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sábado, 14 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13282: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (23): o meu desejo, e a minha certeza, de que hoje, em Monte Real, vai acontecer mais um grande dia de sã confraternização (Jorge Narciso, ex-1º cabo especialista MMA, Bissalanca, BA 12, 1968/69)

1. Mensagem do nosso camarada Jorge Narciso [ex-1.º Cabo Especialista MMA, Bissalanca, BA 12, 1968/69]


Data: 13 de Junho de 2014 às 23:08

Assunto:  Guiné 63/74 - P13279: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (21): Palace Hotel Monte Real, 14 de Junho, sábado: como chegar, programa das festas, contactos... Enfim, algumas dicas práticas... E boa viagem, camaradas e amigos!

Caro Luis

Ainda mantive uma secreta esperança de conseguir criar condições para hoje (completamente fora de prazo,  eu sei) ainda meter uma portuguesissima, eterna, "cunha", que me permitisse juntar às tropas nesse agradabilissimo "quartel" de Monte Real.

Sabes que,  para além de, reformado embora, continuar a trabalhar, tenho que dar alguma assistência à minha mãe e ao meu irmão (não é lamento,  é mera constatação) . Não foi no caso nenhum desses o óbice para que não o conseguisse. Desta vez foi a minha "Maria", que se chama de facto Elisabete, que, com todo o direito diga-se, reclama a minha presença devido a uma arreliadora indisposição que sei não vai estar debelada durante o fim de semana.

Enfim, ainda recorrendo à linguagem "tropista", como continuarão  a haver mais mais marés que marinheiros (e, digo eu, que infantes, artilheiros, cavaleiros e até aviadores) outros encontros nos reunirão.

Deixo-te  um abraço grande com o desejo/certeza de que mais um grande dia de sã confraternização vai acontecer.

Jorge Narciso  

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12507: In Memoriam (175): António Carlos de Oliveira Machado, o Machadinho, 1.º Cabo Especialista MARME da FAP, falecido em 12/7/1969, em Bafatá, na queda do helicanhão de que era apontador... Homenagem de Viseu, sua terra natal (Luís Nascimento)


Viseu > Abrevezes > Placa toponímica de homenagem ao nosso malogrado camarada da FAP, António Carlos de Oliveira Machado, falecido em desastre aéreo em Bafatá, em 12/7/1969.

Foto: © Luís Nascimento  (20). Todos os direitos reservados.


António Carlos de Oliveira Machado, o Machadinho
1.º Cabo Especialista MARME da FAP, falecido em 12/7/1969


1. Mensagem enviada por Luís Nascimento, através da sua neta Jessica, com data de 24 do corrente:

Assunto - In Memoriam (*)

Homenagem a António Machado (Machadinho), 1º Cabo Especialista da FAP,  falecido em 12 de Julho de 1969 em Bafatá,  na queda do helicanhão. (**)

Avenida com o seu nome,  em Viseu.

Fui seu amigo, amigo dos seus irmãos e pais.

Bom Camarada, descansa em Paz.

Bom e Feliz Natal para todos os nossos tabanqueiros.

Sir Assassan
______________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 23 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12493: In Memoriam (174): "Toni, Sempre!", homenagem singela e comovida a um grande amigo e camarada, o António Teixeira (1948-2013), pelo Joaquim Pinto Carvalho (ex-alf mil, CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73)

(**) Vd. poste de 12 de julho de  2012 >  Guiné 63/74 - P10144: In Memoriam (121): António Machado, 1.º Cabo Especialista MARME, e António Rodrigues, Capitão Pilav, que pereceram num acidente de helicóptero no dia 12 de Julho de 1969, em Bafatá (Jorge Narciso)

(...) 1. No regresso de uma operação com tropas paraquedistas, com base em Galomaro, os 6 helis participantes (5 de transporte + 1 canhão) dirigiram-se a Bafatá para reabastecimento, antes do regresso a Bissau.

2. Neles viajavam, como habitualmente nestes casos, para além dos 6 Pilotos, uma equipa de manutenção composta por 4 mecânicos da linha, um apontador de canhão e uma enfermeira paraquedista.

3. As condições atmosféricas, que já não eram boas à saída de Galomaro, agravaram-se entretanto significativamente, nomeadamente com forte chuva.

4. Chegados a Bafatá, aterraram normalmente cinco dos helis, enquanto o do canhão, na manobra de aproximação, embateu com o rotor numa das espias de aço da antena de comunicações implantada junto à pista, tendo-se despenhado e sequentemente incendiado no embate com o solo.

5. Nele assim pereceram os: 

Cap Pilav Rodrigues, comandante da Esquadra 122 (Alouette III) e o 1.º Cabo Especialista MARME António Machado, apontador do canhão. (...)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Guiné 63774 - P10791: As nossas queridas enfermeiras paraquedistas (31): "É a Céu!", diz a Rosa Serra... Quanto ao resto, "tudo foi possível naquelas terras de África"...

