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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5637: Dossiê Guileje / Gadamael (21): Uma especial e pública saudação cordial ao Coronel Coutinho e Lima, a quem pessoalmente ficarei grato até ao final dos meus dias (Luís Paiva, ex-Fur Mil, 15º Pel Art, Guileje, Gadamael e Bula, 1972/74)






Fotos do Luís Guerreiro, ex-Fur Mil do 4.º Gr Comb da CART 2410  - Os Dráculas (Gadamael, Ganturé e Guileje, 1968/70) e mais tarde do Pel Caç Nat 65 (Bajocunda e Buruntuma,  1970). Desde 1971  reside em Montreal, no Canadá.

Finalmente publicámos algumas das suas magníficas fotos de Gadamael, Ganturé e Guileje que andaram por aí perdidas (*). Legendas das fotos (de cima para baixo):  Foto 16- Guileje, granadas do obus 14; Foto 15- Coluna 19 Março de1969, obus 14 existente em Guileje;  Foto 12- Cruzamento de Guileje, coluna de Gadamael , transporte obus 11.4, em 19 de Março de1969; Foto 14- Coluna, de Gadamael para Guileje, subida depois do cruzamento,  19 Março de 1969; Foto 17- Guileje, junto ao obus 14, eu e Furriel Mourato (já falecido).

Fotos e legendas: © Luís Guerreiro (2009). Direitos reservados.


1. Comentário, com data de hoje, do Luís Paiva ao poste de 11 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5627: Dossiê Guileje / Gadamael (20): Esclarecimentos sobre a retirada, em 22 de Maio de 1973: Parte II (Coutinho e Lima)


Há dois anos redigi, numa longa exposição, a versão dos acontecimentos em Guileje e Gadamael nos quais fui protagonista em 1973 (**). Conjuntamente com o alferes Luís Pinto dos Santos, que infelizmente já se não encontra entre nós, e com mais dois Furriéis (Queirós e Santos), integrei o Pelotão de Artilharia, com o posto de furriel, tendo sido colocado em Guileje em meados de 1972, aquartelamento do qual retirámos para Gadamael, cerca de 1 ano depois.

De Gadamael fui transferido para Bula já em 1974 e foi neste último aquartelamento que terminei a minha comissão em 3 de Abril desse ano.

Há uma parte das intervenções publicadas no blogue sobre o assunto por pessoas que não viveram directamente os acontecimentos, sendo que algumas reproduzem afirmações lamentáveis. Quanto aos protagonistas dos acontecimentos, constata-se que há divergência de opiniões. Todavia não me parece de todo saudável para ninguém - nem se afigura que daí decorra qualquer vantagem seja para quem for - que as opiniões reflictam um exacerbado pendor hostil e até fundamentalista.

Os acontecimentos são velhos de 37 anos (como já alguém aqui lembrou e muito bem), muitos dos protagonistas já não estão entre nós e muitos outros (hoje, pais e avós) estarão envelhecidos, provavelmente precocemente por um conflito que os desgastou e pela vida (também ela factor natural de dramas e tragédias pelos quais, todos nós, vamos paulatinamente passando).

Seria talvez salutar que se utilizassem os elos de camaradagem que se criaram num tempo difícil das nossas vidas para que as relações de sã camaradagem se sobrepusessem a tudo o mais. Muitos dos que estiveram em Guileje, Gadamael, Guidaje e outros locais complexos (sob o ponto de vista militar) da Guiné e das outras ex-colónias viveram situações extremamente dificeis e perderam amigos e companheiros nessas campanhas que são credores de todo o respeito e merecerão certamente que se ponha uma pedra sobre polémicas que só servem para nos dividir. Eu próprio recordo o Faustino, furriel, e alguns dos homens do nosso Pelotão de Artilharia (um cabo e alguns soldados), falecidos em Gadamael.

Por uma questão de consciência, devo porém terminar esta minha intervenção, que vai mais longa do que inicialmente desejaria, com uma especial e pública saudação cordial ao Sr. Coronel Coutinho e Lima, autor do livro "A Retirada de Guileje" (obra que neste momento estou a ler) que consegui rever ao fim de 37 anos e a quem pessoalmente ficarei grato até ao final dos meus dias.

Aproveito a oportunidade para apresentar cordiais saudações a todos os intervenientes no blogue.

