sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1531: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (33): O Sintex: A Marinha Mercante chega até Missirá


Cópia de nota de punição (dois dias de prisão simples) fixada, em 18 de Fevereiro de 1969, pelo tenente-coronel Hélio Felgas, comandante do Agrupamento de Bafatá, ao Alf Mil Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat 52, por durante a visita do Comandante-Chefe "ter apresentado o seu aquartelamento em fracas condições de defesa e em deplorável estado de limpeza, arrumação e asseio".



Cópia da nota de punição do comandante do BCAÇ 2852, tenente-coronel Pamplona Corte-Real, com data de 4 de Agosto de 1969, em que se diz: "Sua Excia. o Comandante Militar (...) considerou em parte procedente o recurso apresentado pelo Sr. Alferes Miliciano Mário António Gonçalves Beja dos Santos, do Pel Caç Nat 52, mantendo o castigo e reformando a redacção do mesmo que passa a ser seguinte: (...) por tendo-lhe sido chamada a atenção para as deficientes condições de defesa e limpeza existentes no seu aquartelamento, não ter dedicado o máximo do seu interesse à resolução de tais problemas"...

Fotos dos documentos originais: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


Texto enviado em 23 de Janeiro de 2007. Continuação das memórias do Mário Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) (1). Subtítulos da responsabilidade do editor do blogue.


Quando a marinha de comércio chegou a Missirá
por Beja Santos

Desta vez, o Comandante de Bafatá [, tenente-coronel Hélio Felgas,]não me estendeu a mão, manteve a postura rígida como se estivesse a avisar-me que os sinais de tempestade estavam na sala, o tornado iminente.
- Você é uma grande decepção. Acredito nas informações que me chegaram sobre a sua mentalidade, mas comanda sem pensar na ordem que um aquartelamento deve ter, nas regras de segurança, a começar pela solidez dos abrigos. O Comandante-Chefe e eu iremos a Missirá brevemente. Ou há mudanças ou puno-o. Cabe a si dar um sinal do que pretende.

Entendi não replicar, houvera já conversa sobre as fragilidades de Missirá e Finete, era inaceitável que a conversa descambasse de novo para as cascas de batata ou as cabaças da população civil deixadas temporariamente ao abandono. Ouvi-o sem pestanejar, sempre perfilado, perguntei-lhe se pretendia dizer mais alguma coisa, fiz a continência e retirei-me. Como diz a letra do fado, "Tinha o destino traçado" e poucas ilusões sobre a justiça plena dos homens do mando.

Operação a Madina/Belel: 'Em caso algum aceito que venhas de mãos vazias'


Regressei a Bambadinca, onde me esperava um amargo de boca e me estava reservada uma uma grata surpresa. O Major das operações convocara-me para falarmos da Operação Anda Cá.
- Desculpa, ó Beja, vou descrever tudo sem pormenores, para já. Teremos dois destacamentos que partirão de Missirá. Qualquer coisa como sete grupos de combate. Estão definidos dois objectivos, um pressupõe que se chegue a outro. Tu segues à frente de um e ordenas a formação de uma coluna que vai à frente do outro destacamento. Acho melhor tu ires a Quebá Jilã e descer para Madina; o outro destacamento segue por Sinchã Corubal até Madina. Apostamos na destruição das bases de Madina e dos suportes da população civil. Em nenhuma circunstância aceitamos que venham de mãos vazias. O inimigo está lá, destruam-no.

Observei que esta explicação prévia me era útil mas seguramente haveria uma exposição aos respectivos Comandantes de Companhia, antes de partirem para Missirá. Garantiu-me que sim, o que não veio a acontecer, com as consequências lamentáveis que aqui se descreverão. Começara a aprender que há um fosso monumental entre o trabalho preparatório feito num gabinete com uma ventoinha e o pisar a lama, o capim e os obstáculos naturais do mato, onde não há coincidência entre o que diz a carta e a posição real ocupada pelas forças rebeldes. Senti uma premonição, uma quase corrente fria de um desastre anunciado, mas nada exteriorizei, ficando sempre com a esperança de que seria convocado para uma reunião preparatória.

E deste encontro na sala de operações fui até ao gabinete do Capitão Eugénio Baptista Neves, o Comandante da CCS, que já nos visitara em Missirá e Finete e aprovara um plano de renovação dos abrigos. Mal cheguei, ele pegou na boina, entrámos no jipe e descemos para o cais de Bambadinca. Parou junto de uma arrecadação, abriu a porta e disse-me:
- Acabaram as suas aflições com as lamas do Geba, os Unimog atascados na bolanha de Finete, os transportes de comida e munições à cabeça. Receba saudações da Armada!

E findo este discurso, fez saltar uma enorme lona que escondia a surpresa que me reservava: um Sintex reluzente, com um motor lá dentro. A comoção foi grande mas as perplexidades eram também grandes e comecei a disparar perguntas: o Sintex fica à guarda de quem? O condutor é de Bambadinca ou Missirá? Sou responsável pela segurança ida e volta? Quem escolhe o cais de desembarque, perto de Missirá? O Capitão Baptista Neves encolheu os ombros e despachou-me com a seguinte sentença:
- A partir de agora, para o melhor e para o pior, o Sintex está à sua carga, organize os itinerários, monte as seguranças que quiser, transporte no Sintex o que quiser, mas não me peça mais nada.

Agradeci, pedi para deixar o Sintex na arrecadação até consultar os meus colaboradores. Após a ida ao depósito de materiais de construção civil, feitas as compras de géneros, cambámos o Geba e tive a primeira reunião em Finete com Bacari Soncó e Fodé Dahaba. Para quem lê este relato, é conveniente recordar que a partir de Bambadinca o rio Geba estava formalmente interdito. O Geba parece um intestino delgado, uma tripa que vai meandrar em direcção a Bafatá; entre o Cuor, Joladu e Ganado, o rio atravessa bolanhas extensas mas há pontos onde os rebeldes podem atacar qualquer embarcação.

Foi por falta de condições de segurança que os barcos civis e as lanchas militares deixaram de ali navegar. Ora a proposta que nos faziam era sair do cais de Bambadinca avançando pela extensa bolanha entre Finete e Ponta Nova/Santa Helena, subindo em frente a Mero, passando por Boa Esperança e Gã Gémeos pelo menos até Gã Joaquim. No mínimo, 8 Km de viagem. A pergunta que lhes pus é se tínhamos condições da milícia de Finete, mediante combinação prévia do dia e da hora, patrulhar e emboscar junto das margens do Geba pelo menos até ao palmeiral de Boa Esperança. O factor surpresa era decisivo para não haver passagem de informações das populações de Santa Helena e Mero às gentes de Madina/Belel. Garantiram-me que sim, com duas secções, uma bazuca e vários apontadores de dilagrama, a segurança seria assegurada.

Segui para Missirá, onde decorreu uma conversa do mesmo tipo com o Casanova e o Pires. As vantagens eram inegáveis: sobretudo na época das chuvas, tínhamos o abastecimento sempre comprometido; chegáramos mesmo a ser abastecidos por um helicóptero; no caso de uma flagelação prolongada, abastecermos de munições com as viaturas avariadas era uma hipótese de tortura; o principal óbice era montar segurança conjugadamente com Finete. O melhor seria ouvir a opinião de Malã e Quebá Soncó, mas também do caçador Cibo Indjai e de Sadibi Camará, um soldado que conhecia a região da aldeia do Cuor a palmo. Foi uma longa mas proveitosa conversa.

Todos se inclinavam para aproveitarmos as condições naturais de Gã Joaquim, onde o ponteiro que ali vivera deixara um embarcadoro para o transporte da mancarra e o óleo de palma. Além disso, Gã Joaquim era terra firme a partir de Caranquecunda, quase não havendo necessidade de montar segurança, dado tratar-se de terreno aberto. E até nova apreciação do caso, convidou-se o recém-chegado condutor Mário Perdigão (o Xabregas) para assumir o volante do Sintex. Para desfazer equívocos sobre a segurança, tornei público que seguiria no barco na viagem inaugural. Tínhamos, aliás, uma carga valiosa para transportar: um novo equipamento de seis chuveiros, oferta do batalhão de engenharia. Como na manhã seguinte, ao raiar da aurora, tínhamos de montar segurança em Mato de Cão, acordámos nas regras de segurança da viagem. Na ausência de rádios para comunicarmos entre as patrulhas de segurança de Missirá e Finete, foi aceite que três tiros seria o sinal da presença de rebeldes e o regresso do Sintex a um ponte de abrigo, um tiro daria a saber às patrulhas que se tinha chegado a Gã Joaquim e que assim findava a vigilância do Geba, com regresso a quartéis.

Era um dia maravilhoso, sem nuvens, águas barrentas e gente a lavrar as bolanhas. Os curiosos seguiam a operação do Sintex ser lançado à água, com uma orientação imprevista. Quem viera de Mato de Cão até Bambadinca seguia agora para Finete e daqui para Missirá onde tropa refrescada partia para gã Joaquim e para o patrulhamento de segurança até Gã Gémeos. E quando o Sintex se lançou triunfal em direcção a Gã Vicente já os milícias de Finete percorriam a bolanha como anjos da guarda.

É a primeira vez que atravesso o Geba, a uma hora tal que parece que vou passear para Bafatá. O Sintex leva Comandante e vigilante mais uma armação esplendorosa de bidões que vão alterar a nossa qualidade de vida. Durante anos sonhei voltar a fazer este percurso que não deixa de ser arrepiante quando o tarrafe liga directamente com a floresta densa, neste ou naquele ponto onde é possível uma roquetada de RPG2 não deixar pedra sobre pedra. Os nossos abastecimentos irão mudar, o Sintex acabou com muita desdita, obrigou-nos a patrulhar intensamente a região, as próprias colunas rebeldes foram confrontadas com novo obstáculo. O que era imprevísivel aconteceu: o ermo de Missirá, um esporão lançado das matas do Cuor para o Oio passara a ser abastecido pela "marinha de comércio" num impensável Geba navegável.

Em conversa com Queta Baldé em torno destas viagens até Gã Joaquim, ele que tem tudo arquivado na memória recordou-me um facto doloroso: "Foi em Gã Joaquim que o Cibo Indjai morreu num acidente. Em 1971, o Cibo que queria continuar a caçar no Cuor pediu a transferência para o Pelotão de Caçadores Nativos 54, que nos ficou a substituir em Missirá. Exactamente quando chegou o Sintex, um soldado escorregou e a arma disparou-se. Cibo teve morte imediata".

A vida em Missirá prossegue, com aulas, pequenas obras, patrulhamentos nocturnos e de novo as duas viaturas avariadas o que obrigava ao feito épico de rolar bidões cheios de água da fonte de Cancumba até ao aquartelamento. Nas vésperas da Anda Cá, Finete teve boas notícias: chegaram um morteiro e uma bazuca, o que introduziu alguma capacidade de resposta já que até então quando a gente de Madina vinha de noite roubar o arroz cultivado nas bolanhas de Finete não era possível dissuadir os ladrões.

Quando Spínola e Felgas regressarem a Missirá prontos a desancar-me as três fieiras de arame farpado estão renovadas, concluido o depósito de combustíveis, substituidos os cibes dos pontões de Caraquecunda e Cansonco. Conversei com David Payne, depois com o Reis e por último com o Pimbas. Logo a seguir à operação Fado Hilário partirei para Bissau para ser operado. O Reis garantiu-me que não irá armadilhar arbitrariamente todos os acessos, aceita ficar 15 dias em Missirá. Ele não sabe o que o espera...

A exaustão física começa a ser uma realidade que eu não sei controlar, com a época das chuvas chegamos a ir duas vezes no mesmo dia a Mato de Cão. Com gente doente e com o plano de férias a funcionar, chego a ir a Mato de Cão com 20 homens. A 20 de Fevereiro sou chamado a Bambadinca onde me dão a conhecer o teor da minha punição. A reunião prévia da Anda Cá é completamente atamancada. Pela primeira vez, e dolorosamente, interrogo-me se estes oficiais que nos comandam não estão contaminados por um vírus autodestruidor.

