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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6732: O Nosso Livro de Visitas (92): José Caetano, um português da diáspora (EUA), antigo tripulante do N/M António Carlos, da SG/CUF, que em 1964 levou de volta a casa cerca de meia centena de presos políticos guineenses, detidos no Tarrafal

O cargueiro Alenquer, da Sociedade Geral, maior que o António Carlos, abaixo referido.[Foram ambos construídos no Estaleiro da CUF, na Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, há c. 70 anos, e fizeram parte do plano de modernização da Marinha Mercante, levado a cabo pelo Estado Novo, no pós-guerra].

Foto de autor desconhecido.


1. Mensagem do nosso leitor Joseph Caetano (que vive nos EUA)

Data: 13 de Julho de 2010 17:48

Assunto: Impressionante!..

Caro amigo Luís Graça (*)

Espero bem não levar-me a mal esta minha tomada de posição...

Amigos: A todos vos quantos têm participado no conto destas histórias passadas ou relacionadas com a Guiné, queiram receber o meu sincero e forte abraço.

Na verdade todos vós estão a escrever um pouco de uma história que muitos outros não quiseram, não souberam ou não puderam registar e deixar para sempre aos vindouros.

Sou natural das Caldas da Rainha. Fiz meu serviço militar na Marinha de Guerra com o número 2367 RM [,ou RN ?]  Taifa (1965/66). Entre outros Navios de Guerra, foi na Fragata Diogo Cão [ vd. foto aqui, no sítio Reserva Naval, do nosso camarada Manuel Lema Santos,] que visitei a Guiné- Bissau, mas já antes a bordo do cargueiro Antonio Carlos, da Sociedade Geral [, construído no Estaleiro da CUF, na Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa], tinha estado naquela terra que,  não sendo boa,  me deixou saudades.

Foi a bordo deste navio que melhor conheci Bissau, e o seu "Tanque de água" onde registei um dos inesquecíveis momentos na vida de um marinheiro. Foi ainda a bordo deste mesmo navio que nos deslocámos de Bissau a Cabo Verde (Tarrafal, na Ilha de Santiago) para ali embarcar supostamente 88 ex-prisioneiros de guerra, mas por razões que nunca cheguei a saber apenas 44 voltaram para a Guiné (***).

Era então Comandante do António Carlos o conhecido e odiado pelas gentes da outra banda, o  "Herói do Barreiro"... Estou a falar-vos do longíquo ano de 1964.

Pena que não tenho fotos dessas paragens e momentos, na verdade nunca participei em nenhum combate, fui apenas um reserva, por ter frequentado a Escola de Marinheiros Mecânicos da Marinha Mercante.

Meu primeiro navio foi o Vera Cruz, da CCN - Companhia Colonial de Navegação [, vd. foto aqui, no blogue de Luís Miguel Correia, Ships & the Sea],  bem conhecido e lembrado de muitos por ter transportado milhares de jovens como eu era nesse tempo, em  1963, para Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe..

Por serem tão dolorosas as partidas e chegadas, resolvi desembarcar e tentar navios de carga, e mais tarde petroleiros..

Enfim um manancial de histórias..

Mas as vossas me deixaram por um lado feliz, por outro com a lágrima a rolar face abaixo.

Nas fotos que voces apresentam da Guine, foi com ânsia e dor que logo recordei o Avelino Braz Barros,  "moço" da minha aldeia que nunca chegou a conhecer o seu filho.

Com ou sem ajudas dos governantes tentem seguir este vosso trabalho histórico.

Um sincero abraço.

José Caetano/2367 RM Taifa

USA

2. Comentário de L.G.:

Obrigado, José, pelas tuas elogiosas referências ao nosso blogue e aos amigos e camaradas da Guiné que nele todos os dias escrevem... Não é, de modo algum, nossa intenção "escrever história" nem muito menos fazê-la...Infelizmente temos pouca gente da(s) Marinha(s)s, de guerra, de pesca e mercante, do tempo da guerra de África, integrada na nossa Tabanca Grande... Os teus apontamentos (sobre Bissau, o Tarrafal, a marinha mercante ...) que aqui ficam registados, no nosso livro de visitas, deixam-nos na expectativa de que voltes, e que nos contes mais pormenores desses anos em que foste "embarcadíço"... Sei que és um dos muitos leitores que, do outro lado do Atlântico, acompanham a nossa produção bloguística. Saúde e longa vida. Um abraço daqui, deste outro lado do Atlântico (também sou estremenho e ribeirinho, teu vizinho da Lourinhã).