1. Mensagem enviada ontem, pela nossa camarada Rosa Serra, ex-Alferes Enfermeira Paraquedista, BCP 12, Bissalanca, BA12, 1969:

Boa Noite,  Luis

Acabo de ver o mail que me enviou (*) e o Jorge Narciso tem razão, é realmente a enfermeira identificada por ele, [,a Céu].Tanto ela como eu estávamos lá nessa altura. A foto da enfermeira dentro do DO penso que não é da mesma evacuação mas também pode ser por estar desfocada, não sei...! 

Sobre se era possível levar feridos no cockpit,  ou seja na cadeira ao lado do piloto, por vezes acontecia; se o estado do ferido o permitia, se as duas macas estavam ocupadas e não houvesse mais feridos a evacuar naquele momento. Mas houve outras excepções. Há um caso que está descrito por mim que, se tudo correr bem virá a público um dia, que não se enquadra em nada do que acabo de dizer. 

Tudo foi possível naquelas terras de África. 

Aproveito para desejar um Bom Natal e que todos entrem no novo Ano, cheios de Esperança. (**)

Um abraço Rosa Serra

____________

Notas do editor:

(*) (...) "Camaradas: O melec Jorge Narciso (que é deste tempo , 69/70) diz que é a Céu, a enfermeira pára que está de costas (a 3/4) junto ao DO 27, nº 3331... Que me dizeis ?

Por outro aldo, perguntei ao Jorge (e pergunto a vocês): Em caso algum, por razões de segurança, vocês levavam feridos "feridos", civis ou militares, no cockpit, ao lado do piloto, fosse na DO 27 fosse no heli... Certo ? Confirmam ?

Expliquem-me lá então o que é que faz o "passageiro" da foto, no assento do co-piloto ou do melec, e que me parece um civil (ou então um guerrilheiro), com um gorro típico, guineense ? Os pilotos e melec da FAP andavam sempre impecavelmente fardados, é essa imagem que eu retenho deles... É impensável o homem do gorro ser um piloto ou um melec... Abraços/beijinhos. Luís (...)

(**) Último poste da série > 9 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9168: éu Cerimónia de homenagem e comemoração dos 50 anos de incorporação das primeiras Enfermeiras Paraquedistas na Força Aérea Portuguesa (Miguel Pessoa)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10782: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (2): Quem seria o "anjo do céu" que veio na DO 27, nº 3331, buscar feridos a Bambadinca ? Pede-se a ajuda do Humberto Reis, do João Carreira Martins, do Abel Rodrigues, da Giselda Pessoa, da Maria Arminda, da Rosa Serra, do Jorge Narciso...


Foto nº 38 -  A (pormenor)


Foto nº 38

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) / CCAÇ 12  (1969/70) > Pista de aviação de Bambadinca... Evacuação de feridos > Em primeiro plano, uma enfermeira paraquedista (cuja identidade desconhecemos, mas esperemos que possa ser revelada por uma das suas camaradas), e o fur mil enfermeiro da CCAÇ 12, o João Carreiro Martins, o nosso querido "Pastilhas"... A seus pés um ferido, com a cabeça engessada...



Foto nº 36 - A (pormenor)


Foto nº 36-B (pormenor)


Foto nº 36

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) / CCAÇ 12 (1969/70) > Pista de aviação de Bambadinca... A Dornier 27, nº 3331, está pronta a descolar, levando não um mas dois feridos... Ou é ilusão de ótica ?

Na foto 36, vê-e ao centro o fur mil op esp Humebrto Reis (2º Gr Conmb / CCAÇ 12), e à esquerda o oficial de dia, que me parece ser,  visto de costas, o alf mil Abel Maria Rodrigues, nosso grã-tabanqueiro, tal como o Humberto. Estendido na maca, na parte de trás,  está o ferido com a cabeça engessada, e no cockpit, no lugar do copiloto (ou do mecânico),  parece-me "ver" outro ferido, africano...

Serão militares da CCAÇ 12,  serão civis,  ou serão prisioneiros de guerra ? Os nossos feridos graves, em combate, eram sempre ou quase sempre helitransportados a partir do mato... Não é aqui o caso... Estes feridos são evacuados a partir de Bambadinca... Não poderiam ser seguramente os feridos das duas minas anticarros, que explodiram em 13 de janeiro de 1971, à saída do reordenamento de Nhabijões... Nessa altura, o fur mil Lopes já estava longe,  na metrópole, há 7 meses... Tanmbém não poderiam ser prisioneiros da Op Lança Afiada, março de 1969 (Nessa altura ainda estavámos na matrópole, nós, malta da CCAÇ 2590, futura CCAÇ 12)...

Na ausência de legendas, neste álbum do José Carlos Lopes [,foto à esquerda, numa rara foto, de bigode, em Bambadinca, possivelmente já  na segunda metade de 1969 ou princípios de 1970,] e não querendo maçá-lo ao telefone a esta hora, só espero que alguém de Bambadinca desse tempo me ajude, a começar pelos camaradas da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, aqui referidos e retratados, o Humberto Reis, o Abel Maria Rodrigues (?) e o João Carreiro Martins...

