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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20193: Em busca de... (298): ex-furriel Godinho, do Pelotão 1118 ou 1119, que esteve na Ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1968 (Paula Spencer)


Posição relativa da ilha da Boavista (ou Boa Vista), que
pertence ao grupo do Barlavento do arquipélago de Cabo Verde.
Das 10 ilhas, é a mais próxima do contunente africano,
que fica a leste, a cerca de 450 km de3 distância.
Fomte: Adapt. de Wikipedia  (om a devdia vénua...)
1. Mensagem da nossa leitora Paula Spencer:

De: Paula Spencer <paula.spencer66@gmail.com>

Date: quarta, 7/08/2019 à(s) 11:27

Subject: Pedido de informação

Exmo Senhor,

Venho pelo presente, solicitar informação sobre o paradeiro de uma pessoa que fez parte do pelotão 1118 ou 1119 no ano de 1968, na ilha da Boavista, Cabo Verde. 

A única informação que tenho é que ele era furriel e se chamava Godinho.

Gostaria de saber o paradeiro deste senhor, caso seja possível.

Sem outro assunto de momento, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.

Atenciosamente,

Paula Moura


2. Resposta do nosso editor, com data de 8 de agosto passado:

Paula:

Obrigado pelo seu contacto. Temos muito gosto em poder ajudá.la. Reencaminho o seu pedido para  um ou mais dos nossos colaboradores para eventual pesquisa no Arquivo Histórico-Militar, já que não dispomos, aqui, na base de dados do  blogue, de informação sobre forças militares estacionadas na ilha da Boavista, em 1968, ao tempo da guerra colonial. Pode ser também que alguns dos nossos leitores nos ajude.

No entanto, a informação de que dispõe a Paula também é escassa. Vamos para já tentar apurar que subunidade militar é que terá estado na ilha da Boavista em 1968, durante a guerra colonial: o nº 1118 ou 1119 é uma pista, mas tanto tratar-se de um pelotão de infantaria (por exemplo, um pelotão de morteiros) como de um pelotao de reconhecimento de cavalaria. (Panhard, Daimler, Fox)....

Vamos manter-nos em contacto. Presumimos que a Paula esteja a viver em Cabo Verde, não ? E já agora, dado o seu apelido, Spencer, diga-nos se tem algum parentesco com o nosso infortunado camarada Virgolino Ribeiro Spencer, furrriel miliicano, da Companhia de Caçadores 18 [, CCAÇ 18], morto "por acidente", em Aldeia Formosa / Quebo, no sul da Guiné, em 15/1/1972.

As nossas melhores saudações, Luís Graça

3. Resposta da Paula Spencer, em 10 de setembro último:

Bom dia,

Peço desculpa pelo meu silêncio mas estive a indagar com os meus familiares se tinham conhecimento do infortunado “Virgolino Spencer” mas ninguém tem conhecimento.

Nasci em Cabo Verde mas vivo em Portugal há 48 anos.

Muito obrigada pela atenção dispensada.

Atenciosamente,

Paula Moura

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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19785: Em busca de... (297): 46 anos depois, o reencontro de Alberto D'Aparecida Couto com o amigo José Augusto da Silva Dias que o salvou de morrer afogado, no dia 30 de Abril de 1973, no rio Geba, em Bambadinca (Sousa de Castro)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Guiné 61/74 - P19493: Fotos à procura de... uma legenda (112) : Messe improvisada numa ponte em 26 de janeiro de 1968... Foto do Arquivo Mário Soares... Serão fuzileiros ? Que ponte seria esta ? (Jorge Araújo)





Citação: (1968), "Exercito português. Guiné. Messe improvisada numa ponte.", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_114447 (2019-2-12) (foto reproduzida com a devida vénia,,,)

Fonte: Casa Comum, Fundação Mário Soares.
Pasta: 06916.004.036
Título: Exército português. Guiné. Messe improvisada numa ponte. 
Assunto: Exército Português em operações de guerra na Guiné. “Messe” improvisada sob uma ponte. Data: Sexta, 26 de Janeiro de 1968. 
Fundo: MAS – Arquivos Mário Soares – Fotografias Exposição Permanente. 
Tipo Documental: Fotografias.





