sábado, 18 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20569: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (68): Fotos da "colónia penal e agrícola" da Ilha das Galinhas (Carlos de Carvalho / José António Viegas)


Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha das Galinhas > Colónia Penal e Agrícola > c.julho/setembro de 1968 > O José António Viegas. sentado,  à entrada do "edifício principal" das instalações da "colónia"...  Era o comandante de um pequeníssima guarnição militar, encarregue da segurança (menos de uma secção: 1  furriel, 1 cabo, 3 praças...) (*).  Não tinha contacto com os "presos", que viviam  em dois barracões que serviam de camaratas, que eram paralelos, e que ficavam numa "parada grande", Alguns viviam em palhotas. O carcereiro era o "chefe Joaquim"... [Temos 16 referências, no nosso blogue, à Ilha das Galinhas]

Foto (e legenda): © José António Viegas (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha das Galinhas > Colónia Penal e Agrícola > c.julho/setembro de 1968 > Da esquerda para a direita, o chefe Joaquim e o fur mil Viegas, posando com um tubarão capturado
.
Fotos do álbum do um único camarada, da Tabanca Grande,  que fez serviço na Ilha das Galinhas, o José António Viegas: fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).

Foto (e kegenda): © José António Viegas (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Carlos Carvalho, nosso leitor (e indigitado membro da Tabanca Grande), Carlos de Carvalho, historiador e arqueólogo , Praia, Cabo Verde:

Data: segunda, 30/12/2019 à(s) 08:49

Assunto: Memorias-autorização

Caro Luís,

Bom dia.

Antes de mais meus desejos de Boas Festas e um Novo Ano cheio de novidades boas e sucessos pessoais, mas sobretudo com muita saúde.

Venho mais uma vez para um outro pedido.

Estou a cata de imagens das casernas dos prisioneiros na Ilha das galinhas. Claro que fui ao seu / "nosso" blog a procura de imagens / fotos mas não encontrei. Mas vi que o vosso colega José António Viegas passou por lá uns tempos.

Gostaria que me pusesse em contacto com ele a ver se por acaso não tem fotos das casernas e, ou não tendo,  se sabe me orientar de como as encontrar.

Como é urgente,  são as poucas imagens que me faltam para enriquecer o livro (*).

Aceite meus melhores cumprimentos.

Carlos


2. Pronta resposta do José António Viegas, ao meu pedido, em 30/12/2019, 15h55:

Caro Luís:

Gostaria de ser prestável mas do tempo que lá estive, ee Junho de 68 a Setembro de 68, não tenho fotos dos dois barracões que serviam de camaratas aos prisioneiros, e eu não tinha contacto com eles.

Tínhamos o edifico principal que é o que estou na foto e os barracões paralelos numa parada grande. Havia alguns prisioneiros que viviam nas palhotas.

A única pessoa que poderia dar alguma informação era o chefe Joaquim ,comandante do campo, não sei se ainda será vivo.

Um abraço
Bom Ano


3. Resposta de Carlos de  Carvalho, 31/12/2019, 08:16

Caro Luís Graça,

Bom dia e bem recebida a resposta do colega Viegas. Pena não poder ajudar mais. Pior é que parece que não ficou nada para a historia. Tudo abandonado e degradado/destruído.

(...) Mais uma vez meus desejos de Bom Ano a si e a todos os amigos e camadas da Guiné.

Abrasu ben forte


4. Excerto de mensagem do José António Viegas, publicada no poste P13452 (****):

(..) Na parte central na ilha, chamado o campo, havia uma casa colonial e uma parada grande com dois barracões que era onde viviam os presos. Na altura estavam lá perto de cento e tal prisioneiros entre os de delito comum e os presos político. Pessoalmente, não não sabia quais deles eram, não sabia distuingui-los, pois o chefe [Joaquim] não falava comigo nesse aspecto.

O chefe Joaquim que está comigo na foto com o tubarão, esteve na GNR com o Spínola e depois foi chefiar o campo. Penso que estivesse ligado à Pide.

Os presos circulavam à vontade. Alguns mais antigos viviam em palhotas junto ao campo, faziam trabalho agrícola, não havia problema com a população e poucas hipóteses tinham de fugir.

A vida da guarnição era fazer umas rondas pela ilha no Unimog pequeno (Pincha) [, o 411] e pesca. Nada mais.

A comida dos prisioneiros era na base do arroz, algum peixe e carne.

Naquele tempo eu não estava bem dentro dos assuntos, não fazia muitas perguntas ao chefe que ele, sempre de má cara com a sua úrsula [,úlcera], pouco respondia.

Só falei com um preso político, que eu saiba, quando fui mordido por uma cobra verde, não sei se era médico ou enfermeiro , sei que tinha estado na República Checa [, na altura Checoslováquia,] e que veio tratar de mim. (...)

__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 3 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12383: Memória dos lugares (257): Ilha das Galinhas em 1968 (José António Viegas)


(***) Último poste da série > 15 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20559: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (67): pedido de autorização para uso de fotos de Guerra Ribeiro, em livro de memórias do "tarrafalista" Inácio Soares de Carvalho (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, Cabo Verde)

Guiné 61/74 - P20568: Parabéns a você (1741): Luís Manuel Rainha, ex-Alf Mil COM, CMDT do Grupo de Comandos Centuriões (Guiné, 1964/66)

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Nota do editor

Último poste da série de 13 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20552: Parabéns a você (1740): Maria Ivone Reis, Major Enfermeira Paraquedista Ref (1961/1974)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20567: Notas de leitura (1256): Missão cumprida… e a que vamos cumprindo, história do BCAV 490 em verso, por Santos Andrade (41) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Agosto de 2019:

Queridos amigos,
Depois da tempestade veio a bonança para o BCAV 490, atividades em Bissau, o bardo descreve-as álacre, até se faziam ações policiais com a detestada PM, imagine-se. Com o caminhar para o fim desta épica, não se pode descurar o que de um lado e de outro se dizia sobre aquela luta armada que tinha largos antecedentes para os acontecimentos de 1963. Por isso entrou em cena Basil Davidson, reputado jornalista britânico que durante a II Guerra calcorreara a Jugoslávia em guerrilha e que não esconde a profunda admiração pelo pensamento e ação do líder do PAIGC.
Vários repórteres portugueses foram à Guiné em tempo de guerra, recorde-se Amândio César, Horácio Caio e mais tarde José Manuel Pintassilgo. Mas não se pode esquecer que o primeiro de todos se chamou Dutra Faria, ele irá publicar no início de 1964 um conjunto de textos que serão publicados no inequívoco jornal do regime, o "Diário da Manhã". E, como o leitor constatará, dirá coisas do arco da velha, sem tirar nem pôr, a reportagem será intitulada "Na Guiné Portuguesa, junto da Cortina-de-Ferro". Dutra Faria ainda nos irá fazer companhia, a par de outro importante admirador de Cabral, Gérard Chaliand.

