sábado, 5 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23763: Contactem-nos, há sempre alguém que pode ajudar ou simplesmente saber acolher (2): amostra de mensagens recebidas entre setembro e dezembro de 2021


Formulário de Contacto do Blogger: disponível na coluna estática, do lado esquerdo do blogue.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)


1. Seleção de mensagens recebidas através do Formulário de Contacto do Blogger, entre setembro de 2021 até ao final do ano (*). É um veículo importante de comunicação imediata e fácil entre os leitores e os editores do blogue.

 Nalguns casos, já houve uma resposta direta dos nossos editores ou um reencaminhamento para outros destinatários. Também num caso ou noutro a mensagem pode já ter dado origem a um poste (**).

Algumas destas mensagens são extremamente lacónicas, limitando-se a cumprimentar-nos, o que de qualquer modo nos sensibiliza, mas não vamos publicá-las aqui. Noutros casos, os autores procuram antigos camaradas... Outras há que são incompletas ou imprecisas, ou têm a ver com outros territórios que não a Guiné (Angola, Moçambique, Brasil, etc.).

Evitamos, em princípio, divulgar o endereço de email de cada um destes contactos, a menos que haja interesse para o próprio (nos casos, por exemplo, em que divulga um livro ou a realização de um encontro: ou procura informação que extravasa o âmbito do blogue, o qual, como é público e notório, é centrado nos antigos combatentes da guerra do ultramar / guerra colonial, que estiveram na Guiné, no período que vai entre 1961 e 1974).

Podemos fornecer o email a quem no-lo pedir, para respostas a pedidos ou futuros contactos. Lamentavelmente, só agora, por manifesta falta de tempo, nos foi possível, selecionar, organizar e listar estas mensagens. Omitimos as expressões protocolares (saudações, cimprimentos, etc.). A lista está organizada cronologicamente por data / hora.



2021 (setembro/dezembro)

29/12/2021, 11:37

Sou de 15 de setembro 1950, venho por este meio felicitar os obreiros deste blogue simplesmente formidável. Bravo!... Fiz tropa no BENG 447,  Brá, de 1972 a
1974. Se puder ajudar em alguma coisa é de boa vontade na medida do possível sou reformado e vivo na Suíça. Americo Aflalo.

Resposta do coeditor Carlos Vinhal (que também serve para mensagens semelhantes de camaradas que manifestam interesse em integrar a Tabanca Grande):

Caro Américo Aflalo: Muito obrigado pelo teu contacto via Formulário do Blogger. Se te quiseres juntar a nós e ser admitido na tertúlia para que possas ver publicadas as tuas memória e fotos, manda-nos um mail para luis.graca.prof@gmail.com ou carlos.vinhal@gmail.com, com indicação do teu nome, posto, especialidade, unidade em que foste integrado para a Guiné (ou rendição individual se for o caso), localidades onde estiveste e outras informações que julgues úteis para te conhecermos. Deverás enviar ainda uma foto actual e outra dos teus velhos tempos de Guiné e, se quiseres, uma pequena história. Ficamos na expectativa de novo contacto teu.


22/12/2021, 21:05


Queria enviar uma mensagem a todos os meus camaradas e amigos da CCAÇ 2548.
Um grande abraço a todos amigos do 1º pelotão que me acompaharam desde 1969 a 71.
José Dias de Sousa

21/12/2021, 23:14

Eu estive na Guiné de setembro 1971 a dezembro de 1973. Estive na zona de
Teixeira Pinto no destacamento de Batuca. BCAÇ 3863, CCAÇ 3461. Jorge Reis.



5/12/2021, 13:51

Pergunto se têm conhecimento onde se encontra o meu camarada Idálio Reis, da CAÇ 2317 (Gandembel, Balana e Cansissé, 1968/69) ?

António José Silva Nabais Pinheiro  (presumivelmente a viver no Brasil, pelo seu endereço de email).


24/11/2021, 8:25


Há vidas que se esquecem, mas há recordaçºoes que perduram pro muito que se queiram esquecer. Guiné, CCAÇ 4942/72, 5 jan 73/ Out 74. Manuel João Sampaio Lima.


9/11/2021, 17:20


Mantanhas para todo o pessoal da Tabanca Grande. A propósito do fardamento, lembro-me de uma ocasião, já a minha gente tinha manga de tempo na terra sabi, ter pedido para Bissau a substituição dos mosquiteiros, que já pouco mais eram do que farrapos remendados vezes sem conta, e nos foi respondido num ríspido ofício dos serviços da administração que os ditos cujos tinham uma duração de não sei quantos anos e, portanto, os nossos ainda tinham que aguentar uns mesitos mais até poderem ser substituídos... Não houve outro
remédio, o nosso primeiro-sargento foi a Bissau comprar panos de mosquiteiro que o alfaiate mandinga de Buba transformou em mosquiteiros próprios mesmo... E. Esteves de Oliveira.


14/10/2021, 10:06

Bom dia camarada Luis Graça, sou residente no Vimeiro, concelho da Lourinhã há 43 anos pois sou natural de A dos Cunhados.. Casualmente há dias , passou por aqui um individuo à minha porta, ia visitar a campa de camarada Eduardo  Jorge. E a minha mulher chamou-me a atenção, pois o sr. andava para trás para a frente olhando para tudo. Fui espreitar à janela, e qual o meu espanto, disse para a minha mulher, conheço este sr. Fui de imediato à Net e procurei, e acertei mesmo, era o camarada e conterrâneo João Crisóstomo.

Fui à rua chamei-o e claro confirmou. Ficou muito satisfeito por o reconhecerem, falamos um pouco da nossa terra, e lá foi prestar homenagem ao Eduardo Jorge. Desculpa, mas achei que devia partilhar este momento feliz, para mim que conheci o João Crisóstomo e para ele que ficou satisfeito de o conhecerem pela Net.  Artur Eduardo Januário Inácio.


25/9/2021, 14:08

Boa tarde o meu pai fez parte dessa CCAÇ 797, na Guiné, comandada pelo Capitão Carlos Fabião, é o Manuel Marques Lamarosa, era atirador. João Manuel Marques.

19/09/2021, 12:12

Diamantino Paiva Leite, soldado condutor da CART 1526 que prestou serviço na Guine nos anos 1966 a 1968, a residir em França desde 1971. solicitou-me que soubesse algo dos seus antigos camaradas que com ele viveram esse tempo de luta na Guiné. A saúde não lhe permite aceder a estes meios. Em seu nome, o meu muito obrigado. Arlindo Moreira da Silva (ex-soldado cond, CCS / BCAÇ 1933, Guine 67/69).



9/9/2021, 19:08

Chamo-me Nuno Inácio e sou filho de um Comandante do Pelotão de Caçadores Nativos 67, Alf Mil Gil da Silva Inácio,  conhecido como "O Gringo" - Cufar, Guiné 1973.

Tomei conhecimento deste website através de um grande amigo que viu um artigo onde mencionava um Alf Mil na Guiné conhecido como "o Gringo" e como outrora lhe tinha referido essa alcunha do meu pai fui verificar e de facto é o meu pai.

Estimo informar que o meu é vivo, cheio de saúde e ainda pronto para as curvas. Neste sentido gostaria de saber se alguns dos inúmeros heróis aqui presentes e representados conheceu o meu pai, gostaria de saber mais histórias desses tempos, porque o meu pai tem algumas reservas em partilhar essas histórias e se ainda existem encontros de ex-combatentes desses GE e, em caso afirmativo, pedia o favor a V. Exas. ser notificado para o efeito. Nuno Inácio (Indica o nº de telemóvel). (**)
 

8/9/2021,19:54

Com referência ao post do camarada António Abrantes, lembro-me da emboscada e da passagem da sua companhia por Buba, onde me encontrava na altura. A companhia que fez a escolta entre Aldeia Formosa e Fulacunda foi a CCaç 411, de Buba. A atribulada viagem da CCaç 423, que ficou conhecida como a "Volta à Guiné de Camioneta", deu pano para mangas sobretudo peo final, no fim de contas era a maneira mais lógica - por via marítima. 

