, e não só, ali presentes.

Ficámos a conhecer melhor o Fernando, a sua força de viver, aquela que todos quereríamos ter para enfrentar os mesquinhos problemas que nos surgem e que julgamos serem os mais importantes do mundo.

Quem venceu a morte e suplantou a adversidade é digno do nosso respeito e admiração.
Obrigado Fernando.

Segue-se a reportagem.

Carlos Vinhal


Ainda antes do início da apresentação foi possível reunir três distintos médicos e um administrador hospitalar: Dr. Paulo Portela (Índia); Prof. Dr. Amaral Bernardo (Guiné); Dr. Reis Lima (Angola) e Dr. Paulo Salgado (Guiné).



A sala estava composta embora o autor do livro merecesse mais audiência.


Momentos antes do início dos trabalhos, ultimam-se os pormenores.


A Mesa, presidida pelo Coronel Sousa Machado, ao centro, tem à sua esquerda: o Dr. Reis Lima, Presidente da Mesa da AG do Núcleo do Porto da LC e à ponta o Coronel José Belchior, coordenador da Tertúlia e Presidente da Direcção do Núcleo do Porto da LC. À direita do Coronel Sousa Machado: o autor Combatente Fernando Sousa e o apresentador, Prof Dr Amaral Bernardo.


O Coronel Belchior deu início à sessão cumprimentando a Mesa e os presentes, dando a palavra ao apresentador do livro, Prof. Dr. Amaral Bernardo que foi Alferes Médico em Bedanda, nos anos de 1970 a 1972, onde se encontrava aquando do acidente que feriu gravemente o autor Fernando Sousa.

Falar do livro e dos momentos vividos em Bedanda, pelo Fernando, nas primeiras horas a seguir ao infeliz acontecimento, foi doloroso para o nosso camarada Amaral Bernardo, que visivelmente comovido, lembrou o seu papel de médico no mato, sem as condições mínimas necessárias para assegurar a sobrevivência do ferido grave que tinha entre mãos. Fez o que pôde até que a evacuação se efectivasse, para que no hospital, com outros meios, o Fernando fosse devidamente tratado. Disse ainda, que foi com a maior emoção e alegria que, passados mais de 30 anos, o encontrou a andar normalmente e a levar uma vida plena.
Salientou o facto de o infortúnio ter criado uma amizade especial entre o médico e o doente que os unirá até ao fim dos dias.


Amaral Bernardo fala do Fernando Sousa com a maior admiração pela sua coragem e força vontade em suplantar as dificuldades.

Chegou a vez do autor, que dedicou as suas primeiras palavras ao homem a quem deve a sua vida, ao seu Alferes Médico e amigo Amaral Bernardo. Disse que a princípio não lhe ficou reconhecido pelo esforço em lhe salvar a vida porque o que queria era terminar ali mesmo a sua existência, mas que depois de ultrapassadas todas aquelas horas, e foram muitas, difíceis e dolorosas, reconhece o quanto lhe deve.

Falou do seu livro, onde descreve as horas, mais más do que boas, enquanto militar e enquanto sobrevivente e lutador, tentando viver com a maior normalidade possível face à sua deficiência de guerra.

Falou de Bedanda, localidade onde conheceu os piores dias da sua vida, a que dedicou um poema intitulado "Bedanda terra de Magia", que começa assim: Bedanda. Terra de nada, repleta de tudo / Sem ruas de avenidas despida / Onde o Tuga espera quedo e mudo / Nas entranhas de África nascida.
Podem ler o resto na página 230 de "Quatro Rios e um Destino"

Falou dos seus versos, do seu último livro "Sussuros Meus", do qual também leu alguns poemas, um dos quais em homenagem à Mulher.

O autor, Combatente Fernando Sousa, diz aos presentes o que o levou a escrever este livro.

Dada a possibilidade de intervenção aos presentes, falou em primeiro lugar o Combatente Carlos Pinto Azevedo, contemporâneo do Fernando Sousa e do Dr. Amaral Bernardo na CCAÇ 6 - Bedanda. Recordou também os momentos dolorosos que todos viveram com o acidente do autor ali presente, contando que no primeiro convívio dos bedandenses, ainda a caminho, se lembraram do Fernando e até puseram a hipótese de ele não ter sobrevivido aos graves ferimentos infligidos. Se fosse vivo, deslocar-se ia com certeza com muita dificuldade, talvez apoiado em canadianas ou até em cadeira de rodas. Quando reunidos, perguntam pelo Sousa, se estava vivo. Aparece então aquele homem caminhado normalmente. "Sem uma perna e andas assim?" - "Sem uma não, sem duas".
Espanto geral, estava ali vivo e são, um verdadeiro Combatente, alguém digno da nossa admiração.

