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sábado, 5 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5411: Memória dos lugares (59): Fotos de Catió e Priame II (Benito Neves)

1. O nosso Camarada Victor Condeço, solicitou ao Benito Neves, que foi Fur Mil Atirador da CCAV 1484 (1965/67) (Nhacra e intervenção ao Sector de Catió de 08JUN66 a finais de JUL67), que nos permitisse publicar uma série de 28 fotografias do seu álbum de memórias, belíssimas e que detêm excelente qualidade e interesse pelos motivos retratados;

2. No poste P5366 publicamos a primeira série dessas estimadas e bem conservadas fotos, num total de 9 peças, e hoje, com os nossos melhores agradecimentos e cumprimentos ao Condeço e ao Benito, seguem-se mais 10 dessas invulgares fotografias:















Foto 2: Catió 1967- Construção de morança em Priame, colocação do colmo na cobertura e Foto 3: Catió 1967- Moranças da tabanca de Priame.















Foto 10: Catió 1967- Lagoa entre Catió e Priame e F 11: Catió 1967- Lagoa entre Catió e Priame.















Foto 12: Catió 1967- Bolanha e mata da zona da lagoa entre Catió e Priame e Foto 17: Catió 1967- Zona da lagoa entre Catió e Priame.
























Foto 20: Catió 1967- Vista aérea de tabanca na região de Catió e Foto 21: Catió 1967- Vista aérea de tabanca na região de Catió.














Foto 22: Catió 1967- Vista aérea na região de Catió e Foto 23: Catió 1967- Vista aérea na região de Catió.

Benito Neves
Fur Mil At CCAV 1484

Fotos e legendas: Benito Neves (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:

sábado, 28 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5366: Memória dos lugares (58): Fotos de Catió e Priame (Benito Neves)


1. O nosso Camarada Victor Condeço, solicitou ao Benito Neves, que foi Fur Mil Atirador da CCAV 1484 (1965/67) (Nhacra e intervenção ao Sector de Catió de 08JUN66 a finais de JUL67), que nos permitisse publicar uma série de 28 fotografias do seu álbum de memórias, que detêm excelente qualidade e interesse pelos motivos expostos;

2. Dizia assim a mensagem do Victor Condeço: "Amigo Luís, Disse-te, em mensagem anterior, que tinha em meu poder fotos do nosso amigo e camarada tertúliano Benito Neves.

Tinha-te dito, também, que ele tinha fotos do João Bacar Djaló , e que, se assim o entendesses, eu podia conseguir a permissão com vista as utilizares na ilustração da publicação de "A Guerrilheira". Pois bem, o Benito Neves não só deu o seu consentimento para a inserção da foto do João, como autorizou que te enviasse outras que também poderás utilizar como entenderes.

Seguem em anexo 28 fotos e um doc. em Word, com as respectivas legendas. O Benito envia-te um abraço, recebe outro de mim.

Victor Condeço."

3. Neste poste publicamos as primeiras 9 fotos, com vários aspectos dos nativos, nas suas deslocações e rotinas diárias.


Foto 6: Catió 1967- Meninos e bajudas na estrada de Ganjola.
























Foto 4: Catió 1967- Lavadeiras na tabanca e Foto 5: Catió 1967- Mulher carregando balaio.
























Foto 7: Catió 1967- Estrada de Ganjola e Foto 8: Catió 1967- Estrada de Ganjola, bajudas no regresso das compras.
























Foto 9: Catió 1967- Estrada de Ganjola, mulher no regresso das compras e Foto 13: Catió 1967- Homem Grande no trajecto de Catió para Priame.

























Foto 18: Catió 1967- Na estrada do Porto Interior para Catió e Foto 19: Catió 1967- Na estrada do Porto Interior para Catió.



