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sábado, 17 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24408: Efemérides (396): 17 de Junho, o Dia da Consciência, em memória de Aristides Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque) - Parte I: Carta enviada às dioceses portuguesas


Aristides de Sousa Mendes, consul português de Bordéus, 1940.

Cortesia de Fundação Aristides de Sousa Mendes.

1. Mensagem do nosso amigo e camarada João Crisóstomo, Nova Iorque:

Data - 4 jun 2023 10;34
Assunto - Hello, de Nova Iorque

Meus caros Luís Graça e Alice,

Desculpem o meu silêncio. Tenho tentado "segui-los” e, quando descubro algo bom, fico logo contente, como por exemplo de ver o Luís a apanhar uma boleia dum camarada para poder estar também presente num encontro. Nem o blogue tenho seguido com o cuidado e carinho que merece. Mas, mesmo sem enviar abraços individuais como devia fazer, não me passaram despercebidos aniversários de nossos camaradas; como não deixei de ler sobre encontros — um deles em A-dos-Cunhados terra onde nasci, e por isso senti pena, quase raiva, de não ter podido ter presente; e os posts de especial interesse para mim como o do Abel Rei e outros falando sobre Enxalé, Xime e Bambadinca… e alguns “hellos” especiais, enviados de camaradas na diáspora de quem há muito não sabia nada.

Como os “avisei" por telefone há tempos atrás, a data de 17 de junho (Dia da Consciência) (*) tem-me exigido todo o tempo. Nas últimas duas semanas, desde o momento em que a Vilma partiu (foi passar uns tempos à Eslovénia, sua terra natal), nada mais tenho feito, 24 sobre sobre 24 horas, nem mesmo descansar, pois foram várias as noites em que nem fui à cama. Aliás foi uma das razões, além de outras de carácter burocrático, que me forçou a ficar aqui e não acompanhar a Vilma à Eslovénia. Mas, graças ao WattsApp, temos-nos visto e falado todos os dias.

Sobre este “Dia da Consciência” para quem o assunto tiver interesse, dado a sua ligação com o nosso Aristides de Sousa Mendes, vou-te enviar cópia da carta que enviei mundo fora para (71 países), individualmente pois eu não sei fazer esses milagres de internet que para gente mais sabida em coisas digitais é o pão de cada dia. E da carta que enviei individualmente a todas as dioceses portuguesas. Embora ainda cedo, que ainda faltam duas semanas, envio-te também algumas respostas já recebidas. (**)

Muito provavelmente este ano fico-me por aqui, a não ser que alguma razão de força maior me obrigue a ir a Portugal. Redobrada será a satisfação quando nos encontrarmos na próxima vez.

Um abraço com saudades , 
João


2. Carta enviada para as dioceses portugueses, por João Crisóstomo:

Founder and coordinator of the “Day of Conscience Project”
Vice President of Angelo Roncalli International Committee
Raoul Wallenberg Foundation, New York
tel 1 917 257 1501; E mail crisostomo.joao2@gmail.com


Saudações amigas de Nova Iorque e os meus respeitosos cumprimentos.

As palavras de Sua Santidade o Papa Francisco na sua audiência geral de 17 de Junho de 2020 foram estímulo grande para o projecto Dia da Consciência, que temos vindo a celebrar desde 2004, 50.º aniversário da morte de Aristides de Sousa Mendes.

Devido à pandemia que assolou o mundo até recentemente, pouco aconteceu nos últimos dois anos, salvo algumas excepções como a lembrança e celebração deste dia por Sua Eminência Dom Manuel Clemente em Lisboa no ano passado. Queremos agora recomeçar e reavivar a lembrança e celebração do Dia da Consciência, acentuando a sua ligação entre a corajosa decisão de Aristides de Sousa Mendes e a sua consciência cristã.

Venho pedir a Vossa Excelência o seu apoio e participação na diocese de_________ neste “despertar de consciências”. Fui motivado a esta decisão de contactar as conferências episcopais mundo fora, e no caso de Portugal de fazer um pedido directo às dioceses individualmente, por uma experiência que tive com o nosso saudoso bispo D. Daniel Henrique.

Em junho de 2018 pedi a Sua Excelência, quando Dom Daniel Henrique era ainda Vigário em Torres Vedras, o seu apoio e participação neste projecto. A sua resposta a 14 desse mês foi <<... Com todo o gosto farei referência, na homilia e na Oração dos fiéis das missas do próximo domingo a este assunto e tratarei de o divulgar entre os colegas das 20 paróquias da Vigararia de Torres Vedras, assim como no Jornal Badaladas...>>

Inspirado neste contacto em 2021 enviei uma carta a diversas conferencias episcopais mundo fora. Os resultados foram gratificantes nesse ano, com muitas respostas positivas, da Bélgica às Filipinas.

Para este ano 2023, enviamos recentemente uma carta (que junto a seguir a esta) a muitas conferências episcopais pelo mundo fora com resultados já gratificantes, desde a Belgica << As we did in 2021…>>... Irlanda << The Commission recommended to the Bishops that they might consider the implementation of this initiative within their dioceses.>>…. Malasia <<I have forwarded your mail to all the bishops …>>;… Zimbabwe <<Greetings from Zimbabwe... We have circulated the letter to all the bishops>>...

Em resposta a uma pergunta sobre como celebrar o “Dia da Consciência" fui instruído de que "since the “Day of Conscience” has been celebrated since 2004 on June 17, there is no reason to change to another date… (and also that) … there is no reason to prevent it ( the Day of Conscience) from being mentioned at the Masses of the previous Sunday before June 17, as a way to reach a wider audience so that the “Day of Conscience” message can be spread and made known in church bulletins and all other ways available, including other media and social media”.

A situação, em muitas vertentes confusa e caótica do mundo de hoje, exige um movimento de Renascimento para um mundo melhor. O "Projecto Dia da Consciência" tenta vir ao encontro deste. A semana 11 a 17 de Junho, dedicada a um “despertar de consciências” assume especial relevância este ano, num contexto de preparação para o Encontro Mundial da Juventude em Agosto.
(Negritos nossos, editor LG)

Porque achamos que Portugal deve liderar este movimento de despertar de consciências, projecto inspirado e nascido pela sua ligação a Aristides de Sousa Mendes, decidi contactar as dioceses portuguesas individualmente. E neste sentido vimos pedir a Vossa Excelência que a mensagem inerente ao Dia da Consciência receba a relevância que Vossa Excelência ache apropriada, nomeadamente que seja mencionado nas missas do dia 11, domingo anterior ao dia 17, em todas as paróquias de__________ .