Os Sete Septetos, do Ruy Cinatti

Caminhando cada vez mais, tenho o meu joelho arrasado e sinto a cabeça incapaz de altos voos. Mas preciso de encontros afectuosos, saborear a comunicação de gente muito amiga. Leio (isto é, releio pela milésima vez) os Sete Septetos, talvez o mais importante livro de poesia do Ruy Cinatti. Conheci a obra em manuscrito, quando ele me recebeu na Travessa da Palmeira nº12, 3º dto, entre a Praça das Flores e o Princípe Real, com uma vista frondosa sobre Santa Catarina e o Tejo. O pretexto tinha sido ir pedir-lhe um poema para o jornal O Encontro, da Juventude Universitária Católica, à semelhança do que tinha feito com o Ruy Belo e a Sophia de Mello Breyner. Recordo aquela sala de estar pejada de obras de arte timorenses, com o poeta em transe a ler a sua poesia decorrente de uma aventura espiritual que o marcava e que eu agora, ali em Missirá, rememorava a declamação:

Paz comigo próprio. Paz
que não me contente. Paz
armada ou pacífica, mas paz
que não me iluda. Paz
mítica ou revelada. Paz
que me contagie ou paz
entre mim e os outros. Paz
que me não compare. Paz
activa, humilde. Paz
que me encha as mãos
e não conspurque. Paz
vocativa: semente, fruto. Paz
na alma. Paz
de Deus que me enamora
só de Deus enamorado.

Capa do livro de poesia de Ruy Cinatti, editado em 1967, por Guimarães Editores.

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.



Toda esta elegia me apazigua, me transporta até Lisboa, aos amigos. O Cinatti irá apoiar-me muito. Todo o seu correio desapareceu até Março. Mas belos poemas, o seu estímulo e conforto ficarão guardados nalgumas folhas que aqui serão desveladas. Procuro também leituras breves e menos comprometedoras, que me distraiam ou façam esquecer que a partir de agora não voltarei a ter férias até ao fim da comissão, numa altura em que recebo correspondência de entes queridos treçando armas e cuspindo fogo. Sim, estou exausto, abrem-se frentes de combate de dimensão incalculável, sinto-me a adornar, moral e psicologicamente. Porventura não tivesse eu os desafios inóspitos de Missirá e Finete e teria caído em melancolia profunda.

Capa do romance de Frank Gruber.

Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.


Aí, as leituras menos comprometedoras foram refrigério. Por exemplo, livros como O Relógio Falante, de Frank Gruber, da prodigiosa Colecção Vampiro. Gruber cirou uma parelha espantosa para os tempos da Depressão, Jonnhy Fletcher e Sam Cragg, o primeiro um cerebral espaventoso e cheio de lábia na venda de livros, o segundo um gigantão que demonstra em público que ter um físico de Sansão pode ser obra da persistência. O livro fala de um coleccionador de relógios que à hora da morte prega uma partida a credores e descendentes, introduzindo um disco num relógio que dá as horas e que poderá revelar o segredo onde está guardada a fortuna que ele iludiu de todos. Peripécia após peripécia, Fletcher vai juntando as peças do puzzle, denuncia o homicida e desvenda o segredo da fortuna escondida. Que bem me soube a companhia de Frank Gruber antes de partir para Mato de Cão!

Vem aí a roda da fortuna com a Anda Cá e, mais amenamente, o Fado Hilário. Depois vou vestir a farda nº 2, o que não acontece há seis meses. E Cherno Suane pega numa mala onde levo os meus haveres mais prementes e acompanha-me até à urgência do Hospital Militar Bissau, o HM 241. Vale a pena contar.

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Nota de L.G.:


(1) Vd. último post > 8 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1504: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (32): Aruma Sambu, o prisioneiro de Quebá Jilã

Guiné 63/74 - P1530: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (1): Aclimatização: Bissau, Olossato e Mansabá

T/T Quanza > Navio misto, de 2 hélices, construído em 1929 na Alemanha e abatido em 1968. Tinha 133 metros de comprimento e cerca de 6500 toneladas de arqueação bruta. Com 149 tripulantes, possuía alojamentos para 108 em primeira classe, 120 em segunda, 90 em terceira e 214 em terceira suplementar, no total de 532 passageiros. Armador: Companhia Nacional de Navegação, Lisboa. O Isdálio Reis e os seus camaradas da CCAÇ 2317 devem ter sido dos últimos passageiros a viajar no velho Quanza.


Foto: © Navios Mercantes Portugueses , página de Carlos Russo Belo (2006) (com a devida vénia...) . O autor foi oficial da marinha mercante.



Início da publicação da história da CCAÇ 2317, contada pelo ex-Alf Mil Idálio Reis (ex-alf mil da CCAÇ 2317, BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana 1968/69) (1):


Fotos e legendas: © Idálio Reis (2007). Direitos reservados.
Parte I - A CCAÇ 2317 chega a Bissau, a 24 de Janeiro de 1968 (2). IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional em Olossato e Mansabá.



BCAÇ 2835 > CCAÇ 2317 (1968/70) > Emblema da Companhia


O Idálio Reis, de ontem (1967)


O Idálio Reis de hoje (2006)



"A 17 de Janeiro de 1968, o velho Quanza partia para nos levar a terras de África. Só uma singela recordação dessa data, onde se destaca este trio composto pelo alferes Francisco Trindade e os furriéis Carlos Valério e António Nabais" (IR).





"A Companhia era maioritariamente constituída por gente da periferia do grande Porto, como o caso destes 3 vizinhos: os soldados Sá Pereira, Manuel Carvalho e Ângelo Marques" (IR)



"A 24 de Janeirode 1968, a CCAÇ 2317 recebia as boas vindas, na parada do aquartelamento de Brá". (IR)
Assunto: Uma aclimatação de 2 meses, o quanto bastou para enveredar por um sinuoso rumo, a uma fatídica zona do Sul da Província. Aí, num local estranho da região do Forreá e apenas no efémero prazo de 11 meses, houve lugar às facetas mais pérfidas da guerra, em que do mito e do mistério sobrou só o nome: Gandembel/Ponte Balana.


Caros Luís e demais companheiros tertulianos:

O alvor do dia 24 de Janeiro de 1968, já com o velho Quanza fundeado, começava suavemente a despontar. O Sol, no longínquo do horizonte, parecia emergir brandamente das águas mansas do Golfo, a dardejar os seus primeiros raios de luz avermelhando a aurora, fogosamente. Parecia prenunciar que o dia que então se aclarava, iria manter-se estranhamente acalorado.

Era um clima substancialmente diferente do que há uma semana havíamos deixado na longínqua Lisboa, que ainda vivia estarrecida de um pluvioso Inverno que a fustigava com inundações incontroladas, e que puseram a descoberto todas as misérias dos bairros de lata, onde causaram tanto desespero e dor, pelas perdas inteiras de escassos espólios e de muitos dos seus moradores.


Bissau à vista

E a madrugada desse dia, desde logo fez concitar nos seus tripulantes, a tomarem comportamentos estranhos, tornando-os inquietos, nervosos, a provocar-lhes um sôfrego alvoroço. É que a amurada do navio, proporcionava a um fácil alcance da visão, distinguir com bastante nitidez, um casario denso: era Bissau. E, enquanto o Sol descoberto, descrevia a sua trajectória zenital, mais ele resplandecia na sua rutilância.

Pairava uma atmosfera quente e abafada, que logo começaram a inquietar os nossos corpos, a ressudarem uma humidade adensada e pegajosa, que repassava os novos camuflados dos recém-combatentes. É que, aos mobilizados da guerra colonial, foi-lhes infundido para fazerem gala na sua verdadeira farda de apresentação. E todo o BCAÇ 2835, com o seu crachá ao peito, pontificado por uma divisa a preceito −«Nas armas, singulares»−, aí estava na Província da Guiné, em missão de soberania, na salvaguarda de uma Pátria una e indivisível. E a organização política e administrativa da Nação que então preponderava, fazia acrescentar que também era inalienável e imprescritível.

Sufocados por uma esquisita temperatura e uma pesada vestimenta, era pisada terra firme, e mais uma imensidade de soldados periquitos arribavam a uma terra estranha, para ficarem à mercê de um impreciso e incerto destino. E o Quanza, serenamente parado nas imediações do célebre cais de Pidjiguiti, ia sendo esventrado dos haveres encomendados, com a saída dos individualizados parcos espólios, metidos a esmo nuns sacos esverdeados que a roupa os avolumava.

O bulício envolvente era essencialmente de cariz militar, em que uma distendida caravana de camiões pesados se perfilava, a fim de nos transportar para algures, nos arrabaldes da cidade. E logo que nos arrumámos nas viaturas, seguimos por uma larga estrada que já percorria a sua periferia, onde se divisavam inúmeras casas térreas de bairros degradados, com bastante população negra e em que prevaleciam muitas crianças quase desnudadas, até se entrar num espaçoso aquartelamento com diversos pavilhões prefabricados: era o denominado quartel de Brá.

E na sua parada imensa, nos perfilámos já sob uma inclemente temperatura, para receber as boas vindas de um grupo de oficiais superiores do estado-maior de Arnaldo Schultz, bem protegidos sob um espaçoso guarda-sol. Findo tal cerimonial de unida ordem, qual testemunho de coesão e disciplina, foram então alojados os 168 militares da Companhia.

E a partir daqui, com os homens postos em sossego, teve início a sua efectiva integração no contingente bélico-militar da Província. Começava a traçar-se o seu destino colectivo, que alguns mandantes lhe haviam de reservar e impor nesta arredia e inclemente terra africana. O aparato militar que nos envolvia, parecia ser urdido segundo uma orientação preconcebida de há muito, de tal modo a que não nos se deparassem tempo suficiente para que tomássemos alguma consciência do que este novo embate da vida nos poderia provocar.

De uma regulamentar descrição sumária da situação a viver nos próximos tempos, fomos instruídos para tomar uma conduta ordeira e domesticada, a manter no absoluto durante alguns dias, sem contactos externos, procurando que a tropa conseguisse absorver de maneira célere e no isolamento, a primeira das grandes provações, resultante da ampla diferenciação climática encontrada. Aqui se estampava, muito certamente, o início de um julgamento de inocentes sem justa causa. Que não se aspirasse a grandes ilusões!

Três semanas em Brá e os primeiros ecos da guerra

Durante um período de cerca de 3 semanas, fomo-nos quedando por Brá, onde mesmo assim, era possível manter fúteis contactos com muitos militares em situação de transição. Alguns, com a comissão já avançada, faziam chegar aos nossos ouvidos, relatos da sua guerra e que se travavam pelos cantos da Província, que nos fechava em silente mutismo, absortos pela crueza das suas narrativas, que não deixavam de causar uma indefinida perplexidade quanto à sua perceptibilidade. Os factos descritos pareciam ser complexos enigmas, de difícil decifração, mas o rescaldo do eco das palavras era de todo assimilado, para uma cismada busca do seu real significado.

Durante este lapso de tempo, houve uma visita do Presidente da República Américo Tomás . Tal serviu para a Companhia receber o seu armamento ligeiro, e ficar incumbida de montar segurança a essa dignitária personalidade, a exercer ao longo da estrada de Bissalanca. Contudo, o que a tropa denominava de treino operacional, desenrolou-se nos aquartelamentos de Mansabá e de Olossato, desenvolvido aproximadamente durante um mês.


Treino operacional em Mansabá e Olossato

A situação militar naquela região não era muito conflituosa, apesar dos Oio e Morés já terem fama naqueles tempos, e cujos nomes eram temidos naqueles locais. Contudo, nas saídas ocasionais de acompanhamento, não houve nada a justificar qualquer nota de maior destaque, a não ser um ligeiro ataque ao denso povoamento de Mansabá.