Aqui o editor pede desculpa, mas a foto com a intervenção do Carlos não estava em condições de ser publicada.

Falou seguidamente o Presidente da ADFA-Porto, o Combatente Abel Fortuna, também ele um mutilado pela guerra da Guiné - S. Domingos.
Falou da dificuldade que os Combatentes têm, especialmente os Deficientes para quem tudo são barreiras

O camarada Abel Fortuna, Presidente da ADFA-Porto no uso da palavra.

Levantou-se também da assistência o Dr. Paulo Salgado, nosso camarada tertuliano, para saudar o autor e dizer o quanto o marcou positivamente o seu exemplo

Paulo Salgado - Ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72

Na fila da frente estava o Superintendente Isaías Teles, Presidente da Direcção do Núcleo de Oeiras/Cascais da LC, que falou das Tertúlias do Fim do Império e do apoio que esta iniciativa tem dado na edição ou divulgação da bibliografia da Guerra Colonial.


O Superintendente Isaías Teles falando aos presentes.

Era inevitável que não se falasse das mulheres das nossas vidas, principalmente daquelas que a seu modo, na retaguarda, viveram a guerra e sofreram pelos filhos, irmãos, maridos, namorados, afilhados de guerra, etc.

Levantou-se uma senhora que agradeceu as palavras dirigidas às mulheres presentes, e ausentes, uma mulher que já visitou a Guiné inúmeras vezes e por lá cooperou mais o marido. Estamos a falar, como documenta a foto, de Conceição Salgado, esposa do Paulo Salgado, e mãe de Paula Salgado, todos eles com publicações no nosso Blogue.

Peço desculpa pela foto, não é das melhores.

Conceição Salgado falando em nome das mulheres que também sentiram a guerra

Habitual interveniente nas tertúlias da Messe da Batalha, o Coronel Manuel Ferreira da Silva, que foi Comandante o COP 5, Gadamael/Guileje, falou também da falta de respeito e consideração que algumas autarquias ainda têm pelos Combatentes, mantendo aquela distância fria, quase ignorando que existem, esperando que vão morrendo no anonimato. Ele que é um activo defensor de quem foi chamado para a guerra, que nunca se ganha pelas armas, até que o poder político a resolvesse, contou algumas peripécias, quase hilariantes, que vai ultrapassando com muita persistência.


O senhor Coronel Ferreira da Silva

Da assistência levantou-se alguém que só faltou a uma das muitas tertúlias Fim do Império que já se realizaram na Messe da Batalha, no Porto, e que nunca tinha pedido a palavra antes, o Presidente da Direcção do Núcleo de Ribeirão da LC, o Combatente José Ferreira dos Santos.

Disse que não se podia calar perante o exemplo de força de vida que era o Fernando Santos. Que ia levar um exemplar de "Quatro Rios e Um Destino" para a sua mulher ler. Que melhor homenagem lhe podia fazer?

O Combatente José Ferreira dos Santos, Presidente da Direcção do Núcleo de Ribeirão da LC.

Ainda estava reservada uma surpresa, porque quando o Coronel Belchior se levanta é para dar fim aos trabalhos e dar a palavra ao Presidente da Mesa. Mas desta feita, o Coronel Belchior levantou-se para intervir, fazendo o paralelo entre o Fernando Sousa e ele próprio, ferido duas vezes em combate. Claro que como militar profissional, tantos anos no campo de batalha, ser ferido é quase como inevitável, mas um jovem miliciano ficar mutilado é sempre uma tragédia.

O senhor Coronel Belchior falando de si e do Combatente Fernando Sousa

Como médico que é, e como Tenente Médico Miliciano em Angola que foi, o Dr. Reis Lima não podia ficar indiferente ao que ali se passou. Cumprimentou o Fernando pela coragem em ultrapassar as dificuldades que a sua deficiência lhe acarreta e pela sua escrita sentida, tanto em prosa como em verso.


