Mostrar mensagens com a etiqueta Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8539: Dando a mão à palmatória (28): Na melhor nódoa cai o pano... ou: Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo (Luís Graça)

1. Na véspera de  sair de Lisboa, a caminho do Norte, onde me esperava uma alegre, bonita e comovente festa de família, envolvendo mais de 120 pessoas, publiquei no passado dia 7 o poste P8524 (*), com excertos de um artigo sobre o nosso camarada António Camilo, um dos veteranos das viagens de solidariedade, Portugal/Guiné-Bissau, por terra.


A acompanhar esses excertos, reproduzidos com a devida vénia, da revista Visão, de 3/2/2011, inseri também uma selecção de fotos do Camilo, tiradas numa das suas últimas viagens ao sul da Guiné-Bissau, e mais exactamente a Guileje, em 2010. Entre essas fotos, e sem qualquer legenda específica (ou simples explicação), figurava uma placa [, imagem à esquerda,] com os seguintes dizeres, em quatro parágrafos:


“Após o assassinato de Amílcar Cabral a 20 de Janeiro de 1973, em Conakry, o PAIGC lança uma grande ofensiva militar e política – precisamente designada Operação Amílcar Cabral ou Abel Djassi – que visou demonstrar a sua capacidade de iniciativa em toda a extensão do território da Guiné-Bissau e, ao mesmo tempo, consolidar as condições para a proclamação unilateral da Independência, que viria a ocorrer a 23 de Setembro desse mesmo ano, em Madina de Boé.

“Essa operação obtém uma inequívoca vitória em Guiledje, com a ocupação do respectivo quartel, entretanto abandonado pela tropa portuguesa.

“Dez anos após o início da acção armada contra o colonialismo português e mesmo após ter sido assassinado o principal inspirador e organizador da Luta de Libertação, a queda de Guiledje foi determinante para o futuro da Guiné-Bissau e não deixou de ter consequências no que veio a ser, o movimento militar vitorioso contra o regime de Marcelo Caetano”.



E a placa, que figura no Núcleo Museológico Memória de Guiledje (**), sito no antigo quartel das NT, em Guileje, desde a sua inauguração em 20 de Janeiro de 2010, termina assim (4º parágrafo):


“Memória de Guiledje pretende promover na Região de Guiledje, no Cantanhez, o resgaste da memória colectiva e individual de quantos aqui combateram e viveram”.


2. O poste foi editado por mim, Luís Graça. No dia seguinte, o Carlos Vinhal, o nosso dedicado, incansável e sempre discreto co-editor que está 24 horas por dia de serviço ao blogue, teceu - com toda a legitimidade, e de acordo com as normas em vigor entre nós - , comentários sobre essa foto (e mais concretamente sobre o conteúdo dos três primeiros parágrafos da placa). Fê-lo a título pessoal, como simples leitor e membro do blogue. O comentário começava com a frase: “Confesso que não me lembro de alguma vez ter visto esta placa publicada no nosso Blogue” (…).  Depois de discorrer sobre questões factuais e de interpretação historiográfica, terminava, dando a sua opinião:


“Não será dar importância a mais a Guiledje? Agora sei por que nunca vi espanhóis nas comemorações da Restauração de 1640, os representantes da monarquia nas comemorações do 5 de Outubro de 1910 e dos ministros de Marcelo Caetano nas comemorações do 25 de Abril. Cada um com a sua verdade”.


Em suma, o meu querido camarigo Carlos Vinhal (CV) considerava a placa como uma peça de propaganda. E nesse sentido haveriam de se pronunciar nesse dia também os camaradas Joaquim Mexia Alves (JMA) e Torcato Mendonça  (TM), a título pessoal, insurgindo-se, nomeadamente o JMA,  contra o facto de haver referência explícita do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné a esta "iniciativa" da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.


(...)  Já por aqui tinha passado e não tinha dado conta da placa e dos seus 'dizeres' Obrigado ao Carlos por nos ter chamado a atenção.