Recordo que no Olossato, a Companhia aí sedeada era comandada pelo então Capitão Azeredo [hoje, o general reformado Azeredo e Leme, com uma folha de serviços exemplar, que o alcandora no galarim dos grandes oficiais do Exército], e que mais tarde após a evacuação de Gandembel, vim encontrar em Aldeia Formosa, já com a patente de major, como comandante de um Comando Operacional − os célebres COPs que Spínola tinha feito criar para as zonas mais nevrálgicas.

Nesse aquartelamento do Olossato, dada a sua localização em território de configuração apaulada, com algumas bolanhas na sua proximidade, viemos encontrar a seguir às inclemências do intenso calor e humidade, o confronto com o segundo dos mais acirrados inimigos −os mosquitos−, afrontando as delicadas ‘peles de pêssego’ dos periquitos e que nos causticavam sem dó nem piedade. Reconheço contudo, que este flagelo serviu para depressa se criar uma maior imunidade contra os malefícios desta outra praga, embora o paludismo acabasse por nos colher a todos, e quanto era doloroso, por vezes, debelar esta maleita de febres intermitentes.

Quanto a Mansabá, era um local amplo e frondoso, muito maior do que viríamos a encontrar em Nova Lamego, e as condições de habitabilidade do seu aquartelamento, foram as que melhor fruí durante toda a comissão. Mas foram apenas alguns dias!

Mas sobre toda esta zona, tive há relativo pouco tempo, a grata oportunidade de ler um livro de uma narrativa que se plasma nas díspares vivências que se deparam a cada militar no seu quotidiano, guiadas por ditames que só o labirinto da guerra consegue impor e não quer escamotear, escrito por um antigo camarada que viveu por estas bandas, e que recomendo vivamente; trata-se de Os Heróis e o Medo, de Magalhães Pinto, publicado pela Âncora Editora. Quanto seria importante ter connosco este companheiro para nos contar também as suas estórias!

Porém, ao fim destes 2 meses, o treino operacional findava. A tropa da Companhia parecia estar, em definitivo, inteiramente apta para enfrentar qualquer situação de guerra, fosse onde fosse. Tantos enganos! Para o atestar, não houve qualquer rebuço em nos meterem numa LDG, rio Geba abaixo, rumo ao Sul da Província.

Quem tramou a companhia ?

Em Cacine apeámos, e a 20 de Março [de 1968] chegávamos a Guileje, e ninguém pressagiava a sinistra e fatídica odisseia que doravante estava reservada à CCaç 2317. Ao mandar construir um destacamento fixo, em zona onde o PAIGC detinha um quase inteiro domínio territorial, o estado-maior do comando militar da Província cismou numa táctica militar imprudente, reveladora de uma grosseira insânia, destituída de qualquer preconceito, tanto mais que assentava no propósito de minimizar o poderio militar do adversário.

Quem ousou pensar nesta decisão? Parece que, para os toldados mentores desta ultrajante aventura, o valor da conveniência estava exactamente a par do valor da vida humana, tentando de qualquer modo, atingir-se um putativo fim, sem minimamente se olharem aos meios. Não o haviam conseguido até então, e compelia-se uma Companhia sem qualquer experiência, a desempenhar um papel de protagonismo em permanente risco de vida, o de desamparados peões de briga, quais meros joguetes de uma estratégia insolente, e que vai precisar de uma ajuda constante, para não vir a ser dizimada.

Eu que vivi esses tempos tão sofridos, sem hiatos, ao tentar procurar entender esta resolução, não a descortino. E julgo que se cometeu uma ignóbil e hedionda manobra estratégica, que se viria a revelar desastrosa para todas as tropas que estiveram envolvidas nessa infinda operação. Ainda que esta eventual operação de acantonamento obrigasse o PAIGC a alterar a sua conduta militar de forma acentuada, este nunca deu mostras de soçobrar. Ao contrário, quase sempre demonstrou apresentar uma organização à altura das circunstâncias que as NT lhe tentavam mover. Apesar de reconhecer que tiveram que reforçar o seu poderio militar, bem atestado na forma como veio a agir, o abandono de Gandembel só pode apresentar uma leitura consequente: mais uma vez, as NT soçobraram naquela zona.

E se o desaire não é de todo gorado, tal deve-se ao preponderante papel desenvolvido pelas tropas paraquedistas, que se cruzaram connosco nesta aventura, pela forma extremamente meritória como o souberam assumir. Foram as verdadeiras tropas de elite, que num momento particularmente conturbado para nós, apearam em Gandembel, e coube-lhes a ousadia de conseguirem suster quase radicalmente as acções do PAIGC. Mas, no deve e haver, ficaram a perdurar para sempre, os resultados de uma sentença muito pesada. E estes, sem margem para quaisquer dúvidas, vieram a redundar num rotundo e plangente fracasso, pela quantidade de mortos e estropiados, dos feridos graves, e dos evacuados com maleitas várias, estas doenças que nos vêm chagando no nosso quotidiano.

Já alguém apontou no nosso blogue, o número de 52 mortos e muitos feridos graves. Torna-se-nos muito difícil atestar este valor, caro Zé Neto, mas do que me foi dado a observar e conhecer, considero que as tropas que estiveram mais ou menos envolvidas com a odisseia de Gandembel, entre mortos e evacuados para Lisboa (feridos e doentes), atingem seguramente a centena de homens, como terei oportunidade de ir focando.

Os custos materiais não contam para mim, mas mesmo aqui, quantas razões de queixa a lamentar, onde à falta de tantos meios, até a fome chegou a pairar, não por falta de comida, mas porque houve um longo tempo que se tornou difícil de tragar por manifesta má qualidade.

Oxalá que não seja por este conjunto de razões, que os factos bélicos que atravessaram as vivências de Gandembel/Ponte Balana, estejam praticamente omissos nos arquivos histórico-militares, e que acabarão fatalmente por se apagarem, pelo inexorável determinismo da lei da vida. E por isso, sinto-me profundamente chocado com este procedimento, que em nada enobrece a Instituição Militar. Assim, trair-me-ia, se deixasse perder o passado, de uma parte fundamental das vidas destes deserdados filhos de um deus menor.

Em seu nome, dos que tiveram a desdita de me acompanharem neste longo pesadelo, que se prolongou principalmente entre os meados de Março de 1968 a Maio de 1969, e mormente dos que vimos afastaram-se precoce e compulsivamente do nosso seio, procurarei dar sinal dos amargos momentos vividos, que o denegrido baú das minhas memórias, ainda não arrumou de todo, apesar das poeiras de 4 décadas.Será pois um conjunto de narrativas imperfeitas, mas que poderá vir a ser colmatada por outrens, e os foras-nada ficarão então mais consolados.
Mas, até breve!

Um abraço do Idálio Reis.

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 20 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1449: Para breve, a história da CCAÇ 2317, que esteve em Gandembel e Ponte Balana (Idálio Reis)

(2) Vd. posts anteriores do Idálio Reis:

19 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCXIV: Um sobrevivente de Gandembel/Ponte Balana (Idálio Reis, CCAÇ 2317)

18 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXX: Um pesadelo chamado Gandembel/Ponte Balana (Idálio Reis, CCAÇ 2317, 1968/69)

12 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P866: De Cansissé e a Fonte dos Fulas ao Baixo Mondego ou como o mundo é pequeno (Idálio Reis)

12 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P867: Que madrasta Pátria é esta ! (ou o meu comentário à carta do Padre Mário de Oliveira (Idálio Reis)

13 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P874: O que é feito dos nossos relatórios de operações ? (Idálio Reis / Nuno Rubim)

12 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P953: Cansissé, terra de encantos mil (Parte I) (Idálio Reis, CCAÇ 2317, Julho de 1969)

12 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P954: Cansissé, terra de mil encantos (Parte II) (Idálio Reis, CCAÇ 2317, Julho de 1969)

25 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P988: O soldado paraquedista Lourenço, natural de Cantanhede, morto e enterrado em Guidaje (Maio de 1973) (Idálio Reis)

2 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1016: Cansissé, terra de mil encantos (Parte III) (Idálio Reis, CCAÇ 2317, Julho de 1969)

19 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1382: Feliz Natal, Próspero Ano Novo, Adeus e Até ao Meu Regresso (7): No longínquo ano de 1968 em Gandembel/Ponte Balana (Idálio Reis)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1529: Belmiro dos Santos João, de Miranda do Douro, vítima de mina antipessoal em Catió (Fernando Chapouto / A. Marques Lopes)



Cópia da certidão de óbito do Fur Mil Belmiro João, vítima de rebentamento de mina antipessoal, em Catió. Evacuado para Bissau, veio a falecer no Hospital Militar, em 18 de Abril de 1968. A sua unidade, a CART 1689, do BART 1913, passou em 1967 por Bambadinca.

Foto: A. Marques Lopes (2007).


1. Mensagem do Fernando Chapouto , com data de 7 de Fevereiro último:

Familiares do ex-Furriel Miliciano Belmiro dos Santos João, que esteve na zona de Bambadinca em 1967/68, querem saber mais pormenores sobre a sua morte. Na altura disseram-lhes que foi numa armadilha, outros que foi numa mina.

Este miliciano era natural de Miranda do Douro, da mesma terra do ex-Fur Mil Vaqueiro, nosso tertuliano (1).

O Vaqueiro, no dia 2 de Maio de 1967, antes de entrarmos para a BOR, em Bambadinca , de regresso a Bissau onde nos esperava o Uíge para partirmos para a Metrópole, esteve a falar com ele. Por isso, deve ter sido aí, na zona de Bambadinca, que ele morreu. O corpo veio para a Metrópole. O Vaqueiro foi ao funeral. A morte dele devia ter ocorrido em Fevereiro ou Março de 1968.

Se alguém dos tertulianos pertenceu à companhia dele, ou se o conhecia, ou se ouvi falar deste caso, digam-me. A família agradece todas as informações que forem recolhidas.

2. Resposta do A. Marques Lopes


Em cima publica-se cópia do que consta na página 345 do livro da CECA (Comissão para o Estudo das Campanhas de África), editado em 2001 pelo Estado-Maior do Exército (8º Volume, Mortos em Campanha, Tomo II, Guiné-Livro I).

A CART 1689, a que pertencia o Fur Mil Belmiro dos Santos João, tem História da Unidade na Caixa n.º 82 - 2.ª DIV/4.ª Sec do Arquivo Histórico Militar. Talvez aí haja pormenores da situação do ferimento em combate que o levou à morte. Qualquer um pode consultar.

A. Marques Lopes

_________

Nota de L.G.:

(1) O Fernando Chapouto e o Belmiro Vaqueiro - que vive hoje em Bragança - pertenceram à CCAÇ 1426 (Geba, Geba, Banjara, Camamudo, Cantacunda, 1965/67). Pelos mesmos sítios, mas mais tarde, andou o A. Marques Lopes (CART 1690, 1967/68).

Guiné 63/74 - P1528: Lembranças da Vila de Catió (2): Albano Costa / Vitor Condeço

Continuação da série Lembranças da Vila de Catió (1).

Fotos: © Albano Costa / Hugo Costa (2007). Direitos reservados. O Albano esteve em Guidaje, durante a sua comissão na Guiné (CCAÇ 4150, 1973/74). Voltou à Guiné, com o filho, em Novembro de 2000. As fotos de Catió são dessa viagem. Vive em Guifões, Matosinhos.

Legendas: Vítor Condeço (ex- Fur Mil Mecânico de Armamento Victor Condeço, CCS do BART 1913, Catió 1967/69). Vive actualmente no Entroncamento.

Guiné- Bissau > Região de Tombali > Catió > Novembro de 2000 >


Foto 9 > "Em 1967/69 não havia nenhuma construção que se assemelhasse às da foto e por isso é difícil identificar o local. Arriscaria no entanto dizer que me faz lembrar dois locais: o largo do Mercado por causa da estrada ao fundo e que daqui levava ao porto interior, e o largo da Rotunda também por causa da estrada mas esta levava à Pista" (VC).




