terça-feira, 4 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6315: Recortes de imprensa (24): Salgueiro Maia, comandante da CCAV 3420, em fim de comissão, 5 de Maio de 1973: "Em 60 homens ninguém sabia o mais elementar em primeiros socorros: fazer um garrote" (Beja Santos)



A opinião, do nosso camarada Beja Santos, em O Ribatejo, 2 de Maio de  2010 (Reproduzido com a devida vénia...). Vd. postes anteriores sobre o Salgueiro Maia e a sua CCAV 3420 (Bula, Mansoa, Pete, Farim, Binta, Brá).

Vd. também poste do nosso camarada José Afonso, que foi  Fur Mil da CCAV 3420,  e que apresenta um boa cronologia dos acontecimentos de Guidaje> 26 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1213: A CCAV 3420, do Capitão Salgueiro Maia, em socorro a Guidaje (José Afonso)

Guiné 63/74 - P6314: Convívios (230): Encontro do Pessoal da CCAÇ 3 em Anadia, dia 22 de Maio de 2010 (José M. Félix Dias)

1. Mensagem do nosso camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil da CCAV 2539/40 e CCAÇ 3, Guiné 1969/71, com data de 4 de Maio de 2010, solicitando a divulgação do Encontro do pessoal da CCAÇ 3.



CONVÍVIO DA COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 3 GUINÉ

Após contactos com alguns de nós, optou-se pela realização do encontro, em terras da Bairrada, na cidade de Anadia.

Assim, venho junto do meu caro amigo e ex-combatente da CCAÇ3, na Guiné, informá-lo que o encontro está previsto para o dia 22 do mês de Maio, com o seguinte





PROGRAMA

10h30 - Concentração, nos Paços do Município

11h15 - Visita guiada ao Museu do Vinho e da Vinha

13HOO - Almoço no Hotel Cabecinho, em Anadia

17HOO - Encerramento



ALMOÇO

Entradas variadas e regionais
Sopa de legumes
Cabidela de leitão
Leitão assado à Bairrada
Sobremesas (buffet)
Vinhos branco e tinto da região e champagne
Café e digestivos
Dieta: a solicitar pelo interessado


PREÇO por pessoa 30€

ALOJAMENTO NO HOTEL CABECINHO
(NIB:003500930002208263095)

Single: 40€
Duplo: 50€


Agradeço a confirmação da presença e número de pessoas, até ao dia 18 do mês de Maio. O pagamento deverá ser efectuado para o Hotel Cabecinho (está indicado o NIB).

Com um abraço,
Dias Coimbra

Contacto: joão josé (diascoimbra@gmail.com)

Telefones:
231 512 178 - 969 653 401 - 917 360 199

Localização do Hotel - Clicar na imagem para ampliar
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6311: Convívios (143): Encontro Anual da CAÇ 4740, dia 19 de Junho de 2010 em Fátima (Armando Faria)

Guiné 63/74 - P6313: O 6º aniversário do nosso blogue (31): Tiraram-me a G3, mas fiquei com uma caneta (Joaquim Mexia Alves)

1. Sem outro comentário, aqui este deixado pelo nosso camarada Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/RANGER da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, no Poste 6312

A minha homenagem à Tabanca Grande na pessoa do Luís Graça

 Tiraram-me a G3
mas fiquei com uma caneta…

Mas não foi só a mim que a tiraram,
foi também àqueles lá estiveram.

Àqueles que comigo estavam
e àqueles que haviam de estar…

Mas não tem mal,
porque continuamos a disparar,
as balas da recordação,
as granadas da memória,
os fornilhos da indignação…

Mas não tem mal,
porque continuamos a cruzar
as picadas da camaradagem,
os rios da amizade,
os encontros da camarigagem….

Mas não tem mal,
porque nos continuamos a encontrar,
à sombra do imbondeiro,
que nos traz sombra do passado
e nos reconstrói no encontro
o nosso corpo inteiro…

Mas não tem mal,
porque continuamos
sós como sempre fomos,
abandonados daqueles
que nos deviam honrar…

Mas não tem mal
porque aprendemos,
a contar apenas connosco,
no ter, no haver e no ser,
porque aqueles que nos governam,
apenas nos querem esquecer…

Mas não tem mal,
porque somos,
muito mais que uma centena,
muito mais do que um milhar,
ou mesmo de um milhão,
somos tão só e simplesmente
uma grande multidão,
que não esquece,
nem se envergonha,
e grita aos sete ventos,
que afinal somos gente
que tem vida e coração…

Que não se arrependa ninguém,
de contar o que viveu,
de escrever tudo o que viu,
de revelar a realidade…
Para que não haja outros agora,
que, sem nada conhecer,
venham contar uma história,
que nunca aconteceu,
que em tempo algum existiu,
dando-lhe foros de verdade….

Tiraram-me a G3
mas fiquei com uma caneta…


Monte Real, 4 de Maio de 2010
Um abraço camarigo para todos
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 1 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 – P6291: Memória dos lugares (71): No Xitole: Francisco Silva, Lima Rodrigues, António Barroso e... (Joaquim Mexia Alves)

Vd. último poste da série de 29 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6279: O 6º aniversário do nosso blogue (30): Parabéns Rapazote (José da Câmara)

Guiné 63/74 - P6312: O nosso blogue em números (4): 6300 postes, 1,7 milhões de páginas visitadas, 6 postes e 37 comentários por dia, 411 membros (500 no final do ano ?) (Luís Graça)


Figueira da Foz > Praia da Cova > 31 de Março de 2010 > "Já não me embalam as ondas / do mar, e as ondas do mar / eu guardei. / Pus na gaveta onde escondo / coisas que não ouso mostrar a ninguém" ... Letra de uma canção dos Deolinda, "Uma ilha", do último CD, "Dois selos e um carimbo" (2010)... Ah!, e obrigado ao camarada António Pimentel por me ter ensinado o caminho para o restaurante Carrossel, na Cova - Gala, Figueira da Foz...

Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados.


1. Amigos e camaradas: acabámos de atingir a cifra dos 1,7 milhões de páginas visitadas, o que quer dizer mais 400 mil desde o início do ano e, portanto, um média de 75 mil por mês / 2500 por dia de Janeiro a Abril. (*).

É de referir que a evolução deste indicador tem sido favorável, com um crescimento sustentado ao longo do tempo: partimos das 22, 5 mil visitas... em finais de Maio de 2006 (fim da I Série, e abertura do actual blogue), para atingir as 400 mil em Outubro de 2007, as 800 mil em Outubro de 2008, o milhão em Fevereiro de 2009, o 1,4 milhões em Dezembro de 2009 e agora os 1,7 milhões.

Em 23 de Abril passado, perfizemos seis anos, o que já é uma bonita (e quase improvável) idade na blogosfera. A efeméride foi celebrada com discrição, como é nosso timbre. Mesmo assim, fomos tema de secção Sociedade da revista Visão, na sua edição dessa semana (22 de Abril de 2010).

No final da I Série, em Maio de 2006, o número de tertulianos (como então designávamos os membros da nossa Tabanca Grande, antes, Tertúlia) era cerca de 110 (**). Em final de 2009, éramos 390, hoje somos 411 (mais 21 em 4 meses) e o desafio, proposto por alguns de nós (Manuel Maia, mais concretamente), é chegar à difícil (mas não impossível) cifra dos 500 até ao fim do ano. É uma meta ambiciosa mas exequível, com maior militância... bloguística: basta passar de 5 para 10, por mês, o número de entradas na Tabanca Grande...

O ano transacto foi o mais produtivo em número de postes publicados: cerca de 1900, mais 600 do que em relação ao ano anterior (2008). Mas este ano, só nos primeiros quatro meses, já publicámos cerca de 720, o que dá em média 180 por mês / 6 por dia.

Quanto aos comentários, nem já os conto (em Abril ultrapassaram os 1100, ou seja, 37 por dia em média), constatando apenas o facto de se manter, e de maneira sustentada, o bom nível de participação dos nossos leitores (e a boa qualidade de muitas intervenções). Parabéns a eles, comentadores!

No próximo dia 26 de Junho vamos realizar o nosso V Encontro Nacional, em Monte Real, e a menos de dois meses já quase atingimos uma centena de inscrições... Mas queremos não só igualar como até ultrapassar o número de participantes do ano passado, em Ortigosa, que andou nos 120/130 (com os retardatários...). É um estímulo para a equipa que está a organizar o encontro: Carlos Vinhal, Joaquim Mexia Alves, Miguel Pessoa, Jero e Belarmino Sardinha... Uma bela equipa!

