Mostrar mensagens com a etiqueta Tabanca da Lapónia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tabanca da Lapónia. Mostrar todas as mensagens

sábado, 17 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22111: Da Suécia com saudade (90): o fim da picada... ou um certo fim desta picada!... Morreu a Tabanca da Lapónia, viva a Tabanca de Key West, Flórida, EUA (José Belo)



Una especialidade do Norte da Escandinávia: caviar de ovas de salmäo "löjrom", servido com cebola crua e natas ácidas... Vai bem com um vinho branco Bucelas Velho, diz o José Belo, o nosso "exigrado", como ele próprio se intitula: misto de exilado e de emigrado...

Fotos (e legenda): J. Belo (2021)


I. Mensagem de José Belo, o nosso luso-sueco, cidadão-do-mundo, membro da Tabanca Grande, que reparte a sua vida entre a Lapónia (sueca), Estocolmo e Key-West (Flórida, EUA). Foi nomeado por nós régulo (vitalício) da Tabanca da Lapónia (. Na outra vida, foi alf mil inf, CCAÇ 2391, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70).

 
 Date: sexta, 16/04/2021 à(s) 21:13
Subject: Um certo...fim d'esta picada!
 

Meu Caro Luís

(1) Também se come sável por aqui (*), apesar de actualmente muito difícil de pescar por estar quase extinto.

O preco de um prato de sável grelhado nos restaurantes do norte da Suécia (quando há) varia entre o equivalente a 50 até 60 euros. Paga-se pela qualidade que realmente tem mas também pela dificuldade em o encontrar.

Uma maneira típica local é fritá-lo em gordura de bacon fumado, posteriormente misturado com cerefolho, endro e cantarelo (uma espécie de cogumelo amarelo).

De qualquer modo aqui segue uma especialidade muito típica do Norte Escandinavo: Caviar de ovas de salmäo "löjrom", servido com cebola crua e natas ácidas.

Acompanha-se com vodka e cerveja, mas... um José Maria da Fonseca BSE, ou um Bucelas Velho,  seria verdadeiramente "pôr oponto nos ii". (Se é que ainda  existem, estas marcas de vinhos,  depois de mais de 40 anos de,,,"exigrado" !)

(2) Aproveito este texto para informar os Camaradas que a já muito longa série "Da Suécia com Saudade" chegou ao fim da picada. (**) Mudo-me com "armas e bagagens" para a minha casa de Key West [, Flórida, EUA], apesar de manter casa também em Estocolmo para viagens nostálgicas às...raìzes.

Espero ter de algum modo contribuído para um maior conhecimento entre Lusitanos desta realidade exótica situada no extremo de extremo norte europeu que é a Lapónia.

Um abraço, J. Belo

 II. Comentário do editor LG:

Meu querido amigo e camarada:

Percebo que queiras estar mais próximo dos teus filhos e netos...E só posso desejar-te muita saúde e longa vida em Key West onde resto tens casa há muito...

Vamos mesmo pôr um ponto final na série "Da Suécia com saudade" ? Se sim, temos que pensar numa nova série...Porque tu vais continuar a escrever no nosso blogue... E quanto à Tabanca da Lapónia ? Para nós, continuarás a ser o 
régulo da Tabanca Lapónia, não de pedra e cal, mas de madeira e gelo. Por outras palavras, és insubstituível, inamovível, vitalício... Claro que vamos ter saudades das tuas saudades.

Obrigado por mais estas tuas sugestões gastronómicas... E um dia destes posso mandar-te uma listagem com todos os teus postes... incluindo os da série "Da Suécia com saudade" (que são noventa).

Mas deixa-me acrescentar: 

Morreu a Tabanca da Lapónia,  viva a Tabanca de Key West!

Fica bem e que lá sejas feliz, pararaseando um poema do noss Ruy Belo. Que a felicidade é onde a gente a põe, mas a maior parte de nós nunca a põe onde está... Venho de almoçar da Tabanca do Atira-te ao Mar e de deleitar-me com as nossas musiquinhas (com cavaquinho, bandolim, viola, voz...), celebrando a vida, a saúde, o desconfinamento, a amizade, a camaradagem...

Se um dia voltares à Pátria / Mátria / Fátria que te foi Madrasta, seja em viagem de  negócios ou simplesmente para rever as tuas raízes lusitanas, tens já uma convite para vir aqui comer uns marisquinhos do Mar do Cerro e beber uns vinhinhos brancos com aromes atlânticos da regão  da tua avó...

Um abraço fraterno, LG

PS - Lê e ouve aqui o poema "O Portugal Futuro", de Ruy Belo, dito por cantora Lula Pena



O Portugal Futuro

0 portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro

Ruy Belo (1933-1978)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21852: Manuscrito(s) (Luís Graça) (197): Para um especial aniversariante do dia, o luso-lapão José Belo, régulo da Tabanca de Um Homem Só


Para o luso-lapão Joseph Belo,  especial aniversariante do dia

por Luís Graça

Ó régulo da Lapónia,

Tamanha escuridão

E tão grande solidão,

Fazem mal às cachimónias.