Foto 10 > "Uma perpendicular à rua do quartel, em primeiro plano à esquerda, a casa onde funcionou a partir do início de 1968 uma cantina bar com gerência do sr. Mota, um cabo verdeano que era sócio do Hotel Turismo de Bolama" (VC).



Foto 13 > "Esta é a rua da entrada principal do quartel, os edifícios á esquerda eram: a padaria de que só se vê uma pequena faixa branca e parte da cobertura, o depósito de géneros, e o edifício dos quartos dos oficiais, ambos datam de 1968, nota-se que foram remodelados, acrescentaram-lhe varandas e alpendres, vêm-se ainda os pilares dos portões do quartel. Ao fundo do lado direito em frente dos pilares era o armazém da Casa Gouveia" (VC).



Foto 14 > "Uma vista do outro extremo da rua do quartel, à direita os quartos dos oficiais, os pilares dos portões e o depósito de géneros, no topo deste uma construção mais recente. Sobressai da cobertura enferrujada, parte da larga chaminé da cozinha do refeitório das praças" (VC).



Foto 15 > "Foto tirada de costas para o quartel, à direita o armazém da Casa Gouveia, a casa seguinte era a loja da mesma e habitação do gerente, do lado esquerdo está o edifício do bar Catió, a habitação do seu dono, Sr. José P. Saad, e a seguir as lojas dele; antes do bar existia uma construção tipo alpendre que era do mesmo senhor e que era o local onde se jogava pingue-pongue e matraquilhos. Mais ou menos no sítio que se vê carrinha estacionada, existia uma bomba de Gasolina que ainda funcionou algum tempo em 1967. Esta rua desembocava no largo do Mercado" (VC).



Foto 16 > "Edifícios do antigo quartel onde se notam intervenções ao nível de varandas portas e janelas. As necessárias adaptações a outros fins que não os militares. Estes edifícios ficavam todos do lado direito quando se entrava no quartel pelo lado da vila, e eram: o da direita o dos aposentos dos oficiais, o seguinte a antiga messe e bar de sargentos, à esquerda o edifício do comando, (a parte visível eram as transmissões, casa das baterias e centro cripto), o seguinte uma das camaratas de sargentos, (por sinal a minha), ao fundo a nova messe de oficiais construída em 1968" (VC).



Foto 17 > "Este edifício era a cozinha, o refeitório e o bar das praças, ficava à esquerda da entrada do quartel, onde se vêm os restos das viaturas e as ervas era a parada" (VC).



Foto 18 > "É o mesmo que se vê na foto 16 mas com outra perspectiva. Pormenor curioso é a base de um dos mastros das transmissões ainda lá estar junto da empena do edifício do comando Nesta foto nota-se o desaparecimento do bar de sargentos que ficava contíguo ao lado esquerdo do velho edifício da primitiva messe de sargentos" (VC).

____________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 8 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1505: Lembranças da Vila de Catió (1): Albano Costa / Mendes Gomes / Vitor Condeço

Guiné 63/74 - P1527: Lista de ex-militares da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e unidades adidas (Benjamim Durães)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca, 1971: Capa da brochura com a história da CCAÇ 12. Desenho: Furriel miliciano António Levezinho. O pessoal metropolitano da CCAÇ 12 (Maio de 1969/Março de 1971) conheceu (e esteve às ordens de) dois batalhões em Bambadinca: BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72).

Foto: © Luís Graça (2005). Direitos reservados


1. Listagem elaborada pelo Benjamim Durães, ex-furriel miliciano do Pelotão de Reconhecimento (PEL REC) da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), actualmente residente em Palmela.

Eis a mensagem que ele nos enviou e que já circulou pela tertúlia:

(...) "Abaixo junto relação do pessoal da CCS do BART 2917, elementos por mim já contactados, e a quem já enderecei o convite para um alomço de convívio, a realizar na priemria quinzena de Junho de 2007 (dis 2, 9 ou 16).

"Agradeço que confirnen os dados, que os rectifiquem ou actualizem,s e for caso disso. Se tiverem conhecimenmtp de mais miliatres da CCS (ou das unidades adidas)que não constem desta lista, queiram pro favor entrar em contacto comigo (telemóvel: 93 93 93 315; morada: Rua Florbela Espanca, Nº 10, 2900 – 296 PALMELA") .

Por telefone, o Durães disse-me que os camaradas contactados deram-lhe autorização para divulgar os seus elementos de identificação e de contacto. Daqui vai um abraço para todo esse pessoal que conviveu , comigo e outros membros da nossa tertúlia, durante cerca de 9 noves, nº segundo semestre de 1970 e 1º trimestre de 1971.

Para o Guerreiro (ex-alf mil, do Pel Rec), que está doente, uma especial saudação e votos de melhoras. Oxalá nos possamos encontrar todos em Junho. A publicação desta lista não implica a entrada automática destes camaradas para a nossa tertúlia. É claro que todos, sem excepção, serão bem vindos. A existência de endereço de e-mail é fundamental para podermos comunicar regulamente uns com os outros. Cada um, respeitando as nossas regras de admissão, fará o seu pedido. Os camaradas que já fazem parte da tertúlia, vêm assinalados com um asterisco (*). (LG).


EX-MILITARES DA CCS DO BART 2917 - BAMBADINCA (1970/72)


1 ___________________________________________

JOSÉ ANTÓNIO ANJOS CARVALHO
Coronel (na altura, major)
Telefone - 21 851 45 02 / Telemóvel - 91 764 41 11
E-Mail j_a_carvalho@netcabo.pt
Morada:
Rua General Silva Freire, nº 12 7º Esqº
1800-210 - LISBOA

2 ___________________________________________

JORGE VIEIRA BARROS E BASTOS
Coronel (na altura, major)
Telefone - 21 390 56 64 / Telemóvel - 91 401 25 98
E-Mail - Não tem
Morada:
Rua Ricardo Espírito Santo, nº 4 - 4º Drtº
1200-791 - LISBOA

3 ___________________________________________

GUALBERTO MAGNO PASSOS MARQUES
Capitão
Telefone 289 86 25 83 / Telemóvel 96 630 33 52
E-Mail gualbertomarques@yahoo.com.br
Morada:
Avenida Olivença, Bloco C, 11º andar Drtº Edifício Olivença
8000 – 565 FARO

4 ___________________________________________

ABILIO FERREIRA MACHADO
Alferes
Telefone / Telemóvel - 91 782 21 71
E-Mail abiliomachado@oniduo.pt
Morada:
Rua Ana da Fonte, Nº 74 Gueifães
4470 – 495 MAIA

5 ___________________________________________

ANTERO MAGALHÃES PACHECO SILVA
Alferes
Telefone / Telemóvel - 91 752 27 77
E-Mail psilva@portugalisolnorte.pt
Morada:
Rua do Salgueiral, 86 -3º drtº
4200-476 PORTO

6 __________________________________________

ANTÓNIO REIS BEATO CARVALHO
Alferes
Telefone 272 331 396 / Telemóvel 96 406 40 04
E-Mail: Não tem
Morada:
Praça Rainha D. Leonor
CASTELO BRANCO

7 __________________________________________

ANTÓNIO RODRIGUES MARQUES VILAR
Alferes Médico
Telefone 234 427 326 / Telemóvel
E-Mail
Rua Bernardino Machado, nº 6
3800 – 155 AVEIRO

8 ____________________________________________

ARSÉNIO CHAVES PUIM
Alferes Capelão
Telefone - 296 582 393 / Telemóvel
E-Mail: arseniopuim@hotmail.com
Morada:
Figueira da Casquete – Qtª de Santa Marta
9680 – VILA FRANCA DO CAMPO
AÇORES

9 ____________________________________________

ARTUR MANUEL FERREIRA VILELA DIONÍSIO
Alferes Médico
Telefone 21 849 86 88 / Telemóvel 96 682 26 39
E-Mail: Não tem
Avenida Afonso Costa Nº 12 – 2º Drtº
LISBOA

10 ____________________________________________

FERNANDO MANUEL CABRITA GUERREIRO
Alferes do Pelotão de Reconhecimento e Informação (PEL REC)
Está muito doente e acamado.

Morada: Rua Professor Vicente França
BARREIRO

11 ____________________________________________

JORGE PEDRO FERREIRA NUNES MATOS
Alferes Médico
Telefone 22 617 28 61 / Telemóvel 91 937 69 76
E-Mail: jorgenunesdematos@lojav.pt
Morada
Rua Alfredo Keill, nº 257-A 5º Drtº
4100 – 049 PORTO

12 _________________________________________

LUÍS RODRIGUES CARDOSO MOREIRA (*)
Alferes
Telefone 21 918 06 76 / Telemóvel 91 904 99 07
E-Mail: luismoreira01@gmail.com
luismoreira27@portugalmail.pt
Morada:
Rua do Miradouro, Nº
CACÉM

13 ________________________________________

FERNANDO BRITO
Major (na altura, 1º Sargento)
Telefone - 239 087 243 / Telemóvel - Não tem
E-Mail: Não tem
Morada:
Rua Mouzinho de Albuquerque, Bloco B12 – 1º Frt.
3030-063 COIMBRA

14 _________________________________________

BENJAMIM SILVA DURÃES
Furriel
Telemóvel - 93 93 93 315
E-Mail: benjamimduraes@hotmail.com
Morada:
Rua Florbela Espanca, Nº 10
2900 – 296 PALMELA

15 _________________________________________

FAUSTO RODRIGUES LOPES NOGUEIRA
Furriel
Telefone - 291 934 474 / 291 223 050 / 291 280 953
Telemóvel - 96 281 28
Email: fnogueira@netmadeira.com
Morada:
Rua São Francisco
FUNCHAL

16 _________________________________________

ISAÍAS ALVES ROCHA
Furriel
Telefone: 253 248 108 / Telemóvel: 96 193 49 89
E-Mail: isaias.rocha@pt.boch.com
Morada:
Rua Afonso Palmeira
BRAGA

17 __________________________________________

JOÃO ANTÓNIO MENDES BORGES
Furriel
Telefone 275 082 548 / Telemóvel 96 271 40 70
E-Mail: jamborges@iol.pt
Morada
Avenida da Anil, nº 1 7º/B
COVILHÃ

18 __________________________________________

JOAQUIM LOURENÇO GIÃO VINAGRE
Furriel Mecânico
Telefone 266 088 083 / Telemóvel 91 927 45 07
E-Mail: jlvinagre@sapo.pt
Morada:

MONTEMOR-O-NOVO

19 __________________________________________

JOSÉ ALBERTO COELHO
Furriel Enfermeiro
Telefone: 284 106 120 / Telemóvel: 96 845 43 44
E-Mail: zecoelho69@sapo.pt
Morada:
Praceta Prof. Montalvão Marques, Nº 3-A / 1º Esqº
BEJA

20 __________________________________________

JOSÉ ARMANDO FERREIRA ALMEIDA
Furriel
Telefone: 234 525 140 / Telemóvel: 96 987 22 11
E-Mail:
Morada:
Largo General Torres
ALBERGARIA-A-VELHA

21 ____________________________________________

JOSÉ CARLOS FERREIRA BERNARDO
Furriel
Telefone: 21 253 81 18 / Telemóvel: 96 703 60 99
E-Mail: joscarbernardo@portugalmail.pt
Morada:
Rua Cidade de Benguela, nº 5 – 3º Esqº
2855 – 064 CORROIOS

22 _________________________________________

JOSÉ DIAS RODRIGUES ANTUNES
Furriel
Telefone: 21 395 04 41 / Telemóvel: 91 755 29 29
E-Mail: josedr.antunes@netcabo.pt
Josedr.antunes@barraqueiro.com
Morada:
Travessa do Possolo, Nº 15 – 1º Drtº
LISBOA

23 ___________________________________________

JOSÉ MANUEL GONÇALVES GANCHO
Furriel
Telefone: 266 499 245 / Telemóvel: 96 404 16 09
E-Mail
Morada:
Rua 5 de Outubro, Nº
ARRAIOLOS