Os meus votos de parabéns extensivos a todos: leitores, autores, comentadores, editores... Esperemos poder continuar por aqui, eu e todos vocês, mais os periquitos que hão-de chegar ao longo deste ano (até aos 500 ?!) , enquanto nos aprouver e nos sentirmos úteis, activos, confortáveis, produtivos, saudáveis, entre amigos e camaradas da Guiné... Até lá, precisamos de recrutar dois editores, um júnior e outro sénior (para substituir o Virgínio Briote, que vai entrar na idade de oiro...).

Voluntários, precisam-se para dar continuidade àquela que já é - dizem - a maior comunidade virtual de veteranos de guerra (ou melhor, de ex-combatentes de uma guerra, de um TO específico)... Seguramente, a da Guiné (1963/74). Provavelmente a maior, do género, na blogosfera, ou no mínino a maior da minha rua...

Um chicoração a todos/as.
Luís Graça

PSA - E, por favor favor, amigos e camaradas, parafraseando os Deolinda (uma revelação recente da nossa música popular portuguesa!), não se percam na problemática (da) colocação do mastro!

A problemática colocação de um mastro
para efeitos de enfeitar a avenida,
com balões dependurados,
papelinhos coloridos,
trouxe um insólito sarilho à autarquia.
É que esta edilidade
agiu em conformidade
com o gosto colosssal de dois ou três
e anunciou com muito orgulho,
muita pompa e barulho,
que o maior mastro do mundo é português (...)

Deolinda - Dois selos e um carimbo (2010) (Com a devida vénia...)
______________

Notas de L.G.:

(*) Vd. último poste da série > 4 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5589: O blogue em números (3): 390 tabanqueiros, 5590 postes, um milhão e 400 mil páginas visitadas, 50 mil por mês, 30 comentários por dia...

(**) O primeiro poste publicado foi em 23 de Abril de 2004 > Guiné 69/71 – I: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça)

Lista dos dez primeiros postes do nosso blogue (1ª série):

23 de Abril de 2004 > Guiné 69/71 – I: Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça)

25 de Abril de 2004 > Guiné 69/71 - II: Excertos do diário de um tuga (1) (Luís Graça)

28 de Abril de 2004 > Guiné 69/71 - III: Excertos do diário de um tuga (2) (Luís Graça

7 de Dezembro de 2004 > Guiné 69/71 - IV: Um Natal Tropical (Luís Graça)

20 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - V: Convívio de antigos camaradas de armas de Bambadinca (Luís Graça)

22 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VI: Memórias do Xime, do Rio Geba e do Mato Cão (Sousa de Castro)

25 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VII: Memórias do inferno do Xime (Novembro de 1970) (Luís Graça)

28 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VIII: O sector L1 (Xime-Bambadinca-Xitole): Caracterização (1) (Luís Graça)

29 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - IX: A malta do triângulo Xime-Bambadinca-Xitole (1) (Luís Graça)


(***) Por mera curiosidade (histórica...), vd. lista, por ordem alfabética, dos membros do nosso blogue, no final da I Série, em 1 de Junho de 2006. Alguns deles andam por aí sem dar notícia(s) à malta... Espero, ao menos, que todos estejam ao menos de boa saúde... que nós, por cá, estamos todos bem, graças a Deus.

A. Marques Lopes
A. Mendes
Abel Maria Rodrigues
Afonso M.F. Sousa
Aires Ferreira
Albano Costa
Amaro Samúdio
Américo Marques
Ana Ferreira
Antero F. C. Santos
António Baia
António Duarte
António J. Serradas Pereira
António (ou Tony) Levezinho
António Rosinha
António Santos
António Santos Almeida
Armindo Batata
Artur Ramos
Belmiro Vaqueiro
Carlos Fortunato
Carlos Marques dos Santos
Carlos Schwarz (Pepito)
Carlos Vinhal
Carvalhido da Ponte
David Guimarães
Eduardo Magalhães Ribeiro
Ernesto Ribeiro
Fernando Chapouto
Fernando Franco
Fernando Gomes de Carvalho
Hernani Acácio Figueiredo
Hugo Costa
Hugo Moura Ferreira
Humberto Reis
Idálio Reis
J. C. Mussá Biai
J. L. Mendes Gomes
J. L. Vacas de Carvalho
João Carvalho
João S. Parreira
João Santiago
João Tunes
João Varanda
Joaquim Fernandes
Joaquim Guimarães
Joaquim Mexia Alves
Jorge Cabral
Jorge Rijo
Jorge Rosmaninho
Jorge Santos
Jorge Tavares
José Barreto Pires
José Bastos
José Casimiro Caravalho
José Luís de Sousa
José Manuel Samouco
José Martins
José (ou Zé) Neto
José (ou Zé) Teixeira
Júlio Benavente
Leopoldo Amado
Luis Carvalhido
Luís Graça
Luís Moreira (V. Castelo)
Luís Moreira (Lisboa)
Manuel Carvalhido
Manuel Castro
Manuel Correia Bastos
Manuel Cruz
Manuel Domingues
Manuel G. Ferreira
Manuel Lema Santos
Manuel Mata
Manuel Melo
Manuel Oliveira Pereira
Manuel Rebocho
Manuela Gonçalves (Nela)
Mário Armas de Sousa
Mário Beja Santos
Mário Cruz
Mário de Oliveira (Padre)
Mário Dias (ou Mário Roseira Dias)
Mário Migueis
Martins Julião
Maurício Nunes Vieira
Nuno Rubim
Orlando Figueiredo
Paula Salgado
Paulo Lage Raposo
Paulo & Conceição Salgado
Paulo Santiago
Pedro Lauret
Raul Albino
Renato Monteiro
Rogério Freire
Rui Esteves
Rui Felício
Sadibo Dabo
Sérgio Pereira
Sousa de Castro
Tino (ou Constantino) Neves
Tomás Oliveira
Torcato Mendonça
Victor David
Victor Tavares
Virgínio Briote
Vitor Junqueira
Xico Allen
Zélia Neno.

Guiné 63/74 - P6311: Convívios (229): Encontro Anual da CAÇ 4740, dia 19 de Junho de 2010 em Fátima (Armando Faria)


1. O nosso Camarada-de-armas Armando Silva Faria, ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas da CCAÇ 4740, Cufar – 1972/74, enviou-nos uma mensagem, solicitando a divulgação do programa da festa da sua Companhia e apelando à participação massiva dos seus Camaradas:


CCAÇ 4740 – Encontro Anual
ORDEM DE SERVIÇO PARA 2010
ESTÁS CONVOCADO!
FÁTIMA, 19 JUNHO 2010 (Sábado)
Ao aproximar-se mais um aniversario do embarque para a Guiné 21 Junho 1972, (38 anos), chegou a hora de convidar de novo todos os CUFARIANOS para mais um encontro em Fátima, local eleito no 1º encontro em 01 Dezembro de 2007, por isso o desejamos manter.
Alguns dos nossos companheiros, que já foram localizados, estão já a preparar a sua vinda de longe ao nosso encontro de Fátima, são eles:
  • ANTÓNIO MANUEL SALVADOR, da Holanda e pela 3ª vez;
  • EDUARDO MANUEL MEDEIROS BARROS, do Canada, é a primeira vez que se reúne connosco;
  • MANUEL SEQUEIRA PAMPLONA, da Terceira, e,
  • JOSÉ ADELINO GOULART DA ROSA, do Faial
Estes dois companheiros, é a primeira vez que se reúnem connosco em Fátima.
Outros, também de “longe”, já estão a pensar na vinda, os de “perto”, não se fazem esperar!
“LEÕES de CUFAR” e ou “CUFARIANOS”, e suas famílias, são bem vindos ao nosso convívio, ele é nosso e sempre será nosso e dos que connosco conviveram, a circunstância de terem de partilhar o tempo e o espaço, as alegrias e as tristezas, o encontro e o desencontro de vidas adiadas, de sonhos perdidos.
As memórias, longe de se desvanecerem com a passagem do Tempo, são cada vez mais fortes, as saudades dos amigos, é o que nos resta desse tempo.
Ainda bem que assim é porque essas memórias embrulham parte importante das nossas vidas e, sobretudo, envolvem os nossos Amigos-Irmãos que reencontrámos passados tantos anos.
FÁTIMA
Estás convocado para o dia 19 JUNHO 2010 em Fátima.
Vem e traz outro camarada ou amigo, não esqueças a esposa, a companheira, os filhos, passa a palavra, todos os nossos são BEM VINDOS.
09h30 – Encontro, e como de costume, junto ao monumento de SS. João Paulo II;
11h00 – Missa de acção de Graças na Igreja da Santíssima Trindade, para aqueles que queiram assistir;
13h00 - Almoço que será servido sob a responsabilidade do restaurante “A Cabana na Estrada" - Fátima/Leiria/Ourém - com o tel. +351 249 531 511”.
Localiza-se à saída de Fátima pela rotunda Norte, (ou em outro local a designar se oportuno).
Preço: 25,00€ / pessoa.
Não se esqueçam que temos de reservar restaurante, por favor, confirmem as vossas presenças para FÁTIMA através do camarada:
Armando Faria, Tel. 914 898 291 - E-mail: asfaria.seguros@sapo.pt
ou:
Mário Oliveira, Tel. 966 017 369 - E-mail:
mailto:mafeliol@netcabo.pt
António Zêzere, Tel. 214 533 991 - E-mail:
aazezere@sapo.pt

NINGUÉM SE DEVIA DISPENSAR DA IDA A FÁTIMA, PODERÁ SER UM DESÍGNIO DE TODOS NÓS ESTE REENCONTRO, já não nos restará tanto tempo... quanto ao passado.

