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terça-feira, 11 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23697: Convívios (944): Rescaldo do XXVII almoço/convívio dos Antigos Combatentes da Vila de Guifões, Matosinhos, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro em Santa Marinha do Zêzere, Baião (Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf)

Escadaria da Senhora do Sameiro - Penafiel. Foto de família dos Combatentes de Guifões participantes no XXVII Convívio

1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 10 de Outubro de 2022:

No passado dia 5 de Outubro de 2022, depois de dois anos de interregno, voltamos aos nossos convívios.

É sempre o dia em que os Combatentes da Vila de Guifões - Matosinhos, se reúnem para celebrar o seu convívio anual. Este ano, para o XXVII, o local escolhido foi a Quinta das Hortas, em Travassos, Santa Marinha do Zêzere, Baião.

Logo de manhã foi colocada 
uma coroa de flores no monumento aos Combatentes em Guifões.
Seguidamente fomos em dois autocarros com destino à Quinta das Hortas. Pelo caminho fizemos duas paragens para irmos confraternizando, a primeira em Penafiel e de seguida no Jardim do Sameiro, em Penafiel. Finalmente chegamos ao local do convívio, onde fomos recebidos pelas concertinas que nos deram logo ali as boas vindas.
Depois foi servido o almoço (serviço muito bom, aproveito para dar os parabéns ao Sr. César da Quinta das Hortas pela magnifica recepção que nos fizeram todo o tempo que lá permanecemos, não faltando com nada e com e qualidade), o tempo foi pouco para tanto convívio, mas tínhamos uma lembranças para oferecer a todos os combatentes na Guiné, e mais uma rosa para cada senhora.
A comissão do evento agradece ao senhor Presidente da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões, Sr. Eng. Pedro Gonçalves, por todo o apoio prestado à comissão deste evento.

Por fim foi o regresso novamente a Guifões, onde chegámos pelas 21 horas, uma viagem feita sem sobressaltos e com vontade de para o ano celebrar o nosso XXVIII convívio.


Albano Costa
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de Outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23692: Convívios (943): Rescaldo do Almoço / Convívio dos antigos Militares da CCAÇ 2797; Pel Canh S/R 2199; Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, levado a efeito no passado dia 8 de Outubro em Leça da Palmeira (José Alberto Mota, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 2797)

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23672: Mi querido blog, por qué no te callas?! (6): A todos os meus confrades, aqui deixo o registo de um punhado de reflexões sobre o futuro do nosso blogue (Mário Beja Santos)


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Ingoré > 1998 > Esta foto, com a Zélia Neno, ex-companheira do Xico Allen, chegou-nos por mão do Albano Costa, com a seguinte legenda: “Esta foto vale pela imagem, e os brancos em África converteram-se? Não é que ficaram a ver a Zélia [Neno] a puxar o burro, mulher de armas!"... A propósito, não temos tido notícia desta nossa amiga, "veteraníssima", uma das primeiras a integrar a Tabanca Grande...

Qual entretanto a relação desta foto com o tema desta série "Mi querido blog, por qué no te callas? "... Metaforicamente falando, o nosso blogue pode ser comparado a um burro velho mas teimoso, que se recusa a envelhecer e, no fim, a ir para o matadouro... 

Dizem que os burros podem viver entre 30 e 40 anos, em média, podendo excecionalmente chegar ao meio século...  Na Guiné do nosso tempo, eram já uma raridade, mas houve quem ainda os visse a carregar pesados sacos de mancarra e até se faziam  com eles umas "burricadas"... 

Enfim,  a experança média de vida do burro depende muito dos trabalhos impostos pelo dono e pelos cuidados que lhe são prestados... No caso do nosso blogue, a sua expetativa de vida já não pode ser tão grande: não é que o "burro" seja muito velho (tem 18 anos), os "donos" é que estão a ficar velhotes... (Atenção: 18 anos na Web é quase uma eternidade!)

Mas ao nosso blogue também se aplica o provérbio da Guiné, em crioulo: "Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti" (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado,  não anda)... 