Luís Paiva
Ex-Furriel do 15º Pelart

_____________

Notas de L.G.,

(*) Vd. poste de 26 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5541: Memória dos lugares (61): Mais notícias da Cart 2410 (2) (Luís Guerreiro)

(**) Vd. postes de:

30 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5182: Tabanca Grande (183): Luís Paiva, ex-Fur Mil, Pel Art 15, Guileje e Gadamael (1972/73)

27 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2483: Estórias de Guileje (3): Devo a vida a um milícia que me salvou no Rio Cacine, quando fugia de Gadamael (ex-Fur Mil Art Paiva)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5625: Memória dos lugares (67): Mais notícias da Cart 2410 (3) (Luís Guerreiro)



1. O nosso Camarada Luís Guerreiro, ex-Fur Mil do 4.º Gr Comb da CART 2410 e mais tarde do Pel Caç Nat 65, Ganturé, 1968/70, e que desde 1971 reside em Montreal, no Canadá, enviou-nos mais uma mensagem acompanhada de magníficas fotos de Guileje e Gadamael:


Camaradas,


Hoje trago-vos mais notícias da CArt 2410 e do tempo passado em Guileje.Muito se tem dito sobre Guileje, por isso não vou comentar nada sobre a retirada embora tenha a minha opinião formada.


Durante a nossa estadia tivemos 44 ataques (do mais pequeno ao maior), tendo estado várias horas debaixo de fogo.


Era normal, nessas flagelações, serem referenciados cerca de 300 rebentamentos.Não tivemos baixas nestes ataques e a nossa moral esteve sempre em alta.


Penso que o tempo lá passado foi bastante positivo.Nas saídas e nas colunas, que se fizeram de Gadamael para Guileje, neste período, nunca houve contacto com o inimigo, salvo algumas minas que foram detectadas e levantadas.


Envio algumas fotos, uma delas (especialmente para o amigo Pepito) mostrando as garrafas no arame farpado.Para a próxima vou falar um pouco do Pel Caç Nat 65.



01- Vista aérea de Guileje (Janeiro/70)



Um abraço,
Luis Guerreiro
Fur Mil da CART 2410 e Pel Caç Nat 65

Fotos e legendas: © Luís Guerreiro (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

26 de Dezembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5541: Memória dos lugares (61): Mais notícias da Cart 2410 (2) (Luís Guerreiro)


02 - Construção das casernas abrigo (Julho/69)



03 - Uma das casernas abrigo já terminada (Novembro/69)



04 - Outra caserna abrigo (Novembro/69)



05 – O sistema de valas (Novembro/69)



06 – Os efeitos de um ataque



07 - Ataque em 11 Setembro/69 (tabanca atingida)



08 - Abrigo atingido em 11 Setembro/69 (dois mortos e um ferido grave, ambos assalariados nativos da engenharia)



09 - Coluna de Gadamael: Alf. Mil. Jerónimo, Fur. Mil Mourato e eu (Agosto/69)



10 - Uma mina levantada na coluna de Gadamael



11 - Chegada da coluna a Guileje na época das chuvas, terreno difícil (Agosto/69)



12 - Chegada da coluna a Guileje na época das chuvas, terreno díficil (Agosto/69)



13 - Uma das peças 11.4 cm



14 - O reabastecimento de água era garantido por um grupo de combate (duas secções faziam a protecção e uma enchia os bidões)

15 - A terceira secção do quarto grupo de combate


16 - A equipa de furriéis (Cart.2410 – Pel Caç 51- Pel Art - Engenharia)


17 - Cortando o capim (vêm-se perfeitamente algumas garrafas presas no arame)



18 - Mais garrafas presas no arame



19 – A messe dos sargentos



20 – O bar dos sargentos



21 - Cerimónia do fanado

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Guiné 63/74 – P4919: Estórias do Luís Guerreiro (1): Luís Manuel Nunes Guerreiro: Emboscada na estrada Pirada - Bajocunda em 04JUL1970



1. O nosso Camarada Luís Guerreiro, Ex-Fur Mil CART 2410 e Pel Caç Nat 65 (Gadamael e Ganturé, 1968/70), enviou-nos a seguinte mensagem em 7 de Setembro de 2009:

Camaradas,

Depois de alguma ausência, achei hoje pertinente falar sobre o Pel Caç Nat 65, aonde cheguei em Jan/70 e permaneci até Agosto/70, com o fim da comissão.


O grupo era composto por cerca de 35 soldados nativos (valentes, destemidos e todos bem conhecidos na zona leste pelo inimigo) e 7 continentais.

Tem sido com interesse que tenho seguido as crónicas do José Manuel Dinis da CCaç 2679, pois os nossos caminhos cruzaram-se em Piche, Buruntuma e Bajocunda, aonde menciona diversas vezes o Pel 65.

Na sua chegada na coluna de Nova Lamego para Piche, e que teve como escolta o Pel. Fox e o Pel 65, aonde menciona que era comandado por um cromático alferes que deambulava de pistola à cinta, empunhando uma moca com um lenço amarelo, esclareço que o dito alferes se chamava Monteiro, e esse era o seu equipamento preferido mesmo em patrulhamentos.


Estivemos implicados no ataque de 27FEV1970 á base de Kandica, retaliando o ataque a Buruntuma, aonde o Pel 65 permaneceu cerca de um mês, antes de ser tranferido para Bajocunda.