Benito Neves
Fur Mil At CCAV 1484

Fotos e legendas: Benito Neves (2009). Direitos reservados.
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Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:


domingo, 14 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3622: Brasões, guiões ou crachás (6): BART 2917 e 2924, BCAÇ 507 e 512, CCAV 1484, Pel Caç Nat 52 e Pel Mort 4574 (José Martins)

BATALHÃO DE ARTILHARIA N.º 2917

BART 2917 - Guiné 1970/72 - Divisa: P'la Guiné e suas gentes

Mobilizado no Regimento de Artilharia Pesada n.º 2 – Vila Nova de Gaia

Embarque em 17Mai70
Desembarque em 25Mai70

Regresso em 24Mar72

Divisa – P´la Guiné e suas gentes

Segue para Bambadinca em 29Mai70 assumindo a responsabilidade do Sector L1, que abrangia os subsectores de Xime, Xitole, Mansabá e Bambadinca. A sua actividade desenvolveu-se na coordenação e realização patrulhamentos, emboscadas e segurança de itinerários, assim como protecção de trabalhos de reordenamento dos aldeamentos. Implementou e organizou o funcionamento do Centro de Instrução de Milícias. Deslocou-se para Bissau a fim de aguardar embarque em 15Mar72.

Tem como subunidades orgânicas as CArt 1714, 1715 e 1716, que se mantiveram sempre na área do seu sector.

Imagem: Benjamim Durães/ultramar.terraweb
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BATALHÃO DE ARTILHARIA N.º 2924

BART 2924 - Guiné 1970/72 - Divisa: Porfiamos o Céu, a Terra e as Ondas, Atroando

Mobilizado no Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 2 – Torres Novas

Embarque em 23Set70
Desembarque em 29Set70

Regresso em 21Set72

Divisa – Porfiamos o Céu, a Terra e as Ondas atroando

Entre 05 e 31Out70 realizou no Centro de Instrução Militar, em Bolama, a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional, em conjunto com as suas companhias orgânicas. Segue em 28Nov70 para o sector de Tite, para treino operacional e assume o Sector S1 em 15Dez70, que incluía os subsectores de Nova Sintra, Jabadá, Fulacunda e Tite. A área de Ganjauará é retirada a este sector em 24Nov71. Desenvolveu intensa actividade efectuando e coordenando patrulhamentos, emboscadas, reconhecimentos ofensivos e reacção a flagelações de aquartelamentos e povoações em autodefesa. Coordenou e orientou o reordenamento de aldeamentos e trabalhos de asfaltagem, na sua área de acção. Foi rendido em 20Ago72, seguindo para Bissau a aguardar embarque.

Tem como subunidades orgânicas, que estiveram sempre integradas no seu sector, as CArt 2771, 2772 e 2773.

Imagem: José Sobral/ultramar.terraweb
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BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 507

BCAÇ 507 - Guiné 1963/65

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 2 - Abrantes

Embarque em 14Jul63
Desembarque em 20Jul63

Regresso em 29Abr65

Divisa –

Constituído apenas por Comando e CCS (Companhia de Comando e Serviços), não dispondo, portanto de subunidades orgânicas, recebeu os elementos de recompletamento, que ainda não tinham terminado a sua comissão de serviço, e que estavam integrados no BCAÇ 239, a que sucedeu. Em20Jul63 assume a responsabilidade do sector B, com sede em Bula, enquadrando as companhias instaladas em Teixeira Pinto, Mansoa, S. Domingos e Farim. O sector foi aumentado com os subsectores de Mansabá e Ingoré (28Jul63) e Bissorã (01Ago63). Em 01Set63 a sua zona de acção foi reduzida dos subsectores de Mansoa, Farim, Mansabá e Bissorã, e aumentado dos subsectores de Binar (08Mai64) e Có (02Mar65). Desenvolveu a sua actividade operacional em patrulhamentos, reconhecimentos, batidas e emboscadas, com o objectivo de travar o alastramento da subsversão na zona Oeste, assim como a segurança e protecção das populações. Em 28Abr65, deixou a sector de Bula, já designado sector O1, seguindo para Bissau para aguardar embarque.

Imagem: Carlos Coutinho/ultramar.terraweb
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BATALHÃO DE CAÇADORES N.º 512