Se fosse possível, agradecia que o Abrantes confirmasse se o ten Carlos Afonso Azevedo (falecido em combate) fazia parte da sua companhia. E. Esteves de Oliveira.

2/9/2021, 21:09

Eu António Lopes Pereira sou o ex-1º cabo da CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832. Estive
em Mansoa, Braia e Infandre de 1970 a 1973, sou o nomero 701 da Tabanca Grande. António Lopes Pereira.



23/8/2021, 13:07

Estive na Guiné de novembro de 1966 a outubro de 1968. Na CArt 1612 / BArt 1896 até agosto de 1967, primeiro em Bissorã e depois em Buba, transitando depois para Bissau, para o Comando Chefe do CTIG:

Recebo os e-mails da vossa Tabanca, quase desde o princípio. Jorge Paes da Cunha Freire.



18/08/2021, 19:16

Caros camaradas militares: anseio por voltar ao nosso convívio; para quando está previsto - se está - o próximo encontro? Francisco Vilas Boas.



16/8/2021, 17:38


Estive na Guiné de 68/70 na 16ª Companhia de Comandos da qual em 69 o Marcelino da Mata fez parte . Um abraço a todos quanto por la passaram. Sou de Coimbra. Luis Cunha


10/8/2021, 01:04

Boa noite! Alguém por aqui do BAA 3434, 191/73, "As Avezinhas - Venham
Comigo Os fortes" ? António Martins.


10/08/2021, 09:09

 Os meus Bons Dias desde as «arábias». 
Faz hoje quarenta e nove anos (1972.08.10-2021.08.10) que vários elementos do contingente militar da CART 3494, a terceira unidade de quadrícula do BART 3873, tiveram de “mergulhar”, sem o desejarem, nas águas revoltas, escuras e lodosas do Rio Geba, na região do Xime/Bambadinca (Sector L1), onde, por efeito da falta de bom senso mesclado com alguma improvisação, perderam a vida três jovens milicianos, naquele que ficou gravado como o «Naufrágio do Geba».

Ao recuperar esta horrenda efeméride que a todos marcou, naturalmente mais aos que viveram e sobreviveram à experiência, quero prestar a minha sentida homenagem aos que pereceram naquele acidente náutico: ao José Maria da Silva Sousa, ao Manuel Salgado Antunes e ao Abraão Moreira Rosa.

Para compreender a trágica ocorrência devem-se ler os P10246; P13482 e P13494.  Jorge Araújo

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23762: Notas de leitura (1513): "Fora de Jogo", com a participação de Amadu Dafé, Claudiany Pereira, Edson Incopté, Marinho de Pina e Valdyr Araújo; Ku Si Mon Editora, 2019 (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Março de 2020:

Queridos amigos,
Filinto Barros deu o mote com o seu admirável Kikia "Matcho - O desalento do combatente", Flora Gomes encetava a sua carreira cineasta também reportando a injustiça de ficar esquecido enquanto combatente, vieram poetas como Toni Tcheka, depois impôs-se no firmamento literário Abdulai Silá, incompreensivelmente não editado em Portugal, na sua editora Ku Si Mon dá a mão a novos valores, outras estrelas de gerações recentes como Marinho de Pina e Amadu Dafé. São intelectuais que não estão presos ao passado, não trabalham com jargão propagandista, amassam o seu fermento numa cultura experimentada, possuem fechaduras próprias e entregam as chaves, sorridentes, aos leitores de todas as proveniências, produzem literatura luso-guineense para orgulho do seu terrunho, como dádiva sem qualquer débito à língua que trouxe o colonizador, são as trombetas do futuro, é uma geração que descobriu sem preconceitos que a sua pátria é rica em línguas nativas, tem um crioulo exuberante e um luso-guineense que os une ao mundo inteiro. É com a maior satisfação e com grande sentimento de fraternidade que os registo aqui, para blogue se enaltecer e os enaltecer.

Um abraço do
Mário



O vigor de uma expressão literária emergente: o luso-guineense (1)

Mário Beja Santos

Serve de pretexto para reflexão de uma nova geração de escritores que encontraram um modelo de comunicação o livro que rememora os 25 anos da Ku Si Mon Editora, uma iniciativa que tem por detrás o nome consagrado da literatura guineense, Adbulai Silá: "Fora de Jogo", com a participação de Amadu Dafé, Claudiany Pereira, Edson Incopté, Marinho de Pina e Valdyr Araújo, Ku Si Mon Editora, 2019.

Esta nova geração de talentos literários usa como ferramenta de comunicação um português plástico, moldado com a riqueza dos vocábulos próprios inerentes à formação do escritor, seja da Guiné, de Moçambique ou do Brasil, torcem e retorcem a língua de Camões, de António Vieira e de Fernando Pessoa, imputam-lhe a fala do coração, o orgulho da cultura-mãe, polvilham tudo de ingredientes da literatura universal: o humor cáustico, a fábula, as ternuras de infância, a crítica política e social; manipulam a topografia, as crenças, o passado colonial, remexem nos sonhos de ver os filhos prosperar, denunciam os mercados da droga, estão atentos aos fenómenos do radicalismo religioso que começam a aproximar-se da África lusófona. E por aí adiante. O produto final, é essa África misteriosa assistir à entrada em cena de um processo literário que faz transbordar a língua portuguesa para um admirável mundo novo da escrita.

Neste livrinho de contos, admirável pelo apuro desta literatura emergente, temos uma clara demonstração de gente nova que está a dilatar todo o horizonte de uma das línguas mais faladas do mundo, como se pode ler na apresentação destes textos:
“Cá estão Zé Ntchabré e o seu séquito de crocodilos vindos das lamas do fundo do rio Mansoa, a noiba Nnani e o Capitão Tuga. De Paunca veio a intrépida Nni, carregada de mistérios, segredos e mezinhas anti-bala, e recém-chegados da Embaixada, um pai e um filho radiantes agitam dois livrinhos verdes trocados por um rebanho de vacas, radiantes porque com eles na mão vão já para a terra-branco colher dinheiro do chão. Para grande danação da Dona Saba, Isnaba não para de contar histórias de ratos, mas Marinho N’fanda e Rita Alexandra não ligam nenhuma, apaixonados como estão para além do tempo e da regulundadi. Depois de uma explosão, alguns diziam que tinham visto um espetro coberto por uma capa a correr na escuridão e uma menina que não queria descer da árvore das pitangas, e no meio disto tudo, Baltasar vagueava numa dócil liberdade com um bolo-rei na mão”.

A capa desta edição comemorativa é de Antão de Almeida-Garret (Katalá).

O primeiro conto intitula-se "A colheita" e é de Marinho de Pina, narra o filho que tinha um pai aberto à inveja, mas crédulo e inocente e com muitos sonhos em ponto de rebuçado, ambicionava ir para a terra-branco para colher dinheiro. Os sonhos têm obstáculos de premeio, era preciso passaporte, um crápula tudo fez para extorquir os réditos do pai, os passaportes ficaram por várias vacas, custaram muitas amarguras e no fim daquele sugadouro pai e filho chegam a Portugal, estão prontos para colher dinheiro, apanham táxi à saída do aeroporto, vão para Chelas Jota. O filho vai banzado com tanta construção, questiona-se que fazem aquelas pessoas a dormir debaixo das pontes, se há tanto dinheiro, porque não têm eles casas para dormir. O final do conto é uma preciosidade, remate brilhante para fábula, parábola, literatura da paródia que mais amarga não pode ser:
“Quando entrámos em Chelas, ouvimos barulhos que pareciam tiros. O taxista então parou o carro, disse-nos que tínhamos chegado, deixou-nos numa rua escura qualquer, depois de uma hora de viagem e depois de nos ter cobrado muito dinheiro (na altura eu não sabia que Chelas ficava perto do aeroporto e que o taxista nos tinha enganado). Ao subirmos a rua, vi então debaixo de um banco, no passeio, alguns maços de dinheiro espalhados e uma pessoa deitada na relva perto dos mesmos. Pensei então se calhar colhia-se mesmo dinheiro, porque não tinha sentido nenhum alguém estar deitado perto de tanto dinheiro e não se preocupar em colhê-lo. Se calhar devia estar já farto de colher. Apontei então os maços ao meu pai e fiz tenção de os ir colher, mas ele segurou-me e disse-me:
- Calma, acabámos de chegar. Vamos primeiro descansar, amanhã começamos a colher”.


