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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Guiné 61/74- P22574: (De)Caras (177): Ana Carvalho, sobre o seu pai, António Carvalho, autor do livro "Um caminho de quatro passos": "Começa-se a vida com um grande avanço quando pelos nossos pais só sentimos admiração, orgulho e amor"


Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Ao centro, a filha, mais nova, Ana Carvalho, na mesa, falando com emoção do seu pai. (É doutoranda em ciências da educação pela Universidade do Porto, e fez-se acompanhar de uma série de colegas, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.) 

Foto: © Fernando Súcio (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Intervenção de Ana Carvalho, na sessão de apresentação do livro do seu pai, António Carvalho, "Um caminho de quatro passos", dia 11 de setembro de 2021, na Tabanca dos Melros  (*)


Olá,  a todas/os!

Sobre o dia 11 de setembro de 2021...

Duas semanas antes o meu pai perguntou-me se no dia 11 eu queria dizer algumas palavras sobre o livro e eu, tão entusiasmada com o grande dia, disse logo que sim. Nos dias anteriores percebi que nunca me tinha sentido tão insegura para falar em público. É que este não seria um discurso para apresentar uma pesquisa, seria o momento de me pronunciar sobre o livro mais bonito que eu já li, e, para dificultar, entre o público estavam os extraordinários amigos do meu pai.

Preparando-me, registei algumas ideias sobre cada um dos capítulos (4 ou 5 frases que não encontro agora) que depois da estrondosa apresentação feita pelo Luís Graça (**), perderam o propósito! Nada podia acrescentar valor àquele discurso. Então, com muita emoção, mudei o plano e falei sobre o que senti ao ler o livro e, do que me recordo, terei dito mais ou menos isto:

Fui lendo "Um Caminho de Quatro Passos" à medida que foi escrito e, tendo sempre ficado muito orgulhosa a cada história, a verdade é que não fiquei surpresa. Era esperado que quando o meu pai se sentasse para escrever um livro, seria um daqueles livros que nos permitem viver a história, sentir emoções, ficarmos tristes, revoltados, felizes e indignados.

 Não tendo ficado surpresa fiquei sempre muito emocionada porque os episódios relatados são histórias de vida, e, por isso, em muitos momentos quis entrar no livro e abraçar aquela criança curiosa e sonhadora, aqueles jovens despejados e abandonados pelo seu país na Guiné-Bissau, os fugitivos da guerra civil de Espanha, o padre excomungado e o presidente de junta que nunca desistiu.

A forma como o meu pai apresenta os seus quatro passos, desde a infância nas Medas, o caminho duro na Mealhada, a insanidade da Guerra do Ultramar e uma vida de dedicação ao progresso da nossa freguesia, permitiu-me reconhecer mais uma vez que ele é a pessoa com maior capacidade de introspeção e discernimento que eu conheço.

Começa-se a vida com um grande avanço quando pelos nossos pais só sentimos admiração, orgulho e amor, e por isso, o meu caminho e o da minha irmã Cláudia, é com toda a certeza mais fácil, mais leve e mais livre, com o seu exemplo.

E no fim acho que disse “Parabéns, pai!”... Se não disse, digo-o agora.(***)

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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

13 de setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22540: Agenda cultural (783): Foi dia de festa na Tabanca dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, o dia 11, em que o António Carvalho lançou ao mundo o seu livro - Parte I: mais de 80 presenças!

19 de setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22554: Agenda cultural (784): Foi dia de festa na Tabanca dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, o dia 11, em que o António Carvalho lançou ao mundo o seu livro - II (e última) Parte: registe-se com agrado o apoio que "O Bando do Café Progresso" deu ao nosso novel escritor

domingo, 19 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22554: Agenda cultural (784): Foi dia de festa na Tabanca dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, o dia 11, em que o António Carvalho lançou ao mundo o seu livro - II (e última) Parte: registe-se com agrado o apoio que "O Bando do Café Progresso" deu ao nosso novel escritor


Foto nº 1 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Sessão de autógrafos > O autor, o Zé Manel Cancela (Penafiel) e o Eduardo Moutinho dos Santos (Porto).



Foto nº  2> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Eduardo Campos (Maia) e Manuel Carmelita (Vila do Conde)


Foto nº 3 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Mais dois dos nossos grã-tabanqueiros: o José Ferreira da Silva, escritor, do outro lado do rio (Crestuma), e o Zé Manel Lopes (Règua), o poeta Josema, a quem une uma  grande amizade com o António Carvalho, conforme ele lembrou na apresentação do livro: "Se algo positivo essa guerra, a da Guiné, nos deixou, foi o nascer de amizades que nem a morte pode acabar. É uma amizade cimentada por momnetos muito difíceis e de uma solidariedade imensa. Em 26 meses vivemos muitas emoções em conjunto".



Foto nº  4> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > À esquerda, o nosso Zé Teixeira, régulo da Tabanca de Matosinhos à conversa com o Zé Manel da Régua.



Foto nº  5> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > As nossas queridas amigas... Da esquerda para a direita, Margarida Peixoto (Penafiel), Joaquina Carmelita (Vila do Conde), Carminda  Cancela (Penafiel),  e Luisa Valente Lopes (Régua)




Foto nº  6> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > A Luisa Valente Lopes  (Régua) e a Ana Carvalho (Medas / Gondomar), filha do António Carvalho.



Foto nº  7 >  Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Almoço > Mais uma linda perspetiva da "degustação dos aperitivos" debaixo da grande latada de vinho americano (ou morangueiro, ou seja, um "produtor direto") que dá o célebre "vinho doce" ainda muito apreciado na região pelos mais velhos (, embora a sua produção, comercialização e consumo... sejam proibidos).


Foto nº  8> Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Almoço > Aperitivos > Em primeiro plano, da esquerda para a direita: Eduardo Moutinho dos Santos e Eduardo Campos. E segundo plano, Luís Graça (Tabanca de Candoz).


Fotos (nº 6): © Fernando Súcio (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Fotos (nºs restantes): © Luís Graça (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda ( e última) parte do relato da sessão de apresentação do livro do nosso amigo e camarada António Carvalho (Medas / Gondomar) (*), É de lembrar, com regozijo, a presença de 8 dezenas de amigos e camaradas do autor. 

Não foi a reportagem (fotográfica) que eu gostaria de ter feito, por causa das minhas limitações de mobilidade. Houve outros camaradas, membros da Tabanca Grande, com quem falei e não registei em fotografia, como por exemplo o médico Rui Vieira Coelho ou o António Barbosa, de Gondomar, que veio acompanhado de dois netos. Mas tive o prazer de conhecer dois dos nossos "periquitos", o Joaquim Costa (Fânzeres / Gondomar) e o Manuel Oliveira (Vila Nova de Gaia).

