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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10244: Em busca de... (198): O nosso camarada Manuel Castro Moreira, ex-Soldado da CCAÇ 2315/BCAÇ 2835, procura camaradas da CCAÇ 2316 e do BENG 447

Ex-Combatentes do BCAÇ 2835 aquando do seu último convívio no passado dia 5 de Maio


1. Mensagem da nossa amiga Arminda Castro, filha do nosso camarada Manuel Moreira de Castro (ex-Soldado da CCAÇ 2315/BCAÇ 2835, Bula, BinarMansoa, Bissorã e Mansabá, 1968/69), com data de 6 de Agosto de 2012:

Uma vez mais, parabéns pelo blogue, sou adepta assídua mas infelizmente pouco participativa.

Como sabem sou filha de um ex-camarada da Guiné, Manuel Castro da Companhia de Caçadores 2315 (Guiné-68/69), entre muitas histórias que ele me conta (dava um livro!) destaca-se uma que demonstra uma enorme amizade e partilha que existia naquela altura e que passo a descrever:

Fevereiro de 1968, chega a Bula e nessa altura, como era habitual, os que já lá estavam por vezes faziam perguntas aos novatos ”periquitos” e num desses convívios houve um camarada que lhe perguntou de que localidade ele era, e ele respondeu que era de uma freguesia do concelho de Santo Tirso (Covelas), e esse camarada de apelido Santos, também disse que era de relativamente perto ou seja da freguesia de Balazar, concelho de Vila do Conde.
Num certo dia, estando o meu pai pronto para ir almoçar, esse senhor de apelido Santos antecipa-se e traz para o meu pai uma enorme posta de bacalhau com grão-de-bico e batatas cozidas e diz-lhe:
- Isto é para ti!

Meu pai (na foto à esquerda) ficou surpreendido, e que ainda hoje não sabe como ele conseguiu, mas desse dia ele nunca mais se esqueceu. Entretanto passados 15 dias o meu pai foi destacado para outro sítio, Binar, durante mais um mês, a seguir para Bissorã na companhia de intervenção mais 15 dias, depois Mansoa, Cutia e Mansábá, e ao fim de sensivelmente 14 meses regressou a Bissau com destino a Nova Lamego, perdendo assim o contacto com ele.

Este senhor do qual o meu pai apenas sabe o apelido, na altura andava com uma máquina da Engenharia, talvez andasse a trabalhar em alguma estrada ou construção de algo.

Ele gostaria muito de saber o paradeiro dele, sei que é muito difícil talvez até quase impossível mas eu quero tentar descobrir este senhor, para isso peço a sua ajuda. Será possível saber as companhias de engenharia que estavam destacadas nessa altura? Ele já lá estava algum tempo (Bula).

Entretanto não querendo abusar, será possivel facultar-me o contacto dos camaradas da CCAÇ 2316 que estão alistados no blogue pois gostaria de saber se há alguém que me possa ajudar a encontrar um outro camarada, o Sr. Evaristo Pinto dessa Companhia?

A foto é do encontro do Batalhão 2835 (CCS, CCAÇ 2315,CCAÇ 2316 e CCAÇ 2317) realizado no dia 05 de Maio em Loureira/Fátima.

Despeço-me com um forte abraço,
Arminda Castro


2. Notas de CV:

(i) - A nossa amiga Arminda refere que o camarada de seu pai terá dito que a freguesia de Balasar pertencia ao Concelho de Vila do Conde (o meu de nascimento), mas em abono da legalidade transcrevo o que se pode ler no sítio da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim:

O Concelho da Póvoa de Varzim é constituído por 12 freguesias: Aver-o-Mar, Aguçadoura, Amorim, Argivai, Balasar, Beiriz, Estela, Laundos, Navais, Póvoa de Varzim, Rates e Terroso; ocupa uma área de 8224 hectares e conta com cerca de 60.000 habitantes. Definido no século XIX, está delineado de forma sinuosa e insinuante... como se do mar uns ombros largos projectassem dois braços terra adentro. Esse extenso abraço vai-se estreitando para o interior, até à união das mãos. É uma configuração que lhe traça o próprio fado, confirmando-lhe a inevitável vocação marítima.

(ii) - Cara amiga Arminda, não temos nenhum camarada registado na nossa base de dados pertencente ao CCAÇ 2316, mas consultando o sítio do nosso camarada Jorge Santos, encontrei um pedido de contacto de um camarada da CCAÇ 2316 de nome Santos, com o telemóvel 962 554 192. É uma hipótese a tentar.
Julgo que o pai vai aos convívios do Batalhão. Se for, é nessa altura que junto dos camaradas presentes pode recolher informações.

Quanto ao camarada da Engenharia, por mail vou-lhe mandar o contacto de um meu amigo, ex-Furriel Miliciano do BENG 447, que tem imensas direcções dos militares que passaram por aquela Unidade durante a guerra na Guiné.
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 DE JULHO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10141: Em busca de... (197): À procura de camaradas da CCS e da CCAÇ 3547 do BCAÇ 3884 (Fernando Pereira Garcia Lopes)

sábado, 30 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10093: In Memoriam (120): Cor inf ref e escritor Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (Funchal, 1938 - Lisboa, 2012), comandante das CCAÇ 727 (1964/66) e CCAÇ 2316 (1968/69) (António Costa / Carlos Vinhal)


1. O nosso camarada António José Pereira da Costa mandou-nos, ontem, a seguinte necrológica:

Recebi, através da Ordem Nacional dos Escritores, do Brasil, a notícia que passo a resumir:

Faleceu, em 23 Junho de 2012, em Lisboa, o coronel de Infantaria reformado Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos [, imagem à esquerda, por cortesia da página Joaquim Evónio].

Comandou a CCaç 727 (Canquelifá) (Out 64 / Ago 66) e, em 1968, quando comandava a CCaç 2316, foi gravemente ferido em combate na área de Mejo/Guileje.

Militar, ginasta e desportista, após o seu ferimento, dedicou-se à poesia, à escrita.

Nascido em 1938, no Funchal, era director do núcleo da Ordem Nacional de Escritores, em Portugal, desenvolvendo um trabalho muito meritório na recolha de obras de poetas, artistas e escritores locais.

Grande cultor da língua, profundo conhecedor do nosso vernáculo, era um exigente revisor de provas de poesia e literatura em geral. Um verdadeiro intelectual e um talentos diseur de poesia.

Creio que poderá ter interesse a notícia para o pessoal das duas CCaç que comandou.

Um Abraço do
António J. P. Costa





Página pessoal do escritor e nosso camarada Joaquim Evónio (1938-2012), Varandas das Estrelícias.


2. O nosso co-editor Carlos Vinhal fez um resumo do seu CV como escritor:

Nasceu no Funchal, Madeira, Portugal, 1938.

Obras mais recentes: publicou "Sombra em Clave de Sol" (contos) (Universitária Ed. Lisboa, 1999, esgostado) e "Esboços Pessoanos" (poemas sobre desenhos de José Jorge Soares) (Ceres Editora, Lda., Ponte de Lima, 1994).

Foi membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE), da Associação Portuguesa de Poetas (APP), do Instituto Açoriano de Cultura (IAC), da União Lusófona das Letras e das Artes (ULLA) e eera sócio honorário da Ordem Nacional dos Escritores do Brasil (ONE). Comendador da Ordem Heráldica da Paz Universal. Agraciado pelo Parlamento para a Segurança e Paz Mundial com a Medalha de Ouro d' O Pacificador da ONU Sérgio Vieira de Melo.

Geriu, desde Fevereiro de 2004, a página pessoal na Net Varanda das Estrelícias - Uma Ponte sobre os Oceanos, onde promoveu a difusão da língua e cultura lusófonas, recebendo colaboração de diversos artistas, poetas e escritores.


Notas sobre:

(i) CCaç 727 (1964/66): Foi mobiliza pelo RI 16. Partiu para o TO da Guiné em 6/10/1964e regressou em 7/8/66. Passou por Bissau, Nova Lamego. Canquelifá, Piche (. Só teve um comandante, o Cap Inf Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos

(ii) CCaç 2316 / BCAÇ 2835 (Bissau, Nova Lamego, 1968/69). Unidade de mobilização: RI 15. Partida: 17/1/68. Regresso: 4/12/69. Localização: Bissau, Bula, Mejo, Guileje, Gadamael, Bissau.