Jorge Alves Araújo, ex-fur mil op esp / Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue



1. INTRODUÇÃO

Já aqui vos dei conta, em outras ocasiões, da existência de fotos de militares do Exército Português nos Arquivos de Amílcar Cabral, localizados na Casa Comum, Fundação Mário Soares.

A imagem que hoje vos apresento, com data de 26 de Janeiro de 1968, 6.ª feira, portanto de há cinquenta e um anos atrás, merece uma legenda, digo eu, pois seria interessante identificar o local onde foi tirada, e quem sabe, trazer à memória dos que nela constam, algumas histórias vividas no CTIG.

Desta vez, a proveniência é do Arquivo Mário Soares [1924-2017]  e não do Arquivo Amílcar Cabral.

Segundo creio, estamos perante elementos dos “fuzileiros” acreditando serem pretas as suas boinas.

Será?

Aguardo sugestões.

Com um forte abraço de amizade e votos de boa saúde.

Jorge Araújo.

12Fev2018

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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19244: Fotos à procura de...uma legenda (111): Ainda o sorriso da bajuda do Gabú... (Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil, CCAÇ 3535, Angola, 1972/74)

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18786: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXVII: um efeméride: faz hoje 50 anos que vim de férias, pela primeira vez, à Metrópole... A família foi-me esperar ao aeroporto da Portela, passámos por Fátima, Alcobaça e Nazaré, a caminho de casa, no Porto...


Foto nº 1 > Guiné > Bissau > Bissalanca > 28 de junho de 1968 > O avião da TAP estacionado na placa


Foto nº 2 >  28 de junho de 1968 > A bordo do avião da TAP, Boeing 727 100, nos céus da costa de África, a caminho de casa, para gozar umas merecidas férias.


Foto nº 3 > 28 de junho de 1968 > Vista geral dentro do avião TAP, Boeing 727-100, os passageiros, não muitos, as malas de bordo quase não havia nada, aguardando a chegada.


 Foto nº 4 > 28 de junho de 1968 > Foto aérea da primeira vista de Portugal, a costa algarvia.


Foto nº 5 > 28 de junho de 1968 > Foto aérea da primeira vista de Lisboa, talvez a pista da Portela, o Rio Tejo, e a asa do avião. Preparação para a aterragem.

[Salvo melhor opinião...,  a vista parece-me ser a  da margem esquerda do estuário do Tejo,  e da pista da base aérea nº 6, do Montijo, com a serra da Arrábida ao fundo... Ou seria alguma estrada em construção, de acesso à ponte ?] (LG).


Foto nº 6 >  28 de junho de 1968 > Foto aérea do rio Tejo, Lisboa e Almada, com vistas da Ponte Salazar.


Foto nº 7  > Chegada e saída no aeroporto da Portela. A minha família. Eu levo uma grande mala, ao lado a minha mãe com um saco de documentos da TAP, atrás a minha irmã Filomena com uma mala branca, e no final de tudo a minha namorada Manuela.


Foto nº 8 >  Fátima > 28 de junho de 1968 > No Santuário , os meus pais a caminho da capelinha das aparições.


Foto nº 9 > Alcobaça > 28 de junho de 1968 >  Mosteiro de Alcobaça, o meu irmão mais novo, Sérgio, o meu pai e a seguir a minha mãe, num dia de muito calor. Íamos a caminho do Porto.


Foto nº 10 > Alcobaça > 28 de junho de 1968 >  Na porta do Mosteiro, os meus pais a saírem, sentada na beira do muro a minha irmã Filomena, e de lado a minha namorada, Manuela.


Foto nº 11 > Nazaré > 28 de junho de 1968 > Na praia,  depois de um almoço inesquecível, a Manuela, a minha mãe, o Sérgio, e a Filomena. Ainda não se falava do canhão... da Nazaré nem nas ondas gigantes...