O segundo conto chama-se "A Pitangueira da Vizinha", de Claudiany Pereira (a pitangueira é uma árvore de frutos adocicados). Fala-se de uma menina, “sete – já – quase – oito anos” que saltava para a pitanga da vizinha, senhora de seu nariz que não gostava daquelas travessuras. A dita senhora em Sexta-feira Santa teve forte briga com o marido, não era dia de carne e ele replicou que iria assar uma costela na churrasqueira, tudo para a vizinhança inteira ver, ela, iracunda, chama-lhe velho herege. “O vizinho, um homem respeitado na redondeza, era um senhor daqueles que a gente olhava e achava que já havia nascido velho. Ele mantinha a cara sempre fechada. Carrancuda mesmo. E gostava menos do que a vizinha de ver a miudagem correndo em volta do jardim. Uma vez, fiquei sabendo, o seu Urbano correu do pátio dele a bengaladas um bando de guris (crianças) que estavam – vejam só! – cobiçando as pitangas daquela árvore carregada de frutinhas”.

E a beleza vem no desfecho do conto, pitanga com muita ternura:
“Não é que o que tinha que acontecer um dia aconteceu, e foi, ainda, na Sexta-Feira-Santa! O marido decidido a comer um pecaminoso bife malpassado abriu a porta, inesperadamente, sem me dar chance, ao menos, de preparar uma boa desculpa, ou de fazer aquela cara de quem peca pela primeira vez e já está, de antemão, arrependida. Simplesmente ele abriu a porta e, pasmem! Deu de cara comigo, que não era invisível, bem defronte à porta da entrada lateral da casa, me lambuzando em pitangas enquanto ele resolvia um problema filosófico existencial sobre a representação sagrada entre mamíferos e peixes. Eu não era como os super-gémeos, nem podia me transformar em um fio d’água como os heróis faziam nos desenhos animados que eu assistia tevê. Eu era eu, sete – já – quase – oito anos, bem sentada na árvore a comer, assim como Eva, o fruto proibido. Foi nesse dia que aprendi que na Sexta-Feira-Santa as pessoas também podem exercitar o perdão. O seu Urbano, passada a surpresa, sacudiu a cabeça em desacordo, vestiu o chapéu cinzento de feltro e saiu pelo portão de ferro azul: mãos atrás das costas, cabeça baixa, passos firmes, sem me dar um fito sequer”.

(continua)

Marinho de Pina
Amadu Dafé
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Nota do editor

Último poste da série de 31 DE OUTUBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23751: Notas de leitura (1512): "O Negro Sem Alma", romance de Fausto Duarte, 1935 (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P23761: Voltamos a recuperar as antigas cartas da província portuguesa da Guiné, um dos recursos mais preciosos do nosso blogue - Parte IV: De Quinhamel a Xitole

Guiné > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Uma das mais belas piscinas naturais  do mundo... Foto do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).

Foto: © Arlindo Roda (2010).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Rápidos do Saltinho > 3 de Março de 2008 > Lavadeiras do Saltinho.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné > Região de Bafatá > Carta de 
Contabane (1959) > Escala 1/50 mil > Detalhes: Saltinho, rápidos do Saltinho, Rio Corubal, Contabane, Cansamange... 

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)



As cartas da antiga Província Portuguesa da Guiné são de uma enorme  riqueza documental, em termos geográficos,  e a um escala (1/ 50 mil) em que cada centímetro corresponde a meio quilómetro 
 (ou quinhentos metros)... 

Nomeadamente, permite-nos, por exemplo,  saber hoje (vd. sinais convencionais):

  • quais as tabancas que existiam antes da guerra (e ver depois as que foram abandonadas ou destruídas); 
  • qual o número médio aproximado de moranças ou casas (cada ponto corresponde em geral a uma morança; 
  • as temporárias e as abandonadas;
  • as povoações "de tipo europeu" e as "indígenas" (e dentro destas, as "cerradas" e as com "arruamentos" definidos);
  • conforme o tamanho da letra, as povoações "indígenas" com mais de 50 casas, as entre 50 e 10, e as menos de 10;
  • o regulado a que pertenciam;
  • as que eram sede de circunscrição (equivalente ao nosso concelho) e as que eram sede de posto administrativo... 
  • mas também localizar as bolanhas (arrozais de regadio), as lalas (capinzais)  (de água doce e água salgada, com ou sem tufos de palmeiras), os mangais,   as florestas-galeria, as savanas arbustivas, as terras incultas... 
  • os diferentes tipos de palmeiiras e palmares: palmeira-de-tara (Phoenix reclinata(; palmeira de dendém (ou azeite), comforme a sua densidade: massiços consideráveis ou não desbravados; palmares desbravados com culturas diversas; 
  • mas igualmente as "pontas" (ou hortas) (que em geral eram exploradas por cabo-verdianos e europeus, e que tinham o nome do dono ou fundador: Ponta do Inglês, Ponta João Dias)... 
  • e ainda calcular distâncias entre duas povoações, por estrada ou em linha recta; estimar a largura de um rio ou o comprimento de uma bolanha...

Tudo isto feito ainda "no bom tempo" (anos 50 do séc. XX), ou seja, antes do vendaval da guerra em que desaparecem regulados inteiros ou em parte (alguns eu conheci: Xime, Bissari, Corubal, Enxalé, Cuor, Mansomine, Oio,  Joladu, Ganado, Padada...) e foram abandonadas ou destruídas muitas e muitas dezenas (senão não algumas centenas) de povoações (por exemplo, ao longo da bacia do rio Corubal)... para nao falar de regiões inteiras, como a de Quínara e a de Tombali, no sul (que só conheci depois da guerra)...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)

1. Estamos a recuperar os "links" ou as "URL" das cartas (ou mapas) da Guiné, dos Serviços Cartográficos do Exército, que estavam alojadas desde finais de 2005 na antiga página pessoal do editor Luís Graça ("Saúde e Trabalho - Luís Graça")cujo servidor era o da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa (ENSP / NOVA). Mais concretamente estavam alojadas numa pasta institulada "Luís Graça e Camaradas > Subsídios para a História da Guerra Colonial"...

As cartas (ou mapas) da Guiné e os demais recursos dessa página estavam acessíveis a partir do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Com o fim da página pessoal do nosso editor, em 2022, passam doravante a poderem ser consultadas, de novo, "on line", no nosso blogue, mas a partir do Arquivo.pt.(https://arquivo.pt):

Arquivo.pt (criado e mantida pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia)  permite  "a preservação da informação publicada na Web portuguesa para que o conhecimento nela contido esteja acessível às nossas gerações futuras"... e continue a estar disponível para todos (incluindo os investigadores das mais diversas áreas disciplinares, da linguística à história, da sociologia à literatura, da geografia à etnografia, da ecologia à economia)... E, naturalmente, para os leitores do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné a quem se destinam, em primeiro lugar, estas cartas ou mapas.


2. Continuamos a repor as nossas preciosas cartas (ou mapas) da Guiné (Escala 1/50 mil), por ordem alfabética, agora alojados no Arquivo.pt. É só carregar no link. (Também podem ser descarregados e guardados no computador do leitor.)