Espero também que as nossas queridas enfermeiras paraquedistas, as camaradas Giselda Pessoa, Rosa Serra e Maria Arminda (ou o melec Jorge Narciso, que é do nosso tempo de Guiné) me consigam também identificar a enfermeira paraquedista da foto nº 38...que nesse dia (não sabemos qual, mas só estar compreeendido entre finais de julho de 1969 e finais de maio de 1970) foi até Bambadinca buscar feridos graves...

Já falei ao telefone com o meu camarada Lopes, de resto meu vizinho (, mora em Linda a Velha, concelho de Oeiras,) e embora ele não visite o nosso blogue (por um questão de princípio e de higiene mental, não quer voltar a reviver esses tempos), está disposto a partilhar mais fotos do seu álbum e da sua coleção de diapositivos com os amigos e camaradas da Guiné que integra a nossa gloriosa e fraterna Tabanca Grande.

Prometi ir um dia destes fazer-lhe uma visita. Soube por outro lado qual era a sua verdadeira especialidade: Contabilidade & Pagadoria, um delicioso nome arcaico ou castrense para tesouraria... Até lá,  o meu reconhecimento e agradecimento, em nome de toda a nossa Tabanca Grande. (LG)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10158: (Ex)citações (189): Chamem-lhe destino, providência, desígnio ou simplesmente sorte... mas a verdade é que eu estive para me sentar duas vezes no lugar do morto (Jorge Narciso, ex-1º cabo espec MMA, Bissalanca, BA 12, 1969/70)


1. Comentário, com data de hoje, de Jorge Narciso [, foto acima, do próprio,] ao poste P10144 (*):

Luís:

Antes de mais agradecer-te as muito gentis palavras que me diriges, especialmente no realce da homenagem prestada aqueles nossos camaradas.

Relativamente ao teu ultimo comentário, é correto que no heli canhão existiam dois únicos lugares (sentados), o do Piloto e,  na sua retaguarda e virado lateralmente para o exterior,  o do apontador que manobrava o canhão colocado entre as suas pernas. 

No entanto e como relatei no Post 5756, uns meses após este acidente acabei mesmo por fazer um curto voo num canhão, de pé por detrás do apontador, entre o corredor de Guileje e Aldeia Formosa, quando da captura do Cap Peralta (cubano).

Mas,  no caso ora tratado, o que estava efetivamente combinado e autorizado,  era que eu no regresso da operação ocupasse o "lugar" do Machadinho, trocando ele para o heli onde afinal acabei eu por voar. 

Mas este não foi caso único no que me diz respeito.

Durante o meu periodo de Guiné, registaram-se dois únicos acidentes aéreos mortais e ambos com helis. 

Pouco mais de um ano após este (em 25 de julho de 70) aconteceu o que,  no Rio Mansoa, vitimou o Alf Manso (Piloto), 4 deputados em visita à Guiné e um capitão do Exército, salvo erro chamado Carvalho.

Sobre o mesmo escrevi em comentário ao Post 5176 o seguinte: 

(...) Porque estava escalado para esse voo, tendo inclusive estado pronto a partir, no helicóptero acidentado (já com os rotores a funcionar e portas fechadas), só não seguindo porque chegou entretanto à placa o malogrado Capitão do Exército para integrar a visita e que face à lotação completa que se registava nos helis, tomou o meu lugar por determinação do comandante de Esquadra, seguindo a missão com o suporte técnico do Mecânico Electricista ( Jorge Caiano) já antes sediado no Heli 1 (...).

Assim, como lhe queiramos chamar: destino, providência, desígnio, ou meramente sorte, se a chuva de Galomaro e aquela tardia chegada do malogrado Cap Carvalho não tivessem no primeiro caso evitado que tomasse um lugar e no segundo me retirado doutro, ambos com caminho sem retorno,  o facto é que a transmissão destas emoções teria, hoje, seguramente outro relator.

Quanto ao comentário do leitor S. Nogueira, que agradeço, só através dele tomei conhecimento do testemunho do Dâmaso [Post P4742], com quem, aliás, numa recente iniciativa do Blogue da BA12 [, Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74,],  almocei lado a lado, sem que tivessemos abordado o tema do acidente, desconhecedores que ambos o tinhamos presenciado. (**)

Com um abraço

Jorge Narciso
_________________

Notas do editor:

(*) 12 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10144: In Memoriam (121): António Machado, 1.º Cabo Especialista MARME, e António Rodrigues, Capitão Pilav, que pereceram num acidente de helicóptero no dia 12 de Julho de 1969, em Bafatá (Jorge Narciso)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10144: In Memoriam (121): António Machado, 1.º Cabo Especialista MARME, e António Rodrigues, Capitão Pilav, que pereceram num acidente de helicóptero no dia 12 de Julho de 1969, em Bafatá (Jorge Narciso)