Um abraço do
Mário


Missão cumprida… e a que vamos cumprindo (41)

Beja Santos

“Como irmãos todos se dão,
na Polícia Militar
os doentes do Batalhão
estão sempre a alinhar.

Os cozinheiros a dividir o comer
não fazem de nós excepção.
O nosso capitão
nisso tem muito prazer.
Pelo Natal e Ano Novo nos quis ver
juntos no mesmo serão.
Houve uma reunião
onde o Entretela tudo orienta,
pois a PM e o quatro noventa
como irmãos todos se dão.

Na rua somos encontrados
mas não nos podem ralhar,
porque gostamos sempre de andar
com os botões apertados.
Andamos sempre asseados
vendo as raparigas passear
elas só querem namorar
oficiais e não soldados.
Mas há algumas praças desenrascados
na Polícia Militar.

O Borba e o 1.º Fortunato
em Bissau vão continuando
e para o Dakota vão mandando
para quem está capaz de mato.
O Primeiro torna-se chato
mas é essa a sua missão.
Faz muita opinião
em os cabelos mandar cortar
e está sempre a engatar
os doentes do Batalhão.

Albino e Joaquim, condutores,
Mário e Andrade, barbeiros,
Paulo e Vidinhas, enfermeiros,
são muito trabalhadores.
Nos quartos dos superiores
temos o Gomes a labutar.
O Mendes farta-se de trabalhar
e Artur guiando todos os dias
e os inutilizados das companhias
estão sempre a alinhar.”


********************

A Comissão do BCAV 490 aproxima-se do seu termo, o bardo aqui fala de rotinas e ocorre-nos trazer para a liça documentação a servir a causa do PAIGC e mais outra, bem nacionalista, uma reportagem publicada no Diário da Manhã, alguém que aterrou em Bissalanca em janeiro de 1964, o Governador era Vasco Rodrigues e o Comandante-Chefe Louro de Sousa.

Basil Davidson conheceu Amílcar Cabral e apoiou-o em Londres quando o líder do PAIGC visitou a capital do Reino Unido pela primeira vez. Sentir-se-á companheiro da causa de Amílcar Cabral, não esconde a admiração que por ele tem, visita a guerrilha e publicará em 1969 “A Libertação da Guiné, aspectos de uma revolução africana”, a edição portuguesa aparecerá em 1975. Como é evidente, narra a luta armada de forma encomiástica, é uma escrita com bastantes testemunhos e elogios rasgados. E traz elementos que podem abrir luz para o contexto histórico que precede e acompanha a vivência do bardo. Davidson ouve António Bana, um combatente com responsabilidades, e dá-nos o seu testemunho por escrito: “Éramos então sete, em 1961, Chico Mendes, Osvaldo Vieira, Nino, Domingos Ramos, Constantino Teixeira. Tínhamos acabado de regressar de um ano de instrução militar na Academia Militar de Nanquim, onde fomos muito bem treinados. Cabral fez-nos um curso intenso de política, depois explicou as tarefas que cabem a cada um de nós e como nos havíamos de desempenhar”. Um outro guerrilheiro, de nome Armando Ramos diz ao jornalista britânico: “Chamamos zona libertada a uma área em que temos controlo quotidiano, em que apenas excepcionalmente temos de usar o nosso exército para neutralizar uma possível surtida portuguesa a partir de uma dessas guarnições e em que a população está mobilizada para o nosso lado tanto no sentido político como no sentido militar da palavra”. É neste quadro de considerações que Davidson definirá o PAIGC como um movimento revolucionário que se baseia numa análise marxista da realidade social: “O ponto importante é que o PAIGC é um movimento baseado na análise da realidade social na Guiné”.

Basil Davidson
Acrescente-se que toda esta laude não invoca minimamente o contraditório. Se é verdade que foi capturado em 22 de maio de 1963 o então Sargento António Lobato, é descarada mentira dizer que os guerrilheiros deitaram dois aviões abaixo, o que acontecera foi que tinham tocado nas asas, um despenhou-se e o piloto morreu, o Sargento Lobato conseguiu manobrar e aterrar numa bolanha onde foi capturado. Alguém diz ao jornalista que as tropas portuguesas tinham sido desbaratadas no porto de Cachil pelas forças nacionalistas sob o comando de Agostinho de Sá, em 1 de junho de 1963, na ilha do Como, as forças portuguesas tinham sido forçadas a retirar-se e a refugiar-se em Bolama, uma outra mentira descarada. Falando mais adiante da batalha do Como, que durou mais de 70 dias, em 1964, o jornalista, sem titubear, informa que as forças portuguesas tinham sofrido pesadas baixas, fora a pior derrota de sempre em toda a história do colonialismo português. Alguém diz e ele escreve, sem qualquer hesitação: “Calculamos as baixas do inimigo em 650 homens”.