É por estas e por outras que deve haver um cuidado extremo nesta acções de solidariedade e apoio, pois de repente, quanto a mim, estamos a ser solidários com algo que é no mínimo 'inverdadeiro' e conduz a conclusões erradas. Esta placa é para mim um 'insulto', pois está carregada de mentiras, e de falsas conclusões.

Afirmo aqui, peremptoriamente, que não dou o meu apoio, enquanto membro da Tabanca Grande, Luís Graça & Camaradas da Guiné, e rejeito liminarmente esta acção no Guileje, muito especialmente esta placa lá colocada. (...)


A escassas horas de partir para o norte, e tendo-me apercebido do “desconforto”  que iria provocar a foto em causa, decidi como editor do poste retirá-la, pura e simplesmente. E com ela os comentários daqueles três meus amigos e camaradas (CV, JMA e TM), que eu muito prezo. Dei-lhes de imediato conhecimento nestes termos: “Queridos camarigos: Agradeço os vossos reparos... Havia uma foto, a mais, desnecessária... Tomei a liberdade de a retirar bem como os vossos comentários... A verdade é que eu não posso [nem quero...] 'alterar a realidade' com o Photoshop... Mas quero que o blogue continue a ser um lugar de encontro, e que esse lugar seja confortável, para todos... Vou até Candoz, tenho lá a minha outra tropa, 120 pessoas”…


Convém aqui lembrar que a génese e o desenvolvimento da nossa Tabanca Grande  se mantêm (e só são possíveis) na base numa relação de transparência, confiança e lealdade que tem já mais de 7 anos, entre os responsáveis do blogue e os demais membros. Como em qualquer organização, seja ela física ou virtual, da empresa ao clube de futebol, da unidade militar de elite a um simples blogue colectivo como este (que, caso raro, até tem um sistema de comentários, livre, sem moderação prévia)...

As reacções de outros leitores habituais e membros do blogue não se fizeram esperar: uns pensaram tratar-se de “anomalia técnica”, outros falaram logo abertamente em “censura”… O coitado do Carlos Vinhal, com quem tenho uma relação de trabalho transparente e leal, só dizia: "Estranho que o meu comentário, fundamentado, não insultuoso, devidamente assinado, tenha sido removido sem me ser dado conhecimento prévio"...


E, como em todas as boas ocasiões propícias ao "alvoroço do povo", não faltou até quem pedissse a cabeça do "responsável"... Pois, o responsável, está aqui, sou eu, e só não dei a cara, publicamente, mais cedo, por estar fora de Lisboa, por ter outros afazeres, impedimentos e limitações (incluindo de acesso à Net)...

Logo no dia 8, 6ª feira, ao partir para o Norte, ao fim da tarde, eu dei  conta, de imediato,  de que, face ao acontecido, tinha sido pior a emenda que o soneto… (Refiro-me a à retirada da foto da polémica placa e  dos 3 comentários a ela referentes)... Na realidade, tomei consciência de que tinha usado e abusado da minha prerrogativa como fundador, administrador e editor... E não adianta desfazer-me em mil e uma desculpas e conversas... Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-la...

 É verdade que a pressa (e o stress que a pressa origina) é muitas vezes inimiga da razão e do bom senso... Ou ainda: no melhor pano cai a nódoa... (Fazendo um trocadilho para explicar o título deste poste: na melhor nódoa, cai o pano... Isto quer dizer que a nódoa e o pano estão intrinsecamente ligados, formam um sistema, que não podemos dissociá-los, que em última análise não existe o pano sem a nódoa nem a nódoa é perceptível sem o pano...).


Confesso que saí de Lisboa, 6ª feira à tarde,  com um enorme desconforto psicológico, sabendo que  o meu comportamento iria ser objecto de justíssimas críticas e, mais, que rapidamente corria o risco de ser julgado em praça pública... Com limitações (técnicas) no acesso à Internet, ainda consegui mandar, na madrugada do dia 9, sábado, a seguinte mensagem ao Carlos:


Carlos:  Aqui tens a foto do Camilo [, a foto da placa de Guileje]... Se entenderes dever ser reposta, com os comentários do JMA e do Torcato, além do teu, estás à vontade...  Não sei que explicação dar.... Temos que encontrar uma solução airosa... A simples reposição, discreta, era o mais víável ... Não quero alimentar polémicas, em público... nem muito menos discutir questões que são nossas, internas...