Também menciona, o apontador do morteiro, que chegou a levar este cheio de vinho durante uma saida para o mato,é verdade, chama-se Ismael, era cabo, e um excelente operador do morteiro 60, embora por vezes se encontrasse sob os efeitos do álcool, era bom rapaz e excelente combatente.

Sobre a emboscada na estrada de Pirada-Bajocunda, foi no dia 4 de Julho 1970, e passo a descrevê-la:

Emboscada na estrada Gabú – Pirada - Bajocunda


Nesse dia o Pel 65, teve como missão fazer uma coluna a Nova Lamego, para buscar o correio.

Sendo eu o responsável pela coluna, por volta das 07h00, saímos de Bajocunda pela estrada de Pirada.

Chegados ao Gabú esperamos pelo avião e, quando o correio nos foi distribuido, fiz os preparativos para regressar.

Um alferes da CArt 2438, que tinha vindo no avião, perguntou-me se podia vir na nossa coluna, ao que eu repondi que sim, avisando-o que ia pela outra estrada que não passava em Pirada, ao que ele me retorquiu que, essa estrada, se encontrava em piores condições.

Disse-lhe então que se queria vir com o meu grupo, era por aquela estrada porque, por experiência própria, não gostava de passar duas vezes seguidas pelo mesmo sítio.


Mais informei que se encontrava ali uma coluna de civis, aonde se juntou um Grupo de Combate dos Comandos Africanos (G.C.A.), para seguir para Bajocunda, pela estrada de Pirada mas, mesmo assim, o alferes resolveu vir connosco.

Chegados a Bajocunda, e quando me encontrava a depositar os sacos do correio, ouviu-se um verdadeiro tiroteiro, para os lados da tabanca de Tabassi, na estrada de Pirada.

O capitão da CArt 2438, que se encontrava junto a mim, perguntou o que seria aquilo, indaguei se ele tinha homens fora, ao que me disse que não.

Pensei logo que seria uma emboscada à coluna de civis e ao G.C.A.

A emboscada estava, na realidade, montada para o meu Pel 65, porque devem ter sabido que nós tínhamos saido e, normalmente, regressavávamos pela mesma estrada.

Em Bajocunda não havia conhecimento da coluna de civis.
















Aspectos dos resultados da emboscada na estrada de Pirada-Bajocunda















Aspectos dos resultados da emboscada na estrada de Pirada-Bajocunda

Saí imediatamente com o meu grupo de combate e, à chegada junto da referida coluna, deparamos com uma viatura civil a arder com o corpo do condutor calcinado pelo fogo, só se vendo os ossos (como se pode ver nas fotos que envio).

O Grupo dos Comandos Africanos sofreu duas baixas, um cabo miliciano de transmissões e um soldado.

Tenho mais para contar sobre o meu Pel 65, mas como esta história já vai longa ficará para outra vez.

Cumprimentos,
Luis Guerreiro
Fur Mil da CART 2410 e do Pel Caç Nat 65

Legendas das 4 primeiras fotos:

1 - Bajocunda

2 - Buruntuma, capela e monumentos das companhias

3- Piche porta de armas

4 - Buruntuma, o Pel.65 em patrulhamento

Fotos e legendas: © Luis Guerreiro (2009). Direitos reservados.
___________

Notas de MR:

Este poste é o primeiro desta série.

Vd. postes anteriores deste autor em:

23 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3086: Memórias dos Lugares (10): Gadamael, CART 2410, 1968/69, Parte I (Luís Guerreiro, Montreal, Canadá)

23 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3087: Memórias dos Lugares (11): Gadamael, CART 2410, 1968/69, Parte II (Luís Guerreiro, Montreal, Canadá)


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3797: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (2): Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

Continuação da publicação do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Martins (*):


Copá, na fronteira com o Senegal (1965-1974) - Parte II: Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

Copá [vd. carta de Canquelifá]: Situado, sensivelmente, nas coordenadas 13º 55” Oeste e 12º 38” Norte, por lá passaram centenas de homens que, na impossibilidade de se obterem relações nominais, nos levaram a pesquisar as unidades que por lá estiveram, não só actuando directamente no terreno, quer em quadrícula quer em patrulhamentos, mas também nos escalões de comando e coordenação, embora mais afastados do local de acção. Tentou dar-se uma informação sucinta de cada unidade, dando destaque à sua passagem por Copá ou na área em que este destacamento se inseria (**).

Além das subunidades (companhia e pelotões) que tiveram intervenção directa e em quadrícula na zona em que se encontrava Copá [subsector: Bajocunda], outras houve que coordenaram e comandaram as operações nesta área, agrupando sob o seu comando alguns sectores, para assim melhorarem a acção das Nossas Tropas desenvolvida no terreno. Entre elas contam-se:

(i) Unidades de intervenção:


3ª COMPANHIA DE CAÇADORES INDÍGENAS
(3ª CCAÇ I, 1961/67)


Foi criada em 1 de Fevereiro de 1961, como unidade da guarnição normal do Comando Territorial Independente da Guiné, de acordo com o dispositivo aprovado, para aquele território. Constituída por quadros metropolitanos e praças do recrutamento local, iniciou a sua formação adstrita à 1ª Companhia de Caçadores Indígenas, com a formação de um pelotão que, em 13 de Maio de 1961 foi deslocado para S. Domingos.
Depois da formação de dois pelotões foi oficialmente concretizada a sua organização, em 1 de Agosto de 1961, sendo colocada em Nova Lamego por troca com a 1ª Companhia de Caçadores Indígenas.