Caros leitores, toca a... "tocar o burro"!... O mesmo é dizer: deem-nos dicas, façam-nos críticas, sugestões e comentários, depois de lerem este poste... que começa pro ser  um "aviso à navegação". 

Faltam-nos padrinhos e afilhados, o mesmo é dizer, "sangue novo"... A "velhice" tem que fazer a sua parte, "apadrinhar" os "periquitos"... Onde estão os "últimos soldados do império"? Qurem apanhou o 25 de Abril? Quem regressou nos últimos  aviões dos TAM e nos últimos navios T/T?

Este ano só entraram, até à data, 9 novos membros da Tabanca Grande, um por mês, e destes nove, três foram-no a título póstumo... O ano passado, que foi de pandemia (como o de 2020), tivems 31 novos membros, dos quais 13 a título póstumo...  

Amigos e camaradas da Guiné: não deixemos que sejam os nossos queridos mortos a alimentar os que ainda estão vivos...

Foto (e legenda): © Albano Costa / Zélia Neno (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 

1. Texto do nosso colaborador permanente, Mário Beja Santos, com data de 3/8/2022, e que só agora é publicado, por razões de oportunidade (*):

A todos os meus confrades, aqui deixo o registo de um punhado de reflexões sobre o futuro do nosso blogue

Meu caro Luís,
 
É de elementar justiça, a todos os títulos, dirigir-me primeiramente a ti, foi graças ao nosso reencontro, em 2006, que me abriguei no blogue que tu fundaste em boa hora e que se tornou no eixo principal das memórias da guerra da Guiné, é possuidor de um acervo incomparável, merecedor da atenção dos estudiosos das novas gerações, tal o valor da informação ali acumulada, isto para já não referir aquele imbatível acervo fotográfico que fará inveja a qualquer arquivo, em qualquer ponto do globo. 

Daí de saudar calorosamente pela porta que abriste ao companheirismo, à permanente assembleia dos camaradas da Guiné e outros visitantes, só num país ingrato como o nosso é que tu não és alvo de uma distinta consideração pelo que criaste de raíz e pelo inultrapassável serviço público que o blogue presta ao país.

Acompanho diariamente o blogue, não posso escrever sem olhar para o fruto do tempo, e constato que a nossa idade introduz limitações que devemos aprender a ultrapassar. Admito que possamos crescer um pouco mais, aceito perfeitamente que ainda há muito para dizer, mas estou seguro de que há condicionalismos irrefragáveis:  a 
concorrência de redes sociais, o facto da nossa memória se ir esgotando sobre o que vivemos e partilhamos com outros,  há qualquer coisa como meio século ou mais, o que atualmente se publica espelha essa rarefação e considero que chegou a hora de conjugarmos esforços para que se faça uma reflexão séria sobre o futuro do blogue.
  • primeiro, temos um potencial invejável, podemos com ele conviver com outros parceiros, logo todos aqueles blogues de antigos combatentes que queiram entrar connosco em parceria, mais não seja no intercâmbio de informações, notícia de obras publicadas, realização de eventos, etc.; 
  • há as instâncias universitárias onde se estuda a guerra colonial, em vários pontos do país, bem podíamos procurar estabelecer protocolos; 
  • há as bibliotecas, se é facto que a Biblioteca Nacional teoricamente recebe todas as publicações, nós não temos acesso fácil a edições de autor
  • há outras bibliotecas que estão prontas a cooperar (eu próprio beneficio da delicadeza do bibliotecário da Biblioteca da Liga dos Combatentes), 
  • há nas Forças Armadas instituições e publicações com quem nós podíamos intensificar o intercâmbio.
O blogue ganharia dimensão de um espaço mais amplo, sem detrimento da manutenção dos nossos conteúdos específicos.