 

Fazem mal às cachimónias,

Tal como o confinamento,

E eu saio ou rebento,

Que de noite tenho insónias.

 

E tão grande solidão,

Ó exilado de guerra,

Já esqueceste a tua terra,

Ó Belo, luso-lapão!

 

Com tamanha escuridão,

Até confundes as renas

Com as malditas hienas,

A rondar o casarão.

 

Ó régulo da Lapónia,

Estamos os dois confinados,

E ainda não vacinados,

Na nossa santa parvónia!

 

Da Lourinhã para a Lapónia

Em dia de anos do régulo da Tabanca de Um Homem Só, 

4 de fevereiro de 2021,


Luís Graça

_________

Nota do editor:


Último poste da série > 9 de janeiro de  2021 > Guiné 61/74 - P21753: Manuscrito(s) (Luís Graça) (196): Parabéns, Cristina Silva, filha do Jacinto Cristina, um dos bravos da Ponte Caium... Que as filhas dos nossos camaradas, também nossas filhas são...

Guiné 61/74 - P21851: Usados & Achados: pensamentos para aumentar a nossa resiliência em mais um "annus horribilis" (6): A web câmera, em tempo real, de Karesuando, a localidade mais ao Norte da Suécia e na área da minha casa, município de Kiruana: o pior confimamento... é o da noite escura de 24 horas (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)



Fotograma nº 1 

Suécia > Kiruna > Karesuando > A web câmera, em tempo real,  que fica mais a Norte da Suécia, na fronteira com a Finlândia...na área da casa do José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia. Fotograma obtido ontem às às 22 horas 19 minutos e 28 segundos. Amanhã amanhece às 7h28 e anoitece às 16h02...



Fotograma nº 2

Suécia > Kiruna > Karesuando > A web câmera, em tempo real,  que fica mais a Norte da Suécia, na fronteira com a Finlândia...na área da casa do José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia. Fotograma obtido hoje  às às 11 horas 49 minutos e 31 segundos, locais. Do lado direito, na ponte sobre o rio Muonio, gelado, vê-se uma viatura que me pareceu ter derrapado no gelo... Só passado um bocado o condutor retomou a marcha. 

A manhã amanheceu às 7h28 e vai anoitecer às 16h02, diz o "me(n)teorologista"...



Fotograma nº 3

Suécia > Kiruna > Karesuando >  Fotograma obtido hoje  às 13 horas 39 minutos e 38 segundos, locais.  P...!, que já é noite. Acabou o turno de sentinela... E não vivalma!... E eu pensar que tinha descoberto o passatempo divertido para o resto dos meus dias... de confinamento!



Fotograma nº 4

Suécia > Kiruna > Karesuando >  Fotograma obtido hoje  às 15 horas 14 minutos e 16  segundos, locais.  Bolas,  que já é noite!...  O tom da foto agora é azulado, que estranho!...E continuo a  não ver ninguém a atravessar a ponte...




Fotograma nº 5

Suécia > Kiruna > Karesuando >  Fotograma obtido hoje  às 15 horas 53 minutos e 40  segundos, locais.  Os finlandeses já acenderam as luzes...  Não vi luz do dia nenhuma... muito menos gentes a atravessar a ponte... E até nem faz muito frio: só menos 6 graus...


Fotograma nº 6

Suécia > Kiruna > Karesuando >  Fotograma obtido hoje  às 16 horas 11 minutos e 41  segundos, locais.   Heureca!, está passar um carro na ponte, de faróis acesos!.. Quem será ?...  E a noite é cada vez mais noite... A partir daqui a web câmera passou a dar só imagens a "preto e branco"... Devem estar na "poupança"..., 



Fotograma nº 7

Suécia > Kiruna > Karesuando >  Fotograma obtido hoje  às 16 horas 44 minutos e 53 segundos, locais, mais uma hora que a nossa. Há mais movimento agora; vi mais um ou dois carros... E um "motoqueiro" veio dar umas voltinhas na "pista de gelo"... Entrou e saíu por debaixo da ponte...


Karesuando   é a localidade mais a norte da Suécia, localizada na margem direita do rio Muonio, que constitui a fronteira com a Finlândia. Pertence ao município de Kiruna, condado de  Norrbotten,  ou Bótnia Setentrional (, território com 14 municípios, tão grande como Portugal, mas apenas com 250 mil habitantes; capital: Luleä). É na cidade de Kiruna que  o Zé Belo vai comprar as "rações de combate"... 

Kiruna (cidade e município) tem cerca de 23 mil habitantes, (menos que o concelho, atlântico, que tem 26 mil). E vivia, desde 1900,  sobretudo das suas famosas minas de ferro. Tem ligação rodoferroviária e aérea com o resto do mundo...Por aqui passa a estrada europeia E10. Isto significa que, mesmo a quase 5 mil quilómetros de distância, podemos lá ir direitinho, um dia destes, beber um copo com o régulo da Tabanca da Lapónia.

Karesuando, por sua vez,  tem apenas  280 habitantes.  Do lado finlandês, Karesuvanto tem cerca de 140 habitantes. As duas localidades gémeas estão ligadas por uma ponte, construída em 1980. A zona circundante foi palco de violentos combates entre alemães e finlandeses em Dezembro de 1944, na Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Wikipedia).