Foto nº 12 > Porto >Julho de 1968 >  Na praia da Foz no Porto, com a minha namorada, e sempre seguido pelo meu irmão Sérgio, como vigilante, a mando da minha futura sogra...

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já mais de 6 dezenas de referências no nosso blogue.


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T 1000 – A primeira viagem de férias à metrópole

Anotações e Introdução ao tema:

(i) INTRODUÇÃO:

Trata-se de parte do álbum de fotos  e "slides" digitalizados, captados em Junho/Julho 1968, onde estiveram em Lisboa a esperar-me, os meus pais, os meus irmãos, Mena e Sérgio, e a minha namorada, Manuela.

Depois da chegada em 28 e Junho de 1968, fomos primeiro a Fátima, depois a Alcobaça e seguidamente para a Nazaré – ainda não havia lá o ‘canhão’.

Seleccionei algumas das fotos, para assinalar os 50 anos da minha primeira viagem num avião da TAP, e as minhas "férias de luxo" no Porto e arredores.


(ii) LEGENDAS:

F01 – O avião da TAP estacionado na pista de Bissalanca. Bissau, 28Jun68.

F02 – Dentro do avião da TAP, Boeing 727 100, nos céus da costa de África. Estou cheio de "roncos", já vinha meio marado, com barrete fula vermelho, pulseiras, anéis, colares, e a minha primeira polo Fred Perry, bebendo um copo. Ao lado um furriel do meu batalhão. 28Jun68.

F03 – Vista Geral dentro do avião TAP, Boeing 727-100, os passageiros, não muitos, as malas de bordo quase não havia nada, aguardando a chegada. Céus do mundo, 28Jun68.

F04 – Foto aérea da primeira vista de Portugal, a costa algarvia. Céus de Portugal, 28Jun68.

F05 – Foto aérea da primeira vista de Lisboa, talvez a pista da Portela, o Rio Tejo, e a asa do avião. Preparação para a aterragem. Céu de Lisboa, 28Jun68. [O nosso editor, LG. diz que não, que a vista é a da margem esquerda do estuário do Tejo,  e a pista não é da Portela, mas  da base aérea do Montijo, com a serra da Arrábida ao fundo...].

F06 – Foto aérea do rio Tejo e Lisboa, com vistas da Ponte Salazar. Céu de Lisboa, 28Jun68.

F07 – Chegada e saída no aeroporto da Portela. A minha família. Eu levo uma grande mala, ao lado a minha mãe com um saco de documentos da TAP, atrás a minha irmã Filomena, a Mena,  com uma mala branca, e no final de tudo a minha namorada Manuela, ainda com um pequeno saco que não se vê. Trazia manga de "roncos" para todos. A foto foi tirada pelo meu pai com uma máquina tipo caixote, mas que ficou marcada a imagem.

Curiosidade que todos devem ter passado por isso. Depois de o avião parar, a malta levanta-se e vai-se chegando para a porta, e entra um indivíduo com um instrumento tipo mata-moscas, borrifando tudo e todos com um produto qualquer, todos se riram, mas devia ser um antisséptico por causa da mazelas e bicharada que trazíamos connosco no corpo.

Nunca fiquei esclarecido, mas da 2ª vez, em 1969, já não aconteceu este estranho episódio. Lisboa, aeroporto da Portela, 28Jun68.

F08 – No Santuário de Fátima,  os meus pais a caminho da capelinha das aparições. Fátima, 28Jun68.

F09 – No Mosteiro de Alcobaça, o meu irmão mais novo, Sérgio, o meu pai e a seguir a minha mãe, num dia de muito calor. Alcobaça, 28Jun68.

F10 – Na porta do Mosteiro, os meus pais a saírem, sentada na beira do muro a minha irmã Filomena, e de lado a minha namorada, Manuela. Alcobaça, 28Jun68.

F11 – Na praia da Nazaré,  depois de um almoço inesquecível, a Manuela, a minha mãe, o Sérgio, e a Filomena. Ainda não havia o "canhão"! Nazaré, 28Jun68.