Hoje é dia de festa, de anos, para alguns camaradas nossos, incluindo o meu especial camarigo Joaquim Peixoto [, que fazia anos, a par do Estorninho nesse dia, e a quem aproveito, dois dias depois,  para dar a ambos os meus sinceros parabéns,]  e eu também a tenho a casa cheia, 120 pessoas. 



No quero magoar ninguém nem ser magoado... O blogue serve para nos unir e não para nos desunir... Só cheguei [, a Candoz,] à uma e meia da noite, não deu para fazer nada... E hoje, como deves imaginar, não tenho condições para isso... Saberás encontrar uma solução inteligente, em que ninguém perca a face, a começar pelo autor da foto e os editores...Além disso, estou limitado pela Net. Um abraço de amizade e camaradagem. Luís " (...).


Telefonei ainda, nessa manhã de sábado,  para o telemóvel do Carlos, e tomei a decisão de, hoje, 2ª segunda, após o meu regresso a Lisboa, dar a explicação devida (mas quiçá tardia...) a todos os leitores e sobretudo aos amigos e camaradas da Guiné que fazem parte, formalmente, da Tabanca Grande, e que são a razão de ser, ao fim e ao cabo, deste blogue e do grande investimento, em inteligência e em afecto,  que todos temos feito nele ao longo de mais de sete anos de existência...


O que aconteceu aconteceu, e foi lamentável. Não tenho qualquer pejo em reconhecer o meu erro, e dar a mão à palmatória (***), como já aqui aconteceu várias vezes ao longo destes anos. A foto em causa foi resposta bem como os comentários com ela relacionados, da autoria dos nossos camarigos Carlos Vinhal, Joaquim Mexia Alves e Torcato Mendonça (*). A eles, antes de mais, devo uma palavra de reparação, pelas emoções negativas que este caso lhes poderá ter causado. A mim causou-me, e quase que me ia estragando o fim de semana (Felizmente, que aqueles outros que eu amo, não têm a culpa do que aqui se passa,  as nossas naturais divergências e às vezes até picardias, que se é certo dão pica à vida, ou como dizem os ingleses, são o "spice of life", também podem às vezes ser "distressantes"...). 


O mesmo em relação ao nosso "fotógrafo", o Camilo, cuja idoneidade, sinceridade,  boa fé e grandeza (de corpo e alma) não poderão ser postas em causa, pelo que eu gostaria que ele fosse poupado em qualquer futuros comentários sobre o eventual "pomo da discórdia" (a dita foto da dita placa, que eu também estou a ver pela primeira vez)...


Amigos e camaradas (que espero poder continuar a estimar e sobretudo a merecer): Os conflitos têm sempre um lado positivo, o de ajudar a prevenir conflitos mais graves. Naturalmente,  têm custos emocionais... A sua resolução implica dispêndio de tempo e de energia, dois preciosos recursos que são  roubados a outras tarefas. Mais importante ainda, nada fica como dantes, contrariamente ao ditado popular, "Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes"... Sete anos depois da criação, acidental, deste blogue, temos que ter mais cuidado quando falamos em nome dele, isto é, em nome do blogue onde não se fala nem se quer falar a uma só voz... No entanto, o que se passou neste fim de semana foi uma lição de vitalidade e liberdade. O nosso blogue está vivo e recomenda-se... A notícia da sua morte só pode ter sido um exagero... LG
______________


Notas de L.G.:


(*) Vd. poste de 7 de Julho de 2011 >Guiné 63/74 - P8524: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (30): António Camilo, na véspera da sua 15ª viagem de regresso àquela terra verde e vermelha, foi objecto de artigo do semanário Visão (3 de Fevereiro de 2011)

   
(**) Alguns postes desta série:

31 de Março de 2011 >
Guiné 63/74 - P8021: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (19): Quem ajuda a reconstruir a Casa do Comandante (Pepito)


9 de Março de 2011 >Guiné 63/74 - P7914: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (18): Mais achados 'arqueológicos' (Pepito)

25 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7670: Núcleo Museológico Memória de Guileje (17): recuperação e reconstrução da antiga messe de oficiais

 19 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6020: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (16): Um dia de ronco, um lugar de (re)encontros, uma janela de oportunidades (Parte I)

5 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5770: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (15): Um visita virtual (Parte II)

 5 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5769: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (14): Um visita virtual (Parte I)

4 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5761: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (13): intervenção da Presidente da AD, Isabel Miranda, no dia 20 de Janeiro de 2010


(...) "O Museu 'Memória de Guiledje' é, antes de tudo, uma homenagem à geração de Cabral, a todos os que com o seu exemplo escreveram uma das mais belas páginas da nossa História. Mas é também um lugar de confluência de rios anteriormente desencontrados que hoje procuram um caminho comum.

"Encontro com os militares portugueses, aqueles que, embora em campo oposto, aprendemos a respeitar pela sua coragem e capacidade militar numa luta de longa duração e que, afinal, partilham os mesmos sentimentos de amor pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, pela sua humildade, dignidade, valentia e determinação, os quais sempre souberam distinguir o povo português do regime colonial que a ambos oprimia .

"Hoje, em liberdade, reencontramo-nos com emoção, com vontade de juntar memórias, recordações, encontros e desencontros, voltar a caminhar juntos num caminho de respeito e progresso.

"Saudamos a presença da Srª Julia Neto, esposa do capitão José Neto que tanto amou este canto e que tanto contribuiu para que o Museu 'Memória de Guiledje' fosse um êxito. Poucos dias antes de falecer, deixou-nos o seu desejo mais profundo: 'hei-de voltar a Guiledje', disse. A sua esposa, Srª Julia Neto, está hoje entre nós para realizar esta sua última vontade. Através dela saudamos todos os militares portugueses das 12 companhias que passaram por Guiledje e que quiseram deixar um pouco das suas recordações (aerogramas, fotografias, filmes, contos e narrativas). (...).


4 de Fevereiro de 2010 >  de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5760: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (12): Cerimónia da inauguração, a 20 de Janeiro de 2010, e visita, a 29, de uma delegação cubana (Pepito)

30 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5731: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (11): Inauguração da mesquita, almadjadja, com a presença do filho do Cherno Rachide e da Júlia Neto (Pepito)

(***) Último poste da série > 3 de Junho de 2011 >Guiné 63/74 - P8370: Dando a mão à palmatória (27): Silvino Manuel da Luz: troca de fotografias (Nelson Herbert / Beja Santos)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8524: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (30): António Camilo, na véspera da sua 15ª viagem de regresso àquela terra verde e vermelha, foi objecto de artigo do semanário Visão (3 de Fevereiro de 2011)










 Infogravura e texto (excertos), a partir de artigo da jornalista Rita Montez, "O Bom Gigante", Visão, 3 de Fevereiro de 2011, pp. 84-86  (Reproduzidos com a devida vénia, a partir de imagens digitalizadas pelo nosso camarada e amigo, membro da nossa Tabanca Grande,  António Camilo, ex-Fur Fur Mil da CCAÇ 1565, Bissau, Jumbembém, Canjambari, Bissau, 1966/68)



















Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Nucleo Museológico Memória de Guiledje >  2010 >  Imagens da viagem (ou duma das das viagens...) de 2010, em que o António Camilo e o seu amigo, Luís Branquinho Crespo levaram até Guileje a imagem de Nossa Senhora de Fátima que faltava na Capela, hoje integrada no Núcleo Museológico Memória de Guiledje, inaugurado entretanto em 20 de Janeiro de 2010... e que teve, desde o início do projecto (2006) o apoio do nosso Blogue, como de resto é publicamente reconhecido pelos promotores (guineenses) da iniciativa, a ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

O Camilo aparece, à esquerda do Pepito, director executivo da AD, na primeira foto, junto ao seu jipe. Noutra foto, aparece o Pepito com o Luís Crespo. O Camilo mandou-me recentemente um CD-ROM com centenas de fotos da sua última viagem humanitária, de 2011, para além de cópia do artigo da Visão, a de 2011, mais estas fotos, de Guileje,  por mail (e de se publica hoje mais uma selecção(.  Oportunamente, publicaremos uma selecção das melhores fotos, de 2011,  do álbum do nosso "bom gigante", que aos 66 anos está longe de querrer as botas... Ainda recentemente passou também pelo programa da RTP1, "Só Visto" (talk-show de Nicolau Breyner), se não me engano... (LG)


Fotos: © António Camilo (2010). Todos os direitos reservados

________________

Nota do editor:
 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Guiné 63/74 - P8021: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (19): Quem ajuda a reconstruir a Casa do Comandante (Pepito)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Casa do Comandante

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Casa do Comandante


1. Mensagem do nosso amigo Pepito, com data de 22 de Março de 2011:

Amigo Luís
Mais uma vez venho pedir ajuda ao pessoal de Guiledje.

Estamos na fase terminal das obras de reconstrução do antigo Posto de Comando (dentro de 3 meses).
Logo a seguir propomo-nos reconstruir aquilo que julgamos ser a casa do Comandante do quartel e que um dia foi do Capitão Neto.
Não sabemos como é que ela estava dividida internamente e quantas portas e janelas tinha.
Algum dos nossos amigos de Guiledje pode fazer o croquis?

Tencionamos fazer desta infraestrutura uma Casa de Ambiente e Cultura, onde se poderão encontrar peças de artesanato das etnias da zona, instrumentos de música tradicionais e também fotos e amostras de animais selvagens desta zona.

Penso que o Coronel Coutinho e Lima poderá dar-nos uma grande ajuda (eu perdi a morada de email dele).

abraços amigos
pepito
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7914: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (18): Mais achados 'arqueológicos' (Pepito)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7914: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (18): Mais achados 'arqueológicos' (Pepito)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 1




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 2




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 3




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 4




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 5




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 6




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 7




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 8




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 9




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 10








Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Foto 11




Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento  (2011). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do nosso amigo Pepito, com data de 7 do corrente

Assunto: Novidades de Guiledje

Olá, Amigo:
A “arqueologia” em Guiledje continua. Mando-te fotos com as últimas descobertas:

(i) Fotos 1-2-3: removeu-se toda a terra que existia entre a Messe dos Oficiais e a casa do Capitão Neto. Agora nota-se perfeitamente o conjunto que existia.

(ii) Foto 4: descobriu-se um “armazém” subterrado onde estava grande número de garrafas de cerveja que, ao longo destes anos todos, sofreram a oxidação das tampas e ….. perderam o conteúdo. Eram fabricadas pela CUFP (Companhia União Fabril Portuense). Algumas ainda conservam o rótulo.

(iii) Foto 5: parte de uma placa em que julgamos ter estado escrito “COP 5”. Não sabemos onde estava, antigamente, localizada esta placa. Alguém sabe?

(iv) Foto 6: sandália de plástico que já não se fabrica. Os fulas chamavam-lhe “pontada de burro”, querendo com isso dizer que a separação entre as tiras de plástico são tão grandes como as pontas (início e fim das costas) de um burro   

(v) Foto 7: tapete metálico

(vi) Foto 8: chaleira de água

(vii) Foto 9: cama metálica (embora haja quem duvidasse da sua existência em Guiledje…)

(viii) Foto 10: prato metálico com algumas balas

(ix) Foto 11: estado de avanço das obras de recuperação da antiga Messe dos Oficiais e que irá servir de alojamento do técnico Domingos Fonseca e local de trabalho da AD para toda a zona transfronteiriça.

Como vez, a pouco e pouco vamos pondo no lugar o puzzle da Memória de Guiledje.
Abraços
pepito


_____________


Nota de L. G.:


Último poste da série >  25 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7670: Núcleo Museológico Memória de Guileje (17): recuperação e reconstrução da antiga messe de oficiais (Pepito)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7670: Núcleo Museológico Memória de Guileje (17): recuperação e reconstrução da antiga messe de oficiais (Pepito)

1. Mensagem e fotos do Eng Agr Carlos Schwarz, Pepito para os amigos, fundador e director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento, enviada em 24 de Janeiro de 2011.
Guiledje - Novas recuperações – Fotos
Olá Luís,
Especialmente destinado ao pessoal de Guiledje, seguem os últimos acontecimentos.
Iniciámos a recuperação-reconstrução da antiga messe dos oficiais, que vai ser no futuro a sede da AD no Parque Transfronteiriço de Cantanhez.
Sob a orientação do nosso arqueólogo Domingos Fonseca, começaram as escavações que vieram mostrar o excelente estado de conservação do que estava subterrado.
De notar a inscrição de "Os Gringos" no degrau de acesso à casa.

abraços
pepito

Texto e Fotos: © Pepito (2011). Todos os direitos reservados.____________

sexta-feira, 19 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6020: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (16): Um dia de ronco, um lugar de (re)encontros, uma janela de oportunidades (Parte I)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Chegada do Presidente da República, Malam Sanhá Bacai, com a esposa  (à sua esquerda) e o primeiro ministro, Carlos Gomes Júnior, atrás (à sua direita)... Embora esteja de perfil,  reconhecemos, de imediato,  de lado direito, cumprimentando o Presidente, o nosso amigo Domingos Fonseca, quadro técnico da AD, responsável do Núcleo Museológico  (*) e membro da Tabanca Grande.




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje  (**) > O Primeiro Ministro, Carlos Gomes Júnior, Cadoco, entre a multidão.



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Intervenção do Primeiro Ministro. Carlos Gomes Júnior (Cadogo, como é conhecido na sua terra) acaba de realizar uma visita oficial a Portugal, de quatro dias, que inclui uma deslocação, ontem,  ao Porto onde  o PM se encontrou com crianças guineenses, internadas no serviço de pediatria do hospital de São João.

Em entrevista à Rádio Renascença, o chefe do Governo guineense analisou "alguns aspectos da vida do país, como a investigação em curso na justiça à morte do Presidente Nino Vieira e do ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas Tagme Na Waie. 'Há uma comissão de inquérito que está a seguir o processo e temos a garantia das Nações Unidas que vamos ter uma investigação isenta e transparente', disse"... Nas suas preocupações, também está "o combate ao narcotráfico no país".

O PM guineense, de visita a Portugal,  também tem, como objectivo,  "desenvolver várias parcerias, sobretudo na área económica"...

Os nossos camaradas da Tabanca de Matosinhos ainda se organizaram para poder enviar uma delegação ao jantar que foi organizado, ontem, no Porto... Por razões logísticas, acabaram por não poder comparecer. Em contrapartida, tencionavam estar presentes na recepção à Comunidade Guineense que vive no Norte.

Em Maio próximo, o ministro português dos Negócios Estrangeiros irá visitar a Guiné-Bissau,  acompanhado de delegação de empresários portugueses. Tem-se em vista  dar continuidade aos contactos que estão ser feito esta semana no âmbito desta visita do PM guineense que chegou a ser considerado o delfim de 'Nino' Vieira até ao conflito de 1998. 

Carlos Gomes Júnior nasceu em Bolama em 1949. Antes de entrar na política, e chegar a dirigente máximo do PAIGC,  foi um empresário e gestor de sucesso.  Não participou na luta armada como combatente. Gosta de futebol, do Benfica e de Portugal, onde estudou. Conheci, há dois anos, o seu velho pai, Carlos Domingos Gomes, Cadogo Velho, cuja história de vida está para publicar no nosso blogue (tenho nas minhas mãos um texto policopiado que ele me deu em Bissau, por ocasião do Seminário Internacional de Guiledje, 1-7 de Março de 2008).
 
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Intervenção do Embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Franco Nulli.
 
 



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Isabel Miranda, a poresidente da AD - Acção para o Desenvolvimento, promotora da iniciativa.  Um pequeno excerto do seu discurso, já aqui transcrito, em poste anterior (***):

" (...) O Museu 'Memória de Guiledje' é, antes de tudo, uma homenagem à geração de Cabral, a todos os que com o seu exemplo escreveram uma das mais belas páginas da nossa História. Mas é também um lugar de confluência de rios anteriormente desencontrados que hoje procuram um caminho comum.

"Encontro com os militares portugueses, aqueles que, embora em campo oposto, aprendemos a respeitar pela sua coragem e capacidade militar numa luta de longa duração e que, afinal, partilham os mesmos sentimentos de amor pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, pela sua humildade, dignidade, valentia e determinação, os quais sempre souberam distinguir o povo português do regime colonial que a ambos oprimia" (...)



 
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Em primeiro plano, à direita, o régulo de Guiledje, Umaru Djaló; a seu lado, o Dr. Alfredo Caldeira, da Fundação Mário Soares, que deu apoio técnico ao projecto museológico.




Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Dois oficiais portugueses  que , presumo,  integram integram a Missão da União Europeia para Reforma do Sector de Defesa e Segurança da Guiné-Bissau.
 

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > A nossa representante na cerimónia, Júlia Neto, viúva do nosso camarada José Neto (1929-2007), em conversa com a combatente do PAIGC Francisca Pereira, sob o olhar do nosso amigo Pepito.

 
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > Aspecto da Tribuna de honra... O embaixador portuguê, António Ricoca Freire,  é o 5º  a contar da esquerda, estando ao lado do embaixador da UE.

 

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Inauguração do Núcleo Museológico de Guiledje > A população local, em dia de ronco... Estima-se em 4 mil o número de pessoas que se deslocaram a Guileje, vindas de muitos lados, para assistirem a esta cerimónia.


Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Direitos reservados (Lgendas: Pepito e Luís Graça)

____________

Notas de L.G.:

(*) Vd. último poste da série >   5 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5770: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (15): Um visita virtual (Parte II)
 

(...) "O Museu 'Memória de Guiledje' é, antes de tudo, uma homenagem à geração de Cabral, a todos os que com o seu exemplo escreveram uma das mais belas páginas da nossa História. Mas é também um lugar de confluência de rios anteriormente desencontrados que hoje procuram um caminho comum.

"Encontro com os militares portugueses, aqueles que, embora em campo oposto, aprendemos a respeitar pela sua coragem e capacidade militar numa luta de longa duração e que, afinal, partilham os mesmos sentimentos de amor pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, pela sua humildade, dignidade, valentia e determinação, os quais sempre souberam distinguir o povo português do regime colonial que a ambos oprimia .

"Hoje, em liberdade, reencontramo-nos com emoção, com vontade de juntar memórias, recordações, encontros e desencontros, voltar a caminhar juntos num caminho de respeito e progresso.

"Saudamos a presença da Srª Julia Neto, esposa do capitão José Neto que tanto amou este canto e que tanto contribuiu para que o Museu 'Memória de Guiledje'  fosse um êxito. Poucos dias antes de falecer, deixou-nos o seu desejo mais profundo: 'hei-de voltar a Guiledje', disse. A sua esposa, Srª Julia Neto, está hoje entre nós para realizar esta sua última vontade. Através dela saudamos todos os militares portugueses das 12 companhias que passaram por Guiledje e que quiseram deixar um pouco das suas recordações (aerogramas, fotografias, filmes, contos e narrativas).

"Saudamos por fim os nossos irmãos internacionalistas cubanos que verteram o seu sangue e suor nesta Pátria de Combatentes valorosos e, na pessoa dos hoje aqui presentes, saudamos todo um povo que prossegue a sua gesta de solidariedade para com a GB nos domínios da saúde, educação e desenvolvimento do nosso país". (...)