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)



1. Mensagem do José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia:
 
Date: terça, 15/12/2020 à(s) 00:36
Subject: A web câmera mais ao Norte da Suécia e na área da minha casa 

Camarada:

Como julgo teres interesse nestas curiosidades exóticas,  aqui segue instrucäo para acederes à web câmera de Karesuando, no município de Kiruna.

A maneira mais fácil é escrever esta frase [ou carregar no link]

Välkommen till Karesuando,sveriges nordligast kyrkby  


[Em português, leia-se: "Bem-vindo a Karesuando, a aldeia-igreja mais ao norte da Suécia"... e onde, para este fim de semana, o nosso editor LG não conseguiu arranjar um hotelzinho...] 

Depois de carregar no título acima, tens entrada na página local. Na coluna da esquerda,  e sob as bandeiras [informação em inglês e alemão],  encontras 

Webbkamera


Carregando então na web câmara surgem duas alternativas,  mas só a última está a funcionar, ou seja:

Kamera mot Muonioälven och gränsbron mot Finland

 
[Em português: Câmera apontada em direção ao rio Muonio e a ponte fronteiriça,  em direção à Finlândia]
 
Esta câmara está a funcionar dia e noite.

É a ponte-fronteira com a Finlândia, e as luzes ao fundo são finlandesas. [Fotograma nº 1]

Com muita sorte (!!!)  durante as horas do dia talvez vejas passar algum camião ou carro [Fotograma nº 2], mas não se pode esquecer que nos próximos tempos [, o José Belo escreve em 15 de dezembro de 2020] é... sempre noite escura nas 24 horas.

Bem Vindo!

José Belo


A aldeia-igreja de Karesuando, Kiruna, Suécia...Deve distar quase 5 mil quilómetros da terrinha onde estou confinado por causa da maldita Covid-19... (LG)

Cortesia da menina do turismo de  Karesuando.



Suécia > Distância entre Kiruna (sede do município) e Karesuando, na fonteira. Um bom sítio para a gente fazer o próximo Encontro Nacional da Tabanca Grande, o primeiro da era pós-Covid.

Fonte: Cortesia de  Rome2rio

__________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de janeiro de  2021 > Guiné 61/74 - P21820: Usados & Achados: pensamentos para aumentar a nossa resiliência em mais um "annus horribilis"(5): Contra a Covid-19 e a pérfida caixinha de Pandora que vem sempre associada às pandemias, a palavra de ordem é: Confinemo-nos, sim, camaradas!... Mas não nos (con)finemos, ámen! (Luís Graça)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21785: Usados & Achados: pensamentos para aumentar a nossa resiliência em mais um "annus horribilis": (3) O luso-lapão




Suécia, Lapónia / Sápmi

Fotos do álbum do José Belo (2021)


Usados & Achados > As renas, o meio envolvente e o único luso-lapão que vive por estas bandas" > Enviado em 13/1/2021 pelo José Belo. (*)


1. Mais um "usado & achado" para nos animar neste "inverno / inferno" da pandemia de Covid-19 (**)... 


Já que não podemos agora viajar, muito menos até à Tabanca da Lapónia, o único luso-lapão que lá vive,  manda-nos estes  três "postais" da terra onde vive... 

É também criador de renas, e gosta de lembrar, aos nossos tabanqueiros, puxando pela sua veia poética,  que "ao luar, entre nevões,/ até as renas parecem pavões"  .

Outra frase, do régulo da Tabanca da Lapónia,  que paga direitos de autor,  é: "É certo que a venda de álcool é monopólio do Estado mas o bonito alambique de cobre é...meu!".

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21768: Da Suécia com Saudade (88): Tudo sobre as renas, as suas adaptações fisiológicas ao meio ambiente, etc.... mas renas só há umas, as do Joseph Belo e mais nenhumas! (... Por favor, não lhe perguntem quantas tem, porque é uma indelicadeza)






Tabanca da Lapónia > As renas são mais do que um simples postal ilustrado que o régulo manda, pelo Natal, aos seus amigo de todo o mundo...

Fotos (e legenda): © José Belo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



José Belo, ex-alf mil, CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampaté e Empada, 1968/70); cap inf ref, jurista, autor da série "Da Suécia com Saudade; vive na Suécia há mais de 4 décadas; régulo da Tabanca da Lapónia; tem cerca de 190 referências no nosso blogue: membro da nossa Tabanca Grande desde 8 de março de 2009]


1. Mensagem, de 14 do corrente, de José Belo, régulo da Lapónia, que só agora, por motivos óbvios, é que volta a pisar as terras do Tio Sam...

Caro Luís

Espero que aí tenham chegado os E-mails sobre as renas e fotos ambientais. Talvez sirvam de "intermezzo" entre textos mais sérios e isolamentos "virais" desgastantes.

Em 2021 vou estar bastante afastado da Lapónia e dos seus infindáveis "tempos de pausa". Muito a fazer nos States à volta de negócios familiares irá tornar os tempos recreacionais no computador bastante mais limitados.