Um abraço a todos do tamanho do Cumbijã,
Armando Faria
Fur Mil At Inf da CCAÇ 4740
____________
Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

2 de Maio de 2010 >
Guiné 63/74 - P6301: Convívios (142): Encontro dos Gatos Negros da CCAÇ 5 ocorrido dia 24 de Abril de 2010 (José Corceiro)

Guiné 63/74 - P6310: As Nossas Mães (7): Hoje é Dia da Mãe (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa amiga tertuliana Felismina Costa com data de 4 de Maio de 2010:

Boa-noite amigo e Sr. Carlos Vinhal!

Com um pouco de atraso, resolvi enviar um poema alusivo ao dia da mãe, que pretendo seja, uma homenagem às nossas mães, às mães que criaram a nossa geração, e que tanto sofreram.

Não pretendo nada absolutamente com o envio destas palavras.
Sinta-se à vontade para lhe dar o caminho que entender, inclusivamente, iliminá-las.
Contudo, esta é a minha modesta homenagem, às grandes mulheres das décadas de 60/70.





HOJE É DIA DA MÃE

É dia da mãe!
Um dia instituído para homenagear
Todas as Mães!
Quão diversas na sua estatura,
Sentimentos, côr, formação,
desempenho, preferências,
organização, resistência,
ternura, compreensão, etc, etc, etc...
A minha, era pequena, morena,
tranquilizadora, meiga,terna,
inventora, enfermeira, médica,
milagrosa, engenhosa, compreensiva,
poetisa, e o mundo inteiro para ela,
era a casa grande, onde todos tinham entrada,
e os recebia... encantada!
A minha homenagem à sua memória,
passa pela aceitação sem reservas
de tudo em que ela acreditava.
A vida.
A terra.
A natureza, pura e bela.
E todos os seres humanos, que a habitam
E se multiplicam
Cumprindo assim... as leis da vida!...


Pretendo homenagear na minha, todas as mães de Portugal!
Toda a geação, anterior à nossa, que sofreu e aguentou firme,
a dor, a saudade, as dificuldades, o medo, no silêncio recatado,
que não se manifestava, para evitar ao próximo,
a partilha do seu sofrimento sem tamanho:
Sempre as soube assim, calando em si a dor sentida a cada minuto,
e o medo das palavras, que poderiam chegar... escritas!...

Saudações amigas da
Felismina Costa
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6290: As nossas mulheres (14): Às mães que viram os seus filhos irem para a guerra e que não mais voltaram (José Carlos Neves)

Guiné 63/74 - P6309: Controvérsias (72): Uma Página Negra (José Manuel Matos Dinis)


1. O nosso Camarada José Manuel Matos Dinis* (ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 2679,  Bajocunda, 1970/71), enviou-nos a seguinte mensagem, complementando a informação prestada no poste P 6261, da autoria do Mário Pinto:

Uma Página Negra

A propósito de um poste subscrito pelo Camarada Mário Pinto, que perguntava onde tinha andado a maioria dos capitães do QP durante os anos da guerra, [circulou internamenet, por mail, na nossa Tabanca Grande] um  carta e um estudo subscritos pelo Sr. Coronel António Carlos Morais da Silva que pretende contrariar aquela interrogativa.

Em seguida (durante o dia 28/Abril) recebi uma mensagem do Jorge Teixeira (Portojo), que referia ter sido eliminado do blogue o poste referido. Face à surpreendente notícia, contactei o Mário Pinto, que me referiu ter condescendido com a retirada do poste a pedido dos editores, porque estaria a dar granel. Mau!!??

Ainda agora se comemorou o 25 de Abril, cuja melhor herança foi e é a liberdade.

Por outro lado, é divisa do blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, não deixarmos que sejam os outros a contar a história da guerra por nós, o que implica a abordagem de qualquer assunto implícito, sem tabus de qualquer ordem, como decorre de reiteradas intervenções do nosso Comandante. Apenas se exige respeito pelas regras editoriais.

Do que me lembro, o texto continha uma interpretação enviesada, mas apresentava-se educado e respeitoso. Aliás, alertado para o equívoco, o Mário prontamente esclareceu o erro e, humildemente, pediu desculpa.

Às vezes o preconceito tolhe a capacidade de pensar e aclarar ideias sobre factos e acontecimentos. E neste caso demos uma flagrante prova de incapacidade para resolver um assunto interno, que nem sequer alterava o sentido do poste, nem punha em causa a linha do Blogue, pois abriu-se a porta à auto-censura.

Havia que analisar a carta e o estudo que vieram baralhar a situação.

Optei por apreciar, primeiro a carta e, depois, o estudo contestatário de uma tese de doutoramento que, também ela aborda a matéria, e coteja a evolução relativa dos números de capitães do QP e milicianos no comando de companhias operacionais, ou de combate.

Diz o senhor Coronel (que não integra a família do Blogue) ter contestado junto do Reitor e do júri da U. de Évora - que fez a apreciação da tese "As elites militares em Portugal de 1900 a 1975", da autoria de Manuel Rebocho, Sargento-Mor Pára-Quedista, entretanto licenciado e doutorado em Sociologia - com base nas seguintes afirmações em diferentes trechos da tese, que podem ser verificados pela divulgação que a carta teve entre nós:

1 - "Na medida em que os capitães de carreira pretenderam seguir outras funções que não as de combate...";

2 - "A clivagem deu-se pela formação diferencial...";

3 - "Estes oficiais com dois anos de formação e sem vocação/motivação aferida, tiveram menor formação do que os oficiais que ingressaram na E.E. entre 1938 e 1958...";

4 - "Também se provou que a partir de 1966 os capitães de carreira se foram afastando do comando destas companhias, retirando-se para locais longe da Guerra e para actividades ditas de retaguarda...";

5 - "Os oficiais dos anos 60 fugiram da Guerra... a Academia Militar falhou na selecção e na formação psicológica das futuras elites militares...";

6 - "O Exército cometeu mais um erro ao colocar nas funções de Estado-Maior, oficiais sem capacidade de adaptação e sem experiência, quer da tropa, quer da guerra, pois nunca lá tinham estado, ou pretendiam vir a estar...";

7 - "a fuga dos oficiais combatentes para os Serviços de Apoio constituiu o maior entrave, não só à eficiência, mas também à formação do espírito militar que se ordena e inspira em valores básicos de humanidade...".

Em conclusão da carta ainda de lê:

- É iniludível o enxovalho do QP do Exército praticado em acto público.

- Contrariamente ao que a Universidade de Évora aceitou, sem questionar, os números apurados permitem concluir que os Capitães do QP não fugiram à guerra.

- Cumpriram o dever assumido no juramento de Bandeira que fizeram, voluntariamente.

- Cuidaram da Pátria e não da Fazenda.

A carta, ao contrário do que inspirava, não apresenta argumentos contrários que demonstrem a invalidade dos 7 pontos da tese referenciados. Acaba com as quatro frases lapidares transcritas.

A demonstração do contrário ao explanado na tese, parecia estar consignado no estudo que o Sr. Coronel anexou, e devia refutar expressamente o conteúdo da tese. Fui ver.

Verifiquei que relativamente aos três TO, Guiné, Angola e Moçambique, durante o período de 12/8/1959 a 01/11/1975, segundo o estudo, foram mobilizados 2368 capitães para 1876 companhias de combate (pg.17), sendo que 57,8% foram do QP.