O senhor Dr. Reis Lima, Presidente da Mesa da AG do Núcleo do Porto da LC, quando se dirigia especialmente ao autor.


Para encerrar a tertúlia da tarde, o Coronel Belchior deu a palavra ao senhor Coronel Sousa Machado, que aproveitou para dizer que também ele, apesar de não ser contemporâneo, enquanto militar, da Guerra de África, também a sua família sofreu as consequências mais funestas daqueles conturbados tempos.


O senhor Coronel Sousa Machado a encerrar os trabalhos da tarde.

Texto, fotos e legendas: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 11 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16709: Agenda cultural (508): Lançamento do livro "25 de Novembro, Reflexões", coordenação do Coronel Manuel Barão da Cunha, no próximo dia 15 de Novembro de 2016, pelas 15h00, na Livraria/Galeria Municipal Verney, Rua Cândido dos Reis, 92, em Oeiras

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16694: Agenda cultural (513): Apresentação do livro "Quatro Rios e um Destino", da autoria de Fernando de Jesus Sousa (DFA), ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, dia 10 de Novembro de 2016, pelas 15 horas, na Messe Militar do Porto, sita na Praça da Batalha


O nosso camarada Manuel Barão da Cunha, Coronel de Cav Ref, que foi CMDT da CCAV 704 / BCAV 705, Guiné, 1964/66, dá-nos notícia da apresentação de mais um livro, integrada no 16.º Ciclo de Tertúlias Fim do Império, a levar a efeito na próxima quinta-feira, dia 10 de Novembro, na Messe Militar do Porto.
Desta feita trata-se de mais um livro já nosso conhecido, "Quatro Rios e um Destino", da autoria do nosso camarada Fernando de Jesus Sousa.





16.º CICLO DE TERTÚLIAS FIM DO IMPÉRIO

149.ª TERTÚLIA

PORTO, 10 DE NOVEMBRO, 5.ª FEIRA, ÀS 15 HORAS

MESSE MILITAR DO PORTO



"Quatro Rios e um Destino", da autoria de Fernando de Jesus Sousa (DFA), ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/71

Edição: Chiado Editora
Setembro de 2014
Número de páginas: 304
Género: Biografia

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Prefácio do livro "Quatros Rios e um Destino", da autoria do Professor Doutor Amaral Bernardo, à data, Alferes Miliciano Médico em Bedanda.

“Julgo que ninguém que viu ou venha a ver este filme na plateia seja capaz de compreender estas situações e muito menos senti-las, porque vão muito para além da imaginação humana! Os horrores por mim ali vividos naquelas antecâmaras da morte!...”

“Hoje atrevo-me a dizer que foram os gritos de revolta destes deserdados da sorte que abriram as consciências! Foi com as lágrimas destes inconformados que foram regados os craveiros que fizeram florescer os cravos do 25 de Abril…” 

Fernando de Sousa


Se alguma legitimidade há para deixar aqui umas palavras prévias ao início destas Memórias de um período estigmatizante da vida do Sousa, ela poderá advir de duas circunstâncias.
Uma prende-se com o facto de termos sido contemporâneos em Bedanda durante seis meses (dos treze que lá passei), querendo isto dizer que além de camaradas ex-combatentes, estamos irmanados pelas vivências partilhadas no dia-a-dia de um aquartelamento (leia-se redil de arame farpado e pouco mais, mas uma praça militar fortíssima) daquela Região do Sul da então Guiné, naquele período; acresce que a CCAÇ6, ”Os Onças Negras”, que guarnecia este aquartelamento e garantia a segurança naquela zona, era uma Companhia de soldados africanos com quadros europeus - penso que não seríamos mais de vinte no total. Fizemos, pois, ambos, parte desta restrita família.
A outra, porque aquando do acidente grave relatado nestas Memórias, os cuidados de saúde estavam sob a minha responsabilidade naquela zona e, portanto, também estive naquele angustiante momento que fez com que o Sousa ficasse sem uma parte dele (leia-se, parte da vida dele). Primeiro, via rádio, enquanto lhe foram prestados os primeiros e fundamentais socorros no local, e depois no posto de socorros da unidade, com os demais elementos da equipe, e até à evacuação para o Hospital Militar em Bissau. Esta vivência foi profissional e emocionalmente muito marcante.