Reformado? O que quer isso dizer?

Abraço, J. Belo
 

As renas e as adaptações fisiológicas 
ao meio ambiente 

por José Belo

 
As renas são o único animal da família dos cervídeos que tem todo o corpo coberto de pêlo, incluindo o nariz (!).

O pêlo mais próximo da carne é como que cerzido entre si, e a segunda camada (exterior) é formada por pêlos com um tubo interior cheio de ar. Este ar aumenta o isolamento ao mesmo tempo que faz o animal flutuar mais facilmente, de grande utilidade nas muitas travessias de rios, lagos e braços de mar locais.
Ao passar-se a mão pelo lombo de uma rena que acaba de atravessar um rio fica-se sempre surpreendido pelo mesmo dar a impressão de não estar minimamente molhado.

Os cascos estão separados em duas partes e têm diferente consistência ao longo do ano, dependendo do período em que há, ou não, neve no solo.

No período sem neve os cascos estão mais moles, proporcionando uma melhor tracção.

Um tendão na perna, imediatamente acima dos cascos, provoca pequenos estalidos quase "plásticos", quando a rena se desloca. Estes pequenos estalidos servem para manter os animais juntos nas manadas aquando das travessias das escuras e densas florestas, ou nevões e neblinas que aqui tiram totalmente a visibilidade para além de um escasso meio metro.

Tendo as pernas quase continuamente enterradas na neve, o sangue venoso local é aquecido pelo sangue arterial em vasos sanguíneos especiais, fazendo-o chegar ao coração à mesma temperatura que este órgão.

Dispõe também de inúmeros vasos sanguíneos no interior das narinas que fazem com que o ar frio respirado chegue aos pulmões à temperatura normal do animal. Muito importante quando as temperaturas envolventes podem atingir os quarenta e tal graus negativos. (No caso humano torna-se perigoso para os pulmões o esquiar com temperaturas inferiores a vinte graus negativos.)

Quanto aos olhos, têm uma visão que abrange a luz ultravioleta, o que lhes é muito útil para distinguir à distância animais de pelagem branca como os lobos árcticos, entre outros.

Este tipo de visão permite-lhes também observar as marcas de urina colocadas na neve como marcação por parte de outros predadores como linces, e os muito abundantes ursos.

É o único animal da família dos cervídeos em que tanto o macho como a fêmea  têm cornos, e estes são iguais em forma e tamanho, variando unicamente com a idade. Os machos mudam de cornos no Inverno e Primavera, enquanto as fêmeas o fazem no Verão.

A razão desta discrepância tem a ver com o nascimento dos vitelos na Primavera, altura em que os machos estão extremamente agressivos. As fêmeas, mantendo os seus cornos neste período, podem mais facilmente defender as suas crias da agressividade dos machos adultos, então sem cornos.

Estes animais têm também um olfacto muito desenvolvido que lhes é útil na busca de alimento sob profundas camadas de neve.

Outra característica única destes animais é o facto de a fêmea, se atacada e perseguida por um predador quando grávida, poder em última instância provocar um aborto imediato, distraindo deste modo o atacante, tendo tempo para se afastar.

As renas têm uma média de vida de vinte anos. Têm entre 90 centímetros a metro e meio de altura, 1,20 a 2,3 metros de comprimento, e 60 a 170 quilos de peso.

Os seus maiores inimigos são os lobos, ursos, linces, e volvorinos. (Estes últimos só existem no extremo norte da Euro-Ásia e América. Assemelha-se a um pequeno urso com uma dentição e agressividade incríveis.) A águia real, também abundante, ataca adultos doentes ou enfraquecidos, e concentra-se na Primavera no ataque às crias das renas.

Sapmi, a Lapónia (que integra 4 países:
Noruega,Suécia, Finlândia e Rússia)
Segundo cálculos actuais existem na Escandinávia 800.000 renas "domesticadas" e cerca de um milhão em estado selvagem.

Existem dois sub-tipos escandinavos:
 (i) Renas florestais (de menor tamanho que as "domesticadas");
(ii) Renas das montanhas
 (mais ou menos do tamanho do Caribu/rena Americana).
 
Renas "domesticadas" säo os animais que vivem a maioria do ano em total liberdade, sendo reagrupadas na Primavera para contagem de adultos e vitelos, marcação dos vitelos, escolha dos animais a serem abatidos para consumo.




A marcação tradicional feita pelos proprietários dos animais é constituída por 
diferentes pequenos cortes nas orelhas destes. 

Por muito incrível que possa parecer não existem duas marcações idênticas, e os donos reconhecem os seus animais, mesmo que misturados em vastas manadas em movimento.

Como estes animais passam cerca de nove meses em total liberdade só nos reagrupamentos na Primavera se pode saber quantos animais morreram por doença ou vítimas dos predadores.

O Estado paga uma boa soma por cada animal morto por predadores perante a apresentação de carcaças quando possível. Em princípio confia nos números que lhe são apresentados. Existem estatísticas desde há muitos decénios que permitem estabelecer médias aceitáveis por ambas as partes.