Mas, adiante, com gráficos evolutivos, (pg.22), conclui alguns aspectos relevantes;

1 - De 1965 a 1868 o efectivo de Capitães do QP tem uma quebra de 30 pontos percentuais estabilizando na vizinhança de 57% até 1971;

2 - Nos anos de 1972 e 1973 registam-se quebras de efectivos do QP na ordem dos 15%;

3 - O ano de 1972marca o inicio da queda acentuada do efectivo de capitães do QP, o número de capitães milicianos passa definitivamente a ser superior ao de capitães do QP por razões que adiante são expostas;

Prosseguindo, talvez no âmbito das "razões expostas", refere-se: "Não encontrei justificação para a disparidade entre Moçambique onde 82% das companhias tiveram comando único e a Guiné onde tal valor se situou nuns modestos 65%"- pg.23.

A página 27 refere-se "em 1971 e 1972 não há novos capitães para render os que embarcaram em 1969 e 1970 tendo inicio a intensificação do recurso a capitães milicianos".

E, por fim, na pág. 28 referem-se outros aspectos relevantes:

1 - De 1963 a 1971 pelo menos um terço do stock de capitães QP (Inf, Art, Cav) comandou companhias de combate";

2 - A partir de 1973 tal esforço deixou de ser possível pelas razões já carreadas;

Deste estudo, na parte escalpelizada, pode inferir-se:

1 - Desde o inicio da guerra na Guiné houve recurso a capitães milicianos;

2 - No período de 1963 a 1971, cerca de 70% das companhias de combate foram comandadas por capitães milicianos;

3 - A partir de 1972 essas percentagens afastaram-se, por força do aumento do número de capitães milicianos, por razões, afinal, não explicadas, porque se os capitães antes formados não tinham abandonado o QP, alguma razão pertinente aconteceu para que não voltassem a comandar companhias em campanha, tirando partido da experiência anterior.

Porque o número de capitães não baixou drasticamente, eles terão sido colocados em repartições e serviços de retaguarda;

4 - Nesse caso, com que resultados para a condução da guerra? Sobretudo na Guiné;

5 - A carta do Sr. Coronel, em contestação da tese antes referida, afinal, vem ao encontro das conclusões ali explanadas - na tese, não podendo por isso oferecer-lhe oposição de argumentos. Vide a coincidência de conclusões;

6 - Decorrente do anterior, o poste subscrito pelo Mário Pinto assenta em constatações que, no essencial, tanto a tese de doutoramento, como o estudo do Sr. Coronel, confirmam.

Voltando à carta do Sr. Coronel, refere no final, que foi "iniludível o enxovalho do QP do Exército praticado em acto público", e "que os capitães cumpriram o dever assumido no juramento de Bandeira".

Mais uma vez, sublinho, não se pode tomar a nuvem por Juno, e todos temos notícia de algum capitão merecedor da admiração daqueles que comandou, e dos que disso tiveram conhecimento.

Em lugar de ter utilizado o termo enxovalho, a leitura do estudo que o Sr. Coronel concluiu e divulga, conduz à ilação do grande erro de estratégia por não ter sido aproveitada a experiência dos capitães em segundas comissões para comandar companhias de combate, ou, na ausência de outras explicações, ter-se-á que concluir pela aceitação tácita no preenchimento de serviços na retaguarda.

Mas, neste caso, levanta-se a questão de saber que efeitos positivos advieram para a condução da guerra. E, se aí, na retaguarda, a esmagadora maioria dos capitães do QP cumpriu o seu dever, não foi eficientemente, porque as companhias de combate sempre evidenciaram terríveis necessidades.

Um abraço,

José Dinis

Fur Mil At Inf da CCAÇ 2679
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

2 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6297: Controvérsias (71): Contemos as nossas experiências e deixemos as especulações para quem não esteve lá (Carlos Vinhal)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Guiné 63/74 – P6308: Histórias do Eduardo Campos (12): CCAÇ 4540, 1972/74 - Sadjo Seidi – O homem do Jerrican

1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos a 1ª estória da sua ainda fresquiha viagem à Guiné:

CCAÇ 4540 – 72/74
"SOMOS UM CASO SÉRIO"

SADJO SEIDI – O HOMEM DO JERRICAN
TESTEMUNHO VIVO
Regressei recentemente da Guiné, onde, na companhia de alguns camaradas, andei a visitar os locais onde estivemos instalados durante a guerra.

Confesso que apesar de o meu diário estar recheado de histórias bonitas e outras nem por isso, decidi ainda não enviar nada para publicar no blogue, pelo menos por agora.

No entanto um acontecimento surgido em Buba, quer pela sua originalidade, quer pela minha vontade férrea em encontrar alguém conhecido e, porque não dizê-lo, pelas emoções que me causou (algumas lágrimas nos cantos dos olhos), não poderia continuar a ocultá-lo.

O motorista de uma das viaturas que nos acompanhou durante a nossa estadia, parou junto a uma esquadra da polícia em Buba, dizendo-nos que iria falar com o Comandante (seu chefe) já que o mesmo também era policia.

Nós aproveitado a referida paragem para sairmos da viatura.

Sentados num banco estavam três polícias, um dos quais me pareceu ter uma cara familiar e, sem hesitações, logo lhe perguntei: “Por onde andaste durante a guerra?”.
Ao que ele me respondeu: “Bigene!”.
“E Cadique?” – perguntei-lhe eu.
Ele disse: “Nhacra!”.
Foi o percurso que a minha Companhia, a C CAÇ 4540, fez durante a sua permanência na Guiné, pelo que fiquei quase que paralisado.

Afinal tinha motivos para que aquela cara me fosse familiar e de novo ele “ataca”: “E tu és o Campos das transmissões.”
“Mas que brincadeira é esta?” – pensei eu.
E logo o José Carvalho me tocou nas costas e apontou-me um jerrican que estava atrás de mim com a seguinte inscrição: CCAÇ 4540.
Foi o sinal que eu precisava para lhe dizer: “E tu, és o menino da Companhia.”

Estava na presença do SADJO SEIDI, o miúdo que nos acompanhou durante os dois anos de permanência da companhia na Guiné e deixamos em Nhacra, no final da comissão, com 15 anos de idade.

Fui agora encontrá-lo em Buba, 36 anos depois, como polícia e com 51 anos de idade.

Dizia ele entusiasmado: “Eu sabia que um dia havia de encontrar alguém da Companhia. Ando há muitos anos com o jerrican atrás de mim, sempre com a esperança que isto viesse a acontecer.”
E aconteceu.
Ele disse ao meu cunhado (José Carvalho), que, inteligentemente, antes de ter a ideia do jerrican com a inscrição da CCAÇ 4540, tinha um bidon de 200 litros, mas como era difícil mudá-lo de local, para poder ser mais facilmente visível, optou então pelo jerrican.

“Manga de esperto nos cabeça!” - digo eu, claro.

Comentando com os meus companheiros de “aventura”, com a tal lágrima no canto do olho, dizia eu repetidamente que já tinha ganho a viagem.

Eu, entretanto, continuei a ser surpreendido pela memória do Sadjo, perguntando-me por elementos da companhia e, mais me perguntava, se ainda sei como se chamava em termos de código Cufar e Cadique, ao que eu naturalmente respondi que não.

Para ele não foi qualquer problema: “Ébano e Cação.” – respondeu-me.

Como perguntou também pelo Vasco Ferreira, de imediato lhe liguei para Portugal passando-lhe o telefone, para que o Sadjo falasse com ele (mais uma lágrima).

Os deuses estiveram comigo nesse dia e não nos queríamos separar. Falamos, falamos… e não é que uma das viaturas que nos transportava avariou, permitindo-nos ficar mais umas horas na conversa.

O miúdo que ficou em Nhacra não teve vida fácil depois da NT entregarem as instalações ao PAIGC, esteve inclusivamente preso e só a idade dele e o bom senso do Comandante, o livraram de… aquilo que todos sabemos que aconteceu aos que “colaboraram” connosco.

Mas, finalmente, tivemos que nos separar, comum “até sempre”, que durou apenas uns dias porque o Sadjo me telefonou a perguntar se eu tinha chegado bem.

Acreditem, já sinto saudades do SADJO SEIDI.

Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540

Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

26 de Fevereiro de 2010 >
Guiné 63/74 – P5886: Histórias do Eduardo Campos (11): CCAÇ 4540, 1972/74 - Somos um caso sério (Parte 11): Nhacra 6/Final

Guiné 63/74 - P6307: Os Marados de Gadamael (Daniel Matos) (14): Cemitérios de Guidaje e Unidades mobilizadas na Madeira

1. Continuação da publicação do trabalho Os Marados de Gadamael e os dias da Batalha de Guidaje de autoria do nosso camarada Daniel Matos (ex-Fur Mil da CCaç 3518, Gadamael, 1972/74).