24 __________________________________________

RENATO ROMÃO VIEGAS MENDONÇA
Furriel
Telefone: 289 542 538 /Telemóvel: 96 620 02 17
E-Mail
Morada:
Rua Miraflores, Nº 1 – Porta Nova
8800 – 338 TAVIRA

25 _________________________________________

ROGÉRIO GODINHO PASSINHAS
Furriel
Telefone: 261 743 915 / Telemóvel: 91 905 75 51
E-Mail: novafaceta@oniduo.pt
Morada:
Estrada da Serra de São Julião
SERRA DE SÃO JULIÃO

26 __________________________________________

DAVID J. GUIMARÃES (*)
Furriel da CART 2716 - XITOLE
Telefone / Telemóvel: 93 415 35 65
E-Mail: davidguimaraes@gmail.com
Morada:

PORTO

27 __________________________________________

ANTÓNIO AUGUSTO RODRIGUES
Furriel
Telefone / Telemóvel
E-Mail
Morada:
Rua Bernardo Sequeria, nº 171 2º esqº - São Vitor
4715 – 010 Braga

28 ___________________________________________

ÁLVARO GOMES SANTOS
1º Cabo
Telefone: 232 641 470 / Telemóvel
E-Mail
Morada:
Casal Diz
MAGUALDE

29 ___________________________________________

ANTÓNIO JOSÉ RODRIGUES SOARES BASTOS
1º Cabo (Mecânico de Armamento)
Telefone: 258 824 230 / Telemóvel: 96 502 06 54
E-Mail:
Morada:
Bairro Escola Técnica, 1º bloco – 2º Drtº
4900 – 348 VIANA DO CASTELO

30 ___________________________________________

ANTÓNIO PAIS SILVA
1º Cabo (Escriturário e fotógrafo)
Telefone: 234 884 702 / Telemóvel: 96 863 56 65
E-Mail: (Aguarda-se)
Morada
Rua do Seixo, Nº 51 AVANCA
3860 – 113 ESTARREJA

31 ___________________________________________

ANTÓNIO TAVARES PINHEIRO
1º Cabo (Electricista Auto)
Telefone: 22 763 23 80 / 22 763 35 89 / Telemóvel: 96 580 33 81
E-Mail: (Aguarda-se)
Morada:
Rua Senhor do Horto, Nº 170
4415-851 SANDIM

32 _________________________________________

CARLOS PEREIRA LOPES
1º Cabo (Mecânico Auto)
Telefone 252 373 725 / Telemóvel Não tem
E-Mail Não tem
Morada:
Avenida General Humberto Delgado, Nº 248 Edifício Lameiras
4760 FAMALICÃO

33 __________________________________________

CESAR SANTOS COSTA CAMPOS
1º Cabo (Sapador)
Telefone - 255 213 880 / Telemóvel - Não tem
E-Mail - Não tem
Morada:
Rua Santa Luzia, Nº 70
4560 – 530 PENAFIEL

34 __________________________________________

JOÃO MENDES CABAÇO
1º Cabo (Escriturário)
Telefone 21 920 00 12 / Telemóvel 91 728 44 34
E-Mail: cabelex.geral@mail.telepac.pt
Morada:

MEM MARTINS

35 __________________________________________

JOAQUIM JOSÉ GONÇALVES
1º Cabo (Escriturário)
Telefone / Telemóvel 96 209 15 27
E-Mail
Morada:
Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, Nº
8600 – 581 LAGOS

36 __________________________________________
JOSÉ ANTUNES GONÇALVES SILVA
1º Cabo (Transmissões)
Telefone 239 951 718 / Telemóvel 91 725 33 60
E-Mail iobon@clix.pt
Morada:
São Martinho de Árvore
3020 - COIMBRA

37 __________________________________________

JOSÉ CASTRO FONSECA
1º Cabo (Pel Rec / Barbeiro)
Telefone - 22 537 88 87 / Telemóvel - 91 813 39 04
E-Mail
Morada:
Avenida Fernão de Magalhães, nº 821
4300 PORTO

38 __________________________________________

MÁRIO AUGUSTO ALVES TEIXEIRA
1º Cabo – (Sacristão)
Telefone / Telemóvel: 96 761 50 92
E-Mail: mario.augusto@petrotec.pt
Morada:
Rua do Peixoto, nº 8 - Nascotelos
4800 – GUIMARÃES

39 ___________________________________________

ROGÉRIO RAMIRO SILVA RIBEIRO
1º Cabo – (Enfermeiro)
Telefone 227 121 658 / Telemóvel 96 801 25 87
E-Mail: zeosor@net.novis.pt
Morada:
Rua da Amizade, nº 82 – 1º Drtº
4430 – 130 VILA NOVA DE GAIA

40 __________________________________________

ANTÓNIO LOPES MOURA
Soldado (Mecânico Passarinho)
Telefone 255 963 082 / Telemóvel 91 980 62 35
E-Mail Não tem
Morada:
Rua da Largateira, Nº 117
4595 – 149 PAÇOS DE FERREIRA

41 ___________________________________________

ANTÓNIO SANTOS MESQUITA
Soldado (Pel Rec – Cantina)
Telefone 278 617 469 / 278 616 145 / Telemóvel 91 360 61 89
E-Mail Não tem
Morada:
Rua Luís de Camões, Nº 684
5140 - CARREZEDA DE ANSIÃES

42 _________________________________________

CARLOS DE JESUS
Soldado (Condutor Lerpa)
Telefone 231 416 326 / Telemóvel 91 260 69 40
E-Mail Não tem
Morada:
Bairro de Santo André, Nº 53
3060-239 CODINHÃ (Cantanhede)

43 __________________________________________
FERNANDO ALVES CUNHA
Soldado (Condutor do 2º Cmdt)
Telefone / Telemóvel 96 441 47 98
E-Mail fernando-biker@netvisao.pt
Morada:

POIARES / SANTA MARIA DA FEIRA

44 __________________________________________

FRANCISCO TEIXEIRA MAGALHÃES
Soldado – (Enfermeiro Franco)
Telefone
Telemóvel 96 581 78 88
E-Mail
Morada:
Rua General Torres, Nº 562 – 1º Drtº
4030 – 107 VILA NOVA DE GAIA

45 __________________________________________

JOAQUIM SILVA VALENTE
Soldado (Condutor)
Telefone / Telemóvel 96 319 48 78
E-Mail Não tem
Morada:
Rua das Romãs, Nº 14
4505 - ARGONCIL

46 ___________________________________________

JOSÉ MANUEL SILVA RIBEIRO
Soldado (Pechincha)
Telefone 253 522 087 / Telemóvel 96 549 58 14
E-Mail Não tem
Morada:
Vila Aurora, Nº 194 – POLVOREIRA
4810-295 GUIMARÃES

47 ___________________________________________

JOSÉ DANIEL BRETÃO CHAVES
1º Cabo (Cripto)
Telefone Não tem / Telemóvel 91 959 42 42
E-Mail daniel.chaves@netvisão.pt
Morada:
Rua do Outeiro, Nº 9 1º Esqº
2700 - AMADORA

48 __________________________________________

JOSÉ MARIA SILVA BRÁS
1º Cabo (Condutor do 1º Cmdt.)
Telefone 238 086 248 / Telemóvel 96 636 78 08
E-Mail aguardo
Morada:
Bairro do Fisel, Lote 7 – Casa 72
6271 – 401 SEIA

49 _________________________________________

VIRGILIO MANUEL TEIXEIRA
1º Cabo (Transmissões)
Telefone 22 973 67 47 / Telemóvel 93 297 11 20
E-Mail virgilio.montelectri@sapo.pt
Morada:
Praceta Cidade da Praia, Nº 250
4100 – 162 PORTO

50 __________________________________________

ROGÉRIO JESUS MONTEIRO
Soldado (Condutor)
Telefone 22 971 78 29 / Telemóvel 93 726 54 81
E-Mail Não tem
Morada:
Rua do Apeadeiro, nº 290
4425 - 019 ÁGUAS SANTAS

51 __________________________________________

MANUEL JOAQUIM AMADOR AGOSTINHO
1º Cabo (Corneteiro)
Telefone / Telemóvel 96 315 82 85
E-Mail Não tem
Morada:
Rua Henrique Augusto Pereira, nº 11 3º Drtº
2910 – 532 SETÚBAL

52 _________________________________________

SEBASTIÃO ROCHA SOUSA MAGALHÃES
1º Cabo (Transmissões)
Telefone 255 829 875 / Telemóvel 91 997 26 49
E-Mail Não tem
Morada:
Foz Meinedo
4620 - LOUSADA

53 __________________________________________

JOSÉ TRIGUEIRO PEREIRA LEONES
Furriel da CART 2716 - XITOLE
Telefone 21 812 01 09 / Telemóvel 96 286 88 19
E-Mail
Morada:
Rua Baldaques, nº 5 1º esqº
1900 – 082 LISBOA



FALTAM OS CONTACTOS DE:

- Alferes MÁRIO GONÇALVES FERREIRA;
- Alferes BRAGA GONÇALVES;
- 1º Sargente SAÚL ERNESTO JESUS SILVA, e,
- Furriel CARLOS AUGUSTO REBELO.

MILITARES DE OUTRAS UNIDADES DE BAMBADINCA

A1 ________________________________________

LUÍS MANUEL GRAÇA HENRIQUES (*)
Furriel - CCAÇ 12
Telefone - 21 471 07 36 – Residência / Telefone - 21 751 21 38 - Emprego
Telemóvel - 93 281 08 72 e 93 845 54 75
E-Mail lgraca@clix.pt
luis.graca@ensp.unl.pt
Morada:
LISBOA

A2 __________________________________________

HUMBERTO REIS (*)
Furriel - CCAÇ 12
Telefone / Telemóvel
E-Mail hreis.lda@mail.telepac.pt
Morada:
ALFRAGIDE

A3 ___________________________________________

ANTÓNIO LEVEZINHO (*)
Furriel - CCAÇ 12
Telefone / Telemóvel
E-Mail antoniolevezinho@hotmail.com
Morada:

A4 _________________________________________

JOAQUIM FERNANDES (*)
Furriel - CCAÇ 12
Telefone / Telemóvel
E-Mail:j.fernandes@quimiparque.pt
Morada:
BARREIRO

A5 __________________________________________

MÁRIO BEJA SANTOS (*)
Tenente – PEL CAÇ NAT 54
Telefone / Telemóvel
E-Mail: beja.santos@ic.pt
Morada:
LISBOA

A6 __________________________________________

JOSÉ LUÍS VASCAS CARVALHO (*)
Alferes – PEL DAIMLER 2206
Telefone / Telemóvel
E-Mail: jvacascarvalho@netcabo.pt
Morada:
MONTEMOR-O-NOVO

Última actualização: 10 de Fevereiro de 2007

BENJAMIM DURÃES

Guiné 63/74 - P1526: Em louvor do comandante Vitor Junqueira (Lema Santos)


Guiné > 1971 > Excerto do Relatório da Operação Larga Agora, em que participou o Vitor Junqueira, enquanto comandante de 2 Grupos de Combate da sua açoriana CCAÇ 2753...


Foto: © Manuel Lema Santos (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do Manuel Lema Santos (ex-1º TEN RN 1965-1972. Guiné, NRP Orion, 1966/68)

Assunto - Todos portugueses, mas uns mais do que outros...

Caro Luis Graça,

Relativamente ao post publicado (1), permite-me uma pequena observação sobre a palavra chão.

Comecei a ouvi-la em miúdo nos longos dias de férias grandes que passei durante anos de estudante, na aldeola de naturalidade de meu pai, na serra da Estrêla, nos contrafortes do Côa.

Dizia-se de um bocado de terra, muitas vezes uma pequena horta, vinha, etc., dito até por forma a retirar-lhe qualquer possível significado de grande haver como que quem diz: ainda para lá tem um chão... Depois, como tu e tantos outros milhares recordei-a na Guiné.