Para mais, e importante, paga-se imposto por cada uma das renas da manada. (Felizmente que, andando elas à solta por florestas, estepes e montanhas, torna-se muitas das vezes impossível uma contagem "exacta" das mesmas !!!)

Perguntar ao criador lapão, como o fazem todos os turistas, qual o número das renas da manada... não é recomendável! Responde, em geral,  que... nada perguntou quanto à conta bancária do turista!

A carne de rena é extremamente saudável por ser a carne de consumo com menor teor de gordura. (O que é mais uma característica interessante deste animal, contrariamente à maioria dos animais que sobrevivem a climas extremamente frios.)

Carne  consumida e paga (nas cidades) a quantias elevadas por quilo, ou exportada para a Alemanha em grandes quantidades ainda a preço mais elevado.

Como sucede com os porcos lá para o Sul, tudo na rena é aproveitado para consumo: carne, enchidos, fumados, peles, ossos e cornos para artesanato.

Um "chico-esperto" local resolveu, há um bom par de anos, moer cornos de rena em fino pó branco e vendê-lo aos turistas em bonitos frascos de cristal ou em pequenos sacos de pele de rena bordados a prata. Invoca (falsamente!) tradições locais "milenárias" dos efeitos deste pó quanto à potência sexual masculina. O pó vende-se em quantidades elevadas e a preços ainda mais elevados! Curiosamente está também a ser exportado para o Japão.

Mas... Renas, só há umas!
As do J. Belo e mais nenhumas!
_________

domingo, 27 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21700: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (33): Desde o ar fresco do Círculo Polar Ártico... (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)


Suécia > Tabanca da Lapónia > 27 de dezembro de 2020 > Ainda se vê o pneu sobresselente  (ou sobressalente, tanto faz...) do jipe do régulo!...


Foto (e legenda): © José Belo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Joseph Belo, enviada hoje, 
27 do corrente, às 17h21:

Desde o ar fresco do Círculo Polar Árctico (na noite de ontem 42 graus negativos), os Votos de um Bom Ano Novo para os Amigos e Camaradas.

Problemas?... Nunca!... Do jeep ainda se vê parte do pneu sobressalente [, foto acima].

Portanto... tudo OK !

Um abraço do 
J.Belo

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21607: Boas Festas 2020/21: em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (1): Da Lapónia sueca, um vídeo da comuna de Jokkmokk, centro cultural e político do povo sami, mostra-nos o seu histórico mercado de inverno, que se realiza todos os anos, desde 1605, com temperaturas a rondar os 25 graus negativos (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)

 

You Tube > tinmar4 > Vídeo (11' 52'') > Tradições do povo sami: o mercado de inverno de Jokkmokk (2012) (o filme não tem legendas, nem precisa, mas talvez o José Belo nos  possa fazer um resumo mais alargado ...). Produção da comuna de Jokkmokk. [Ver, de preferência, em écrã inteiro.]

(Reprodução com a devida vénia...)


O mercado de inverno de Jokkmokk realiza-se todos os anos em Norrbotten, no norte da Suécia. É uma mostra  das tradições do povo desta região. Além do mercado, há diversos eventos lúdicos, tais como corridas de renas, trenós puxados por cães, música e arte...

Norrbotten é um condado, o mais a norte da Suécia, com mais de 98 mil quilómetros quadrados e cerca de 250 mil habitantes. A parte norte de Norrbotten fica dentro do Círculo Polar Ártico .A capital é Luleå (c. 48 mil habitantes)- Kiruna é outras das cidades importantes, 

Jokkmokk fica a 10 km a norte do Círculo Polar Ártico. Tem cerca de 3 mil habitantes, e é sede do município (ou comuna) de Jokkmokk. É o centro cultural e polítcio do povo sami. O Mercado de Inverno de Jokkmokk, realiza-e anualmente em fevereiro, desde 1605. Atrai cerca de 50 mil visitantes. A temperatira na época ronda em médis os 25 graus negativos.  Em 2021 será de 4 (quinta feira) a 6 (sábado) de fevereiro... com ou sem Covid.



Fotograma do vídeo com o mapa do condado de Norrbotten e a localização da cidadezinha sami de Jokkmokk.



José Belo. membro da Tabanca Grande 
desde 2009

1. Mensagem de José Belo [, régulo solitário da Tabanca da Lapónia que, ao longo destes 9 meses da pandemia de Covid-19, tem sido um camarada extraordinário, acompanhando. de maneira proactiva,  criativa, tolerante e... que sempre bem-humorada,  a produção do nosso blogue, através quer dos seus frequentes emails, quer dos seus postes e comentários;  obrigado, Zé!... ]

Com membros da Tabanca Grande, como o Zé Belo (o único português a viver no círculo polar ártico), a gente vai seguramente sobriver à Covid-19... E não queremos que ninguém morra. muito menos na praia!

E mais: prometemos fazer tudo para ficar por cá mais uns aninhos!... Neste nosso "chão". muito especial, que não paga IMI...Onde todos cabemos com tudo o que nos une e até, às vezes, com aquilo que nos pode separar...