No final desta série continuarão a estar disponíveis na coluna estática do blogue, do lado esquerdo. Por enquanto (e até a uma próxima actualização), esses links continuam quebrados, bem como todos os topónimos que até agora (ou até há alguns meses) usavam os links antigos, quando estavam alojados na página da ENSP/NOVA. Aqui vão os novos links, das cartas (de  Q a X):

Cartas (ou mapas) da antiga Guiné  Portuguesa 
(Escala 1/ 25 mil) (De Q a X)


Quinhamel (1952) (Inclui Quinhamel, Ilondé...)

Saltinho / Contabane (1959) (Carta de Contabane, Saltinho, rio Corubal...)

Sedengal (1953) (Inclui Sedengal, Ingoré, rio Cacheu, fronteira com o Senegal...)

Susana (1953) (Inclui Susana, fronteira com o Senegal...)

São Domingos (1953) (Inclui S. Domingos, rio Cacheu, fronteira com o Senegal...)

São João (1955) (Inclui Bolama, São João, Nova Sintra, rio Grande de Buba...)

Teixeira Pinto (1953) (Inclui Teixeira Pinto, Catequisse, Bassarel, Bachile...)

Tite (1955) (Inclui Tite, Jabadá, rio Geba, Bindoro, Chuhué, Dugal...)

Varela (1953) (Inclui Varela, fronteira com o Senegal, 

Xime (1955) (Inclui Xime, rio Geba, rio Corubal, Enxalé...)

Xitole (1955) (Inclui Xitole, rio Corubal, Buba, Nhala, Mampatá. Aldeia Formosa...)


3. Fica aqui, mais uma vez, a nossa homenagem aos nossos valorosos cartógrafos militares portugueses. A cartografia portuguesa deu cartas (no duplo sentido do termo) ao mundo, é bom é dizê-lo.

Estas cartas da Guiné são pequenas obras-primas, resultantes do minucioso e aturado levantamento efectuado aos longo dos anos 50 pela missão geo-hidrográfica da Guiné – Comandante e oficiais do N.H. Mandovi e do N.H. Pedro Nunes. 

A fotografia aérea foi da responsabilidade da Aviação Naval. O trabalho de restituição, por seu turno,  foi feita pelos Serviços Cartográficos do Exército. As fotolitografias e a impressão foram feitas em várias casas, de Lisboa, Porto, V.N. Gaia: Litografia de Portugal, Papelaria Fernandes, Arnaldo F. Silva... 

A imagem em geral é  de boa qualidade, graças também à fotolitografia de casas como a  Papelaria Fernandes e a  António F. Silva (em geral, são os melhores trabalhos, os destas casas)… e à posterior digitalização feita na Rank Xerox. 

A imagem original tem 10 MB. Como habitualmente, a imagem que está disponível "on line" foi reduzida a um 1/3 da dimensão original…

A edição é da antiga Junta das Missões Geográficas e Investigações do Ultramar, do antigo Ministério do Ultramar.  

Convirá recordar que a sua paciente digitalização foi efectuada pelo Humberto Reis na Rank Xerox, em 2006. (Ele não nos disse quanto pagou, mas não deve ter sido barato...). Eu passei cada um destes pesadíssimos ficheiros (10 ou mais Mb) para outros mais leves (da ordem dos 2 Mb), procurando manter a qualidade da imagem (que tem alta resolução)...

Ao Humberto Reis, nosso mecenas,  mais uma vez a nossa gratidão pela sua generosidade (todo este trabalho foi pago do seu bolso) e a nossa homenagem ao seu carinho pela Guiné-Bissau e pelos guineenses. Não é por acaso que ele é o nosso "cartógrafo-mor" e colaborador permanente, desde então. (*)
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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23760: Recortes de imprensa (124): Homenagem a Fernando Cepa e inauguração de obras de requalificação do Pavilhão Gimnodesportivo de Mar, com a devida vénia aos jornais; Farol de Esposende e Correio do Minho

1. O nosso camarada Fernando Cepa, (ex-Fur Mil Art da CART 1689/BART 1913, Catió, Cabedú, Gandembel e Canquelifá, 1967/69) cidadão do Concelho de Esposende, foi e é uma pessoa activa, ligado aos assuntos que interessam aos Antigos Combatentes e à Cultura e Desporto na sua freguesia de Mar.

A sua dedicação à causa pública foi devidamente reconhecida numa homenagem que lhe foi prestada no passado dia 15 de Outubro, quando foi dado o seu nome ao Pavilhão Gimnodesportivo de Mar que foi recentemente alvo de obras de requalificação. Ao acto esteve presente o senhor Presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira.

Seguem-se, com a devida vénia, recortes dos jornais Farol de Esposende e Correio do Minho que dedicaram algumas colunas ao acontecimento.


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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE JUNHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23339: Recortes de imprensa (123): Bubaque: alterações climáticas e educação ambiental (Excertos de reportagem de Carla Tomás, Expresso, 18 de abril de 2019, com a devida vénia...)

Guiné 61/74 - P23759: Mi querido blog, por qué no te callas?! (8): É como a ponte, que atravessámos duas vezes, a maior parte de nós, "ao p'ra lá e ao p'ra cá": parece que treme, mas não cai...


Lisboa > Março de 2007 > A Ponte 25 de Abril, sobre o Rio Tejo (Ponte Salazar, até ao 25 de Abril de 1974), reflectida sobre a fachada de vidro de um dos edifícios da Administração do Porto de Lisboa... Parece que treme mas não cai...

Foto: © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa >  Junho de 1970 > A ponte sobre o Rio Tejo e o Cristo Rei, na margem esquerda... Em 1970, a febre da construção na outra banda já tinha começado, mas o Cristo Rei ainda era uma figura solitária na paisagem... Foto, sem legenda, do álbum do Otacílio Luz Henriques, 1.º cabo bate-chapas,  CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). 

Foto: © Otacílio Luz Henriques (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > 8/1/1964 > A ponte sobre o Rio Tejo, em construção: imagem do pilar norte, tirada do T/T Quanza. Uma foto notável com esta obra, emblemátca do Estado Novo, cuja construção demorou 3 anos e meio (novembro de 1962 a agosto de 1966): no regresso, o BCAÇ 619 já passou sob o tabuleiro da  Ponte Salazar... Foto do álbum  de Carlos Alberto Cruz , ex-fur mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió e Cachil,  1964/66)

Foto (e legenda): © Carlos Alberto Cruz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Cais da Rocha Conde Óbidos> 18 de agosto de 1965> Embarque do pessoal da CCAÇ 1426 e de outras unidades para o TO Guiné, no T/T Niassa; ao fundo a ponte sobre o Tejo ainda em construção, não estando ligados as diferentes secções do tabuleiro... (Seria inaugurada um ano depois, em 6 de agosto de 1966.)

Foto: © Fernando Chapouto (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > 29 de maio de 2012 > Ponte sobre o Rio Tejo > Iniciada a sua construção em 5 de novembro de 1962, foi inaugurada em 6 de agosto de 1966... Ainda havia, em 1962, montes de golfinhos no Tejo e centenas de fragatas e outras embarcações à vela... A contentorização do transporte de mercadorias marítimas  e o fim da estiva manual marcaram o seu fim... 

Foto: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Rio Tejo > 5/11/2011 > Pôr do sol no Atlântico, visto do estuário do Tejo, em Belém, junto ao Museu do Combatente (Forte do Bom Sucesso).

Foto: © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Os mais velhos da geração da guerra colonial / guerra do ultramar / guerra de África viram-na crescer, entre 1962 e 1966, à belíssima ponte sobre o Tejo. Foi uma das coqueluches da política de obras públicas do Estado Novo. Deram-lhe o nome do homem forte do regime de então, o Salazar (que seguramente nunca passou debaixo dela, como nós, que fomos combater em África, a seu mando).