Os Marados de Gadamael

e os dias da Batalha de Guidaje



Parte XIV


por Daniel de Matos


O(s) cemitério(s) de Guidaje

Mortos na região de Guidaje, de 9 de Maio a 9 de Junho de 1973*


António Júlio Carvalho Redondo, (9 de Maio) Soldado Atirador, BCaç 4512/72, corpo não recuperado.

Arnaldo Marques Bento, (9 de Maio) Furriel Miliciano, CCaç 14,

Bernardo Moreira Castro Neves, (9 de Maio) 1.º Cabo, BCaç 4512/72,

Lassana Calisa, (9 de Maio) Soldado Atirador, CCaç 14.

Manuel Maria Rodrigues Geraldes, (10 de Maio), Soldado Atirador 2.ª Companhia/BCaç 4512/72, sepultado em Guidaje. Corpo exumado e trasladado para Bissau em 21 de Março de 2009, e trasladado para Portugal (cerimónias com honras militares em Belém, junto ao Forte do Bom Sucesso, Lisboa, junto ao Monumento Nacional aos Combatentes no Ultramar e no Vimioso). Repousa no cemitério de Vale do Algoso.

Abdulai Mané, (10 de Maio) 1.º Cabo Atirador, CCaç 19, sepultado em Guidaje.

Jancon Turé, (10 de Maio) Soldado Atirador, CCaç 19, sepultado em Guidaje.

Mamadú Lamine Sanhá, (10 de Maio) Soldado Auxiliar de Enfermagem, CCaç 19, sepultado em Guidaje.

Sadjó Sadjó, (10 de Maio) Soldado atirador, CCaç 19, sepultado em Guidaje.

Suleimane Dabó, (10 de Maio) Soldado Atirador, CCaç 19, sepultado em Guidaje.

David Ferreira Viegas, (12 de Maio) Soldado Condutor, Com. Agrupam. Operacional n.º 1.

José Luís Inácio Raimundo, (12 de Maio) Soldado Comando, 38.ª Companhia de Comandos.

Ludgero Rodrigues da Silva, (13 de Maio) Soldado Condutor, CCS/BCaç 4512/72.

Martinho Cá, (16 de Maio) Soldado Apontador de Metralhadora, CCaç 3, sepultado em Guidaje.
Anso Baldé, (19 de Maio) Soldado Comando, 1.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

Armando Beta Santa, (19 de Maio) Soldado Comando, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

Becute Tungué (também Bacote Tanga), (19 de Maio) Soldado Comando, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje. Corpo exumado em 21 de Março de 2009 e trasladado para o Cemitério Municipal de Bissau (talhões da Liga Portuguesa de Combatentes), onde se encontra em repouso.

Carlos Intchama, (19 de Maio) Soldado Comando, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

José Vieira, (19 de Maio) Soldado Comando, 1.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

Mama Samba Baldé, (19 de Maio) Alferes Graduado, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

Mama Samba Embaló, (19 de Maio) Soldado Comando, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

Abdulai Baldé, (19 de Maio) Soldado milícia, pelotão de Milícias 326, sepultado em Guidaje.

Mamadú Alfa Baldé, (19 de Maio) soldado dos Serviços de Administração Militar, Batalhão de Intendência, sepultado em Guidaje.

Saliú Sané, (19 de Maio) Soldado Comando, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

Pedro Melna, (19 de Maio), Alferes Graduado, 3.ª Companhia de Comandos Africana, Operação Ametista Real, sepultado em Guidaje.

António das Neves Vitoriano, (23 de Maio de 1973), Soldado Pára-quedista, CCP 121, sepultado em Guidaje. Corpo exumado em 21 de Março de 2009. Trasladado inicialmente para Bissau e, em 25 de Julho de 2009, para a Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos onde recebeu honras militares junto ao Monumento Aos Mortos em Combate, tal como em Lisboa (Igreja da Força Aérea) e no dia seguinte em Castro Verde, em cujo Cemitério se encontra a repousar.

José de Jesus Lourenço, (23 de Maio de 1973), Soldado Pára-quedista, CCP 121, sepultado em Guidaje. Corpo exumado em 21 de Março de 2009. Trasladado inicialmente para Bissau e, em 25 de Julho de 2009, para a Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos onde recebeu honras militares junto ao Monumento Aos Mortos em Combate, tal como em Lisboa (Igreja da Força Aérea) e no dia seguinte em Cadima (onde nasceu). Repousa no cemitério de Fornos, Cantanhede.

Manuel da Silva Peixoto, (23 de Maio de 1973), Soldado Pára-quedista, CCP 121, sepultado em Guidaje. Corpo exumado em 21 de Março de 2009. Trasladado inicialmente para Bissau e, em 25 de Julho de 2009, para a Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos onde recebeu honras militares junto ao Monumento Aos Mortos em Combate, tal como em Lisboa (Igreja da Força Aérea) e no dia seguinte em Vila do Conde. Repousa no Cemitério de Gião, Vila do Conde.

Bailó Baldé, (23 de Maio) Soldado Atirador, CCaç 3, sepultado em Guidaje.

Fonseca Nancassá, (23 de Maio) Soldado Atirador, CCaç 3, sepultado em Guidaje.

José Carlos Moreira Machado, Furriel Miliciano n.º 028937/71, CCaç 3518, sepultado em Guidaje. Corpo exumado em 21 de Março de 2009. Trasladado inicialmente para Bissau e, em Novembro de 2009, para Valpaços, tendo tido cerimónias com honras militares em Belém, junto ao Forte do Bom Sucesso, Lisboa, junto ao Monumento Nacional aos Combatentes no Ultramar e em Valpaços). Repousa no Cemitério de Sá/Ervões.

Gabriel Ferreira Telo, (25 de Maio de 1973), 1.º Cabo Atirador n.º 031178/71, CCaç 3518, sepultado em Guidaje. Corpo exumado e trasladado para Bissau em 21 de Março de 2009; trasladado para Portugal em Novembro de 2009, com cerimónias e honras militares em Belém, junto ao Forte do Bom Sucesso, Lisboa, junto ao Monumento Nacional aos Combatentes no Ultramar, e na Madeira, primeiro junto ao Monumento ao Combatente Madeirense, na Mata da Nazaré, e depois no Paul do Mar, concelho da Calheta. Sepultado no cemitério de Paul do Mar/Madeira a 22 de Novembro de 2009.

*em Belém/Lisboa: Ministro da Defesa/Santos Silva, Presidente da Liga Portuguesa de Combatentes/Chito Rodrigues; no Funchal e Paul do Mar: representante da República/Monteiro Diniz, representante do Governo Regional/Brazão de Castro), Presidente da Câmara Municipal da Calheta/Manuel Baeta), o Presidente da União Portuguesa de Pára-Quedistas/Avelar de Sousa e o coronel Ramiro Morna Nascimento, – madeirense e amigo da família que em 1973 foi segundo-comandante em Farim, impulsionador da Homenagem e da edificação do Monumento ao Combatente Madeirense, erguido com donativos populares e inaugurado na Mata da Nazaré, Funchal, em 2003.

João Nunes Ferreira, (25 de Maio de 1973), Soldado Atirador n.º 094773/71, natural de Câmara de Lobos, CCaç 3518. Sepultado em Guidaje. Corpo exumado e trasladado em 21 de Março de 2009 para o Cemitério de Bissau (talhões da Liga Portuguesa de Combatentes) onde está em repouso.

António Santos Jerónimo Fernandes, (26 de Maio), Furriel Miliciano n.º 094862/71, CCaç 19, sepultado em Guidaje. Natural de Garção, Vimioso, o corpo foi exumado e trasladado para o Cemitério Municipal de Bissau (talhões da Liga Portuguesa de Combatentes), onde se encontra em repouso.

António Talibó Baio, (26 de Maio), Soldado Atirador, CCaç 19, sepultado em Guidaje. Corpo exumado e trasladado a 21 de Março de 2009 para o Cemitério Municipal de Bissau (talhões da Liga Portuguesa de Combatentes), onde se encontra em repouso.

Jorge de Andrade Gonçalves, (29 de Maio), Soldado Atirador n.º 048491/71, natural do Campanário, Ribeira Brava, Madeira, CCaç 3518,

António Luís do Couto Toste Parreira, (29 de Maio) Soldado Condutor, CCaç 3414,

Domingos Martins da Silva Lopes, (29 de Maio) Soldado Atirador, BCaç 4512/72,

Luís José Abrunhosa Gonçalves, (4 de Junho) Soldado Atirador, 1.ª Companhia/BCaç 4512/72,

Carlos Manuel Galvão Fernandes, (9 de Junho) 1.º Cabo Atirador, Pelotão Caçadores Nativos n.º 67.