Aguardamos, entretanto,  outras "prendinhas" dos amigos e camaradas da Guiné (vídeos, fotos, infografias, contos, poemas, cartas, etc.) para animar esta nova série e pôr na árvore de Natal da Tabanca Grande... 
~
Estamos sempre a dizer que a Tabanca Grande tem 822 membros, entre vivos e mortos, mas às vezes até parece que já lerpámos todos!...Amigos e camaradas da Guiné, o Natal de 2020 é uma boa ocasião para fazermos a "prova de vida", anual... Vamos acender as luzinhas de todas as nossas tabancas!...E haveremos de fazer, em 2021, o nosso Encontro Nacional... com "manga de ronco"|... Malta, vão já estendendo o braço para a "bacina"...mas até lá nada de baixar a guarda!... LG



De: José Belo
Data - 23 nov 2020 11h32
Assunto - Uma “fuga” ao isolamento social lusitano

Caro Luís

Ao longo de já bastantes anos tenho tentado fazer chegar aos Camaradas e Amigos alguns dos aspectos por aí menos conhecidos das realidades na Lapónia sueca e na Escandinávia em geral.

Mais de quatro décadas de vivências locais têm-me tornado observador atento.
Por vezes crítico mas,ao mesmo tempo...grato.

Comparando com outras sociedades e outras gentes, a que estou ligado tanto profissionalmente como, e não menos importante, residencialmente, surge a tal “gratidão” por muitas das realidades sociais suecas.

Neste difícil momento de restrições, isolamento, e outras medidas de sobrevivência à pandemia, encontrei este vídeo do YouTube entre material do meu arquivo.

Foi realizado pela Comuna (nome aqui dado às Câmaras Municipais) de Jokkmokk com o fim de divulgar um mercado de inverno numa pequena cidade do noroeste da Lapónia sueca.

Mais do que um milhão de palavras deste mui limitado “escriba”, o vídeo consegue transmitir todo um ambiente e maneira de “estar” locais.

Em alguns dos detalhes filmados quase, quase, quase se poderia encontrar algumas semelhanças com mercados locais lusitanos.

Creio ser apropriado para a época natalícia que se aproxima a passos largos, ajudando a seu modo,no seu exotismo,  para olhares desde a Ibéria,a uma saudável fuga momentânea das preocupações ligadas à pandemia.

Deverá ser visto em ecrã  total pois torna mais fácil a participação do observador.

Um grande abraço do J.Belo

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21368: Fotos à procura de... uma legenda (130): Da Tabanca da Lapónia à Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã: Melancolia(s)... (Fotos: José Belo e Luís Graça)


Foto nº 1 > s(l, s/d > Enquanto o vento sopra (forte!) lá fora... Para apreciadores de fotos “melancólicas”, retiradas de arquivos a enterrar...  Imagem (e legenda) enviada pelo Jose Belo, em 16/09/2020, às 10:19... 



Foto nº 2 > Lourinhã > Porto das Barcas > Tabanca do Atira-te ao Mar > 8 de setembro de 2010 > 19h47 > Para as traineiras das sardinhas são horas de demandar o porto de Peniche, a escassas 7 milhas náuticas.e descarregar o pescado... Daqui, do primeiro andar do palacete dos "Duques do Cadaval", já cheguei a contar 17 traineiras ao anoitecer... No Mar do Cerro, como dizem os pescadores da minha terra (que não se dedicam à pesca da sardinha, mas à pesca do alto).

Aproxima-se o fim do verão, os dias já são mais curtos e a faina da sardinha também em breve chegará ao fim, neste ano da desgraça de 2020...  Este tempo dá-me uma melancolia danada... Faz mal ver estes pôr do sol de fim de verão...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. (Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21210: Da Suécia com saudade (79): Os "espigueiros ou canastros" nórdicos, no museu ao ar livre de Skansen, Estocolmo (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)



Suécia > Estocolmo > Skansen > Uma espécie de espigueiro ou canastro, muito alto,  em madeira, usado na Escandinávia para guardar produtos agrícolas e sobretudo carnes de animais domésticos ou peças de caça.

Fotograma do vídeo  (7' 25'')  SKANSEN - World’s Oldest Open-Air Museum, Stockholm, Sweden, disponível aqui no You Tube.

Skansen é consideraddo o mais antigo museu ao ar livre do mundo  e está localizado na ilha Djurgården, em Estocolmo, Suécia. Foi inaugurado em 1891 por Artur Hazelius (1833–1901) para mostrar o modo de vida nas diferentes regiões da Suécia antes da era industrial. 

É uma das grandes atrações turísticas de Estocolmo,  com mais de 1,3 milhões de visitantes por ano. Situado num terreno de  30 hectares,  inclui uma réplica completa de uma povoaçao de meados do século XIX, na qual artesãos em trajes tradicionais (curtidores, sapateiros, ourives, padeiros, vidreiros, etc.)  mostram  os seus ofícios  Existe também um pedaço de terra onde cresce o tabaco,  usado na fabricação de cigarros. 