O jornalista Dutra Faria, diretor da ANI – Agência de Notícias de Informação vai à Guiné e publica no Diário da Manhã entre janeiro e fevereiro de 1964 um conjunto de crónicas intituladas “Na Guiné Portuguesa, junto da ‘Cortina de Ferro’”. Descreve o território, a sua complexidade, os heróis portugueses que por ali passaram, dirá que Amílcar Cabral, em Bissau, quando estudante, era um rapazinho que ia à missa todos os Domingos. Cabral deixou-se empolgar pelo marxismo no Instituto Superior de Agronomia onde conheceu a jovem com quem viria a casar-se. E escreve: “Pela fotografia que alguém nos mostra, é uma linda rapariga de olhos claros e cabelos talvez aloirados. Branquíssima. Ambos, concluído o curso, viveram e trabalharam em Bissau, onde, afirma-nos alguém – um chefe de Serviço, pelas suas gafes monumentais e por um estúpido racismo de última hora, completou no jovem agrónomo de cor a obra iniciada em Lisboa, no Instituto, pelos seus colegas comunistas e continuada, depois, pela esposa – revolucionária exaltada”. Dutra sabia pouco da história do PAIGC, mas adianta que tinha andado em digressão com outros revolucionários numa longa viagem entre a Cortina de Ferro e a Cortina de Bambu, alguns dos seus companheiros tinham frequentado escolas de agitação política e sabotagem, os quadros da guerrilha guineense estavam longe da improvisação dos ministros e generais de Holden Roberto, “criaturas que eram, ontem ainda, alfaiates e barbeiros; quando é Moscovo que organiza o terrorismo, tudo se faz a tempo e horas, sem pressas, sem precipitações, meticulosamente”.

Assombra tal elogio mas logo a seguir percebe-se porquê, Dutra está a picar nos EUA, a política norte-americana confiara declaradamente em Holden Roberto: “O lamentável é que sejamos nós a pagar as custas da aprendizagem. Nós, portugueses, que na batalha dos dois imperialismos pela posse de África nos encontramos entre dois fogos”. Dirá noutro texto que o PAIGC estava a ter relativo sucesso junto dos Balantas, pudera, era uma etnia onde o roubo se assumia como instituição…

O que se passava na atividade do PAIGC era infiltração, “os terroristas de Amílcar Cabral nunca conseguiram desalojar os nossos soldados de qualquer ponto por estes ocupado”. Dutra escreve muito com base no diz-se e consta, como adianta: “Ao que parece, cada grupo de terroristas – e, segundo me afirmam, não haverá, em toda a Guiné, mais do que uns oito – é constituído por um número de homens variável entre os trezentos e os quinhentos”. E ainda neste clima do diz-se e do consta, adianta que os guerrilheiros faziam patrulhas de dois e três homens, que tinham oficiais e comandantes, que o camarada oficial estava encarregado das operações de guerra, que havia um encarregado da distribuição das munições e conservação das armas. Eram mulheres afetas que vinham fazer compras às povoações e que tinham por missão espiar os movimentos das Forças Armadas Portuguesas e conclui drasticamente: “Não será de admirar que em Bissau e noutros centros algumas delas expressamente se prostituam… por amor ao partido”. Logo a seguir, informa que há duas grandes florestas na Guiné, a do Cantanhez, entre os rios Cacine e Cumbijã, e na parte central a Mata do Oio. Amílcar Cabral, proclama o jornalista, alimentava-se do exagero, a Rádio Conacri emitia os seus comunicados, no final do ano de 1963 afirmava que a guerrilha tinha abatido quinze aviões militares portugueses, Cabral chegara mesmo a proclamar que antes do fim de 1963 os nacionalistas entrariam em Bissau.


Mas havia mais vida para além do PAIGC, como ele escreve na edição do “Diário da Manhã” de 31 de janeiro de 1964. Em meados do ano anterior reunira-se em Dar-es-Salam a chamada “Comissão Coordenadora dos Movimentos de Libertação da África” que decidira enviar a Conacri e a Dacar uma missão para verificar qual era o mais representativo dos vários partidos que proclamavam os seus propósitos de emancipar a Guiné e o Arquipélago de Cabo Verde. Tudo correra a favor do PAIGC, o representante da FLING enterrara-se e desacreditara-se, ao chegar a Dacar já estava demitido. Fala-se em François Mendy e Henri Labéry, Dutra não chega a nenhuma conclusão sobre a importância dos movimentos de que eles fazem parte. Num outro texto vem dizer que há muita gente em fuga da Guiné Conacri, a ditadura de Sékou Touré é verdadeiramente insuportável. E no texto seguinte vai surpreender o leitor (atenda-se que o “Diário da Manhã” era o jornal dos indefetíveis do Estado Novo): “Portugal está em guerra: em Lisboa ainda talvez seja possível a alguns esquecer essa realidade que nos foi imposta – a que não podíamos fugir sem devolver à anarquia esta África que descobrimos um dia e que pacificámos ao longo dos séculos”.

(continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 10 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20545: Notas de leitura (1254): Missão cumprida… e a que vamos cumprindo, história do BCAV 490 em verso, por Santos Andrade (40) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 13 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20555: Notas de leitura (1255): Um relato que se vai aprimorando de edição para edição: Liberdade ou Evasão, por António Lobato (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P20566: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - XIV (e última) Parte: "Periquito vai no mato, olé, lé, lé, / que a velhice vai no Bissau, olaré, lé, lé" ...


Foto nº 1A


Foto nº 1 >  Lisboa >  Cais da Rocha Conde de Óbidos >  fevereiro de 1966 > O João Sacôto com a filha ao colo, a esposa  do seu lado esquerdo, e a sua mãe, do lado direito. Em primeiro plano, em baixo, à direita, um caixote de "scotch whisky", daquele que vinha diretamente "From Scotland for the Portuguese Armed Forces"... (Vinha estampado no rótulo, que era para se vender na candonga...)


Foto nº 2 >  T/T Uíge > Fevereiro de 1966 > Refeição a bordo, no regresso a Lisboa. Da esquerda. para a direita, oficiais da CCAÇ 617: (i) alf mil Farinha (era arquiteto, já faleceu): (ii) alf mil  Santarém (foi professor liceal na Guarda); (iii) alf mil Gonçalves (é industrial de plásticos); (iv) alf mil Sacôto (foi comandante da TAP); v) alf  mil Monteiro, de outra unidade).... Recorde-se que a CCAÇ 617 / BCAÇ 619, partiu para o CTIG em 8/1/1964 e regressou a 9/2/1966-, tendo sido comandada pelo cap inf António Marques Alexandre. Esteve em Bissau, Catió e Cachil.