Mais cabeças poderiam seguramente contribuir (e de certeza com aportes mais válidos) sobre o futuro do nosso blogue. É esta dimensão de património histórico-cultural que eu venho pôr à vossa consideração, sugerindo ao fundador do blogue que organize oportunamente um encontro de gente disponível que traga na sua agenda sugestões de engrandecer o futuro do blogue, não devemos desdenhar as nossas idades e legar às novas gerações este dever de memória que diariamente acarinhamos aqui. 

É o que sumariamente me ocorreu de dizer-vos, tenho 77 anos, gozo felizmente de alguma saúde e não sinto qualquer abalo no meu entusiasmo em manter de pedra e cal a colaborar regularmente com o blogue

Que o debate nos ajude a preparar um risonho amanhã, para que todos os nossos testemunhos não fiquem gelificados num qualquer arquivo. 

Recebam a muita cordialidade do Mário


2. Já em tempos, em  21/11/2017, o Mário tinha partilhado connsoco algumas das preocupações e reflexões sobre o futuro do blogue. Como não temos a certeza de ter sido publicado, aqui fica o texto, em complemento do que acima reproduzimos:

Caríssimo Luís,
Saúde e fraternidade,
De há uns meses a esta parte que te ando para escrever. Cumpre-se a ordem natural da vida, nós e os nossos companheiros de blogue vamos envelhecendo, as inscrições de novos bloguistas chega naturalmente a conta-gotas, enfim, não podemos reinventarmo-nos, estamos insistentemente numa atmosfera de manutenção, a criatividade terá os seus dias contados.

Devemos saber prever os próximos anos, é uma pertinência e é um ato de responsabilidade: como manter vigoroso, interativo e muito útil o nosso blogue? Só a ti cabe tomar uma decisão de revigoramento.

Eu venho dar uma sugestão e nada mais. Faria uma curta reflexão sobre o futuro do nosso blogue a partir dos dados da atualidade, convidaria aí uns 20 camaradas para uma jornada de reflexão, num qualquer ponto do país, umas boas horas a partir pedra e a juntar ideias salutares para um futuro promissor.

Adianto algumas ideias da minha lavra:

  • alargar as parcerias com os três ramos das forças armadas, pedindo-lhes intercâmbio do que tem a ver com o passado e presente da Guiné – artigos, memórias, cooperação, etc;
  • estabelecer um protocolo com os demais blogues relacionados com a guerra da Guiné, sempre na perspetiva do intercâmbio, do noticiário, de uma bolsa de artigos de opinião
  • pedir entrevistas aos Pupilos do Exército, ao Colégio Militar, Academia Militar, propondo-lhes visitas de camaradas nossos para falar da Guiné e daquela guerra.

    Não me quero estender mais, exigi a mim próprio notificar-te que temos uma vida curta pela frente e gerámos um património que é inalienável e fulcral para qualquer investigaçã séria que se venha a fazer no futuro sobre a guerra da Guiné, seja a que título for. Depois dizes-me o que pensas.

    Um abraço sempre fraterno do Mário.
    __________

    Nota do editor:

    Último poste da série > 3 de março de  2021 > Guiné 61/74 - P21964: Mi querido blog, por qué no te callas?! (5): O que irá acontecer aos nossos blogues e demais sítios na Net quando, pela ordem natural das coisas, formos transferidos para o Batalhão Celestial? Considerações sobre o futuro (Rogério Freire, fundador e editor do sítio CART 1525 - Os Falcões)
  • segunda-feira, 8 de agosto de 2022

    Guiné 61/74 - P23507: Agenda cultural (819): No passado dia 2 de Julho de 2022, foi apresentado, na Casa Pia de Lisboa, o livro "Alfredo Ribeiro – História, Memória, Saudade - O Universo Casapiano", da autoria de Luís Vaz. Alfredo Ribeiro foi Furriel Miliciano na CCAÇ 4150/73 (Albano Costa)

    1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 5 de Agosto de 2022:

    Boa tarde Vinhal
    No passado dia 2 de julho foi feita a apresentação na Casa Pia de Lisboa do livro sobre a vida de um casapiano que passou pela guerra do ultramar, na Guiné, o Alfredo Ribeiro que foi furriel-miliciano na minha Companhia.