Teve vários comandantes: cap inf Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos; cap Inf António Jacques Favre Castelo Branco Ferreira: cap art Octávio Manuel Barbosa Henriques; cap cav José Maria Félix de Morais.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9936: Memórias da CCAÇ 798 (Manuel Vaz) (9): Uma perspectiva a partir de Gadamael Porto - 65/67 - VII Parte - Evolução da situação militar - Anexo IV



1. Em mensagem do dia 19 de Maio de 2012, o nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67), enviou-nos o anexo IV referente à VII Parte das Memórias da sua Companhia.







MEMÓRIAS DA CCAÇ 798 (9)
De 63 a 73, uma década de Guerra na Fronteira Sul da Guiné
Uma Perspectiva a Partir de Gadamael Porto - 65/67 (VII Parte) > Anexo IV

Gadamael Porto fica situado na Fronteira Sul da Guiné-Bissau, num território que, na era colonial, pertenceu à França e que, através da Convenção Franco-Portuguesa de 1886 a “França cedia a Portugal a Zona de Cacine por troca com Casamança . . . “ (P3070),  dividindo o Reino Nalu sediado em Boké [, no território da Guiné-Conacri) . Assim, o território entre o Rio Cacine e a fronteira passou (na altura) a ser português, enquanto Casamança encravado entre a Gâmbia e Guiné-Bissau, continua a reclamar a independência.




Mais precisamente, Gadamael Porto, como se pode ver no recorte da carta anterior, situa-se na margem direita de um dos braços do Rio Cacine, onde desagua o Rio Queruene. Ao contrário do que se poderia pensar, Gadamael não era inicialmente um aglomerado populacional. A Carta Militar de 1954 [, de Cacoca,] dá ideia quanto à concentração da população. O maior aglomerado populacional, da etnia Biafada, situava-se na Tabanca de Ganturé, sede do Regulado, a cerca de 3 Km de Gadamael Porto. A tabanca mais próxima, digna desse nome, era a de Viana. Em toda a faixa compreendida entre os diversos braços do Rio Cacine e a fronteira, a zona mais povoada era para Sul, na estrada para Sangonhá.

Foi a sua localização, junto do braço do rio, associado à existência de um desembarcadouro que lhe deu a importância que tinha. Numa região com poucas e fracas estradas que na época das chuvas se tornam intransitáveis, a navegabilidade dos rios e a possibilidade do transporte fluvial para pessoas e mercadorias ganha uma importância vital. 

Foram estas condições naturais que determinaram o interesse das grandes Companhias que controlavam o Comércio, para instalarem ali um entreposto comercial. É disso prova a existência de duas casas de construção europeia, uma delas bem próxima do rio, exibindo a sigla ASCO que já fez correr muita tinta a propósito do seu significado, mas que, qual “ovo de colombo”, pode significar apenas, Associação Comercial [AsCo].

Foram estas casas abandonadas que a CART 494 encontrou, quando em 17DEZ63 ocupou Gadamael Porto, incorporando-as no Aquartelamento. Mas as NT já tinham estado anteriormente em Gadamael Porto. 

O Cap Blasco Gonçalves que foi o OInfOp do BCAÇ 1861, sediado em Buba (1965/67) dizia que já tinha comandado uma Companhia dispersa pelas localidades de Aldeia Formosa, Cacine e entre outras também Gadamael, onde teria estado uma Secção. Ora esta Secção deve ter estado instalada em Gadamael Porto, por volta dos anos 1961/62, tendo-se posteriormente deslocado para Buba, onde se fez o reagrupamento da Companhia.

Quando a CART 494 chegou a Gadamael, teve desde início de resistir às flagelações e emboscadas do PAIGC, ao mesmo tempo que construía as primeiras defesas do Aquartelamento e instalava um Destacamento em Ganturé (02FEV64) com apoio do Pel Rec Fox 42 que aí permaneceu até 20MAI64 (P7877). 

Seguiu-se o início das primeiras construções de apoio que se continuaram com a Companhia seguinte. Nesta fase, a margem direita do braço do Rio Queruane, a montante do desembarcadouro, com um piso plano constituído de uma pedra “esponjosa” de aparência vulcânica, serviu de pista de emergência, até ser construída a pista representada de amarelo, no recorte da Carta Militar, isto ainda no tempo da CART 494.

Aquartelamento de Gadamael Porto em Meados de 1969, no tempo da CART 2410.
O croquis faz a síntese do acolhimento das Populações: do lado direito, ao longo da Paliçada, as casas da Tabanca de Gadamael; do lado esquerdo as casas de colmo construídas para albergar a população vinda de Sangonhá/Cacoca (1ª fase do reordenamento da população); as casas com cobertura de zinco construídas pela CART 2410 para albergar a população de Ganturé. (2ª fase do reordenamento)

Foi com estes meios que a CCAÇ 798 encontrou o Aquartelamento de Gadamael Porto a 08MAI65. Durante a sua permanência continuaram as construções de apoio, incluindo a oficina auto, acolheram-se as primeiras populações no interior do perímetro defensivo, o que determinou o seu alargamento e a reorganização defensiva com a construção de novos abrigos e paliçadas. (P9329). 

A pista de aviação,  que na época das chuvas fora interdita, sofreu obras de ampliação e manutenção. A Engenharia Militar procedeu à eletrificação do Aquartelamento, o que permitiu a substituição do “velho petromax” e iniciou o projeto do Cais que viria a ser construído durante a Companhia seguinte, a CART 1659

Foi durante esta Companhia que se iniciaram as primeiras construções (reordenamento da população - P3013) ainda com cobertura de colmo, ao lado do Aquartelamento, para albergar as populações vindas de Sangonhá/Cacoca, entretanto extintos (29JUL68).



Fotografia aérea de finais de 1971 (CCAÇ 2796) gentilmente cedida pelo ©  Cor Morais da Silva
Desapareceram todas as casas de colmo, bem como os últimos troços de Paliçada. O perímetro do Aquartelamento alargou-se, incluindo mais construções militares sobretudo do lado oposto à Tabanca. 


Mas o Aquartelamento de Gadamael, com o perímetro deixado pela CCAÇ 798, deve-se ter mantido, sem grandes alterações, até à instalação dos primeiros Obuses, no tempo da CART 2410 (1968/69).



Fotografia aérea de 1972/73 (CCAÇ 3518), gentilmente cedida pelo ©  ex-Alf Mil L. Monteiro
Há mais construções militares do lado esquerdo. O Reordenamento da População está concluído e pode ver-se o braço do Rio Cacine, onde desagua o Rio Queruane, com o Cais de Acostagem.
 

A partir de agora, o Aquartelamento passa a ser uma base de Apoio de Fogos e de Reabastecimentos, através de um Pel Art e de um Pel AM para o qual houve necessidade de construir instalações. Esta Companhia continuou a construção da Tabanca (36 casas com telhado de zinco,  destinadas aos nativos de Ganturé=, alterou o Aquartelamento do lado da população pela eliminação da paliçada e procedeu à revisão do sistema defensivo daquele. O croquis anterior dá uma ideia do Aquartelamento nesses tempos, onde se pode ver ainda, a Tabanca inicial e os dois tipos de casas correspondendo às duas fases do ordenamento da população. 

A CART 2410 foi rendida a 21JUN69, por troca com a CCAÇ 2316, vinda de Guileje,  que apenas permaneceu em Gadamael, cerca de 4 meses. 

Seguiu-se a CART 2478 que começou por se instalar em Ganturé a 11OUT69, onde manteve dois Pelotões até à sua extinção, a 13MAI70. Foi no tempo desta Companhia que se iniciou a construção de Valas, como sistema defensivo.



Aquartelamento de Gadamael Porto nos primeiros meses de 1973, no tempo da CCAÇ 3518.
O Aquartelamento, tal como se representa no croquis, deve ter-se mantido sem grandes alterações, até ao ataque do PAIGC de MAI/JUN/73, apenas reforçado com um Pel CAN S/R com 5 armas, chegado a Gadamael na primeira quinzena de Maio, no tempo da CCAÇ 4743.