BCAÇ 512 - Guiné 1963/65 - Divisa: Honra e Glória

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 7 - Leiria

Embarque em 17Jul63
Desembarque em 22Jul63

Regresso em 12Ago65

Divisa – Honra e Glória

Constituído apenas por Comando e CCS (Companhia de Comando e Serviços), não dispondo, portanto de subunidades orgânicas. A fim de instalar e organizar a sua zona de acção, segue para Mansoa em 20Ago63. Em 01Set63, assume a responsabilidade do recém criado sector C, englobando nele as companhias que se encontravam instaladas em Mansoa, Mansabá, Bissorã e Farim, assim como os seus destacamentos. Foram acrescentados os subsectores de Enxalé (08Dez63) e Bigene (23Dez63). O sector é reduzido, por entrada em sector de outros batalhões, sendo retirados os subsectores de Farim e Bigene (23Mai64) e Mansabá e Bissorã (31Mai64). Desenvolveu a sua actividade em especial nas zonas de Óio-Morés, Biambifoi e Enxalé, efectuando patrulhamentos, reconhecimentos, batidas, emboscadas e golpes de mão, nomeadamente sobre as linhas de infiltração inimigas. Em 22Jul64 a sua zona de acção foi integrado no sector atribuído ao BArt 645 e foi deslocada para Bissau, onde assumiu a segurança do aquartelamento do Centro de Instrução de Comandos, em Brá. A 29Dez64, desloca-se para Nova Lamego, para proceder à instalação do novo sector L3, cuja responsabilidade assume em 11Jan65, tendo sido criados os subsectores de Canquelifá (25Fev65), Bajocunda (11Mar65), Madina do Boé e Buruntuma (23Mai65), tendo recorrido a subunidades de intervenção às ordens do Comando Chefe. Neste sector organizou operações para travar a penetração de forças inimigas e travar relacionamento com as populações. A 01Jun65 foi para Bissau a fim de aguardar embarque de regresso.

Imagem: Carlos Coutinho/ultramar.terraweb
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COMPANHIA DE CAVALARIA N.º 1484

CCAV 1484 - Guiné 1965/67 - Divisa: Vontade e Audácia

Mobilizada no Regimento de Cavalaria n.º 7 - Lisboa

Embarque 20/Out/65
Desembarque em Bissau em 26/Out/65

Regresso em 02/Ago/67

Comandante: Cap Cav Rui Manuel Soares Pessoa e Amorim

Companhia independente ficou instalada em Nhacra, onde rendeu a CArt 565, ficando adida ao BArt 1857, aquartelado em Santa Luzia - Bissau.

Fez treino operacional em Mansoa durante o mês de Nov/65, que culminou com uma operação na área de Cobonge.

O efectivo da Companhia tomou o seguinte dispositivo:

Em Nhacra: Comando da Companhia, 2 GComb e 1 Pel da Comp Mil 10 em reforço

Em Safim: 1 GComb reforçado com 2 Pel da Comp Mil 10, com 1 Secção destacada em Ensalmá e outra em João Landim.

Em 08Jun66 a CCav 1484 foi rendida em Nhacra pela CCaç 797 e seguiu para Catió, onde ficou em intervenção ao Sector, adida ao BCaç 1858 e, após a rendição deste, ao BArt 1913.

Durante o período de permanência em Catió deu cobertura, em Cufar, à rendição da CCaç 763 pela CCaç 1621 e, no Cachil (Como) à rendição da CCaç 728 pela CCaç 1587.

De 12Jun66 a 28Jun67 efectuou 40 operações no Sector, sofreu 2 mortos e 22 feridos em combate, registando ainda 1 morto por acidente.

Em 20Jul67 segue para Bissau, embarcando no Uíge em 26Jul67 e chegado a Lisboa em 02Ago67.

(Imagens e texto de Benito Neves)
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PELOTÃO DE CAÇADORES NATIVOS N.º 52

PEL CAÇ NAT 52 - Guiné 1966/74 - Divisa: Matar ou Morrer / Os Gaviões

Mobilizado no Comando Territorial Independente da Guiné

Criado em Setembro de 1966

Desactivado em Agosto de 1974

Divisa – Matar ou Morrer / Os Gaviões

Colocado inicialmente em Porto Gole, foi transferido, sucessivamente, para Enxalé (Mai69), Missirá (Jun69), Bambadinca (Set69), Fá Mandinga (Jul71), Fá Mandinga (Abr72), Ponte do Rio Udunduma (Jul72) e Mato de Cão (Out72), onde se manteve até ser extinto.