Na esperança dum bom acolhimento a este meu pedido e o favor de uma resposta, queira aceitar os meus respeitosos cumprimentos.
João Crisóstomo

(Continua)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

1 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21128: Efemérides (329): "17 de junho, o Dia da Consciência", o historial de uma causa em que o mundo (, o Vaticano incluído,) relembra o exemplo inspirador do diplomata português Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque)

17 der junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23361: Efemérides (371): 17 de junho de 2022, Dia da Consciência, em memória de Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Eslovénia)

(**) 13 de junho de  2023 > Guiné 61/74 - P24396: Efemérides (395): Leça da Palmeira comemorou, mais uma vez, o 10 de Junho e homenageou os seus Combatentes caídos em Campanha (Núcleo de Matosinhos da LC / Carlos Vinhal)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P24016: Efemérides (380): Hoje, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (João Crisóstomo, Nova Iorque)

Capa do livro  de Judith C. E. Belinfante et al. - "The Esnoga: a monument to Portuguese-Jewish culture" [A Esnoga: um monumento à cultura judaico-portuguesa]. Amsterdam, D'Arts, 1991, 95 pp. (tr. do neerlandês): mais de 85% da comunidade judaica, de origem portuguesa (sefardistas), morreu no Holocausto (cerca de 3700 em 4300 membros) (*)

(...) "A 27 de janeiro assinala-se, anualmente, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Este dia foi implementado através da Resolução 60/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a 1 de novembro de 2005.

O propósito deste dia é não esquecer o genocídio em massa de seis milhões de judeus pelos Nazis e respetivos colaboracionistas. Este constitui um dos maiores crimes contra a Humanidade de que há memória. Por outro lado, pretende-se educar para a tolerância e a paz, bem como alertar para o combate ao antissemitismo.

A Comissão Europeia, a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), a ONU e a UNESCO criaram a campanha #ProtectTheFacts, como forma de combater o negacionismo e a desinformação em relação ao Holocausto." (...)


Fonte: Eurocid (com a devida vénia...)


Fonte: Cortesia de Luso-Americano, 19 de janeiro de 2018

1. Mensagem do nosso camarada e amigo João Crisóstomo, com data de 25 do corrente, às 03:11:

Meu caro Luís Graça,

De há já algum tempo para cá tenho-me cingido a "passar os olhos” pelos títulos dos postes no nosso blogue, pois que,  apesar de “reformado" e não sei que mais, o tempo não tem dado para mais. Hoje porém ao ver o título deste último blogue "a sinagoga portuguesa de Amsterdão… e a história incrível da sua comunidadede" (*), tive de arranjar tempo para o ler. Em boa hora o fiz; e logo decidi deixar um comentário ao excelente artigo. 

Embora nunca tenha visitado Amesterdão, por razões várias, o assunto não me é totalmente desconhecido. Mas fiquei impressionado pela abrangente, mas sucinta e  bem organizada maneira como o nosso editor conseguiu em poucas palavras informar e esclarecer o assunto em questão.  

Este artigo é ainda mais pertinente porque estamos em vésperas do dia do Holocausto.
E por isso permito-me enviar-te algumas informações relacionadas com este dia, celebrado a 27 de Janeiro. Deixo ao teu critério o publicares ou não.

Para evitar mal entendidos devo esclarecer que não sou judeu. Por vezes fazem-me essa pergunta e parece ficarem surpreendidos quando respondo negativamente. O meu envolvimento em assuntos relacionados com o judaísmo aconteceu quase por acaso ao saber da figura do nosso grande humanista Aristides de Sousa Mendes.


O cônsul de Bordéus, Aristides Sousa Mendes
(Cabanas de Viriato, 1885 - Lisboa, 1954)

Independentemente de quaisquer outras considerações, o meu primeiro interesse era o de dar a conhecer ao mundo o nosso grande humanista português. E, como no caso de cerejas, vim a saber depois de outros humanistas que estavam meio esquecidos e mereciam e deviam ser conhecidos: O diplomata brasileiro Luís Martins de Sousa Mendes, Angelo Roncalli -- depois papa e “ Santo” João XXIII, e outros.

E foi no decorrer destes reconhecimentos que vim a saber da existência da Sinagoga de Amesterdão, e das duas primeiras sinagogas nos Estados Unidos - ambas construídas por portugueses ou luso-descendentes, como se pode ver ainda hoje pelos nomes bem portugueses gravados em pedra: a "Touro Synagogue” em Newport, estado de Rhodes Island ; e a “Portuguese- Spanish Synagogue” em Nova Iorque.

E muito haveria para adiantar, mas sei que outros o podem fazer muito melhor do que eu.

Neste momento quero apenas mencionar duas coisas que me chamaram a atenção: a publicação de mais um livro intitulado “ In the Garden of the Righteous “ sobre Salvadores do Holocausto ainda pouco conhecidos, este da autoria de Richard Hurowitz, publicado hoje mesmo pela “Harper”. O conceituado “ Wall Street Journal” publica sobre ele um grande artigo de apresentação.


Capa do livro 
 de Richard Hurowitz. -
"In the Garden of  the Righteous: the heroes who risked their lives to save jews during the Holocaust"  [ No Jardim dos Justos: os heróis que arriscaram as suas vidas para salvar judeus durante oHolocausto], Nova Iorque, 2023. (Imagem: Cortesia de João Crisóstomo)

Este livro e este artigo são de especial importância para nós porque neles Aristides de Sousa Mendes recebe o maior destaque: é com a história de Aristides de Sousa Mendes que o autor começa o artigo e depois, falando sobre os motivos que levaram estes “salvadores” a agirem como fizeram, o caso de Aristides é de novo falado com o maior destaque, pela sua expressa declaração de que o fez levado pela sua fé católica e sua consciência de cristão. 

Este artigo é-nos especialmente gratificante pois temos vindo a celebrar este "Dia da Consciência" pelo mundo fora desde 2004 , o que levou o nosso Papa Francisco em 17 de junho de 2020 a “reconhecer" não só o nosso grande humanista, mencionando o seu acto de coragem cristã, como o “Dia da Consciência” na sua audiência geral desse dia.

Em segundo lugar merece também ser mencionado o facto de que uma importante “webinar” organizada pela” Jewish Heritage Alliance” vai ter lugar no dia 29 de Janeiro e é especialmente dedicada a Portugal e a Aristides de Sousa Mendes. E muito apropriadamente esta "webinar" começa com uma mensagem do nosso Embaixador de Portugal em Washington, especialmente pré-gravada para esta ocasião.(**)


Webinar "Sefarad: Porto and Portugal's Jewish Heritage" [ Seminário pela Web: "Sefarditas: O Porto e a herança judaico-portuguesa],  29 de janeiro de 2023.

Um grande abraço,
João
___________

Notas do editor:

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23361: Efemérides (371): 17 de junho de 2022, Dia da Consciência, em memória de Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Eslovénia)


Aristides de Sousa Mendes, 1940.
Cortesia de Fundação Aristides de Sousa Mendes.


A. 17 de junho de 2022: Lisboa: D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa,  presidiu à celebração do Dia da Consciência


Conforme lembrete que nos mandou ontem o João Crisóstomo (o maior lobista, luso-americano, da Tabanca Grande...), e com base em notícia de 7 do corrente do portal da Agência Ecclesia, estava provisto que o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, presidisse, hoje,  dia 17,  às 10h30, no Convento de São Domingos de Benfica, à celebração do Dia da Consciência, lembrando a figura de Aristides Sousa Mendes.