Estive à mesa, ao almoço, e conversei longamente com o Zé Teixeira e o Eduardo Moutinho Santos. E gostei de rever o Gil Moutinho, régulo da Tabanca dos Melros. Registo com agrado o apoio que os "bandalhos" (os membros de "O Bando do Café Progresso") deram ao seu camarada, o "bandalho" António Carvalho, a começar pelo Ricardo Figueiredo, que não esteve presente e que escreveu no prefácio:

(...) "Conheci o António Carvalho, no Grupo do Café Progresso das Caldas à Guiné – um grupo de antigos combatentes da Guiné, de que ambos fazemos parte – que religiosamente se encontra, desde pelo menos o ano de 2007, às segundas quarta - feiras de cada mês, para uma reunião de “trabalho”  gastronómico e cultural, onde o exercício da catarse é feito de forma coletiva e em que a camaradagem se aprofunda cada vez mais, sublimando a amizade construída nos campos de batalha." (...) (**).

Pela minha parte foi um prazer ter dado também o meu pequeno contributo para fazer deste evento a festa que o António Carvalho (e Medas) merecia.

PS - Recorde-se que o livro pode ser adquirido, ao preço de 15,00 euros (portes incluídos, no território nacional ou estrangeiro). Os pedidos devem ser dirigidos ao autor, António Carvalho:

Email: ascarvalho7274@gmail.com | Telemóvel: 919 401 036
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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22540: Agenda cultural (783): Foi dia de festa na Tabanca dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, o dia 11, em que o António Carvalho lançou ao mundo o seu livro - Parte I: mais de 80 presenças!

Foto nº 1 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  > Na mesa, da esquerda para a direita, o autor, o nosso editor Luís Graça (que fez as despesas da apresentação da obra) (*) e o Zé Manuel Lopes (Josema) que teceu palavras de elogio  e grande estima pelo seu camarada e amigo, o "Carvalho de Mampatá", e leu um dos seus poemas, "Calor, cansaço, suor...", datada de junho de 1974, escrito em Mampatá.

Foto nº 2 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  > Na mesa, da esquerda para a direita, o autor, o nosso editor Luís Graça, a Ana Carvalho (filha do autor) e o Zé Manuel Lopes (Josema) que   leu um dos seus poemas, "Calor, cansaço, suor...", datada de junho de 1974, escrito em Mampatá.



Foto nº 3 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Momento musical, uma amiga, canta três conhecidas cancões do seu reportório brasileiro, acompanhada à viola por um sobrinho do autor,,. Na mesa, ao centro, o Jorge Teixeira, o "bandalho-mor" de "O Bando do Café Progresso: das Caldas à Guiné" (tertúlia), que desempenhou aqui o papel de "caixa" do autor (, ficando à sua guarda a venda dos livros).

Fotos: © Fernando Súcio (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 4 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  >  Sessão de autógrafos > O autor e o Joaquim Costa (ex-fur mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74): os dois estiveram em Nhacobá...



Foto nº 5 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  >  Sessão de autógrafos > Da direita para a esquerda, o autor, o Ma e o Jorge Teixeira e o Manuel Carmelita (ex-fur nil radiomontador, CCS/BCAÇ 3852, Aldeia Formosa, 1971/73).



Foto nº 6 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  > Sessão de autógrafos > O Eduardo Moutinho Santos (ex-Alf Mil da CCAÇ 2366, Jolmete e Quinhámel;  e ex-Cap Mil Grad, cmdt da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70).



Foto nº 7 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  > Sessão de autógrafos > O António Pimentel (ex-al mil rec inf, CCS/BCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro,1968/70), ao centro, apresenta ao autor um dos seus condiscípulo do tempo do Colégio da Mealhada. Há meio século que nºao me se viam!


Foto nº 8 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  >  Dois históricos da nossa Tabanca Grande, o Manuel Carvalho ("Necas", mano mais velho do autor) e o Zé Teixeira, régulo da Tabanca de Matosinhos.(A família Carvalho teve três filhos na "guerra do ultramar", dois na Guiné e um em Angola).


Foto nº 9 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  >  O
Fernando Súcio (ex-sold cond auto, o Pel Mort 4275, Bula, 1972/74), habitual frequentador da Tabanca dos Melros e membro de "O Bando do Café Progresso".

 

Foto nº 10 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos"  > Duas grandes senhoras: a Fátima Carvalho e a Margarida Peixoto, curiosamente ambas professoras primárias" (hoje aposentadas). 



Foto nº 11 > Gondomar > Fânzeres > Tabanca dos Melros > 11 de setembro de 2021 > Lançamento do livro do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos" > Almoço, servido pela equipa do nossso grã-tabanqueiro Gil Moutinho, ex-fur mil pil, BA12, Bissalanca, 1972/73, é um dos régulos da Tabanca dos Melros; recorde-se que ele mantém a parte agrícola da sua quinta e faz a gestão do restaurante Choupal dos Melros, especializado em eventos (casamentos, batizados, festas)... 

As "entradas" form servidas na antiga eira, um belíssimo e grande espaço, com latada, meses de pedra e espigueiro,  permitindo  a concentração de mais de 70 pessoas... Enfim, um evento, impensável há um mês atrás, por causa da pandemia de Covid-19...A inscrição de tanta gente no almoço também é indicativa da crescente confiança dos portugueses...e da necessidade de voltarmos a conviver nas nossas tabancas... Pormenor que diz muito sobre o espírito da Tabanca ds Melros: toda a gente se serviu dos "comes & bebes", sem qualquer controlo "administrativo", depois o pessoal sentou-se, no interior, nas mesas do restaurante... e no final cada um foi à sua vida, depois de pagar à saída: o Gil Moutinho tinha uma lista, a lápis, com os nomes dos inscritos, e que um dos seus colaboradores  ia riscando,  após o ato de pagamento...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2021). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do António Carvalho, ex-fur mil enf, CART 6250, "Os Unidos de Mampatá", Mampatá, (1972/74), membro da Tabanca Grande desde 13/9/2008, nascido e residente em Medas, Gondomar:


Assunto - Um Caminho de Quatro Passos"

Data - 13 set 2021 18:11  


Caro camarada Luís Graça:

Se nunca tive dúvidas quanto ao interesse do nosso blog, que tão bem soubeste criar e desenvolver, no dia da apresentação do meu livro pude confirmar os benefícios que decorrem ou podem decorrer, para qualquer combatente, da sua existência. 