Pequena unidade da guarnição normal.
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PELOTÃO DE MORTEIROS N.º 4574/72

PEL MORT 4574/72 - Guiné 1972/74

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 15 - Tomar

Embarque em Jul/72

Regresso Após Abr74

Foi colocado junto do Batalhão instalado no sector L3 em Nova Lamego, destacando forças a nível de Secção ou Esquadra para as subunidades instaladas naquela área de acção.
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Notas de CV:

Vd. postes anteriores da série de:

10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3429: Brasões, guiões ou crachás (1): CCAÇ 2797, Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, Cufar, 1970/72 (Luís de Sousa)

14 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3453: Brasões, guiões ou crachás (2): CCAV 678, 1964/66 (Manuel Bastos)

22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

1 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

7 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3580: Brasões, guiões ou crachás (5): BCAÇ 2893, CART 730 e 23339, CCAÇ 726, 1426, 2406, 2636, 2701 e 3477 (José Martins)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2836: Aqueles que nem no caixão regressaram (5): Alguns casos da minha unidade, a CART 1690 (Geba, 1967/68) (A. Marques Lopes)

Guiné > Zona Leste > Agrupamento de Bafatá > Subsector de Geba > CART 1690 (1967/68) > Destacamento de Cantacunda > O jovem Alf Mil A. Marques Lopes... Este destacamento da CART1690 ficava a cerca de 40 kms da sede da companhia, perto da base que o PAIGC tinha em Samba Culo (na margem sul do rio Camjambari).




Na noite de 10 e 11 de Abril de 1968, o destacamento de Catacunda foi atacado e assaltado por tropas do PAIGC, com a cumplicidade de elementos da milícia e da população locais. Desta acção - uma das mais espectaculares do PAIGC no CTIG, no decursso da guerra colonial - resultaram 11 prisioneiros e 1 morto. Os prisioneiros foram levados para Conacri. Um, pelo menos, ficou por lá, morto devido a doença, em 20.12.68: Luís dos Santos Marques, Soldado. Era natural da Serra Verde, Aguiar da Beira. Os restantes foram depois liberdados em 22 de Novembro de 1970, na sequência da Op Mar Verde.

Fotos: © A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do A. Marques Lopes, ex- Alf Mil At Inf(Hoje Cor DFA, reformado), CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro) . Vive em Matosinhos.

A Mensagem, de 9 de Maio último, é dirigida ao Benito Neves, com conhecimento aos editores:

Caro amigo: Pode haver razões para o José Henriques Mateus (1) não aparecer:

1 - Ponho a hipótese de uma falha minha na elaboração da lista de Os que nem no caixão regressaram (2). É um livro grosso [, o da CECA, com os mortos em campanha na Guiné,] e eu andei à pesca dos que estavam nessa situação, foi um trabalho moroso e de muita atenção, algum ou alguns podem ter sido passados.

2 - No caso concreto desse camarada, pode ter sucedido que, na altura da elaboração do livro da CECA sobre os mortos na Guiné, a situação dele não estivesse ainda oficialmente determinada.

Muitos casos, aliás, estarão dependentes desta última condição. Alguns mal. E dou-te o exemplo de alguns casos da primeira companhia onde estive, a CART 1690:

- o soldado Armindo Correia Paulino foi dado como "retido pelo IN" em 19DEZ68, mas há quem diga que ele foi morto em combate, e também não apareceu entre os libertados aquando do ataque a Conakry;

- o soldado António Domingos Gomes foi dado como desaparecido em campanha em 21AGO67, mas eu vi-o morto nesse dia;

- o alferes Fernando da Costa Fernandes foi dado como desaparecido em campanha em 19DEZ67, mas há quem o tenha visto morto nesse dia;

- o soldado Agostinho Francisco Câmara também foi dado como desaparecido em campanha em 16OUT67, mas também há quem o tenha visto ser abatido.


O António Batista da Silva, o nosso camarada da Maia, a quem chamamos o morto-vivo do Quirafo (dado como morto pelas NT, em Abril de 1972, feito prisioneiro pelo PAIGC e por fim libertado já em Agosto ou Setembro de 1974)...

O Batista foi vítima, entretanto, da máquina burocrática do Exército Português, num processo digno do génio do Kafka, ao tentar recuperar a dua identidade e a sua dignidade, por que o obrigam a fazer o ónus da prova de estar vivo, de ter estado estado na Guiné do serviço da Pátria, de ter sido feito prisioneiro, de ter sido libertado e recambiado para a terra... Um pesadelo!

E há o caso do nosso conhecido "morto-vivo", o Batista, que ainda agora anda a tentar demonstrar que, afinal, está vivo...