Esta comemoração resultou da “conjugação de esforços” do Convento de São Domingos de Benfica; familiares e Fundação Aristides Sousa Mendes; Escola Delfim Santos /Agrupamento das Laranjeiras e ALÉM – Associação Literatura, Literacia e Mediação.

Estava também previsto que a celebração da Eucaristia tivesse acompanhamento musical por Susana Moody (contralto),Tiago Sepúlveda (tenor), Alexey Shakitko (pianista/organista) e Diana Matos (alaudista).

 Fonte: Ecclesia

Recorde-s que o  Dia da Consciência é celebrado, anualmente, a 17 de junho, em homenagem a Aristides de Sousa Mendes por ter seguido «a voz da consciência e ter salvo a vida de milhares de judeus e outros perseguidos».

Este dia comemora o respeito pela liberdade de consciência. As ações de Aristides Sousa Mendes foram motivadas pelos seus valores cristãos e humanistas.

Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato, a 19 de julho de 1885 e desempenhava funções de cônsul em Bordéus, França, durante o início da II Guerra Mundial.

Fonte: Eurocid


B. DIA DA CONSCIÊNCIA, apêndice ao livro LAMETA, de João Crisóstomo

Já aqui reproduzimos em tempos largos excertos do livro do nosso querido amaigo e  camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp.

Como escrevemos, é um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", dos timorenses, dos portugueses e os demais lusófonos, incluindo os filhos e os netos do autor, que vivem na Améria. 

Mais recentemente, o autor acrescentou ao livro um apêndice que poderá sair em papel, no caso de ele decidir fazer uma segunda edição, o que nos parece pouco provável... A edição do LAMETA, em papel, só possível após muitas insistências (e se calhar algumas "pragas"...) dos amigos.

Reproduz-se aqui o texto, em formato digital,  que o João Crisóstomo nos acaba de mandar da Eslovénia, terra da sua esposa Vilma, na véspera do Dia da Consciência:

(...) "Conforme devidamente mencionado no livro, a par deste envolvimento com Timor Leste e de alguma maneira relacionados com este, a LAMETA desenvolveu outras ações. Entre estas conta-se o reconhecimento mundial da figura e ação de Aristides de Sousa Mendes.

Em 2003/4, no contexto desse reconhecimento, LAMETA fundou um movimento para que o dia 17 de Junho fosse considerado e celebrado a nível mundial, como o “Dia da Consciência" de acordo com o espírito de Aristides que seguindo os ditames da sua consciência nesse dia em 1940 tomou a decisão de salvar todos os que fugiam dos Nazis.

Entre muitos outros eventos levados a cabo nesse sentido, permito-me destacar: Um primeiro evento em Nova Iorque no dia 17 de Junho de 2003 que constou de uma exposição, e uma exibição (com palestra pelo Rabbi David Baron, co-produtor do filme “Diplomats for the Damned “).

E logo no ano seguinte o Dia 17 de Junho de 2004 e o “Acto de Consciência” de Aristides de
Sousa Mendes foram celebrados com cerca de oitenta acontecimentos por todo o mundo, com
destaque para 34 Missas, celebradas com a maior solenidade em 21 países.

Em Junho de 2010 houve uma concelebração em Roma pelos Cardeais Walter Kasper,
Renato Martino, Cláudio Hummes e William Levada. Este acontecimento não foi despercebido
pela media e a Agência de notícias Zenit deu-lhe devida cobertura: “Tribute paid to those who
followed conscience”, (Rome June 18, 2010 (Zenit.org).

Semelhantes eventos ocorreram em outros países e no Parlamento do Canadá foi introduzida uma moção por Mário Silva M. P. “encouraging all parliamentarians to recognize this devotion to conscience by supporting my motion to designate June 17 each year a day of conscience, consistent with the international efforts of João Crisóstomo”.

O "Dia da Consciência ” continuou a ser celebrado desde então simultaneamente em muitos
países todos os anos no dia 17 de Junho.

Vaticano:

Foi em 2010 que enviei uma primeira carta a Sua Santidade, pedindo a bênção e participação do Vaticano para este projecto. Esta não teve então qualquer resposta. Sabia que seria um projecto difícil, tanto mais que havia vozes discordantes. Mas perseverante e sempre esperançado, continuei e repeti o pedido em vários anos seguintes.

Em 2017 ofereceu-se-me uma possibilidade que não deixei de aproveitar. A propósito da Escola de S. Francisco de Assis em Timor Leste (ideia original deRuci Chamusco e do casal luso-timorense Glória e Gaspar Sobral), fui recebido no Vaticano e no decurso de uma longa audiência com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, tive ocasião de lhe falar sobre Aristides de Sousa Mendes e no projecto do “Dia da Consciência”, e pedi-lhe a sua colaboração.

Vaticano, Agosto de 2017: A Escola S. Francisco de Assis e o “Dia da Consciência” foram os
assuntos do encontro entre o Sr. Cardeal Pietro Parolin e João Crisóstomo.

No ano seguinte numa das cartas dele recebidas, atrás reproduzida, depois de falar de Timor Leste e da Escola de S. Francisco de Assis, o Sr. Cardeal Pietro Parolin mencionava não ter esquecido o meu pedido sobre Aristides de Sousa Mendes. E a partir daí, aproveitando todas as razões e oportunidades que se me ofereciam eu ia lembrando Sua Eminência da relevância deste projecto. Sua Eminência respondia-me que o assunto “estava a ser estudado”.

 A 11 de Setembro de 2019 o seu assistente Mons. Robert Murphy, ao mesmo tempo que me dava a conhecer a sua transferência para novo posto, enviou- me uma mensagem de Sua Eminência para me assegurar que o assunto das minhas cartas não estava esquecido (sic):

"Cardinal Parolin has asked me to reply on his behalf to your letters, sent over the course of the last months, to assure you that your proposal regarding the “Day of Conscience” is currently under study. "

E, já perto do dia 17 de Junho, a 22 de Março de 2020, eu recebia um outro Email de Sua
Eminência:

"Sorry for not giving any reply to your numerous letters, the last of which you sent at the
beginning of last February, about the Day of Conscience project".... e depois "I hope to be able to send you a definite answer without further delays. I apologise for this inconvenience and I rely on your understanding. May God bless you. Have a good Sunday! Pietro Parolin"


E de facto, a 17 de Junho de 2020, na Audiência Geral de 17 de Junho de 2020 o Papa Francisco lembrou este dia (*)

"Today is the Day of Conscience, inspired by the witness of the Portuguese diplomat Aristides Sousa Mendes, who around 80 years ago decided to follow his conscience and saved the lives of thousands of Jews and other persecuted people. May freedom of conscience be respected and always and everywhere and may every Christian give the example of the consistency of an upright conscience enlightened by the Word of God”.

Esta alusão do Papa Francisco neste dia da Consciência em 2020 foi para mim como que o
"reconhecimento oficial” de Aristides de Sousa Mendes e do Dia da Consciência por parte do
Vaticano.