Foto nº 3 > Catió (c. 1964/66) > "Periquito vai no mato, olé-lé-lé, / que a velhice vai no Bissau, olaré lé lé"... Quem não se lembra da cantiga mais saborosa da Guiné ?!... [Trata-se de um  periquito-da-guiné, também conhecido, na Guiné-Bissau, por massarongo (Poicephalus senegalus). Fonte: Wikipedia]

Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Montemor-o-Novo-Ameira > 14 de outubro de 2006 > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > O  J. L. Vacas de Carvalho interpreta algumas das cantilenas  do nosso tempo da Guiné, a começar pelo famoso "Periquito vai no mato"... Reconhece-se, atrás do nosso querido artista de Bambadinca (1969/71), o Martins Julião, o nosso saudoso Fernando Franco (1951-2020), a Alice Carneiro,  a Lígia, esposa do David Guimarães,  o António Baía, o Paulo Santiago, o David Guimarães, o Jorge Cabral, entre outros. Em voz "off", o Luís Graça... Vídeo: 1' 20 ''.

Vídeo (e legenda): © Luís Graça  (2006). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Último poste com as fotos do álbum da Guiné, do João Gabriel Sacôto Martins Fernandes:

(i) ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66);

(ii) trabalhou depois como Oficial de Circulação Aérea (OCA) na DGAC (Direção Geral de Aeronáutica Civil);

(iii) foi piloto e comandante na TAP, tendo-se reformado em 1998.

(iv) estudou no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF, hoje, ISEG):

(v) andou no Liceu Camões em 1948 e antes no Liceu Gil Vicente; (vi) é natural de Lisboa; (vii) casado;

(viii) tem página no Facebook (a que aderiu em julho de 2009, sendo seguido por mais de 8 dezenas de pessoas);

(ix) é membro da nossa Tabanca Grande, desde 20/12/2011;

(x) já viajou por mais de 50 países.


2. Estas são as derradeiras fotos do álbum da Guiné... E, como todas as histórias que acabam bem, temos o nosso herói de regresso a casa, onde é recebido pela mãe, a esposa e a filha... Além do "Roby", o cão-herói,  trouxe, como ele, como  "recuerdo", uma caixa de garrafas de uísque Johnnie Walker (foto nº 1), coisa que era ainda um luxo no Portugal provinciano desse tempo... 

E aqui começou uma nova vida, uma nova carreira profissional, brilhante, como piloto da aviação civil.

No regresso, lá no T/T Uíge, beberam-se os últimos copos, trocaram-se moaradas e telefones (quem os tinha, ainda era um luxo também, ainda não havia e-mails, telemóveis) e fizeram-se promessas de novos (re)encontros.

Estamos gratos ao João pela paciência eo carinho com que, ao longo de um longo, colaborou connosco  neste projeto, aceitando pôr as suas fotos da Guiné "on line",  na página do seu Facebook e no nosso blogue, aqui organizadas por categorias temáticas, que deram origem a 14 postes (*), e procurando sempre, prestável e  amável, responder às nossas dúvidas sobre a legendagem.

Dos muitos comentários que os nossos camaradas foram fazendo a estes postes, destaco o do António Murta, com data de 18/10/2019..Ele fala por todos nós:

"De tempos a tempos, lá surgem estas séries fotográficas do João Sacôto, desenterradas das profundezas do baú e dos tempos. São uma bênção para a alma e uma delícia para os olhos. Vem saciar uma certa nostalgia daquele tempo e daquelas paragens. Não que eu tenha saudades da guerra e dos efeitos nefastos que ela trouxe a todos nós, mas ao ver estas imagens, de tão boa qualidade, empolgo-me por voltar a ter vinte anos e estar lá de novo. Mesmo com água pelos joelhos... Obrigado, João Sacôto."
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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20501: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte XIII: Um heli Alouette II, oficiais do batalhão e outras fotos

Vd. postes anteriores:

11 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20441: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte XII: Mais fotos da população de Catió, com destaque para as mulheres e bajudas

3 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20412: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte XI: Mais fotos, parte delas sem legendas...

18 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20252: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte X: Cabedu, Cantanhez



20 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19604: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte VI: Em Príame, a tabanca do João Bacar Jaló (1929 - 1971)

3 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19546: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte V: Catió, o quartel e a vida da tropa

28 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19539: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte IV: Catió: as primeiras impressões

17 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19502: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte III: O meu cão Toby, que fez comigo uma comissão no CTIG, e que será depois ferido em combate no Cantanhez

10 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19488: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte II: Chegada a 15/1/1964 e estadia em Bissau durante cerca de 2 meses

4 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19468: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte I: A partida no T/T Quanza, em 8/1/1964

Guiné 61/74 - P20565: Convívios (913): A festa dos 10 anos da Magnífica Tabanca da Linha: gente feliz, sem lágrimas, mas com saudades dos que já partiram - Parte I (Fotos de Luís Graça e Manuel Resende)


Foto nº 1 > Da esquerda para a direita,  Zé Carioca, Mário Fitas, dois "homens grandes" da Tabanca da Linha, co o nosso editor Luís Graça.


Foto nº  2 > Aspeto parcial da sala: o evento juntou 59 "magníficos", em dia de chuva...


Foto nº 3 > Gente que veio de longe, de Penamacor, a 275 km,  o C. Martins, o artilheiro de Gadamael, "um dos que fechou a guerra", e que neste foi  um dos quatro "periquitos"; quis takvez recordar os tempos de estudante de medicina, em que aqui viveu, em Algés...


Foto nº 4 >  Outro "periquito", Vasconcelos e Sá, oficial superior reformado (creio que coronel), da FAP..  Veio com o Estrela Soares.


Foto nº 5 > O "periquito" Joquiim Vieira (Lisboa)


Foto nº 6 > O quarto (e último) "periquito", o José Mota Pereira: estava radiante! Veterano da Guiné, de 1965/67...Prometeu integrar   (e escrever para) a Tabanca Grande!


Foto nº 7 > Da esquerda para a direita, Raul Folques (um "Torre e Espada", 'comando', herói de guerra), Virgínio Briote e Luís Graça

Fotos:  © Manuel Resende  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto  nº 8 >  Em primeiro plano, a Maria Elisabete, esposa do Francisco Silva, que já há largos meses, não aparecia, por razões de saúde... Veio, co o Francisco, à última da hora... E ainda bem!... Foi muito bom voltar a vê-la... Quem faltou, desta vez, por razões de saúde, foi o António Marques e a Gina... Dois  históricos, dois Magníficos!... Desejamos rápidas melhoras à Gina, e até ao próximo encontro!... (A flor foi uma gentileza do "Sintra".)