F12 – Mais tarde, já na praia da Foz no Porto, com a minha namorada, e sempre seguido pelo meu irmão Sérgio, como vigilante, a mando da minha futura sogra. Porto, Julho 68.

Em 2018-06-26

Virgílio Teixeira

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18687: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXII: As minhas estadias por Bissau (vi): resto do ano de 1968


Foto nº 67 > Bissau > Edifício dos CTT > Março de 1968 > A primeira máquina automática de pesar, metia-se a moeda e saía um cartão com o peso da pessoa e a data.


Foto nº 55 > Bissau > Abril de 1968 > Escrevendo para a namorada, na esplanada da piscina do Clube de oficiais do QG em Santa Luzia.


Foto nº 65 > Bissau > Abril de 1968 > No Clube de Oficiais do QG, numa mesa da esplanada a escrever... para a namorada. 


Foto nº 42 > Bissau > Abril de 1968  > Na esplanada do  café  Bento, o  sítio mais emblemático da cidade...


Foto nº 66 > Bissau > Junho de 1968 > No café Bento – a 5ª Rep – com mais alguns camaradas numa noite quente e húmida. Sou o segundo a contar da direita, de óculos escuros, a acender um cigarro.


Foto nº 43 > Bissau > Agosto de 1968 > No restaurante Tropical


Foto nº 52 > Bissau > Abril de 1968 > Novo aeroporto civil de Bissalanca. Ao fundo um Boeing 727-100 da TAP.


Foto nº 61 > Bissau > 1968 > Cais  da Mariha, eu junto às LFG - Lanchas de Fiscalização Grande


Foto nº 61A Bissau > 1968 > Cais  da Marinha, eu junto  às LFG - Lanchas de Fiscalização Grande


Foto nº 48 > Bissau > Novembro de 1968 > Avenida do Império e ao cimo o Palácio do Governador. Foto tirada perto do café Bento.


Foto nº 57 > Bissau > Abril de 1968 > Um dos meus primeios "slides". Uma rua de terra batida, toda esburacada, feia, velha e suja, com algumas casas na mesma situação.


Foto nº 58 > Bissau > 1968 > Cais > Uma das primeiras fotos a cores

Guiné > Bissau >  CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) |

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem 56 referências no nosso blogue

Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T031 – Bissau - Parte 1 > (vi) Abril , Junho, Agosto e Novembro de 1968 > Legendagem

[Devido à suas funções como chefe  do conselho administrativo (CA) do comando do batalhão, o Virgílio Teixeira deslocava-se, em serviço,  com relativa frequência,  à capital Bissau onde ficava o QG...]

F42 – Na esplanada café do Bento (a 5ª Rep),  o local mais emblemático em Bissau, para encontrar quem chegava ou quem partia, local de passagem obrigatória. Tomava-se café, além das habituais bebidas alcoólicas, e serviam tremoços, por vezes havia camarão, mas o mais certo era a mancarra (amendoim, torrado e descascado que era uma delicia). Bissau, Abr68.

F43 – No restaurante Tropical em Bissau, jantando com o furriel Riquito (que é o fotografo) e o irmão dele à minha frente. Bom vinho branco gelado, e garrafa de aguardente para depois do café. Eu estava com pensos nos braços, devido a uma grande cambalhota que dei com a minha motorizada, à entrada do Clube de Oficiais, quando regressava de Safim com alguns copos a mais, uns dias antes. Bissau, 10Ago68.

F48 - Avenida do Império e ao cimo o Palácio do Governador. Foto tirada perto do café Bento, mais à frente do mesmo lado, na esquina fica a Pensão da Dona Berta, onde ficavam hospedadas algumas esposas de militares que se encontravam fora de Bissau. Fui lá muitas vezes, tinha lá amigos e as mulheres, um deles passou lá a sua lua-de-mel, foi o Alberto, também colega do Cenáculo, era alferes da Engenharia, tinha uma panca qualquer, veio evacuado mais cedo pela psiquiatria juntamente com o Fontão. Curiosamente ambos se divorciaram mais tarde. O Alberto passou a ser professor universitário, e teve um azar muito grave, pois um filho já com mais de 20 anos viria a falecer de acidente.