A grande maioria dos antigos combatentes passou debaixo dela, duas vezes, de barco, na viagem com destino  a Angola, Moçambique ou Guiné, e depois no regresso à Pátria... "Ao p'ra lá e ao pr'a cá", como diria o "caçula" do meu cunhado nortenho, que foi parar a Angola, em 1970 (e o mais velho a Moçambique, em 1963, só escapou o do meio, que  era cambo... e ficou livre da tropa; o resto eram raparigas, e nenhuma se ofereceu para enfermeira paraquedista, embora o pai fosse patriota e tivesse vindo uma vez ao Terreiro do Paço, arrebanhado para um comício da União Nacional, dando vivas ao Marcello Caetano e ao Portugal pluricontinental e plurirracial).

A grande maioria de  nós fez esta viagem de regresso, por via marítima, de Bissau a Lisboa, no Niassa, no Uíge, nos navios da nossa marinha mercante postos ao serviço do transporte da tropa mobilizada para a guerra, lá longe, a milhares quilómetros de casa. Era com emoção que se avistava a barra do Tejo, o Bugio, Cascais, a Costa da Caparica, a Trafaria, a torre de Belém, os Jerónimos, a ponte, o Cristo Rei, o casario de Lisboa, os golfinhos, as frgatas, o  cais da Rocha de Conde de Óbidos, donde tínhamos partido, 22, 23, 24 meses antes...

A maioria de nós atravessou esta ponte duas vezes, mas a água que corria sob ela já não era mais a mesma.  Tal como nós, quando fomos e quando viemos, também já não éramos mais os mesmos... Ninguém sobrevive, impunemente, a uma guerra...

E depois lá se ia de comboio até à nossa unidade mobilizadora... Essa derradeira vaigem, paga pelo Estado, tinha um profundo significado: a passagem à peluda, as últimas despedidas, a promessa de nos voltarmos a ver e a abraçar, enfim,  o regresso, solitário, a casa, onde nos esperavam, em alvoroço, a família, os amigos, os vizinhos...  

O "day after", o dia seguinte, não era fácil, não foi fácil para muitos de nós...  Uma geração partida e repartida,  uns tomaram os caminhos da emigração, transatlântica  (Brasil, EUA, Canadá) ou transpirenaica (França, Alemanha)... Outros, deixaram as suas terras  de vez (as pacatas aldeias, vilórias e pequenas cidades do interior),  fixando-se na grande Lisboa e no grande Porto, procurando oportunidades de trabalho, prosseguindo os estudos, reconquistando em Abril a(s) liberdade(s) perdida(s),  constituindo família, descobrindo o prazer de viajar por essa Europa fora, agora com outra mochila e outros sonhos... 

"Cacimbados", "apanhados do clima", "estranhos", "envelhecidos", "mudados", "fechados, de poucas falas", "truculentos", "noctívagos", "bebendo e fumando em excesso"... eram expressões que trocávamos uns com os outros, ou que ouvíamos aos nossos amigos, familiares e vizinhos... a nosso respeito, depois do regresso.

A (re)adaptação, em muitos casos, não foi fácil, e levou o seu tempo... A maior parte casou, teve filhos e netos e tentou ser feliz... Mas nunca mais foi o mesmo, tal como a água do Tejo que passa sob a sua ponte...

 2. Enfim, há que lembrar, por mor da verdade,  que, a partir de 1972, 
 os TAM (Transportes Aéreos Militares) compraram dois Boeing 707 e a rapazida passou a chegar mais depressa aos teatros de operações, mas também a casa, no regresso,  os que tiveram a estrelinha da sorte (ou a "santinha da sua devoção" ) a protegê-los... 

Que a guerra os esperava e já se fazia tarde, diziam os maiorais, também eles já cansados da guerra... Mas as saudades de casa, da terra, da Pátria / Mátria / Fátria, também eram mais do que muitas... Houve quem não aguentasse a espera do avião dos TAM e se metesse no avião da TAP, pagando a passagem do seu bolso...

O nosso blogue tem a  veleidade (utópica?) ou a pretensão (ingénua?) de tentar juntar o maior número dos que ainda estão vivos e ajudá-los a reconstituir o puzzle das suas memórias da guerra (e da Guiné, muito em particular)... 

Teima, ao fim destes anos todos, em pô-los a contar as histórias dos seus verdes anos. E a partilhá-las, neste blogue. Que, tal como  sugere a primeira foto de cima, é como a ponte, parece que treme, mas não cai... 

Que os bons irãs da Tabanca Grande nos continuem a proteger. E que no final do próximo ano de 2023, posssamos dizer: chegámos à meta dos 900 (*). Mesmo sabendo que a picada  da vida é cada vez mais dura e perigosa, "cheia de minas e armadilhas"... 

Ah!, e que daqui a uns meses, lá para abril ou maio, quando chegar a primavera (se lá chegarmos), tenhamos ainda a soberana e humana vontade de nos encontrarmo-nos, no XV Encontro Nacional da Tabanca Grande, que, recorde-se,  até chegou a estar  marcado para Monte Real, em 2 de maio de... 2020. (LG)
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 8 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23684: Mi querido blog, por qué no te callas?! (7): Campanha dos 900 membros da Tabanca Grande até ao fim de 2023... Toca a "tocar o burro"... Porque, como diz o provérbio guineense, Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...

Guiné 61/74 - P23758: Parabéns a você (2111): TGeneral PilAv Ref António Martins de Matos, ex-Tenente PilAv da BA 12 (Bissau, 1972/74)

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Nora do editor

Último poste da série de 1 de Novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23753: Parabéns a você (2110): José Carlos Gabriel, ex-1.º Cabo Op Cripto da 2.ª CCAÇ/BCAÇ4513/72 (Aldeia Formosa, Cumbijã e Nhala, 1973/74)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23757: Historiografia da presença portuguesa em África (341): A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Fevereiro de 2022:

Queridos amigos,
É obra que desconhecia totalmente, um dado curioso é que não consta da principal bibliografia da Guiné. Está profusamente ilustrado e contribui para desmontar o mito de que a renovação de Bissau fora obra de Sarmento Rodrigues e a sua equipa. As áreas habitacionais que ainda hoje estão de pé foram as casas para funcionários, e grande parte do Bissau Velho teve um enorme impulso no tempo de Ricardo Vaz Monteiro, o antecessor de Sarmento Rodrigues. É evidente que são textos apologéticos, há mesmo quem quase santifique o homem providencial que pusera ordem e autoridade na nação. Vale a pena os historiadores verem estas imagens da transformação de Bissau, era o desafio que se punha à capital. E há consenso nos louvores ao aeroporto marítimo e terrestre de Bolama, desconhecia-se naquele exato momento que em breve o hidroavião iria ser completamente ultrapassado e que estas zonas de amaragem deixariam de ter qualquer importância.

Um abraço do
Mário



A União Nacional e um retrato da Guiné em 1942 (1)

Mário Beja Santos

Trata-se de uma descoberta de algum modo surpreendente, edição de 1943, bem ilustrado logo à entrada com as figuras proeminentes do Estado Novo, com o Governador Ricardo Vaz Monteiro todo medalhado, um prefácio de aplauso pelas coisas boas que a era de Salazar trouxe à Guiné e agradecimentos do Governador a Gaspar de Oliveira, o Vice-Presidente em exercício da União Nacional da Guiné. Apresenta-se sob a forma de textos explicativos que procuram ressaltar o recente desenvolvimento da colónia, o Dr. António Francisco Borja Santos, Chefe dos Serviços da Administração Civil pronuncia-se sobre a organização administrativa da Guiné; o Padre António Joaquim Dias Dinis, já nosso conhecido, Pré-Perfeito Apostólico da Guiné aborda as missões católicas; o Serviço Médico-Sanitário apresentado pelo Dr. Fernando de Montalvão e Silva, Chefe dos Serviços de Saúde; Armando de Morais e Castro, Inspetor dos Serviços da Fazenda, deixa o seu olhar sobre a Guiné moderna; Ricardo Costa, Diretor dos Serviços de Alfândega tece comentários sobre o Estado Novo na administração financeira; Caetano de Sá, Chefe de Repartição dos Serviços Aduaneiros dá-nos o quadro da nacionalização do comércio na Guiné; o Eng.º José Pereira Zagallo, Director dos Serviços de Obras Públicas deixa-nos uma sinopse do Serviço das Obras Públicas… haverá outras intervenções, ficarão para próximo texto.