    O título do livro é:
    "Alfredo Ribeiro – História, Memória, Saudade - O Universo Casapiano", por Luís Vaz.

    Agradeço a publicação
    Albano Costa



    SINOPSE

    Sobre o livro:

    Alfredo Ribeiro era um homem empenhadamente trabalhador, humano e de uma honestidade rara. É recordar o período posterior - a Abril de 1974.
    Estamos perante alguém que não capitulou sob as vicissitudes da vida, enfrentando-as com estudo, trabalho, dedicação e alegria, desde criança até à sua morte.

    Detalhes do produto:

    Alfredo Ribeiro de Luís Vaz
    ISBN 9789727808144
    Edição/Reimpressão 07-2022
    Editor: Âncora Editora
    Idioma: Português
    Dimensões: 149 x 229 x 18 mm
    Encadernação: Capa mole
    Páginas: 312
    Tipo de Produto: Livro
    Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos
    Preço: 16,20€

    Com a devida vénia a Wook.pt

    ____________

    Nota do editor

    Último poste da série de 4 DE AGOSTO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23490: Agenda cultural (818): apresentação, às 17 horas, em Ferrel (dia 8) e no Baleal (dia 15), de dois novos livros de Joaquim Jorge (ex-alf mil at inf, CCAÇ 616, Empada, 1964/66): (i) Versos ao Acaso; (ii) Baleal: Beleza, Encanto, Fascínio!

    terça-feira, 6 de outubro de 2020

    Guiné 61/74 - P21423: Efemérides (336): No dia 5 de Outubro, homenagem aos Antigos Combatentes de Guifões falecidos em campanha e depois de regressados da Guerra do Ultramar (Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150)


    1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 5 de Outubro de 2020:

    Hoje, dia 5 de Outubro, dia da implantação da República, os ex-Combatentes na Guiné, da Vila de Guifões, comemorariam o seu 25.º convívio, mas o estado actual em que nos encontramos devido ao Covid-19, fez com que o nosso convívio ficasse adiado para o próximo ano.

    Mesmo assim não quizemos deixar passar o dia sem prestarmos uma singela homenagem a todos os combatentes do ultramar que já nos deixaram, e pelas 10 horas, em frente ao nosso monumento na Vila de Guifões, foi colocada uma coroa de flores, gentilmente oferecida pela senhor Eng. Pedro Gonçalves, Presidente da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões.

    Um abraço
    Albano Costa

    Seguem-se as fotos alusivas ao acto.

    ____________

    Nota do editor

    Último poste da série de 28 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21399: Efemérides (335): Cumpre-se hoje 28 de Setembro, 53 anos da minha chegada à Guiné no HC-54 Skymaster 7504. Uma memória com mais de meio século (Mário Santos, ex-1.º Cabo MMA)

    terça-feira, 22 de maio de 2018

    Guiné 61/74 - P18663: Memória dos lugares (376): Cheche , rio Corubal e Madina do Boé, uma trilogia trágica (Xico Allen / Zélia Neno / Albano Costa)


    Foto nº 1


    Foto nº 2 


    Foto nº 3


    Foto nº 4


    Foto nº 5

    Guiné-Bissau > Região do Boé > > Boé > 1998 > Embora esta zona ainda hoje seja pouco habitada, o Xico Allen encontrou e fotografou população civil quando lá esteve em 1998, com o António Camilo, o algarvio, e outros camaradas, mais a sua ex-esposa, Zélia Allen (, hoje Zélia Neno, ,membro da nossa Tabanca Grande). Na época o grupo de portugueses que se deslocou ao Boé, partiu de Quebo (Aldeia Formosa), tomando uma picada existente sempre junto à fronteira com a Guiné-Conacri até á povoção do Boé, nas proximidades da antiga Madina de Boé, nosso aquartelamento e tabanca (, cuja retirada, recorde-se, foi no dia trágico de 6 de fevereiro de 1969).