A 29DEZ70 a Companhia anterior era rendida pela CCAÇ 2796 que, nos primeiros tempos em Gadamael, foi severamente atacada pelo PAIGC, tendo sofrido várias baixas, entre os quais, o próprio Comandante da Companhia. O esforço operacional não a impediu de se dedicar à população, construindo 80 casas no Setor Norte do Aldeamento, uma Escola e um Posto Sanitário, na zona de ligação entre os dois setores do Ordenamento, para além de um Heliporto, Casernas e uma nova Reorganização do Terreno. A 1ª foto aérea dá uma ideia do Aquartelamento e das zonas limítrofes, no tempo desta Companhia.

A 24JAN72 a CCAÇ 3518 rende a Companhia anterior. Apesar dos constantes patrulhamentos numa extensa ZA, com uma fronteira de muitos quilómetros, nunca teve qualquer contacto com o IN. O PAIGC utilizava as frequentes flagelações sobre o Aquartelamento como forma de manifestar a sua presença e pressionar as NT, normalmente à noite, retirando durante esta todo o Armamento Pesado. 

Durante a presença desta Companhia foram feitas novas construções, entre elas um novo Paiol, e recuperadas as Casas de construção europeia. Foi anda concluído definitivamente o Aldeamento. É ainda de salientar a atividade do Posto Escolar nº 23, frequentado por 40 crianças e uma dúzia de adultos nativos. Desta ação beneficiaram ainda 30 praças que obtiveram o exame de 4ª classe em Bissau. (P6283)

A 04MAR73 abandonam Gadamael os últimos efetivos da CCAÇ 3518, dando lugar à CCAÇ 4743 que estava em sobreposição desde 08FEV73. Foi efémera a presença desta Companhia, interrompida pelo ataque a Gadamael de consequências dramáticas para toda a guarnição e população, ocorrido a partir da retirada de Guileje a 22MAI73. O que se passou a seguir, não é objeto deste anexo.

E agora um simples “clique” sobre a fotografia seguinte, permite-nos uma visita, em ecrã inteiro, a Gadamael Porto, nos finais do ano de 1971. Podemos ver a Escola e o Posto Médico ligando os dois Setores do Reordenamento da População, a Pista, o Heliporto, o Aquartelamento, bem como o envolvimento da floresta e do braço do rio Cacine.

Gadamael Porto nos finais do ano de 1971.  Fotografia gentilmente cedida pelo © Cor Morais da Silva.


Finalmente, aproveito para agradecer a possibilidade de divulgação das fotografias, ao Cor Morais da Silva (foto 1 e 3) e ao ex-Alf Mil L Monteiro (foto 2), bem como a intensa colaboração na elaboração dos Croquis, ao ex-Fur Mil L Guerreiro da CART 2410 e ao ex-Alf Mil L Monteiro da CCAÇ 3518, sem a qual não seria possível a sua apresentação.






Fontes:
Principal – Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, através das Apresentações, correções e Comentários.

Fontes Adicionais:
A necessidade de elementos concretos, obrigou ao contacto direto de vários camaradas que fazem parte da Tertúlia - Cor. Morais da Silva; ex-Alf Mil Vasco Pires; ex-Fur Mil Luís Guerreiro - e ainda do ex-Alf Mil Lopes Monteiro que não faz parte de mesma.

Manuel Vaz
Ex-Alf Mil
CCAÇ 798
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Nota de CV:  

Vd. último poste da série de 13 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9740: Memórias da CCAÇ 798 (Manuel Vaz) (8): Uma perspectiva a partir de Gadamael Porto - 65/67 - VII Parte - Evolução da situação militar - Anexos I, II e III

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Guiné 63/74 – P9806: Convívios (418): Encontro do Pessoal do BCAÇ 2835, dia 5 de Maio de 2012 em Loureira/Fátima (Manuel Moreira de Castro)

1. Mensagem da nossa amiga Arminda Castro, filha do nosso camarada Manuel Moreira de Castro (ex-Soldado da CCAÇ 2315/BCAÇ 2835, Bula, Binar, Mansoa, Bissorã e Mansabá, 1968/69), com data de 21 de Abril de 2012:

Sr. Carlos Vinhal,
Algum tempo atrás, inscrevi o meu pai, Manuel Moreira de Castro, na Tabanca Grande, Poste 8285 mas na altura não mencionei o posto dele, agora completo essa informação, foi Soldado, como ele diz “escriturário da G3”.
A data de nascimento dele também não foi mencionada é 21/10/1946.

Arminda Castro


3.º CONVÍVIO DO PESSOAL DO BCAÇ 2835


Aproveito esta oportunidade também para informar que vai haver o 3.º Convívio do Batalhão de Caçadores 2835 (CCS, CCaç 2315, CCaç 2316, CCaç 2317) dia 05 de Maio em Loureira perto de Fátima. 

A concentração tem início em Fátima a partir das 10h00 no parque n.º 2 (que fica entre os autocarros e as caravanas do lado poente) depois, seguem todos para a igreja da Nossa Senhora da Trindade onde assistirão à Eucaristia. No fim da mesma seguem para a Quinta Outeiro do Moinho em Loureira para a respectiva confraternização. 

Para marcação devem contactar o Sr. Henrique Santos para o n.º 231 107 642.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 19 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9770: Convívios (338): Almoço/Convívio da 1ª CCAÇ do BCAÇ 4610/72, Vila nova de Gaia - 19 de Maio de 2012 (Manuel António Lopes)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7186: Memória dos lugares (105): Gadamael e as suas unidades de quadrícula (Luís Graça / Daniel Matos)


Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos >  Foto 44 > "Cais de Gadamael, num momento de descarga do batelão (BM3), que nos abastecia e que ali deixava os produtos que transportaríamos nas colunas para Guileje"




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos >  Foto 12 > "O autor, junto às águas do Rio Sapo, afluente do Rio Cacine, que banhava Gadamael Porto"




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos >  Foto 67A  > "Fevereiro  de 1973, Messe"




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos >  Foto 65 > Secretaria




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos >  Foto 58 > Caixa de correio




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos  > Foto 23 > "O autor, à entrada dos quartos de Sargentos em Gadamael; já quando lá chegámos se chamava "Cozinha Económica" ao edifício, e nós, com intensa actividade a condizer no átrio de entrada, soubemos conservar a tradição... O edifício seria completamente destruído nos primeiros dias de Junho de 1973".




Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 3518 (1970/74) > Album fotográfico de Daniel Matos  > Foto 23 > Foto 69a > "A entrada de Gadamael, junto ao cais; a seta lembra implacavelmente a distância a que estamos de casa: 3600 km!"... (O edifício em frente parece-me ser o tal que  ostenta, na parede lateral, o enigmático acrónimo A.S.C.O... Faz todo o sentido ficar junto ao cais, tratando-se de um edifício comercial . Em 1968/69, no tempo da CArt 2410, era messe e quartos de sargentos, segundo informação do Luís Guerreiro).


Fotos (e legendas): © Daniel Matos (2010)/ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


Não sei se foi a primeira unidade de quadrícula, mas em 1967/68, esteve em Gadamael (todo o tempo da comissão) a CART 1659; mobilizada pelo RAC, saiu da metrópole em 11/1/1967 e regressou a 30/10/1968. O Comandante era o Cap Mil Art Manuel Francisco Fernandes de Mansilha. Não está representada no nosso blogue, tnato quanto sei ou pude apurar.

A seguir esteve lá o BCAÇ 2834, que era comandado pelo Ten Cor Inf Carlos Barroso Hipólito. Este batalhão (a que pertenciam as CCAÇ 2312, 2313 e 2314), ou melhor o respectivo comando e a CCS passaram por vários sítios (Bissau, Buba, Aldeia Formosa e por fim Gadamael, possivelmente no final da comissão).  Mobilizado pelo RI 15, o batalhão embarcou a 10/1/1968 e regressou a casa 23/11/1969. Parece-me também não termos cá ninguém, desse batalhão,  que tenha passado por Gadamael.

A CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835, da mesma época, também passou por Gadamael (Bissau, Bula, Mejo, Guileje, Gadamael, Bissau, por esta ordem). Teve quatro capitães, incluindo o Barbosa Henriques, natural de Cabo Verde, que eu conheci, como instrutor da 1ª Companhia de Comandos Africanos, em Fá Mandinga, terra do Jorge Cabral (de quem, de resto, ficou amigo, até morrer).