Há também um jardim zoológico ao ar livre que contém uma grande variedade de animais escandinavos (bisonte, urso pardo,  alce, foca cinzenta, lince, lontra, raposa vermelha, rena, lobo e glutão) (além de alguns animais não escandinavos, de maior popularidade).  Há também uma quinta onde podem ser vistas espécies raras de animais.

Fonte: You Tube > LIVEst - Estonia / Эстония / Eesti (com a devida vénia...) (Tradução e adaptação LG)


Buba. Aldeia Formosa, Mampaté e Empada,
1968/70); cap inf ref, jurista, criador de renas,
autor da série "Da Suécia com Saudadr"; 
vive na Suécia há mais de 4 décadas
 1. Mensagm do José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia:

Data: quarta, 29/07/2020 à(s) 23:08

Assunto: os "espigueiros" nórdicos

Caro Luís 

Depois das referências aos espigueiros nortenhos [do Soajo e do Lindoso] (*), aqui segue um modelo escandinavo usado não só para guardar produtos agrícolas como principalmente carnes de animais domésticos e/ou peças de caça.

Como as temperaturas na maioria dos meses do ano são inferiores às dos frigoríficos funcionavam como tal.

Estes encontram-se no famoso museu, ao ar livre,  de Skansen, em Estocolomo  para onde foram transportadas casas típicas de todas as províncias suecas,mantendo-se os seus interiores ,mobiliários e funcionamento como no passado.

Existem também todos os tipos das casas de comércio das aldeias com os produtos então vendidos, assim como farmácias, correios, padarias, oficinas de  oleiros, ferreiros, ferradores, etc.

Não são reprodução de casas antigas mas sim originais cuidadosamente preservados e...a funcionar com empregados vestidos com os trajos típicos, tanto da época como dos locais de onde as casas foram transportadas.

Os visitantes compram nestas casas os produtos artesanais continuamente criados frente a eles,assim como produtos alimentares típicos.

Ideia de museu vivo (!),abrangedor de todo o país, educacional para os milhares de crianças que o visitam alegremente todos os anos.

Outras gentes...outros costumes. (**)

 (Vale a pena  uma visita na Net, ao sítio oficial  do Skansen/Stockholm,  pelas suas imagens elucidativas: está disponível em várias línguas, incluindo o espanhol, além do sueco e do inglês... Entrada "especial" para os veteranos da guerra da Guiné, individualmente ou em grupo: 200 coroas suecas, menos de 20 euros...)

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21126: Da Suécia com saudade (74): A raposa, as uvas e... o solstício do verão na Tabanca da Lapónia (José Belo)


Tabanca da Lapónia > "O solstício do verão, sempre!...Nestas curtas mas fantásticas semanas do Sol da meia-noite, o lugar para se estar será sempre a Laponia! O Key West [, na Florida,]  está “guardado” para quando começar a escurecer por aqui...e então não são unicamente umas curtas semanas. Um grande abraço. J. Belo, 28/6/2020"

Foto gentilmente cedida por J. Belo [e editada pelo Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de José Belo [, régulo da Tabanca da Lapónia, a mais setentrional das tabancas da Tabanca Grande;  o sueco mais português do mundou ou o "tuga" mais assuecado da nossa tertúlia]


Date: domingo, 28/06/2020 à(s) 16:44
Subject: A raposa e as uvas

Um pequeno anexo ao...vírus. (*)

Sendo um facto a não existência de paraísos terrestres, a Suécia,  como outras sociedades, tem as suas limitações aqui, ali e acolá.

Sem ter qualquer procuração jurídica para defender o  reino sueco, ou qualquer interesse pessoal, sinto no entanto que alguns agem mais com o coração do que com razões factuais ao compararem o liberalismo e a social democracia da moderna Suécia com o nacional socialismo da Alemanha nazi dos anos trinta/quarenta.

As realidades actuais suecas não se espelham de modo algum nelas.

Dispondo de uma muito forte economia com avultados excedentes orçamentais, existem condições que criam possibilidades de regalias sociais quase inacreditáveis noutros países.

Quanto a mim, é de salientar o apoio à educação. Apoio que permite uma mobilidade social ascendente aos que nascem em situações mais desfavorecidas.

Educação gratuita desde o infantário até ao fim de um curso universitário, ou técnico equivalente. Todos os auxiliares, livros e materiais de estudo incluídos, assim como um empréstimo bancário estatal aos estudantes universitários, em condições de reembolso muito vantajosas, que lhes permite viver independentes da economia familiar até terminarem os seus estudos.

Infelizmente, cria-se em alguns,  em relação a estas realidades escandinavas, a atitude da raposa da fábula ao olhar as apetitosas uvas inatingíveis... Estão verdes!

Mas as uvas não são inatingíveis,  se as sociedades se organizarem e trabalharem para lá chegar com políticas eficientes e dirigentes competentes.

Um abraço do J. Belo

2. Nota do editor LG:

Fábulas de Esopo > A Raposa e as Uvas

Chegando uma Raposa a uma parreira, viu-a carregada de uvas maduras e formosas e cobiçou-as. Começou a fazer tentativas para subir; porém, como as uvas estavam altas e a subida era íngreme, por muito que tentasse não as conseguiu alcançar. Então disse:
— Estas uvas estão muito azedas e podem manchar-me os dentes; não quero colhê-las verdes, pois não gosto delas assim.