* O número de sepultados não coincide com várias das múltiplas descrições existentes. Há vítimas destes combates que seriam enterradas em Farim e noutros locais próximos. Estão listados os mortos do exército e dos pára-quedistas, não estando referenciadas vítimas dos fuzileiros. Também sobre os mortos da milícia e entre a população civil há muitas imprecisões e dúvidas quanto ao seu número e quanto ao local onde repousam.

O General Lopes Camilo, vice-presidente da Liga dos Combatentes que teve a gentileza de me receber no início de 2009 para me informar dos esforços que então estavam em marcha para a exumação dos corpos, disse à imprensa que haveria a estimativa de 31 corpos enterrados em Guidaje. Porém, o mapa/croquis elaborado pelo pessoal da CCaç 19 só referia dez (quando da exumação descobriram-se 11). Houve algures à volta do quartel de Guidaje outro(s) cemitério(s), supõe-se que constituído(s) exclusivamente pelos restos mortais de pessoal africano.


Madeirenses mobilizados para o Ultramar

Estima-se que durante a guerra tenham falecido nas três colónias portuguesas duzentos e quarenta madeirenses (ou membros de Unidades constituídas na Madeira, cujos Graduados e Especialistas eram geralmente oriundos de outras partes do país).

Das Unidades constituídas na Madeira, registaram-se 125 mortos em Angola, 46 em Moçambique e 69 na Guiné.


O Comando Militar da Madeira mobilizou para a Guiné as seguintes subunidades:

Pelo BII 19 - (Batalhão Independente de Infantaria 19 - Funchal) - Companhias de Caçadores Independentes:


CCaç 1439

CCaç 2246

CCaç 2529

CCaç 2571

CCaç 2679

CCaç 2680

CCaç 2681

CCaç 3325

CCaç 3518

CCaç 3519

CCaç 3520

CCaç 4942

CCaç 4944

CCaç 4945

CCaç 4946

E pelo GAG 2 - (Grupo de Artilharia de Guarnição 2 - S. Martinho) Companhia de Artilharia Independente:

CART 2732
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 30 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6283: Os Marados de Gadamael (Daniel Matos) (13): Baixas da CCAÇ 3518 em Guidaje

Guiné 63/74 - P6306: Notas soltas da CART 643 (Rogério Cardoso) (19): Alguns momentos agradáveis

1. Mais uma nota solta enviada pelo nosso camarada Rogério Cardoso* (ex-Fur Mil, CART 643/BART 645, Bissorã, 1964/66), em mensagem de 23 de Abril de 2010.


NOTAS SOLTAS DA CART 643 (19)

ALGUNS MOMENTOS AGRADÁVEIS

O dia a dia nos anos 64/65 no interior da Guiné, era de facto muito difícil, muito mais complicado que em Bissau, onde os dias corriam mais ou menos bem. Na chamada "Guerra do ar condicionado", havia restaurantes para quando havia vontade, e claro haver o velho patacão, cinema, cafés com as sua esplanadas, actividades desportivas, etc. Estando os felizardos da capital, "muito bem", o incómodo não passava além do ataque ao mosquiteiro, mais precisamente do anofelis e o calor intenso.

No nosso pequeno burgo, "cá tem" restaurantes, cinema, cafés e jornadas desportivas, então como passava o pessoal os raros momentos de lazer?

Lembro-me, que às vezes aparecia um elemento da Especialidade de Foto-Cine, com uma pelicula para ser exibida à noite, claro ao ar livre, para que o fumo em recintos fechados não atacasse as nossas vias respiratórias. Depois do acostumado e suculento jantar, era passado o filme com o ecran colocado numa viatura, sendo a plateia e balcão de pé, para todos somarem mais uns centimetros de altura. O filme era exibido sem interrupção, no entanto os nossos amigos do PAIGC, invejosos por não poderem assistir, obrigavam-nos por vezes a fazer um intervalo.

Certa vez o Foto-Cine apresentou o filme mexicano CURRITO DE LA CRUZ, a historia de um puto que queria ser toureiro, passou-o 3 vezes em dias seguidos. Quando se preparava para seguir para outro aquartelamento, eis que o IN minou algumas pontes em redor de Bissorã, ficando a Cart 643 isolada por terra durante uma série de dias, o que implicou a permanência do homem da máquina, que se instalou nos nossos alojamentos temporariamente.

Como não havia outro filme, aplicou-se o chamado vira o disco e toca o mesmo, enquanto ele esteve em nossa casa, todos os dias era visionado e até chegou ao ponto, conforme ideia de um camarada, passá-lo de trás para a frente, já que todos nós já sabíamos de cor todos os diálogos
do Currito de la Cruz e los companheros.

Outro grande momento de lazer, era ouvir de um gravador de fita, que o ex-Fur Mil Fernando Sousa possuia, as músicas do Festival de San Remo 1964, para nós o melhor festival de sempre.
Quem venceu foi a Gigliola Cinquetti com a peça Non Ho L'Età, canção que foi à Eurovisão onde também venceu .

Também cantava o Bobby Solo - Una Lagrima Sul Viso, o Domenico Modugno - Che Me Ne Importa a Me, entre outras de bom nível.

Posso afirmar que ultimamente a fita já tinha fraca qualidade, foi ouvida centenas de vezes, eramos 6 no quarto, acabando por adormecer ao som daquelas melodias, era um tónico que nos fazia lembrar a longínqua metrópole, no fim pouco nos contentava.

Hoje interrogamo-nos, que mal fizemos à sociedade para merecer tal castigo. Na altura os que fizeram mal, eram colocados nos presídios, vivendo melhor, refeições a horas, visitas familiares e divertimentos diversos, e sem perigo de vida. Estavam encerrados, também nós, só que o nosso presídio era muito maior, sem visitas e claro muito mais longe, a nossa vantagem era o Registo Criminal limpo, os que conseguiram regressar.

Rogério Cardoso
CART 643 - Águias Negras
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6269: Notas soltas da CART 643 (Rogério Cardoso) (18): Recordando o nosso Comandante de Companhia Capitão Ricaro Silveira

Guiné 63/74 - P6305: Ao correr da bolha (Torcato Mendonça) (7): Lágrimas secas


1. O nosso Camarada Torcato Mendonça (ex-Alf Mil AT Art da CART 2339,
Mansambo, 1968/69), enviou-nos mais um dos seus “Ao correr da bolha”, com data de 28 de Abril de 2010:

AO CORRER DA BOLHA - VII
Lágrimas Secas

Fim de tarde.
Viaturas, em coluna, a voltarem ao aquartelamento.
Muitos a esperarem, inquietos, nervosos, corações a baterem mais forte. Homens de rostos tisnados pelo sol, troncos nus e suados, olhares duros, fechados e a furarem os movimentos das viaturas.
De repente um grito, um levantar de braço de quase todos, numa sincronização a parecer treinada, a parecer de um só e surgem os risos e os sorrisos de alegria a fazerem brilhar os olhares.
Aí está o correio com a carta, a encomenda, o aerograma. Aí está a ligação ao mundo real, mundo deles que não aquele, mundo lá longe e a chegar, aqui e agora, em letras em papel estendidas ou nele, em encomenda embrulhada. Segue-se, então, breve rebulício e depois o silêncio.
Passa o tempo, não muito, só a parecer muito e um deles entra na zona de convívio, protegida por fiadas de bidões, que antecede a entrada de um dos abrigos. Querem que partilhe algo do conteúdo de uma encomenda aberta, encomenda recém chegada em atraso de Natal.
Agradece, diz que já volta e entra no abrigo. Procura uns papéis e sente o rebentamento, segue-se logo outro e mais outros na infernal troca de tiros e granadas.
Olha à volta, berra, sente a Breda a cantar, logo ali ao canto do abrigo, os morteiros e os obuses mais ao longe e ri-se. Ri-se porque pertence àquela bestialidade e, para ele, é a normalidade ou, para tantos, a não sentirem já a anormalidade de uma vida assim.
Gritam, chamam-no e corre para fora. Olha e pára, transforma-se, fecha o rosto, aperta os dentes e sente o cheiro da morte, o cheiro adocicado do sangue.
Tinham acertado, logo no inicio com o RPG, no palanque da sentinela. Em cheio.
Olhares de raiva, silêncios só cortados pelo gemido de um ferido.
Passa o tempo, olham-se e pelo olhar se acalmam, pelo olhar falam. Olhares a tudo dizerem, quase tudo, pois as vozes estão embargadas pela raiva.
Aparece um lençol. Agarra-o e sobe os poucos degraus até ao camarada parcialmente desfeito. Apanha-o e vai embrulhando. Ajudam-no no silêncio da morte.
Preso, balouçando e brilhando, mesmo com a fraca luz, o fio e a cruz do camarada. Porquê? Ali porquê?
Fá-los voar com uma palmada.
Desce e chora por dentro. Sente a dor da perca. Sente que já não verte lágrimas por fora, já não correm pela face. Secaram á muito.
Olham-no e ajudam sem uma palavra. Juntam-se em silêncio, cabeças baixas, pensamentos certamente a jurarem vingança. Alguém leva o camarada e muitos o seguem. Outros arrumam e fazem voltar a normalidade.