Temos a seguir a CART 2410: mobilizada pelo GACA 2, embarcou em 11/8/1968 e regressou a casa a 18/4/1970. Esteve em Gadamael e Guileje. Comandante: Cap Mil Art Amílcar Cardigos Pereira. A CART 2410, Os Dráculas,  está representada no nosso blogue pelo ex-Fur Mil do 4.º Gr Comb,  Luís Guerreiro (que vive hoje na Canadá).

Outra companhia que passa, no final da sua comissão , por Gadamael, é a CART 2478: mobliizada pelo RAP 2, tem partida a 5/2/1969, e regresso a 23/12/1970. Comandante: Cap Art João Baptista Rodrigues Videira. Passou por Farim, Jumbembém,  Cuntima, Bissau, Ganturé e Gadamael. Pertecencia ao BART 2865 (Catió). A CART 2478 também não  está representada no nosso blogue.

Temos a seguir, a CCAÇ 2796 (RI 2; data de embarque: partida a 31/10/1970; regresso a 5/10/1972). Esteve em Bissau, Gadamael e Quinhámel, por esta ordem.  Comandante(s): Cap Inf Fernando Assunção Silva, e Cap Art António Carlos Morais da Silva, hoje coronel reformado, colaborador do nosso blogue.

O Morais da Silva escreveu no nosso blogue:

 “Avancei no fim de Janeiro de 1971 para o comando da CCaç 2796,  em Gadamael,  quando da morte em combate do seu comandante, meu camarada de curso e amigo Capitão de Infantaria Assunção Silva. Fiquei, a meu pedido, no comando desta companhia até ao final da comissão em Outubro de 72” (Poste P6690).

Também passou por Gadamael (e depois por Brá e Bafatá), a madeirense CCAÇ 3518 (BII 19; partida a 20/12/1970; regresso a 28/3/1974), comandada pelo Cap Mil Inf  Manuel Nunes de Sousa.

O Daniel Matos que tem um valioso álbum sobre Gadamael é o digno representante da CCAÇ 3518 na nossa Tabanca Grande. Diz que eles ficaram lá até Abril de 1974.

Mais ainda há mais unidades de quadrícula que por lá passaram no final da guerra. 

Temos a 3ª C/BCAÇ 4612/72, do RI 16 (partida a 5/10/1972; regresso a 26/8/1974). Esteve primeiro em Mansoa, depois foi colocada em Gadamael, para regressar de novo a Mansoa. Teve 3 comandantes, dois dos quais milicianos.

Outra companhia que passou por lá foi a CART 6252/72 (RAP 2; partida: 23/10/72; regresso: 25/8/1974). Esteve em Bissássema, Tite, Gadamael, Bissau e Bafatá, por esta ordem. Teve dois capitães, milicianos.

Há ainda a referir, das unidades de 1972, a nossa conhecida CCAV 8350/72 (RC 3; partida a 25/10/1972; regresso a 27/8/1974). Esteve em Guileje, como é sabido, até à sua retirada em 22 de Maio de 1973. Apanhou a batalha de Gadamael, e depois andou por Cumeré, Quinhamel, Cumbijã e Colibuía. Teve 4 capitães, sendo o primeiro o Cap Mil Art Abel dos Santos Quelhas Quintas, justamente ferido em Gadamael em finais de Maio ou princípios de Junho de 1973. Esta companhia - Os Piratas de Guileje -  tem diversos representantes no nosso blogue, sendo o mais antigo o José Casimiro Carvalho.

Também esteve em Gadamael (e depois foi para Tite) a CCAÇ 4743/72 (BII 17; partida a 27/12/1972; regresso a 31/8/1974). Teve 3 capitães. 

Outra foi foi CCAÇ 4152/73. O José Gonçalves,  ex-Alferes Mil Op Esp, membro do nosso blogue, a viver no Canadá,  esteve nesta companhia de  Jan a Jul 74. Estava lá no 25 de Abril. Esta unidade, mobilizada pelo RI 1, embarcou a a 29/12/1973 e regressou a casa em 12/9/1974. Esteve em Gadamael e depois em Cufar. Comandante: Cap Mil Inf Rodrigo Belo de Serpa Pimentel.

Antes tinha passado por Gadamael  (e depois Cacine, Cumeré e Brá) a CCAV 8452/72, comandada pelo Cap Mil Cav José Ferreira Rodrigues Peixoto. Mobilizada pelo RC 4, embarcou para a Guiné a 29/5/1973 e regressou a 6/9/1974.

2. Comentários / Rectificações / Notas adicionais dos nossos leitores (LG):

2.1. Luís Dias:

Apenas duas notas no que respeita à CCAÇ 3518. Embarcaram no Funchal, no navio Angra do Heroísmo, onde seguia também o meu batalhão (BCAÇ3872, embarcado em Lisboa dois dias antes)e m 20/12/de 1971 e não 70. Como referes,  e bem regressaram a 28 de Março de 74, no navio Niassa, também com o meu batalhão e, portanto, já não estavam em Gadamael em Abril de 74. (...)

2..2. Carlos Cordeiro:

Segundo o P6710, In Memoriam Adelino da Silva Sineiro, a CCaç 798 esteve em Gadamael Porto entre Abril de 65 e Fevereiro de 67 (...).

2.3. José Gonçalves:

 Só uma clarificação sobre a CCAV 8452, comandada pelo capitão Peixoto que já estava em Gadamael quando a minha companhia CCaç 4152 foi render a CCaç 4743 em Jan-Fev 1974. Eu não tenho bem a certeza quando a CCAV 8452 foi para Gadamael mas acho que foi substituir os Gringos de Guileje quando estes saíram. No meu tempo também lá havia uma companhia de milícias. (...)

2.4. Carlos Cordeiro: 

Os Gringos estiveram em Guileje e Nacra e não em Gadamael. Deve haver confusão com os Piratas de Guileje. (...)


2.5. Luís Guerreiro:

Uma pequena retificação: A CArt 1659 foi rendida pela CArt 2410, que por sua vez rendeu e trocou com com a CCaç 2316, que se encontava em Guileje. Quanto ao BCaç 2834 era o batalhão a que estavamos adidos, encontrava-se em Buba, e não esteve em Gadamael. (...)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3286: Convívios (88): Confraternização de Asp Of Mil do 2.º Curso de Rangers de 1967, CIOE, Lamego (Idálio Reis)


1. Mensagem do nosso camarada Idálio Reis, ex-Alf Mil da CCAÇ 2317, Gandembel/Balana, 1968/69, com data de 6 de Outubro de 2008:

Assunto: Uma saudosa confraternização de aspirantes milicianos que integraram o 2.º Curso de Rangers de 1967, no CIOE em Lamego.

Indelevelmente, quanto mais este vagar do tempo se prolonga, maior um ror de saudades se nos afaga.

Essa estulta armadilha que nos agrilhoou quando muito jovens, em plena flor da idade em que se começa a tactear o destino da Vida, é espectro que jamais se sume, tantos foram os companheiros que então se nos atravessaram naquela curta encruzilhada temporal.

Efectivamente, com alguns desses sobejou laços de apertada amizade, que depois do ciclo da tropa, circunstâncias inerentes vieram a esvaecer, por força de porfiados afãs que a cada um houve então que encetar. O recomeço foi tão difícil ...

Hoje, com mais tempo livre, porventura mais propensos para readquirir essa comunhão de afinidades imperecíveis, procuramos apaziguar as dolentes saudades restadas, e assim dando azo ao reencontro, passados 41 longos anos, juntámo-nos para o amplexo do reconhecimento e da renovação, e fundamentalmente, relembrar os que foram brutalmente excluídos por um perecimento antecipado, onde uma guerra imposta fez semear dor, martírio, sangue.

Um dos elementos do grupo, o António Brandão, viria a sofrer um profundo choque, quando soube da morte do Almeida Fonseca, um cabo-verdiano com quem privara muito de próximo, e que acabaria por rumar até Moçambique. Aqui, a cerca de metade da comissão, morreria em combate no dia 5 de Janeiro de 1969, na Serra do Mapé, com mais 6 companheiros da CCaç 2321; este trágico desastre, está bem expresso no melhor Blogue referente à guerra naquela Província.