Achei apropriado e aproveitei a data do “Dia do Pai”, alguns dias depois, para manifestar a Sua Santidade Papa Francisco e a Sua Eminência Cardeal Pietro Parolin o meu reconhecimento:

To His Holiness Pope Francis, New York, June 21 2020
Dear Father
Today is Fathers Day in USA. And I thought this the best way and best day to let Your Holiness know of my heartfelt gratitude for the “present “You gave the world by mentioning June 17 as the “Day of Conscience”.

Your Holiness: You are the father of all of us; and by doing so Your Holiness has given us a much welcome “father's present”. Thank you indeed."!

(...) (...) Yours in Christ,
João Crisóstomo


E igualmente a Sua Eminência Cardeal Pietro Parolin:

His Eminence Cardinal Pietro Parolin, New York, June 21 2020
Secretary of State of His Holiness

Dear Father, my dearest friend,

Today is Father’s Day in USA. And I thought this the best way and best day to let Your Eminence know of my heartfelt gratitude. You were kind in your heart: I know that it was your interest and help that “made the difference” in this “Day of Conscience project”.

I have sent a “Thank you” letter to His Holiness. (...) I thank Our Lord for putting you in the right place and I thank you for your very much appreciated help. (...)

I know you this letter will go to you first.(...)

Yours in Christ,
João Crisóstomo


O júbilo (bem justificado) por este final reconhecimento por parte do Vaticano foi geral, não só em Portugal como por esse mundo fora, como tive ocasião de verificar. Mesmo por parte de
alguns que antes não partilhavam comigo nesta ideia de lembrar o “Dia de Consciência” a 17 de Junho e que agora “reconsideraram" a sua opinião escrevendo: "Wow this is great news! (...) Congrats to João on this achievement!" ( assinatura reconhecida )

O nosso próprio Presidente da República Prof Marcelo Rebelo de Sousa, a quem logo no mesmo dia 17 de Junho dei conhecimento deste importante reconhecimento por parte do Vaticano, enviou uma carta de agradecimento a Sua Santidade o Papa Francisco. 
_________

Este “apêndice”, de nove páginas  (que inclui uma primeira parte sobre a Escola São Fransisco Assis, nas montanhas de Lorosae), o livro LAMETA foi escrito em 20 de Maio de 2022, dia do 20º aniversário da independência de Timor Leste. (**)

João Crisóstomo
__________

Notas do editor

(*) Vd. poste de 19 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21089: Efemérides (328): O Papa Francisco recordou o "Dia da Consciência", celebrado nesta quarta-feira, dia 17,"inspirado no testemunho do diplomata português Aristides de Sousa Mendes, que, oitenta anos atrás, decidiu seguir a voz da consciência e salvou a vida de milhares de judeus e outros perseguidos", lê-se no "Vatican News" (João Crisóstomo, Nova Iorque)

(**) Último poste da série > 6 de junho de  2022 > Guiné 61/74 - P23330: Efemérides (370): 10 de Junho de 2022 - Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar - XXIX Encontro Nacional, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Lisboa

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23312: (In)citações (208): Uma tarde maravilhosa, na cidadela de Cascais, vendo com pessoas amigas a exposição "Portugal e Luxemburgo: países de esperança em tempos difíceis" e recordando o nosso Aristides Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4

Cascais > Palácio da Cidadela de Cascais > Exposição "Portugal e Luxemburgo – Países de Esperança em Tempos Difíceis” > 27 de maio de 2022 > João Crisóstomo, Vilma e amigas


Na 1ª foto, da esquerda para a direita:

(i) Luísa da Rocha, presidente da Aqualink: 
(ii)  Mrs Fischer, cuja mãe recebeu um visto de Aristides Sousa Mendes;
(iii)  eu, João Crisóstomo ; 
(iv) Mariana Abrantes, da "Sousa Mendes Foundation US”;
(v) Vilma, segurando uma medalha de ASMendes que na altura fizeram o favor de me oferecer; 
(vi) e a arquiteta Luísa Maria Pacheco, museóloga desta exposição, como o foi/é doutras grandes exposições como a do Museu e exposição de Vilar Formoso, da exposição "Portugal the Last hope” nos Estados Unidos, etc.

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Excerto de mensagem do João Crisóstomo, com data de 28 do corrente, 00h22:

(...) Luís, quando me telefonaste ontem, estava a caminho de Cascais onde fomos ver a exposição "Portugal e Luxemburgo – Países de Esperança em Tempos Difíceis” (*). Para o caso de ainda não teres lido sobre ela, envio-te no fim deste, um pequeno mas elucidativo artigo que tirei da internet. (*)

Foi um dia maravilhoso em muitos aspectos. Parece-me que a melhor maneira de te dizer o que foi,  é copiar um E-mail que acabo de enviar a várias pessoas amigas que estiveram comigo nesta visita. Aqui vai (**):

My very very dear friends,

Lembrando uma tarde maravilhosa… Onde a Luísa Pacheco e a Mariana Abrantes põem as mãos é sempre assim.

Que grande exposição! Eu, que pensava "estar por dentro" de alguns assuntos relacionados com a Segunda Guerra Mundial  e o Holocausto, não me cansava de aprender/descobrir coisas até então desconhecidas para mim. Mas com a Luísa Pacheco como docente e guia tinha de ser mesmo assim.

Obrigado pela companhia de todos, especialmente das queridas Luísa Pacheco e Mariana Abrantes e da “my darling wife” Vilma que torna sempre ainda melhores as coisas já boas por si.

Muito gratificante também foi conhecer a Luísa da Rocha. Depois do que logo constatei e aprendi a seu respeito, pergunto-me como é possível não a ter conhecido mais cedo. Mea culpa, mea culpa , I guess. E ter tido finalmente a oportunidade de encontrar em pessoa a Mrs Schiffer (ou Fischer ?) (desculpem, mas não sei mesmo como é o primeiro nome, apesar de ter ouvido várias vezes um carinhoso apelido) personagem de quem tantas vezes tenho ouvido e lido.

Não posso deixar de manifestar a minha gratidão à Sousa Mendes Foundation US, pelo inesperado reconhecimento e bonita medalha de Aristides de Sousa Mendes com que me generosamente presentearam. Bem hajam.

Na esperança de muitos encontros como este,
Um abraço com carinho e gratidão pela vossa amizade.

João Crisóstomo
____________

Notas do editor:

(*)  30 de maio de 2022 > Guiné 61/74 - P23311: Agenda cultural (812): Exposição no Palácio da Cidadela de Cascais, de 13 de maio a 28 de agosto de 2022: "Portugal e Luxemburgo: países de esperança em tempos difíceis"

Guiné 61/74 - P23311: Agenda cultural (812): Exposição no Palácio da Cidadela de Cascais, de 13 de maio a 28 de agosto de 2022: "Portugal e Luxemburgo: países de esperança em tempos difíceis"

 

Cartazes da exposição

1. Informação que nos chega por via do nosso amigo e camarada João Crisóstomo (Nova Iorque) que está em Portugal há mais de um mês, devendo partir no domingo para  a Eslovénia, terra da sua esposa Vilma. Visitou esta exposição, no dia 27 do corrente, na companhia de amigos, adorou e recomenda aos nossos leitores.