Foto nº 9 > Um belo trio: Maria Elisabete, Alice Carneiro e Maria Irene, esposas respetivamente do Francisco Silva, Luís Graça e Virgínio Briote...


Foto nº 10  > Mais um casal simpático: Arménio Conceição e Madalena (Cascais)


Foto nº 11 > Outro Magnífico... casal "histórico": a Irene e Luís R. Moreira (outro combatente que soube "perdoar mas não esquecer": caímos os dois em minas A/C, em Nhabijões. Bambadinca, no fatídico dia 13/1/1971, eu, ele, o Marques, e outros...)


Foto nº 12 > Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", que vive em Colares... Sempre afável, bem disposto... Traz sempr uma "coisinha" nova com ele: uma flor, umas tangerinas, um frasco de "água de Lisboa", um "recuerdo" da Guiné... (Neste caso, foi uma fotocópia de bilhetes de entrada num espetáculo da UDIB, Bissau que oremos reproduzir noutro poste)


Foto nº 13 > Miguel Rocha e Manuel Macias, dois grandes amigos e camaradas, um transmontano e outro alentejano (o Macias, da terra do Zé Saúde, Aldeia Nova de São Bento, Serpa)... (Zé, dei o recado ao Manuel: lá estaremos, dia 8 de fevereiro, às 15h, na Casa do Alentejo...)


Foto nº 14 : > O nosso coeditor. do blogue da Tabanca Grande, o  Jorge Araújo, além disso régulo de duas tabancas, Almada e... agora Emiratos!... (Tivemos oportunidade de falar, os dois, por vídeochamada, com a sua "mais que tudo", a trabalhar noutro continente...)


Foto nº 15 > Zé Rodrigues e Manel Joaquim, outros dois "históricos" da Magnífica


Foto nº 16 > Dpois régulos, o Manuel Resende (Taabnca da Linha) e Carlos Silva (Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar)


Foto nº 17 > Joaquim Vieira e João Pereira da Costa (, ambos de Lisboa)


47º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 16 de janeiro de 2020 >  

Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Escreveu ontem o régulo, Manuel Resende, na página doFacebook da Magnífica Tabanca Linha (grupo fechado):


Realizou-se hoje o 47º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha com a presença de 59 convivas. Comemorámos o 10º Aniversário da sua fundação, com a presença de dois fundadores, o Mário Fitas e o José Carioca.

Depois de algumas palavras alusivas ao momento pelo Mário Fitas, em que não foi esquecido o nosso querido amigo Jorge Rosales, cantou-se os PARABÉNS,  seguido de bolo e espumante.

Como já é costume, em todos os convívios temos caras novas e desta vez foram quatro, Joaquim Vieira, C. Martins, José Mota Pereira e Vasconcelos e Sá. Parabéns e sejam bem-vindos.


2. Comentou o Luís Graça, editor da Tabanca Grande (*):

Parabéns ao Manuel Resende que tomou "conta do barco" depois da doença e da morte do Jorge Rosales... Sempre amábel, afável, discreto, eficiente, prestável, impecável...Sempre preocupado com o bem-estar de todos, é o último a sentar-se à mesa depois de fazer a "cobertura fotográfica" de cada evento...

Depois do Hotel Riviera, em Carcavelos, a Tabanca da Linha assentou arraiais" em Algés, no "Caravela de Ouro"... E, penso, que em boa hoa e para  agrado geral: este local bate o outro em todos os parâmetros: acessibilidade, centralidade, comes & bebes...

Parabéns ao Zé Carioca e ao Mário Fitas, outros "dois homens", que representaram os 9 magníficos cofundadores, dois infelizmente já desaparecidos. O Mário lembrou o espírito de comaradagem e convivialidade que sempre tem norteado e  caracterizado os encontros da Magnífica.

Obrigado, Armando Pires (*) e Mário Fitas, pelas vossas palavras, simpáticas, em relação à minha pessoa e sobretudo à Tabanca Grande que, vaidosa, julga-se "a mãe de todas as tabancas"... Mas não há mães sem... pais & filhos!... 

O que é bonito é ver a alegria da malta, num dia como hoje, partilhando três horas do seu tempo, uns com os outros... AS fotos que reproduzimos acima testemunham isso...

Pessoalmente gostei de ter podido ir à festa dos 10 anos da Tabanca da Linha, por várias razões... E uma delas, talvez a principal, é que achei, desta vez, que consegui gerir bem o tempo, de modo a poder dar dois dedos de conversa com cada uma das várias mesas... E depois há sempre jovem "nova" a aparecer, pela primeira vez...Neste caso 4, num total de 59.

Sei que, nas noutras tabancas (do Centro, de Matosinhos, da Maia, dos Melros, só para citar algumas que se reunem com maior regularidade, sem esquecer o "Bando" que é "nómada" e, portanto "não atabanca"...) também reina este espírito, dos amigos e camaradas da Guiné...

E é com este espírito, jovial, que eu quero ver, este ano, a malta toda no próximo Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real... Estamos a negociar datas... o que não está fácil, por causa das muitas "agendas" de todos e de cada um..
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20564: Convívios (912): Parabéns, Magnífica Tabanca da Linha: 10 anos, 47 encontros...Houve bolo e espumante e o histórico primeiro régulo, Jorge Rosales (1939-2019), foi lembrado com saudade (Armando Pires)


Foto nº 1


Foto nº 2


 Foto nº 3

Magnífica Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 16 de janeiro de 2020 > Aspeto geral da sala (privativa), com vista de céu e mar...(Foto nº1), o bolinho de aniversário (Foto nº 2) e o Mário Fitas, um dos 9 magníficos cofundadores da Magnífica, no uso da palavra (Foto nº 3)

Foto (e legenda): © Armando Pires (2020. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem  complementar:Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 4 > Magnífica Tabanca da Linha > Carcavelos > Hote Riviera > 21/1/2016 > O Armando Pires, de pé, com o saudoso "comandante", o histórico primeiro régulo (e cofundador) da Tabanca da Linha, Jorge Rosales (1939-2019)

Foto (e legenda): © Manuel Resende (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem  complementar:Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem deixada no Facebook da Tabanca Grande, pelo Armando Pires, hoje dia 16, há 1 hora:

10 Anos, 47 Encontros.
A Magnífica Tabanca da Linha esteve hoje em festa.
Para os rapazes da Guiné, houve bolo de aniversário e as palavras do Mário Fitas, um dos gloriosos 9 fundadores, que recordou o que ali nos unia, - "cada um de nós olha esse passado de maneira diferente, mas cumprimos, e cumprimos a camaradagem que nos uniu sempre que aqui dizemos presente", - disse o Mário, convidando todos a uma ovação à memória do Jorge Rosales, o Exmo. Comandante, que há um ano nos deixou.