PS - Sobre o teu conterrâneo, Avelino Braz Barros, morto na Guiné sem chegar a conhecer o filho, não encontrei qualquer referência no nosso blogue... Queres ajudar-nos a identificá-lo ? Qual era o seu nome completo ? Onde esteve ? A que unidade ou subunidade pertencia ? Em que data morreu... ? E já agora diz-nos qual é tua terra de naturalidade (e a respectiva freguesia).
_______________

Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 6 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6680: O Nosso Livro de Visitas (92): A. Branco, CCAÇ 16, Bachile, chão manjaco, 1971

(**) Excerto de Wikipédia > Taifa (com a devida vénia...):

(...) "Na Marinha Portuguesa, a Classe da Taifa agrupa os praças e sargentos cuja função é a preparação, abastecimento, armazenamento e distribuição de alimentos. Os praças da classe agrupam-se em três subclasses: Despenseiros, Cozinheiros e Padeiros.


Até 1968, a Taifa era um dos dois grandes grupos em que se dividiam os praças da Armada Portuguesa - o outro grupo era o da Marinhagem. Os praças de Taifa estavam agrupados em quatro classes: Despenseiros, Cozinheiros, Padeiros e Criados. Os postos dos praças de Taifa tinham designações especiais. Assim, existiam os postos de primeiro-despenseiro e segundo-despenseiro (ambos equiparados a cabo de marinhagem), primeiro-cozinheiro (equiparado a cabo de marinhagem), segundo-cozinheiro (equiparado a marinheiro), padeiro (equiparado a marinheiro), primeiro-criado e segundo-segundo criado (ambos equiparados a marinheiro). Em 1968, o grupo da Taifa foi transformado em classe e as suas antigas classes em subclasses, passando as designações dos postos a ser iguais às dos praças das restantes classes." (...)

(***) Vd. poste de 3 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6303: Historiografia da presença portuguesa (35): 100 presos políticos guineenses enviados em 1962 para o Campo de Chão-Bom, Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde (Luís Graça)

(...) Em 4 de Setembro de 1962 chegou uma leva de 100 presos políticos da Guiné, que se juntaram aos 107 angolanos que já lá estavam (mas alojados em alas separadas). Em 1964 saíram cerca de 60 guineenses, sendo os restantes libertos no tempo de Spínola, em 30 de Julho de 1969, no âmbito da política "Por uma Guiné Melhor". Recorde-se que, ao todo, Spínola mandou libertar 92 presos políticos, incluindo um histórico do PAIGC, Rafael Barbosa (1926-2007), detido na colónia penal da Ilha das Galinhas, nos Bijagós" (...)



sábado, 24 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5154: Meu pai, meu velho, meu camarada (19): Cabo Verde, 1942: Plano de defesa do arquipélago, de Santos Costa (José Martins)



Cabo Verde > Ilhas do Barlavento > Ilha de São Vicente > 2006 > Ponta João Ribeiro > Restos do sistema de defesa construído durante a II Guerra Mundial. A Ponta João Ribeiro fica hoje a 3 km da cidade do Mindelo. Em frente, a uns escassos 600/800 metros, situa-se o ilhéu dos Pássaros.

Foto: © Pedro Marcelino / Lia Medina (2009). Direitos reservados


Cabo Verde > Ilha de Vicente > Porto do Mindelo > Dois paquetes de cruzeiro atracados no porto, o ilhéu dos pássaros e o Monte Cara ao fundo

Foto: Cortesia de Nelson Herbert (2009). (Editado por L.G.)

1. Mensagem do nosso camarada, amigo e assíduo colaborador do nosso blogue, José Martins, ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70, técnico ofical de comtas, residente em Odivelas:

Boa tarde camaradas

Tendo em conta os vários postes sobre a matéria com fotos históricas em 2009 (Março – 4059; Setembro - 4926, 5019, 5021, 5022 e 5029; Outubro - 5101 e 5109… estes foram os que detectei) (*) , junto texto colhido no espólio do Arquivo Histórico Militar.