Constituindo os pelotões em falta para completar a companhia, instalou efectivos em Buruntuna, BAJOCUNDA [ foi a primeira unidade a deslocar efectivos para aquela zona em 1 de Agosto de 1961], Cabuca, Canquelifá e Geba, e a partir de 6 de Maio de 1963 instalou pelotões em Béli e Madina do Boé.

Em 1 de Abril de 1967, quando passou a designar-se por Companhia de Caçadotres nº 5, tinha a sua sede em Nova Lamego com destacamentos em Cabuca, Canjadude e Che-che.

COMPANHIA DE ARTILHARIA Nº 676 (CART 676, 1964/66)

Mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2 em Vila Nova de Gaia, desembarcou em Bissau em 13 de Maio de 1964, tendo sida integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 600 e atribuída pontualmente, como reforço, ao Batalhão de Caçadores nº 619, de 3 a 5 de Agosto de 1964; Batalhão de Caçadores nº 599 de 17 a 19 de Agosto de 1964 (região de Jabadá e Gampará); e CDMG – Comando de Defesa Marítima da Guiné entre 19 e 21 de Setembro de 1964 (região de Cantanhez).

Em 12 de Outubro de 1964, destacou dois pelotões para Pirada e Paunca, em reforço do dispositivo do Batalhão de Caçadores nº 506, tendo sido rendida em Bissau pela Companhia de Caçadores nº 726.

Em 29 de Outubro de 1964, foi instalado o comando da companhia em Pirada.

A 30 de Outubro de 1964 deslocou para Bajocunda um pelotão que substituiu igual efectivo da 3ª Companhia de Caçadores Indígenas. Foi rendida em Bajocunda em 11 de Março de 1965, data da criação do subsector, pela Companhia de Cavalaria nº 704.

Esteve integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 506, Batalhão de Caçadores nº 512, Batalhão de Cavalaria nº 705 e Batalhão de Cavalaria nº 757, de acordo com as alterações e rendições verificadas na zona.

A companhia foi rendida no sector de Pirada em 11 de Abril de 1966 pela Companhia de Caçadores nº 1496, regressando à metrópole em 27 de Abril de 1966

COMPANHIA DE CAVALARIA Nº 704 (CCAV 704, 1964/66)

Mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 7 em Lisboa, desembarcou em Bissau em 24 de Julho de 1964.

Foi atribuída em reforço do Batalhão de Artilharia nº 645, entre 2 e 5 de Dezembro de 1964, para actuação na região de Mansoa – Porto Gole; Também foi atribuída em reforço ao Batalhão de Caçadores nº 513, entre 15 e 17 de Dezembro de 1974, actuando na região de Injassane, deslocando-se para Bolama em 8 de Janeiro de 1965.

A partir de 18 de Janeiro de 1965 cedeu dois pelotões ao Batalhão de Caçadores nº 512, para reforço de Nova Lamego e Pirada, até que em 5 de Fevereiro de 1965 foi atribuída a subunidade àquele batalhão, tendo destacados, por períodos curtos, forças para diversos destacamentos da área como Bajocunda, Madina do Boé, ponte do Rio Caium e Béli.

A 11 de Março de 1965 substituiu a Companhia de Artilharia nº 676, assumindo a responsabilidade do subsector então criado, e, em 16 de Março de 1965, destaca um pelotão para Copá, para guarnecer o destacamento então criado.

Em 15 de Junho passou para a dependência do Batalhão de Cavalaria nº 705, do qual fazia parte. Foi rendida pela Companhia de Caçadores nº 1417, regressando a Bissau e embarcando de regresso em 14 de Maio de 1966.


COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 1417 (CCAÇ 1417, 1965/67)

Mobilizada no Regimento de Infantaria nº 1 na Amadora, desembarcou em Bissau em 6 de Agosto de 1965, ficando nessa cidade como unidade de intervenção e reserva do Comando - Chefe. Foi atribuída em reforço do Batalhão de Cavalaria nº 790, actuando na região de Insumeté (Bissum) entre 5 e 24 de Setembro de 1965.

A 23 de Setembro de 1965 foi aquartelada em Fá Mandinga, como força de intervenção do Batalhão de Caçadores nº 697, tendo operado nas regiões de Galo Corubal, Ponta do Inglês, Poidom, entre outras.

Em 4 de Maio de 1966 foi colocada no sector do Batalhão de Caçadores nº 1856, ao qual pertencia, assumindo em 9 de Maio de 1966 a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com um pelotão destacado em Copá, rendendo a Companhia de Cavalaria nº 704.