Aproveito a oportunidade para cumprimentar o Vitor Junqueira, pessoa a quem, sem rebuço, manifesto o meu apreço pela forma desafrontada e fluente como habitualmente expõe uma linha de pensamento pessoal e, sobre diferentes etnias em Portugal, quem melhor que os alentejanos para se preocuparem? O meu BI não me permite a veleidade de esquecer que sou de Sant' Alêxo da Restauração, encostado a Barrancos, e que a minha avó era espanhola.

Não resisto a um desvio lateral para perguntar ao Vitor Junqueira se, e quem melhor que ele, tem na lembrança uma operação denominada Larga Agora , no Tiligi, que bateu as zonas minhas mais que conhecidas do Tancroal, Leto e Concolim, na Região do rio Cacheu, de 13 a 15 de Junho de 1971.

Para lá de muitos outros meios do Exército e Força Aérea, estiveram presentes os Destacamentos de Fuzileiros Especiais DFE12, DFE4 e DFE13 e mais que uma LFG, das tais.

Tudo isto veio ao meu encontro no meio de muitas pesquisas que tenho efectuado e não tenho resistido a efectuar algumas recolhas curiosas de que junto um pequeno retalho, esperando que o Vitor Junqueira me desculpe a ousadia de expor este retalho.

Deambulações...


Um abraço,
Manuel Lema Santos

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Lema Santos, tão português dos quatro costados como eu e o resto dos tertulianos: Eu não sei se o Dr. Vitor Junqueira vai gostar da partida do Eng. Manuel Lema Santos. Chamar-lhe-ia antes inconfidência, em vez de partida. O Vitor, de facto, pelo que já lhe conhecemos, não é homem para puxar dos galões nem muitos menos se gabar dos feitos valorosos em combate... E muito menos ainda paar contra estórias de fanfarronices.

Mas acho que fizeste bem em trazer, até ao nosso blogue, uam cópia desse pequeno pedaço de papel em que se fala do nosso camarada e se louvam as suas capacidades de comando e liderança... "Calma absoluta, clareza e rapidez de decisão", por parte de um comandante, e liderança de "equipas coesas e conscientes da sua missão" eram atributos que, infelizmente, faltavam muito, a todos nós, a começar pelos oficiais, do quadro ou milicianos, que nos comandavam, do ar, da terra e do mar... E, se não chegaram para , só por si, ganhar a guerra, foram de certo decisivos para podermos trazer de volta, até casa, sãos e salvos, muitos dos camaradas que combateram connosco ou sob as nossas ordens... Pensando bem, acho que ele vai ficar agradavelmente surpreendido - e até grato - pelo teu gesto de bom camarada. (LG).

__________

Nota de L.G.

(1) Vd. post de 14 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1523: Todos portugueses, mas uns mais do que outros ? Expressões micaelenses (Vitor Junqueira)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1525: Tertúlia: Durães, Vinagre & Cª Lda, do BART 2917 (Humberto Reis)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 2º semestre de 1970 > Velhinhos e periquitos > A rapaziada, à civil, em Santa Helena, nos arredores de Bambadinca, a caminho do bife com batatas fritas da Transmontana e das bajudas de Bafatá. Malta da CCAÇ 12, na sua maioria, e da CCS do BART 2917 (1970/72). Eis a legenda do fotógrafo:

"Passeio dominical à Transmontana, em Bafatá, para ir comer o célebre bife com batatas fritas, pois batatas era um luxo na messe. Reconhecem-se na 2ª fila da esquerda para a direita: o 1º não me lembro, o 2º, de camisola azul, é o Bilocas da Cooperativa de Riba d'Ave, ex-alf mil dos reabastecimentos do BART 2917, [o Abílio Macahdo]; o 3º, fardado, era o alf mil de, julgo, transmissões do BART 2917; e o condutor era o Rocha da CCAÇ 12.

"Na 1ª fila são todos da CCAÇ 12, a começar pelo José Luís Vieira de Sousa, furriel miliciano, o Zé da Ilha, tocador de viola, baladeiro, hoje mediador de seguros no Funchal; a seguir, o 2º é o Pedrosa, que era o fur mil mecânico (periquito que foi substituir o nosso 1º mecânico que era o Joaquim Moreira Gomes, do Porto e que quando cá veio de férias em 69 arranjou uma cunha no Hospital Militar lá no Porto e já não voltou à Guiné); em 3º temos o Arlindo Teixeira Roda, fur mil, natural dos Pousos-Leiria, mas agora a residir em Setúbal onde dá, ou já deu, aulas (chmávamos-lhe o T-Rodas); o 4º é este ilustre vosso servo com 23 ou 24 anos (que saudades!) e vestido de verde, eu que até sou simpatizante, de meia tigela mas sou, do SLB; a seguir em 5º é o António Manuel Martins Branquinho, fur mil., alentejano de Évora (trabalha, ou já estará aposentado, no Centro Regional de Segurança Social de Évora); e por último o alf mil José António Gonçalves Rodrigues, já falecido, e que trabalhava no Centro Regional de Segurança Social, aqui em Lisboa na Av. Afonso Costa no Areeiro".

Foto e legenda: © Humberto Reis (2005). Direitos reservados.


Mensagem do Humberto Reis:

Amigos Durães, Vinagre & Cª. Lda. do BART 2917:

Façam parte da nossa tertúlia, pois as regras são fáceis de cumprir como podem constatar. É só visitarem o nosso blogue - Luís Graça & Camaradas da Guiné - para as conhecerem.

Tenho uma vaga ideia dos vossos nomes, mas não ligo o nome à fisionomia. Já lá vão 36 anos que apagam muita coisa da memória. O Vinagre não era o furriel mecânico? Assim baixinho? E tu, Durães, já dizes que eras do Pel Rec [Pelotão de Reconhecimento], mas sem uma foto daquela época não consigo visualizar e distinguir cada um de vocês.

Lembro-me perfeitamente do vosso 1º sargento, o Brito (até lhe fizemos um fado com a música do Povo Que Lavas no Rio), do alf de Intendência, o Abílio Machado (de Riba d'Ave) pois visitei-o lá em Riba d'Ave, já depois de vocês terem regressado da Guiné, do médico, o Dr. Vilar, já estive com ele num almoço de confraternização de malta de Bambadinca do tempo da CCAÇ 12.

Lembro-me ainda de um furriel que gostava muito de jogar à lerpa (não o pequenino do Pel Daimler, que tinha metido o chico), mas da CCS, e que fazia muito bluff, pelo que eu o alcunhei de Zé Bliuf (não sei se seria o Gancho), tal como me lembro do 2º sargento Saúl que tinha umas faces bastante rosadas...

Recordo-me bem do Cap Passos Marques, que é de Faro, tal como o antecessor dele, o meu querido amigo Cap Figueiras. Há 2 anos foi o actual coronel na reserva, Figueiras, que organizou o almoço da malta de Bambadinca do tempo da CCAÇ 12.

Há um 1º cabo escriturário da CCS do BART 2917 que é de Fão, junto a Esposende, e que já apareceu em 1 ou 2 almoços da malta de Bambadinca. Foi o único contacto com pessoal do BART 2917. Chama-se Adelino Sousa Martins e o nº do telefone era, não sei se ainda é, 253 981 032.

Digam alguma coisa e inscrevam-se na tertúlia.

Um abraço

Humberto Reis
ex-fur mil Op Esp
CCAÇ 12
Bambadinca (Mai 69 / Mar 71)
Av D Luís I, 32 - 4º Frt
2610 - 063 ALFRAGIDE
Telefone > 214 716 339
Telemóvel > 919 039 672

Guiné 63/74 - P1524: Antologia (59): O Povo Português (Livro da Terceira Classe)



Fonte: Portugal. Ministério da Educação Nacional - O Livro da Terceira Classe. [Porto: Domingos Barreira. 4ª Ed., 1958]. pp. 63-64.

Foto: Luís Graça (2007).

Em post anterior e em comentário a um contributo do Vitor Junqueira sobre o falar de São Miguel, Açores (1), escrevi eu:

"Embora Portugal seja, de há muito, um país sem etnicidades, sem problemas étnicos, linguísticos ou religiosos, subsistem alguns regionalismos que, de tempos a tempos, o poder político se lembra de aproveitar, acicatar ou pôr ao seu serviço... Lembro-me muito bem de ler, no nosso livrinho da terceira classe - o mais ideológico dos manuais escolares do tempo de Salazar - que Portugal era um só, mas havia portugueses mais alegres, trabalhadores e hospitaleiros do que outros (por exemplo, os minhotos em relação aos alentejanos), ou mais rijos, destemidos e corajosos (por exemplo, os transmontanos em relação aos algarvios)"...

É altura de recuperar esse texto, que todos nós - os da nossa geração - leram e releram no tempo de escola. Aproveito para lembrar que em 1958 (data desta 4ª edição do Livro da Terceira Classe) - ainda se falava em colónias (p. 92): "As actuais colónias portuguesas são pequena parcela das imensas terras que conquistámos ou descobrimos. Muitas passaram par o o domínio de outros países, e o Brasil transformou-se numa grande nação independente"... (LG)


___________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 14 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1523: Todos portugueses, mas uns mais do que outros ? Expressões micaelenses (Vitor Junqueira)

Guiné 63/74 - P1523: Todos portugueses, mas uns mais do que outros? Expressões micaelenses (Vitor Junqueira)


Capa do famoso Livro da Terceira Classe, Ed. Domingos Barreira, 4ª Ed., 1958. Era o mais ideológico dos manuais escolares do nosso tempo. E, entre muitos esterótipos sociais que veiculava (rural/urbano, pobre/rico, homem/mulher, criança/adulto, etc.), fazia-se eco dos traços de carácter que distinguiam os portugueses (nomeadamente continentais), em função da região do seu berço: o minhoto, o duriense, o transmontano, o beirão, o alentejano, o algarvio... Cada um tinha a sua idiossincrasia, a sua raça, os seus atributos físicos e anímicos... Nunca vi, em contrapartida formar-se uma companhia só com alfacinhas, ou estremenhos, ou até só com tripeiros.... O Exército ainda vivia do preconceito de que o melhor soldado ainda é o que vive no campo, passa mal, está habituado à dureza do trabalho e aceita, com resignação, a sorte que Deus lhe deu... (LG)

Foto: Luís Graça ( 2007). Direitos reservados.


Comentário de L.G.:


Pelo teatro de operações da Guiné, de Angola e de Moçambique passaram unidades - nomeadamente companhias, independentes ou integradas em batalhões – que eram mais homogéneas, do ponto de vista da sua composição sociogeográfica, do que outras. Refiro-me, por exemplo, às companhias açorianas, madeirenses, alentejanas, transmontanas…Para não falar já das companhias africanas. E, no caso da Guiné, as companhias de fulas, manjacos, etc. A minha CCAÇ 12 era etnicamente homogénea, sendo constituída só por fulas da Zona Leste, região de Bafatá, regulados de Badora e Cossé (2)...

Embora Portugal seja, de há muito, um país sem etnicidades, sem problemas étnicos, linguísticos ou religiosos, subsistem alguns regionalismos que, de tempos a tempos, o poder político se lembra de aproveitar, acicatar ou pôr ao seu serviço... Lembro-me muito bem de ler, no nosso livrinho da terceira classe - o mais ideológico dos manuais escolares do tempo de Salazar - que Portugal era um só, mas havia portugueses mais alegres, trabalhadores e hospitaleiros do que outros (por exemplo, os minhotos em relação aos alentejanos), ou mais rijos, destemidos e corajosos (por exemplo, os transmontanos em relação aos algarvios)...