Se entenderem que tem relevância, avancem. Poderei também avançar, já que estou a analisar alguns escritos sobre a matéria, sobre o que levou Portugal a entrar (sem entrar) na 2ª Guerra Mundial.

Um abraço
José Martins


2. Documentos > PLANO DE DEFESA DE CABO VERDE (1942)

Despacho de Fernando Santos Costa, Sub-secretário de Estado da Guerra


Aprovadas as presentes directivas para a organização do Plano de Defesa de Cabo Verde com as restrições:

a) As forças metropolitanas destacadas para reforçar a guarnição militar da Colónia de Cabo Verde destinam-se exclusivamente à defesa das Ilhas do Sal e de S. Vicente [ Ilhas do Barlavento].

b) À ilha de S. Tiago [, Ilha do Sotavento, com a capital, Praia,] são apenas afectas 2 companhias de caçadores indígenas da Colónia que deverão ser rapidamente colocadas em estado de completa eficiência.

Na hipótese de a Colónia não poder tomar à sua conta todas as despesas com a sua guarnição militar privativa, o Ministério da Guerra tomará sobre si parte dessas despesas.

Procurar-se-á prover num oficial superior da arma de infantaria (major ou tenente-coronel) o comando militar da Ilha de S. Tiago que, simultaneamente, exercerá o comando das 2 companhias indígenas de caçadores. É aconselhável que as despesas com este comando corram por conta da Colónia mas, havendo dificuldades, o Ministério da Guerra tomará à sua conta o encargo.

c) A guarnição militar da Ilha de S. Vicente é constituída pelas tropas ali presentemente estacionadas, reforçada, logo que seja possível, com uma bateria de artilharia de campanha de 75 mm. A bateria antiaérea de 40 mm será elevada a 6 peças logo que as disponibilidades em material o possibilitem.

d) Para a Ilha de Santo Antão não poderão ser deslocados da Ilha de S. Vicente efectivos superiores a uma companhia de atiradores reforçada com um pelotão de metralhadoras pesadas e uma secção de morteiros de 81 mm. Visto não ser possível reunir nesta Ilha efectivos que garantam a sua defesa integral em todas as circunstância devemos apenas contentar-nos com a vigilância do canal em frente do Porto de S. Vicente, tendo como base principal a ocupação de CARVOEIROS.

e) A guarnição da Ilha do Sal será constituída por um Regimento de Infantaria a dois batalhões e uma bateria A.A. [antiaérea] de 40 mm provisoriamente a 4 peças, mas elevada a 6 logo que o permitam as disponibilidades em material. Não sendo possível por dificuldades de reabastecimento ou de vida manter na Ilha os dois batalhões do regimento deve ali ficar apenas o comando do regimento e um batalhão transferindo-se o outro batalhão para a Ilha de Santo Antão, onde permanecerá durante oito meses, recolhendo então a S. Vicente todas as tropas da guarnição desta Ilha.

Nesta hipótese o conceito de ocupação da Ilha de Santo Antão deve prever a vigilância da sua zona Norte e Noroeste e a defesa a todo o custo da sua zona Sul. Em contrapartida o conceito de defesa da Ilha do Sal deve modificar-se no sentido de ser apenas defendido a todo o custo o planalto da zona do aeródromo vigiando-se com elementos não superiores a um pelotão de atiradores cada um dos portos de Santa Maria MARIA e Pedra Lume.

As tropas que guarnecem a Ilha do Sal não devem manter-se na Ilha por um período de duração superior a oito meses. Para esse efeito o Comandante Militar da Colónia fica autorizado a trocar entre si os batalhões e as baterias das guarnições da Ilha de S. Vicente e Sal, bem como as formações de comando dos 2 regimentos se tal se mostrar conveniente. Na hipótese de vir a verificar-se que na Ilha do Sal não pode ser mantido mais que um batalhão a troca far-se-á então no que respeita à Infantaria apenas entre os 2 batalhões do regimento, começando pelo batalhão do Regimento de Infantaria nº 11.

f) Por falta de elementos não é possível destacar para o arquipélago forças de aeronáutica.