    No regresso, o Xico Allen e amigos vieram pelo Cheche [foto nº 4], onde atravessaram o Rio Corubal, seguindo depois para o Gabu (ex-Nova Lamego). Em Cheche, ponto de cambança, fizeram questão de lembrar (e rezar por) os 46 camaradas desaparecidos (mais 1 civil) no trágico acidente de 6/2/1969, no decorrer da Op Mabecos Bravios.

    Trinta anos depois da retirada de Madina do Boé (em 6 de fevereiro de 1969) ainda continuavam vísiveis os sinais das emboscadas e das minas... Restos de viaturas das NT abandonadas  eram verdadeiros fantasmas dos tempos de guerra... Julgamos que entretanto, nestes últimos 20 anos, foram retirados ou destruídos todos estes vestígios "arqueológicos" da guerra colonial. [Fotos nºs 1, 2 e 3]

    Na realidade, eram fntasmas da guerra colonial que, de tempos a tempos, perturba(va)m a paisagem e o viajante...

    A foto nº  4 foi tirada intencionalmente no meio do rio Corubal, de trágicas memórias para as NT, vemdo-se ao fundo a praia fluvia do Cheche, com rampa de acesso, na viagem de regresso a Quebo (Aldeia Formosa) - Boé - Cheche- Gabu (Nova Lamego).

    A foto nº 5 mostra a famosa fonte da Colina do Boé, com ornamentação de azulejo português, pintado à mão, de 1945.  Os vestígios de impacto de balas de armas automáticas são mais do que óbvios.
    O Xivo Allen

    Esta famosa fonte da Colina do Boé é um sítio onde se concentra(va) alguma população civil da escassa que há (havia) nesta região semidesértica, e a única da Guiné que é, de resto, acidentada (com cotas que sejam quase aos 300 metros).


    Fotos (e legendas): © Francisco Allen / Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

    1. O Xico Allen (ex-1.º cabo at inf, CCAÇ 3566, "Os Metralhas", Empada, 1972/74, foto à direita), é  um dos primeiros membros da Tabanca Grande, registados em 2006,  tal como o Albano Costa,   foi um dos primeiros camaradas a voltar á Guiné, depois da independência. E nos últimos anos chegou lá mesmo a lá viver.

    De acordo com as memórias da Zélia Allen, também nossa tabanqueira, o casal Allen visitou a Guiné do pós-guerra, em abril de 1992, mais um outro casal, o Artur Ribeiro e a esposa. Voltaram em 1994, desta vez foram 3 casais e conseguiram ir a Empada, onde o Xico tinha feito a sua comissão. Uma terceira viagem ocorreu em 1996 e uma quarta em 1998.

     E prossegue a ex-esposa do Xico, a Zélia Neno:

    "Lá chegados, passamos uns 2 dias em Bissau e, num jipe alugado, viajámos para o interior, tendo como destino Empada, onde estivemos 2 dias. Aí sim, a experiência foi única até hoje, pois dormimos, comemos e tomamos alguns banhos na tabanca, onde luz só a da lua, das estrelas e da nossa lanterna pois desde a saída da tropa portuguesa não mais houve energia assim como outros bens essenciais, desde material escolar, medicamentos e alimentação. Os banhos, se assim se podem chamar, eram feitos despejando cabaceiras cheias de água retirada de um poço que gentilmente algumas mulheres nos iam entregando, fazendo-os passar por cima de um cercado e que funcionava como banheiro e não só...

    (...)"No sábado regressámos a Bissau(...). No domingo à noite, com a chegada do avião,iria juntar-se a nós um grupo de 10 pessoas, 7 deles ex-combatentes, na sua 1ª romagem de saudade que,  como todos os outros era a concretização de um sonho, sendo um deles o Sr. Casimiro, aqui do Porto, que se fez acompanhar pelo seu jovem genro, o Carlos, e outros seus amigos e companheiros de guerra, tendo então eu a oportunidade de conhecer o Sr.Armindo, de Moreira de Cónegos, o Sr. Camilo, do Algarve, o Sr. Pauleri, de Vizela, o Sr.Amílcar, aqui de Gaia, único que levou a esposa sendo assim eu beneficiada pois tive companheira para o resto da estadia e dos restantes lamentavelmente não me recordo dos nomes.