1. Homenagem do nosso camarada Jorge Narciso (ex-1.º Cabo Especialista MMA, Bissalanca, BA 12, 1968/69) aos seus camaradas da FAP, António Machado, 1.º Cabo Especialista MARME e António Rodrigues, Capitão Pilav, que pereceram num acidente de helicóptero no dia 12 de Julho de 1969 em Bafatá:


In Memoriam 

Cap. Pilav António Rodrigues 
1.º Cabo Especialista MARME António Machado 

Mortos em acidente com um heli canhão em 12.Jul.69 em Bafatá 

Em Fevereiro de 2010 e a propósito dum Poste da Tabanca Grande acerca da captura do Cap Peralta no corredor do Guileje, fiz um comentário posteriormente transformado em Poste (P5756) e também publicado no Blogue dos Especialistas da BA12 (VOO 1462) onde em determinada altura e por analogia com um facto relacionado com o helicanhão ali referido, escrevi:

… este voo no canhão foi para mim perturbante, pois que uns meses antes (Julho/meu 3º mês de Guiné) estive também para voar (nesse caso por experiência passiva que, para sorte minha, não concretizei) no retorno duma outra Operação em Galomaro, voo esse com um fim trágico, traduzido no despenhamento do heli (a que assisti) ocorrido em Bafatá, com a morte do meu comandante: Major (a titulo póstumo) Rodrigues (Piloto) e dum camarada de todos os dias, o Machadinho - como lhe chamávamos - , Mecânico Armamento/Apontador.

Um dia destes tentarei fazer o relato que me for possível desta outra dramática ocorrência…


E no sentido de “pagar” esta divida, por diversas vezes o tentei, de facto, mas por este ou aquele motivo o resultado sempre se me pareceu insatisfatório. Com o passar do tempo e à guisa de autodefesa, foi-se-me adensando a dúvida se tal falha se resumia a uma evidente falta de engenho e arte, ou se o registo era de tal forma profundo, complexo e pessoal que seria mesmo compreensivelmente transmissível.

Assim arrumado, que não escondido, numa gaveta da memória, eis que um clique o fez emergir e duma forma instintivamente reactiva soltou o registo que se foi escorreitamente compondo.

Concretizando:

No final do passado mês de Maio, o Virgínio Briote (co-editor da Tabanca Grande ), sabedor através do Victor Barata (editor principal do BA12), que eu poderia dar algum testemunho sobre este assunto, contactou-me referindo que a filha do Cap Rodrigues, de quem é (ou foi) aluno, por sabedora da sua relação com os assuntos relativos à Guerra da Guiné, lhe referiu o acidente que vitimou o Pai, manifestando interesse em saber mais pormenores, nomeadamente da parte de pessoas que tenham lidado de perto com ele.

E como atrás refiro, duma maneira quase automática as memórias foram fluindo, os dedos foram-nas traduzindo para o teclado e a resposta, antes tantas vezes tentada, ali estava plasmada no monitor. E assim praticamente sem revisão a enviei ao Virgínio Briote para que da forma que melhor entendesse dele desse conta à Dra. Alexandra.

Recebido o texto instou-me o Virgínio a que o propusesse para publicação, tal como estava, ao Especialistas da BA12. Ponderado o assunto revisto o que escrevi, decidi seguir o conselho e com a dilação até esta data para que o mesmo se assumisse como homenagem aqueles companheiros, recebi o assentimento não só do Victor Barata como do Carlos Vinhal da Tabanca Grande a quem coloquei a mesma proposta.

Assim e apenas com correcções no que ao português (grafia pré acordo), diz respeito e com uma melhor precisão de alguns dos factos, aqui vai o citado texto (entenda-se como de resposta à citada solicitação)

********************


Em ambas as fotos o Cap Pilav Rodrigues é o primeiro à direita

Fotos: © Fernando Caroto e Jorge Félix


Resumindo o relato dos factos à expressão mais simples, poderia simplesmente dizer que:

1. No regresso de uma operação com tropas paraquedistas, com base em Galomaro, os 6 helis participantes (5 de transporte + 1 canhão) dirigiram-se a Bafatá para reabastecimento, antes do regresso a Bissau,

2. Neles viajavam, como habitualmente nestes casos, para além dos 6 Pilotos, uma equipa de manutenção composta por 4 mecânicos da linha, um apontador de canhão e uma enfermeira paraquedista

3. As condições atmosféricas, que já não eram boas à saída de Galomaro, agravaram-se entretanto significativamente, nomeadamente com forte chuva.

4. Chegados a Bafatá, aterraram normalmente cinco dos helis, enquanto o do canhão, na manobra de aproximação, embateu com o rotor numa das espias de aço da antena de comunicações implantada junto à pista, tendo-se despenhado e sequentemente incendiado no embate com o solo.