Entre 25 de Janeiro e 26 de Março de 1967, destacou um pelotão para reforço da guarnição de Belí. A 7 de Abril de 1967 foi rendida pela Companhia de Caçadores nº 1586 recolhendo a Bissau, tendo regressado à metrópole em 15 de Abril de 1967.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 1586 (CCAÇ 1586, 1966/68)

Mobilizada no Regimento de Infantaria nº 2 em Abrantes, desembarcou em Bissau a 4 de Agosto de 1966, sendo destacado para o sector do Batalhão de Caçadores nº 1856, assumindo a 8 do mesmo mês a responsabilidade do subsector de Piche, substituindo dois pelotões da Companhia de Caçadores nº 1567, e guarnecendo o destacamento da ponte do Rio Caium com um pelotão, até 21 de Setembro de 1966.

A partir desta data assumiu, também, funções de unidade de intervenção na zona de Nova Lamego, reforçando diversas localidades, entre elas Nova Lamego de 10 de Outubro de 1966 até princípios de Dezembro desse ano; Madina do Boé entre 10 de Fevereiro e 1 de Maio de 1967; e Béli de 25 de Janeiro de 1967 até 15 de Abril de 1967.

A 6 de Abril de 1967 foi rendida no subsector de Piche, assumindo o subsector de Bajocunda no dia seguinte, rendendo a Companhia de Caçadores nº 1417 e guarnecendo Copá com um pelotão, mantendo-se integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 1933 e posteriormente do Batalhão de Caçadores nº 2835.

Entre 28 de Outubro e 4 de Dezembro de 1967, integrou, com um pelotão, o sector temporário de Canjadude.

Foi rendida no subsector de Bajocunda em 27 de Abril de 1968 pela Companhia de Caçadores nº 1683, embarcando de regresso à metrópole em 9 de Maio de 1968.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 1683 (CCAÇ 1683, 1967/69)

Mobilizada no Regimento de Infantaria nº 15 em Tomar, desembarcou em Bissau em 2 de Maio de 1967 tendo efectuado a adaptação operacional na região de Safim. Substituiu entre 21 de Maio e 23 de Junho de 1967 a Companhia de Artilharia nº 1746 no dispositivo do Batalhão de Artilharia nº 1904.

Na situação de intervenção e reserva do Comando - Chefe, realizou operações, em reforço do Batalhão de Caçadores nº 1912 na região de Sarauol entre 23 de Junho e 7 de Julho de 1967; e em reforço do Batalhão de Artilharia nº 1914, entre 12 e 23 de Julho de 1967, na região de Uanandim e Guebambol.

Em 17 de Agosto de 1967 substitui a Companhia de Caçadores nº 1651, assumindo a responsabilidade do subsector de Julmete, ficando integrada no dispositivo do Batalhão de Caçadores nº 1911, a que pertencia, orientada para a protecção e segurança dos trabalhos na estrada Pelundo–Jolmete e realização de operações nas regiões de Gel-Calaque, Jol e Pecê-Bugula.

Em 1 de Novembro de 1967, por troca com a Companhia de Cavalaria nº 1649, é colocada em Teixeira Pinto com um pelotão em Caio. Volta a assumir o subsector de Jolmete em 1 de Março de 1968, por troca com a Companhia de Cavalaria nº 1648, até 17 de Abril de 1968, sendo rendida pela Companhia de Caçadores nº 1622.

A 27 de Abril de 1968 assume a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com um pelotão em Copá, no sector à responsabilidade do Batalhão de Caçadores nº 2835, em substituição da Companhia de Caçadores nº 1586.

Foi rendida pela Companhia de Artilharia nº 2438 no subsector de Bajocunda, em 25 de Novembro de 1968, sendo deslocada para Teixeira Pinto, onde ficou em intervenção e reserva às ordens do Batalhão de Artilharia nº 2438, com um pelotão destacado na ilha de Jete, entre 30 de Novembro de 1968 e 12 de Março de 1969, e outro pelotão em Pelundo, entre 7 de Dezembro de 1968 e 12 de Março de 1969.

Em 20 de Março de 1969 foi para Bissau, por troca com a Companhia de Artilharia nº 1802, regressando à metrópole em 16 de Maio de 1969.

COMPANHIA DE ARTILHARIA Nº 2438 (CART 2438, 1968/70)

Mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira nº 5, em Penafiel, desembarcou em Bissau em 15 de Novembro de 1968.

Seguiu de imediato para Bajocunda a fim de render a Companhia de Caçadores nº 1683, tendo assumido a responsabilidade do subsector em 25 de Novembro de 1968, com um pelotão destacado em Copá e integrado no dispositivo do Batalhão de Artilharia nº 2857, a que pertence.