g) O Ministério da Guerra procurará assegurar por meios próprios os transportes militares entre as Ilhas do Sal e de S. Vicente bem como o transporte de água entre as Ilhas do Sal e de S. Vicente, bem como o transporte de água entre as Ilhas de Santo Antão e S. Vicente.

h) Procurar-se-á manter no Arquipélago reservas de munições e de combustíveis para dois meses e de víveres para um período de quatro a seis meses.

i) Dever-se-ia procurar instruir na Arquipélago pessoal indígena para pelo menos um ou dois batalhões de infantaria. Concorrer-se-ia para atenuar a crise económica do Arquipélago e, simultaneamente, poder-se-ia ulteriormente substituir por pessoal indígena o pessoal europeu de dois batalhões.

Em qualquer hipótese será sempre possível contar com uma importante reserva de mobilização para a defesa da Ilha.

j) As relações de dependência em todas as circunstâncias entre o Comandante Militar da Colónia, o Governador e o Ministério da Guerra são as estabelecidas no Decreto-lei nº 32.157 da 21 de Julho findo.

Lisboa, 12 de Agosto de 1942
O Sub-secretário de Estado da Guerra
(A) – Fernando Santos Costa (**)
__________ 

 Notas de J.M. / L.G.:

(*) Vd. postes de: 15 de Outubro de 2009 >Guiné 63/74 - P5109: Meu pai, meu velho, meu camarada (18): Do Mindelo a... Bambadinca, com futebol pelo meio (Nelson Herbert / Luís Graça)

12 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5101: Meu pai, meu velho, meu camarada (17): Ilha de S. Vicente, S. Pedro, 1943: Armando Duarte Lopes (Nelson Herbert)

29 de Setembro de 2009 >Guiné 63/74 - P5029: Meu pai, meu velho, meu camarada (16): Expedicionário no Mindelo, S. Vicente,1941/43,1º Cabo Inf Luís Henriques (3) (Luís Graça)

28 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5022: Meu pai, meu velho, meu camarada (15): Expedicionário no Mindelo, S. Vicente,1941/43,1º Cabo Inf Luís Henriques (2) (Luís Graça)

27 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5021: Meu pai meu velho, meu camarada (14): Expedicionário no Mindelo, S. Vicente, 1941/43, 1º Cabo Inf Luís Henriques (1) (Luís Graça)

27 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5019: Meu pai, meu velho, meu camarada (13): Mindelo, ontem e hoje ( Lia Medina / Nelson Herbert / Luís Graça)

9 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4926: Meu pai, meu velho, meu camarada (12): 1º cabo Ângelo Ferreira de Sousa, S. Vicente, 1943/44 (Hélder Sousa)

20 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4059: Meu pai, meu velho, meu camarada (1): Memórias de Cabo Verde, São Vicente, Mindelo, 1941/43 (Luís Graça)
__________

(**) FERNANDO DOS SANTOS COSTA (1899-1982)

Militar e político que foi figura destacada do regime salazarista. Entre 13 de Maio de 1936 e 6 de Setembro de 1944 ocupou o cargo de Subsecretário de Estado no Ministério da Guerra, de cuja pasta era titular o próprio Presidente do Conselho, Salazar, a quem sucederá à frente do Ministério da Guerra entre 6 de Agosto de 1944 e 2 de Agosto de 1950. Quando a pasta da Defesa substituiu a da Guerra, manteve-se à frente do novo Ministério até 4 de Agosto de 1958, data em que foi afastado do governo. Em 1961 foi promovido a General. (JM)

Vd. a publicação Correspondência do General Santos da Costa (1936-1982). Organização e prefácio: Manuel Braga da Cruz . Editora: Verbo, Lisboa, 2004, 

"O General Fernando Santos Costa foi um dos mais estreitos colaboradores de Salazar e um dos mais longevos ministros dos seus governos. Ao longo dos 22 anos que esteve no Governo, onde ocupou os cargos de subsecretário de Estado da Guerra e de ministro da Guerra e da Defesa, foi a figura mais importante do regime junto do Presidente do Conselho de Ministros. Principal fautor da reestruturação das Forças Armadas e da sua subordinação ao poder político, Santos Costa participou ao lado de Salazar, de modo decisivo, na formulação da política de guerra, desde o deflagrar da Guerra Civil de Espanha até ao início da Guerra Fria, depois do termo da II Guerra Mundial ***), assumindo desse modo relevante papel não só nacional como internacional. A documentação que se reúne nesta obra, com prefácio de Manuel Braga da Cruz, contribuirá seguramente para uma maior compreensão da personalidade de Santos Costa e de suas ideias e orientações políticas"