Enfim, vamos ao que interessa agora. Mais à frente, ficava a bomba de gasolina da Sacor, depois vários prédios e o UDIB, o cinema. Depois a Praça do Império. Descendo, ou se quisermos, subindo pelo lado esquerdo, ficavam uma série de esplanadas onde se podia saborear as ostras, camarão, mancarra, cerveja gelada e o que havia. Mais tarde, em 1984 não havia um único local desses. Hoje não sei o que existe, mas parece que não tem nada. As viaturas são poucas, a maioria são de militares. Bissau, Nov68.

F52 – Novo aeroporto civil de Bissalanca. Ao fundo um Boeing 727-100 da TAP. Pela data da foto, julgo ter ido esperar alguém ao aeroporto, mas pode ser também uma deslocação para a Base Aérea 12, ao lado, na chegada ou partida de um avião militar, de/ou para São Domingos, onde já estava o Batalhão. Bissau, Abril 68.

F55 – Escrevendo para a namorada, na esplanada da piscina do Clube de oficiais do QG em Santa Luzia. Eu tinha de escrever todos os dias, eram muitas páginas, algumas com 20 a 30 folhas, e mandava diariamente para o correio para minha namorada. Bissau 01Abr68.

F57 – Este deve ser um dos primeiros "slides" a cores tirados na Guiné. Foi nesta altura que apareceram os rolos a cores. Uma rua de terra batida, toda esburacada, feia, velha e suja, com algumas casas na mesma situação. Bissau, Abr68.

F58 – No porto de Bissau, parece o paquete Funchal atracado no cais e ao largo um navio de guerra para montar a segurança, na visita do Presidente Tomaz à Guiné, mas não estou certo, pois em Fevereiro, penso que ainda não tinha rolos a cores. Não consigo identificar a pessoa ao meu lado, é das primeiras fotos a cores. Bissau 1968.

F61 – Sentado junto aos estaleiros navais da Marinha em Bissau. Não sei se foi neste dia em que tive o prazer de ser convidado com outro amigo, para um lauto almoço num desses navios patrulhas, que era, as LFG, não se vê o nº nem o nome, eu tenho ideia de ter estado na LFG Lira, mas não tenho a certeza, só sei que era tudo um luxo, comparado com a tropa básica, claro. Bissau, 1968.

F65 – No Clube de Oficiais do QG, numa mesa da esplanada a escrever, para quem havia de ser, para a namorada. Parece-me que é uma auto fotografia, eu fazia muito isso, a máquina tinha um temporizador, eu colocava a máquina na ponta de uma mesa ou outra coisa, focava e depois carregava no botão e dava tempo a colocar-me na posição. Bissau, Abril68.

F66 – No café Bento – a 5ªRep – junto de camaradas numa noite quente e húmida. Na ponta esquerda o furriel Américo Veiga, nosso Enfermeiro (formou-se em Medicina mais tarde, mas já faleceu há algum tempo), a seguir um furriel dos Sapadores do qual não me lembro o nome, o soldado é o irmão do furriel Riquito, a seguir eu a acender um cigarro, e depois um cabo da secretaria da CART1744 que estava em São Domingos com o nosso Batalhão.

Este camarada viria a encontrá-lo muitos anos depois, por duas vezes em aviões, ele tinha uma empresa que negociava em madeiras por África e outros países do mundo. Ficou rico. Depois voltámos a ver-nos algumas vezes no Restaurante D. Manoel no Porto, o mais badalado da época, que acolheu a [VIII] Cimeira Ibero-Americana com todos os chefes de Estado e  presidentes de giverno, entre eles, o Fidel Castro, teria sido nos anos 90, não sei bem o ano, foi a única vez que aconteceu no Porto. Bissau, Junho68. [Foi em 1998, em 17 e 18 de outubro, esteve também o rei Don Juan Carlos, de Espanha].