À sua memória, prometeu-lhe que haveria de raiar um dia para lhe prestar a homenagem, que em seu entendimento merecia, pois sentiu que fora injustiçado por omissão, ao ser um dos que no fim do Curso não fora merecedor da entrega do crachá "Operações Especiais".

Empenhou-se pois este velho Companheiro, que fez a sua comissão em Angola, na tarefa de ir ao encontro dos paradeiros dos que com ele tropeçaram no CIOE, ainda no quartel antigo, onde fomos então escolhidos 70 aspirantes, a dividir por 2 turmas.

Neste seu porfiar, acabou por já encontrar uma parte substantiva. E com a prestimosa ajuda do António Albuquerque, um homem do distrito, entenderam que estava chegado o o momento adequado, e vão ao encontro do Comandante da Unidade, dando-lhe a conhecer que aí desejariam perpetuar as memórias dos companheiros mortos.

E assim, no pretérito fim-de-semana, aglutinou-se um grupo de 20 cidadãos (18 ex-militares do Curso, a que com muito agrado se juntaram 2 instrutores), que foi recebido e homenageado com enorme nobreza pela Unidade, ante uma parada de honra presidida pelo seu militar mais graduado - o Comandante.

Tratou-se de um acto de sublime dignidade, perpassado por um forte e comovente sentimento de saudade, em que pudemos recordar os que tombaram em África: o Rogério de Carvalho, da CART 2338, na Guiné, em 17 de Abril de 1968 (nas imediações de Canjadude), o Almeida Fonseca e o Eusébio Silva (8 de Março de 1969) em Moçambique. Também foram lembrados os já ausentes, subtraídos pelo determinismo da força da Lei da vida.

Após este honroso acto, seguiu-se um suculento almoço, em que satisfeitos pela forma como a jornada decorrera, nos reapresentamos, e com a óbvia conclusão que os anos começavam a pesar e os cabelos a branquear, foi entendido por unanimidade, que seria de bom grado que este convívio se repetisse para sempre.

Em anexo, envio 3 fotografias: numa delas, está presente o Comandante da Unidade em amena cavaqueira com alguns (i) ; uma outra, representa o grupo que esteve presente (ii); outra, apresento à Tertúlia, um dos homens de Guileje, o alferes Torres Veiga da CCaç 2316/BCaç 2835 (iii).

Um forte abraço a todos,
do Idálio Reis.


Lamego > CIOE - Centro de Instrução de Operações Especiais > Foto 1 > O comandante da unidade em amena convaqueira com o grupo

Lamego > CIOE - Centro de Instrução de Operações Especiais > Foto 2 > O grupo de antigos Asp Of Mil do 2.º Curso de Rangers de 1967.


Lamego > CIOE - Centro de Instrução de Operações Especiais > Foto 3 > Um dos homens de Guileje, o alferes Torres Veiga, da CCaç 2316/BCaç 2835.

Fotos e legendas: © Idálio Reis (2008). Direitos reservados.

________________

Notas de CV:

(1) - Vd. postes de

5 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3113: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (4): As exéquias fúnebres (Idálio Reis)

4 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2718: Fórum Guileje (11): Relembrando a velha Guileje do Zé Neto e do Eurico Corvacho, onde perdi 2 soldados em combate (Idálio Reis)

1 de Abril de 2008 > Guíné 63/74 - P2708: Construtores de Gandembel / Balana (5): Ponte Balana não era dos piores sítios do Tombali... (Idálio Reis)

26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2689: Construtores de Gandembel / Balana (2): O papel da CART 1689 (8 de Abril a 15 de Maio de 1968) (Idálio Reis)

3 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2326: O Hino de Gandembel e a iconografia do soldado atormentado pelo desassossego (Idálio Reis)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2746: Guileje, colónia penal (2): Terra ingrata, de mau signo, terra de bandidos, terra da fome (Nuno Rubim)

Guiné > Região de Tombali > Guileje >Outubro de 1968 > "Guileje, Colónia Penal, Terra Ingrata, de Mau Signo, Terra de Bandidos, Terra da Fome"... Nesta altura, a unidade de quadrícula de Guileje era a CCAÇ 2316 (Mai 1968/Jun 1969) (contacto: Cap Vasconcelos).

Foto : © Gabriel Chasse /
Nuno Rubim (2008). Direitos reservados.



1. Texto do Nuno Rubim, Coronel de Artilharia na situação de Reforma, especialista em história militar e especialmente em história da artilharia, e sobretudo nosso querido amigo e camarada:

Caro Luís:

Continuando com a saga de Guileje, Colónia Penal (1)...

Pois parece-me que nos tempos modernos fui eu quem deu continuidade a essa triste fama..

De facto, no final de 1965, enquanto Cmdt da Companhia de Comandos da Guiné e em virtude de um contencioso que se abriu com o Cmdt do CTIG ( relacionado, a meu ver, com a indevida utilização que estava a ser dada aos Grupos de Comandos da Companhia ), tive um dia uma acesa discussão com o referido senhor.

O resultado não se fez esperar ! Mandou-me sair imediatamente do seu gabinete e disse-me que no dia seguinte receberia guia de marcha para seguir imediatamente para Guileje !

Lá fui ,pois ... substituir o Cmdt da CCAÇ 726, Companhia que na altura já tinha cerca de 16 meses de comissão, em finais de Janeiro de 1966 (2).

Mas isto não ficou por aqui ! Ainda durante a permanência desta companhia em Guileje, chegou a CCAÇ 1424, que a ia render. Pois retiraram-na do comando do seu Capitão, que a tinha formado em Portugal e que o pessoal muito estimava e puseram-na sob as minhas ordens ! Incrível, mas assim aconteceu !

Depois há um vácuo temporal ... ou possívelmente não, mas não me foi dado saber se até 1973 houve mais casos de corrécios despachados para lá ... O que é certo é que me deparei, no AHM [ Arquivo Histórico Militar,] com mais dois casos, já em 1973.

Segundo notas da 1ª Rep / CTIG, a 22 de Janeiro é transferido do GA 7 para o COP 5, o Alf Mil Art José A. C. Branco da Costa, por motivo disciplinar. E logo a seguir, a 9 de Fevereiro, o Fur Mil Op Esp Delfim J. Marques dos Santos, é transferido da CCAÇ 3373 para a CCAV 8350 (2), pelo mesmo motivo !

Realmente a inscrição que amavelmente o nosso camarada Gabriel Chasse, que esteve em Guileje, me enviou (ver foto acima ), sintetiza melhor do que quaisquer palavras o que foi o inferno naquele local.

Um abraço

Nuno Rubim
______________

Notas de L.G.:


(1) Vd. poste de 8 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2734: Guileje, colónia penal (1): Em 1897 havia um posto militar fronteiriço, português, em Sare Morsô (Nuno Rubim)

(2) Vd. postes de:

14 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1173: A fortificação de Guileje (Nuno Rubim, Teco e Guedes, CCAÇ 726) ...

27 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2137: Antologia (62): Guileje, 22 de Maio de 1973: Coutinho e Lima, herói ou traidor ? (Eduardo Dâmaso / Luís Graça)

28 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2487: Guileje, 22 de Maio de 1973 (2): Por mor da verdade dos factos (Nuno Rubim)

26 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2584: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (23): O diorama está pronto e é uma obra-prima (Pepito / Luís Graça)

25 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2681: CCAÇ 2617, Os Magriços do Guileje (Guileje, Mar 1970 / Fev 1971) (José Crisóstomo Lucas / Abílio Pimentel)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2492: Estórias de Guileje (5): Os nossos irmãos artilheiros Araújo Gonçalves † e Dias Baptista † (Costa Matos / Belchior Vieira)

Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971 > Um das famosas imagens da guerra da Guiné, a saída do obus 14, de noite, tirada com a máquina rente ao chão, pelo então Alf Mil Médico Amaral Bernardo (hoje médico do Hospital de Santo António, Porto, e membro da nossa Tabanca Grande) (1).

Foto: © Amaral Bernardo (2007). Direitos reservados.

1. Texto enviado pelo Cor Art, na reforma, Costa Matos:

Agora que Guileje está, por motivos vários, na ordem do dia, envio-lhe, por sugestão do meu camarada de curso Coronel Nuno Rubim, um extracto de uma conferência proferida em 2004, na Liga dos Combatentes, pelo Tenente General Belchior Vieira (2).