Não vão faltar apreciações laudatórias, logo o Dr. António Borja Santos: “Conheço a Guiné há dois anos apenas, mas pelo que tenho lido e ouvido no tocante à história da sua governação anterior à Revolução Nacional de 26, ela não era mais do que o reflexo da desorganização social, económica e financeira da Mãe Pátria. Com o advento da Revolução surge o grande Homem que Deus tinha reservado para o momento próprio. A Guiné é o reflexo de uma Mãe Pátria redimida”. E deixa um esboço sobre o plano de construções a executar, a reparação de estradas e pontes, a construção e reparação de edifícios nomeadamente em Cacheu, Mansoa, Bafatá, Farim, Buba, Gabu, Bolama, Bissau e Bijagós. O nosso já conhecido Padre Dias Dinis é um missionário com longo traquejo na Guiné, virá mais tarde revelar-se historiador. Recorda que a Santa Sé entregou aos missionários franciscanos, em 1941, a Prefeitura Apostólica para restauro. Os primeiros missionários franciscanos de Portugal Novo vieram em 1932, segue-se, no ano seguinte, as quatros irmãs franciscanas hospitaleiras portuguesas. Nesse mesmo ano é criada a Missão de Santo António de Bula. Enaltece o Asilo da Infância Desvalida, em Bor, e lembra que a creche acolhe os recém-nascidos, órfãos de mãe, e também aqueles que, por hábito e por crendice, o indígena repudia e condena a morte – o gémeos e os defeituosos.

O responsável pelo Serviço Médico-Sanitário refere os efetivos: 11 médicos, 40 enfermeiros, 11 enfermeiros auxiliares. Houvera aperfeiçoamentos nos hospitais de Bolama e Bissau; o grosso do orçamento para a saúde era canalizado para assistência medicamentosa gratuita. Morais e Castro, falando da Guiné moderna, entusiasma-se: “Em alguns dos pontos do interior da ilha de Bissau, embora sem altitude, há belezas tropicais iguais ou semelhantes às da Alta Zambézia”. Esse entusiasmo continua na escrita a falar dos desenvolvimentos operados em Bissau, Mansoa, Bissorã, Canchungo, Bafatá. Regista obras no porto de Bissau, a construção da ponte de Ensalmá, as casas dos funcionários, os edifícios hospitalares, a instalação de raios-X, os promissores aeroportos terrestres e marítimos de Bolama. Prosseguia a construção do Palácio do Governo e apoiava-se a missão católica portuguesa dos Felupes. Caetano de Sá intervêm sobre a nacionalização do comércio da Guiné: “A situação geográfica da Guiné impõe regime fiscal de importação com taxas inferiores às que vigoram nos territórios circunvizinhos. Tentou-se a nacionalização económica da Guiné sem êxito nos anos imediatos a 1892, pelo meio de largas concessões a explorações agrícolas, comerciais e industriais. Tentou-se em 1894 transferir para uma companhia a constituir por Mateus Augusto Ribeiro de Sampaio e Conde de Vale Flor direitos de soberania sobre todos os terrenos incultos e desocupados da Guiné, cuja administração a companhia devia assumir – só que a companhia não vingou. É verdade que a Guiné foi, por muitos anos, um feudo comercial das casas francesas e alemãs, em grande parte pela relutância ou receio dos capitais portugueses se empregarem na Guiné, considerada durante décadas como colónia de degredo ou cemitério de europeus. Surgiu então o arrojado empreendedor António da Silva Gouveia”. Refere-se à diminuição de encargos sobre as exportações, o que concorreu para o aumento da produção. E termina dizendo que a nacionalização do comércio e transportes se tinha iniciado em 1928 e continuava em ritmo progressivo.

Temos por último as obras públicas e o Eng.º José Pereira Zagallo tece considerações: “Um dos principais elementos para se avaliar do progresso e estado de civilização reside no desenvolvimento das obras públicas e na modernização da construção civil. De facto, podia uma colónia estar muito desenvolvida sob o ponto de vista social, agrícola, etc., mas se tivesse como edifícios construções primitivas habitadas por brancos, daria uma triste ideia do seu nível de vida e por certo diria que era somente terra de pretos”. Um ponto curioso era ele e outros autores acreditarem na época na importância do aeroporto de Bolama, é tempo em que os Clipper em viagem para a América do Sul faziam amaragem na baía de Bolama, mas foi tempo de pouca dura, dentro de em breve haverá um salto tecnológico na aviação e com o Super Constellation, o hidroavião teve os seus dias contados, a importância de Bolama desapareceu.

(continua)

Igreja e residência paroquial de Bolama em vias de conclusão em 1930
Fachada da Igreja de São José em 2017
Bissau 1915
Rua Dr. Oliveira Salazar no Bissau Velho anos 1960
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de Novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)

Guiné 61/74 - P23756: In Memoriam (460): Homenagem ao fundador da Casa da Académica de Lafões, Victor Barata, levada a efeito no passado dia 28 de Outubro de 2022, em Paredes Velhas, Vouzela

1. Em mensagem do dia 27 de Outubro, o nosso camarada Artur Conceição enviou-nos o recorte de jornal com a notícia de uma homenagem ao nosso camarada Victor Barata, falecido há exactamente um ano, fundador da Casa da Académica em Lafões, a levar a efeito no dia 28 de Outubro de 2022:

Olá amigo Carlos Vinhal
Mais um dos nossos vai ser homenageado
É já amanhã…

Um grande Abraço
Artur Conceição



2. Entretanto, pesquisando na net, encontrámos esta notícia do dia 19 de Outubro no Notícias de Vouzela, que com a devida vénia publicamos:

Fundador da Casa da Académica em Lafões vai ser homenageado no dia 28


O fundador da Casa da Académica em Lafões (CAL), Victor Barata (1951-2021), vai ser homenageado no dia 28 de Outubro, numa cerimónia de tributo a um homem que muito deu àquela instituição e sempre foi muito querido junto da comunidade regional. O evento vai consistir num jantar-convívio com um espectáculo de fado Coimbra e está a ser preparado por um grupo de amigos ligados à instituição com sede em Oliveira de Frades, que se encontra inactiva há vários anos.

Leia o artigo completo na mais recente edição do seu Notícias de Vouzela

...E no dia 27, no mesmo jornal:

A homenagem ao fundador da Casa da Académica em Lafões, Victor Barata, realiza-se esta sexta-feira, dia 28, no restaurante Cantinho da Céu, em Paredes Velhas. O evento tem início às 20h30 e incluirá um jantar e um momento musical com Fado de Coimbra.

Leia o artigo completo na mais recente edição do seu Notícias de Vouzela


3. Não temos mais pormenores mas congratulámo-nos por saber que o nosso saudoso camarada Victor Barata foi alvo desta homenagem pública por ter fundado a Casa da Académica de Lafões.

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Nota do editor

Último poste da série de 29 DE OUTUBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23748: In Memoriam (459): João Pedro Candeias da Silva (1950 - 2022), ex-Fur Mil At Inf, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (1973/74)

Guiné 61/74 - P23755: Historiografia da presença portuguesa em África (341): Centena e meia de referências bibliográficas sobre a Guiné-Bissau, da autoria de missionários, portugueses, italianos, guineenses e outros (Fr João Vicente, ofm)


Portal Diamoci Una Mano In Guine Bissau (em italiano e português)



Folha de rosto da página, na Net, "Dioceses da Guiné-Bissau", em português e italiano. Disponível aqui, embora a página esteja com "bugs" ou erros informáticos que impedem a sua visualização correta e completa. Não conseguimos encontrar a página no Arquivo.pt


1.  As missões e os missionários, nomeadamente católicos, estão profundamente ligados à história da presença portuguesa em África, e em particular, na Guiné-Bissau... Vários camaradas nossos, a começar pelo Beja Santos, o Paulo Salgado, o Arsénio Puim, e eu próprio,  têm fornecido aos nossos leitores diverso material de interesse para o conhecimento e aprofundamento deste tema. 