O facto que, certamente, esteve na génese do nascimento deste testemunho vivo que o Sousa nos dá, data de Julho de 1971 e, desde então, nunca mais tinha sabido nada dele (visitei-o em fins de Julho desse mesmo ano no Hospital Militar em Bissau - ele não se recorda). Só quarenta e um anos depois nos reencontramos na Mealhada, no almoço anual da Tabanca de Bedanda, que junta os ex-combatentes que lá estiveram - a família grande de Bedanda! Conheci, então, o homem que hoje é.

E quem é este homem? Onde e como cresceu e se fez, como foi preparado para uma guerra que nunca entendeu, que lhe arrancou parte da vida, que por pouco não o matou? E como chegou lá? A sua estadia nessas terras desconhecidas que vivências lhe ia dando? Como era o dia-a-dia num aquartelamento em zona de guerra? E passados todos estes anos, o que ficou?

Estas Memorias, escritas, melhor, faladas para o papel, de uma forma natural, espontânea e fluída…. Um filme bucólico e idílico e a cores por vezes, outras a preto e branco pesado, dão-nos as respostas.
Contam-nos como um jovem aldeão, com uma vida simples mas dura, embora cheia de esperança, é transformado num soldado, um número, e quais foram os caminhos que o levaram para a guerra, que nunca entendeu.
Denunciam com críticas pertinentes, adequadas e bem fundamentadas, que ecoam ora como um grito de alerta e revolta ora com grande desespero e pesar, os multifacetados aspectos deste monstro insaciável que é a guerra: políticos, económicos e sociais de uns, e a robotização e sofrimento dos que são a estrutura base desta máquina infernal de matar e morrer, a troco de nada.
Relembram-nos os imperdoável e injustamente esquecidos desta guerra - os soldados africanos mortos nas nossas fileiras e que não têm direito a constar ao lado dos nossos nos memoriais públicos.
Revelam-nos o pungente testemunho do regresso e permanência no Anexo do Hospital Militar em Lisboa que é, no mínimo, kafkiano.

“Para mim, esta fatalidade chegou! Como um deus em jeito de raio caído do céu, ou um demónio saído das profundezas da terra. Ou, até, talvez os dois juntos, cada um deles exigindo parte de mim, do meu corpo, da minha carne, do meu sangue, ….”

“Que pena não terem conseguido tudo, mas mesmo tudo de mim, para não mais os poder maldizer e amaldiçoar, como desde então o tenho feito, e o faço aqui e agora.”

“Era precisamente ali, dentro daqueles muros de três e quatro metros de altura, que o poder político nos escondia miseravelmente de tudo e da sociedade, totalmente alheia e indiferente à miséria humana, por todos nós, ali vivida! …”

“Era precisamente para ali que vinham em lindas caixas de madeira transportadas em cada regresso dos barcos os pobres soldados. Era dali que durante a calada da noite saíam, para os cemitérios de Portugal, os restos mortais daqueles que os deuses nos jogos da sorte e do azar condenara".

Dão-nos também outras vivências e emoções do dia-a-dia por que passa ou constata, salientando as que o exotismo africano lhe dá – populações, hábitos e costumes .
Mostram-nos a sua veia poética, com poesias a propósito e plenas de sentido, como a que explicita as consequências dos momentos de desprendimento onde a força das pulsões da natureza, num meio cheio de ambiência e receptividade para a sua libertação se concretizam, num dramático e actual poema - Criados à Margem.

Sementes do tuga
Foram tantos em amor escondidos
Lisonjeiros amores de soldado
De amores em pecados dormidos
Por filhos do vento hoje tratados
Entregues a si e abandonados
Órfãos de pai sem o amor merecido

E ainda nos dizem como atingiu a plenitude serena com a vitória sobre “os deuses e demónios” que o queriam aniquilar, ao renascer das cinzas que sobraram para uma nova vida.