As autoridades miliares, durante a guerra colonial, utilizaram, intencionalmente ou não, o estereótipo regionalista para formar unidades baseadas no mesmo chão (uma expressão que aprendi na Guiné). Homens e bichos pertencem todos ao mesmo terroir, para utilizar uma expressão francesa que se aplica à vitivinicultura... É bom que, quando vão para a guerra, os laços de sangue e de vizinhança venham ao de cima... A verdade é que na época - anos sessenta e princípios de setenta - ainda era fraca a mobilidade dos portugueses. Quantos lisboetas conheciam o Porto, ou o Alto Minho, ou os Açores ? E quantos transmontanos já tinham viajado pelo sul ? Por conveniência, por economia, por ideologia ou outra razão qualquer, a verdade é que todos nós conhecemos unidades - nomeadamente companhais - de base regional ou regionalista... E gabavam-se as qualidades guerreiras dessas companhias (de transmontanos, de alentejanos, de madeirenses, de açorianos...), maioritariamente compostas por mancebos de extracto rural...

Vim isto a (des)propósito deste mimo que o Vitor Junqueira nos mandou, já algumas semanas e que ficou na calha, à espera de melhores dias, ou seja, de oportunidade editorial... Recorde-se que o Vitor foi alferes miliciano de um dessas companhias de bravos açorianos. Ele já aqui fez, de resto, o elogio a essa grande família que era a sua CCAÇ 2753 (1).

Um mimo do Vitor Junqueira: "Meninos toca a praticar", diz ele.


Expressões micaelenses ,
por Vitor Junqueira



Corisco mal amanhado = Safado; traquinas
Gama = Pastilha elástica (do inglês Bubble Gum)
Brassad = Companheiro; amigo
Pelo'ê = Ai de ti!
Atoleimado = Tolo
Blica = Pénis
Naião = Homossexual
Pau-de-filete = Poste de luz
Poderios = Muito
Pega drêt = Desaparece
Requim (Requinho) = bonito; engraçado
Binsuade (Abençoado) = Querido
Vá larê = Vai dar uma curva
Fogue t'abrase = Fogo te abrase (injúria)
Vent'incanade (Vento encanado) = Corrente de ar
Mamã s'abence = Pedido de benção
Fema; Gueixa; Bezuga = Rapariga bonita
Pana = Alguidar
Fonte = Torneira
Papo-seco = Carcaça
Tai'asne = Tal asno
Gadanhos = Dedos
Apoquentação = Inquietação
Abouiar = Atirar
Rebendita = Vingança
'Tás muito mal enganado = Enganas-te redondamente
Foge diante = Sai da frente
'Tás vesgueta = Estás cego
Gueixos - Vacas
Tás co olho!? = Para onde estás a olhar!?
Canica = Relva (vem de Canicão)
Enlameirados = Enlameados; caminhos com lama
Péugos/peúgas = Meias
Meias = Collants
Rabixel = Rabo
Aganta = Aguenta
Dondué = De onde é
Amanda = Manda
Clâme = cuspo
Mêm de veras = A sério
Estás bem amanhado = Estás lixado
Asno = Burro
Vais apanhar nas ventas = Vais levar na cara
Ilhó = olho do cu
Carro de praça = Táxi
Arressaca (deturpação de Ressaca) = Briga
O chouffer da frágonete = Chauffeur da Furgoneta
Fominha negra = Muita fome
Têstos = cacos
Olhos arregalados = Olhos em bico
Penca = Nariz
Macaquinhos = Desenhos animados
Cramalheira = Queixo
Petxeno = Pequeno; Rapazola
Nisca de gente = Rapazinho
Queijada = Pastel
Fogareiro/Fogão = Mulher feia
Grande padeira = Grande rabo
Moreão = Pénis
Chouffér = Motorista; Taxista
Paranhos = teias de aranha
Gadelhas = Cabelos
Que peste = Que pivete
Alvarozes = Jardineiras
Falsa = Sotão

Expressões de influência Americana

Suéra/Suéla - Sweat-shirt
Snicas - Snickers = Sapatilhas
Gama - Bubble Gum = Pastilha elástica
Frejoeira - Refrigerator = Frigorifico
Estôa - Store = Loja
Offas - Office = Escritórios
Microeives - Microwaves = Micro-ondas
Clauseta - Clauset = Roupeiro
Raíuei - High-way = Auto-estrada
Candilhes - Candies = Rebuçados
Chortes - Shorts = Calções
Uínda = Window = Janela
Friza = Freezer = Congelador
Sinó = Snow = Neve
Socas = Socks = Peúgos
Côrtes = Court = Tribunal
Sóda = Soda = Sumo
Base = Bus = Autocarro
Tréla = Trailer = Atrelado
Rár atéck = Heart Attack = Ataque cardíaco
Pana = Pan = Alguidar
Slipas = Sleepers = Chinelos
Viciár = VCR = Video
Colégio = College = Universidade
Graduar = to graduate = formar
Vacam Maclina = Vaccum Cleaner = Aspirador
Oranmelons = Watermellons = Melancias)
Traques = Trucks = Camiões
Gárbixa = Garbage = Lixo
Turquí = Turquey = Perú

______

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 5 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1403: A açoriana CCAÇ 2753: uma família, uma unidade feita à medida (Vitor Junqueira)

(2) 21 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXV: Composição da CCAÇ 12, por Grupo de Combate, incluindo os soldados africanos (posto, número, nome, função e etnia)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1522: Bissau em estado de sítio por causa dos graves incidentes entre paraquedistas e fuzileiros em Janeiro de 1968 (Álvaro Mendonça)

Mensagem do Álvaro Mendonça (1):

Gostaria de saudar o Carmo Vicente, pelo magnífico texto que descreve essa bárbara como estúpida batalha campal entre páras e fuzos (2). Recordo-me, com mágoa, dessa trágica noite de Janeiro de 1968, muito embora não tivesse assistido ao desenrolar dos acontecimentos porque me encontrava de serviço (sargento de dia) no edifício sede da Manutenção Militar, não muito longe do quartel dos fuzileiros.

O que diz Carmo Vicente corresponde fielmente aos relatos que, no dia seguinte, me descreveram aqueles que viveram de perto essa luta fratricida. Falava-se de facto de correntes de bicicletas, de braços premeditadamente engessados, de cinturões, de cabos de aço, de bastões e de tudo o mais que servisse de instrumento de agressão. Só nunca ouvi falar nem do arremesso da manga verde, que serviu afinal de rastilho para o que viria a suceder depois, nem tampouco do célebre Oitenta [, 1º cabo enfermeiro, paraquedista].

Havia quem dissesse que as rivalidades entre militares de diferentes armas, sobretudo as chamadas armas de elite, serviriam alegadamente para emular um espírito de luta com vista às melhores performances no teatro das operações. Se assim era, ninguém o poderá afirmar. O que é certo é que a pacata cidade de Bissau viveu, por momentos, um autêntico e desgraçado estado de sítio, com dois mortos e feridos a lamentar.

A esse propósito, lembro-me também de o comandante militar, cujo nome não me ocorre agora, ter decretado o recolher obrigatório, logo após essa luta sangrenta. Deplorável é que tudo isso tenha acontecido a pretexto de um torneio desportivo e do consequente desencadeamento de paixões que serviram afinal para acicatar perigosas animosidades de trágicas consequências.

Falo disto apenas por ter acontecido dois meses antes do meu regresso.

Um abraço

Álvaro Mendonça
(ex- Furriel Mil,
Manutenção Militar,
Bissau, 1966/68)

__________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post anterior > 13 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1521: Fotobiografia de Bisssau (1): Álvaro Mendonça

(2) Vd. post de 11 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1515: Antologia (58): A batalha de Bissau em Janeiro de 1968: boinas verdes contra boinas negras... Saldo: 2 mortos (Carmo Vicente)

Guiné 63/74 - P1521: Fotobiografia de Bisssau (1): Álvaro Mendonça







Guiné > Bissau > 1966/68 > De cima para baixo: Render da guarda no Palácio do Governador; Estátua do Honório Barreto; Mercado Municipal; e Fortaleza da Amura.

Fotos: © Álvaro Mendonça (2007). Direitos reservados

Mensagem enviada em 16 de Janeiro de 2007 pelo Álvaro Mendonça, que esteve em Bissau, como furriel miliciano, na Manutenção Militar, em 1966/68. Mora em Ermesinde e é um dos novos membros da nossa tertúlia (1):


Camarada Luís Graça,

Vou procurar enviar-te com a regularidade possível, algumas das fotos, porventura aquelas que considerarei as mais interessantes tiradas em Bissau (de onde nunca saí) entre Março de 1966 e Março de 1968 e que poderão, se assim o entenderes, editar nas páginas da tertúlia. Todas elas são de minha autoria, com a óbvia excepção daquela em que apareço a vaguear.

Para começar, faço seguir em anexo, as quatro primeiras fotografias. Numa delas reconhecerás o Forte da Amura, na frente do qual se pode ver um militar (eu próprio) num momento de lazer.

Numa outra pode observar-se o render da guarda, o chamado ronco, frente ao Palácio do Governador. Recorde-se que, durante a cerimónia, toda a gente que passasse pela Praça do Império (fossem civis ou militares) tinham que se postar na posição de sentido, porque de contrário podia sofrer algum dissabor.

Ainda, uma terceira fotografia, mostra um aspecto do Mercado Municipal, sempre muito concorrido e onde se podia inalar o cheiro pestilento característico do peixe a secar.

Finalmente, o monumento a Honório Pereira Barreto implantado numa praça que já não consigo localizar. Só sei que Honório Barreto (1813-1859) era filho de mãe guineense e de pai cabo-verdiano, tendo-se distinguido no aparelho colonial português do século XIX como governador da Guiné, de onde era natural.

E por hoje fico-me por aqui.

Um grande abraço do
Álvaro Mendonça

Ermesinde
__________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 15 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1433: Bissau, cidade de terra quente e argilosa (Álvaro Mendonça de Sousa, Manutenção Militar)

Guiné 63/74 - P1520: Bambadinca, CCS do BART 2917: Alferes Abílo Ferreira Machado, o Bilocas da Cooperativa (Humberto Reis)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Finais de 1971 ou princípios de 1972 > CCS do BART 2917 (1970/72) > Noite de copos e de cantorias.

Ao lado do Paulo Santiago, comandante do Pel Caç Nat 53, de bigode, de camuflado, na ponta da mesa, está o Alf Mil Abílio Machado, à civil, de óculos, a fumar (assinalado com um círculo, a amarelo). Pertencia à CCS do BART 2917. Era minhoto, natural de Riba D'Ave. Antes da tropa, trabalhava numa cooperativa local. Daí a gente chamá-lo Bilocas da Cuprativa. Tinha um excelente relacionamento com a malta da CCAÇ 12. Tocava viola, era um dos nossos baladeiros.

À esquerda do Machado, está um outro alferes, magrinho, que o Paulo Santiago garante que também pertencia à CCS, mas de cujo nome já não se recorda. O tipo da viola também não me é estranho... Privámos com esta malta do BART 2917 ainda cerca de 9 meses, desde meados de 1970 até Março de 1971... O BART 2917 veio substituir o BCAÇ 2852 (1968/70) (LG).

Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados


1. Mensagem do Humberto Reis (ex-furriel miliciano, de operações especiais, pertencente à CCAÇ 12, 1969/71) enviada ao Abílio Machado (ex-alferes miliciano, CCS do BART 2917, 1970/72)

Será possível que és o mesmo que eu, o Tony Levezinho e as nossas companheiras que há 35 anos nos aturam, visitámos em Riba d'Ave, no já longínquo ano de 1973 ? Estivemos em casa dos teus pais e em casa da Lua. Mais tarde procurei-te em Arca d'Água no Porto e perdi-te o rasto.

És o mesmo que animou algumas noites no nosso quarto (também conhecido por quarto das putas, não por elas que não existiam, mas por ser um quarto de rebaldaria só habitado por gente bem: eu, o Tony Levezinho, o Joaquim Fernandes, o Henriques (hoje, Luís Graça, o editor do nosso blogue) e o José Luís Sousa - o madeirense) em Bambadinca, juntamente com o Vacas de Carvalho, do pelotão Daimler, e o Gabriel Gonçalves (o cripto da minha CCAÇ 12)?

Se és, diz qualquer coisa... Se for engano, aqui fica desde já o meu pedido de desculpas por esta linguagem um pouco brejeira (tipo caserna).