Na mesa a encomenda continua aberta…

Um abraço,Torcato Mendonça
Alf Mil AT Art da CART 2339
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Nota de M.R.:
Vd. último poste da série em:

21 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6202: Ao correr da bolha (Torcato Mendonça) (6): Quem ficou com a minha G3

Guiné 63/74 - P6304: Ser solidário (67): Maria Buinen e Rosa Mota 'correm' pelo Projecto Viva (água para 85 mil pessoas na Região de S. Domingos) (Bernardino Parreira, CCAV 3365, 1971/73)


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > "Chão felupe" > AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Foto da semana > 24 de Maio de 2009 > Produzindo fogões melhorados > Foto tirada em 21 de Março de 2009 > Com o avanço do deserto do Sahara mais para sul, acentuam-se os efeitos degradantes no ambiente e em particular na diminuição dos recursos florestais, tanto mais evidente quanto se está perto da linha da fronteira com o Senegal.


"As mulheres são as primeiras a sofrer as consequências, devendo deslocar-se cada vez mais longe para obter lenha para cozinhar e sofrendo na pele e na vista as consequências do calor e do fumo proveniente do tradicional fogão de 3 pedras.

"Com a introdução e divulgação em grande escala deste novo modelo amigo do ambiente, o consumo energético é drasticamente reduzido, diminuindo o cansaço das mulheres na procura de lenha e poupando-as em termos de saúde. A adesão tem sido extraordinária, o que tem implicado da parte do especialista Numó a formação de grande número de mulheres que passam elas a fazer a vulgarização desta nova tecnologia".


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > "Chão felupe" > AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Foto da semana > 5 de Abril de 2009 > "S.Domingos tem uma nova Ludoteca > Foto tirada em 4/2/2009 > As crianças de S.Domingos têm agora um novo local de convívio onde desenvolvem actividades lúdicas, reforçam a solidariedade mútua e aprendem novos conhecimentos a partir de jogos e brincadeiras.


"A Câmara Municipal de Elx em Espanha tem sido a principal protagonista desta actividade infantil, contribuindo com a construção da ludoteca, o subsídio da monitora infantil, o fornecimento de um pequeno-almoço, assim como com material escolar e medicamentos.

"Em Março deste ano, foi a vez da Associação Memórias e Gente, de Coimbra, Portugal, fornecer um importante lote de brinquedos, papas alimentares, roupas e cadernos, o que veio melhorar o funcionamento desta ludoteca".



Guiné-Bissau > Região do Cacheu > "Chão felupe" > AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Foto da semana > 20 de Setembro de 2009 > "Varela – o mar está a avançar assustadoramente. Foto tirada em 21 de Junho de 2009. O areal terminal da praia de Varela tem vindo a diminuir anualmente a uma média de perda de costa de 8 metros por ano, provocando a queda das construções inacabadas de uma hipótese de Hotel que nunca chegou a ser e que viu ser 'engolido' pelo mar cerca de 8 milhões de dollars de um estranho investimento.


"Em certas zonas, o material destruído fica no areal da praia e causa enorme perigo para quem a utiliza, podendo ser ferido por ferros e outro material metálico que se vai gradualmente escondendo debaixo da areia.

"O mais preocupante é a ausência de alternativas e soluções para minimizar os efeitos da subida da água do mar e da erosão que provoca".

Fotos e legendas: Cortesia de: © AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2009). Direitos reservados.



Brazão do BCAV 3846, composto pelas CCAV 3364 (Ingoré), CCAV 3365 (S.Domingos) e CCAV 3366 (Suzana) (1971/73). A este batalhão pertencem os nossos camaradas Luís Fonseca e Delfim Rodrigues, da CCAV 3366.


1. Mensagem de Bernardino Parreira, ex-Fr Mil, CCAV 3365/BCAV 3846 (1971/73), de 7 do corrente:


Assunto - Maria correu a maratona de Lisboa para levar água a 85 mil pessoas na Região de S. Domingos - Guiné-Bissau

Caro camarada Luis Graça e Caros Camaradas Co-editores,

Como já mencionei noutros comentários, cumpri metade da minha comissão em S. Domingos, na Guiné, tendo chegado a essa localidade em 13/05/1971, como Furriel, integrando a CCAV 3365, BCAV 3846.

Nutro pelo Povo Guineense grande sentimento de fraternidade e solidariedade. Venho apelar para que seja divulgado no seu Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné a campanha que se está a desenvolver no sentido de levar água potável àquela localidade. Há cerca de 38 anos que conheci , e sofri, a escassez de água naquela região. Devemos fazer tudo o que pudermos para minimizar o sofrimento daquele sacrificado povo.

Outras iniciativas já foram divulgadas no seu admirável Blogue e tiveram grande sucesso.

Bem haja pela fundação deste blogue, que permite à nossa geração ,(geração dos 60), reciclar memórias que já começavam a apagar-se e permitir aos mais novos adquirir conhecimentos, por enquanto, contados na 1ª. pessoa.

Com os melhores cumprimentos,
Bernardino Parreira


2. Excertos do artigo publicado no jornal Público de 07/12/2009 [com a devida vénia]:

Maria correu a maratona de Lisboa para levar água a 85 mil pessoas na Região de S. Domingos - Guiné Bissau.


Faz todos os dias a maratona para sobreviver, mas ontem participou na corrida de Lisboa com uma meta diferente: angariar dinheiro para 54 poços naquele país africano.


Quando Maria Buinen, 45 anos, chegou, na passada quinta-feira, a Lisboa, vinda de uma pequena terra na Guiné-Bissau, viu algo que os seus conterrâneos nunca viram: água a jorrar da torneira.


Maria conta que ficou parada a assistir a esse "espectáculo": "A primeira vez que vi, não queria sair dali", confessa. Para ter água em casa, Maria faz pelo menos dez quilómetros, duas a três vezes por dia. Uma maratona diária. Não admira, por isso, que ontem tenha encarado a participação na maratona de Lisboa como uma "brincadeira".


Chegou a Lisboa com fôlego, disposta a percorrer os 42 quilómetros da prova, para apresentar aos portugueses o projecto da organização não-governamental VIDA (Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano). Rosa Mota, antiga campeã portuguesa, europeia, do mundo e olímpica da maratona, apadrinha esta iniciativa, que pretende fundos para construir 54 poços de água com bomba em São Domingos, região do Norte da Guiné, junto ao Senegal, onde fica a aldeia de Suzana.


A organização da maratona decidiu, porém, dar descanso a Maria e inscreveu-a na corrida da família (minimaratona). Percorrendo 6,5 quilómetros ao lado de Rosa Mota, Maria (foto ao lado) chegou ao fim como se tivesse apenas contornado a esquina. "Aqui é só marchar, lá é trabalhar", atira, com a ajuda do intérprete.


Maratonas para sobreviver


"As pessoas fazem a maratona para quebrar recordes ou por simples prazer. A Maria faz a maratona todos os dias para sobreviver", resume Rosa Mota, que ontem fez a primeira contribuição para a campanha Viva, comprando a primeira garrafa de água com a marca Viva. Uma garrafa que, simbolicamente, está vazia, aludindo dessa forma à escassez de água que atinge a população guineense.


Desde ontem e até final do ano, as garrafas de 1,5 litros estão à venda, por um euro, nos hipermercados Lidl. O dinheiro reverte para o projecto de construção de furos artesianos, que custam cerca de 5500 euros (poço com bomba, protecção e saneamento) e irão beneficiar 85 mil pessoas em São Domingos.