Uma palavra final, minha, para a Tabanca Grande Luís Graça, "a mãe de todas as Tabancas".
Obrigado, Luís.

Guiné 61/74 - P20563: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (114): Vamos publicar, com a devida autorização da família, um excerto das memórias, ainda inéditas, de Inácio Soares de Carvalho, um nacionalista da primeira hora, militante do PAIGC, pai do nosso leitor (e futuro grã-tabanqueiro), o historiador e arqueólogo Carlos de Carvalho, cabo-verdiano, de origem guineense


Guiné > Bissau > s/d > Edifício do BNU - Banco Nacional Ultramarino. Cortesia de Mário Beja Santos (2017).

Inácio Soares de Carvalho trabalhou aqui até ser detido pela PIDE em 15/3/1962. Vamos  publicar, em breve, um excerto das suas memórias políticas, ainda inéditas, com a devida autorização do seu filho, Carlos de Carvalho. 

Nasceu na Praia, foi em criança para a Guiné com os pais. Envolveu-se na luta política. Foi preso pela primeira vez em 1962. É deportado para o Tarrafal, donde regressa em 1965, sendo colocado na colóiniua penal da ilha das Galinhas. Em 1967, é liberto pela primeira vez. 

Em 1972, é de novo preso e encarcerado na 2ª Esquadra de Bissau, sendo solto,  3 meses depois, sem culpa formada.  Em 1973, é de novo preso,  para conhecer a liberdade definitiva com o 25 de Abril de 1974, em Portugal.  

Nos finais de setenta, regressa à sua terra natal, Cabo Verde,  e afasta-se praticamente da vida política activa.  Já faleceu. (Informações biográficas fornecidas pelo filho, Carlos de Carvalho)


1. Mensagem de Carlos de Carvalho (Pria, Santiago, Cabo Verde), com data de 22/11/2019, 19:13

Caro Sr. Luís Graça,
Boa tarde.


Confesso ter ficado surpreso com sua pronta resposta (*). Pensava que levaria dias a me responder. Confesso também ter ficado surpreso, claro pela positiva, com o conteúdo de seu email.

É verdade que é um dever de memória resgatar parte de nossa história comum. É o que faremos publicando a obra de nosso velho.(...)

Envio em anexo, extractos do Livro para sua apreciação e com autorização de o publicar no seu/nosso blogue, se assim entender. Será uma forma de divulgação do que será o livro.

Meus / nossos (da família) antecipados agradecimentos.
Carlos de Carvalho


2. Resposta do editor Luís Graça, com data de 23/11/2019, 18h23

Carlos, aqui tem a autorização do Paulo Santiago. Não se esqueça depois de o citar, a ele e ao nosso blogue. Obrigado pelo texto (resumo das memórias do seu "velho", a cujo memória me inclino), que me mandou e me autoriza a publicar no blogue, o que farei com todo o gosto.

Mas preciso que me dê mais alguns dados  biográficos sobre o seu pai. Gostaria de saber também o título do livro, a editora, o local e o ano de edição (se já tiver editora)... O seu pai deixou-lhe algum manuscrito ? Ou ainda teve tempo de o entrevistar, em vida ?... 

Diga-nos também algo mais sobre si: o que faz, onde vive...Claro que o gostaria de ter, na Tabanca Grande ("onde todos cabemos com tudo aquilo que nos une, e até com aquilo que nos pode separar")... 

Temos aqui diversos "amigos da Guiné", que não foram combatentes, nem de um lado nem do outro, e que são naturais da Guiné: desde o Nelson Herbert Lopes (os nossos "velhos" estiveram ainda juntos no Mindelo em meados de 1943) ao Cherno Baldé (Bissau)... passando pelo saudoso Pepito, mas também o Manuel Amante da Rosa (esse, sim, antigo combatente, fiz o serviço militar na sua terra, em 1973/74...). 

Se aceitar conveniente e oportuna a sua entrada neste grupo (somos 800)... Temos regras de convívio muito simples, de bom senso.

Não somos um blogue de causas (nem temos nenhuma agenda "político-iudeológica"), mas de partilha de memórias (e de afetos). Estamos "on line" há mais de 15 anos. E temos 11,5 milhões de visualizações... Um acervo enorme, plural, sobre a Guiné e a guerra colonial. 

Mantenhas. Bom fim de semana. Luís

3. Resposta do Carlos de Carvalho,  em 25/11/2019, 19:12

Caro Luís Graça

Boa tarde e minhas desculpas pelo atraso na resposta.

Meus imensos agradecimentos pela autorização dada pelo, já considero comum amigo, Paulo Santiago.

Aceito com muito gosto fazer parte da “rede de memórias” que conseguiram criar, sem remorsos, sem ressentimentos. O passado nosso, quer queiramos quer não, foi comum. Tive a felicidade de ter estudado com muitos colegas portugueses que hoje não sei por onde andam mas que na altura éramos amigos, jogávamos à bola juntos, sem perguntarmos donde cada um vinha e quem eram nossos pais.

De seus amigos da Guiné, que citou, o Nelson [Herbert], por exemplo, é meu grande amigo, nossas famílias se relacionam como autênticas famílias mesmo. Ele conhece grandemente a história das memorias e temos trocado ideias sobre o seu conteúdo no geral.

O Amante da Rosa idem. Fui colega de infância e de juventude de seu falecido irmão e ele é colega de serviço de meu irmão. Ambos são hoje Embaixadores.

Como vê,  este mundo é mesmo pequeno.

O triste de tudo é ver aquela linda nossa terra no estado em que se encontra. Dói mesmo!!

O meu velho deixou mesmo suas memorias, instigadas por nós, filhos. O manuscrito existe e algumas páginas irão no livro.

Envio, em anexo, Sinopse e Nota Introdutória das Memórias que permitirão publicar no seu/nosso blogue parte do que vai ser, sem dúvida, umas excelentes memórias sobre a luta clandestina. Segue também o que provavelmente será a capa do livro.