Abraço
A. Marques Lopes
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Notas dos editores:

(1) Vd. poste de 9 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2821: Aqueles que nem no caixão regressaram (2): O caso do José Henriques Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves)

(2) Vs. poste de 5 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2811: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (3): De 1966 a 1967 (A. Marques Lopes)

(3) Vd. o último poste sobre o nosso camarada a quem, na brincadeira, chamamaos o morto-vivo do Quirafo

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2821: Aqueles que nem no caixão regressaram (2): O caso do José Henriques Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves / Hugo Moura Ferreira)




Cópia do Ofício do Arquivo Geral do Exército, nº 112/STAG, Proc. 6.2, de 23 de Maio de 2007, em resposta a um requerimento do nosso camarada Hugo Moura Ferreira, de 16 de Abril de 2007, pedindo informações do Soldado José Henriques Mateus. Cópia facultada pelo Benito Neves. Por razões de protecção da privacidade do requerente, eliminámos, da imagem, o seu nome completo e a sua morada.

Em traços largos, o teor do ofício é o seguinte:

(i) O José Henriques Mateus foi dado como morto em combate, "conforme a História da sua unidade (CCav 1484)";

(ii) Segundo o Arquivo Histórico Militar, há uma relação de militares falecidos e desaparecidos, do CTIG/QG/1ª Repartição, datada de 21 de Maio de 1974, donde consta o nome do José Henriques Mateus, "dado como desaparecido em combate na região de Catió, em 10Set66 e que mais tarde foi considerado morto, juntamente com outros militares, nos termos do nº 3 do art 1º do Decrteo 350/71, de 12AGO71";

(iii) Não faz parte dos militares resgastados através da Op Mar Verde [, em que foram libertados 26 prisioneiros portugueses, em Conacri];

(iv) Também não consta da base de dados referente à lei dos ex-combatentes (Lei nº 9/2002).


Foto: © Hugo Moura Ferreira (2008). Direitos reservados.


1. Mensagem do Benito Neves, bancário reformado, de Abrantes, com data de 8 de Maio:


Luís, o meu abraço

Tenho estado atento ao blogue e, relativamente "àqueles que nem no caixão regressaram", constato que o nosso amigo Mateus não consta entre os mortos, embora os documentos oficiais digam que sim.

Pergunto-me quantos Mateus haverá, não contabilizados...

Já enviei ao Marques Lopes a mensagem que se segue e que agora reencaminho para teu conhecimento.

Cumprimentos

B Neves

2.Mensagem do Benito Neves, enviada ao A. Marques Lopes:

Os meus melhores cumprimentos

Tenho acompanhado com muito interesse tudo o que, proveniente dessa fonte inesgotável, tem sido escrito e publicado no blogue, pelo que não posso deixar de expressar as minhas felicitações.

Relativamente ao

Post nº. 2811 - Lista de militares portugueses mortos e enterrados em cemitérios locais (3) 1966-1967, constato que entre os militares mortos em 1966, não consta o soldado nº. 711/65, José Henriques Mateus, da CCav 1484, que terá falecido por afogamento na travessia do rio Tompar, afluente do rio Cumbijã, no decurso da operação Pirilampo, no dia 10/Set/66. O corpo não foi recuperado. Era natural da Areia Branca, concelho da Lourinhã.

A este assunto reporta o Post 1676 do nosso blogue (1), relativamente a reservas que ainda hoje hoje tenho sobre esta morte, na medida em que se levantou a hipótese de ter sido capturado e libertado mais tarde no decurso da operação Mar Verde [ Conacri, 22 de Novembro de 1970]. Porém, oficialmente, conforme documento anexo, foi considerado morto em combate.

Não sei se este meu pequeno contributo terá alguma valia, mas pergunto-me quantos Mateus faltarão nas listas oficiais.