5. Nele assim pereceram os:
Cap PilAv Rodrigues, comandante da Esquadra 122 (Alouette III) e o
1º Cabo Especialista MARME António Machado, apontador do canhão.


Disparada assim factualmente a "chapa" instantânea do sucedido, importa aduzir agora algumas reflexões pessoais fundadas numa memória que neste caso se mantém impressivamente nítida.

* Eu era um dos membros da equipa de manutenção, sendo talvez esta, com os meus 2 meses e meio de Guiné, a primeira operação deste tipo em que participei.

* Havendo outras modalidades de realização, nesta operação de um só dia, os helis saíram de Bissau de manhã, dirigindo-se a Galomaro, local onde estavam já colocados os elementos do BCP que a iam realizar.

* Deixada a equipa de manutenção e a enfermeira, de imediato embarcaram os "Paras", não me recordo se numa ou duas levas, para serem largados na Zona previamente definida, acção sempre protegida pelo helicanhão.

* Regressados à base da operação, os helis mantinham-se em alerta, ou para evacuações, ou para eventuais recolocações das tropas noutros locais da zona.

* Terminada a operação e em acção inversa à inicial, foram recolhidas as tropas, salvo erro novamente para Galomaro para seguirem por via terrestre para Bafatá.

* Por não se ter registado a necessidade de evacuações os helis mantiveram-se aterrados por um período largo e o pessoal, apesar de em alerta, ia naturalmente convivendo para matar o tempo.

* Em conversa com o Machado (apontador) sugeri a hipótese de, no regresso, voar no canhão, apenas como mera experiência. E dando consistência a essa ideia, com o seu apoio, foi pedida autorização ao Cap Rodrigues, que chefiava naturalmente a missão e coincidentemente pilotava o canhão, que de imediato deu o seu consentimento.

* Terminada a operação, era necessário embarcar, para além das ferramentas e outros meios de manutenção, também uma caixa de munições do canhão, que servia de reforço em caso de necessidade.

* E assim aconteceu, tendo eu e o Machado transportado manualmente a citada caixa para o heli n.º 1 que se encontrava no extremo contrário do alinhamento relativamente ao canhão, logo a uma distância talvez superior a 50 metros.

* Ali chegados e embarcada a caixa diz-me o Machado:
- Já podes ir. - Eis quando a chuva que tinha começado a sentir-se uns momentos antes se intensificou, tendo-lhe eu respondido com um sorriso amigável mas "meio sacaninha":
 - Com esta chuva fica para a próxima vai antes tu - e entrei nesse heli, enquanto ele correndo se dirigiu ao canhão.

* Em formação mais ou menos ordenada lá seguimos até Bafatá.

* Ali já aterrados e alinhados os 5 helis de transporte na placa fronteira à antena de rádio, eu e outros tripulantes assistimos a aproximação do canhão, que voava afastado da restante formação, fazer a aproximação rodeando a antena pelo lado contrário, ao que nos encontrávamos, e... embater com o rotor numa das suas espias de sustentação, já muito próximo do solo.

* As fortíssimas sensações originadas pela visão desse momento jamais as esquecerei:

- O rotor (corpo do conjunto das 3 pás) soltou-se da estrutura, transformando abruptamente o ruído característico do voo do heli num silêncio esmagador.

- O corpo do heli rodou no sentido longitudinal enquanto, como que em desesperante câmara lenta, se despenhava junto à base da antena.

- Instintivamente alguns de nós correram para o local do impacto, saltando mesmo eu e um outro companheiro o arame farpado que protegia a área da antena.

- Fomos travados pelo quase imediato incêndio do aparelho e consequente deflagração das munições (balas de 20 mm, explosivas incendiárias) num matraquear que se prolongou por um período que parecia não ter fim.

- Quando finalmente cessou, permitindo-nos levantar a cabeça, a desgraça estava completamente consumada numa amalgama de destroços que envolviam os corpos adivinhadamente calcinados.

- Última e não menos forte sensação, a da recordação da minha última conversa com o Machado e o imaginar-me agora no seu lugar.

Passada essa terrível noite em Bafatá, regressámos na manhã seguinte para Bissau, logo após o embarque dos corpos, entretanto resgatados, no Dakota que os transportou para a Base.

O velório realizou-se nessa mesma noite na capela da BA12, nele participando por turnos toda a Esquadra 122. Lembro-me perfeitamente de durante o meu turno ter ficado de frente para a viúva do Cap Rodrigues de quem julgo ainda guardar a expressão amargurada.

********************

À margem do relato algumas notas de rodapé que julgo necessárias:

- Todos os acidentes possuem sempre algo de incompreensível, nomeadamente quando de meios aéreos se trata, com o conjunto de variáveis envolvidas (mecânicas, humanas, metereológicas, etc.) e a que só uma investigação e apuramento rigoroso de dados pode dar respostas mais ou menos conclusivas.

- O acima relatado não é naturalmente excepção, o testemunho que transmito, apesar da fidelidade da observação directa, não pretende de nenhuma forma retirar conclusões quanto a eventuais causas, que seguramente o inquérito realizado pela FAP e respectivo relatório (que não conheço), sistematisadamente terão feito.