Era bom que tantos episódios reveladores de rara corgem e abenegação protagonizados por humildes e esquecidos Portugueses (com letra grande), fossem trazidos ao conhecimento dos seus concidadãos e, em sua memória, fossem exaltados como merecem. Talvez com isso se minimizasse a injustiça com que têm sido omitidos da História.

É pena que não saibamos merecê-los e é triste que se tenham sacrificado em vão!

Bem haja pelo trabalho que vem realizando e pelo contributo que tem conseguido dar à História que, um dia, alguém virá a a contar com rigor,verdade e isenção.

Com os meus cumprimentos.
Costa Matos,
Coronel de Artilharia na reforma


2. Comentário do editor L.G.:

Agradecemos ao Cor Costa Matos esta gentileza. Tomamos a liberdade de publicar, com a devida vénia, o texto agora recebido na série Estórias de Guileje (3)

3. Estórias de Guileje > O irmão artilheiro

Extracto de uma conferência sob o título “O IRMÃO ARTILHEIRO”, proferida em 2004, pelo Tenente General Belchior Vieira, na Liga dos Combatentes, e publicada nesse mesmo ano na Revista Combatente, editada pela Liga.

(...) Do episódio, Guileje 1969, tive conhecimento quando, em 1982, como Director da Revista de Artilharia, me foi facultada pelo então Brigadeiro Ricardo Durão, Director do Serviço de Justiça e Disciplina, a consulta do processo sobre ele elaborado.

A Revista de Artilharia obteve ainda o depoimento do então Major Barbosa Henriques (4), que fora Comandante da Companhia de Caçadores 2316.

Com a retracção do nosso dispositivo na Zona Sul do TO da Guiné, desenvolvida desde 1968, o aquartelamento de Guileje, sede da Companhia de Caçadores 2316, passou a estar, em 1969, isolado, a oito quilómetros da fronteira Leste com a Guiné-Conacri.

As acções desencadeadas pelo PAIGC, até então repartidas pelos aquartelamentos evacuados (Cacoca, Sangonhá, Gandembel e Mejo), vieram a concentrar-se, a partir daí, sobre Guileje, de tal modo que, desde 28 de Janeiro de 1969 (data em que ficou concluída a evacuação do Mejo) até 14 de Fevereiro, se registaram 59 flagelações.

Na noite de 14 de Fevereiro, o aquartelamento foi submetido a um violento bombardeamento de morteiros e de canhões S/R, precedido de uma regulação de tiro e prolongando-se por cerca de duas horas.

Com os postos guarnecidos de acordo com o plano de defesa e referenciadas, pelos clarões dos disparos, as posições das armas inimigas, imediatamente a única boca de fogo de artilharia, um obus de 10,5 do 6° Pelotão da Bataria de Artilharia de Campanha n°1 (o outro obus fora evacuado para reparação) e um morteiro de 10,7 abriram fogo, quer sobre as posições referenciadas, quer sobre posições donde, do antecedente, o inimigo desencadeara as suas acções.

Verificava-se, entretanto, uma crescente intensidade do fogo inimigo, o que obrigou ao empenhamento dos dois morteiros de 81 disponíveis. 0 Alferes José Manuel de Araújo Gonçalves, Comandante do Pelotão de Artilharia, e o Furriel António da Conceição Dias Baptista, Comandante de Secção, que eram sempre os primeiros a guarnecer a boca de fogo, aperceberam-se da intensidade de fogo e da violência do ataque.

De imediato, ordenam aos serventes, na sua maioria guineenses, que se abrigassem numa trincheira junto da posição, permanecendo os dois junto do obus, carregando, apontando e disparando, indiferentes ao bombardeamento que atingia, com excepcional precisão, o aquartelamento. Um impacte directo de uma granada de canhão S/R numa das conteiras do obus provoca-lhes a morte imediata.

0 Alferes Araújo Gonçalves, natural de Lisboa, terminou o Curso de Oficiais Milicianos na Escola Prática de Artilharia em Junho de 1968 e desembarcara em Bissau em Novembro do mesmo ano, destinado à Bataria de Artilharia de Campanha n° 1. Foi condecorado, a título póstumo, com a Medalha de Prata de Valor Militar, com Palma.

0 Furriel Dias Baptista, natural de S. Domingos de Rana, terminou o Curso de Sargentos Milicianos na Escola Prática de Artilharia em Dezembro de 1967 e desembarcara em Bissau em Abril do mesmo ano. Foi condecorado, a título póstumo, com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe. (...).

_________________

Notas dos editores:

(1) Vd. poste de 2 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1489: Tertúlia: Formalizo o meu pedido de entrada (Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Médico, Catió, BCAÇ 2930)

(2) Há dias o Nuno Rubim tinha-nos mandado a seguinte mensagem sobre "os materiais de artilharia de Guileje":

Caro Luís Graça: Este é apenas um email para te elucidar sobre a problemática da utilização de bocas de fogo de artilharia em Guileje, questão ainda em aberto no que concerne às datas de serviço.Julgo que não vale a pena colocá-lo no blogue.

A 1ª referência que tenho é a de que foram atribuídos a Mejo (então um destacamento de Guileje) dois obuses de 8, 8cm, em data ainda não averiguada (possivelmente 1967, segundo uma foto do Cap Neto). No meu tempo, 1966, não foi.

Aquando do abandono de Mejo (Janeiro de 1969) foram recolhidos em Guileje. Em data ainda indeterminada foram substituídos por 2 (?) obuses de 10,5 cm e posteriormente (possivelmente em 1972 ) vieram 3 peças de 11,4 cm (daí teres as fotos do Casimiro Carvalho com o 10,5 e depois com o 11,4, em Guileje) [Em Gadamael, esclareceu posteriormente o José Casimiro Carvalho: é que em Guileje ele não andava em calções de banho...].

E, como sabemos, em 16 de Maio de 1973 estes [, as peças 11,4,] foram substituídos por 2 obuses de 14 cm. Continuarei as pesquisas (...).

(3) Vd. postes anteriores desta série Estórias de Guileje:

29 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2489: Estórias de Guileje (4): Com os páras, na minha primeira ida ao Corredor da Morte (Hugo Guerra)

27 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2483: Estórias de Guileje (3): Devo a vida a um milícia que me salvou no Rio Cacine, quando fugia de Gandembel (ex-Fur Mil Art Paiva)

23 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2473 - Estórias de Guileje (2): O Francesinho, morto pela Pátria (Zé Neto † )

14 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2437: Estórias de Guileje (1): Num teco-teco, com o marado do Tenente Aparício, voando sobre um ninho de cucos (João Tunes)

(4) Sobre Barbosa Henriques, nascido em Cabo Verde, e que também foi instrutor da 1ª Companhia de Comandos Africanos, em Fá Mandinga, em 1970, vd. postes de:

19 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1536: Morreu (1)... Barbosa Henriques, o ex-instrutor da 1ª Companhia de Comandos Africanos (Luís Graça / Jorge Cabral)

19 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1611: Evocando Barbosa Henriques em Guileje (Armindo Batata) bem como nos comandos e na PSP (Mário Relvas)

sábado, 6 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2160: Militares mortos em campanha, no sul, entre Fevereiro de 1968 e Janeiro de 1969 (J. C. Abreu dos Santos)

1. Mensagem enviada ao Idálio Reis e ao editor do blogue, Luís Graça, em 24 de Setembro pelo J. C. Abreu dos Santos, e que se torna pública por se julgar ser do interesse de todos nós. Agradeço ao Abreu dos Santos a atenção com que tem acompanhado os depoimentos dos amigos e camaradas que fazem parte desta tertúlia, vasta e plural.

Assunto: Resumo de baixas mortais ocorridas em 24 Fev 68-27 Jan 69 no sul da Guiné (Mampatá, Mejo, Quebo, Guileje, Gandembel, Ponte Balana)

Idálio Reis e Luís Graça,

Em complemento do m/anterior e-mail [24 Set 07] (1), anexo ao presente uma listagem dos militares

Cordiais cumprimentos,
Abreu dos Santos

Resumo de baixas mortais ocorridas em 24Fev68-27Jan69 no sul da Guiné (Mampatá, Mejo, Quebo, Guileje, Gandembel, Ponte Balana)

– sábado 24Fev68
† MANUEL DE JESUS RODRIGUES SOBREIRO
nascido em 1942, na freguesia de Souto da Carpalhosa, concelho de Leiria
Alf ´Mil Art M/A, 2.º Cmdt da CART 1612/BART 1896-RAP2 (a 6 meses do final da comissão); morre em «acidente» com deflagração de granada defensiva, na região de Mampatá.

