quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7845: Álbum fotográfico de Vasco da Gama (ex-Cap Mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74) (2): Aldeia Formosa, 1973; Cumbijã, 1974


Guiné > Região de Tombali > Cumbijã > Janeiro de 1974  > Foto 12> Da esquerda, Califa, o homem mais velho de Aldeia Formosa com 83 anos de idade, Aliú, chefe da antiga Tabanca do Cumbijã, eu, Sekúna (filho do Cherno Rachide, há pouco falecido, e seu herdeiro no "posto") e o Cherno da República do Senegal ( irmão do falecido Cherno Rachide).


Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > Janeiro de 1973 > Foto 9 >  Com alguns homens grandes de Aldeia. O que tem a "seta" na mão é o Califa, o homem mais velho de Aldeia Formosa e antigo chefe religioso. [Em Janeiro de 1973, o Cherno Rachide ainda era vivo, tendo presidido, em Aldeia Formosa,  à "festa do carneiro" ]. 




Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > Janeiro de 1973 > Foto 13 > A população,  na sua maioria constituída por "homens grandes",  segue a leitura do alcorão pelo Cherno Rachide. Os fatos que envergam não os usam habitualmente mas só em dias festivos como o "Ramadão" ou "Festa do Carneiro", que significa para eles o início de um Novo Ano. 



Fotos (e legendas): © Vasco da Gama (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


Mais três fotos do álbum do Vasco da Gama (ex-Cap Mil, CCAV  8351, Cumbijã, 1972/74), disponibilizadas ao Pepito e, através deste,  ao seu amigo Califa Aliu Djaló, filho do falecido Cherno Rachide) (*). 


Recorde-se, aqui, entretanto, as andanças da CCAV 8351 (1972/74) por terras da Guiné, e em especial na Região de Tombali:






(i) Cumeré,  entre 27 de Outubro e 15 de Novembro de 1972;  


(ii) Aldeia Formosa,  desde Novembro de 1972 até inícios de 73; 


(iii) a partir daqui, "dormíamos no mato na zona de Colibuía (desértica) quatro vezes por semana"; 


(iv) "ocupámos o Cumbijã em Março de 1973 e ficámos lá até finais de Junho de 1974";


(v)  O Vasco e os seus homens ainda estiveram em NHACOBÁ: "depois de ter assaltado este local em 17 de Maio de 1973, estivemos lá, dia sim dia não, recebendo ordens para aí nos  fixarmos em definitivo a 23 de Maio, e tendo abandonado esse local  às 22h00 do dia 24 de Maio após ordens superiores"); 


(vi) finalmente em Bissau,  em Julho e Agosto de 1974.
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7844: Blogoterapia (178): Regresso ao passado (Felismina Costa)

1. Mensagem da nossa amiga tertuliana Felismina Costa* com data de 21 de Fevereiro de 2011:

Boa-tarde Amigo e Editor Carlos Vinhal
Antes que o Inverno acabe e o texto deixe de fazer sentido, envio esta dissertação sobre o meu passado.
É o recordar de um tempo que sempre valorizo, pelo que me foi oferecido, pelo conhecimento adquirido, pelo crescimento acompanhado e pelas lições de vida recebidas.

Carlos, se achar que vale a pena, publique.
Obrigada.





Regresso ao Passado

É a noite fria e ventosa que me leva, (qual máquina do tempo), ao princípio da vida.
À adolescência.
A um passado que ficou meio século para trás, vivido no meu Alentejo, sempre presente nas minhas recordações.

Enquanto aqui em casa, o vento faz bater as persianas das janelas, lá, uivava no alto da chaminé do Monte, passando apressado por entre as frestas da mesma, assobiando uma assustadora melodia, a que me habituei e que hoje, gosto de ouvir.
Cinquenta anos depois, as recordações são tão presentes na minha memória, como se tudo, tivesse acontecido… ontem.

A casa grande, de divisões de cerca de vinte metros quadrados cada, tinha um amplo corredor que as dividia: um arco a meio, ajudava a quebrar a amplidão.
Caiado de branco, à boa maneira alentejana, tinha, pendurados nas paredes, pequenos vasos de plantas pendentes, que quase roçavam o chão e embelezavam naturalmente o espaço pouco mobilado.

Abrigava as nossas vidas, modesta… mas gostosamente.

A lareira, no Inverno, acesa permanentemente, era o lugar de maior conforto.

Era o espaço social por excelência, para os de casa e para quem chegava.
Frente à lareira, um poial suportava as bilhas de água fresca que trazíamos do poço e por detrás destas, encostados à parede, perfilavam-se os alguidares de barro onde se amassava o pão e se temperavam as carnes do porco. Por baixo do poial e em nichos concebidos para o efeito, guardavam-se as panelas de barro de vários tamanhos, onde se cozinhavam os grãos, o feijão e o famoso cozido que me faz crescer água na boca. Decorando o poial, cortinas de chita coloridas embelezavam a grande e acolhedora cozinha, em cuja lareira cabíamos todos e jantávamos nas noites de Inverno.

A panela de ferro, encostada às brasas, sempre cheia de água, funcionava como esquentador, e pela manhã e ao longo do dia, a cafeteira de barro fervia o café que acompanhava, muitas vezes, as fatias de ovos ao pequeno-almoço ou as migas fumegantes em que o pai era especialista.

Sempre acordei bem disposta, fosse qual fosse a época do ano, e depois, o beijo matinal e o sorriso constante de meus pais, criavam e desenvolviam o ambiente propício para a minha alegria de viver.

O trabalho era um prazer.

Durante o Inverno, muitos dias não se podia sair de casa porque a chuva não deixava, mas em casa havia sempre que fazer. O pronto-a-vestir, praticamente inexistente, fazia com que as mulheres tivessem a seu cargo a confecção das roupas da sua prol, o que absorvia imensas horas da sua vida, e assim, o tempo das chuvas, era tempo de costurar, de fazer croché, de fazer tricô, de bordar, enfim, mil afazeres que ocupavam a mulher permanentemente.

Aos serões… crescia-se.

As histórias verdadeiras, eram-nos apresentadas na descrição dos nossos pais, que ao serão recordavam igualmente o seu passado, a sua origem, as suas saudades, no sossego daquele lugar, que só uma guerra em África preocupava já a tranquilidade de todos os lares, quer dos que lá tinham família, como daqueles que estavam ainda a criar os filhos e já sofriam por antecipação a sua ida para lá, uma vez que não se vislumbrava o fim do conflito.

Menina e primogénita, eu era a confidente, a que tinha o maior contacto com a realidade, por ser capaz de compreender melhor, e assim me tornei, grande companheira e amiga da nossa saudosa mãe, cujas dificuldades económicas faziam dela uma mulher dos sete ofícios.

Ninguém como ela engomava e lavava a nossa roupa.
Ninguém como ela fazia do velho novo, dando graça e beleza a cada peça.
Ninguém como ela educava contando-nos poesias moralistas.
Ninguém como ela amava a natureza, que ela própria ajudava a tornar bela e produtiva.
Ninguém como ela alindava a nossa casa.
Ninguém como ela sabia receber e valorizar o ser humano.
Ninguém como ela para nos amar e ensinar a amar o próximo.
Ninguém como ela para valorizar o conhecimento, a formação… os valores.

Jovem ainda, (que jovem era) quarenta anos, tinha à data a nossa mãe, mas sempre que recordo as suas palavras, vejo nelas a experiência de uma pessoa idónea.
Rapidamente a vida nos dá conhecimento, porque tão breve passa.
O que ficou para contar de uma vida breve, é tanto e tão prazeroso, que volto lá com o maior prazer e frequência.

Em dias de Inverno, vejo a sua preocupação em relação ao nosso bem-estar, proporcionando o conforto possível, numa terra, que tanto gelava no Inverno, como abrasava no Verão, mas… nada pesou mais que o seu carinho e toda a sua capacidade de ultrapassar dificuldades… rindo-se delas.

Nesta noite fria de Inverno, fui capaz de voltar atrás cinquenta anos e partilhar convosco o tempo da minha adolescência, tão grato que me perco a recordar.

Obrigada.

Felismina Costa
Agualva, 17 de Fevereiro de 2011
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7781: Blogpoesia (113): Mulher, minha irmã (Felismina Costa)

Vd. último poste da série de 20 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7824: Blogoterapia (177): A minha gratidão, com um abraço do tamanho do mundo, a todos os que se preocuparam com o meu estado de saúde (Rui Ferreira)

Guiné 63/74 - P7843: Estórias avulsas (49): Passeio turístico a um acampamento do PAIGC em Satecuta em 1971 (Jorge Silva, ex-Fur Mil Art, CART 2716 / BENG 447, Xitole e Bissau, 1971/73)


1. O nosso Camarada Jorge Silva (ex- Fur Mil At Art da CART 2716, Xitole 1971/72, e BENG 447, Bissau 1972/73) (*), enviou-nos em 21 de Fevereiro de 2011 a seguinte mensagem:

Luís Graça, anexo um relato de uma operação a Satecuta - 1971 - CART 2716, bem como uma foto minha da época. Se tiver interesse para publicação, pode utilizar.

1971 - Passeio turístico a um acampamento do PAIGC em Satecuta...

Incluído na CART 2716 (Guiné - Xitole), em 11 de Julho de 1971, integrei a operação Quadrilha Sagaz a Satecuta, onde, depois de termos os dois guias feridos num primeiro confronto, fomos forçados a retirar, sofrendo mais duas emboscadas.
Ao chegarmos às imediações de Satecuta, fizemos uma paragem para aguardar pelo nascer do sol, de forma a podermos desencadear o ataque com a luz do dia. No entanto, uma patrulha de dois elementos do PAIGC aproximou-se da nossa posição.
A escassos cinquenta metros do ponto onde nos encontrávamos, e sob a mira de dezenas de G3, os dois patrulheiros fizeram-nos crer que não nos tinham localizado e, com um sangue frio impressionante, estiveram alguns momentos no local, como se executassem meras rotinas de patrulhamento.
De súbito, os dois guerrilheiros desapareceram no arvoredo, ao mesmo tempo que dispararam na nossa direcção rajadas de costureirinha que, no acampamento do PAICG, soaram como uma estridente sirene de alarme.
A ordem sensata do Cap Mil Espinha de Almeida para que ninguém disparasse, não tinha servido de nada, pois, pelos vistos, a nossa presença já estava há muito denunciada.
Se tivessemos connosco uma bolinha de cristal que nos ajudasse a antever o futuro, aqueles dois ousados guerrilheiros tinham ficado ali mesmo, com os corpos cravejados de balas, pois, entre serem eles ou nós a dar o alerta, teríamos preferido, seguramente, que o som de alarme se assemelhasse ao das rajadas da G3.
Mas, vistas as coisas com os olhos de hoje, ainda bem que assim foi, pois, no mínimo, pouparam-se duas vidas que são bem mais preciosas do que os troféus que naquela altura pudéssemos exibir.
Depois de ficarmos a saber o que nos esperava, não havia outro remédio senão avançarmos rumo a Satecuta, que estava ali tão próxima. Foi o que fizemos, mas como se esperava a marcha foi curta, pois o PAIGC interrompeu-a com uma primeira emboscada, conseguindo a proeza de nos ferir os dois guias guineenses, que tiveram de ser evacuados de helicóptero.
Durante essa primeira emboscada, afigurou-se-nos que vinham rajadas do cimo de uma árvore. O Fur Mil Rei, que adorava dilagramas (granadas disparadas com a G3), disparou um para a copa da árvore suspeita, tendo provocado uma nuvem de folhas. E a sensação de que daí provinham rajadas desapareceu de imediato, embora nunca soubéssemos se alguém do PAIGC foi atingido.
Sem guias ficámos sem rumo. E a solução óbvia foi retirar. Sentimos naturais dificuldades para encontrar o caminho de regresso, pois para quem nasceu e cresceu no meio de vilas e cidades, com ruas e avenidas para poder circular, os pontos de referência no meio do mato são extraordinariamente difíceis de distinguir. No meio do arvoredo, com as tensões ao rubro, ao citadino tudo parece igual!
Sem conhecermos o rumo certo, tivemos a sensação de que tínhamos caminhado em círculos, sem conseguirmos avançar. E, entretanto, para aumentar a sensação de desorientação, sofremos mais duas emboscadas, que, para além do susto e das tensões produzidas, felizmente não tiveram mais consequências. Debaixo de fogo os ponteiros do relógio parecem parar enquanto a adrenalina acelera, o que provoca a sensação amarga de que o ataque dura uma eternidade!
Para identificarmos a direcção correcta do regresso valeu-nos a preciosa ajuda de um helicóptero que, com alguns voos bem direccionados, nos assinalou o sentido contrário ao que seguíamos como sendo o caminho para a Ponte dos Fulas, por onde tínhamos necessariamente de passar para voltarmos, sãos e salvos, ao quartel do Xitole.
Finalmente lá conseguimos chegar incólumes ao Xitole, onde o balão das tensões acumuladas se esvaziou num ápice com a ajuda de umas bazucas (cervejas de meio litro) e a recepção solidária e calorosa que só quem esteve em idênticas circunstâncias tem condições para valorizar.
Como os turistas que fizeram parte dessa excursão se esqueceram de levar máquinas fotográficas ou máquinas de filmar, lamento não ter imagens para documentar o relato. (**)

Um abraço,
Jorge Silva
Fur Mil At Art da CART 2716/BART 2917 e BENG 447
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Nota de M.R.:

(*) Vd. poste de > 23 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6890: Tabanca Grande (237): Jorge Silva, ex-Fur Mil At Art, CART 2716 (Xitole, 1971/72), e BENG 447 (Bissau, 1972/73)

(...) Chamo-me Jorge Silva, ex- Furriel Miliciano, atirador de artilharia. Mobilizado em rendição individual, estive na Guiné entre 01/05/71 e 24/04/73.

De 1971 a 1972 estive no Xitole (CART 2716), juntamente com o David Guimarães, entre muitos outros. Como a CART 2716 regressou em Março de 1972, ingressei (milagrosamente) no Batalhão de Engenharia de Bissau (BENG 447). Depois de aceder ao seu blogue (e a outros que se lhe ligam) resolvi puxar pela memória e escrever algo, à medida que vai saindo.
Em breve terei fotos (minhas) e da época para partilhar. Como não sabia como fazer para utilizar o seu blogue (se tal é possível), resolvi criar um, Amigos do Xitole (http://cart2716.blogspot.com/) onde já publiquei 2 temas. (...)

(**) Vd. o último poste desta série em:

20 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7823: Estórias avulsas (103): Pedaços da vida dum bígamo... (Belmiro Tavares)

Guiné 63/74 - P7842: Memória dos lugares (142): Bissau, Santa Luzia, Clube de Oficiais, Outubro de 1973 (António Graça de Abreu, ex-Alf Mil, CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)

Guiné > Bissau > Outubro de 1973 > Foto 7 > Bissau vista do ar


Guiné > Bissau > Outubro de 1973 > Foto 16 > - Avenida Principal: Comparar o estado da avenida em Outubro de 1973 com o estado actual [...Av da República, Hoje, Av Amílcar Cabral,  ao fundo, o Palácio do Governador, e a Praça do Império;   a meio,  à direita, a Catedral de Bissau, e à esquerda, a Casa Gouveia; originalmente, a imagem estava invertida por erro de digitalização, conforme o próprio António Graça de Abreu nos alertou: de facto, a Av da República vinha da Praça do Império ao Cais do Pidjiguiti,  tendo no final a estátua de Nuno Tristão; no sentido ascendente, ou seja,  do Pidjiguiti para a Praça do Império, tinha à esquerda a Casa Gouveia e mais à frente, à direita, a Catedral; o erro foi corrigido pelo nosso co-editor CV ].



Guiné > Bissau > Outubro de 1973 > Foto 21 >  Cais de Pidjiguiti



Guiné > Bissau > Outubro de 1973 > Foto 22 > [O António Graça de Abreu, no regresso de férias na Metrópole,  na ] piscina do Clube de Oficiais, Santa Luzia [,  enquanto aguardava transporte para o CAOP1,em Cufar].


Fotos (e legendas):  © António Graça de Abreu (2011). Direitos reservados


1. Mensagem do António Graça de Abreu, com data de 6 do corrente:


Publiquem, se acharem oportuno.Deve ser a minha última intervenção por uns tempos no blogue. Sexta, 11 de Fevereiro vou para Xangai e só regresso a 22 de Março. Na China tudo quanto é blogue é cortado.


As excelentes fotos do António Teixeira recordaram-me o Clube de Oficiais, em Santa Luzia, Bissau. Envio foto comprovativa da estada (era um rapazinho tão elegante e bonito!, éramos todos!...) e texto do meu Diário, em Outubro de 1973, acabadinho de chegar de 35 dias de férias em Portugal.


Abraço,


António Graça de Abreu


2. Excerto do Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura (Lisboa: Guerra e Paz, Editores, SA, 2007), p. 150:


Bissau, 26 de Outubro de 1973


O regresso normal a Bissau, a viagem igualzinha às outras duas. E, tal como da última vez, tive de utilizar os serviços de barbearia do Clube de Oficiais para cortar o cabelo e me apresentar no Quartel-General com o digno aspecto de um oficial do exército.



São dez da manhã, escrevo à sombrinha junto da piscina do Clube de Oficiais que acabou de ser lavada e ainda está a encher. Durante a noite, mergulharam de cabeça para a piscina uns cinquenta sapos, anafados e feios, tiveram de os tirar lá e de lavar e desinfectar a piscina. Só quando estiver de novo cheia autorizam o mergulho de cabeça, ou de pés, a oficiais do exército.


De Lisboa, trouxe um pequeno gravador de cassetes que me faz boa companhia. O José Mário Branco canta, só para mim, o “Casa comigo, Marta”.


Vou permanecer em Bissau mais uns dias, aqui vive-se melhor do que em Cufar. Hoje voaram Nordatlas e hélis lá para baixo, mas eu fiz de conta que não sabia. Em vez de ser eu a tratar de obter transporte, espero que sejam os tipos das repartições a marcar-me a viagem. Fico mais folgado nesta cidade pacífica, fico sobretudo mais seguro.


Por aqui é vida de Clube de Oficiais, piscina (sem sapos!), almoçar, jantar, dormir, ouvir as histórias da guerra, as aldrabices, os boatos. E comprovar como está baixa a moral de toda a tropa.

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Nota de L.G.:

Último poste da série > 21 de Fevereiro de 2011 >Guiné 63/74 - P7831: Memória dos lugares (141): Bedanda vista por António Teixeira, ex-Alf Mil da CCAÇ 6 (1971/73) (3)

Guiné 63/74 - P7841: Convívios (292): Almoço de confraternização do pessoal da CCAÇ 2464, dia 30 de Abril de 2011 em Fátima (António Nobre)

1. Mensagem de António Nobre* (ex-Fur Mil, CCAÇ 2464/BCAÇ 2861, Buba, Nhala e Binar, 1969/70), com data de 21 de Fevereiro de 2011:

Meu caro Carlos
Se porventura vislumbrares algum interesse na publicitação no nosso Blog, estou a remeter-te informação de mais um Almoço de Confraternização da minha Companhia, concretamente a CCAÇ 2464 e que ocorrerá no próximo dia 30 de Abril em Fátima.

Junto igualmente uma foto de um dos nossos almoços que habitualmente contava com a presença do Senhor General António de Spínola que infelizmente já nos deixou.

Um abraço para todos vos do
Antonio Nobre


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Nota de CV:

(*) vd. poste de 12 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6976: Tabanca Grande (243): António Nobre, ex-Fur Mil da CCAÇ 2464/BCAÇ 2861 (Buba, Nhala e Binar, 1969/70)

Vd. último poste da série de 10 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7753: Convívios (207): 9º Encontro da Tabanca do Centro (Joaquim Mexia Alves)

Guiné 63/74 - P7840: VI Encontro da Tabanca Grande, dia 4 de Junho em Monte Real (1) Marcada a data para 4 de Junho de 2011 (A Organização)

VI ENCONTRO DA TABANCA GRANDE

4 DE JUNHO DE 2011

PALACE HOTEL MONTE REAL


1. Como se diz na gíria jornalística (quando se fala de imagens), sem editar, aqui está a mensagem do nosso camarada Joaquim Mexia Alves, recebida hoje na nossa redação, desculpem, no nosso Blogue:

Meus caros camarigos
Marcada a data para o 4 de Junho, vamos então confirmar o seguinte:

1 – Valor da ementa por pessoa: 30,00€

2 – Valor de alojamento no Palace Hotel Monte Real

- Duplo: 60€ APA
- Single: 50€ APA

Preços especiais para este encontro.

Anexo a ementa.

As fotos podemos servir-nos das do ano passado.

Vamos calmamente arrancar com isto, até para que não marquem encontros para este dia.

Assim sugiro que o "anúncio" seja feito o mais breve possível na Tabanca Grande

Como nos outros anos, sugiro que o Carlos coordene as inscrições e que as reservas para alojamento sejam feitas com a bervidade possível e logo me sejam indicadas.

Estamos a "falar" de um fim de semana já de início de Verão com as Termas abertas e por isso com algumas possibilidades de "dificuldades" de alojamento.

O Miguel vai-se aprontando para os respectivos crachás, pois claro!

Cá fico à disposição.

Um forte e amigo abraço do
Joaquim



2. Há que esclarecer que esta mensagem não caiu sem mais nem menos no Blogue.

Como não houve reclamações em relação ao serviço e instalações no último Encontro da Tabanca Grande, bem antes pelo contrário só houve elogios, a comissão ad hoc para o VI Encontro, após consulta à disponibilidade do Palace Hotel de Monte Real, encontrou disponível só o primeiro fim de semana de Junho.

Estamos assim a dar o pontapé de saída para o VI Encontro da Tabanca Grande que se vai realizar no dia 4 de Junho de 2011 no Palace Hotel de Monte Real.

As inscrições estão abertas a partir deste momento, devendo ser feitas a devido tempo para evitar problemas logísticos ao camarigo Mexia Alves que, no terreno, tudo vai fazer para que nada falhe.

Como nos anos anteriores, eu (para quem ainda não me conhece), Carlos Vinhal, vosso fiel servidor, serei o fulcro das inscrições. Sem prejuízo do envio das mesmas para o Mexia Alves, convém que me seja dado conhecimento para que as listas se mantenham actualizadas.

Provavelmente haverá camadas que não irão estar presentes porque a data não lhes convém, a eles pedimos desde já desculpa, mas não se encontrou alternativa, a menos que se adiasse o convívio lá para Setembro, já com os dias mais curtos e frescos.

A exemplo dos anos anteriores, no envio da inscrição devem mencionar o nome da vossa companheira, necessidade ou não de alojamento, para que dias, e o local de onde se deslocam. 
Os tertulianos que inscrevam camaradas não pertencentes à tertúlia, devem-nos identificar com o nome e apelido, se possível indicando os seus contactos telefónicos ou electrónicos.

Por muito que me custe falar do assunto, para não ferir susceptibilidades, sou obrigado a lembrar que no ano passado faltaram alguns camaradas inscritos, e todos nós tivemos que pagar um pouco mais do que o previsto, porque o Restaurante não "perdoou" essas faltas. Vale mais uma inscrição à última da hora do que estar em inscrito e não comparecer. Ninguém faltou de propósito, nem por má fé, temos a certeza, mas se avisarem da vossa indisponibilidade com 72 horas de antecedência, evitam-se sobrecargas aos presentes.

EMENTA:



A organização do Encontro será mais uma vez fruto da iniciativa do nosso Editor Luís Graça e do nosso camarada Mexia Alves. São colaboradores (os melhores no ramo após pesquisa no mercado), Miguel Pessoa que se dedicará à feitura dos crachás e controle das inscrições, e dos co-editores Carlos Vinhal, recepção e feitura da lista de inscrições, e Eduardo Magalhães mais liberto, mas atento, porque ainda tem a EDP como actividade principal e todos precisamos que ele continue  a dar à luz.

Quem de algum modo queira colaborar na organização do evento ou no próprio dia, por favor não se acanhe porque há trabalho para todos. Aceitam-se ideias e iniciativas que contribuam para o são convívio entre os camarigos.

Feita esta primeira abordagem, esperamos as primeiras inscrições.
Contamos convosco para superar o número de participantes no V Encontro.
Os camaradas que entraram mais recentemente para a tertúlia (salta periquito)  não podem perder a oportunidade de vir conhecer os mais velhinhos, porque são já uma instituição.

Pela Organização
Mexia Alves/Carlos Vinhal

Guiné 63/74 - P7839: Notas de leitura (208): Antologia Poética da Guiné-Bissau (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 21 de Fevereiro de 2011:

Queridos amigos,
Para sermos sinceros, a lírica da Guiné-Bissau carece de originalidade, faz muito recurso do óbvio, dos sons tonitruantes, bombásticos ou da rima apurada pelo menor denominador comum.
Manuel Ferreira, com cuidado, nesta edição de 1990, alertava para a necessidade de esperar pelos arroubos líricos da identidade da Guiné-Bissau. Resta saber o que há de verdadeiramente singular na poesia dos últimos 20 anos.
Quem tiver essa poesia disponível para nos emprestar, bem se agradece.

Um abraço do
Mário


Poetas da resistência e da luta, dos afectos e dos sonhos

Beja Santos

A “Antologia Poética da Guiné-Bissau”, com prefácio de Manuel Ferreira (Editorial Inquérito, 1990) é um importante documento sobre o estado da lírica guineense, cerca de 16 anos após a independência de facto do país. É uma lírica de combatentes com cultura superior e cujos temas nucleares são, regra-geral: a denúncia do colonialismo e a firme aposta na luta armada; a declaração política pela resistência ou a valorização das raízes africanas; a exaltação do amor e os sentimentos de saudade e nostalgia pelo ausente. É incontestável que os poetas mais velhos de modo algum enjeitam a raiz neo-realista, mesmo numa toada mais livre e solta; há, igualmente, o conhecimento dos clássicos e a busca (por vezes rebuscada) de manejar as palavras para fazer do estro um quase panfleto para animar os combatentes.

Já se falou de Amílcar Cabral e seguramente do seu poema mais interessante Ilha. Vasco Cabral, a quem já se dedicou aqui uma recensão a propósito do seu livro A Luta é a Minha Primavera, foi um dos fundadores do PAIGC e teve funções elevadas no aparelho partidário. O seu acervo poético tem três direcções pronunciadas: a exaltação heróica da luta; o cântico pelos humilhados e indefesos; a entrega dolente aos afectos e à mãe África. Vejamos o Vasco Cabral do panfleto e do chamamento à luta:

 Firmeza

Os carrascos torturaram-me.
Aumentaram as pancadas
os insultos
os requintes.
E eu disse aos carrascos:
Só amanhã trairei, hoje não!

No amanhã cresceram as torturas
os insultos
os requintes.
e eu disse aos carrascos:
só amanhã trairei, hoje não!

Noutro amanhã cresceram mais as torturas
os insultos
os requintes.
e eu disse aos carrascos:
jamais trairei. Talvez ontem, hoje não!

E ecoaram nas minhas entranhas
as gargalhadas da morte.
Depois, o resto é silêncio.
__________

Hélder Proença foi co-organizador e prefaciador da primeira antologia da poesia guineense Mantenhas para quem Luta! Exerceu cargos políticos no PAIGC. É um poeta do sonho e da esperança, sopra as trombetas do futuro, é um lirismo temperado pelo gosto de cantar a terra e a ternura da mulher, é um intimista bem singular no contexto desta poesia guineense. Vejamos

Epigrafe

Não há espaço que não caiba
no meu coração
não há Pátria que não desagúe lentamente
como flor, no meu peito.
Tenho em mim
o espaço igual
ao Homem que se ergue
nas pétalas das manhãs
que não cessam de nascer.
__________

Agnelo Regalla é também político e esteve ligado profissionalmente à comunicação. Usa a poesia como uma arma, uma palavra de ordem ou estribilho, isto a par de um gosto pronunciado pelo cultivo do amor numa estreita ligação às raízes africanas. Mas é a chamada à exaltação panfletária que comanda a sua toada heróica.

Quinhentos anos de história

Quinhentos anos de história
(Sem história…)
Quinhentos anos de escravidão e exploração,
Quinhentos anos sem luz.
Os transatlânticos
Não chegaram ao Pindjiquiti,
E os estivadores morreram…
De fome e de balas no Pindjiquiti.
Quinhentos anos de tormento
Em que as mães choraram
(E ainda choram…)
Em que os bombolons clamaram vingança,
Para que a Guiné acordasse
__________

António Soares Lopes Júnior é um homem de comunicação e é jornalista. O que o distingue é a paixão pelo homem novo, o libertado do colonialismo, embala-se no sonho e deixa-se guiar pelo lirismo puro, um português singelo que fala guineense.

Uma Lágrima

Na pétala
da flor
na dor
do tarrafe
do geba
soluçando

pousei
uma lágrima
do meu pranto

…e pindjiquiti
ardia
nas ondas
do meu coração.

(continua)
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 19 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7819: Notas de leitura (206): Antologia Poética da Guiné-Bissau (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 21 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7834: Notas de leitura (207): Antologia Poética da Guiné-Bissau (António Tavares)

Guiné 63/74 - P7838: Em busca de... (155): Camaradas da CART 2477/BART 2865, Cufar, 1969/70 (Ex-Alf Mil Art Francisco Valdemiro Santos)

Vista aérea de Cufar
Foto: © Jorge Simão (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de Francisco Valdemiro Santos, ex-Alf Mil da CART 2477/BART 2865, Cufar, 1969/70, com data de 21 de Fevereiro de 2011:

Boa noite
Foi com muita emoção e prazer que encontrei acidentalmente o vosso blogue.

Sou Francisco V.G. dos Santos, ex-Alf Mil Art da CART 2477/BART 2865 que esteve em Cufar, Guiné, nos anos de 1969-1970.

Como estive nos estrangeiro quase todos estes anos, nunca desde o meu regresso tive contactos com nenhum de vocês, camaradas da Guiné, o que lamento muito.

Gostaria de, se possível, de entrar em contacto com alguém desta Companhia ou Batalhão, mas não faço a mínima ideia como.

Passaram muitos anos, nomes esquecem-se, fisionomias mudam, mas é provável que alguém se lembre ainda de mim, já que era o único madeirense da Companhia.

Vou também passar a visitar o vosso/nosso blogue assiduamente, claro.

Melhores saudações
Francisco Valdemiro G dos Santos,
chico.santos@live.com.pt
Funchal, Madeira


2. Comentário de CV:

Caro camarada Francisco Santos
Um abraço especial para ti, porque és da bonita ilha da Madeira onde formei Companhia para ir para a Guiné.
Estive colocado em S. Martinho, no BAG 2, onde foram mobilizadas as CART 2731 e CART 2732 (a minha), que foram para Angola e Guiné, respectivamente, em 1970.

Tenho algumas boas notícias para ti, porque na nossa tertúlia temos dois camaradas do teu Batalhão, a saber: o ex-Fur Mil Sapador António Varela da CCS/BART 2865, e o ex-1.º Cabo Escriturário da tua Companhia, Jorge Simão. Para saberes algo sobre eles clica nestes endereços:

Guiné 63/74 - P5977: Tabanca Grande (207): Jorge Simão, de S. João da Madeira, ex-1º Cabo Escriturário, CART 2477, Cufar, 1969/71

Guiné 63/74 - P3302: Tabanca Grande (91): António Varela, ex-Fur Mil Sapador da CCS/BART 2865, Catió, 1969/70

Via mail vou mandar-te os seus endereços para que os possas contactar.

Por outro lado, na Página do nosso camarada Jorge Santos, em http://guerracolonial.home.sapo.pt/encontroguine.htm encontrei três pedidos de contactos do teu Batalhão, a saber:

- José Pereira, telefone 965 588 033

- Manuel Júnior, telefones 918 319 683 e 236 487 433

- Joaquim Menas Pereira, telefone 966 773 172 e e-mail rogeriomena@iol.pt

Espero que consigas comunicar com estes cinco camaradas e com muitos mais através destes.

Quero, já agora, endereçar-te o convite para aderires à nossa Tabanca virtual, onde te sentirás bem, porque somos um grupo de camaradas e amigos que calcorrearam a Guiné enquanto combatentes. Queremos contar as nossas histórias e das nossas Unidades, mostrar as nossas fotografias, e assim constituir um espólio que servirá de memória futura, no intuito de que não seremos esquecidos e muito menos o nosso sacrifício.

Convido-te a explorares o nosso blogue, e se estiveres de acordo com as nossas pretensões, manda-nos uma foto do tempo de tropa e outra actual (ambas tipo passe de preferência e formato JPEG), uma pequena história sobre a tua passagem pela Guiné, fala de ti um pouco, e serás apresentado como novo membro desta tertúlia.

Até ao teu próximo contacto, recebe um abraço em nome dos editores e da tertúlia em geral.

Este teu camarada e amigo fica disponível para o que precisares.
Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de

18 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7812: Em busca de... (154): Camaradas de Nova Lamego dos anos de 1966/68 (José Pereira)

Guiné 63/74 - P7837: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (68): Na Kontra Ka Kontra: 32.º episódio




1. Trigésimo segundo episódio da estória Na Kontra Ka Kontra, de Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec e Inf, Bafatá, 1968/70), enviado em mensagem do dia 21 de Fevereiro de 2011:


NA KONTRA
KA KONTRA


32º EPISÓDIO

No dia seguinte ao incidente tudo já decorria como se nada tivesse acontecido, apenas se notava uma menor alegria nos semblantes dos africanos.

À hora do almoço, depois do patrulhamento habitual, já estavam os dezasseis metropolitanos sentados à mesa para almoçar quando chega o João e se dirige ao Alferes:

- Tenho uma coisa importante a dizer-lhe. Gostava que fosse a sós. O Alferes levantou-se, apreensivo, e afastou-se um pouco com o João. Este, em voz baixa, continuou:

- Toda a família do Chefe da Tabanca, Adramane, incluindo a Asmau foi embora durante a madrugada. Não me pergunte como saíram da tabanca nem para onde foram pois já interroguei os milícias que estavam de sentinela e nem eles nem mais ninguém me adiantou o que quer que fosse.

O Alferes esteve por momentos pensativo mas logo agradeceu ao João despedindo-se com um até logo. Rapidamente compreendeu que nenhum africano, milícia ou civil, lhe iria adiantar alguma coisa sobre a fuga. Tratava-se muito simplesmente da solidariedade africana. Aconteceu o que é normal entre a população fula desta zona. À mínima ameaça da guerrilha, abandonam as suas tabancas e aproximam-se de Bafata, ainda zona de paz. Aliás o Alferes Magalhães e a sua tropa estavam ali para isso mesmo; impedir por persuasão a fuga da população. Consumada a fuga não havia mais nada a fazer.

Com certeza para a partida do Adramane teria contribuído, mais que tudo, a morte do marido da sua filha Asmau. O Alferes não deixava de pensar nessa razão, o que o levava permanentemente a interrogar-se: Porquê o Samba? Parece-lhe um castigo divino. De qualquer forma a situação por muito tempo o iria atormentar.

Passados uns dias, com tudo a decorrer normalmente, é recebida uma nova mensagem para fazer uma outra operação à zona de Padada. O Comando de Galomaro entendeu que seria necessário passar à ofensiva e não ficar dentro do “arame” à espera que o inimigo lá fosse.

Desta vez o Alferes Magalhães não participa na operação. Por um lado está preocupado com a defesa da tabanca no caso de um ataque, por outro, o contingente com que se iam encontrar em Padada, reforçado com elementos africanos, idos directamente de Galomaro já era comandado por um Alferes. Os dois grupos reunidos perfaziam cerca de cem homens dispondo de algumas armas pesadas. O miserável cano velho de morteiro ficaria na tabanca para sua defesa. A operação era de dois dias e iriam dormir na zona de Padada fazendo, a partir da madrugada, uma emboscada em trilhos recentemente utilizados pelos guerrilheiros. No dia seguinte regressariam a Madina Xaquili e uma coluna de Galomaro viria buscar o seu pessoal.

Estava a chegar o fim do segundo dia e como não se ouviu qualquer rebentamento para a zona da operação, tudo levava a crer ter sido mais uma acção sem resultados.

Por fim, pela picada de Padada começam a chegar os elementos da operação. Rapidamente os dois Alferes metropolitanos, depois de se cumprimentarem, chegam à conclusão que não há condições para o pessoal de Galomaro ficar dentro da tabanca. Não havia alojamentos e era perigoso, pois em caso de ataque não havia abrigos para todos. Comeriam na tabanca o jantar que o “legionário” estava já a preparar e depois iriam instalar-se, emboscados, na orla da mata, para pernoitar.

É quase noite quando o contingente de quase sessenta homens, metade africanos, começou a sair da tabanca. Não iam em fila indiana mas sim em grupos. Quando os últimos elementos estavam a passar pelo “cavalo de frisa” da picada de Padada, os primeiros estavam já a entrar na mata. Neste momento aconteceu o que se acharia improvável, ou talvez não, como sempre tinha pensado o Alferes Magalhães.

Fim deste episódio
Até ao próximo camaradas.
(Fernando Gouveia)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7830: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (67): Na Kontra Ka Kontra: 31.º episódio

Guiné 63/74 - P7836: (In)citações (26): A morte de Salifo Camará, rei dos nalus, e pai espiritual adoptivo do nosso amigo Pepito (Luís Graça)



Guiné-Bissau > Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana >  Título da foto: Morreu Salifo Camará, Rei dos Nalus; Data de Publicação: 30 de Janeiro de 2011; Data da foto: 22 de Janeiro de 2011; Legenda:

"Salifo Camará, rei dos Nalus, sábio, filósofo e combatente da independência da Guiné-Bissau, despediu-se desta vida no dia 21 de Janeiro de 2011, em Cadique, onde sempre viveu.


"Entrou para a História do povo de Cantanhez e fará parte para sempre da sua Memória e das Lendas que os djidius cantarão para os mais novos saberem da grandeza de um Homem por quem todos, nalus, balantas, tandas, fulas, djacancas e sossos tinham um profundo respeito e admiração.

"Antes da partida, pediu ao filho que se encontrava junto dele para telefonar para Bissau, para o filho que adoptara 30 anos antes e por quem se prendera por amizade, o qual lhe vinha regularmente pedir conselhos e ouvir as suas sábias palavras, a quem acompanhou na procura dos caminhos para o melhor desenvolvimento do reino que era seu.

"Pediu então para o deitarem na sua cama, despediu-se da família próxima e poucos minutos depois descansava tranquila e eternamente".

Foto (e legenda): AD - Acção para o Desenvolvimento (2011) (com a devida vénia...)


2. Comentário de L.G.: 

Esse filho adoptivo de Salifo Camará era(é), nem mais nem menos, o nosso amigo... Pepito. Quando esteve recentemente entre nós, em Lisboa, por ocasião do 96º aniversário da sua mãe, Clara Schwarz, o Pepito falou-me, com a discrição e distanciamento que são típicos nele (quando se trata falar da sua vida pesaoal ou de exteriorizar os seus sentimentos pessoais), da morte do Rei dos Nalus, a quem o ligavam laços de profunda amizade e mútua admiração... 

Não tive na altura a percepção da profundidade dessa amizade (e portanto, da dor pela perda que se sente, quando desaparece um grande amigo). Nem muito menos da sabedoria humana deste Rei dos Nalus que, pressentindo a chegada da sua hora, "liquida as suas contas com a vida e com o mundo", dando-nos assim um extraordinário exemplo da "arte de bem morrer"... Que dignidade, que humanidade!!!

Pepito, não te dei na devida altura os sentidos pêsames por esta perda. Faço-o agora, publicamente, depois de ver a "foto da semana" no sítio da tua ONG... Que os nalus, do Cantanhez, saibam continuar a trilhar os caminhos da sabedoria, da paz e do desenvolvimento sustentado, no seio da tua/nossa querida Guiné-Bissau, sem perda da sua memória colectiva e da sua rica identidade cultural. E que tu continues a ser amado e estimado por esses teus patrícios que tanto precisam de ti e da tua AD, os povos do Cantanhez, os nalus, mas também os balantas, os tandas, os fulas, os djacancas e os sossos.
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Nota de L.G.:

Último poste da série > 22 de Janeiro de 2011 Guiné 63/74 - P7652: (In)citações (28): Bemba di vida [O celeiro da vida], documentário sobre a biodiversidade e as áreas protegidas da Guiné-Bissau, produzido pelo IBAP (2009) (com a colaboração da AD - Acção para o Desenvolvimento)


Guiné 63/74 - P7835: Álbum fotográfico de Vasco da Gama (ex-Cap Mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74) (1): Um ternurento Tigre de Cumbijã, padrinho da Fatmata Gama

Foto 14 >  Com uma menina, Cadi, de seu nome, filha  do Demba Baldé (milícia ou artilheiro ?)



Foto 11 >  No dia 12 de Maio de 1974, que alívio sinto ao escrever esta data, com a minha afilhada que nasceu no Cumbijã  e a quem foi dado o nome de Fatmata Gama.





Foto 3 > Pai, Mãe, Madrinha, Padrinho e o nosso caçador que veio para o Cumbijã com o Padé Nambatcha.



Foto 4 >  Quando cheguei ao Cumbijã, um deserto cheio de minas,  em Abril de 1973 a levantar uma das trinta e tal minas que encontrámos


 Fotos (e legendas): © Vasco da Gama (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Lembre-se aqui o percurso do nosso camarigo Vasco da Gama mais os seus Tigres do Cumbijã (CCAV 8531, por terras de África:



(...) A minha Companhia teve o percurso seguinte na Guiné (1972/74):


(i) Cumeré,  desde 27 de Outubro a 15 de Novembro de 1972;  


(ii) Aldeia Formosa,  desde Novembro de 1972 até inícios de 73; 


(iii) a partir daqui dormíamos no mato na zona de Colibuía (desértica), quatro vezes por semana;


(iv) ocupámos o Cumbijã,  em Março de 1973, e ficámos lá até finais de Junho de 1974;


(v) estive ainda em NHACOBÁ, depois de ter assaltado este local em 17 de Maio de 1973, dia sim dia não, recebendo ordens para aí me fixar em definitivo a 23 de Maio, e tendo abandonado esse local  às 22h00 do dia 24 de Maio após ordens superiores; 


(vi) finalmente,  em Bissau,  em Julho e Agosto de 1974.(...)




1. Primeiras fotos de um conjunto (centrado na figura do Cherno Rachide) que o Vasco da Gama nos mandou, a nós e ao Pepito (que quis fazer uma surpresa ao seu amigo Califa Aliu Djaló, filho do falecido Cherno Rachide) (*).


Vasco da Gama, o grande Tigre do Cumbijã, ex-Cap Mil da CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74), é merecedor do nosso reconhecimento público pela sua resposta "just in time" (**).
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Notas de L.G.:

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7834: Notas de leitura (207): Antologia Poética da Guiné-Bissau (António Tavares)

CCS / BCaç 2912 - Galomaro


1. Mensagem de António Tavares* (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 20 de Fevereiro de 2011:

Ao ler o poema acima na minha Antologia Poética da Guiné-Bissau  (recensão e capa no P7819 de Mário Beja Santos) transcrevo-o.

Escrito de Agnelo Regalla (1972) lembra-me: uma parte da história dos Guinéus; a minha primeira noite na Guiné (01-05-1970) passada no cais de Pindjiguiti, o cais que a maioria dos ex-combatentes pisaram.

Em 3 de Agosto de 1959 os marinheiros indígenas de várias embarcações costeiras das firmas de Bissau manifestaram-se no cais de Pindjiguiti por melhoria salarial. Manifestação que resultou em greve, que foi imediatamente reprimida com barbaridade pela PSP, PIDE e militares, com mortos e feridos.

Era o começo da luta do povo da Guiné pelos seus direitos…

Em 23 de Janeiro de 1963 começou o início das acções militares do PAIGC com o ataque ao quartel de Tite, a guerra de guerrilha.

Até 1963 o PAIGC e Amílcar Cabral acreditaram que as Nações Unidas receberiam de Portugal o acordo para a autodeterminação dos povos da Guiné Portuguesa e de Cabo Verde.

Em 1446 Nuno Tristão descobre a Guiné. Diogo Gomes em 1460 descobre as ilhas de Cabo Verde.


QUINHENTOS ANOS DE HISTÓRIA

Quinhentos anos de história
(Sem história…)
Quinhentos anos de escravidão e exploração,
Quinhentos anos sem luz.
Os transatlânticos
Não chegaram ao Pindjiguiti,
E os estivadores morreram…
De fome e de balas no Pindjiguiti.
Quinhentos anos de tormento
Em que as mães choraram
(E ainda choram...)
Em que os bombolons clamaram vingança,
Para que a Guiné acordasse.



Agnelo Regalla, nasceu em Campeane, filho de Francisco Augusto Regalla e de Maria Assana Said Regalla. Formou-se em jornalismo no Centro de Formação de Jornalistas (França). Tem um grande curriculum político e poemas nas antologias de poesia guineense.

Conheci (1970/72) Francisco A Regalla, cabo-verdiano, comerciante em Galomaro.
Tinha sido vítima de um ataque do PAIGC em Campeane, na região de Tombali, onde perdeu todos os seus bens… em Galomaro estava a reiniciar a sua vida. Tinha um restaurante /bar, negociava com mancarra, alugava a sua camioneta (1+1), viajei imenso com ele a guiar uma nova viatura que comprou com os ganhos das suas múltiplas actividades comerciais. As duas viaturas do Regalla tinham prioridade no aluguer para os reabastecimentos do vizinho BCaç 2912.

Viajar com o F. Regalla era um prazer porque tinha sempre interessantes assuntos para conversa e era uma pessoa que transmitia confiança às nossas tropas…

Cumprimentos do,
António Tavares
Foz do Douro, 19 de Fevereiro de 2011
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 13 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7604: Facebook...ando (7): A terrível emboscada sofrida por uma coluna da CCS/BCAÇ 2912 (Galomaro) e CCAÇ 2700 (Dulombi) em 1 de Outubro de 1971, às 20h30, na estrada Galomaro - Duas Fontes (Bangacia)... (António Tavares / Carlos Filipe / Juvenal Amado / Américo Estanqueiro)

Vd. último poste da série de 19 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7819: Notas de leitura (206): Antologia Poética da Guiné-Bissau (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P7833: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (39): Teixeira Pinto - Capó e a bela donzela

1. Mensagem de Luís Faria (ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2791, Bula e Teixeira Pinto, 1970/72), com data de 19 de Fevereiro de 2011:

Caro amigo Vinhal
Com um abraço e votos de saúde e paz, envio-te mais um pouco de “Viagem…” para, se assim achares, publicar.

É um dos apontamento sobre um pequeno – longo período que passamos, onde a vida se resumia à sobrevivência diária embrutecida, em que qualquer “escape” era viver.

Um abraço para todos
Luís Faria


Viagem à volta das minhas memórias (39)

Teixeira Pinto – Capó e a bela donzela

As primeiras semanas de Outubro foram-se passando num dia-a-dia de certo modo rotineiro, em que as saídas para as matas se iam sucedendo sem haver felizmente maus encontros e as “cerimónias” marcavam o ponto, com maior ou menor assiduidade e extravasamento individual ou colectivo dos convivas, consoante o estado de alma, o mote (se é que era preciso), e a quantidade e variedade das bebidas intervenientes.

Em 02Out70, a CCAÇ 2791 (FORÇA) tinha pisado solo da Guiné. Um ano havia passado, muita vida se tinha vivido, muito sangue se tinha vertido, muita dor se tinha cumprido, no que acreditávamos ser um Dever Nobre.

Mas aquela terra que também era nossa, que juráramos defender e nos subtraíra já a juventude, iria querer ainda mais esforço, mais suor, mais dor, mais vida e a 10Out71, a escolha recaiu sobre o malogrado Jesus, Soldado Básico, simpático, solícito e bem disposto, que as águas calmas da bolanha reclamaram aquando dum refrescante banho. Triste sina a do Jesus. Indevidamente (?), já tinha sentido a mata em Bula e sobrevivido.

Os dias foram-se sucedendo sem outros males e a 25 do mês, a FORÇA a 3 GCOMB, reforçada com um GCOMB da CCAÇ 3308 vai para Capó, um não lugar no meio de nada, entre Teixeira Pinto e Cacheu, onde irá ser reinventado e construído um aquartelamento temporário que nos servirá de abrigo e base logística de apoio ao prosseguimento dos trabalhos de construção da estrada, em que íamos passar a estar empenhados na segurança próxima directa de trabalhadores, máquinas e da própria estrada.

Para além de se situar em zona já por nós ensaiada a ferro e fogo, neste acampamento íamos enquadrar meio milhar de trabalhadores nativos, o que era mais uma certa dor de cabeça diária, em especial quando regressavam do trabalho

Trabalhadores (foto J Fontinha)

Como o que não tem remédio remediado está, a desmatação inicia-se e a maquinaria faz ouvir o ronco dos seus potentes motores, desbravando e aplainando terreno, escavando valas e fossas, levantando barreiras protectoras de terra em substituição dos aramados, (por essa altura ainda nos eram desconhecidos os famigerados “bandos do arame”!?) edificando o que a breve prazo se vai transformar em reduto defensivo quadrangular torreado, que irá receber as cerca de seiscentas almas para aquelas bandas desterradas e que por lá se irão espairecer até primeiros de Dezembro.

Capó -Aspecto do aquartelamento (foto J Fontinha)

Construídas pelos exímios nativos em tempo recorde, as instalações feitas de ramos, folhas de palmeira e capim(?), vão alastrando nas suas formas paralelepipédicas pelos espaços a elas destinados. Nos quartos, perfeitamente ventilados e com “saídas de emergência”, as camas são também do mesmo material, com a particularidade de os estrados de fina ripagem arbustiva assentarem em pés enterrados no chão. Os bancos, mesas e todo o mobiliário eram peças artesanais únicas, perfeitamente enquadradas no estilo arquitectónico das edificações, estas concebidas de molde a não ferirem a sensibilidade paisagística do local.

Capó - Descanso do guerreiro! “Escopeta” sempre à mão.

Capó – higiene matinal

Capó – mobiliário - elementos 4.º Gr (foto J Fontinha)

Quanto a operacionalidade defensiva e reactiva, o Pessoal foi instruído das posições a ocupar, dos cuidados a ter e do modo de actuar. Na hora, só podíamos contar connosco, em especial à noite, já que o apoio da artilharia do Bachile não seria viável por não ter alcance suficiente, Teixeira Pinto e Cacheu estavam distantes e aviação era problemática (acabou por vir ajudar-nos, brindando-nos com um dos mais belos quadros pintados a um anoitecer)

A actividade operacional diária dos GCOMB começa a desenrolar-se com normalidade e rotatividade nas tarefas necessárias, como picagem e segurança às máquinas e trabalhos, abastecimentos, patrulhamentos e emboscadas de proximidade, segurança ao aquartelamento…

Elementos 2.º GComb (meu) - Augusto em 1.º plano

Os dias de canícula abrasadora iam-se sucedendo sem males de maior que lembre, embrenhando-nos a viver naquele meio de nada, onde o diferente era por vezes exacerbado, dando vida e alento àquelas almas penadas que por aquelas bandas se atreviam de quando em vez a sonhar(?!).

É assim que um belo dia, creio que pela manhã, reparo na correria desgarrada do pessoal ”residente” em subida para a barreira frontal à estrada. Apresso-me na mesma direcção a inteirar-me do que se passa e estampa-se-me o olhar numa branca e alourada donzela (?!), de mini - mini saiinha, que arejava as coxas e calcinha protectora das “vergonhas”, debruçando-se na apanha de pequenas florinhas amarelas, que julgo malmequeres.

Talvez por se aperceber das movimentações militantes, resolve prolongar e até alindar o trabalho, aumentando um pouco mais a ventilação da alva blusa em uso, quiçá devido ao eventual aumento de temperatura provocado pelo calor dos humanos olhares embicados e perscrutadores ou mesmo com intenção meritória e altruísta de tentar exercitar e dar um pouco de vida aos “mangalhos pendurões” e em hibernação daquela plateia de galfarros com avidez gulosa espelhada nos olhares.

Fosse por que motivo fosse… foi um raio de luz e calor que nos envolveu e marcou momentos que intimamente agradecemos e ainda hoje recordados .

Luís Faria

© Fotos L Faria/J. Fontinha
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Nota de CV:

Vd. último posue da série de 8 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7573: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (38): Teixeira Pinto - movimentações militares e dores de cabeça

Guiné 63/74 - P7832: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (2): Bedanda, CCAÇ 6, 1971/72 (Parte I)





Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72 > O Alf Mil Med Amaral Bernardo esteve 13 meses em Bedanda, sendo substituído pelo Mário Bravo (finais de 1971/princípios de 1972)... Regressou à Metrópole em Outubro de 1972.


Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.




1. Continuação da publicação de uma selecção de fotos do álbum da Guiné, gentilmente disponibilizadas pelo nosso camarigo Amaral Bernardo (José Maria Ferreira do Amaral Bernardo, director de serviço hospitalar, Professor Catedrático Convidado, a 30%, no ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, antigo responsável  do Departamento de Ensino Pré Graduado do HGSA - Hospital Geral de Santo António, hoje integrado no Centro Hospitalar do Porto, EPE, Porto (Telef. + 351 222077570);  ex-alf mil médico, BCAÇ 2930, Catió, 1970/72)  (*)


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Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série > 17 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7802: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (1): O reabastecimento de Bedanda, no tempo das chuvas, através do Nordatlas, com lançamento de pára-quedas