Portugal e Luxemburgo – Países de Esperança em Tempos Difíceis


A exposição Portugal e Luxemburgo – Países de Esperança em Tempos Difíceis, com curadoria de Margarida de Magalhães Ramalho e Claude Marx, e que foi criada em 2020 para o Centre Culturel de Rencontre Abbaye de Neumünster na cidade do Luxemburgo, abre amanhã, 13 de Maio, no Palácio da Cidadela de Cascais.

Focada no papel de Portugal durante a II Guerra Mundial como porto de abrigo de refugiados luxemburgueses e de como o Luxemburgo, décadas mais tarde, se tornou o destino de muitos portugueses que fugiam da ditadura e/ou da miséria, a escolha da vila de Cascais prendeu-se com o facto de ter sido na Casa de Santa Maria, fronteira ao Palácio da Cidadela que, no início do seu exílio em 1940, a Grã duquesa Charlotte e a sua família viveram durante alguns meses.

A mostra está subdividida em várias secções relativas ao conflito mundial, que vão desde as razões da ascensão do nazismo e o desencadear da guerra na Europa até ao destino dos que fugiam. Relata também as dificuldades encontradas pelos refugiados na sua rota de fuga e o papel de Aristides de Sousa Mendes no salvamento de milhares de pessoas. 

Aborda ainda a política de neutralidade de Portugal e a passagem de milhares de refugiados por terras lusas, incluindo a estada da família Grã-ducal em Cascais. Por fim, debruça-se sobre a evolução do Luxemburgo no contexto europeu do pós-guerra e a ditadura repressiva portuguesa, que ditou o atraso económico do país e que obrigou muitos a partirem.

Em Cascais, a exposição foi ainda enriquecida com conteúdos contemporâneos ligados a artistas luso-luxemburgueses, como a instalação Memória Episodika do artista plástico Edmond Oliveira, baseada na experiência de vida do seu pai, um dos primeiros emigrantes a chegar ao Luxemburgo; ou as fotografias de Paulo Lobo, que refletem o impacto da presença portuguesa na paisagem luxemburguesa.

O design é da dupla Sara e Pedro Gonçalves e a museografia de Luísa Pacheco Marques. A reposição da exposição em Portugal foi possível graças aos apoios da Câmara Municipal de de Cascais, da Câmara Municipal de Almeida, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Europeus do Luxemburgo, do Ministério da Cultura do Luxemburgo, do Centro Nacional de Audiovisual e das empresas luxemburguesas POST, WEALINS et LOSCH Digital Lab.


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Nota do editor:

Último poste da série > 8 DE MAIO DE 2022  Guiné 61/74 - P23245: Agenda cultural (811): Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar, 11 de junho de 2022, sábado, 11h00: Luís Graça apresenta o livro do Joaquim Costa, "Memórias de Guerra de um Tigre Azul"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22768: Efemérides (358): Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes, Lisboa, 19 de outubro de 2021 (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Foto nº 1 > Lisboa > Panteão Nacional > 19 de outubro de 2021 > Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes > No final da cerimónia tive ocasião de me associar e dar os meus parabéns à família (descendentes) de Aristides de Sousa Mendes, na pessoa dum dos seus netos, Silvério de Sousa Mendes que aqui liderou a representação da família.



Foto nº 2 > Lisboa > Panteão Nacional > 19 de outubro de 2021 > Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes > A arquitecta Luisa Pacheco Marques tem sido uma das pessoas que muito tem trabalhado para a reabilitação da memóia de Aristides de Sousa Mendes. Entre os seus trabalhos contam-se as grandes exibições "Portugal, last hope” em Nova Iorque; no Luxemburgo: "Portugal, país de esperança em tempos difíceis"; o Museu Virtual Aristides de Sousa Mendes e o Museu em Vilar Formoso, um trabalho conjunto com a jornalista Margarida Ramalho, maioritariamente sobre Aristides e refugiados salvos por ele.

No meu lado direito está Leah Sills, cuja família foi salva por Sousa Mendes e esteve aí representando a “Sousa Mendes US Foundation”.


Foto nº 3 > Lisboa > Panteão Nacional > 19 de outubro de 2021 > Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes > Um grupo de "participantes/activistas” presentes na cerimónia. No meio do grupo pode-se facilmente reconhecer Gerald Mendes, neto do nosso humanista, presente frequentemente, senão mesmo em quase todos as cerimónias em honra de seu avô. Já no ano 2001 eu tive oportunidade de realçar o seu muito interesse em trabalhar pelo reconhecimento de seu avô, dando-lhe, em nome da International Raoul Wallenberg Foundation, a medalha “Aristides de Sousa Mendes” que esta na altura mandou cunhar para o efeito
.


Foto nº 4 > Lisboa > Panteão Nacional > 19 de outubro de 2021 > Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes > A placa alusiva a Aristides de Sousa Mendes, honrando a sua presença no Panteão.


Foto nº 5 > Carregal do Sal > Cabanas de Viriato > Cemitério local > c. setembrro de  2021 > Ainda recentemente tinha visitado o jazigo da família de Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato onde, por decisão da família, os restos mortais de Aristides de Sousa Mendes continuam, não obstante a  Concessão de Honras de Panteão Nacional  que foi dada pelo Parlamento Português a este nosso herói. No cimo do jazigo pode-se ver o brasão de Aristide de Sousa Mendes. 

Fotos (e legendas) : © João Crisóstomo  (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de João Crisóstomo, um dos activistas que, desde 1996, mais contribuiu em todo o mundo para a reabilitação da memória de Aristides de Sousa Mendes (*). A residir em Nova Iorque desde 1975, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67). É membro da nossa Tabanca Grande.

Data - segunda, 15/11/2021, 14:16


Assunto - 
Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes



Caro Luís Graça,

Fiquei de te enviar umas fotos que tirei no Panteão em Lisboa em 19 de Outubro, no dia em que o nosso grande humanista Aristides de Sousa Mendes recebeu finalmente o reconhecimento e tributo que desde sempre lhe devemos: um lugar entre alguns dos verdadeiramente grandes na nossa história que no Panteão Nacional assim são reconhecidos. A um mês do evento saiu mais um artigo numa grande revista, neste mês de Novembro, que não posso deixar de mencionar.

Devo confessar que para mim este foi para mim, e verifiquei com muita satisfação para alguns outros presentes que comigo têm trabalhado nesta causa e aí se encontravam, um momento emocionante.

Em 1996 uma pessoa amiga, Anne Treseder, uma advogada americana amiga de Portugal e dos portugueses que vivia na Califórnia e que quando tentava aprender português tinha sabido da vida de Aristides por um dos seus netos, Carlos de Sousa Mendes, falou-me de Aristides de Sousa Mendes. E constatei na altura que, como eu até aquele momento, ninguém em Nova Iorque conhecia este homem e o que ele tinha feito em 1940. 

Ao contactar pessoas em Portugal para mais informações verifiquei surpreendido que também aqui poucos o conheciam. Isto levou-me a querer conhecer mais. Contactei então alguns dos seus familiares, em Portugal e nos Estados Unidos, especialmente John Paul Abranches, o seu filho mais novo que residia então na Califórnia. E quando me apercebi da sua grandeza e da grande injustiça de que havia sido vítima, não pude ficar parado e comecei imediatamente a trabalhar para que este nosso grande humanista deixasse de ser um ilustre desconhecido dentro e fora de Portugal.

Este reconhecimento agora vinha ao encontro e era resultado dos muitos esforços de muitos indivíduos e de longos anos também. Alguns deles, como Jaques Riviere em França e Anne Treseder nos Estados Unidos até já não se encontram entre nós; e outros, estando longe, como Manuel Dias em França, não puderam estar presentes. Mas para os presentes este não podia deixar de ser um momento muito especial. Mesmo que, como muito apropriadamente me fez notar um dos presentes, a maioria dos que por muitos anos tinham trabalhado a sério para a reabilitação deste nosso herói, se encontrassem naquele momento em "lugares discretos" no meio da audiência "fora das luzes”, enquanto indivíduos que, em comparação pouco tinham feito, se encontravam agora na frente nas "filas importantes”… Como sucede sempre em casos assim.

Mas isso não interessava no momento. O importante era que Aristides de Sousa Mendes estava finalmente entre alguns dos muitos que contribuiram para o melhor da história de Portugal.

E digo “alguns" porque nem todos os grandes e insignes da nossa história constam aí. Encontram-se aí sepultados (ou transladados) os restos mortais de alguns (não de todos os que deviam, mas compreende-se a dificuldade!) dos nossos grandes como Almeida Garret (1799- 1854) o primeiro por ordem cronológica, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, Humberto Delgado, e outros de lembrança relativamente recente. Aristides de Sousa Mendes, cujos restos mortais continuam no jazigo da família em Cabanas de Viriato fica aqui homenageado com uma placa. Mas está bem acompanhado, como se pode ver por outros também representados aqui em semelhantes circunstancias: D. Nuno Álvares Pereira, Luís de Camões, Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque, Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral.

A modo de reflexão se me permites: Este momento em que Aristides de Sousa Mendes entrou no nosso Panteão Nacional foi, de alguma maneira também um momento de alívio. Ainda recentemente vimos a sua memória lembrada e reconhecida no Vaticano quando o Papa Francisco a 17 de Junho de 2020 mencionando nesta data Aristides de Sousa Mendes e o seu agir em 1940 consagrou este dia como o “Dia da Consciência” (**). 

 E por toda a parte, mundo fora, o seu nome deixou de ser desconhecido, como atestam os muitos trabalhos e reportagens mediáticas a seu respeito. Entre os que merecem destaque permito-me salientar um grande e bem escrito artigo na conceituada revista “Smithsonian” que neste mês de Novembro: a revista dedica catorze páginas ao nosso grande humanista. A partir deste momento o invocá-lo agora não é mais uma necessidade para desfazer uma injustiça, antes uma maneira de, em momentos difíceis, dele recebermos inspiração e motivação. O meu “envolvimento" será pois muito diferente depois deste acontecimento. (***)

É neste contexto que espero a sua memória venha a ser invocada e objecto de foco e ênfase a partir de agora: que o seu exemplo em seguir a sua consciência em momentos e situações de difícil escolha seja agora inspiração para todos. Situações e casos não faltam na situação de perigo e ansiedade em que o nosso planeta, devido à nossa irresponsabilidade em todos os campos e sentidos se encontra já neste momento. 

 Agora que estamos todos já a experimentar e a sofrer os efeitos das "mudanças de clima”, vamos focar os nossos esforços neste sentido: que a nossa consciência nos leve a envolvermo-nos todos para salvarmos o nosso planeta, enquanto ainda há tempo e possibilidade de o fazer. Na ocasião da COP 26 em Glasgow, o Cardeal Pietro Parolin fazendo-se eco do Papa Francisco, dizia: “estamos a presenciar a mudança duma época e um desafio à nossa sobrevivência como civilização”;... “não podemos deixar um deserto aos nossos filhos".

António Guterres foi igualmente bem claro na sua mensagem: ”O nosso planeta frágil está por um fio. Ainda estamos a bater à porta da catástrofe climática. É tempo de entrarmos em modo de emergência…”

Para ti e Alice (e a Vilma associa-se mim neste) um grande abraço, extensivo a todos os meus caros "camaradas da Guiné". 

João Crisóstomo, Nova Iorque
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Notas do editor:

(*) Vd poste de 13 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22623: Convite (18): O nosso camarada João Crisóstomo vai estar presente na Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes, no próximo dia 19 de Outubro pelas 11 horas

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22623: Convite (18): O nosso camarada João Crisóstomo vai estar presente na Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes, no próximo dia 19 de Outubro pelas 11 horas

Convite do presidente da Assembleia da República

1.  Mensagem da Assembleia da República, enviada ao nosso camarada e amigo João Crisóstomo: 

From: Parlamento-Protocolo <Parlamento-Protocolo@ar.parlamento.pt>

Subject: Convite | Cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes | 19 de outubro de 2021 | 11.00 horas

Date: October 12, 2021 at 12:25:52 PM EDT

To: "crisostomo.joao2@gmail.com" <crisostomo.joao2@gmail.com>

Exmo. Senhor
João Crisóstomo,

Agradecemos a melhor atenção de V. Exa. para o convite junto.

Com os melhores cumprimentos,

Divisão de Relações Públicas e Protocolo
@ parlamento-protocolo@ar.parlamento.pt



2. Comentário do editor LG:

De passagem por Portugal, o João Crisóstomo vai estar, com toda a justiça, entre os convidados oficiaisque irão assistir à cerimónia de Concessão de Honras de Panteão Nacional ao Aristides de Sousa Mendes (1885-1954=, no prózimo dia 19 do corrente.


João Crisóstomo, um dos activistas que, desde 1996, 
mais contribuiu em todo o mundo para a reabilitação da memória 
de Aristides de Sousa Mendes. A residir em Nova Iorue desde 1975,
foi alf mil, CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé,
Porto Gole e Missirá, 1965/67) 


Até há dias, ele desconhecia a realização desta cerimónia. Foi por nós alertado. Em boa hora, a Fundação Aristides de Sousa Mendes (que tem novo presidemte do conselho geral, Silvério Sousa Mendes) terá contactado os serviços da Assembleia fa República, que fez chegar o convite ao nosso camarada luso-americano (e que este já aceitou).

Recorde.se aqui a decisão, de há mais de um ano, da Assembleia da República, de homenagear o diplomata português que passará a ter, no Panteão Nacional, um túmulo vazio: não haverá trasladação do corpo, os seus restos mortais deverão continuar a permanecer em Carregal do Sal, distrito de Viseu, terra natal do "cônsul de Bordéus" e onde viveu parte da vida, e onde a Fundação, com o seu nome, tem a sede.

(Foto à esquerda: Aristides de Sousa Mendes, 1940.Cortesia de  Fundação Aristides de Sousa Mendes)


Recorde-se a notícia de 13 de julho de 2021, no sítio do Panteão Nacional:

Aristides de Sousa Mendes no Panteão Nacional

Jul 13, 2021
Aristides de Sousa Mendes terá honras de Panteão Nacional, conforme decisão da Assembleia da República. A cerimónia irá realizar-se em data a anunciar oportunamente.
Nascido em 1885, no concelho de Carregal do Sal, licenciou-se em Direito, na Universidade de Coimbra, em 1907. Ingressou na carreira diplomática, tendo passado por vários postos, designadamente em Zanzibar, no Brasil, em Espanha, nos Estados Unidos e na Bélgica. 
Foi, contudo, a sua atuação no consulado de Bordéus, que marcou, de forma decisiva, a sua vida e pela qual viria a ser recordado. A concessão de vistos, em junho de 1940, salvou a vida a milhares de judeus, perseguidos pelo regime nazi. Um ação que o Estado Novo não lhe perdoaria. O cônsul Aristides de Sousa Mendes foi alvo de um processo disciplinar e afastado da carreira diplomática por Oliveira Salazar, terminando os seus dias, em 1954, na penúria e com crónicos problemas da saúde.
O regime democrático reintegrou-o postumamente na carreira diplomática, reconhecendo expressamente a importância da sua atuação no salvamento de milhares de vidas. A sua memória será, a partir deste ano, perpetuada no Panteão Nacional, através da colocação de uma placa de homenagem.
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Nota do editor:
Último poste da série > 11 de outubro de  2021 > Guiné 61/74 - P22619: Convite (17): 'Por delegação, a título póstumo, de' (e em homenagem a) o nosso amigo, colega, companheiro e camarada Eduardo Jorge Ferreira (1952-2019), estão convocados/as todos/as os/as "eduardianos/as" para a monumental caldeirada de Ribamar, Lourinhã, segunda feira, dia 10 de outubro de... 2022

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22598: In Memoriam (409): Lissy Jarvik (née Feingold) (1924-2021): teve no seu funeral a presença do nosso cônsul honorário em Los Angeles e o senhor Presidente da República emitiu uma mensagem de condolências (João Crisóstomo, Nova Iorque, de passagem por Portugal, adviser da Sousa Mendes Foundation, com sede nos EUA)


Lssy Jarvik em Liboa, 2016 (#)
1. Mensagem de João Crisóstomo, em complemento do poste P22594 (*):

Data - domingo, 3/10, 21:17  

Assunto . Mensagem do senhor Presidente da República

Caro Luis Graça,

Conforme nossa conversa:

Fiquei satisfeito que o nosso consul honorário em Los Angeles tivesse recebido instruções para estar presente no funeral de Lissy Jarvik, mas ao mesmo tempo sentia que ela merecia/merece muito mais. Por isso contactei a Presidência da República na esperança de que o Senhor Presidente,  com uma mensagem,  desse maior relevância a esta “ despedida” a Lissy .

Foi com muita satisfação que recebi uma mensagem de Sua Excelência que tenho muito gosto em poder dar a conhecer.

Abraço. João

(#) Fonte: Fotograma do vídeo (2' 02'') da reportagem "Refugiados salvos por Aristides de Sousa Mendes em Portugal". RTP Ensina (com a devida vénia...)
 
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Presidência da República Portguesa:

Caros João Crisóstomo e Paulo Menezes,

Encarrega-me Sua Excelência, o Presidente da República de Vos enviar a mensagem de condolências para o funeral da professora Lissy Jarvik, pedindo que a façam chegar aos familiares mais próximos:

"Ao tomar conhecimento do falecimento da Professora Lissy Jarvik, apresento as minhas sentidas condolências à família e amigos, bem como à Sousa Mendes Foundation US , que ajudou a fundar e a que presidiu. Neste momento de luto, e recordando o seu percurso de 97 anos, quero agradecer, em nome de todos os portugueses, o papel que representou no reconhecimento internacional de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português que lhe concedeu um visto em Bordéus.

O testemunho da Professora Lissy Jarvik junto do Yad Vashem, em conferências, trabalhos de investigação e em vários filmes e documentários foi determinante para a evocação da memória do português que “preferiu estar com Deus contra os homens do que com os homens contra Deus”.

 O entusiamo e empenho nas celebrações do quinquagésimo aniversário da morte de Aristides de Sousa Mendes, promovendo o Projecto Dia da Consciência, entretanto reconhecido pelo Papa Francisco, não nos fará esquecer o legado de Lissy Jarvik. Um legado de coragem e defesa da dignidade da pessoa humana, imperativo de consciência e cidadania, fiel aos valores que Aristides de Sousa Mendes representa e sempre defendeu.

Valores que serão novamente evocados a 19 de outubro, data da Cerimónia de Honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes.”


Maria João Ruela

Consultora Assuntos Sociais, Sociedade e Comunidades
Casa Civil do Presidente da República


2. Sobre a professora e psiquiatra geriátrica, jubilada, Lissy Jarvik  - Feingold, apelido de família, casada com Murray Jarvik 1923 - 2008) - ,  nascida nos Países Baixos, de origem  judia, e refugiada em Portugal, de junho de 1940 a janeiro de 1941, importa saber mais o seguinte:

A família Feingold recebeu vistos assinados por Manuel de Vieira Braga, por delegação de Aristides de Sousa Mendes, em Bayonne, França em 20 de junho de 1940: Leo Feingold, 53 anos; Lissy Feingold, 15; Regina Feingold (Engelart, apelido de solteira), 38; Sonja Gerda Feingold, 13. Viajaram para Portugal, fixando residência na Figueira da Foz. Embarcaram, em Lisboa, com destino a Nova Iorque, em janeiro de 1941, no navio "Lourenço Marques". 


O nosso camarada e amigo João Crisóstomo é "adviser" da Sousa Mendes Foundation, um dos fundadores e antigo dirigente desta fundação, criada nos Estados Unidos justamemte para homenagear este herói português,  e tendo como missão concreta: angariar fundos para o restauro da Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal,  e a criação de um museu.


TESTEMUNHO DE LISSY JARVIK (FEINGOLD, APELIDO DE SOLTEIRA)
ESCRITO EM 1996


Sem Aristides de Sousa Mendes eu não estaria aqui.
É tão simples quanto isso.

Sem Aristides de Sousa Mendes eu teria sofrido torturas
tão dolorosas e tão prolongadas
que a morte teria sido um alívio bem-vindo.

Sem Aristides de Sousa Mendes eu teria perdido meio século de vida -
meio século que me permitiu respirar; viver, amar -
amadurecer, casar, ter filhos, estudar, ensinar
e ainda ajudar algumas pessoas individualmente, 
bem contribuir um pouco mais para nossa base de conhecimento s
obre envelhecimento e saúde mental;

E eu teria perdido a oportunidade de fazer parte de um país
que era a casa de um povo verdadeiramente livre,
um país que ofereceu oportunidades 
para os não-privilegiados, os oprimidos, os necessitados -
para pessoas como eu.

Tradução;  Google / LG

TESTIMONIAL OF LISSY JARVIK NÉE FEINGOLD
WRITTEN IN 1996


Without Aristides de Sousa Mendes I would not be here.
It's as simple as that.

Without Aristides de Sousa Mendes I would have suffered tortures
so grievous and so prolonged
that death would have been a welcome relief.

Without Aristides de Sousa Mendes I would have missed out
on half a century --
half a century which allowed me to breathe; to live, to love -
to mature, to marry, to have children, to study, to teach
and to help a few people individually
as well as to contribute a little bit to our knowledge base on aging and mental health;

And I would have missed out on becoming part of a country
which was the home of a truly free people,
a country which offered opportunity to
the disenfranchised, the downtrodden, the needy --
to people like me.


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Notas do editor:

3 de outubro de 021 > Guiné 61/74 - P22594: In Memoriam (408): Lissy Jarvik (1924-2021), de origem judia holandesa, foi salva por um visto do nosso Aristides Sousa Mendes; mais tarde, já eminente médica, especialista em psiquiatria geriátrica, tornou-se uma dos grandes paladinos da memória do cônsul português de Bordéus (João Crisóstomo, Nova Iorque, agora de passagem por Portugal)

domingo, 3 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22594: In Memoriam (408): Lissy Jarvik (1924-2021), de origem judia holandesa, foi salva por um visto do nosso Aristides Sousa Mendes; mais tarde, já eminente médica, especialista em psiquiatria geriátrica, tornou-se uma dos grandes paladinos da memória do cônsul português de Bordéus (João Crisóstomo, Nova Iorque, agora de passagem por Portugal)


Lissy Jarvik, em declarações à RTP, em Lisboa, em 2016: "Sem Aristides de Sousa Mendes, eu não teria vivido os últimos 76 anos"

Fonte: Fotograma do vídeo (2' 02'') da reportagem "Refugiados salvos por Aristides de Sousa Mendes em Portugal". RTP Ensina (com a devida vénia...)



1. Mensagem de João Crisóstomo dirigida aos embaixadores portugueses Domingos Fezas Vital (EUA) e Franscicsco Duarte Lopes (Nações Unidas), com conhecimento ao nosso blogue:

Data - sábado, 2/10, 23:03 (há 15 horas)
Assunto - Lissy Jarvik / Aristides de S. Mendes



Exmos Senhores Embaixadores Domingos Fezas Vital e Francisco Duarte Lopes,

Permitam-me este e mail em simultâneo, pois que honestamente não sei a quem o deva dirigir.

Estou em Portugal de momento e há dias constou-me que o Senhor Embaixador Domingos Fezas Vital nos ia deixar, o que muito lamentamos, mas creio que se nos vai deixar é porque algum valor mais alto se apresenta. Talvez neste momento “congratulações” sejam mais apropriadas do que “lamentações", mas por enquanto foi tudo o que me disseram.

Ao mesmo tempo informaram-me que o Senhor Embaixador Francisco Duarte Lopes ia deixar de ser o nosso representante nas Nações Unidas para ir representar Portugal e os portugueses em Washington. De coração a ambos as minhas felicitações e os melhores votos, sentimentos que minha esposa Vilma comunga também de coração.
 
E porque tenho sido privilegiado pelo favor da amizade de ambos, permitam-me um pedido , partilhado da mesma maneira pela minha esposa Vilma, que esta amizade que generosamente nos têm concedido continue como até aqui, na certeza de que faremos o possível para continuarmos a merecer a vossa amizade.

E agora o fim primeiro deste e-mail : Acabo de saber que a eminente Professora Dra. Lissy Jarvik, ( de 97 anos) que recebeu um visto de Aristides de Sousa Mendes, acaba de falecer. Ambos Vossas Excelências sabem tão bem ou melhor do que eu o papel que ela representou no reconhecimento de Aristides de Sousa Mendes, junto do Yad Vashem - Centro Mundial de Lembrança do Holocausto, filmes /documentários em que o seu testemunho e figura foram proeminentes, as muitas conferências e trabalhos,  etc. 

Logo em 1996 quando comecei a “relançar" o reconhecimento de Aristides de Sousa Mendes nos Estados Unidos - onde na altura toda a gente, incluindo os muitos Rabis e outras figuras responsáveis que contactei, pareciam ter esquecido o nosso grande humanista - , Lissy Jarvik, deu-me o seu apoio entusiasta. 

 Os apoios de Elie Viesel, Eric Saul, Baruch Tenembaum, Presidente da IRWF - International Raoul Wallenberg Foundation ( de que o Papa Francisco, António Guterres, Padre Melícias, e muitos Prémios Nobel são membros) permitiram que este reconhecimento fosse significativo. 

 Na grande Exposição "Visas for Life Exhibit" , nas Nações Unidas em Abril de 2000; no 50º aniversário da morte de Aristides de Sousa Mendes, celebrado em 21 países, na semana de Junho de 2004, data em que em que nasceu o Projecto “Dia da Consciência", reconhecido pelo Papa Francisco em 17 de junho de 2020, Lissy Jarvik esteve sempre presente com o seu entusiástico apoio.

 E em 2010/2011 quando nasceu a Sousa Mendes Foundation US foi Lissy Jarvik a quem foi dado o cargo e responsabilidade de primeira Presidente da Fundação. Curiosamente eu e ela deixamos ambos a Direcção desta Fundação quase na mesma altura, para continuarmos depois e até hoje apenas como “advisors”  da mesma.

A família de Lissy Jarvik acaba de contactar a Sousa Mendes Foundation US  pois querem convidar o consul português em Los Angeles para estar presente no seu enterro que deve ter lugar amanhã, domingo dia 3 ou na segunda feira, dia 4; ainda não tinham ou não sabiam a data certa.

Como disse atrás,   não sei a quem me dirigir neste momento. Sei que a vossa compreensão compensará a minha ignorância. Mas peço-lhes encarecidamente que deem as vossas instruções a quem de direito nesse sentido. É o mínimo (ela merece muito mais!) que podemos fazer. Lissy Jarvik merece a nossa gratidão pelo que tem feito pelo reconhecimento de Aristides de Sousa Mendes.
 
A urgência (a notícia/pedido chegou-me há momentos) leva-me a pedir o favor que tal pedido seja atendido tão cedo quanto possível. Fico aguardando o favor da vossa compreensão e ajuda.

Os meus respeitosos cumprimentos.
João Crisóstomo

crisostomo.joao2@gmail.com
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Nota do editor:

Último poste da série > 17 de setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22551: In Memoriam (407): Celestino Augusto Patrício Bandeira (1946-2021), ex-Fur Mil da CCAÇ 2316/BCAÇ 2835 (Mejo, Guileje e Gadamael, 1968/69)