Eu vivo na Praia, CV, e sou historiador e arqueólogo de profissão. Trabalho no Instituto do Património Cultural de que fui Presidente largos anos. Faço mais é investigação no domínio da preservação do património e agora estou também me enveredando pela temática da luta de libertação.

Continuaremos o nosso contacto dentro das regras de convívio que estabeleceram para os amigos do blogue.

Aceite meu abrasu.


4. Comentário de Luís Graça, 26/11/2019, 21:43


É verdade, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca é... Grande. O Carlos já aceitou o meu convite para integrar a Tabanca Grande, onde, como eu lhe disse, cabemos todos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos pode separar... Autorizou-me a publicar excertos do livro que quer ver publicado, em memória e homenagem ao seu "velho"... Merece o nosso apoio. Gostava que ele me pudesse mandar uma foto, atual, tipo passe.

PS - Vamos oportunamente publicar, aqui no blogue, um excerto das memórias, ainda inéditas,  do falecido pai do Carlos de Carvalho, que foi um nacionalista da primeira hora, um Combatente de Liberdade da Pátria, de seu nome Inacio Soares de Carvalho: na clandestimnidade era o  Naci Camara, trabalhou no BNU - Banco Naciional Ultramarino, erm Bissau, foi várias vezes preso pela PIDE durante o tempo que durou a luta pela independência, conheceu o Tarrafal e a Ilha das Galinhas. As memorias abarcam o período de  1956 a 1974.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 15 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20559: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (67): pedido de autorização para uso de fotos de Guerra Ribeiro, em livro de memórias do "tarrafalista" Inácio Soares de Carvalho (Carlos de Carvalho, Praia, Santiago, Cabo Verde)

Guiné 61/74 - P20562: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (9): edição, revista e aumentada, Letras M / N




Guiné> Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (1964/64 >  O temível 
morteiro 81, o "botabaixo" (, bem manobrado, fazia razias entre o pessoal atacante, num raio até 6 km).

Foto (e legenda): © Alberto Pires (Teco) (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do Pequeno Dicionário da Tabanca Grande (*), de A a Z, em construção desde 2007, com o contributo de todos os amigos e camaradas da Guiné que se sentam aqui à sombra do nosso poilão. Entradas das letras M e  N:



Letra M 


MA - Minas e Armadilhas 

Macacada - Tropa, forças do Exército, "infantes", tropa-macaca (gíria) 

Macaco-cão - Babuíno (Macaco Kom, em crioulo) 


Macaréu - (i) Vaga impetuosa que, no 
Rio Geba, precede o começo da praia-mar; é mais sentida no Geba Estreito, a partir da foz do Rio Corubal; (ii) mas também menstruação (gíria)

Maçarico - Pira, periquito (Guiné); checa (Moçambique); termo mais usado em Angola 

Mach - Velocidade do som (FAP) 


Madeireiro - Industrial de serração de madeiras e exportador de madeiras exóticas (como pau santo)

Madrinha - Madrinha de guerra, jovem do sexo feminino, maior de 16 anos, que se correspondia com um militar no Ultramar 


Mafé - Acompanhamento da bianda, conduto (muitas vezes, peixe, peixe seco, kasseké) (crioulo) 

Maj - Major 


Maj gen - Major general [antes equivalia o posto de brigadeiro, desde 1999, o primeiro posto permamente de oficial general, imediatamente inferior a tenente-general; tem 2 estrelas]
 

Malta - Pessoal do nosso tempo, da tropa, da Guiné (gíria)

Mama firme - Peito direito (bajuda) (crioulo) 

Mama Sume - (i) Grito de guerra dos 'comandos' portugueses; significa "Aqui estamos, prontos para o sacrifício", de acordo com o dialeto e a prática cultural dos bailundo do sul de Angola, sendo o grito usado no contexto de  um rito de passagen" (, ou seja, de passagem à idade adulta (, equivalente, na Guiné, ao fanado) quando o jovem guerreiro da tribo tinha de caçar um leão, suprema prova de coragem; (ii) nome da revista da Associação de Comandos


Mancarra - Amendoím (crioulo) 

Manel Djoquim - O homem do cinema ambulante (em Cabo Verde e na Guiné), Nanuel Joaquim dos Prazeres (1901-1977); pai da nossa grã-tabanqueira, a escritora Lucinda Aranha Antunes; ficou conhecida a expressão, nas tabancas, "a la Manel Djoquim i na bim" (Vem aí o Manuel Joaquim!)

Manga de ronco – Grande festa; sucesso militar (crioulo e gíria) 


Manga de sakalata - Muita confusão, muitos sarilhos (crioulo e gíria) 

Manga di chocolate - Barulho, grande ataque, com muito fogachal, embrulhanço; corruptela de Manga di sakalata (gíria) 

Mantenha(s) - Saudades, lembranças, cumprimentos (crioulo); fala mantenha, partir mantenhas = saudar.
[Da locução portuguesa (que Deus te) mantenha)]

"mantenha", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/mantenha [consultado em 12-01-2019].


Maqueiro - Soldado da secção sanitária da CCS de um batalhão; acima, havia o 1º cabo auxiliar de enfermeiro, o furriel enfermeiro e o alferes médico (em geral, estes dois últimos eram milicianos)

Marabu - Sacerdote muçulmano, de vida ascética, considerado sábio e venerado como santo, tanto em vida como depois da morte 


Maria Turra - A célebre locutora da Rádio Libertação, a rádio do PAIGC, que passou a emitir a partir de Conacri, em julho de 1967; seu nome:  Amélia Araújo, natural de Angola, era casada com o cabo-verdiano José Araújo, dirigente do PAIGC,  falecido: vive em Cabo Verde

Mário Pádua - Desertor do Exército colonial em Angola, em 1961, veio a ser médico do PAIGC, no Hospital de Ziguinchor, no sul do Senegal, Casamansa

Mário Soares - Famoso comerciante de Pirada, de quem se dizia que trabalhava para os "dois lados"

MARME - Especialista, mecânico de armamento e equipamento (FAP)

Marmita - Mina A/C (Moçambique, Cancioneiro do Niassa) (gíria)


Matador - Veículo automóvel pesado usado como reboque do obus (e transporte de tropas) 