Humberto Reis




Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > 1969 > Três amigos do quarto das putas: Tony Levezinho, Humberto Reis e Henriques (aliás, Luís Graça), à mesa, no bar de sargentos... O Abílio Machado será capaz de os reconhecer hoje ?

Foto: © Luís Graça (2005). Direitos reservados

Comentário de L.G.:

Mas não há quaisquer dúvidas!... O nosso Abílio Ferreira Machado mora hoje na Maia (Rua Ana da Fonte, Gueifães...), segundo a lista que nos mandou o Benjamim Durães e que há-de ser publicada, em tempo oportuno, no nosso blogue (1). Telemóvel  (...).

Que saudades eu tenho do Bilocas da Cuprativa!... Era um gajo porreiríssimo e um dos grandes amigos que a malta da CCAÇ 12 fez em Bambadinca, no tempo do BART 2917... Humberto: espero que a tua mensagem chegue até ele e que ele se junte à nossa tertúlia... 

Lembro-me de tu e o Tony me terem falado da célebre visita que lhe fizeram, em 1973, em Riba d'Ave, era el4 casado com a Lua.... Em contrapartida, já não me lembro de qual era a especialidade dele: em todo o caso, sendo da CCS, não era operacional, como nós.
__________

Nota de L.G.:

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Guiné 63/74 - P1519: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (7): Extractos da entrevista de Ramalho Eanes ao 'Expresso'

VII parte do dossiê O massacre do chão manjaco > Ideia, pesquisa, compilação e edição de Afonso M. F. Sousa , ex-furriel miliciano de transmissões da CART 2412 (Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70) (1).

Extractos da primeira entrevista que António dos Santos Ramalho Eanes concedeu - ao jornalista José Pedro Castanheira, do Expresso - depois de se doutorar, em Novembro passado, pela Universidade de Navarra. Hoje, com 72 anos, o ex-presidente da República, general e agora doutor, fala da Guiné e dos trágicos acontecimentos do dia 20 de Abril de 1970... Tomamos a liberdade de divulgar alguns extractos dessa longa conversa (Ramalho Eanes: "Os políticos desprezam os militares"), para conhecimento dos Amigos & Camaradas da Guiné.

Fonte: Expresso, 27 de Janeiro de 2007 (com a devida vénia...)


(...) Em 1970 vai para a Guiné. É uma quarta experiência.

É realmente uma situação totalmente diferente, porque a colonização na Guiné não foi feita pelos portugueses - foi pelos cabo-verdianos. Era muito estranho que, sendo a colonização feita pelos cabo-verdianos, fossem estes os líderes políticos da guerrilha.

Esteve em combate?

Nunca estive propriamente numa unidade combatente. Estive em situações de combate várias vezes, acompanhando operações. Fui a convite de Spínola e fiquei na 5ª Repartição, no Departamento de Radiodifusão e Imprensa, que tinha a seu cargo, para simplificar, a propaganda e contra-propaganda. O que implicava, por vezes, a reportagem na própria acção militar, mas a minha missão não era combater. Depois, fui para Teixeira Pinto substituir o major Passos Ramos - um dos três majores assassinados pelo PAIGC. Spínola tinha tentado uma aproximação com o PAIGC militar. Os três majores envolvidos acabaram por ser mortos, naquela que seria a reunião decisiva.

Esse episódio podia ter mudado o rumo da guerra?

Acho que não. O que podia ter mudado era o entendimento de Spínola com o PAIGC, que chegou a esboçar-se através de Senghor - mas que Marcelo Caetano não sancionou.

Foi um assassínio a sangue frio?

Sim, sim. Na tradição da Guiné e daquela área dos manjacos. A unidade que assassinou os majores e os condutores das viaturas que os transportavam era comandada por André Pedro Gomes.

Alguma vez se cruzou com ele?

Não. Quando visitei a Guiné pela primeira vez, falaram-me dele, mas eu disse que não o queria ver. Se calhar sem razão, mas ainda hoje sinto uma certa repulsa pela sua atitude.

Foi um golpe à traição.

Uma traição. A guerra, hoje, não tem regras. A prova é a chamada justiça dos vencedores.

Mas sempre houve!

Nem sempre. Houve uma deriva que se manifesta, de maneira indiscutível, depois da II Guerra Mundial. Até aí, havia um certo respeito pelas regras e pela honra dos vencidos. Há aquele célebre quadro de Velázquez, "A Rendição de Breda", extremamente interessante: o vencedor, quando recebe a chave da cidade, faz uma vénia ao vencido.

Mas essa era uma guerra de cavalheiros.

Quando a guerra começa a ser total, deixa de ser de cavalheiros. Na II Guerra Mundial, o nazismo cometeu crimes hediondos, que não podem ter justificação nem atenuante. Mas os aliados também cometeram crimes: os bombardeamentos de Dresden e os bombardeamentos atómicos, por exemplo, não visaram objectivos militares. A guerra total visa a destruição do "inimigo", no qual se englobam o seu aparelho militar e a sua população.

Os portugueses também cometeram os seus vandalismos.

Não digo que não. A guerra é, por força da sua natureza, uma situação de excessos, em que o homem revela aquilo que tem de melhor e de pior. Isso muitas vezes nem depende propriamente de um comando incorrecto, mas de um medo incontrolável. O homem quando tem medo e quer sobreviver é capaz de tudo. Incluindo actos que são perfeitamente inaceitáveis. E nós, tal como o adversário - e não só na Guiné -, também tivemos actos reprováveis e condenáveis. (...)

Guiné 63/74 - P1518: Questões politicamente (in)correctas (24): Um desertor é sempre um desertor em qualquer parte do mundo (Lema Santos)

1. A propósito da questão dos três fuzileirso navais que teriam desertado ou sido feitos prisioneiros pelo PAIGC (1), mandei perguntar aos nossos camaradas e dignos representantes da Marinha, Jorge Santos, Lema Santos e Pedro Lauret, o seguinte:

Amigos & camaradas: Quem é que sabe mais desta história ? Em que ano terá sido ? Houve mesmo deserção ? Não seria só propaganda do PAIGC ? Talvez os nossos marujos Jorge Santos, Lema Santos e Pedro Lauret saibam algo mais sobre este episódio... O Fernando Barata esteva na Guiné entre 1970 e 1972. Foi ele que me mandou cópia do panfleto do PAIGC já aqui reproduzido (2).

2. Resposta, ou melhor, comentário do Manuel Lema Santos (3)

Caro Luis Graça,

Tenho um clássico conceito de desertor. Se desaponto alguém, porreiro! É que nem sequer isso lamento.

A palavra faz parte da língua portuguesa e figura em qualquer dicionário que se preze de explicar condignamente a lusíada expressão.

Atrevo-me a ir mesmo mais longe porque lusíada é um adjectivo excessivamente redutor na aplicação a um conceito que, ao longo da História, configura uma forma universalista de pensamento e em qualquer sociedade, da mais feroz ditadura à mais excelsa democracia.

Aplica-se à pessoa que, à revelia da legalidade, abandona as funções a que se obrigava por lei, se exime ao cumprimento do serviço militar obrigatório ou muda de partido deixando obviamente alguém, alguma instituição ou organização penduradas.

Sempre as houve e, muito provavelmente, vai continuar a haver. O Jornal de Notícias, de 16 de Maio de 2006, aborda o assunto de forma ligeira e a acção tem sempre como objectivo a obtenção de melhoria de condições de vida, à conta do sacrifício de outrém.

Nem sequer desejo dispender muito mais do meu tempo na discussão filosófica de um conceito que para mim é óbvio e cimentadamente aceite e até tenho muita dificuldade em distinguir entre o dito conceito e a obscura variante do objector de consciência.

Em qualquer dos casos o resultado final será sempre a nomeação de alguém que venha colmatar a falta de coragem, de abnegação e de espírito de equipa do artista. Com um sinal pessoal manifestado no meu último post (4), que publicaste e que passo a transcrever:

...
enquanto estiver convencido da necessidade de disponibilizar alguma da minha capacidade na ajuda a esclarecimentos de facto, ainda que aos poucos de cada vez, terei de me cingir a seguir os caminhos óbvios que a minha sensibilidade e conhecimento apontam: pesquisar, documentar e ilustrar se possível sobre determinado acontecimento e, só então, relatar e divulgar.
...


Na minha opinião, não houve este cuidado e talvez a sensibilidade do tema o merecesse. Aconselho vivamente a consulta e leitura de algumas edições recentes que abordam e esclarecem parcialmente os aspectos focados:

Operação Mar Verde, de António Luis Marinho, Temas e Debates, ISBN 972-759-817-X

Fuzileiros: Crónica dos Feitos na Guiné, Comissão Cultural de Marinha, ISBN 972-797-134-2

Quanto a algum esclarecimento complementar aconselho a via hierárquica competente.

Um abraço,
Manuel Lema Santos
ex-1º TEN RN 1965-1972
Guiné, NRP Orion, 1966/68

_________

Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 11 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1513: Os três fuzileiros navais: desertores ou prisioneiros ? Aonde e quando ? (Jorge Santos)

(2) Vd. post de 4 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1496: PAIGC (2): Propaganda: Notícia da deserção de três fuzileiros navais (Fernando Barata)

(3) Vd. último post da série > 31 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1479: Questões politicamente (in)correctas (23): O que podemos (ou não) fazer pelo povo guineense (Beja Santos)

(4) Vd. post de 10 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1511: Uma lição de... marinha (Lema Santos)

Guiné 63/74 - P1517: Tertúlia: Com o António Graça de Abreu em Teixeira Pinto (Mário Bravo)

Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > 1972 > O Alf Mil Médico Mário Bravo (1) - o quarto a contar da esquerda, de óculos - no meio de um grupo de oficiais. O António Graça de Abreu (2) - alferes miliciano (CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74) - é o primeiro da esquerda.

Foto: © Mário Bravo (2007). Direitos reservados

Mensagem do Mário Bravo:

Luís Graça:

Mais uma vez a entrar em directo, no teu tão estimado blogue. Sabes que um destes dias, ao visitar o blogue (o que faço diariamente), vi a fotografia do Abreu (2), na China, e logo pensei que era o mesmo que conheci em Teixeira Pinto, quando por lá passei.

Procurei e encontrei uma foto em que ele está. Aí vai a dita fotografia, onde o Abreu é o primeiro da esquerda. Eu também figuro no grupo, bem como outros oficiais dessa época. Pode acontecer que algum desses veja a foto e se anuncie neste nosso espaço de tão saudável convivência.

Tenho estado calado, mas só por razões de excesso de trabalho, mas retomarei o contacto, para retemperar forças.

Cumprimenta

Mário Bravo

________

Notas de L.G.:

(1) Vd. posts de

23 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1457: Tertúlia: Apresenta-se o Alf Mil Médico Mário Bravo, CCAÇ 6, Bedanda (1971/72)


28 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1467: Bem vindo a Guileje, Doutor (Mário Bravo)

(...) "Habitualmente estava em Bedanda e ia de modo regular fazer serviço a Guileje, Gadamael Porto e Cacine. Passei esporadicamente por Catió e fui uma só vez a Cufar (...).

"Depois de sair do sul da Guiné, fui para Teixeira Pinto onde permaneci até ao fim da comissão. Também estive algum tempo em Bissau, no Hospital Militar, onde me ensinaram a arrancar dentes. Com esta especialização, lá foi este teu amigo dar cabo dos dentes ao pessoal ( salvo seja). Na zona de Teixeira Pinto, fui algumas vezes a Bachile, Cacheu, Carenque e Batucar. Digo-te estes nomes, pois assim poderás publicar no teu blogue e há-de haver tipos que se lembrem de me escrever"! (...)

(2) Vd. posts de:

5 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1498: Novo membro da nossa tertúlia: António Graça de Abreu... Da China com Amor

6 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1499: A guerra em directo em Cufar: 'Porra, estamos a embrulhar' (António Graça de Abreu)