    "O que não esquecerei nunca, foi poder ver a alegria misturada com a emoção, quando chegámos a Jumbembem, local bem conhecido deles, pois mais não me pareciam do que crianças irrequietas em pleno Portugal dos Pequeninos, tentando ver todo o canto e recanto onde viveram outrora." (...).




    Guiné > Região do Boé > Rio Corubal > Cheche > 6 de fevereiro de 1969 > A famigerada jangada que servia para transporte de tropas e material, numa das últimas travessias, aquando da retirada de Madina do Boé. Foi neste pedaço de rio que pereceram 46 militares e um civil.

    A foto, histórica, é do comandante da Op Mabecos Bravios, o então cor inf Hélio [Augusto Esteves ] Felgas (1920-2008). Reproduzida com a devida vénia de Camões - Revista de Letras e Culturas Lusófonas, n.º 5, abril-junho 1969, pág. 15 (publicação editada pelo Instituto Camões; o n.º 5, temático, foi dedicado ao "25 de Abril, revolução dos cravos).


    2. Julgo que,  para a Zélia,  aquela, a de 1998, foi a sua última viagem à Guiné, mas não para o Xico, que continuou a lá ir rgulamente. As fotos que hoje republicamos, em formato "extra large", são dessa viagem de 1998, em que o Xico, a Zélia, o Camilo e outros camaradas e amigos, que foram até à região do Boé, a partir de Quebo, no sul, seguindo a estrada junto à fronteira. Estiveram em Boé, não sei se chegaram a ir a Beli, e seguiram depois pela antiga picada que, indo por Cheche e Canjadude, ia dar a Gabu (Nova Lamego)... 

    Fizeram, por isso, o mesmo percurso das NT, no âmbito da Op Mabecos Bravios (1-7 de fevereiro de 1969), ou seja a picada Madina do Boé-Cheche-Canjadude-Gabu. 

    Xico Allen (Vila Nova de Gaia)
    Estas fotos do Xico Allen têm um enorme interesse documental (tal como as fotos do álbum do Manuel Coelho, ex-fur mil trms da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68), embora já tivessem sido publicadas, em formato reduzido,  em 6/2/2006, no poste 500 (*).


    Na altura, o Xico ainda não era nosso tertuliano (ou tabanqueiro), alegadamente por não ter endereço de email... Mas creio que já estava reformado da atividade bancária. Aliás, em conhecia-o, pessoalmente, a ele, ao Albano Costa , ao Hugo Costa e ao Zé Teixeira, em 31/12/2005, na Madalena, Vila Nova de Gaia, quando me fizeram
    uma visita de surpresa, na casa dos meus cunhados onde passei o Natal e o Ano Novo.

    Albano Costa (Matosinhos)
    Foi o Albano Costa quem , nesta transação, serviu de intermediário, sendo ele mais antigo no blogue (, é membro da nossa Tabanca Grande desde 21/11/2005).  Eis um excerto da mensagem do Albano (que voltaria à Guiné em 2000):

    "Caro amigo Luís Graça: Envio sete fotos sobre Madina de Boé, a picada onde foram destruídas várias viaturas durante a guerra colonial, a fonte da Colina de Medina e a população civil de Madina. Luís, vou procurar nos meus arquivos para ofereceres essa imagem ao Mário Dias de uma placa que existe no Boé sobre o Domingos Ramos [, seu amigo e camarada do 1º CSM - Curso de Sargentos Milicianos, em 1959],

    "Estas fotos são do arquivo do Francisco Allen: ainda hoje estive com ele, fica contente em saber que são úteis, as fotos. Um abraço, Albano Costa".



    Guiné > Carta da província > 1961 > Escala 1/500 mil > Pormenor da região do Boé > .Pormenor do Gabu (Região de Gabu), passando pela antiga Madina do Boé, Cheche e Canjadude.

    Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018).


     3. Comentário do editor LG:

    A independência unilateral da Guiné-Bissau foi declarada em 24/9/1973, não em Madina do Boé (como fez  crer a propaganda do PAIGC durante muitos anos...), mas na região fronteiriça, a leste, alegadamente em Orre Fello, perto de Lugajole, mas já em território da Guiné-Conacri.  Por razões óbvias de segurança... Foi uma das maiores operações de propaganda (e de ofensiva diplomática), a nível interno e externo, dirigidas pelo  PAIGC, já órfão do seu líder histórico, Amílcar Cabral.

    Sobre o desastre do Cheche [, o toponómimo correto é Ché-Ché, mas todos dizemos e escrevemos... Cheche], vd aqui.

    E a propósito, apraz-me dizer, aqui, aos meus amigos e camaradas da Guiné, que há umas semanas atrás, apareceu-me agora, ao telefone, o Diniz, o ex-alf mil José Luís Dumas Diniz (, da CART 2338), responsável pela segurança da coluna da retirada de Madina do Boé, a fatídica coluna que teve o trágico acidente, na travessia de jangada,  no Rio Corubal, em Cheche, em 6 de fevereiro de 1969 (. Eu já estava mobilizado para a Guiné mas lembro-me da comoção que me provocou a notícia, que foi título de caixa alta  nos jornais de Lisboa)...

    O Diniz foi julgado, creio, em tribunal militar, e foi absolvido... O próprio Spínola terá sido uma das testemunhas de defesa... Era preciso um "bode expiatório", o elo mais fraco da cadeia hierárquica...  Ele quer dar-me/nos a versão dele... Vou combinar um almoço com ele... Ele chegou até nós através do Fernando Calado, nosso grã-tabanqueiro, outro camarada e amigo desse tempo (Bambadinca, CCS/BCAÇ 2852, 1968/70)... 

    Portanto, felizmente,  o Diniz está vivo e está disposto a falar.,, Já correram rios de tinta sobre o desastre de Cheche, mas falta-nos, em primeira mão, o depoimento de um ator-chave, o nosso camarada responsável pela segurança da jangada... Ele vive entre Cascais e Coruche, se bem percebi... Um dia destes, eu, ele e o Fernando Calado, vamos até à Casa do Alentejo pôr a conversa em dia... LG

    terça-feira, 16 de janeiro de 2018

    Guiné 51/74 - P18217: Em busca de... (286): Camaradas do Pel Mort 2114 (Tite, 1969/71) (Joaquim Pereira da Silva, Custóias, Matosinhos)





    1. O nosso camarada Joaquim Pereira da Silva, residente em Custóias, Matosinhos, telefonou-nos para saber de 2 camaradas do seu Pel Mort 2114 (Tite, 1969/71), mobilizado pelo RI 2 (Abrantes) (*):

    i) Lino Duarte Meneses (Benfica, Lisboa);

    ii) Francisco Paulinho Sevinha dos Santos (Trafaria, Alamada).

    Os três eram soldados de armas pesadas de infantaria. o Joaquim Pereira da Silva é da Tabanca de Matosinhos, amigo do nosso grã-tabanqueiro Albano Costa, de Guifões, que lhe facilitou os contactos...

    Enfim, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Vamos ver o que conseguimos apurar, e nomeadamente pôr os três (ou mais) camaradas do Pel Mort 2114, de novo em contacto... Não temos infelizmenmte nenhuma referência a esta (e muitas outras subunidades) de armas pesadas de infantaria (**),

    _________________

    Notas do editor:

    (*) Último poste da série >  17 de dezembro de 2017 >Guiné 61/74 - P18094: Em busca de ... (285): Camaradas do meu pai, João Arindo Canha, que pertecenceu ao Pel Caç Nat 57, e esteve em Cutia, na região do Oio (Henrique Canha)

    (**) Vd. poste de 15 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18214: Pelotões de Morteiros mobilizados para o CTIG: elementos históricos e estatísticos (Jorge Araújo).