Em 15 de Agosto de 1970 foi rendida, por troca, pela Companhia de Caçadores nº 2679, mantendo-se em Bajocunda em reforço do Comando Operacional Temporário nº 1, até 21 de Setembro de 1970, data em que recolheu a Bissau, para embarcar para a metrópole em 5 de Outubro de 1970.


1ª COMPANHIA DE COMANDOS AFRICANA
(1ª CCmds Afr, 1970)


Criada em 9 de Julho de 1969 foi formada exclusivamente com pessoal natural da Guiné. Efectuou a sua instrução em Fá Mandinga a partir de 6 de Fevereiro de 1970 que terminou com o Juramento de Bandeira em 26 de Abril de 1970.

Como força de intervenção e reserva às ordens do Comando Chefe e mantendo a sua sede em Fá Mandinga, foi destacada para a região de Bajocunda em 21 de Junho de 1970 onde se manteve em treino operacional até 15 de Julho de 1970, ficando nessa zona em reforça do Comando Operacional Temporário nº 1, até finais de Setembro de 1970, recolhendo a Fá Mandinga.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 2679 (CCAÇ 2679, 1970/71)

Mobilizada no Batalhão Independente de Infantaria nº 19, no Funchal, desembarcou em Bissau em 6 de Fevereiro de 1970. Em 20 do mesmo mês segue para Piche afim de efectuar o treino operacional, sob a orientação do Batalhão de Artilharia nº 2857, ficando como força de intervenção e reserva daquele batalhão.

Em 29 de Julho de 1970 é deslocada para Bajocunda, destacando um pelotão para Copá, por ter sido atribuída como reforço do Comando Operacional Temporário nº 1. A 17 de Agosto de 1970, por troca com a Companhia de Artilharia nº 2438, assumindo a responsabilidade do subsector de Bajocunda e mantendo um pelotão destacado em Copá.

Rendida em 25 de Novembro de 1971 pela Companhia de Cavalaria nº 3462, deixa dois pelotões em Bajocunda e transferindo o restante pessoal para Bafatá, em reforço do Batalhão de Artilharia nº 2920.

Em 17 de Dezembro de 1971, toda a unidade é reunida em Bafatá e segue para Bissau, tendo embarcado em 27 de Dezembro de 1971.

PELOTÃO DE CAÇADORES NATIVOS Nº 65 (Pel Caç Nat 65, 1970)

Unidade constituída no âmbito do Comando Territorial Independente da Guiné, foi criado em Maio de 1968. Teve a sua primeira base em Nova Lamego e foi, sucessivamente colocada em Camjabari (Abril de 1969), Piche (Agosto de 1969), Buruntuma (Março de 1970), Bajocunda (Julho de 1970), Copá (Setembro de 1970), Bajocunda (Janeiro de 1971), Copá (Dezembro de 1971), Bajocunda (Fevereiro de 1972), Paúnca (Março de 1973), Guidage (Junho de 1973) e Bajocunda (Dezembro de 1973).

Dando cumprimento ao Acordo de Argel, de 26 de Agosto de 41974, os seus elementos foram disponibilizados e o pelotão extinto.

COMPANHIA DE CAÇADORES Nº 5 (CCAÇ 5, 1967/74)

Unidade da guarnição normal do Comando Territorial Independente da Guiné, foi constituída em 1 de Abril de 1967, por alteração da designação da 3ª Companhia de Caçadores Indígenas. Integrou o dispositivo de Manobra do Batalhão de Caçadores nº 2835 e dos batalhões que se lhe seguiram, tendo a sua sede em Nova Lamego e destacamentos em Canjadude, Cabuca e Che-che.

Em 14 de Julho de 1968 foi deslocada para Canjadude, assumindo a responsabilidade do subsector, reforçada com três pelotões da Companhia de Artilharia nº 2338, que substituiu no Che-che, com um efectivo de pelotão, igual guarnição da Companhia de Caçadores nº 5.

Manteve, no entanto, um pelotão em Cabuca, até 20de Abril de 1968, e outro em Nova Lamego, até 9 de Agosto de 1968, situação esta vindo do antecedente.

Destacou, ainda, um pelotão para reforço do Batalhão de Cavalaria nº 2922 em Nova Lamego entre Abril e 21 de Novembro de 1970 e Buruntuma de 21 de Novembro de 1970 a 18 de Junho de 1970.

Para reforço do Comando Operacional Temporário nº l e do destacamento de Copá, deslocou um pelotão entre 31 de Janeiro de 1971 e Março do mesmo ano.
Dando cumprimento ao Acordo de Argel, de 26 de Agosto de 41974, os seus elementos foram disponibilizados e o aquartelamento entregue ao PAIGC em 20 de Agosto de 1974.

COMPANHIA DE CAVALARIA Nº 3462 (CCAV 3462, 1971/73)

Mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 30 de Setembro de 1971, realizando a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro Militar de Instrução, no Cumeré, entre 04 de Outubro e 31 de Outubro de 1971

Em 1 de Novembro de 1971 seguiu para Bajocunda para sobreposição dom a Companhia de Caçadores nº 2679 e treino operacional. Assume a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com pelotões destacados em Copá e Tabassi, em 25 de Novembro de 1975.