F67 – A primeira máquina automática de pesar [cartas], metia-se a moeda e saia um cartão com o peso e a data, tenho isso por aí, mas é preciso procurar. Ficava na porta dos CTT de Bissau, e estão algumas pessoas a apreciar a novidade. De costas,  o alferes Verde do BCAÇ 1932. Bissau, Mar68.
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 21 de maio de 2018 Guiné 61/74 - P18660: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXIII: as colunas logísticas até Madina do Boé

Vd. também poste de 18 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18646 Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXII: As minhas estadias por Bissau (v): março de 1968

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18661: (Ex)citações (338): P18648 - Fiat G-91 abatido sob os céus de Gandembel em 28 de Julho de 1968 (Idálio Reis, ex-Alf Mil da CCAÇ 2317)

Guiné > Bissalanca > BA 12 > 1968 > O Fiat G-91 R4, 5411, uns dias antes de ser abatido (em 28 de julho de 1968). No cockpit, o cap piloto aviador José Nico


1. Mensagem do nosso camarada Idálio Reis (ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana, Nova Lamego, 1968/69), autor do livro "A CCAÇ 2317 na Guerra da Guiné - Gandembel / Ponte Balana, com data de 18 de Maio de 2018:

Quanto a este acontecimento[1], eis então o que escrevi no meu livro:

Mas já há muito tempo, e quase todos os dias, pelo entardecer, vinham 2 Fiats G-91 a descarregarem bombas sobre a já citada zona de Salancaur/Unal, de que se dizia terem abrigos inexpugnáveis, e destas tentativas intimidantes da aviação militar, surge a 28 de Julho, mais um dos casos inesperados, e que seria o primeiro a acontecer na Província nestas circunstâncias.

Neste dia, parte da Companhia tinha ido montar protecção a uma coluna de reabastecimentos, de modo que em Gandembel restavam apenas 2 grupos, um dos quais um Pelotão de Caçadores Nativos.

Ouve-se, vindo de longe e dos lados da fronteira, uns estampidos de metralhadora pesada. E passados alguns momentos, um dos soldados que estava atento às trajectórias das aeronaves, claramente distingue que se notava uma chama de fogo na cauda de um dos Fiats. 
Prontamente, via rádio, deu-se conhecimento aos pilotos. E vê-se nos céus, o avião a fazer uma curva acentuada, direccionando-se para o lado da fronteira. E quando a aeronave, já com as chamas bem visíveis na parte posterior da carlinga, passava sobre as imediações de Gandembel, distingue-se um pára-quedas que se ejecta do mesmo, e que vem a cair a cerca de 3 a 4 centenas de metros a sul do aquartelamento, com a aeronave a despedaçar-se em parte incerta, mas muito próximo da fronteira. 

Um documento oficial, refere que o piloto era um tenente-coronel, de nome Francisco Costa Gomes, comandante do Grupo Operacional 1201.

Aparentemente, o local da queda, não oferecia perigos para o seu resgate, desde que se conhecessem os locais das armadilhas em volta do cercado do arame farpado. Procurou-se de imediato arranjar um grupo com metade dos efectivos disponíveis, e então fomos ao encontro do piloto. 

Escondido num arbusto, estava o homem sem distinção da sua patente, e despojado da sua pistola de cintura [mais tarde foi encontrada, e julgamos que era uma Walther].

Já vínhamos a caminho do aquartelamento, e algumas unidades aéreas, como helicópteros e T-6 o sobrevoava, pelo que, franqueada a entrada, logo um dos helicópteros aterrava para o levar rumo a Bissau.

O abate desta aeronave, com fogo antiaéreo de metralhadora 12,7, teve uma óbvia repercussão a nível da Província, e muito certamente reforçou os ânimos dos combatentes locais do PAIGC. Contudo, não deixaremos de anotar, que nos parece que a probabilidade de uma bala anti-aérea, em acertar numa destas aeronaves, era extremamente diminuta, ainda que o IN parece que dispunha de um conjunto de metralhadoras quádruplas, em que os disparos eram bem audíveis em Gandembel. Mas o que é inegável, é que o avião se perdeu, e a perícia do piloto também foi notável para a integridade da sua própria pessoa, pois se tivesse caído em local fora do nosso horizonte de referência (não mais de 2 km), não se dispunha no momento, de condições para ir à sua procura. E muito provavelmente, o piloto poderia vir a ser capturado pelo inimigo.