“Esta viagem terminou na estação de Santa Apolónia, fisicamente, há quarenta e três anos. Porém, esta viagem, para mim, nunca terminará. Vai continuar, não tem fim! Apenas e só na última estação, no fim da linha, quando este comboio fantasmagórico, já velho, com todas as carruagens repletas de recordações e nostalgia percorrer toda a linha, com seu maquinista já vencido pelo cansaço, se deixar tombar com a mente adormecida num sono profundo”

Assim será com todos os ex-combatentes, “maquinistas” de ”comboios fantasmagóricos”, ou como disse o psiquiatra Afonso de Albuquerque: “Estes rapazes continuam na guerra”

Amaral Bernardo
(Ex-Alf.Mil Médico)
Porto 27 Julho de 2014
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Nota do editor

Último poste da série de 7 de Novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16691: Agenda cultural (506): SIC: Programa Perdidos e Achados, em 29 de outubro passado: onde estavam os repórteres da guerra colonial, onde estavam os nossos fotocines?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P13148: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (94): Ainda o Comandante Pombo, a quem convidámos para partilhar connosco as suas histórias e memórias... (Maria João Pombo / Amaral Bernardo)


[O Comandante Pombo, aos comandos do seu Cessna, c. 1972/74]


Foto: © Álvaro Basto (2008). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem de Maria João Rodrigues, filha do Comandante Pombo, em resposta ao poste P14129 e ao convite que fiz ao nosso camarada para integrar a Tabanca Grande

Data: 12 de janeiro de 2015 às 16:56

Assunto: Comandante Pombo

Muito obrigada pelo post sobre o meu pai  (*) que sempre foi um grande exemplo para mim. 

É com grande orgulho que leio os comentários e dou os parabéns aos autores deste blogue que prima pela qualidade. 

Já tive oportunidade de lhe contar que descobri este blogue e ele ficou bastante contente e interessado em manter o contacto com os seus "camaradas da Guiné", por quem tem também muita estima e amizade. 

Ele tem muito boas memórias da Guiné e também gostaria de as partilhar convosco. Já teve alguns convites para escrever um livro. Da minha parte, comprometo-me a ajudá-lo na recolha dessa informação e transmiti-la ao camarada Luís para que possa partilhar no vosso blogue.

Um grande bem haja a todos!

Deixo-lhe o contacto telefónico do meu pai (...).

Obrigada e até breve.

MJ


2. Ver também comentário deixado pelo nosso camarada ex-alf mil médico Amaral Bernardo, da CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) (**)

Amaral Bernardo

Convivi com o Comandante Pombo nas muitas viagens que tive que fazer, guiado por ele, a alguns aquartelamentos do sul da Guiné (por sinal quase todos -à excepção de Cacine - "animadas" estâncias de lazer: Bedanda, Gadamael, Guileje e Tite.

Recordo um homem afável, sereno e sempre disponível. Na minha última viagem para Bissau fez a gentileza espontânea de me deixar "pilotar" o seu Cessna (já no ar, claro!).

Abraço rijo, Comandante Pombo, com o desejo sincero que continue a festejar por muitos, longos e felizes anos.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12427: Boas Festas (2013/14) (2): Álvaro Vasconcelos, Amaral Bernardo, Eduardo Estrela, J. C. Lucas, J. Mexia Alves, João Lourenço, José Colaço, Tony Levezinho



Lisboa > Praça do Comércio > 1 de dezembro de 2013 > A "árvore de Natal" de 2013

Foto: © Luis Graça (2013). Todos os direitos reservados

1. Mensagens de boas festas (*), recebidas hoje até ao fim da tarde,  dos nossos bons amigos e camaradas  a seguir listados, por ordem alfabética



[ex-1.º Cabo Transmissões do STM, Aldeia Formosa e Bissau, 1970/72]

Obrigado, Luís. Retribuo com todo o carinho e adiciono saudações fraternas para todo o universo da família para as famílias!

Um abraço

 do Vasconcelos

(ii) Amaral Bernardo [ex-alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930, e CCAÇ 5, Catió, Guileje, Bedanda, 1970/72]

Comungo o teu singelo e profundo sentimento em mais esta efeméride circadiana, como dizes.

Na verdade já estamos todos na fase das perguntas menos cómodas e com respostas... conhecidas, quer queiramos quer não! Mas nós ,apesar de tudo, já tivemos o privilégio de chegar até aqui! Pensemos nisto nos momentos menos bons.

Que no "outono" de uns e no "inverno" de outros esteja sempre a esperança e o apoio deste sentimento fraterno que nos une a todos (nesta Tabanca Grande que tu ergueste e governas) os que partilhamos as vivências de uma fase traumática e desestruturante das nossas vidas.

Que os teus votos e desejos formulados se concretizem TODOS!

Um quebra ossos forte, Amaral Bernardo
(iii) Eduardo Estrela
[ ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71]

Luís!