Um abraço e bom trabalho

B Neves
CCav 1484
Nhacra - Catió
1965/67

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Nota dos editores:

(1) Vd. poste de 19 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1676: Vivo ou morto, procura-se o Soldado Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2804: Em busca de ... (25): Furriel Moniz, madeirense, CCAV 1484, Catió, 1967/68, que pode ter morrido no Vietname (Benito Neves)

À procura do Furriel Moniz

Há alguns dias, o Leopoldo Amado, agora a viver no Porto por motivos profissionais, enviou-nos a mensagem já divulgada e que trasncrevemos abaixo, solicitando à Tabanca Grande informações sobre o paradeiro do Furriel Moniz, um amigo da sua infância:



Guiné > Região de Tombali > Catió > 1967/68 > O Leoopoldo Amado (1), em criança (6/7anos), mais o irmão José Pedro (o mais novo) e o sargento Moniz (não Dinis)... Alguém, da nossa Tabanca Grande, se lembra do sargento Diniz? Talvez o Vitor Condeço, que foi furriel miliciano de armamento na CCS do BART 1913, e que esteve justamente em Catió nessa época (1967/68).
Foto: © Leopoldo Amado (2008). Direitos reservados.

1. Moniz ainda é vivo?

Como é do vosso conhecimento (se não é, passa a ser), o meu pai foi durante muitos anos Chefe dos Correios em várias localidades da Guiné. Foi assim que percorremos Bambadinca (1960-1963), Bafatá (1963-1964), Fulacunda (1964-1966), Catió (1966-1969) e Bolama (1969-1973). Na realidade, de dois em dois anos (máximo três) éramos transferidos de um local para o outro até que, em 1969, regressámos novamente à Bolama, nossa terra e nosso ponto de partida inicial, antes de rumarmos definitivamente para Bissau, em 1973, já nas vésperas da independência.

Em todas as localidades, o meu pai fazia e possuía imensos amigos, designadamente, entre a soldadesca portuguesa. Dentre esses, lembro-me com saudades do sargento Moniz que, sendo um grande amigo do meu pai, se encarregava de passear connosco (eu e meu irmão) pelas ruelas de Catió, aí pelos anos idos de 1967-1968.

A foto que vos envio (em anexo) foi feita nessa altura em Catió, no quintal da minha casa, ou seja, defronte aos Correios e o então quartel, que ficavam lado a lado. Da esquerda para a direita, o Moniz (de camuflado) e, no seu colo, o José Pedro (meu irmão mais novo, que vive há muitos anos em Paris) e eu próprio (de pé), com a idade provável de 6/7 anos.

A foto é da autoria de um soldado-fotógrafo profissional (o meu pai não se lembra do nome) a quem cedeu uma divisão na parte traseira da nossa casa, onde ele estabeleceu um improvisado e funcional estúdio-laboratório que servia a tropa toda e ainda os civis.

Eu e o meu pai gostaríamos de rever o Moniz e talvez o TABANCA GRANDE nos possa ser útil nisso.

Diniz, ainda é vivo?

Oxalá!

Leopoldo Amado

2. As notícias do Benito Neves em 29 de Abril:
Os meus cumprimentos ao editor, co-editores, a todos os tertulianos e em especial ao Dr. Leopoldo Amado.

Há dias em que o coração se nos aperta no peito e a saudade nos estrangula.
Hoje foi um desses dias quando, ao visionar o blogue, vi a foto do meu companheiro e amigo Moniz (Não Diniz), junto de dois meninos. Já faz muitos, muitos anos.
O Luís Severino Moniz era furriel, madeirense, natural do Machico. Juntámo-nos no Regimento de Cavalaria 7, onde formámos a CCav 1484. Embarcámos para a Guiné no dia 20/Out/65 e permanecemos em Nhacra desde 26/10/65 até 06/06/66. Rumámos, depois, para Catió onde permanecemos até 20/07/67.

Por onde passámos fomos sempre companheiros de quarto e entre nós havia uma profunda Amizade.

Permita-me que o recorde na sua sempre boa disposição, franco, leal com um coração do tamanho do Mundo e que mais adjectivos em poderei encontrar para definir aquele menino grande?

Desculpem-me mas a recordação e a saudade, agora, molharam-me a face mas tenho que ganhar ânimo para prosseguir.

Pena tenho, meu caro Dr. Leopoldo Amado, de não lhe poder dizer que o Moniz está vivo e de boa saúde, mas as notícias que tenho desde há muito tempo apontam para o contrário.

Desde o dia 02/08/67, dia em que regressámos a Lisboa, que perdi o contacto com o Moniz.

Tentei saber dele mais tarde mas não sei se será credível a história que me foi contada. Ainda em Catió soubemos que os pais do Moniz viviam separados, situação que afectava profundamente o meu companheiro e amigo que muita vezes disfarçava a amargura naquela natural jovialidade.