Em jeito de remoque, parece que o piloto afirmou que teve de fugir de guerrilheiros do PAIGC, quando, na verdade, os elementos que primeiro o viram, pertenciam ao Pelotão de Caçadores Nativos.

Sempre esta dualidade da sorte e do azar, que nos espreitava na leveza de cada duro momento.
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Nota do editor

[1] - Vd. poste de 18 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18648: FAP (105): 28 de julho de 1968, o dia em que o Fiat G-91, nº 5411, pilotado pelo ten cor Francisco Dias Costa Gomes, foi abatido sob os céus de Gandembel, por fogo de AA (Antiaérea)

Último poste da série de 16 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18640: (Ex)citações (337): A propósito das deserções nas fileiras do PAIGC, há um provérbio africano que diz "Todos os cães podem ser bravos, mas são mais bravos dentro das suas moranças", o mesmo quer dizer, dentro dos seus "chãos" (Cherno Baldé, Bissau)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18360: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XIX: Visita ao território, do Presidente da República Almirante Américo Tomás, com início em 2/2/1968 - II (e última) parte


Foto nº 12


Foto nº 13


Foto nº 14


Foto nº 15


Foto nº 16


Foto nº 17

Foto nª 18

Guiné > Bissau > 2 de fevereiro de 1968 > Início da visita do alm Améri o Tomás à Guiné, acompanhado da esposa, dona Gertrudes Rodrigues Tomás. e do ministro do ultramar. Silva Cinha.


Fotos: © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Continuação da publicação de um seleção de fotos do  álbum do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado. 

Virgílio Teixeira
II (e última) parte da visita presidencial à Guiné, iniciada em 2/2/1968, sendo governador e comandante chefe o gen Arnaldo Schulz (*)-

Esta visita presidencial teve uma extensa cobertura televisiva por parte da RTP. Ver aqui em RTP Arquivos a reportagem do dia 2/2/1968 (39' 49'').

Vd. também:


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18358: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XIX: Visita ao território, do Presidente da República Almirante Américo Tomás, com início em 2/2/1968 - Parte I


 Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3

Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


 Foto nº 10


Foto nº 11

Guiné > Bissau > 2 de fevereiro de 1968 > Início da visita do alm Améri o Tomás à Guiné >

Fotos: © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I . Anotações e Introdução ao tema:

Este conjunto de fotos numeradas aleatoriamente, sem critérios de qualquer ordem dos acontecimentos, refere-se à visita de Estado do Presidente da República de Portugal, Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomaz, realizada à Guiné, com início em Bissau, a 2 de fevereiro de  1968, ainda no tempo do Gen Arnaldo Schulz.

[Vd. RTP Arquivos > Vídeo (4'  27'') > 28 de janeiro de 1968 > Lisboa, Cais de Alcântara, Almirante Américo Tomás, Presidente da República, parte para visita oficial às províncias ultramarinas da Guiné e Cabo Verde, É acompanhado pela esposa Gertrudes Rodrigues Tomás. Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal Patriarca de Lisboa, membros do Governo, António Oliveira Salazar, Presidente do Conselho e membros do Corpo Diplomático em Portugal, foram apresentar cumprimentos de despedida.]


II. Descrição:

Américo Tomaz chegou ao Porto de Bissau a bordo do navio Funchal, tendo sido recebido por uma enorme multidão da população civil, e representantes dos 3 ramos das Forças Armadas, com especial relevância para a Marinha e Fuzileiros, bem como a Polícia Civil, a Policia Militar, a Força Aérea, os Comandos e o Exército em geral, além das entidades oficiais da época, entre eles o General  Arnaldo Schulz, Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné.