E, dito isto, foi-se embora.


... Moral da história:  É fácil desprezar aquilo de que não se consegue alcançar...

_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21117; Da Suécia com saudade (73): A raposa, as uvas e... o vírus (José Belo)

sábado, 2 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20930: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (10): Deliciosas sandochas de salmão, "curado, não fumado" (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)





As típicas sandes de salmão (...curado,  não fumado: em sueco:  "gravlax", salmão curado)


Fotos (e legenda): © José Belo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Fotos enviadas em 24 do corrente, pelo José Belo:

(i) ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70;

(ii) manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; 

(iii) está reformado como capitão de infantaria  do exército português:

(iv) jurista, vive entre Estocolmo, Suécia, nem como nas imediações de Abisco, Kiruna, Lapónia, no círculo polar ártico, já próximo da fronteira com a Finlândia, mas também Key-West, Florida, EUA;

(v) é o único régulo da tabanca de um homem só, a Tabanca da Lapónia  (, mas sempre bem acompanhado das suas renas, dos seus cães e dos seus ursos)

Manda-nos umas deliciosas sandochas de salmão... O José Belo, que vive na terra do salmão, faz questão de sublinhar que é "salmão curado,  não fumada"... Uma iguaria, que também não consta do cardápio do "Chef" São Pedro...

Uma boa receita do régulo da Tabanca da Lapónia contra o virus,  "enviada com amizade a todos os velhinhos isolados", está disponíel no blogue da Tabanca do Centro. SKÅL!
_____________

sábado, 25 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20899: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (9): Petiscos exóticos... em tempo de isolamento social (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)






Tabanca da Lapónia >  2020 >  Não se aceitam, reservas... devido à situação de confinamento na sequência da pandemia de COVID-19...  que também cá chegou, à última grande  extensäo verdadeiramente selvagem da Europa... Também não há "take way".

Fotos (e legenda): ©  José Belo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Duas mensagem, com data de 23 do corrnte,  de José Belo ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; está reformado como capitão inf do exército português: jurista, vive entre (i) Estocolmo, Suécia,  (ii) nas imediações de Abisco, Kiruna, Lapónia, no círculo polar ártico,  já próximo da fronteira com a Finlândia, e (iii) Key-West, Florida, EUA; é o único régulo da tabanca de um homem só (, mas sempre bem acompanhado das suas renas, dos seus cães e dos seus ursos)


Os isolamentos, os petiscos e os ...URSOS

1. Nos últimos anos o número de ursos tem vindo a aumenter consideravelmente neste extremo do extremo norte europeu.

Näo säo täo perigosos como se possa esperar pois evitam ao máximo os encontros com humanos.
A darem-se encontros inesperados, ou se acompanhados de crias, a história pode tornar-se bem diferente.

Daí que, e desde há muito, a carne de urso é uma das especialidades locais apreciada por muitos, seja ela assada, grelhada,fumada ou em enchidos vários.

Neste período de isolamentos virais recomenda-se como petisco compensador..

Aqui seguem algumas fotos sugestivas,com a curiosidade de a foto do cäo mostrar o tipo de colête com picos afiados que ajuda o animal em... encontros inesperados.

Um detalhe "técnico" para os chefes amadores: A carne que nestes assados parece estar (aos olhos lusitanos) sempre "mal passada" em verdade näo o está. O método muito usado por aqui de assar em forno com temperaturas pouco elevadas,  mas durante muitas horas, dá-lhe este aspecto e sabor suculento de mastigacäo muito agradável.

2. Tendo consciência que os exóticos ursos da Lapónia näo säo únicos, e que alguns também se passeiam por ruas do nosso querido Portugal, sinto necessidade de dar um esclarecimento quanto ao texto por mim enviado.

O nosso Blogue é, em verdade, um ponto de encontro de antigos combatentes da Guiné. Tem servido,e serve,para nele serem publicadas recordacöes pessoais daqueles tempos, Experiências várias,assim como importante documentacäo de acontecimentos Históricos com a Guiné relacionados.

E aí devem também ser incluidas as célebres fotos com macaquinhos no ombro direito ou esquerdo,de acordo, certamente, com as preferências políticas do fotografado.
Ao enviar texto e fotos culinárias para um tal blogue, näo espero que os Camaradas väo de imediato buscar o avental e a panela... dirigindo-se para a cozinha.

Mais näo é que uma busca inocente de levar até aí algumas das muitas realidades "exóticas" deste extremo do extremo norte europeu, considerado de facto como a última grande (!) extensäo verdadeiramente selvagem da Europa..

Säo para muitos ...tempos de isolamento...e talvez estas "variantes" sirvam para ajudar a "matar o tempo". Espero.
_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 24 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20895: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (8): Mais algumas dicas da "Chef" Alice Carneiro, do restaurante "Chez Nous"... Não comam muito, comam bem, façam exercício, e não se esqueçam também de alimentar os nossos bons irãs...