Soubemos que ele tentou que os pais se reconciliassem, o que se iria concretizar no final da comissão. Constou, no entanto, que, quando o pai o ia esperar ao aeroporto do Funchal, o pai terá morrido num acidente de viação.

Mais nos constou que, perante a tragédia, o Moniz se terá voluntariado para o Vietname onde terá falecido.
Ainda hoje me parece que esta história foi tirada de um livro de ficção. Mas foi o que constou e nada mais se soube do Moniz.

Mas, hoje que o assunto "voltou a lume", vou questionar um outro furriel da nossa Companhia 1484, que vive no Funchal, para que, apesar dos 41 anos já volvidos, procure saber da veracidade da história e tão bom seria que tudo fosse uma mentira e nos fosse possível voltar a dar aquele abraço que tantas vezes trocámos.

Resta-nos a recordação e, como tal, junto algumas fotos de momentos que partilhámos e jamais esquecerei.

Dr. Leopoldo Amado, grato lhe fico por me ter proporcionado o sentir de novo a grandeza da nossa Amizade.

Os meus cumprimentos.
Benito Neves



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O nosso blogue é uma verdadeira Caixa de Pandora. Pois é, Benito, estamos sempre expostos às mais inesperadas surpresas.

Ao Benito, o nosso muito obrigado pela sua rápida, solidária e emocionada resposta.
Querido camarada abrantino: Oxalá tenhas mais e melhores notícias do teu amigo e nosso camarada Moniz (e não Diniz, como escreveu o Leopoldo).
(…)

Um abraço para todos.Luís
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adaptação do texto de vb. Artigo relacionado em:
28 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2798: Em busca de ... (24): Sargento Diniz, amigo de meu pai, chefe dos correios, Catió, 1967/68 (Leopoldo Amado)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2766: Álbum das Glórias (42): As melhores ostras de Bissau, em O Arauto, de 27 de Julho de 1967 (Benito Neves, CCAV 1484)

























Guiné > Bissau > O Arauto, 27 de Julho de 1967 > Anúncios de duas casas especializadas em ostras: Casa Afonso, no Chão de Papel; e o Miramar, que vendia uma travessa gigante de ostras (da rocha!) por 20 pesos...

Guiné > Bissau > Cabeçalho de O Arauto, Diário da Guiné Portuguesa. Ano XXV - Nº 6242. Preço: 1$00. Director e editor: José Maria da Cruz. Quinta-feira, 27 de Julho de 1967
Guiné > Bissau > O Arauto, de 27 de Julho de 1967. Amostra da primeira página:
Crónica internacional – A sentença

No caso do Congo há em verdade dois casos: o do Congo propriamente dito: - isto é: da anarquia endémica, iniciada com a independência, naquele alvoraçdo 30 de Juno de 1960, em que faltaram ao respeito ao Rei dos belgas, que quisera assistir ao acto, para dar à independência toda a solenidade (...). (


U Thant e a África do Sul

Lusaka, 26 – Numa mensagem dirigida à conferência sobre a questão da separação racial e o colonialismo, que se está a realizar numa cidade da Zâmbia, o secretário-geral das Nações Unidas, U Thant, declarou que os esforços realizados para se conseguir a auto-determinação da população sul-africana, encontram uma grande resistência.

Declara igualmente, na mensagem, que a atitude da minoria branca endureceu consideravelmente – (E).

O problema racial dos Estados Unidos

Washington, 26 – O presidente norte-americano, Lydon Johnson, determiniou ontem a intervenção de cinco mil paraquedistas para combater os distúrbios raciais na cidade de Detroit (…).

África do Sul: 54 mineiros mortos

Joanesburgo, 26 – Um desmoronamento ocorrido na mais rica mina de ouro do Mundo, causou a morte de, pelo menos, 54 trabalhadores e ferimentos em mais de 49 (…).