Feita a recepção, a comitiva percorreu de automóvel em primeiro lugar a Estrada Marginal do Porto de Bissau, depois outras ruas mais importantes, como a Avenida da República que leva até ao Palácio do Governador. Ao longo de todo o percurso nas bermas da estrada e ruas encontrava-se grande número de pessoas guineenses apoiando com bandeiras, danças e outros roncos o Presidente de Portugal Almirante Américo Tomaz.

A população recebeu bem o nosso Presidente da República, demonstrado por vídeos e pelas fotos de arquivo do Arquivo Histórico Militar, e pelas minhas fotos pessoais de minha autoria.

Não estive em todo o lado porque não era possível, as dificuldades de passar barreiras eram enormes, não entrei no cemitério onde se realizou uma cerimónia, mas ainda assim pude fotografar a 2 metros o Almirante Américo Tomaz, e esposa Gertrudes, Spínola, Ministro do Ultramar e tantas outras individualidades, incluindo os seguranças da PIDE.

Como já disse antes, cada uma vale o que vale, são histórias e acontecimentos com meio século de idade...

Havia imensa gente civil e militar – apesar de ser dia de semana (sexta-feira).

Pude acompanhar a comitiva,  graças à minha motorizada, que tinha sempre em Bissau para as minhas longas deslocações, por isso as fotos cobrem o espaço todo das ruas de Bissau.

Encontrava-me em Bissau, a acabar e fechar as minhas contas para entregar na Chefia de Contabilidade, dando assim termo à minha função no Batalhão. Por isso tive a oportunidade de fazer esta reportagem, que julgo ser de algum interesse histórico.

As viaturas civis em que se deslocavam os membros da comitiva toda, e entidades oficiais, julgo que terão chegado de Portugal, pois nunca mais as vi, a não ser apenas neste dia, no dia 02-02-68.

À consideração dos visualizadores que podem fazer as críticas que entenderem, pois sei que se trata de matéria sensível, que pode não agradar a todos, mas é a nossa história, e a história daqueles militares que prestaram as honras militares ao Chefe do Estado Português.

Como há dois acontecimentos importantes e com o mesmo tipo de festas, paradas, carros, e toda essa panóplia de acontecimentos, podem as fotos da visita de Caetano e Tomaz serem muito parecidas e até poderá dar-se o caso de uma ou outra estarem trocadas, mas o efeito é o mesmo, ou quase. Não altera nada em termos históricos.

Virgílio Teixeira

Em, 15-02-2018

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».


III. Comentário do editor LG:

Tínhamos apenas, até agora, duas ou três referências ao almirante Américo Tomás, o último PR do Estado Novo. Chama-se a atenção para a excelente reportagem feita, por ocasião da visita à Guiné, por parte do nosso camarada Manuel Coelho. Na altura, escrevemos o seguinte:

(...) "Chegou a Bissau, no N/M Funchal e foi recebido, no Palácio do Governador e na Praça do Império, a "sala de visitas" da capital, com as honras que lhe eram devidas. O Manuel Coelho, misturado na multidão e no grupo dos fotojornalistas que fizeram a cobertura do evento, registou, para a posteridade, alguns aspetos da manifestação popular de boas vindas e de apoio. 

"Não faltaram os régulos, fardados a rigor, bem como grupos de músicos e dançarinos que mostravam a diversidade étnica da Guiné (mulheres fulas, homens balantas)... Naturalmente, que o regime da época quis tirar os dividendos políticos (e até diplomáticos) do sucesso desta visita, reafirmando o "patriotismo dos guinéus" e o repúdio pelo terrorismo do PAIGC. 

"A conjuntura político-militar era então delicada: Salazar ainda estaria no poder, até ao fatídico dia 3 de agosto de 1968, quando cairá da famigerada cadeira, no forte de Santo António, no Estoril, em período de férias. Portugal estava cada vez mais isolado no seio das Nações Unidas. E a herança (militar) de Schulz não era famosa. Seria substituída por Spínola, dentro de poucos meses." (...)
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