(***) Portugal e a II Guerra Mundial - Cronologia breve (LG):

1939

17 de Março - Assinado por Salazar e Franco o Pacto Ibérico, Tratado de Amizade e Não Agressão

1 de Setembro - Invasão alemã da Polónia. Início da II Guerra Mundial. Portugal, no dia seguinte, declara a sua posição de neutralidade no conflito europeu.

1940

Começam a afluir a Portugal dezenas e dezenas de milhares de refugiados, na sua maioria judeus, e nomeadamente em trânsito para os EUA.

6/7 de Junho - A Alemanha invade a França que irá capitular. Reafirmação da "estrita neutralidade" de Portugal. Conhecimento dos planos (secretos) da "Operação Félix" (invasão de Espanha e, eventualmente, Portugal, para a conquista e ocupação de Gibraltar, vital para o controlo do Mediterrâneo). Os ingleses fazem todos os esforços para manter a neutralidade da Península Ibérica.

Dezembro - Plano de retirada do governo português para os Açores na hipótese (temida pelos ingleses e levada a sério por Salazar) de invasão do país pela Alemanha e pela Espanha. O arquipélago dos Açores chegará a ter quase 3 dezenas de homens em armas, com equipamento inglês.

1941

22 de Junho – A URSS é invadida pela Alemanha. Aumenta a germanofilia em Portugal. nomeadamente. Estreitam-se os laços económicos com a Alemanha.

Dezembro - Declaração de guerra dos Estados Unidos contra as pptências do Eixo, após o ataque japonês a Pearl Harbour. Reforça-se em Portugal o receio de ocupação, pelos Aliados, das ilhas atlânticas. Aumenta a importância estratégica dos Açores. Em 1941 Portugal perde 4 navios, três dos quais da marinha mercante, incluindo o Cassequel, de 122 m, da Companhia Colonial de Navegação. No final do conflito, terã perdido 18 mil t, o equivalente a 7% do total da arequeação bruta

1942

Março - Racionamento de bens essenciais, na sequência de Bloqueio económico imposto pelos Aliados. Portugal é obrigado a aceitar, no verão desse ano, um acordo comercial favorável aos interesses do seu velho aliado que lhe garante a independência da metrópole e das ilhas adjacentes bem como a soberania das colónias.

Novembro/Dezembro - A sorte das armas começa a virar-se para os Aliados.

1943

Janeiro - Capitulação dos alemães em Estalinegrado.

Maio – Queda da Tunísia a favor dos aliados. Ameaça sobre os Açores, vital para o abastecimento de aviões provenientes da América. Negociação com os ingleses e depois com os americanos.

Agosto - Cedência das bases das Lajes, nos Açores. O Governo Britânico compromete-se a dar apoio e auxílio militar a Portugal, em caso de ataque. Modernização das nossas Forças Armadas.

Junho - Portugal cancela a exportação do volfrâmio, face ao braço de ferro mantido com a Inglaterra. O principal cliente deste minério, essencial para a indústria de armamento, tinha sido a Alemanha.

1944

Maio - II Congresso da União Nacional. Delineada a estratégia de sobrevivência do regime de Salazar.

6 de Junho – O tão esperado Dia D (Desembarque nas praias da Normandia pelas forças aliadas).
Novembro - Acordo (secreto) de concessão de facilidades militares nos Açores, assinado por Portugal e os Estados Unidos.

1945

30 de Abril – Morte de Hitler em Berlim. Três dias de luto oficial decretados pelo governo português.

Maio – Capitulação das tropas alemãs.

6 e 9 de Agosto - Lançamento de bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasáqui, que irão apressar a rendição japonesa (a 2 de Setembro)

27 de Setembro – O território de Timor volta à administração portuguesa, depois da ocupação japonesa (mas também australiana e holandesa).