Em luta contra o terrorismo: Boletim Inforfmativo das Forças Armadas da Guiné
Período de 17 a 23 de Julho de 1967


1- No período actual, o inimigo intensificiou as suas acções de intimidação e represália sobre as populações (…)



Guiné > Bissau > O Arauto, de 27 de Julho de 1967 > Notícia: "A Companhia de Cavalaria de Catió termina a sua missão de soberania nesta Província"... A notícia ta não refere o número da unidade (o que estava conforme as normas de segurança militar). Diz apenas que era comandada pelo sr. Capitão Rui Manuel Soares Pessoa de Amorim, que esteve mais de um ano em Catió e que cumpriu "com exemplar dignidade, heroísmo e espírito de sacrifício a sua sagrada missão, arrecadando resultados francamente positivos no campo militar"...

À despedida, houve jantar (melhorado ?), no refeitório do Batalhão local, que serviu para confraternização entre todos os militares do Quartel de Catió, e as autoridades civis e militares. "Aos brindes, falaram o comandante do Batalhão de Catió, o Administrador do Concelho, [o ou um ?] agente da Pide e ainda um representante da Milícia, que puseram em destaque as qualidades reveladas pela Companhia e a simpatia que goza em todos os sectores de actividade do concelho" (...).

Fotos: ©
Benito Neves (2008). Direitos reservados. (Legendas de L.G.)

1. Mensagem do Benito Neves (1), de 26 de Fevereiro último:


Uma saudação muito especial ao editor, aos co-editores e a toda a tabanca.

Alguém se lembra deste jornal? Certamente que não.

Era um diário que então se publicava na Guiné e que, por mero acaso, comprei momentos antes de entrar para o Uíge, no dia 27/07/67, dia em que embarquei de regresso à Metrópole.

Já no barco, ao folhear o jornal, fui surpreeendido com a notícia publicada na página 4, sobre o fim da comissão de serviço da CCAV 1484, a que eu próprio pertencia. E bem ao lado desta notícia, cá estão elas, as ostras, publicitadas :

"Ostras (da Rocha)/ Exclusivo/ Super qualidade, paladar oceânico, limpas, sem lodo./ Abertas à pressão /Travessa Gigante 20$00 /Todos os dias no Miramar" ....e também na Casa Afonso.

À distância de 40 e tal anos, naturalmente, ainda ninguém as esqueceu e o blogue, hoje, voltou a servi-las ao Hugo e a todos nós (2).

Pois bem, não sei se ainda existem a Casa Afonso e o Miramar mas se existirem, a quantos por lá passarem, provem as ostras que foram publicitadas há 40 anos.

Um abraço

B Neves

2. Comentário de L.G.: Obrigado, Benito, pela tua mensagem com a tua valiosa sugestão que eu ainda fui a tempo de ler, antes de partir para Bisssau, em 29 de Fevereiro. Apreciei também, e muito em especial, os recortes do jornal... De qualquer modo, de ostras, só comi uma colher de sopa de ostras (deliciosa, aliás), na casa do Pepito ou de um dos seus amigos e vizinhos (já não sei em qual...). Em Bissau, mal tive tempo de visitar a baixa, a Amura, o cais do Pijiguiti... O Carlos Silva disse-me que agora as ostras comem-se em Quinhamel. Acredito que as ostras da Guiné continuem a ser deliciosas como há quarenta anos. Não me parece é que tenham hoje o mesmo sabor para quem, como eu ou tu, vínhamos do mato, do Vietname, desenfiados, uns dias, até Bissau, oxigenar a mona... Não se pode regressar ao passado, em matéria de sabores, odores, sensações, emoções, cheiros, ruídos, sentimentos, estados de alma... Enfim, é apenas minha experiência pessoal, a minha percepção... LG

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Notas de L.G.:

(1) Ex-Furriel Mil Atirador de Cavalaria, Companhia de Cavalaria 1484, Guiné 1965/67 (Nhacra e intervenção ao Sector de Catió de 8/6/66 a finais de Julho/67). Mora em Abrantes.

Vd. postes de:

18 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1673: O blogue do nosso contentamento (Benito Neves, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)

19 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2365: O Cap Cav Rui Manuel Soares Pessoa de Amorim foi o único comandante da CCAV 1484 (Benito Neves)

(2) Vd. postes de:

25 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2583: Álbum das Glórias (41): As ostras das esplanadas de Bissau ... ou Quem não arrisca, não petisca ? (Albano Costa / Luís Graça)

6 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2509: Estórias de Bissau (15): Na esplanada do Pelicano, a ouvir embrulhar lá longe (Hélder Sousa)