Mato (i) - Muito, grande quantidade, manga de (expressão comum, ´É mato') (gíria) 

Mato (ii) - Zona de guerra, zona de controlo do PAIGC 

Mec Aut - Mecânico de viaturas automóveis 

Med - Médico (vg, Alf Mil Med) 

Meia-leca - Militar de baixa estatura (gíria)

MELEC - Especialista, mecânico de eletricidade (FAP)

Meta - Bar e salão de jogos, em Bissau, no tempo colonial 

Metro e oito - Alcunha do ten cor Manuel Agostinho Ferreira (BCAÇ 2879, 1969/71) 


Mezinho - Mezinha, remédio caseiro,amuleto (crioulo)

MG 42 - Espingarda-metralhadora, de origem alemã (usada por páras e fuzos) 


MGF - Mutilação Genital Feminina; excisão do clitóris e grandes lábios; fanado (crioulo)

MiG 17 - Avião de combate de origem russa, supersónico (que o PAIGC nunca chegou a ter) 

Mil - Miliciano; milícias [vd. Pel Mil] 

Mindjer - Mulher (crioulo) 


Mindjer Garandi - Mulher grande (crioulo)

Minino - Menino, rapaz (crioulo). Vd. também djubi ou jubi. 


Misti - Querer, queres (bo misti) (crioulo) 

ML - Met Lig / Metralhadora Ligeira


MMT- Especialista, mecânico de material terrestre (FAP)

MNA - Especialista, mecânico de manutenção aeronáutica (FAP)

MNF - Movimento Nacional Feminino (fundado em 1961 por Cecília Supico Pinto, a Cilinha) 


Moja - Nome de guerra do comandante Victor Dreke (,o “Moia”, para os guineenses, )  que ssumiu o comando da missão militar cubana ma Guiné, em Fevereiro de 1967

Morança - Casa, núcleo habitacional de uma família, alargada, com o respectivo chefe (de morança) e em geral com uma cercadura (crioula) 

Mort - Morteiro

Mort 81 - Morteiro 81 mm; alguns tinham 'nomes de guerra' como o 'Botabaixo'

Mort 82 - Morteiro 82 mm (PAIGC)

Morteirete - Morteiro ligeiro, de calibre 60 (mm), podendo ser usado sem prato

MP - Met Pes / Metralhadora Pesada


MRadar - Especialista, mecânico de radar (FAP)

MRadio - Especialista, mecânico de rádio (FAP)

MSG - Mensagem

Mudar o óleo - "Ir às... putas" (calão)

Mulas - Sintomas de sífilis, doença venérea (inchaços nas virilhas) (calão)

Mun - Municiador

Mun Mort - Municiador de morteiro

Muro - O mesmo que "mouro" (árabe ou berbere do Norte de África), termo utilizado como sinónimo de "marabu", chefe religioso de confissão muçulmana (crioulo)


Mursegu - Morcego (crioulo)





Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém> Simpósio Internacional de Guileje > 1 de Março de 2008 > Grafito com o desenho nalú do irã protector da tabanca, o Nhinte-Camatchol, e que foi o logótipo do Simpósio, organizado pela AD -Acção para o Desenvolvimento, o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesqusias, e UCB - Universidade Colinas do Boé. 

"O Nhinhe Camatchol é uma escultura dos nalus do Cantanhez usado na festa do fanado. Representa uma cbeça de pássaro com rosto humano, sendo a mensagem aos participantes deste ritual de iniciação à vida adulta a seguinte: que todos eles passam a considerar-se como verdadeiros irmãos, mais verdadeiros que os próprios irmãos biológicos. O que deve ser entendido como a afirmação do interessse colectivo, comunitário, acima do interesse dos indivíduos e das famílias. Orginalmente esta máscara não poderia ser vista pelos não iniciados, sob pena de morte" (Campredon, Pierre – Cantanhez, forêts sacrées de Guinée-Bissau. Bissau,Tiguena. 1997, pp. 32-33). 


Foto (e legenda): © Luís Graça  (2008). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Letra N


N/M - Navio a motor, ou navio-motor (por ex., N/M Niassa)

NEP - Norma de Execução Permanente (NT)


Nha Bijagó - Leopodina Ferreira Pontes, mais conhecida por"Nha Bijagó" (1871-1959), uma das últimas grandes “sinharas” da Guiné


Nhanhero,
 da coleção do
Valdemar Queiroz
Nhanhero -   (i) Instrumento cordófono dos fulas cuja caixa de ressonância é uma cabeça pequena revestiada de couro e cuja corda única se fere com um arco; (ii) músico que toca esse instrumento; (iii) espetáculo em que se apresenta esse músico; origem etimológica obscura: o Cherno Baldé diz que a origem seria onomotopaica, ou seja, o nome seria derivado do som que o instrumento produz... "nha..nhe...nhi"

Nharro - Africano; preto (crioulo, calão, na altura com sentido pejorativo, racista)

Nhinte-Camatchol - O grande irã dos nalus da Floresta do Cantanhez

Nhominca - Tipo de canoa, muito usada no transporte de pessoas e bens, entre as ilhas do arquipélago dos Bijagós

Ninhos - Entrada gastronómica com camarão, ovo e tomate, servida no Pelicano (gíria)


NM - Número mecanográfico (do militar)

NNAPU - Normas de Nomeação e de Apoio às Províncias Ultramarinas 


Nord Atlas - Avião de Transporte (FAP)

NRP - Navio da República Portuguesa (por ex., NRP Cassiopeia) 

NT - Nossas Tropas


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Nota do editor:


28 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20506: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (7): edição, revista e aumentada, Letras F, G e H

3 de dezembro 2019 > Guiné 61/74 - P20411: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (6): edição, revista e aumentada, Letras D/E

18 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20255: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (5): edição, revista e aumentada, Letra C

14 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20240: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (4): 2ª edição, revista e aumentada, Letras M, de Maçarico, P de Periquito e C de Checa... Qual a origem destas designações para "novato, inexperiente, militar que acaba de chegar ao teatro de operações" ?

13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20237: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (3): 2ª edição, revista e aumentada, Letra B

13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20235: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (2): 2ª edição, revista e aumentada, Letra A


12 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19396: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (1): em construção: para rever, aumentar, melhorar, divulgar, comentar...