– 3.ª feira 26Mar68
† MANUEL FERREIRA DA SILVA
nat. Regadas, freg. Cabreira, conc. Barcelos
Sold Art da CART 1659-RAC (a 7 meses do final da comissão); morre em combate (durante a Op.Revistar?) na região de Gadamael.

– 5.ª feira 28Mar68
† DOMINGOS FERREIRA DA COSTA
nat. Seixo Alvo, freg. Olival, conc. Vila Nova de Gaia
Sold Inf Mun MG42 da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15 (a 2 meses da chegada e há 8 dias no local)
e
† MANUEL JOAQUIM MEIRELES FERREIRA
nat. Vale de Cunho, freg. Pópulo, conc. Alijó
Sold Inf Mun LGF 8.9 da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15 (a 2 meses de início c/8 dias no local)
´
morrem ao início da tarde durante contra-emboscada no entroncamento Guileje> Ganturé> Gadamael.

– 4.ª feira 10Abr68
† MANUEL ANTÓNIO DOS SANTOS VIEIRA
nat. Portimão
Sold Cav do Pel Fox 1165 -RC8 (a 7 meses do final da comissão)
e
† SAMBA TALA QUETÁ
nat. Guiné
Sold Inf do Pel Caç Nat 51-CTIG (desde Set66 instalado na tabanca do Guileje)

morrem durante emboscada IN c/mina a/c contra 1ª Coluna Logística no itinerário Guileje> Gandembel.

– 5.ª feira 11Abr68
† SEBASTIÃO DA COSTA DIONÍSIO
nat. São Vicente, freg. Penso, conc. Braga
Fur Mil Inf do Pel Caç Nat 51 (mobilização individual pelo RI8)
morre ao alvorecer durante emboscada IN c/minas no itinerário Gandembel> Guileje.

– 4.ª feira 24Abr68
† JOSÉ AUGUSTO DA SILVA LEAL
nat. Reiros, freg. Vandoma, conc. Paredes
1º Cabo Art da CART 1613/BART 1896-RAP2 (a 4 meses do final da comissão)
e
† MANUEL DE OLIVEIRA MOREIRA
nat freg.Burgães, conc. Santo Tirso
Sold Inf da CCAÇ 2316/BCAÇ 2835-RI15 (a 3 meses de início c/1 mês no local)
morrem durante emboscada IN c/fornilhos comandados à distância, contra 3ª Col Reab no itinerário Guileje > Aldeia do Mejo.

– domingo 12Mai68
† ANTÓNIO PEREIRA NUNES
nat freg. Pinheiro de Coja, conc. Tábua
1º Cabo Art da CART 1612/BART 1896-RAP2 (a 3 meses do final da comissão)
morre em combate na região do Quebo (Aldeia Formosa)

– 4.ª feira 15Mai68
† EDUARDO GUILHERME TEIXEIRA MONTEIRO
nat. Longonjo, conc.Caála (distrito do Huambo, Angola)
Alf Mil Inf da CART 1612/BART 1896-RAP2 (a 3 meses do final da comissão)
† IAIA BALDÉ
nat. Guiné
Sld Inf do Pel Caç Nat 68-CTIG (recém-instalado na Aldeia do Mejo)
† RACHID BALDÉ
nat. Guiné
Sold Inf do Pel Caç Nat 68-CTIG (recém-instalado na Aldeia do Mejo)
† USSEMANE SEIDI
nat. Guiné
Sold Inf do Pel Caç Nat 68-CTIG (recém-instalado na Aldeia do Mejo)
morrem durante emboscada IN c/fornilhos comandados à distância, contra 3ª Col Reab no itinerário Aldeia Formosa >Ponte Balana.

– 2.ª feira 20Mai68 (manhã)
† APARÍCIO DE SOUSA MIRANDA
nat. Monte Penas, freg. Maximinos, conc.Braga
† JOÃO ANTÓNIO MACEDO DA ROCHA
nat. Flores, freg. São Pedro, conc. Vila Real
† MÁRIO GONÇALVES MACHADO
nat. Macieira, freg. Limões, conc. Ribeira de Pena
todos Sold Art da CART 1612/BART 1896-RAP2 (a 3 meses do final da comissão)

morrem durante emboscada IN c/mina A/C, contra 1 secção da CART 1612 a cerca de 4 km norte da Ponte Balana, durante a Op. Pôr Termo no itinerário Mampatá>Uane.

– 2.ª feira 20Mai68 (noite)
† UMARU JULDÉ DJALÓ *
nat. Bedanda, circunscrição de Catió
Sold Art da CART 1612/BART 1896-RAP2
morre durante emboscada nocturna IN c/granada LGF no itinerário Inhala > Aldeia Formosa; *(corpo carbonizado, não recuperado).

– 6.ª feira 24Mai68
† DOMINGOS C. DA SILVA MAGALHÃES
nat freg. Cavês, conc. Cabeceiras de Basto
Sold Cmd da 5ª CCmds-RAL1 (a 5 meses do final da comissão)
morre em combate durante a Op. Pôr Termo na região da Aldeia Formosa

– 4.ª feira 05Jun68
† ÁLVARO FERREIRA DO VALE LEITÃO
nat freg. Ribeira de Frades, conc. Coimbra
Alf Mil Inf da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15 (a 5 meses do início)
† ADELINO DAS DORES RODRIGUES PEREIRA
nat freg. Campia, conc. Vouzela
Sold Inf da CCAÇ 2316/BCAÇ 2835-RI15 (a 5 meses do início)
morrem durante emboscada IN c/fornilhos comandados à distância, contra Col Reab no itinerário Guileje > Gandembel.

– 5.ª feira 20Jun68
† FERNANDO BOTELHO
nat Anquião, freg. Gestaçô, conc. Baião
Sold Art da CART 1613/BART 1896-RAP2 (a 2 meses do final da comissão)
morre em acidente no itinerário Guileje > Buba

– 6.ª feira 05Jul68
† FERNANDO FRANCO
nat freg. Reguendo do Fetal, conc. Batalha
Sold Cav do Pel Rec 2022-RC8 (a 6 meses do início)
† AMADU BALDÉ
nat. Guiné
Sold Inf do Pel Caç Nat 68/COP1-CTIG
morrem em combate na região da Aldeia Formosa

– domingo 14Jul68
† CARLOS ALBERTO DE SAMPAIO E MELO DA VEIGA VALENTE
nat freg. Izeda, conc. Bragança
Fur Mil Inf da CCAÇ 1792/BCAÇ 1933-RI15 (a 9 meses do início)
morre em combate na região da Aldeia Formosa

– 2.ª feira 15Jul68
† JOSÉ JUVENAL ÁVILA FIGUEIRA ARAÚJO
nat freg. Monte, conc. Funchal
Alf Mil Inf cmdt do Pel Çaç Nat 69 -CTIG (mobilização individual pela BAC2 e há 12 dias no local) morre durante flagelação IN 02:00-02:30 ao aqtl de Gandembel (8km NE de Guileje).

– 4.ª feira 17Jul68
† ALBERTO MILHEIRO MOURA
nat freg. São Miguel de Acha, conc. Idanha-a-Nova
1º Cabo Cmd da 5ª CCmds-RAL1 (a 3 meses do final da comissão)
morre em acidente na região da Aldeia Formosa.

– 3.ª feira 23Jul68
† MANUEL JOSÉ MACHADO DA SILVA
nat freg. Parada de Monteiros, conc. Vila Pouca de Aguiar
Sold Art da CART 1612/BART 1896-RAP2 (últimos dias de comissão)
morre por doença no aqtl de Aldeia Formosa.