Li atentamente a tua mensagem. Projecto em ti os meus votos de Boas Festas a todos os Tabanqueiros e suas familias. Acima de tudo e como referes no final do texto, torna-se necessário ter esperança.

È PRECISO ACREDITAR NO HOMEM!

Um grande e fraterno abraço, 

Eduardo Estrela




[ex alferes miliciano,  op esp, CCAÇ 2617, 
Magriços de Guileje, 
Pirada, Paunca, Guileje, 
1969/71]

Agradeço e retribuo os votos natalícios

J.C.Lucas 
Magriços de Guileje

(v) João Lourenço [, ex-alf mil, PINT 9288, Cufar, 1973/74]

Meu caro Luís, sem jeito para a prosa resta-me desejar-te, a ti,  e a todos os nossos “associados”… umas Boas Festas e que 2014 nos traga alguma esperança, que começa a faltar a quem está na reta final, muito longa,  esperamos, sem trabalho, somos demasiados...  

E, já agora,  que só conseguiu sair da guiné em Outubro de 74 e teve de pagar o bilhete na TAP…. Que 5 contos tão bem gastos, para não esperar ainda mais!...
Um alfabravo natalício, com alguma esperança,  João Lourenço


[ex-alf mil op esp,  CART 3492/BART 3873, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73] 

Meus amigos

Agradeço os votos e devolvo-os com o coração.

Um Feliz Natal e um Óptimo Ano Novo é o que vos desejo.

Abraços amigos do 

Joaquim Mexia Alves


(vii) José Colaço  [ex-Soldado Trms, CCAÇ 557, 
Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65]

Luís, só tu podias escrever esta bela, linda mensagem de Natal sobre o nosso blogue... 

Quanto ao resto, prognósticos só podem ser como no futebol; aqui não há resultados encomendados ou comprados. As nossas vidas não há dinheiro que as pague.

Um braço amigo.
José Botelho Colaço

(viii) Tony  Levezinho 

[ex-fur mil at inf, CCAÇ 2590/CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71]
JÁ NÃO TEMOS VINTE ANOS…

Correspondendo ao desafio que o texto, vertido pelo coração do meu velho camarada e, acima de tudo, amigo Luis Graça, titulo estas despretensiosas linhas com uma frase que retive do mesmo.

Na verdade, esta teve o condão de me fazer recuar aos já longínquos anos de 60-74, numa altura em que a vida da maior parte dos jovens portugueses foi abruptamente desviada e encaminhada para um rumo incerto, pleno de medos e sem a menor garantia de um seguro retorno ao ponto de partida.

Se com vinte e tais anos somos de tudo capazes, muitas vezes até, sem sabermos bem porquê, a verdade é mesmo essa: Já não temos vinte anos!

E dentro desta, tão inegável como irrecusável, realidade, aqui fica a expressão do meu profundo desapontamento pelo facto de, uma vez mais, estarmos a ser vítimas de um abrupto e violento desvio das nossas vidas, igualmente para um rumo incerto e, tal como então, sem a menor garantia de retorno, agora, não ao ponto de partida, porque a nossa caminhada já vai longa, mas ao natural trilho a que nossa respeitável idade vai, inexoravelmente, conduzindo o resto das nossas vidas.

Afinal, como podemos ser bons alunos se somos REPETENTES ?

Nesta quadra de tão forte simbolismo para a maioria de nós, os meus sinceros e amigos votos de Boas Festas. Tony Levezinho

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Nota do editor:

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12082: Os nossos médicos (71): Guiões, brasões e crachás das unidades em que prestou serviço o alf mil méd Amaral Bernardo: BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) e BART 2924 (Tite, 1970/72)














Guiões, brasões e crachás das unidades (batalhões) e subunidades (companhias) por onde passou o alf mil médico Amaral Bernardo, nosso prezado camarada da Tabanca Grande, que esteve no TO da Guiné nos anos de 1970/72.


1. Este material já nos tinha sido enviado por email de 30 de março de 2011. Por lapso, só agora descobrimos o seu paradeiro: estava numa das nossas caixas de correio, pouco usadas... Pedimos desculpa ao autor e aos leitores.

O Amaral Bernardo esteve ao serviço de dois batalhões: BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) e BART 2924 (Tite, 1970/72), como de resto se infere dos louvores que lhe foram atribuídos:









Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]