Além disso, vários missionários, italianos, ligados ao PIME - Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, são referidos aqui no nosso blogue: Mario Faccioli (1922-2015), António Grillo (1925-2014), Lino Bicari, Salvatore Cammilleri, Arturo Biasutti... Por uma razão ou outra, têm (ou tiveram) uma relação especial com a Guiné-Bissau e o seu povo (**). Tinham sede em Bafatá e, em 1970/71, o alferes graduado capelão e membro da nossa Tabanca Grande, Arsénio Puim, da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), frequentava com alguma regularidade a sua casa, como ele lembra no poste P6193 (**):

 "Foi na Casa destes que me 'refugiei' algumas vezes, para desanuviar o espírito do clima de guerra, para falar com outros colegas, para retemperar um bocadinho as forças e levar em diante, com a autenticidade que sempre prezei, a missão de padre da Igreja no Exército."

Na página acima referida, "Dioceses da Guiné-Bissau", encontrámos esta preciosa nota bibliográfica, assinada por  fr. João Vicente, ofm, com centena e meia de referência a trabalhos (alguns publicados em livro), da autoria de missionários, portugueses, italianos e outros, que escreveram sobre a Guiné-Bissau. Mas a maioria são italianos, e alguns com formação etnográfica e linguística. Vamos aqui reproduzi-la, essa nota, om a devida vénia. 

Refira-se que há autores que são já conhecidos, pelo menos de nome,  dos nossos leitores: é o caso, por exemplo,  do cónego Marcelino Marques de Barros, que tem 10 referências no nosso blogue; ou do padre Henrique Pinto Rema (n=9)


O que diferentes Missionários da Guiné-Bissau escreveram sobre a própria Guiné-Bissau

Por Fr. João Vicente, ofm

Introdução

O que se escreve não é tudo na vida, nem mesmo o mais importante. Mas também não deixa de ser verdade que “os escritos permanecem”, ao passo que as simples palavras…“o vento as leva”! Escrever é uma forma de lutar contra o esquecimento e a morte, além de ser também uma valorização e um sinal de respeito pelo trabalho dos nossos irmãos e irmãs. Infelizmente, os Missionários da Guiné-Bissau, tão generosos no trabalho pastoral e social, são frequentemente bastante descuidados no sentido de fixarem por escrito as alegrias e tristezas de seu trabalho missionário!

Mas, graças a Deus, também há alguns Missionários que são sensíveis a este valor do testemunho escrito e é graças a eles que o legado de cada geração se vai passando às gerações seguintes e é também desta maneira que nos habituamos a experimentar e a apreciar o valor e a felicidade de sermos uma grande Família espiritual ainda em crescimento: a Igreja-Família de Deus na Guiné-Bissau, que desde há mais de 400 anos se vem afirmando gradualmente no espaço geográfico onde nos encontramos, com algumas páginas brilhantes mas também com outras páginas sombrias, na sua missão de ser, apesar da fraqueza humana de seus membros, “sinal visível” e “fermento” do Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, o Seu Mestre e Senhor.

Com base nestes pensamentos, comecei há vários meses a coligir os escritos dos Missionários que viveram e trabalharam na Guiné-Bissau (mesmo que por um tempo muito breve) e que escreveram sobre as várias realidades deste país da África Ocidental.

Ao fim da recolha feita – e para surpresa minha! - tomei consciência de que, apesar da recolha não ser ainda exaustiva (algum dia o poderá ser?), ela revela já claramente que muitas e variadas coisas foram já realizadas mas que, infelizmente, quase todos os trabalhos escritos continuam ainda à espera de poderem ser impressos, apresentando-se apenas como simples escritos “policopiados”, ou seja: com um número reduzido de cópias, espalhadas por um pequeno grupo de amigos e frequentemente de difícil consulta para o grande público. 

São mais de 150 as obras aqui referenciadas, a maior parte delas dos últimos 50 anos, como é compreensível. No fim da leitura das mesmas, o leitor poderá, também ele, julgar do seu real valor e novidade.

Em termos de apresentação exterior das obras recolhidas, para distinguir as que são já impressas das que são apenas “policopiadas”, eu coloquei à frente das policopiadas justamente a designação “Policopiado”. Das que são já impressas, nada se diz, justamente para distinguir umas das outras mais facilmente.

Ficaria muito feliz e interiormente recompensado se viesse a saber que alguém, depois de ler estas linhas, se decide a completá-las ou corrigi-las, com outras referências aos trabalhos escritos de Missionários não referidos nesta minha recolha, ou com o apontar de alguma incorrecção nos documentos que agora apresento. De facto, não me iludo de que, em História, as recolhas são sempre incompletas e, consequentemente, a Verdade histórica nunca é definitiva !.

Na apresentação dos vários trabalhos escritos, seguirei a ordem alfabética, apenas por facilidades de consulta. Vejamos então:


ÁLVARES (P. Manuel), Etiopia Menor e Descrição Geographica da Serra Leoa (ano de 1616). Manuscrito existente na Sociedade de Geografia de Lisboa. Ano de 1616.

AMBONA (António), La famiglia Jola come fondamento della comunità cristiana e luogo della “traditio” della fede. Tese de licenciatura em Missiologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, Roma, 2009. Policopiado.

ANDREOLETTI (Luis), Ditus krioulos, isto é, Provérbios da língua crioula, colhidos na Guiné-Bissau desde 1947 a 1984. Milão, s/d (1984?).

ARAÚJO (Avito Fernandes de), Problemática matrimonial da disparidade de culto, no caso de alguém muçulmano com um cristão católico. Uma proposta para a diocese de Bafatá. Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, em Direito Canónico, ano de 2009. Policopiado.

BANHAL (Alberto Essondon), A Evangelização no mundo Felupe. Dissertação de fim de curso teológico, no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2010. Policopiado.

BARREIRO (Admir Cristiano), A figura do Divino no mundo tradicional Balanta (Patche). Dissertação de fim de curso teológico no Seminário Interdiocesano de Bissau, ano de 2009. Policopiado.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, ou breve notícia sobre alguns dos seus uzos, costumes, língua e origem de seus povos”, in Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1882.

BARROS (Marcelino Marques de), Sete Cartas aos padres do Seminário de Sernache do Bonjardim, entre 1868 e 1878, sobre variados aspectos da vida na Guiné, in Annaes das Missões Portuguezas Ultramarinas, Almanach de lembranças luzo-brasileiro, etc. Algumas dessas cartas foram já publicadas em nosso estudo “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense Marcelino Marques de Barros (1844-1929)”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (Lisboa, 1992), pp.438-455.

BARROS (Marcelino Marques de), “Guiné Portugueza, Rios de Farim e de S.Domingos, rio de Bissau, as portas e as chaves dos rios Boduco e Farato”, Bolama, 4-10-1880, in Annaes das Missões Ultramarinas, 1889.

BARROS (Marcelino Marques de), “Literatura dos Negros: contos, cantigas e parábolas”. Separata de A Tribuna, Lisboa, 1900, pg.3-122.

BARROS (Marcelino Marques de), “A mancarra”, in Revista portugueza colonial e marítima, 1897-98, vol.2º, 1º anno, 2ºsemestre, nº12, pp.797-801.

BARROS (Marcelino Marques de), “Carta ao Bispo de Cabo Verde sobre organização missionária da Guiné (31-12-1880)”, publicada por Henrique Pinto Rema, História das Missões Católicas da Guiné, Braga 1982, pp.311-315.