– 4.ª feira 24Jul68
† JOAQUIM BARREIRA
nat freg. Socorro (hosp S.José), conc. Lisboa
Sld Cav do Pel Rec 2022-RC8 (a 6 meses do início)
morre em combate na região da Aldeia Formosa

– domingo 04Ago68
† ABEL GOMES SIMÕES *
nat freg. Carapetos, conc. Montemor-o-Velho
Fur Mil Inf da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15
† ANTÓNIO BARBOSA MOREIRA
nat São Domingos, freg. Seroa, conc. Paços de Ferreira
Sold Inf da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15
† EDUARDO DA COSTA PACHECO *
nat freg. Frazão, conc. Paços de Ferreira
Sold Inf da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15
† MANUEL ROXO CORREIA
nat freg. Lousa, conc. Castelo Branco
morrem durante emboscada IN c/minas e fornilhos comandados à distância, junto ao riacho Changue-Iaia no itinerário Gandembel >Quebo; *(corpo não recuperado).

– sábado 17Ago68
† JOÃO ISIDRO COELHO BRAGA
nat freg. São Sebastião da Pedreira (matern. Alfredo da Costa), conc. Lisboa
Sold Inf da CCAÇ 1622-RI2 (final da comissão)
morre em acidente na área da Aldeia do Mejo

– 4.ª feira 28Ago68
† ANTÓNIO AUGUSTO DOS SANTOS SIMÃO
nat. Évora
† LUÍS GALVÃO DOS SANTOS
nat. (???)
ambos Sold PQ do BCP 12-RCP (2 Gr Comb desde há 8 dias no local)
morrem na retirada de golpe-de-mão s/bigrupo IN junto à fronteira a sul de Gandembel, durante nomadização no âmbito da Op.Júpiter.

– 6.ª feira 15Nov68
† ACÁCIO CORREIA PEREIRA
nat freg. Ferreirim, conc. Lamego
Sold Inf da CCAÇ 2316/BCAÇ 2835-RI15 (com 10 meses de comissão)
morre em acidente na área da Aldeia do Mejo.

– 4.ª feira 22Jan69
† JOSÉ PEREIRA DA COSTA
nat São Romão, freg. Neiva, conc. Viana do Castelo
† MANUEL DA SILVA CARROLA
nat freg. Cortes do Meio, conc. Covilhã
ambos Sold Inf da CCAÇ 1792/BCAÇ 1933-RI15 (a 7 meses do final da comissão),
morrem em acidente na área da Aldeia Formosa.

– 2.ª feira 27Jan69
† ANTÓNIO PEREIRA MOREIRA
nat Formiga, freg. São Pedro de Escudeiros, conc. Braga
Sold Inf da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835-RI15 (em véspera de mudança da aquartelamento)
morre em acidente c/deflagração de granada ofensiva no aqtl de Gandembel.
___________

Nota do editor

(1) Vd. post 30 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2145: António Pereira Moreira, última baixa mortal da CCAÇ 2317 (J. C. Abreu dos Santos / Idálio Reis)

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1878: SOS Guileje (2): Pessoal da CCAÇ 2316, precisa-se ! (Nuno Rubim)

Relação nominal dos oficiais e sargentos da CCAÇ 2316 (Guileje,

Caro Luis

Se fôr possível colocar no blogue:

Necessitava contactar alguém da CCAÇ 2316 que esteve em Guileje (1). Dado que já faleceu o antigo comandante, Cor Barbosa Henriques (2), junto envio uma relação que obtive, contendo os nomes dos oficiais e sargentos.Talvez algum deles aceda ao blogue. Naturalmente que também me seria muito útil comunicar com outro(s) militar(es) da companhia.

Um abraço
Nuno Rubim
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Notas de L.G.:

(1) A CCAÇ 2316 pertencia ao mesmo batalhão da CCAÇ 2317 (a companhia a que pertenceu o nosso camarada Idálio Reis), o BCAÇ 2835:

Vd. posts de:

23 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1780: Zé Neto: Um herói de Guileje homenageando os heróis de Gandembel

11 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCXCII: Confusão acerca da CCAÇ 2317 (Gandembel, 1968/69) e da CCAÇ 2316 (Guileje, 1968/69) (Zé Neto)

25 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DLXXXV: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto) (Fim): o descanso em Buba

Sobre a CCAÇ 2317, que esteve em Gadembel (1968/69), vd posts de:

16 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1530: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (1): Aclimatização: Bissau, Olossato e Mansabá

9 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1576: Fotobiografia da CAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (2): os heróis também têm medo

12 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1654: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (3): De pá e pica, construindo Gandembel

2 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1723: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (4): A epopeia dos homens-toupeiras

9 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1743: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (Idálio Reis) (5): A gesta heróica dos construtores de abrigos-toupeira em Gandembel

23 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1779: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (6): Maio de 1968, Spínola em Gandembel, a terra dos homens de nervos de aço

21 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1864: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (7): do ataque aterrador de 15 de Julho de 1968 ao Fiat G-91 abatido a 28


(2) O Barbosa Henriques (1938-2007) , caboverdiano de origem, nascido na Ilha do Fogo, já aqui foi evocado:

11 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - CIII: Comandos africanos: do Pilão a Conacri (Luís Graça)

23 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXXIV: Lista dos comandos africanos (1ª, 2ª e 3ª CCmds) executados pelo PAIGC (João Parreira)

19 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1536: Morreu (1)... Barbosa Henriques, o ex-instrutor da 1ª Companhia de Comandos Africanos (Luís Graça / Jorge Cabral)

19 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1611: Evocando Barbosa Henriques em Guileje (Armindo Batata) bem como nos comandos e na PSP (Mário Relvas)

2 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1640: A africanização da guerra (A. Marques Lopes)

Vd. também: Família Henriques da Ilha do Fogo > Ramo Avelino Henriques

terça-feira, 11 de abril de 2006

Guiné 63/74 - P682: Confusão acerca da CCAÇ 2317 (Gandembel, 1968/69) e da CCAÇ 2316 (Guileje, 1968/69) (Zé Neto)

Texto do Zé Neto, que mudou de endereço de e-mail e que estoicamente deixou de fumar há umas semanas atrás, para bem da saúde dele e da alegria geral da caserna...

Meus amigos:

Deve haver uma enorme confusão sobre a CCAÇ 2317. Esta companhia, comandada pelo Cap. Barroso de Moura, esteve na área de Guileje em 1968/69 e não 1967/68,. como vem referido em blogue anterior.

Propriamente na tabanca de Guileje (ou Guiledje) apenas esteve de 20 de Março a 8 de Abril [de 1968]. Nesta data seguiu para a heróica e desastrosa aventura de Gandembel que consta dos meus escritos anteriores (1) (2). A sua irmã CCAÇ 2316 é que ficou estabelecida em Guilege. (Notem Guile...para todos os gostos).

Por agora é tudo, não esquecendo o meu agradecimento pelas muitas mensagens de "força, Zé; resiste ao cigarro" que tu, Luis, desencadeaste na malta do blogue.

Abraça-vos o velho Zé Neto.

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Nota de L.G.

(1) Vd. post de 25 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DLXXXV: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto) (Fim): o descanso em Buba

(2) Vd. post de 30 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CDII: O Hino de Gandembel

Hino a Gandembel
Gandembel das morteiradas,
Dos abrigos de madeira
Onde nós, pobres soldados,
Imitamos a toupeira.

- Meu Alferes, uma saída!
Tudo começa a correr.
- Não é pr’aqui, é pr’ponte!,
Logo se ouve dizer.

Oh!, Gandembel,
És alvo das canhoadas,
Verilaites (i) e morteiradas.
Oh!, Gandembel,
Refúgio de vampiros,
Onde se ligam os rádios
Ao som de estrondos e tiros.

A comida principal
É arroz, massa e feijão.
P’ra se ir ao dabliucê (ii)
É preciso protecção.

Gandembel, encantador,
És um campo de nudismo,
Onde o fogo de artifício
É feito p’lo terrorismo.

Temos por v’zinhos Balana (iii),
Do outro lado o Guilleje,
E ao som das canhoadas
Só a Gê-Três (iv) te protege.

Bebida, diz que nem pó,
Só chocolate ou leitinho;
Patacão, diz que não há,
Acontece o mesmo ao vinho!

Recolha: José Teixeira / Revisão de texto: L.G.

(i) Verylights
(ii) WC
(iii) A famosa ponte Balana
(iv) A espingarda automática G-3