Com um marido, seis filhos e três netos, Maria Buinen tem o dia-a-dia preenchido, tal como as outras mulheres da sua aldeia, que se chama Suzana. Acorda todos os dias às quatro horas da manhã para vigiar os campos de arroz, produto que está na base da alimentação da população. Mais tarde, são os filhos que ficam com a tarefa de afugentar os pássaros dos arrozais, enquanto as mulheres de Suzana começam a maratona diária em busca de água. No mínimo, dez quilómetros, duas a três vezes num mesmo dia. Maria carrega para casa 30 litros de cada vez, que irão servir para cozinhar, para dar de beber à família e aos animais, para tomar banho e para fazer o famoso óleo de palma, que será vendido nos mercados da fronteira senegalesa.


Além de irem buscar água, as mulheres de Suzana têm de percorrer quilómetros para trabalharem as terras dos arrozais, para apanharem a lenha necessária para cozinhar e para trazerem água do mar para produzir sal. "É um grande sacrifício para as mulheres que, nos últimos anos, sofrem cada vez mais devido à falta de chuva", revela Maria, que saiu pela primeira vez do seu país para participar na maratona de Lisboa, carregando o desejo de ajudar a pôr fim à odisseia das mulheres de Suzana em busca de água.


A acompanhar Maria Buinen estiveram Luciana Silva, 68 anos, e Fernando Farinha, 65. Dois amigos de longa data que fazem provas ou caminhadas todos os domingos e que eram antigos corredores da meia-maratona. Mas a idade obrigou-os a "fazer apenas os percursos mais pequenos das provas", revela Luciana. "O grosso do pelotão são pessoas que já correram e agora andam, ou aquelas que estão a começar agora", observa Fernando. A sua ambição era participar na maratona, mas as pernas já não acompanham. "Só temos cinco horas para chegar ao fim na maratona e isso limita muito", diz Fernando. (...).

2. Comentário de L.G.:

Meu caro Bernardino: Obrigado ppor nos teres informado sobre (e sensibilizado para) esta iniciativa. Não conheci nem conheço o "chão felupe", na região do Cacheu, fazendo fronteira com a instável e rebelde Casamança (que, no passado, fez parte da antiga colónia portuguesa, tendo sido trocada pela região de Cacine, no sul, em finais do Séc. XIX, se não me engano). Devido muito possivelmente às alterações climáticas, o norte da Guiné-Bissau está a sofreu um processo (inexorável ?) de desertificação... A resposta a questões tão elementares (mas tão decisivas para o desenvolvimento daquele país irmão) como o acesso à água potável vai tornar-se cada vez mais dramática... O projecto VIVA, aqui sumariamente apresentado, merece, no mínimo, a nossa atenção e interesse.

Bernardino, não tenho ninguém da tua CCAV 3365. Obrigado pelos teus elogios ao nosso blogue (nosso, meu, teu, de todos nós). Está na altura de saltares os muros da parada e apresentares-te ao serviço... Sob pena de eu te considerar "desertor"... A Tabanca é Grande e é Nossa. Conheces as regras da casa. Manda as duas foto da praxe. E conta-nos uma história de São Domingos. Um Alfa Bravo. Luís
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Nota de LG

Vd. último poste da série de 2 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6299: Ser solidário (66): A minha homenagem à jovem Marta Ceitil, cooperante na Guiné-Bissau (Paulo Salgado)

Guiné 63/74 - P6303: Historiografia da presença portuguesa em África (35): 100 presos políticos guineenses enviados em 1962 para o Campo de Chão-Bom, Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde (Luís Graça)

































Lisboa > IndieLisboa'10 > 7º  Festival Internacional de Cinema Independente > Culturgest > 23 de Abril de 2010 >  Sessão de estreia do filme Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta, de Diana Andringa (2009)  >  Não se trata de fotogramas mas de imagens obtidas por máquina fotográfica durante a exibição do filme (com a devida vénia à realizadora  a quem não pedi expressamenete autorização...), e editadas por mim  > (*)

As três últimas fotos são de sobreviventes guineenses, que são entrevistados no filme e cujos nomes, lamentavelmente, não consegui fixar. Apreciei a descontracção, a naturalidade, a capacidade de memória, a coragem, a dignidade  e a emoção com que estes homens evocaram esses duros tempos de exílio e de prisão. Um deles  (o da última foto) confessou, inclusivamente, que por três vezes abriu a sua própria cova, lá na Guiné, e por três vezes foi salvo, talvez graças à sua juventude... 

Julgo que muitos deles não teriam qualquer ligação ao PAIGC, criado em 1956,  e que a partir de 3 de Agosto de 1961 passa à chamada acção directa - sabotagens, corte de vias de comunicação, etc- , antecipando a luta armada, iniciada oficialmente em 23 de Janeiro de 1963. Este período, de 1961 a 1963, de forte repressão por parte da PIDE (que não teria no território mais de 30 agentes metropoliitanos), é mal conhecido de todos nós, e está pouco documentado no nosso blogue...  Tal como é pouco conhecido o papel do Exército na "luta contra a subversão", neste período.

Já aqui evocámos, em tempos, a figura do advogado e escritor Artur Augusto Silva (1912-1983), casado com a nossa amiga Clara Schwarz e pai do nosso amigo Pepito, e que se destacou nesta época na defesa de presos políticos guineenses:

"Cidadão empenhado, africano nacionalista, jurista corajoso, fez questão de defender presos políticos guineenses, muitos deles seus amigos 'ou que passaram a sê-lo, acusados de sedição pela potência colonial'; mais concretamente, 'foi defensor em 61 julgamentos, um deles com 23 réus, tendo tido apenas duas condenações';

Fotos: Luís Graça (2010)


Por Portaria nº 18539, de 17 de Junho de 1961, assinada pelo então Ministro do Ultramar,  Adriano Moreira, foi reaberto o antigo campo de Tarrafal (que funcionou entre 1936 e 1954), agora designado Campo de Trabalho de Chão Bom, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, originalmente destinado aos presos políticos de Angola.

Trinta e dois portugueses - incluindo Bento Gonçalves (1902-1942), secretário-geral do PCP, entre 1929 e 1942- , dois angolanos e  dois guineenses perderam ali a vida. Outros morreram já depois de libertados, mas ainda em consequência das condições infra-humanos em que ali viveram. "Famílias houve que, sem nada saberem o destino dos presos, os deram como mortos e chegaram a celebrar cerimónias fúnebres".

Os últimos detidos (angolanos e cabo-verdianos) foram libertados apenas em 1 de Maio de 1974.... Trinta cinco anos, e a convite do presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, os sobreviventes  reencontraram-se no âmbito de um Simpósio Internacional sobre o Campo de Concentração do Tarrafal. Durante a realização do Simpósio, a cineasta Diana Andringa entrevistou mais de 3 dezenas desses sobreviventes, incluindo o português Edmundo Pedro, um dos que foram estrear o Tarrafal, em 1936. Mas a realizadora preferiu concentrar-se na 2ª parte da história  menos conhecida ou menos falada, deste campo de concentração  (**).

O documentário, com duração de hora e meia, foi feita basicamente com estas três dezenas de entrevistas, feitas no interior do antigo campo, e inclusive nas antigas celas.

Em 4 de Setembro de 1962 chegou uma leva de 100 presos políticos da Guiné, que se juntaram aos 107 angolanos que já lá estavam (mas alojados em alas separadas). Em 1964 saíram cerca de 60 guineenses, sendo os restantes libertos no tempo de Spínola, em 30 de Julho de 1969, no âmbito da política "Por uma Guiné Melhor". Recorde-se que. ao todo, Spínola mandou libertar 92 presos políticos, incluindo um histórico do PAIGC, Rafael Barbosa  (1926-2007), detido na colónia penal da Ilha das Galinhas, nos Bijagós.

Dos 238 presos angolanos, guineenses e cabo-verdianos que estiveram no Tarrafal, na 2ª fase (1961-1973), apenas menos de um quarto (cerca de 50) estão ainda hoje vivos. No 1º período (1936-1954) , o número de presos foi de cerca de 340, todos eles portugueses, opositores ao regime de Salazar, literalmente desterrados, presos arbitrariamente, sem direito a defesa nem a cuidados de saúde...

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 21 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6204: Agenda cultural (72): Documentário, de Diana Andringa, Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta, no IndieLisboa '10, na Culturgest, a 23 (Grande Auditório, 21h30) e 25 (Pequeno Auditório, 18h30)

(**) Vd.,  no blogue  Caminhos da Memória, o texto de um comunicação de José Augusto Rocha     feita em 29/10/2008, no Colóquio Internacional «Tarrafal: uma prisão, dois continentes» > 29 de Outubro de 2009 > Tarrafal – 29 de Outubro de 1936. O autor, um conhecido advogado, defensor de presos políticos antes do 25 de Abril,  foi Alf Mil da CCAÇ 557 (Cachil, Bafatá, Bissau, 1963/65).