Em 25 de Novembro de 1973, rendida pela 1ª Companhia do Batalhão de Cavalaria nº 2823/73, regressa a Bissau, embarcando para a metrópole em 15 de Dezembro de 1973.

1ª COMPANHIA DO BATALHÃO DE CAVALARIA Nª 8323/73 (1973/74)

Mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 29 de Setembro de 1973 e realizou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro de Instrução Militar, em Bolama, de 5 de Outubro a 31 de Outubro de 1973.

Seguiu em 4 de Novembro de 1973 para o subsector de Bajocunda, para sobreposição, treino operacional e substituição da Companhia de Cavalaria nº 3462.

Assumiu a responsabilidade do subsector de Bajocunda em 25 de Novembro de 1973, com um destacamento guarnecido por um pelotão em Copá. O destacamento de Copá foi extinto em 14 de Fevereiro de 1974, após violentas e continuadas flagelações.

O pelotão destacado em Copá regressou a Bajocunda, onde se manteve até 22 de Agosto de 1974, data em que entregou o aquartelamento ao PAIGC, de acordo com o dispositivo de retracção da Nossas Tropas, recolhendo a Piche e depois a Bissau, onde embarcou de regresso à metrópole em 10 de Setembro de 1974.

(Continua - III Parte: Unidades de comando)

José da Silva Marcelino Martins
josesmmartins@sapo.pt
Furriel Miliciano de Transmissões de Infantaria
Companhia de Caçadores nº 5 – CTIGuiné
Nova Lamego e Canjadude - Jun1968 a Jun1970
__________

Notas de L.G.:

(**) Um outro destacamento, Mareué, a oeste de Copá, também terá sido abandonado pelas NT, presumivelmente na mesma época (Fevereiro de 1974), segundo informação do nosso camarada António Santos:

sábado, 13 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3203: História da CCAÇ 2679 (2): A caminho de Piche (José Manuel Dinis)


1. Mensagem com data de 8 de Setembro de 2008, do nosso camarada José M. Matos Dinis, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, (Bajocunda, 1970/71), com mais um pouco da história da sua Unidade (1).

Caro Carlos Vinhal

Anexo novo texto, desta feita sobre a chegada da 2679 a Piche.

Quanto a fotos é que andamos às avessas, enviarei proximamente. Mas tens em stock três fotografias, duas relativas à viagem no Uíge, outra reporta o meu primeiro serviço em Bissau.

Vou procurar ser cronologicamente fiel aos acontecimentos da Companhia, ou situações contemporâneas.

Um abraço para o pessoal da Tabanca Grande
José Dinis

2. A caminho do Xime
Por José Dinis

Do Xime para Nova Lamego e, seguidamente, até Piche, a CCAÇ 2679 deslocou-se em coluna auto com escolta de um Pelotão de Cavalaria de Bafatá, rotativamente deslocado em Piche, onde pontificava a velha Fox, que impressionava pelo barulho do motor, como pela metralhadora instalada na torre. Completava a escolta o Pel Caç Nat 65, domiciliado em Piche, comandado por um cromático alferes, pois durante as pausas na deslocação, deambulava por entre nós, de pistola à cinta e empunhando uma moca com um lenço amarelo atado na extremidade. Constituía uma verdadeira nota de cor na paisagem camuflada, embora contra todos os ensinamentos transmitidos na instrução.

Começava a pensar com os meus botões, que raio de guerra aquela onde tinha ido parar. Mas o registo iconográfico funcionava, apesar da maluqueira manifesta.

Dia 21 tomámos o caminho de Piche, já em picada, em boa parte do percurso com as margens capinadas e livres de vegetação. O nosso Capitão António Oliveira ter-se-á lembrado de usarmos lenços pretos, idênticos aos dos comandos, para nos identificarmos, ou para impressionarmos. Piriquitos nas fardas novas e com goma, servi-me do lenço para proteger a cara da poeira levantada pelas viaturas que precediam. E assim fez a maioria.

Chegados a Piche fui encarregado de instalar o pessoal na caserna, um antigo celeiro para a mancarra que aguardava a venda à Casa Gouveia. Entretanto, apareceu-me o Zé Tito, acompanhado por dois militares locais, referindo que tinha arranjado um quarto para nós, a suite 3, que partilhávamos com furriéis do BART, o Branco da Silva, o Águas e outro de quem não me lembro o nome.

Quando cheguei ao quarto, o Tito teria gratificado os militares, ambos a cumprir pena de detenção, que ali nos ofereceram os seus serviços no fornecimento de galinhas e cabritos, a dez ou vinte escudos, cinquenta ou cem escudos, respectivamente, não sei precisar. Indaguei onde arranjavam as preciosas mercadorias e obtive por resposta que controlavam a bicheza na tabanca. Era só querer.

O.K., mandei chamar o nosso padeiro, apresentei-os e referi que queria todas as noites dois cabritos na padaria, um para eles e cúmplices, outro assado com batatinhas, seria entregue na suite 3. E assim foi, noite após noite, e nunca paguei o que fosse, nem me lembro de ter voltado a falar com qualquer deles.

Comandava o BART um Major alcunhado de drácula, tal era o cagaço que infundia no pessoal, conhecido pelas porradas a torto e a direito, que passavam a ilustrar as importantes Cadernetas Militares. Dizia-se que o Caco Baldé o escolhera para impor alguma ordem num Batalhão onde teriam acontecido coisas inimagináveis e a generalidade dos comandos fora transferida.

Piche era uma grande tabanca e uma fortaleza com o perímetro aramado, dispondo de amplos postos defensivos na sua extensão, onde o pessoal da CCS garantia essa função e tinha os alojamentos. Nesse amplo espaço, para além da população, ficava a pista para aeronaves e um campo para futeboladas. A norte, também isolado por arame e com acesso por Porta de Armas, ficava a zona aquartelada, com modernas instalações, águas correntes e energia eléctrica quase permanentes, um campo de futebol de cinco e uma piscina. Vizinha era a casa Tufico, local de informalidades, onde havia matrecos, comércio diverso e bar com preços competitivos. Quatro escudos uma pequenina.

Bailinho da Madeira para Major ver

Homem de créditos, a pedir pedestal, o Major Comandante deve ter exigido um desfile.

Não sei por que carga de água, mas desfilámos. Com caixa, para marcar o passo. Na torreira do sol, sob a constante humidade que dificultava movimentos, lá fomos marchar para Sua Excelência. Pelo canto do olho, o que vi do Foxtrot foi um bailinho da Madeira mal ensaiado. No mínimo era displicente.

No final mandaram-me levar o Pelotão para as traseiras do refeitório, onde destroçariam. Antes perguntei se tinham desaprendido de marchar, como resposta, fizeram risos amarelos. Enfureci-me. Comuniquei que iam praticar Ordem Unida. Abriram fileiras relutantemente. Foram indolentes no exercício. A coisa começava a dizer-me respeito. Comuniquei que umas flexões iam ajudar à lembrança da disciplina exigida a um Grupo de Combate na iminência de o ser. Dirigi-me aos velhinhos que se juntavam para gozar o prato, que podiam ver, mas o primeiro a abrir o bico havia de ficar a conhecer-me.

Regressei ao Pelotão, junto do Ferdinando, o mais alto, e dei-lhe ordem para queda facial em frente. Olhou-me de soslaio. Apliquei-lhe uma tesoura, caíu e procurou a posição para pagar. Os restantes seguiram o movimento. Estava neste teimoso entretém de refrear a rebaldaria, quando chegou o Capitão a perguntar o que era aquilo, como que a justificar o pessoal.

Entreguei-lhe o Pelotão e virei-lhes as costas. No primeiro dia começava a experimentar dificuldades, mas tinha que considerar que o Foxtrot, pelas caracteristicas do alferes e minhas, de alguma indiferença pela disciplina militar, sendo o Pelotão onde o pessoal mais gostaria de estar, corria o risco de desgoverno e desagregação, sobretudo em ocasiões de maior tensão, se dele perdessemos o controle.

O futuro veio a revelar que o Foxtrot, sempre com características de irreverência no que respeita às formalidades militares, foi um grupo coeso, determinado, generoso e orgulhoso, onde a camaradagem não era vã.

Mais tarde no quarto, durante as apresentações, o Tubaco da Selva mostrou-me a área de arrumações e uma mala-biblioteca recheada de autores da moda, como Amado, Remarche, Lartégui, etc., mas acrescentou que estavam na fase das fotonovelas.

Pouco tempo depois,também eu me identificava com os personagens fotografados.

No final do dia fomos informados de que no dia seguinta faríamos uma patrulha a nível de Companhia, de reconhecimento e ambientação.
José Dinis

OBS:-Subtítulo da responsabilidade do co-editor
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Nota de CV

(1) - Vd. primeiro poste da série de 31 de Agosto de 2008 >
Guiné 63/74 - P3157: História da CCAÇ 2679 (1): Apresentação (José Manuel Dinis)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3086: Memória dos Lugares (10): Gadamael, CART 2410, 1968/69, Parte I (Luís Guerreiro, Montreal, Canadá)

Luís Guerreiro, Ex-Fur Mil, CART 2410 e Pel Caç Nat 65 (Gadamael e Ganturé, 1968/70 )












Guiné >Região de Tombali > Gadamael - Porto > s/d > Tabanca, reordenada pelas NT.
Foto: Autores desconhecido. Álbum fotográfico Guiledje Virtual.
Gentileza de: © AD -Acção para o Desenvolvimento (2007).


(Continua)