- O que indelével e tragicamente fica é a perda efectiva, tão mais sentida quanto mais dramática é a forma e mais próximas nos são as vítimas.


Para eles o meu singelo preito de homenagem:



Ao Cap. Rodrigues a quem, apesar do breve tempo de convivência e voo, deu para perceber ser não só um excelente Piloto como um homem que mantinha com os que comandava uma relação de enorme cordialidade e respeito que eram aliás generalizadamente recíprocos. E que aqui quero partilhar com a Dra. Alexandra e sua família.




Ao Machadinho pela sua alegre e descomprometida camaradagem dos nossos 20 anos, que, na perda, algum insondável desígnio impediu eu tivesse tomado o funesto lugar e naturalmente à sua família independentemente de desta não tomarem conhecimento.




E finalmente alguns agradecimentos:

- Ao Virgínio Briote e à Dra. Alexandra por terem estado na base desta minha, digamos, “catarse”.
- Ao Jorge Félix e Fernando Caroto, meus companheiros e contemporâneos na Guiné, que cederam as fotos.
- Ao Edgar, co-testemunha e que comigo saltou o arame farpado da antena, com quem em troca de impressões melhor precisei alguns dados aqui transmitidos.

Jorge Narciso
Especialista MMA – BA 12 / Guiné 69/70
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 30 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10093: In Memoriam (120): Cor inf ref e escritor Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (Funchal, 1938 - Lisboa, 2012), comandante das CCAÇ 727 (1964/66) e CCAÇ 2316 (1968/69) (António Costa / Carlos Vinhal)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8387: Monte Real, 4 de Junho de 2011: O nosso VI Encontro, manga de ronco (5): Agradecimentos da Maria Luís / Paulo Santiago, com selecção de fotos de Miguel Pessoa


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Ao centro, a Maria Luís, em representação do pai, Paulo Santiago. Ladeada pela Alice e o António Graça de Abreu.


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Humberto (sempre muito acarinhado por todos/as) e Giselda

Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Três camaradas da FAP: Jorge Narciso (Cadaval), Giselda Pessoa  (ou Antunes, apelido de solteira) (Lisboa) e Jaime Brandão (Monte Real / Leiria) (que não precisa de convite formal para integrar a nossa Tabanca Grande)


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Mário Bravo e Maria Lília (Porto)


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > José Brás e Mariana (Montemor-O-Novo)


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > António Fernando Marques  e Gina (Cascais)


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Torcato Mendonça e Ana (Fundão).



Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande > O Antóno Estácio (engenheiro técnico agrícola, tal como o Paulo Santiago, andaram a estudar juntos em Coimbra; vai lançar em breve novo livro, de temática guineense), o nosso minino Zé Manel (uma simpatia!, trazido com ternura pelo Manuel Joaquim) e o Victor Tavares (, de Recardães, Águeda) que trouxe a Maria Luís. 


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande > A belíssima Sra Wang Hai e o seu honorável esposo...


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande > Em terceiro plano, Tomás Carneiro (Ponta Delgada, São Miguel, RA Açores) (foi avô neste dia, estava felicíssimo); em segundo plano, da esquerda para a direita: Jorge Rosales (Cascais), José Fernando Almeida (Óbidos, veio acompanhado pela esposa, Suzel) e Henrique Matos (Olhão); em primeiro plano, o J.L. Vacas de Carvalho (Lisboa), não se conseguindo identificar o camarada que está de costas.


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > O nosso grupo do fado: da esquerda para a direita, David Guimarães (Espinho, evio acompando com o amor da sua vida, a nossa já histórica Lígia), Joaquim Mexia Alves (Monte Real / Leiria) e José Luís Vacas de Carvalho (Lisboa).


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Fernando Gouveia (Porto), autografando o seu livro Na Kontra Ka Kontra (Encontros, desencontros)

Fotos: © Miguel Pessoa (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1.Comentário do nosso camarigo Paulo Santiago (Águeda), com data de ontem, ao poste P8374 (*):

Camarigos:

Ainda não tive muito tempo para falar com a minha filha, Maria Luís, cheguei de França quando ela se apressava a ir para Castelo Branco [, onde frequenta a licencitura em solicitadoria, ] mas apercebi-me que gostou de participar no nosso VI Encontro (*).

Eu tinha algum receio, apesar de ela se ter voluntariado a ir, de vir de lá sem desejos de voltar a ver-se no meio de tantos cotas da idade do pai, mas surpreendeu-me pela positiva.

Da pequena conversa que tivemos, fiquei a saber que foi acarinhada pela Alice, que ficou ao lado do  Sr. [António Graça de] Abreu,casado com uma Sra. chinesa [, a dra. Wang Hai], e que gostou de o ouvir falar de diversos assuntos.

Também falou com o Sr. [Joaquim] Mexia, com o Sr.Humberto [Reis], também com um meu colega da Escola Agrícola de quem não recordava o nome ( António Estácio,digo eu).


Falou ou falaram com ela outros camaradas dos quais não conseguiu recordar os nomes nos breves instantes em que falámos.

Apreciei o gesto que teve em comprar o NA KONTRA KA KONTRA, autografado pelo autor, Fernando Gouveia.

Termino agradecendo a todos os camaradas que fizeram com que a  minha filha se sentisse bem num ambiente um pouco estranho para ela. Já foi duas ou três vezes a almoços à Tabanca Pequena [, em Matosinhos,] mas aí, foi comigo,o que faz alguma diferença.

Abraço a todos, Paulo Santiago


[ Revisão / fixação de texto / edição e legendagem de fotos / título: L.G.]
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Nota do editor:

Vd-último poste da série > 7 de Junho de 2011 >Guiné 63/74 - P8383: Monte Real, 4 de Junho de 2011: O nosso VI Encontro, manga de ronco (4): Fantástico, a todos os níveis (Mário Bravo)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8327: Parabéns a você (263): Camaradas: Jorge Narciso, ex-1.º Cabo Especialista da FAP; Carlos Nery, ex-Cap Mil CMDT da CCAÇ 2382; Gabriel Gonçalves, ex-1.º Cabo Cripto da CCAÇ 12 e jovem amigo João Santiago (Tertúlia / Editores)

Com os parabéns e um abraço dos seus camaradas Giselda e Miguel Pessoa



PARABÉNS A VOCÊS

26 DE MAIO DE 2011







NESTE DIA DE FESTA, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR AOS NOSSOS CAMARADAS JORGE NARCISO, CARLOS NERY, GABRIEL GONÇALVES E JOVEM AMIGO JOÃO SANTIAGO, AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
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Notas de CV:

- Jorge Narciso foi 1.º Cabo Especialista de MMA na Guiné nos anos de 1969 a 1970

- Carlos Nery foi Cap Mil, Comandante da CCAÇ 2382 que esteve em Buba nos anos de 1968 a 1970

- Gabriel Gonçalves foi 1.º Cabo Cripto na CCAÇ 12 e esteve em Bambadinca nos anos de 1969 a 1971

- João Santiago é filho do nosso camarada Paulo Santiago. Acompanhou o seu pai numa visita de saudade à Guiné-Bissau em Fevereiro de 2005.

- Vd. último poste da série de 20 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8305: Parabéns a você (262): José Manuel (...), ou Adilan, o meu menino da Guiné, fez 50 anos em Janeiro deste ano (Manuel Joaquim)

sábado, 19 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7965: (Ex)citações (133): Regressados, cansados de guerra (Jorge Narciso)

Niassa, um dos navios que transportou no seu bojo milhares de militares para e de regresso da guerra colonial. 
Navios Mercantes Portugueses , com a devida vénia.


Porto de Lisboa > NTT Niassa > Estação Marítima de Alcântara > 09/Abr/70 > Momento da tentativa de acostagem na Gare, com a emoção para visualização dos seus.
Foto e legenda: © Américo Estorninho (2010). Direitos reservados


CANSADOS DE GUERRA

Comentário do nosso camarada Jorge Narciso*, ex-1.º Cabo Especialista de MMA, Guiné, 1969/70, deixado no Poste 7962**:

Caros Luís, Humberto, Levezinho e restantes "regressados" desse dia 17 de Março.

Cansados da guerra.
Belo plágio evocativo de Jorge Amado e da sua Tereza Batista.

Acredito (não passei pela experiência pois regressei de avião) que independentemente da "area/classe" do barco em que cada um fez essa viagem:

- Comendo lombo, bifanas, carapaus, massa, feijão ou meras rações de combate.

- Jogando king, canasta, sueca, lerpa, bisca lambida ou montinho.

- Bebendo uisque velho, cognac, brandy ou bagaço baptizado.

- Gozando a brisa marítima, cuja temperatura se ia "normalizando" à medida que o barco "subia", mesmo que vomitando de enjoo.

Acredito, repito, que tal viagem soubesse a cada um como um grande cruzeiro, qual ponte para o outro lado da vida.

Cansados da guerra:
"Herois" e "cobardes" (com todo o subjectivismo inerente a tais designações) e os que não foram, nem pretenderam ser, nem uma coisa nem outra (seguramente a esmagadora maioria).

Cansados da guerra:
Independentemente do tempo nela passado e, em tantos casos, cansaço atingido logo nos primeiros dias ou, noutros ainda, antes mesmo de para ela partir.

Cansados da guerra:
Para a qual e na generalidade não foram devidamente preparados, sequer consciencializados do que os esperava.

Cansados da guerra:
De ver morrer, matar, estropiar e rebaixar a condição humana ao seu patamar mais subterrâneo e hediondo.

Antes que além da guerra, os camaradas fiquem cansados de mim, vou terminar, já agora com uma pequena efeméride:

No dia 17 de Março de 1971, perfaziam-se 15 dias que tinha começado a trabalhar, exactamente 3 meses depois do meu regresso da Guiné, período de "convalescença" pós-cansaço.

Abraço
Jorge Narciso
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 3 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5756: FAP (46): Recordando o inferno do HM 241, as heli-evacuações, o cubano Cap Peralta, os Alouettes III, celebrando a camaradagem e a amizade... (Jorge Narciso)

(**) Vd. poste de 18 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7962: Efemérides (62): 17 de Março de 1971, o regresso casa, no T/T Uíge, cansados da guerra: foi há 40 anos! (Tony Levezinho / Humberto Reis / Luís Graça)

Vd. último poste da série de 7 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5225: Comentários que merecem ser postes (10): Jorge Cabral, Essa Alma Peregrina Mor (Petrouska Ribeiro)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6472: Parabéns a você (116): Jorge Narciso, ex-1.º Cabo MMA, Guiné, 1969/70 e João Santiago, Guiné, Fevereiro de 2005 (Editores)

1. Estamos a festejar o aniversário do nosso camarada Jorge Narciso, ex-1.º Cabo Especialista de MMA, Guiné, 1969/70.

Este nosso camarada, um dos representantes da Força Aérea no nosso Blogue, faz hoje, dia 26 de Maio de 2010, 61 anos.

São os nossos desejos mais fervorosos que comemore esta data por muitos e bons anos, junto de sua família que entretanto se vai multiplicando, aumentado assim o número daqueles que o amam e o querem junto de si.

Nós, seus amigos e camaradas, estaremos por aqui tentando acompanhá-lo nos festejos.


Jorge Narciso está connosco desde Novembro de 2009 (vd. poste 5305), altura em que resolveu juntar-se aos seus camaradas da FAP já aqui atabancados.

Podem ver os seus postes no marcador Jorge Narciso.

Jorge Narciso, um dos nossos gloriosos malucos das máquinas voadoras, junto de um Alouette III, aparelho que conhece como a palma das suas mãos.

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2. Quem também está de parabéns, hoje dia 26 de Maio de 2010, é o nosso jovem amigo João Santiago.

Neste caso não temos a veleidade de o querer acompanhar nesta corrida terrena durante muitos anos, mas faremos um pequeno esforço para lhe conhecermos os netos.

Caro João, estes teus amigos, camaradas de teu pai, vêm deste modo associar-se à comemoração da força da vida, da juventude e do futuro que te está reservado enquanto cidadão de Portugal. Às tantas estamos já para aqui a desfiar conselhos e conceitos, desculpa, coisa de cotas.


Para os menos avisados, informamos que o João não está aqui por cunha do pai, claro que não, está por mérito próprio, porque ganhou esse direito.

O João já cheirou a Guiné, já calcou aquele chão vermelho e teve a oportunidade de ver com os seus olhos os sinais de um dos momentos mais sangrentos da guerra da Guiné, conhecido pela tragédia do Quirafo.

São dele as tristemente célebres fotos dos restos de uma GMC ainda visíveis, testemunha muda dos acontecimentos daquele dia 17 de Abril de 1972.

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Picada de Quirafo > Fevereiro de 2005 > Restos da GMC da CCAÇ 3490 que transportava um grupo de combate comandado pelo Alf Mil Armandino, e que sofreu uma das mais terríveis emboscadas de que houve memória na guerra da Guiné (1963/74)... Houve 11 militares mortos, 1 desaparecido... Houve ainda 5 milícias mortos mais um número indeterminado de baixas, entre os civis, afectos à construção da picada Quirafo-Foz do Cantoro. A brutal violência da emboscada ainda hoje é visível, mais de três décadas, nas imagens dramáticas obtidas pelo Paulo Santiago e seu filho João, na viagem de todas as emoções que eles fizeram em Fevereiro de 2005.
Fotos: ©
João Santiago (2006)

Desculpa João de neste teu dia de aniversário publicar estas fotos, mas estamos convencidos que perante este triste espectáculo, ficaste a admirar e a reconhecer ainda mais, se possível, o esforço que o teu pai e estes teus amigos fizeram enquanto combatentes daquela guerra que felizmente já não atingiu a tua geração.

Para desanubiar, vamos ver três fotos tuas que os nossos serviços scretos conseguiram desencantar.

Quem sai aos seus... João Santiago também pratica desportos radicais, não é só o seu sempre jovem pai.

João Santiago algures em busca de aventura.

João Santiago aquando do encontro da mimi-Tertúlia de Matosinhos em casa do nosso camarada Paulo Santiago

E pronto, caro João, esta foi a nossa singela homenagem neste teu dia de anos.

Tudo de bom para ti junto de teus pais, demais família e amigos.

Recebe um abraço de felicitações da tertúlia.
CV
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 20 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6433: Parabéns a você (115): Completa hoje 65 anos o nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto (ex-Fur Mil da CART 2519)