A acrescer a esta ideia saliento a tua generosidade, quando aceitaste fazer a apresentação do meu livro, apesar de alguma debilidade física que te dificulta a mobilidade, Obrigado, Luís, não só por esse teu trabalho intelectual, mas também pela divulgação do evento de modo empenhado e exaustivo.

O evento teve a participação de mais de oitenta pessoas, tendo ficado para almoçar mais de setenta. Vendi perto de sessenta livros, só nesse dia. 

Caberá, em maré de agradecimentos, não esquecer o excelente serviço prestado pelo nosso amigo, também combatente da Guiné, Gil Moutinho. Devo também agradecer o papel de tesoureiro desempenhado, sem mácula, pelo Presidente do Bando, o Jorge Teixeira.

Obrigado, Luís, obrigado, blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

2. Comentário do editor LG:

António, o prazer foi todo meu meu, mas também era a minha obrigação, estando por ali perto,  naquela semana: da Tabanca de Candoz, Marco de Canaveses, à Tabana dos Melros, em  Fânzeres, Gondomar, são cerca de 60 quilómetros: o Fernando Súcio, vindo da Campeã, Vila Real, deu-me boleia desde a portagem de Marco de Canaveses, e estou-lhe grato pela sua generosidade, tornando possível a minha comparência na tua festa. Em boa verdade, fiz menos de vinte quilómetros no meu carro, que deixei junto à portagem de acesso à A4... (Confesso que não tenho conduzido nos últimos tempos, devido aos meus problemas músculo-esqueléticos.)

António,  a divulgação de iniciativas como esta não é nenhum privilégio, muito menos um favor ou um  frete, é um direito teu, é um obrigação nossa. Tu és membro da nossa Tabanca Grande, és um antigo combatente, és nosso amigo  e camarada, escreveste um livro que tem mérito e o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné limita-se a cumprir a sua missão, que é justamente a de estar ao serviço dos seus membros, e ajudar a partilhar as suas memórias, os seus escritos, as suas histórias, as suas fotos. Foi o que fizemos.

Deixa-me também dizer-te que fiquei feliz por reencontrar tantos bons amigos e camaradas, frequentadores habituais da Tabanca dos Melros, de O Bando do Café Progresso e da Tabanca de Matosinhos, e conhecer pessoalmente alguns dos nossos novos grã-tabanqueiros, como foi o caso do Joaquim Costa. 

Por outro lado, foi um privilégio estar contigo, a tua família, a tua esposa, as tuas filhas e o teu neto (e em especial a tua filha Ana), o teu mano "Necas", o nosso mui querido amigo e camarada Manuel Carvalho ... Constatei que és um homem com muitos amigos e admiradores na tua terra, uma boa parte deles acorreram a este evento, no passado dia 11, sábado, na Tabanca dos Melros. 

Estou ainda de acordo contigo, uma palavra de agradecimento tem de ficar aqui registada ao Gil Moutinho, régulo da Tabanca dos Melros, que ajudou também a abrilhantar a tua festa.

E não leves a mal que volte a recordar que o teu livro pode ser adquirido, ao preço de 15,00 Euros (portes incluídos, no território nacional ou estrangeiro). Os pedidos devem ser dirigidos ao autor, António Carvalho:

 Email: ascarvalho7274@gmail.com | Telemóvel: 919 401 036

(Continua)

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22528: Lembrete (35): Apresentação, no sábado, dia 11, na Tabanca dos Melros, do livro autobiográfico do António Carvalho, "Um caminho de quatro passos". Intervenientes: além do autor, José Manuel Lopes, Ana Carvalho e Luís Graça. (Inscrição prévia, para o almoço de convívio, "vinte morteiradas", na "messe de Mampatá": 'vagomestre' Gil Moutinho, telef / telem 224890622 / 919677859)

1. Recorde-se (*) que será apresentado sábado, dia 11 de setembro de 2021, às 11h00, na Tabanca dos Melros, Fânzeres Gondomar, o livro "Uma caminhada de quatro passos" do nosso querido amigo, camarada e grã-tabanqueiro António Carvalho, o "Carvalho de Mampatá". (**)


Haverá um momento musical, e intervenções de: autor, José Manuel Lopes, Ana Carvalho e Luís Graça (editor do blogue). Segue-se uma sessão de autógrafos. 

E, depois, para quem quiser e puder, e mediante inscrição prévia, almoço de convívio no restaurante Quinta dos Choupos - Choupal dos Melros (Rua de Cabanas, 177, 4510-506 Fânzeres, Gondomar), transformado nesse dia na "messe de Mampatá". (Aplicáveis as normas sanitárias em vigor.)

Preço da refeição (tudo incluído): 20 morteiradas. 

Contactos: 'vagomestre' Gil Moutinho, telef / telem   224 890 622 / 919 677 859.


2. Sobre o autor, António dos Santos Carvalho:

(i) nasceu em 17 de fevereiro de 1950, no lugar de Carvalhos, freguesia de Medas (hoje, "desgraçadamente", União das Freguesias de Melres e Medas), concelho de Gondomar;

(ii) no seio de uma família extensa, de grandes lavradores (à escala local: eram os maiores produtores de bata, tinham duas juntas de bois, faziam mais de 30 pipas de vinho, tinham "moços de lavoura", etc.);

(iii) "moldado num ambiente rural", aprendeu, "desde muito cedo, a viver na ambivalência entre o trabalho e a oração";

(iv) furando-se, porém, "sempre que podia, a este ambiente espartano, em correrias transgressivas por caminhos e carreiros, espreitando ninhos, indagando sobre as mais saborosas primícias, arriscando-me nas águas do Douro e regalando-me em tudo o que fosse fresta ou festrola";

(v) em 1962, vai para o Colégio da Mealhada, que frequentou até ao 7º ano do liceu (, fundado pelo padre dr. António Antunes Breda, como Instituto Liceal e Técnico  Sant'Ana da Mealhada, e inaugurado em 1962, funcionava como externato e internato; passou em 1972 a ser a Escola Secundária da Mealhada):

(vi) "plantado na Mealhada durante sete anos (,,,), descobri outras páginas da vida, quer no convívio com os meus condiscípulos, quer nas aulas dos meus professores, alguns deles distintos, como o dr. Urbano Duarte" (, professor de filosofia);

(vii) "Da Mealhada até ao ingresso compulsivo na vida militar, em 11 de janeiro de 1971, foi um salto de pardal, seguindo-se a mobilização  para a guerra do Ultramar" (...),  no decurso de um 'longo«' período de 26 meses, entre 27 de junho de 1972 e  24 de agosto de 1974;

(viii) foi fur mil enf, BART 6520/72, Mampatá, "Os Unidos de Mampatá", 1972/74, e é membro da Tabanca Grande desde 13/9/2008;

(ix) dos seus irmãos do sexo masculino, houve mais dois mobilizados para o Ultramar, o "Necas" (Manuel Carvalho), para a Guiné (ex-Fur Mil Armas Pesadas Inf, CCAÇ 2366 / BCAÇ 2845, Jolmete, 1968/70) (foto à direita); e o Fernando, para Angola;

(x) trabalhou, em funções administrativas, na Segurança Social, no Serviço Nacional de Saúde, no Porto, mas também na Câmara Municipal de Gondomar e na Câmara Municipal de Gaia, estando aposentado da função pública desde 2013;

(xi) foi autarca durante quase três décadas:  presidente da junta de freguesia de Medas (1986/1993 e 2002/2013); de permeio desempenhou as funções de secretário e de tesoureiro na mesma junta, entre 1994/97 e 1998/2001, respetivamente;

(xii) faz parte, entre outras tertúlias de antigos combatentes, da Tabanca Grande, da Tabanca de Matosinhos, da Tabanca dos Melros  e de O Bando do Café Progresso;

(xiii) publicou em julho de 2021 o seu primeiro livro, "Um Caminho de Quatro Passos" (Rio Tinto, Lugar da Palavra Editora, 218 pp., ISBN: 978-989-731-187-1);

(xiv) é casado (com a Fátima Carneiro Carvalho, professora do ensino básico, reformada); o casal tem duas filhas;

(xv) mora em Medas, Gondomar.

O livro pode ser adquirido, ao preço de 15,00 Euros (portes incluídos, no território nacional ou estrangeiro)

Contactos do autor:
António Carvalho, Medas, Gondomar

Email: ascarvalho7274@gmail.com  | Telemóvel: 919 401 036
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quarta-feira, 3 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21966: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (24): arroz de lampreia à moda do Minho... e da "chef" Alice


Foto nº 1 > O arroz de lampreia à moda do Minho


Foto nº 2 > A malga de vinho tinto verde que acompanha a lampreia


Foto nº 3 > A lampreia, pronta a servir


Foto nº 1 > A lampreia, pronto a cozinhar, em vinho tinto verde e alhos

S/l (para não violar a lei do confinamento...) > 19 e 20 de fevereiro de 2021 > A lampreia, comida em terra de mouros, à moda do Minho, cozinhada pela "Chef" Alice...


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2021). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Cá está um prato da nossa gastronomia portuguesa que não é consensual...É como os "túbaros com ovos mexidos"... Ou a "moreira frita"... Ou a "batatada de peixe seco"... O "o pito da Maria em arroz de cabidela"... Ou  o "butelo com casulas",,, O "ensopado de enguas"... Ou as "tripas à moda do Porto"... Uns adoram, outros vomitam, mesmo sem nunca ter provado.

Refiro-me à lampreia... Estamos na época dela!  (E. já agora, do sável, que é outra delícia!),  Na nossa Tabanca Grande não vale a perder o latim, que os nossos camaradas do Norte são doidos por lampreia... E outros, os do Centro e do Sul, também não lhes ficam atrás. Já fui em tempos também a Belver comê-la...(**)

A pesca da lampreia vai de jneiro a meados de abril. A partir daí, a lampreia (que não é propriamente um peixe, é um "vertebrado aquático ciclóstomo, de forma cilíndrica e alongada, com sete orifícios branquiais", havendo espécies marítimas e fluviais, segundo o Dicionário Priberam), entra na fase da desova e perda toda a graça do ponto de vista gastronómico... Enfim, lá cumpre a sua função, que é dar vida à vida  (se não cair nas redes dos pescadores) e morre,

Antigamente as populações ribeirinhas dos nossos rios (Minho, Douro, Mondego, Tejo, etc.)  sabiam-na pescar e cozinhar... E ainda hoje, não se perdeu o hábito, embora parte dela já seja  importada da França e do Canadá... Mas,  dizem, que não há  lampreia como a do rio Minho  nem  "arroz de lampreia" como "à moda do Minho"...

Bairrismos à parte, há quem faça (fazia...) excursões para comer uma boa lampreia no Alto Minho. Agora com o confinamento, estamos tramados, os apreciadores deste pitéu (que também não há no restaurante do São Pedro)... 

Mas, felizmente, que há "take away"... É só ir  à Net, e encomendar uma lampreia de quilo e tal (para quatro pessoas)... Levam-na a casa, limpinha, arranjadinha, pronta a cozinhar, já devidamente preparada, em vinto tinto verde (!), alhos, etc. Anda por 30/35 euros o quilo... 

Convenhamos: é um produto "gourmet"... Mas nos restaurantes, paga-se (pagava-se, o ano passado), a 30/40 euros por cabeça,  isso só por um prato de arroz com três bocados de lampreia...

Sem entrar em mais detalhes, aqui está um arrozinho de lampreia para quatro (, um lampreia de 1,7 kg., do rio Mimho) feita pela "chef" Alice, que é uma rapariga de Entre Douro e Minho. Que gosta muito de lampreia e ainda mais de sável, do tempo em que não havia barragens hidroelétricas e os "bichinhos" chegavam, nas calmas, a Porto Antigo, ali ao pe´da Tabanca de Candoz... E ricos e pobres podiam comer sável e lampreia à fartazana... Para a Alice são sabores da infância... Para mim, só me chegaram ao palato quando comecei a descobrir o Norte, há 40 e tal anos,,,

Bom apetite, camaradas e amigos! 

PS - Em boa verdade, gosto de tudo, ou quase tudo... Detesto "sushi" e "peixe da bolanha" (, cá está, acho que na Guiné nunca cheguei a provar)... Quanto ao "sushi", dei-me mal com a "primeira vez"... Tenho que tentar uma segunda vez...

12 de abril de  2011 > Guiné 63/74 - P8090: Convívios (309): Lampreiada, visita ao aproveitamento hidroeléctrico de Crestuma-Lever e não só, 30 de Abril (António Carvalho)

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21192: In Memoriam (368): José Barreto Pires (1945-2020): "termina uma vida, nasce uma saudade", a de um homem bom, grande camarada e indefetível barrosão, que muito amou a sua aldeia, Gestosa, Couto Dornelas, Boticas... Era membro da primeira hora da nossa Tabanca Grande.


José [Manuel] Barreto Pires (1945 - 2020): "termina uma vida. nasce uma saudade": é com estas singelas palavras, deixadas na sua página do Facebook, que a família, conterrâneos,  colegas, camaradas e amigos se despedem deste homem  bom, grande camarada e indefetível barrosão,  que, profssionalmente. foi economista e quadro superior do Bamco de Portugal (, com trabalho feito, na éra da cooperação, com alguns PALOP).

No TO da Guiné, foi alf mil, da CART 2412 (Bigene, Guidage e Barro - 1968/70)

Tinha casa no concelho de Torres Vedras. Morreu ontem de doença prolongada, do foro oncológico. (*)





José Barreto Pires, "Zé, o morgadinho de Gestosa" (, na expressão do José Ferreira da Silva), nasceu há 75 anos, em Gestosa, Couto Dornelas, Boticas... :Era casado com a professora primária Maria da Luz Pires. O casal não tinha filhos.  O poema "A minha terra", de José Barreto Pires, em coautoria com a sua sobrinha Clara Pires (, doutorada em gestão, professora do ensino superior), musicado por outro filho da terra, António Teixeira (, também ele da colheita de 1945 e antigo combatente da guerra do Ultramar, residente em Cabeceiras de Basto), pode ser aqui visualizado.

Vídeo 5' 43'' > You Tube / António Teixeira (com a devida vénia...)



1. Os "bandalhos" Jorge Teixeira e José Ferreira da Silva, e o nosso coeditor Carlos Vinhal, já ontem prestaram a devida homenagem a um dos bravos da Guiné que acaba de nos deixar (*). Era membro da primeira hora da nossa Tabanca Grande (*) e pertencia igualmente ao grupo "O Bando [do Café Progresso]", de que é "secretário-geral" o Jotex [Jorge Teixeira].

Em jeito de derradeira homenagem. ficam aqui dois excertos de postes do José Barreto Pires, publicados em 2006 no nosso blogue:

(...) Amigos Tertulianos, é com grande satisfação que, doravante, me considero aderente à nossa Congregação e, em sequência, recebo e darei todas as informações possíveis e disponíveis.

Na sequência do almoço-confraternização [do pessoal da CART 2412] de sábado p.p. [20 de Maio de 2006], após ter vadiado algum tempo por terras transmontanas, viajei para Alenquer, onde resido, e a viagem foi agradável, porquanto a boa disposição, decorrente de algum descanso e boas recordações, dificilmente poderia ter outro desfecho.


Obrigado pelas demais informações, que confirmo na sua generalidade. De facto, de Binta para Guidage apenas conheci a picada mencionada. Julgo estar certo que se outra existiu e/ou existia, corresponderia aos designados corredores que os Nativos ( dos quais, alguns... ditos Turras...) utilizavam para o transporte das suas mercadorias, essencialmente no sentido

Norte-Sul.

Quanto à célebre península do Sambuiá, porque as pisei, sempre em circunstâncias especiais, porquanto tratava-se de terreno considerado deles (Nativos), não subsiste dúvida da existência das picadas referenciadas.


Mas, sobre esta problemática, gostaria de questionar: Como será hoje? Circular-se-à, embora com dificuldade, claro, entre as diversas localidades, através das referidas picadas? Como seria interessante ver e saber como se apresentam esses locais e os respectivos meios de circulação, nos dias que correm!!!


Estou certo, por razões óbvias, que o momento certo e adequado já expirou há muito tempo...De qualquer forma, eis-me totalmente disponível para, integrando um grupo fixe, dar umas voltas por essas bandas. (**)

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(...) Tertuliano desde de alguns meses a esta parte, tenho me remetido quase ao silêncio, não obstante de ter apreciado bastante os duelos estabelecidos e as notícias transmitidas.Entre os imensos temas trocados,impressionaram-me sobre maneira os de alguns dias atrás sobre Telegrama e Guidaje, não fosse eu um homem de Guidaje, ou melhor dito, que não tivesse andado efectivamente por essas bandas...

De facto, integrei a CART 2412, que comandei mais de 50% do tempo que permaneceu em terras de Guiné. Fomos alcunhados como Os sempre diferentes e de facto eramos, pelo que indo ao desafio do Telegrama, porque existem imensas coisas para contar, julgando-me, de certa forma, apresentado, passarei a colaborar, semanalmente, com um episódio dos imensos vividos nessa experiência que, de facto, não é minha...nem é tua...mas foi de todos nós...Segue para a semana... (***)


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À  viúva, à sobrinha e demais família, bem como aos amigos e camaradas, deixo aqui a minha solidariedade na dor pela perda do José Barreto Pires.

O editor Luís Graça


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Notas do editor:

terça-feira, 21 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21190: In Memoriam (367): José Manuel Barreto Pires (1945-2020), ex-Alf Mil da CART 2412 (Bigene, Guidage e Barro - 1968/70) (Jorge Teixeira / José Ferreira da Silva)

IN MEMORIAM


José Manuel Barreto Pires (1945-2020)
Ex-Alf Mil; CMDT do 2.º GComb da CART 2412 - "SEMPRE DIFERENTES"


1. Mensagem emotiva do nosso camarada Jorge Teixeira, (ex-Fur Mil Art, CART 2412, Bigene - Guidage e Barro, 1968/70), com data de hoje, 21 de Julho de 2020, dando a triste notícia do falecimento do seu camarada, e também Bandalho, José Manuel Barreto Pires, ex-Alf Mil da 2412:

Amigo Vinhal

Uma triste notícia.

Se fizeres o favor de a publicar em meu nome pessoal, da CART 2412 e do Bando, agradeço, mas só tenho isto:


Morreu ontem, dia 20-07-2020, o nosso camarada, mas acima de tudo um grande amigo e companheiro, José Manuel Barreto Pires, que foi Alferes Milº Cmdt do 2º GComb da CART 2412 SEMPRE DIFERENTES..

À família enlutada, especialmente à sua digníssima esposa Maria da Luz, apresentamos em meu nome pessoal, da sua CART 2412 e do Bando do Café Progresso, de que ele orgulhosamente fazia parte, as nossas mais sinceras condolências.

Paz à sua alma. Que descanse em paz.

Comentário que publiquei no facebook:

Estou completamente destroçado. Em tão pouco tempo, dois grandes amigos, companheiros e bons camaradas, o Mário Vale e agora o José Barreto Pires. As minhas muito sentidas condolências. Os meus sentimentos à esposa Maria da Luz, sobrinha Clara Pires e demais familiares. Paz à sua alma. Que descanse em paz.

Amigo Carlos, desculpa, estou completamente destroçado e não tenho cabeça para mais nada, aliás nem me estava a lembrar se não fosse o Zé Ferreira.

Altera se quiseres e compõe como melhor entenderes.

Obrigado e um abraço.
cumprim/jtex

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Alf Mil José Barreto Pires

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2. Por sua vez, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos, também hoje, e ainda a propósito do falecimento do nosso camarada, uma mensagem em que lembrava uma visita a Gestosa de Boticas, à casa do Barreto Pires, nas encostas da Serra do Barroso, texto e fotos publicados no P20932 de 2 de Maio de 2020:[1]

Em 27 de Abril de 2020, no Blogue Luís Graça, foi publicado o texto “Confinamento II”, em que José Ferreira, se referia assim divertidamente ao isolamento do seu amigo, entusiasta da pesca da truta, nas fraldas do Barroso:


Curioso é o confinamento em Gestosa de Boticas, nas encostas da Serra do Barroso. O José Bandalho Pires, que é o Morgado e dono de quase toda a aldeia, impôs-lhe o seu total isolamento (mais rigoroso que em tempos de grande nevão). Todavia, obriga ao convívio diário de todos os seus 9 habitantes. Desde então, as lareiras têm funcionado continuamente, com as respectivas panelas de ferro ao lume, consumindo os artigos de fumeiro com que ornamentam as cozinhas.


Quando o convívio é bom,
Merece o fabrico do pão!

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3. José Barreto Pires, ex-Alf Mil da CART 2412, apresentou-se à tertúlia no dia 26 de Maio de 2006.[2]

À família enlutada, aos seus camaradas e amigos em geral, a tertúlia deste Blogue apresenta as mais sentidas condolências.
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Notas do editor

[1] - Vd. poste de 2 DE MAIO DE 2020 > Guiné 61/74 - P20932: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (9): “Operação Confinamento II"

[2] - Vd. poste de 26 DE MAIO DE 2006 > Guiné 63/74- P803: Tabanca Grande: José Barreto Pires (CART 2412)

Último poste da série de 9 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21156: In Memoriam (366): José Maria da Silva Valente (1946-2020), ex-Fur Mil Art da CART 1689 / BART 1913 (Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69) (José Ferreira da Silva)

sábado, 23 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P21002: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (11): O Bando festejou mais um ano

1. Em mensagem do dia 27 de Abril de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos esta Boa memória da sua paz, dedicada ainda ao confinamento.


BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ - 10

O Bando fez mais um ano


“Num te mexas beilho, não.
Nem gozes a bida, não.
Bais ber o que perdeste,
Ou a merda que fizeste.
Já foste, ó meu Morcão!”

(autor desconhecido)

No final de cada ano, cada individuo devia fazer uma retrospectiva e destacar quais os melhores dias que passou. Pelo que tenho observado, poucas são as pessoas que ultrapassam o registo do número dos dedos de uma mão.

Felizmente que nem eu nem os meus principais amigos pertencemos a essa multidão de morcões que espera pacientemente pela sua “boa horinha do Senhor”.

Ora aqui está uma boa razão para manifestar a minha satisfação por ter vivido mais um ano de alegrias e de bons convívios. Dentre eles, terei que destacar as oportunidades bem vividas junto do nosso Bando.

Com o Bando, saboreamos boa camaradagem, boa amizade e a boa gastronomia, cultivamos os conhecimentos e promovemos o bom-viver.

Visitámos os lugares mais lindos, os mais históricos e os mais sagrados. Apreendemos o nosso Património, revivemos as nossas raízes e recordamos as nossas tradições.

Quinta Sr.ª da Graça

Com o Bando, tanto olhámos deslumbrados o nosso Douro (Vila Real, Régua, Mogadouro, Pocinho, etc.) como convivemos nas fraldas do Barroso, nas encostas do Alvão e do Marão, nas vinhas de Penafiel e da Sr.ª da Graça, nas escarpas da Senhora do Salto e da Serra do Pilar, nas praias do Litoral, nos jardins do Bom Jesus de Braga, de Aveiro, de Ponte de Lima ou no “presépio” de Crestuma.

Galafura - Douro

O Bando assalta o Castelo do Mogadouro

No Big Beef

Com o Bando, fomos ao Museu do Douro, Museu dos Clérigos, Museu Militar, Museu do Gramido, Museu Vivo dos Combatentes, Museu do FCP, Parque Biológico, Jardim Botânico, Museu do Infante, Museus de Vila do Conde, Museu das Conservas da Murtosa, Museu do Montesinho, Museu dos Pescadores de Espinho, Museu Souza Cardoso de Amarante, a Nau Quinhentista, o Isqueiro da Maia, etc., etc..

Na Nau Quinhentista e outros Museus de Vila do Conde

Com o Bando, relembrando os nossos camaradas, fomos ainda ao RAP 2, ao GACA 3, ao Dia do Combatente de Gondomar, ao 10 de Junho de Crestuma e ao 25 de Abril na Régua.

No GACA 3 - Espinho

Com o Bando, percorremos os lugares mais típicos e mais simbólicos da nossa mui digna Cidade Invicta (o Porto, pois claro!), Património da Humanidade. Aqui, cabe referir que beneficiámos da companhia do Bandalho Jorge Portojo, mais que “Doutor” a falar sobre a História Tripeira. Ribeira, Banharia, Sé, S.Bento, Fontaínhas, Batalha, Aliados, Bolhão, Campo 24 de Agosto, Antas, Areosa, Carvalhido, Boavista, Campo Alegre, Palácio, Caldeireiros, Massarelos, Foz, Alfândega, Infante, etc., etc., são pontos de referência permanente e cheiinhos de Histórias. E, no que toca a nomes, ele discorria facilmente sobre as personagens mais sonantes do burgo portuense e arredores. Dava gosto ouvi-lo quando lembrava as origens do Porto e de Portugal, os seus donos na Idade Média, o Infante D. Henrique, a fauna fluvial do Rio Douro, a Ferreirinha, as guerras, as revoluções, os Bispos, o Camilo, o Eça, o Alexandre Herculano etc., etc..

O Portojo gozando das imagens nas alturas (e dos digestivos), no “17º.” do Hotel D. Henrique

E, por fim, em jeito de Almoço de Natal, já fomos contemplar o Porto, através da panorâmica disponível no Restaurante 17.º, do Hotel D. Henrique, fomos à Taberna do Rústico e à Quinta do Costa.




Também com o Bando, saboreámos os melhores petiscos da região nortenha. Seria injusto se não lembrasse:
- O Cozido Transmontano do Pires
- Os petiscos do Regula e do Ramirinho
- O Sável do Vigário de Atães
- Os Rojões do Pinto da Rua dos Polacos
- As Tripas da Rosinha da Marroca
- A Cabra Velha do Súcio
- A Paella do Ricardo de Recarei
- O Leitão da Casa do Casalinho
- O Bacalhau à Liberdade da Churrasqueira das Antas
- Bacalhau com todos no Carpa
- A Carne Estufada de Penafiel
- Chanfana no Pote Velho
- O Magusto da Campeã
- O Risoto do D. Henrique
- Lampreia de Rio de Moinhos
- Arroz de Sarrabulho de Ponte de Lima
- Feijoada da Luísa
- Bacalhau assado no Monte São Felix
- Assado do Big Beef
- Caldeirada na Casa das Enguias (Torreira)
- Posta no Lareira do Mogadouro
- Cabrito no Zeca Diabo de Brunhoso
- Sardinhas no Milho Rei de Matosinhos
- Vitela no Merendola da Maia
- Espetada no Mar à Vista da Madalena
- Lulas com Gambas em Espinho
- A Francesinha na Marisqueira do Porto
- O Polvo no Madureiras
- Caras de Bacalhau no S. Nicolau
- Cabrito refogado na Taberna do Rústico
- Self Service no Choupal dos Melros


Claro que tudo isto só se consegue graças a um excepcional núcleo de amigos ex-Combatentes que, por coincidência, já reuniam no Café Progresso antes de irem para a tropa, para Vendas Novas e, depois, para a Guiné. A eles se juntaram outros habilitados camaradas que, perante boas provas dadas, foram sendo agradavelmente admitidos. Agora, que o Progresso fechou, vão mais ao Piolho, Adega de Chaves, Badalhoca, Calhambeque, Guedes, etc. E chamam-lhe Reuniões de Trabalho.


Sentimos muito a falta dos que já partiram, especialmente a do Fundador do Bando, o Jorge Portojo e a do Bom Professor, o Carlos Peixoto.

Porém, a sua lembrança dá-nos mais força para cada vez mais nos agarrarmos à vida que nos resta.

E porque essa vida está indissociavelmente ligada às “combatentes” que nos têm acompanhado desde a maldita guerra que nos marcou, chegou a hora de lhes darmos maior atenção e maior abertura nos convívios que participamos. Afinal, elas são valentes e sabem mais da guerra que muitos condecorados da nossa Pátria.

Não vamos parar, ó meu!
Nem vamos esmorecer.
Para irmos par’o Céu,
Falta muito que fazer

Se o Covid nos levar
Sem honras, sem orações,
Nunca nos vai apagar
Das boas recordações.
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20980: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (10): Feliz em África (em jeito de biografia)

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20839: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (6): Bó Coelha, uma força da natureza, com 100 anos, está a resisitir ao Coronavírus

A centenária Bó Coelha


1. Em mensagem do dia 9 de Abril de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos esta Boa memória da sua paz, dedicada à senhora sua Mãe, uma centenária que parece ter vencido o terrível Coronavírus.


BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ

5 - Com 100 anos está a resistir ao Coronavírus!

Bó Coelha, essa força da natureza.

Faz hoje 62 anos que ficou viúva!

Por ter acusado sintomas de COVID 19, no dia 30 de Março deu entrada no Hospital S. Sebastião de St.ª Maria da Feira, a centenária Emília Delfina da Conceição, também conhecida por Emília Coelha. Foi medicada e fez os testes. No dia seguinte acusou positivo. Ficou no Quarto 540, no 5.º piso.

Reagiu muito bem, normalizou a temperatura, baixou o oxigénio e fez novos testes. O resultado deu Negativo. Hoje, dia 10 de Abril, vai fazer novos testes.

Como seu descendente, sinto uma alegria incontida e um orgulho enorme pela nossa Bó Coelha.

A Emília Coelha, nasceu a 11 de Dezembro de 1919, num pequeno lugar de Fiães, junto à Estrada Real, também conhecida como Via Romana

Filha de José Ribeiro e de Rita de Jesus. Ele, conhecido como Zé Linardo, trabalhava de Serrador e ela de Mulher à Jorna. Deste casamento, nasceram também o Noé (1927) e a Josefina (1933). Ambos já falecidos. Ele fez-se Soldado da GNR e ela de Empregada de Pensão e Mulher-a-dias.

Nasceu um ano depois de ter terminado a I Grande Guerra.

Como criança, sofreu os efeitos dessa guerra, acumulados com a crise política e social reinante até o fim da I República, em 1926.
Os primeiros anos da Coelha coincidem com o pior período da governação republicana. Basta referir que entre 1920 e o golpe de 28 de Maio de 1926, chefiado pelo General Gomes da Costa, passaram 23 Governos!

Com o triunfo dessa Ditadura Militar, abriu-se a formalização da Ditadura Nacional em 1928 e a formalização do Estado Novo em 1933.
Naqueles tempos difíceis, havia fases em que os homens chegavam a trabalhar quase só pela comida e as mulheres esforçavam-se também em serviços, especialmente naqueles para onde arrastavam os filhos/crianças, na esperança de alguma ajuda alimentar.

É neste ambiente de crise nacional, em que os pobres desesperam pela sobrevivência, que a Coelhinha ajuda os pais e os irmãos, sempre na procura de compensar, em serviços, em especial os apoios dos Senhorios de sua mãe, a “Mãe Rita”. Tanto a Rita como os seus irmãos Rafael, Mário, José, Vicente e Arminda, eram pessoas saudáveis e robustas. Saíam ao pai José que era da raça dos “Rusgas”. O “Zé Rusga” foi vítima de um tiro, disparado durante uma discussão, junto à loja da Ti Quitas, entre pretendentes das suas filhas. Viúva, a avó Albina, era acarinhada como “Mãe Bina”. (Aproveitamos para referir que o avô do Zé Linardo chegou aos 105 anos!).

Como adolescente, sentiu as limitações impostas pelo rigor do Estado Novo.
Tal como seus pais, a Emília não teve a possibilidade de frequentar a escola. Todavia, tal como os seus vizinhos, que assim pareciam viver felizes, não perdia as oportunidades festivas ou de lazer. Com toda a naturalidade, a Emília teve os seus namoricos. Apaixonou-se por um jovem Fianense, com quem esperava casar. Com 18 anos engravidou, sem que o namorado assumisse o casamento, tendo, até, fugido para o Brasil, por imposição de seus pais.
Desse amor, nasceu a Deolinda da Conceição (Junho de 1939).

Desgostoso com a situação criada, o Zé Linardo aproveitou a oferta de trabalho na zona transmontana do Barroso, para onde se deslocou, vindo a fixar-se em Boticas.


Com o passar do tempo, a Emília apercebeu-se de que essa sua relação amorosa havia terminado. E foi numa dessas festas tradicionais de carnaval em que o jovem Zé da Bia, ou Zé Pum, fixou a sua atenção naquela rapariga jeitosa, parecida com a Amália Rodrigues, ali mais recatada.

Esse namoro progrediu rapidamente, tendo dado origem a um casamento tão discreto como apressado.
Casaram sem boda, sem pais e sem padrinhos. Valeu-lhes o apoio da família “Avelino Caldeirada” que os orientaram e testemunharam o acto. E foi pelas oito horas da manhã, depois da primeira missa, daquele dia 18 de Julho de 1942, que o acto se consumou na Capela da Sr.ª da Conceição, em Fiães. Era Sábado e dizem que, a seguir, ainda foram trabalhar.
O Zé Linardo veio buscar a família, levando a pequena Deolinda e deixando a Emília e o Zé a viver numa casa dos Pixelos.
Seguiram-se anos de felicidade, daquela felicidade própria dos pobres que iam tendo algo que comer e onde dormir, em tempos de crise agudizada com as restrições impostas por um governo condicionado pelos efeitos da II Grande Guerra Mundial.

Nasceram sete filhos de enfiada e foi por isso que a Emília passou a ser conhecida por Coelha.

Em 1943 nasceu o Zeca e seguiram-se o Benjamim, o Fernando, a Guida, o Daniel, o Mário (que faleceu com 8 meses) e a Fernanda.
Foram anos difíceis, compensados por muito trabalho e alguma sorte na procura do volfrâmio. Foram os melhores.

Naquele mundo de analfabetos, até o pai Zé frequentou a escola nocturna. Porém, concluída a escola de cada um, lá estava o trabalho fabril à espera. Era preciso ajudar a criar o rebanho de irmãos que ia crescendo.

Aos 33 anos de idade o Zé foi acometido de grave doença. Foi-lhe diagnosticado uma cirrose no fígado que o fez sofrer imenso cerca de um ano. Não foi por causa de álcool nem de outro vício. Foi causada pela fome e das privações que sofreu em criança. Foi muito chocante assistir às visitas dos seus amigos, que não se continham com tanto sofrimento. Faleceu a 10 de Abril de 1958.

Com 6 filhos em casa, tendo o mais velho acabado de fazer 15 anos, a Emília viu-se ainda mais desesperada com o corte do abono de família.

Seguiram-se anos terríveis para a sustentação da família. O Zeca completara os 15 anos, o Benjamim 13 e os outros 4 eram crianças. Perdido o abono família, a Emília quase não dorme. Ela trabalha intensamente e inventa serviços que a possam ajudar. Além da fábrica do papel e das rendas de bilros, ela aproveita a prestação de serviços na funerária, na jorna e na apanha da lenha. Também vendia fruta, ovos e regueifa.

Nesta fase dolorosa, a Emília mantém a sua fé religiosa inabalável. Ela acredita que Deus nunca a abandonou. Foram anos de muita adoração. Devotada a N.ª Sr.ª de Fátima, passa a fazer-lhe promessas, para que os filhos se salvem da Guerra do Ultramar.

Regressaram sãos e salvos após a espinhosa missão patriótica. Foram para a guerra 3 filhos e 4 genros! Merecia bem uma condecoração:

- o Benjamim esteve em Angola
- o Zeca na Guiné,
- o Arnaldo, marido da Linda, na Guiné
- o Fernando da Nanda, Guiné
- o Armindo, marido da Margarida, na Guiné
- o Daniel em Angola
- o Fonseca, marido da Fernanda, em Angola

Os filhos

Os filhos foram casando, os netos foram aparecendo e a Bó Coelha recuperou a alegria de viver.

Os netos

Os bisnetos

Sempre ligada à Igreja, comungava das actividades religiosas, solidárias e recreativas. São muito lembradas as excursões que organizou, especialmente a partir da sua impossibilidade do cumprimento das promessas de “ir a Fátima a pé”.


Essas excursões eram muito populares e serviam de pretexto para bons passeios e para grandes convívios.

Teve alguns problemas de saúde, mas todos venceu com muita fé e gratidão religiosa.

Os filhos nunca se esqueceram dela, mas seguiram seus caminhos e criaram os seus descendentes. E quando tudo parecia agradavelmente harmonioso, a Coelha sentia-se cada vez mais só. Nem com a companhia de amigas a dormirem lá em casa se sentia bem. Também não se sentia à vontade na casa das filhas, que tanto a acarinhavam.

Começou a manifestar o desejo de ir para Cucujães, para o Lar Santa Teresinha nas Missões da Boa Nova, para onde muito corria levando coisas que angariava. Falava dos padres de lá e de outras pessoas, com muita amizade e admiração.

O Lar Santa Teresinha

Então, decidimos ir lá pedir a sua admissão no Lar. Não levou muitos dias a sua aceitação, com carinho e muita atenção.

O carinho no Lar

Já são sete anos de vivência no Lar. A Coelha confessa que está a passar os melhores tempos da sua vida. Cansada, mas feliz e sempre activa. Ainda recentemente, cantava e dançava. Como no casamento da Liana e Miguel, em que me obrigou a dançar com ela. E logo eu… que nunca aprendi tal coisa.

Ultimamente mexe-se menos


No dia 11 de Dezembro de 2019, festejámos o seu Centenário.

Foi um dia inesquecível! O Lar organizou uma linda festa que ficará na memória de todos seus descendentes.
A família, sempre dispersa, apareceu em cheio. E era uma quarta-feira. Foi feriado para todos. O amigo Emídio Sousa, Presidente da Câmara, também lá esteve.


Até dois grupos de ex-Combatentes vieram à festa: “O Conjunto Musical dos Periquitos da Tabanca de Matosinhos” e “O Bando do Café Progresso”.


A festa começou com uma missa na capela do refeitório, celebrada pelos padres ligados àquela grande obra social. Foi um óptimo ambiente, onde reinou a alegria, boas e lindas palavras e muito orgulho.
A Coelha sentia-se no Céu.
Abaixo transcrevo as palavras que lhe dediquei num breve discurso:

...Mãe, mais que guerreira, és uma vencedora!
Subiste ao mais alto da montanha da vida
Arrumaste as pedras do seu caminho
E plantaste nele as mais lindas flores!
Olha aqui os teus descendentes
São sangue do teu sangue
São todos coelhinhos!
Eles vêm mostrando a tua raça

No desporto, chegaram ao topo da Europa e ao topo do Mundo!
Herdaram a tua resistência impar!
Na escola chegaram a Professores, Doutores e Engenheiros.
Herdaram a tua sabedoria!
Na vida social, têm merecido o apreço da sociedade.
Herdaram a tua humilde simpatia!
Na vida familiar, têm sido bons pais e bons filhos.
Herdaram o teu exemplo!
Todos orgulhosos por descenderem de uma pessoa especial.

Uma mulher de excepção.
A nossa “Bó Coelha”!
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20831: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (5): Op. Sarrabulho (com o covidis por perto) - II Parte