BARROS (Marcelino Marques de), “Coisas da Guiné”, Bissau, s/d., in Novo Almanach de lembranças luzo-brazileiro, ano de 1879.

BARROS (Marcelino Marques de), “O Guineense”, in Revista Lusitana, Lisboa:
- (1897-99): vol.V, pg.174-181; 271-300: tradições, ethnologia, apontoados gramaticaes.
- (1900-1901), vol. VI, pg.300-317: themas de syntaxe.
- (1902), vol. VII, pg.300-317: vocabulário portuguez-Guineense.
- (1907), vol. X, pg.306-310: textos em prosa e verso.

BARUFFALDI (Mario), Esboço de gramática para uma ligação cultural. Mansoa, 1984. Policopiado.

BASSANGUÊ (Tomás), Vulnerabilidade social: qual educação para crianças, adolescentes e jovens na Guiné-Bissau. Dissertação para bacharelato em Psicologia da Educação, na Pontifícia Universidade Salesiana. Roma, 2002. Policopiado.

BASSANGUÊ (Tomás), Dialogo e coscientizzazione come processo d’educazione dei giovani e degli adulti perl o sviluppo in Guinea Bissau. Dissertação para licenciatura em Psicologia da Educação, na Pontifica Universidade Salesiana. Roma, 2004. Policopiado.

BATTISTI (Ermano), Un cuore d’altri tempi, Pessano (Itália), s/d.

BAÙ (Gentile), Memorie-diario sulla Missione di Biombo (Guinea Bissau). Dactilografado, conservado no Centro Missionario franciscano de Monselice (Pádua). Um texto, revisionado em 2009 por P. Rino Furlato, com o título “Usi dei Papéis di Biombo”, encontra-se na Sede Custodial franciscana, em Bissau.

BERTO (Agnello), Mosaico Nero. Lonigo (Vicenza, Itália), 1964.

BIASUTTI (Arturo), Venti anni in Guinea Portoghese (1946-1966). Ricordi personali e privati del padre Arturo Biasutti del PIME. Marino, Villa Scozzese (Italia), 1967. Policopiado.

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SCANTAMBURLO (Luigi), Dicionário do Guineense. Vol.I: Introdução e notas gramaticais, Lisboa-Bubaque, 1999; Vol.II: Dicionário Guineense-Português / Disionariu guineensi-purtuguis. Lisboa-Bubaque, 2002.

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SCIOCCO (Davide), Gioia e Liberazione. Bolonha, 2001. (São cartas escritas, da Guiné-Bissau, aos amigos italianos).

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VICENTE (João Dias), “Subsídios para a biografia do sacerdote guineense, Marcelino Marques de Barros”, in Lusitania Sacra, 2ª série, 4 (1992), pgs. 395-470.

VICENTE (João Dias), “Padre Henrique Lopes Cardoso, um sacerdote guineense digno de ser conhecido”, in Soronda (revista de estudos guineenses), nº 17 (Janeiro de 1994), pgs. 145-189.

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VICENTE (João Dias), “Importância de dois Arquivos de Roma (A.S.Vaticano e Propaganda Fide) para a história da missionação na Guiné-Bissau”, in Itinerarium, nº 168 (2000), pgs. 481-541.

VICENTE (João Dias), “Quatro séculos de vida cristã em Cacheu”, in Itinerarium, nº132 (1988), pgs. 335-375. Integrado também no livro Mansas, Escravos, Grumetes e Gentio, Cacheu na encruzilhada das civilizações. Actas do Colóquio “Cacheu, Cidade antiga”(22-24 Novembro, 1988), coordenação de Carlos Lopes, Bissau-Lisboa, 1993, pgs.100-117.

VICENTE (João Dias), “Novos Subsídios para a história da primeira missão franciscana portuguesa na Guiné (1660-1834), in Itinerarium, nn. 112-113 (Janeiro-Agosto, 1982), pgs. 122-224.

VICENTE (João Dias), Guinea Bissau, Guiné-Bissau. (Livro de divulgação sobre variados aspectos da vida e história da Guiné-Bissau,, em versão italiana e portuguesa, publicado em Verona no ano de 2004, com valiosas fotos de Alessandro Tosatto)..

Fr. João Vicente, ofm

Fonte:  http://www.gbissau.org/diocese/Public_missionarios.htm (com a devida vénia...)

[ Revisão / fixação de texto / negritos / links, para efeitos de publicação deste poste: LG ]

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(**) Vd. poste de 20 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6193: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69 / Mai 71) (9): Os padres missionários italianos de Bafatá

(...) A primeira vez [que fui à Casa dos Padres Missionários Italianos em Bafatá] foi em meados de Junho de 1970 quando decorreu ali um encontro dos capelães militares do Sector Leste - Bafatá, Bambadinca, Galomaro, Nova Lamego e Piche – promovido e orientado pelo Capelão Chefe da Guiné.

Foram dois dias preenchidos com diversas reuniões de trabalho, onde os capelães presentes puderam, num ambiente de agradável convívio, analisar e reflectir sobre a sua missão e actividades, naturalmente vistas sob ângulos de opinião diferentes.

A encerrar o encontro teve lugar uma concelebração eucarística de ronco, um tanto ao estilo da Igreja no tempo do Estado Novo, que o Capelão Chefe Gamboa sabia muito bem valorizar, em que estiveram presentes autoridades militares e civis, assim como um bom grupo de chefes religiosos muçulmanos. À cerimónia, a que se pretendeu retirar qualquer conotação política e militar, deu-se o nome de Celebração Eucarística pela Unidade.

Lembro que ainda antes de regressarem às suas Unidades, os capelães foram brindados, pelo Comando Militar de Bafatá, com um longo roteiro pela zona norte, acompanhados dum pequeno pelotão de segurança, visitando os aquartelementos de Cantuboel, Cambaju e Fajonquito, que nos disseram ficar a cerca de 500 metros do Senegal.

Voltei a estar na hospitaleira Casa dos Padres Missionários Italianos, pelo menos, mais duas vezes, por menos tempo. Eram sempre excelentes ocasiões de repouso e de convívio, assim como de troca de opiniões sobre temas então muito actuais e vividos intensamente por muitas pessoas dentro da Igreja, como fascismo e colonialismo, Exército e Igreja, guerra e Guiné, além de outros temas de cariz religioso e eclesiástico.

Pude, assim, conhecer e aquilatar do trabalho que os Padres Missionários Italianos desenvolviam na Guiné, levados pelo seu espírito missionário arejado e contando com algum apoio financeiro do Governo Português. Um trabalho profundo, enraizado e isento, que assentou, essencialmente, na formação de cidadãos da própria Guiné, de forma que o desenvolvimento desta terra se pudesse fazer a partir de dentro, pelos próprios guineenses. Para isso, haviam fundado e dirigiam um Seminário em Bafatá, já então no terceiro ano de existência, e sei que projectavam construir um outro em Bissau, visando a formação de sacerdotes e catequistas nativos, sem os desenraizar do meio nem desafricanizar.

Uma acção que foi reconhecida por quantos tiveram oportunidade e interesse de observar o desempenho da Igreja na Guiné e dela esperavam que assumisse uma acção capaz de semear nesta terra o Evangelho, no seu espírito de justiça, liberdade e progresso.

Amílcar Cabral, numa entrevista dada depois da célebre recepção dos três líderes dos Movimentos africanos pelo Papa Paulo VI em princípios de 1971, e em que faz um forte ataque à Igreja na Guiné por considerar esta estar comprometida com a guerra colonial, não deixou de expressar o seu apreço pelos Padres italianos de Bafatá, assim como pelo Pe. António Grillo, que havia sido expulso na sequência do caso de Samba Silate. Uma imprudência de Amílcar Cabral, a meu ver, por poder dar origem a certos juízos políticos, na verdade infundados. (...)

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Vd. ainda postes de: