domingo, 25 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13192: Convívios (601): Rescaldo do último Encontro da tertúlia da Magnífica Tabanca da Linha, levado a efeito no passado dia 15 de Maio de 2014 (José Manuel Matos Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), o animador-mor da "Magnífica Tabanca da Linha", com data de 16 de Maio de 2014:

Carlos, bom dia!
Vou tentar despachar em duas penadas, para evitar críticas contundentes e dolorosas, sobre o elegante acontecimento de ontem, no restaurante de Oitavos, sito numa derivada da estrada do Guincho.
Se tiveres tempo para uma edição especial, esquece, aproveita e vai descansar, que a malta ainda não acordou da digestão.

Um abração
JD


O que se passou foi mais ou menos o seguinte: 

Estavam 30 pessoas inscritas, e o restaurante fez a despesa correspondente com generosidade, mas nunca tinha acontecido: faltaram uma data deles.
Uns por doença, já justificada, outros porque se esqueceram, outros, sabe-se lá porquê.
Indigestões benfiquistas? Não creio.
À última da hora ainda foi cooptado o Castanheira, e também apareceu o AGA que já dispensa apresentações e marcações, bem como o Lema Santos, que acompanhou o Carlos Silva. Duas estreias, portanto.

 O dia apresentou-se radioso, quente, e limpo, a proporcionar uma excelente vista sobre a paisagem, que do céu azul brilhante, escorria pela encosta escura da serra de Sintra, que de longe deixava espraiar um cenário de pinheiros, bordejados pela espuma do mar, e que ganhava amplitude a partir do ponto altaneiro de Oitavos. O pessoal regalou-se deslumbrado, enquanto fazia tempo para o inicio do almoço.

A ementa foi reforçada nas entradas, que desta vez sobraram e foram a contento. O prato principal foi recordativo da Guiné, e consistiu de bianda com estilhaços. Só que os estilhações eram uma quantidade generosa de gambas, acolitadas por bruxas, pedaços de lavagante, envolvidos por navalheiras, e cobertos por mexilhões da Nova Zelândia.
Quando cheguei, depois de um percalço, já o pessoal tinha despachado as entradas, mas ainda houve sobras para além do que comi. Quando a mariscada foi servida, o pessoal calou-se, serviu-se, repetiu indiscriminadamente, e logo se constatou que sobrava comida do mar, que o pessoal tinha saudades era do arroz.
A acompanhar, havia vinhos brancos e tintos da Ferreirinha (Esteva), e as garrafas secavam perante o agrado geral. Com menos escolha, mas bem servido, seguiu-se o período da sobremesa doceira, com dois bolos de bolacha e outros dois brigadeiros, que chegaram e sobraram para as encomendas.
O Humberto até caprichou com laranja da época, pois parece que anda a privar-se de açucares.
Rematou-se com cafés incluídos e digestivos a pedido. Portanto, nada a apontar, atrevo-me até a dizer, que este foi o melhor almoço e serviço de que já beneficiámos.

Houve tempo para muita conversa, toda a gente mostrou estar em boa forma física e anímica, destacando-se o famigerado fadista ribatejano, Ármando Pires de nome artístico, o qual cirandou por todos os espaços, ora deitando abaixo, ora louvando desembaraços, já que lhe sobrava tempo, talento e venenos variados; no entanto, entre os ausentes, temos que destacar os que não puderam deslocar-se por questões de saúde:
primeiro foi o Veríssimo, a contas com dores na região lombar. Ainda me ofereci para o massajar com óleos perfumados do oriente, mas ele dispensou a boa-vontade.
Depois foi o Marcelino, que me havia referido desejar estar com a malta, pois é grande apreciador destes convívios entre camaradas. Mas ele debate-se com um problema de saúde, e o último tratamento tem-lhe provocado diarreias consecutivas, que o deixam muito preocupado, debilitado, e dependente de uma casinha próxima.
Finalmente, foi o Colaço, que no próprio dia, em consequência de desgraças devidamente justificadas coincidente com a derrota dos passarinhos (apresentou relatório do hospital), acabou por merecer a benevolente justificação do Senhor Comandante, que o anima para a próxima maré.

Não inscrito, mas a alimentar a expectativa, o Senhor Comandante-Chefe também não compareceu, mas ainda recentemente se deslocou à Cidadela, pelo que deve estar a recuperar do esforço, a quem desejamos rápidas e efectivas melhoras.

Em suma, se com o calor chegámos, com o calor estomacal partimos, todos em evidentes manifestações de contentamento.
O último período é dedicado às senhoras, desta vez três heróicas desafiantes da bianda, que não desistem de acompanhar os maridos, e de contribuir para a contenção do comportamento dos veteranos.

P.S.
Por razões de modéstia pessoal, e porque o Senhor Comandante mo determinou, não falo de mim, sempre importante para a fabricação dos relatos, chato, provocador, e catalisador de provocações e ameaças.

JD
(à espera da promoção a coronel)

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2. Segue-se uma selecção de fotos e respectivas legendas da responsabilidade do editor

 Quiçá, à espera de mesa mais farta: Luís Moreira, António Maria, Jorge Pinto e Miguel Pessoa

 António Graça de Abreu e Manuel Lema Santos em conversa amena

 Entre flores, à sombra como convém às senhoras: Gina Marques e Giselda Pessoa

Sorridentes para a fotografia: Mário Fitas, Manuel Resende, Jorge Rosales e um camarada não identificado

 José Rodrigues e Carlos Silva

Já instalados à mesa: João Sacôto, João Martins e Manuel Lema Santos

 Nesta mesa: Giselda Pessoa, Humberto Reis, António Fernando Marques e esposa Gina

À espera da promoção a coronel, José Manuel Matos Dinis. Será que o camarada do lado poderá mover alguma influência?

 Quase que apetece dizer: mesa dos VIP's

Os olhos também "comem"

 Armando Pires, o famoso Furriel Enfermeiro da 2861, Ribatejano e Fadista

A amizade é um sentimento muito bonito. Que o digam o Manuel Joaquim e o Manuel Lema Santos

E por fim, porque é o mais importante, El Comandante Jorge Rosales

OBS: - Como se depreende umas fotos são do camarada Manuel Resende e as outras não
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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13186: Convívios (600): Encontro do pessoal da CCAÇ 799 / BCAÇ 1861 (Cacine e Cameconde 1965-67), a levar a efeito no próximo dia 14 de Junho de 2014 na Sertã

Guiné 63/74 - P13191: Memória dos lugares (268): Cachil, que eu conheci em julho/agosto de 1966... Suplício de Sísifo... e de Tântalo: rodeados de água, mas a potável tinha que vir de barco, em garrafões, de Catió ... (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)


Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67) Julho de 1966



Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67) Um abrigo (T 3)



Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67) > 1966 > Intrerior do aquartelamento  

Fotos (e legendas): © Benito Neevs (2010). Todos os direitos reservados.




Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto interior (no Rio Cadime, e não Cadima, afluente do Rio Cagopère) > Álbum fotográfico do Victor Condeço (1943-2010)> Foto 11 > "Marinheiros da lancha LP2 de reabastecimento ao Cachil". [, Em cima, no cais os garrafões de vridro, que eram, usados no transporte de vinho, e que foram aqui adaptados para o transporte de água potável de Catió para o Cachil]".

Foto (e legenda): © Victor Condeço (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de ontem, do Benito Neves:

Caro Luís, espero que te encontres muito melhor e em franca recuperação.

Pois, na verdade, estava convencido que te tinha transmitido as minhas "notas" sobre a estadia da minha CCav 1484 no Cachil onde, embora por pouco tempo, demos cobertura à rendição da CCaç 726 pela CCaç 1587 no período de Julho/Agosto de 1966.

Mas a "odisseia" do transporte da água não se circunscreveu apenas àquele período. A lancha LP2 (ou batelão que a substituía) estava estacionado no porto interior de Catió e a "guarnição militar", ao longo de 16 meses (salvaguardada a necessidade operacional),  era composta por elementos da CCav 1484 - diariamente.

A "odisseia" da água já a tinha relatado em comentário ao Poste 6944 onde o Alberto Branquinho fez um excelente trabalho sobre a água que se bebia.(*)

Aqui vão mais duas ou três fotos sobre o Cachil, que já anteriormente havia enviado. (**)

2. Comentário de L.G.:

Segundo informação do José Colaço, a última companhia que passou pelo Cachil foi a CCAÇ 1620 (esteve lá de 20/3 a 11/7/1968). Portanto, o aquartelamento (?) só foi abandonado no tempo do Spínola.... Escreveu ele: "É do conhecimento geral que à minha companhia [, CCAÇ 557,[]  e ao 7º destacamento de fuzileiros coube-lhes a missão de ocupar o Cachil na operação Tridente. Tterminada a operação,  a missão foi concluir o forte apache ou a fortaleza de troncos de palmeira, como lhe chamou o sargento comando Mário Dias, onde permanecemos 10 meses e uma semana de 23-01 a 27-11-1964.A ultima companhia do abençoado trotil foi a CCaç 1620 (de  20/03 a 11/07 de 1968). Temos alguém no blogue desta companhia que nos relate o encerramento?" (***).

Cachil, tal como outros aquartelamentos do sul, foi "desatividado", ou em linguiagem mais prosaica, abandonado, devido ao isolamento, às dificuldades de abastecimento e, provavelmente, ao baixo moral das tropas. Como é sabido, isso aconteceu na sequência da nova orientação estratégica dada por Spínola que chega à Guiné como brigadeiro, em maio de 1968. Na região de Tombali, há outros aquartelamentos e destacamentos que são abandonados, dentro de uma lógica de custo-benefício, e não propriamente por mérito (militar) do PAIGC: estou-me a lembrar de Cacoca, Sangonhá, Ganturé, Gandembel... Mas também no leste, Ponta do Inglês (subsetor do Xime), Béli, Madina do Boé... E outros mais, incluindo tabancas em autodefesa e destacamentos de milícias (por ex., Madina Xaquili). Cito de cor... Este processo de reestruturação do nosso dispositivo militar no 2º semestre de 1968 e 1º semestre de 1969, ainda está mal documentada no nosso blogue. Acho que devíamos continuar a falar do Cachil...

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(***) Vd. também poste 24 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13188: Memória dos lugares (266): Cachil, o meu suplício de Sísifo durante 30 dias (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)

sábado, 24 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13190: Bom ou mau tempo na bolanha (57): Duas personagens (Tony Borié)

Quinquagésimo sétimo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.


Companheiros, com a ajuda do “nosso Blogue”, que o “comandante Luis” criou e, nós todos vamos alimentando com as nossas memórias, os nossos comentários, as nossas críticas na descoberta da verdade e, de vez em quando, a “descoberta” de mais um companheiro que também por lá andou e agora se deu a conhecer.

Neste contexto, já lá vai algum tempo que vamos falando quase semanalmente, no nosso caso, com a ajuda do Carlos Vinhal que nos vai corrigindo e, temos partilhado a nossa vivência naquele conflito e não só, às vezes saem algumas conversas que não têm nada, ou quase nada, a ver com a guerra lá vivida na Guiné, mas a intenção foi quase sempre partilhar os momentos maus, menos maus, bons, menos bons e, às vezes, fazer-vos esquecer por alguns momentos o conflito por que passámos e, agora passado meio século, “por enquanto ainda respirando, claro, com a ajuda de alguma medicina de manutenção diária, que me faz respirar e andar normalmente, dando-me muito tempo livre, que às vezes utilizo revendo alguma informação, recuperada e partilhada por familiares de segunda geração, onde vou manuseando com algum cuidado, papeis e fotos antigas, além de vos contar o que por aqui vai passando, pois a memória continua “à solta”, encontra tudo e, hoje essa mesma memória “esbarrou-se”, perdoem o termo, com o “Sidney Poitier”, e decidi colocar estas duas personagens, que são a mesma pessoa, nas minhas memórias daquele conflito, porque parecendo quase mentira, aconteceram e, entendi que os meus companheiros deviam saber, pois às vezes sucedem coisas que não parecem lá muito normais, mas vou colocar esta conversa com todos vocês, dentro daquele ditado popular em que o povo diz, “como o mundo é pequeno”.

Isto andou tudo dentro de mim, como se fosse um “segredo”, pois na altura em que aconteceu, “humilhou-me”, mas não faz mais sentido continuar calado, pois nesta idade, nunca se sabe quando vem o dia de amanhã, ou se até por acaso existe amanhã, portanto vou “desabafar”, com todos vocês, que considero uma segunda família, vou contar-vos tudo, seguindo a minha memória, colocando-me no papel de como era conhecido lá em Mansoa naquele tempo, contando como tudo se passou, embora a linguagem talvez fosse outra e a conversação também talvez fosse diferente, mas passou-se mais ou menos assim.


A primeira personagem era um africano, ainda jovem, natural da zona onde o então Cifra estava estacionado, que era Mansoa, creio que era o único funcionário, ou um dos funcionários do que se dizia que era uma espécie de câmara municipal da referida vila, onde por acaso, até lhe emitiu um bilhete de identidade em seu nome, do qual vos mostro uma cópia, com uma fotografia tirada naquele tempo, com a roupa emprestada por um alferes miliciano do Agrupamento, onde encobri as impressões digitais e outros dados a que não era muito conveniente dar publicidade, mas ainda lá está: residência “Mansoa”, no lugar de “sinais particulares”: “tatuagem patriótica no braço direito”, que me tem acompanhado pela vida fora, onde mais abaixo, dizia: “Secção Ultramarina da Guiné do Arquivo de Identificação, 15 de Fevereiro de 1966”, portanto no princípio do ano do meu regresso, que creio que era igual aos que eram emitidos aos naturais, que o requeriam para poderem transitar no território, sem serem incomodados pelos militares.


O tal africano falava e escrevia português, educado na comunicação com os militares, convivia com o Cifra na sede do clube de futebol local, no qual era, se não estou em erro, membro da referida direcção, sabia discutir qualquer tema onde entrasse desporto e mesmo a História de Portugal. Opinava sempre com bom senso e com uma calma, como se tivesse mais idade do que aparentava. Fixava o nome dos militares que frequentavam a sede do clube de futebol, e não só, pois a quase todos tratava pelo nome.

Parecia incrível, todas estas virtudes, num homem natural desta vila, pois dava a entender que nunca tinha saído da província, mas ele certo dia disse ao Cifra:
- Estudei numa escola católica, lá na capital, mas sou natural daqui, desta região, onde me sinto muito bem.

Era o que se podia dizer, “um bom companheiro”.

O Cifra, deixou de o ver no clube e perguntou ao rapaz que servia no bar:
- Onde é que se meteu o “Sidney Poitier”?

Era assim que o Cifra e os outros militares lhe chamavam por ser parecido com um actor americano, que na altura protagonizava alguns filmes de cowboys, que os militares viam, nessa mesma sede.
O rapaz, responde ao Cifra, com uma cara, mostrando alguma tristeza:
- Como posso eu saber, Cifra. Ninguém sabe, desapareceu. Talvez o pessoal mau, o levou pela noite escura.

E tinha desaparecido.

E com ele desapareceu também quase todo o arquivo dos residentes na área, que até aquela data se tinham registado na câmara da vila e, se foi ele ou não, nunca ninguém soube, pelo menos enquanto o Cifra por lá viveu.

Os anos passaram, e eis a segunda personagem, agora falando eu, na minha pessoa.


Terminei a minha comissão de serviço militar na então Província da Guiné, regressei a Portugal, emigrei para os Estados Unidos e, como funcionário da multinacional onde trabalhei por mais de trinta anos, logo nos primeiros anos veio trabalhar um homem para um departamento diferente de onde eu exercia as minhas funções, que nas feições era parecido com o tal amigo “Sidney Poitier”, mas usava o cabelo grande, que formava uma pequena “bola” à volta da cabeça, barba um pouco crescida, mas muito bem aparada, a quem nós chamávamos “Jean”, pois nunca consegui esquecer o seu nome.

Falava muito bem inglês, com sotaque da Inglaterra, confundia-se muito bem com os diversos emigrantes que também lá trabalhavam, oriundos do Haiti, com quem por diversas vezes o ouvia falar e a conviver, na língua materna desses emigrantes, que era o francês.

Na altura do lanche, por vezes o pessoal estava junto e eu já andava desconfiado, estava mesmo quase para o questionar, mas só me apercebi, quando vi o suposto, “Sidney Poitier” entrar, sentando-se em frente a mim, abriu um envelope e começou a ler uma carta. Colocou o envelope, mesmo na minha frente, que tinha colados diversos selos dos correios da Guiné-Bissau, como fosse um País independente, onde se destacava a figura do líder Amílcar Cabral. Creio que os selos não tinham o carimbo de nenhuma estação de correio de qualquer País.
Muito admirado, olhei-o de frente e, agora sim, questionei-o.

O suposto, “Sidney Poitier”, a quem nós chamávamos “Jean”, talvez tivesse feito tudo isto de propósito, provocando-me ou talvez para demonstrar a vitória na sua luta, respondeu-me naquele português, com sotaque de África, que todos nós conhecemos, com algumas palavras em inglês pelo meio e, que eu logo reconheci, com muita gentileza, aliás como sempre falava, mais ou menos com estas palavras, talvez não fossem iguais, mas o conteúdo de toda a conversação, era este:
- Eu reconheci-te, és a mesma pessoa que era o militar do País invasor. Não disse nada, para não levantar problemas aqui neste local de trabalho, pois como sabes, eu convivia com os militares, vigiava-vos, sabia quase tudo de vocês e, antes que os militares me prendessem e matassem, tive que me retirar de Mansoa, fui servir o meu movimento de libertação, residindo num País vizinho. Passei a ser inimigo declarado, ambos temos os nossos ideais e, é por eles que lutamos. Peço-te por favor que mantenhas o silêncio de quem eu sou, que eu farei o mesmo a teu respeito. Como estás a ver pelos selos deste envelope, o meu País já é independente há alguns anos e, os militares portugueses são uns intrusos no meu País, como todo o mundo sabe, só menos Portugal. Tenho muito orgulho em fazer parte do movimento de libertação do meu País, que por enquanto governa em algumas zonas que já são consideradas livres, estou aqui para estudar, estou quase a acabar os meus estudos e, em breve vou regressar a África, esperando que os intrusos saiam definitivamente, para que possamos governar o nosso País em paz.

Foram mais ou menos estas palavras, mas de vez em quando parava de falar e olhava-me, as suas palavras deixavam de ser gentis, falava-me com alguma arrogância, demonstrando mesmo alguma intimidação. Claro que eu fiquei embaraçado e um pouco humilhado com todas estas palavras, para mais num local onde mais de cinquenta por cento dos empregados eram afro-americanos. Com toda a certeza que lhe devia ter respondido com algumas palavras amargas, mencionando nomes e adjectivos, que talvez não fossem muito próprias para o encorajar na sua luta, mas era o sentimento que tinha eu e, muitos dos combatentes que por lá tinham vivido dois anos de sofrimento, vendo morrer muitos companheiros naquele conflito em África.


Passámos a conversar mais algumas vezes, mas poucas, pois da parte dele mostrava sempre uma pequena indiferença para comigo, podia mesmo dizer que a minha presença não lhe era agradável. Uma vez lembrei, entre outras coisas, as raparigas que eram minhas amigas, na altura em que estive em Mansoa, e que tinham passado para a guerrilha, que ele afinal também conhecia, mas as suas palavras, além de serem proferidas com educação, não escondiam alguma fúria.

O “Jean”, trabalhava como ajudante na área onde se processava o alumínio em pó, que era moído juntamente com um lubrificante que o transformava em pasta, num departamento que muitos diziam ser um trabalho de “brancos”, pois a cor do material, “pintava” quem manuseava aquele produto de branco.

Durante o pouco tempo que lá trabalhou, passava muitas horas a ler e a estudar, procurava o silêncio, falava muito pouco, mas sempre com educação. Nunca soube por que razão, mas coincidência ou não, passadas umas semanas de nos conhecermos de novo, largou o emprego e nunca mais o vi.

Tudo isto aconteceu talvez por altura dos anos de 1972 ou 1973, não me lembro ao certo e, como costuma dizer o companheiro Veríssimo:  “Pronto, está dito, está dito”.

Tony Borie, Maio de 2014
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Nota do editor

Último poste da série de 17 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13158: Bom ou mau tempo na bolanha (56): Las Vegas, Las Vegas (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P13189: Memória dos lugares (267): Cachil, na ilha de Caiar, a sudoeste de Catió, na margem esquerda do Rio Cobade



Guiné > Mapa da província > 1961 > Escala 1/500 mil > Pormenor > Posição de Cachil, na ilha de Caiar, a sudoeste de Catió... As ilhas de Caiar, Como e Catunco, estavam separadas do continente, a norte pelo Rio Cobade, a oeste pelo Rio Tombali, a leste pelo Rio Cumbijã, e a sul pelo oceano Atlântico... A ligação de Cachil (na margem esquerda do Rio Cobade)  a Catió fazia-se de barco, pelo Rio Cobade e depois pelo seu afluente, o Rio Cagopère (em cuja margem direita se  situava o porto exterior de Catió).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)



Guiné > Ilha do Como > 1964 > Op Tridente (de 14 de Janeiro a 24 de Março de 1964)

Infografia: © Mário Dias (2005). Todos os direitos reservados


"A designada Ilha do Como é, na realidade, constituída por 3 ilhas: Caiar, Como e Catunco mas que formam na prática um todo, já que a separação entre elas é feita por canais relativamente estreitos e apenas na maré-cheia essa separação é notória.

"Na ilha não existia qualquer autoridade administrativa nem força militar pelo que o PAIGC a ocupou (não conquistou) sem qualquer dificuldade em 1963. As tabancas existentes são relativamente pequenas e muito dispersas. Possui numerosos arrozais, o que convinha aos guerrilheiros pois aí tinham uma bela fonte de abastecimento, acrescido do factor estratégico da proximidade com a fronteira marítima Sul e o estabelecimento de uma base num local que facilitava a penetração na península de Tombali e daí poderia ir progredindo para Norte.

"Não tinha estradas. Apenas existia uma picada que ligava as instalações do comerciante de arroz, Manuel Pinho Brandão (na prática, o dono da ilha) a Cachil. A partir desta localidade o acesso ao continente (Catió) era feito de canoa ou por outra qualquer embarcação. A casa deste comerciante era, se não estou em erro, a única construída de cimento e coberta a telha.

"Portugal não exercia, de facto, qualquer espécie de soberania sobre a ilha. Tornava-se imperioso a recuperação do Como. Foi então planeada pelo Com-Chefe a Operação Tridente na qual foram envolvidos numerosos efectivos, divididos em 4 Agrupamentos (...), num total de cerca de 1200/1300 homens"


Fonte: Mário Dias > Guiné 63/74 - CCCLXXII: Op Tridente (Ilha do Como, 1964): Parte I (Mário Dias) (15 de Dezembro de 2005)


Guiné > Região de Tombali > Carta de Catió > 1956 > Escala 1/50 mil >  Posição relativa da Catió, com os seus portos, interior (no Rio Cadime, afluente do Rio Capère) e exterior (no Rio Cagopère, afluente do Rio Cobade, que por sua vez liga(va) o Rio Tombali ao Rio Cumbijã).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).





Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil (1964/66) > Desembarque no Cachil,  a norte da iha de Caiar,  princípio de Dezembro de 1965


Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil (1964/66) >  O cais de abicagem, feito de troncos de palmeira... Na foto,  a mascote da companhia, o Toby, de raça boxer, ferido em combate. .  Fotos do álbum do ex-alf mil João Sacôto).

Foto: © João Sacôto (2011). Todos os direitos reservados



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto interior (no Rio Cadime, afluente do Rio Cagopère) > Álbum fotográfico do nosso saudoso camarada Victor Condeço (1943-2010) > Foto 1 > " Aproximação ao porto interior de Catió no rio Cadime da lancha de transporte LP2, que fazia o reabastecimento diário do pão e da água ao Cachil na Ilha do Como [1967/1968]. ".



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto interior (no Rio Cadime, e não Cadima, afluente do Rio Cagopère) > Álbum fotográfico do Victor Condeço> Foto 2 > "- Lancha do Cachil LP2, em manobra de atracação ao cais do porto interior de Catió no rio Cadime. Neste dia [11 de Julho de 1967] os passageiros eram um pelotão da CArt 1687 em trânsito do Cachil para Cufar, onde renderia por troca outro pelotão da CCaç 1621, concluindo-se assim a troca das companhias".

Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2010). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13188: Memória dos lugares (266): Cachil, o meu suplício de Sísifo durante 30 dias (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)

Guiné 63/74 - P13188: Memória dos lugares (266): Cachil, o meu suplício de Sísifo durante 30 dias (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)



A lancha no cais do Cachil, responsável pelo transporte dos géneros de Catió para o Cachi



Transporte de todos os mantimentos à força bruta do homem do cais para o quartel, que ficava a cerca de 1Km.


A cozinha (?)  do quartel do Cachil...


Uma pausa nos trabalhos para beber... água (?)



Os trabalhos na construção da paliçada (1)


Os trabalhos na construção da paliçada (2)

Guiné > Região de Tombali > Cachil > CCAÇ 557 (, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)

Fotos falantes...que não precisariam  de legenda... Um dos piores lugares do inferno verde e vermelho que foi, para muitos de nós, a Guiné... Fotos do álbum do José Colaço (ex-Soldado Trms da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) (*)

Fotos (e legendas): © José Colaço (2011). Todos os direitos reservados.



1. Mensagem do Benito Neves, com data de 21 do corrente, e a propósito do poste P13172 :


 Julgo e quase tenho a certeza de que o rio que banhava o Cachil era um afluente do rio Cobade, que também banhava Catió...

E a propósito, nos 30 dias que estive no Cachil, fazíamos aquela viagem diariamente para irmos a Catió buscar o pão e a água. Era uma odisseia que posso descrever assim (**):

No Cachil carregavam-se todos os barris vazios em cima de um (único) Unimog que lá estava e que só viajava até ao cais. A estrada até ao cais do Cachil tinha umas largas, (muito largas) dezenas de metros, construída sobre troncos de palmeira, a uma altura de cerca de 4 metros e sobre os quais havia duas chapas a pouco mais que a largura dos pneus do Unimog.

Chegados ao cais, os barris eram descarregados e colocados numa lancha tipo LP2 e navegava-se para Catió com a maré cheia ou a encher. Recordo os inúmeros crocodilos que, prostrados nas margens, admiravam a coragem daqueles rapazes que lhes poderiam servir de almoço em consequência de uma qualquer bazucada que felizmente nunca aconteceu.

Chegados a Catió, descarragava-se a lancha e os barris eram colocados numa GMC que rumava ao quartel para enchimento. Enquanto esta operação decorria, era normal a maré descer e deixar a lancha em seco.

Deslocados de novo para o cais de Catió, descarregavam-se os barris para o cais e aguardávamos que a maré voltasse e colocasse a lancha à altura do cais para novo carregamento e navegação.

Chegados ao Cachil, repetia-se a operação inversa.

Depois de repousada a água, juntavam-se-lhe comprimidos tira-gosto, comprimidos de halozona e pós clarificadores. Passadas 4 horas poderia filtrar-se e consumir-se.

Foram assim 30 dias, em que registámos um ataque
entretanto feito ao aquartelamento.

Naqueles 30 dias, embora tivessem sido feitos relatórios de patrulhas e de outras actividades que constam dos documentos oficiais, ninguém saiu do quartel que não fosse para repor alguma armadilha que tivesse rebentado, porque do quartel ate à mata tínhamos um  "campo de minhas" feito com arame de tropeçar e granadas instantâneas que muitas vezes não resistiam à queda das folhas de palmeiras em noites de vento. 

Abraço

Benito Neves

[ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67]

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Notas do editor:

Guiné 63/74 - P13187: Parabéns a voce (737): Rui Gonçalves dos Santos, ex-Alf Mil, CMDT da 4.ª CCAÇ (Guiné, 1963/65)

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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13166: Parabéns a voce (736): Mário Pinto, ex-Fur Mil Art da CART 2519 (Guiné, 1969/71)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13186: Convívios (600): Encontro do pessoal da CCAÇ 799 / BCAÇ 1861 (Cacine e Cameconde 1965-67), a levar a efeito no próximo dia 14 de Junho de 2014 na Sertã

Do nosso camarada Arménio Vitória recebemos o pedido de publicação do próximo Encontro do pessoal da CCAÇ 799 / BCAÇ 1861, a levar a efeito no próximo dia 14 de Junho na Sertã.


Guião da CCAÇ 799/BCAÇ 1861 (Cacine e Cameconde - 1965-1967)


Com o pedido de publicação: 

“Como vem sendo habitual é já no próximo dia 14 de junho que na Sertã (Restaurante Ponte Velha) se realizará o encontro do pessoal (sempre acompanhado das famílias) que pertenceu à C Caç 799 que cumpriu a sua comissão na Guiné Bissau, em Cacine/Cameconde, em 1965/67. 

Momento de reencontro mas também de “desencontro” com os que já partiram mas serão sempre recordados. 

Arménio Vitória
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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13180: Convívios (599): Rescaldo do XIX Encontro do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71), realizado em Ançã - Cantanhede no passado dia 17 de Maio de 2014 (César Dias)

Guiné 63/74 - P13185: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (7): Temos 20 exemplares do livro do Nuno Rubim, para distribuir em Monte Real, no dia 14 de junho, aos participantes, grã-tabanqueiros, "camaradas que apreciem a nossa antiga história militar" (Nuno Rubim / Luís Graça)



Índice do livro do Nuno José Varela Rubim, "A organização e as operações militares portuguesas no Oriente, 1498-1580: vol. 2: Navios e Embarcações", 2013, 210 pp, ilustrado.   

I.  Troca de emails entre o nosso camarada Nuno Rubim, cor art ref , e o editor Luís Graça (LG):

1. Mensagem,  de 8 do corrente, do Nuno Rubim (NR)

[, foto de 2007, Lisboa, ENSP/UNL]


Caro Luís

(...) Sobraram-me alguns exemplares do meu último livro 
que foi publicado, que nada tem a ver com a guerra na Guiné, mas que eventualmente pode vir a interessar algum(uns) camarada(s) que aprecie(m) a nossa antiga história militar.(*)

Tem 210 páginas e 135 figuras e desenhos, a grande maioria a cores. (...) Junto envio capa e contracapa. (*)

Se alguém estiver interessado num exemplar tem é de providenciar no sentido de vir recolhê-lo a minha casa. Pode até levar mais exemplares desde que os distribua unipessoalmente, i.e., um por camarada, informando-me a quem será entregue.

O(s) livro(s) é(são) pois oferecido(s) sem qualquer custo. (...)

Nuno Rubim

2. Resposta de L.G., com data de 10 do corrente: 


Caro Nuno:

É tão bom saber notícias tuas!...E dos teus livros!... Parabéns, por mais este trabalho de investigação que, obviamente, me/nos interessa. Vou publicar, com a tua autorização, uma nota de leitura (*), com base nos elementos que me mandaste... Vou divulgar também a tua generosa oferta... mas preciso que me mandes a tua morada...Não a divulgarei no blogue, por razões óbvias, mas facultá-la-ei aos camaradas que quiserem passar pela tua casa.. Posso, neste caso, servir de intermediário... Um dia destes faço-te uma visita: fiz uma artroplastia total da anca, e estou no "estaleiro", por mais 1 a 2 meses... Estou a recuperar bem... (..:)

3. Resposta do N. R.  no mesmo dia:

Caro Luís

Pois muito bem, vamos então "entrar em negócios" ... Podes pois publicar uma notícia com os dados que entenderes mas pedia-te que os interessados te respondessem directamente.

Marca-se uma data para o encerramento de pedidos. Não tenho problemas em indicar a minha morada mas propunha, por me parecer mais prático, que viesse cá apenas um camarada que levaria o número de exemplares pedidos.

O "pessoal" interessado contibuíria para os custos da deslocação. Pode haver algum camarada que resida não muito afastado da minha casa, sita na freguesia de Fernão Ferro, concelho do Seixal.

Diz-me o que pensas sobre estas sugestões. (...)

4. Resposta de L.G. a 12 do corrente:


Nuno: Obrigado pelas tuas boas notícias. Ainda bem que superaste a tua recente crise cardíaca...  Vamos lá então ao teu/nosso negócio:

(i) diz-me mais ou menos quantos exemplares queres ou podes dispensar;

(ii) eu ponho uma notícia no blogue, abro inscrições;

(iii) seleciono, contigo, os "felizes" contemplados [, no caso de haver mais interessados do que o nº de examplares que vais disponibilizar];

(iv) passo por aí, por tua casa, para levantar a encomenda;

e (v) faço a distribuição dos livros, "autografados", em Monte Real, no nosso próximo encontro, o IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, no dia 14 de junho (**)...

É a tua "prenda" para os nossos 10 (dez) anos de existência, como blogue, a "partilhar memórias e afetos".. Somos já 654 membros, registados da Tabanca Grande, contendo contigo (...)

Um alfabravo, camarada.

5. Resposta do N.R., no mesmo dia:

Luís

Muito bem, obrigado no que se refere à minha "maleita".

(i) Tenho disponíveis entre 25 e 30 exemplares, pois preciso de guardar uns de reserva para oferecer aos cadetes de Artilharia da Academia Militar;

(ii) Notícia, muito bem, podes avançar; envio-te ainda o Índice da obra [, vd acima];

(iii) Seleccionamos (ainda bem que te lembraste disso ... ) os contemplados;

(iv) Também ok, teremos só de assentar dia e hora;

(v) Distribuirás pois os exemplares em Monte Real e parabéns pela efeméride (**). (...)

O Briote está de boa saúde ?

Abraço


6. Resposta de LG.:

Nuno: Obrigado pela rápida resposta. Ficamos então assim. Manda-me o índice da obra para fazer uma primeira apresentação do livro.

Quanto aos teus contactos telefónicos, fica descansado, ficam em boas mãos. Já tinha o teu fixo. Em relação ao Briote, encontrámo-nos há uns meses num lançamento de um livro. Teve um problema de saúde do foro oftalmológico, que o obrigou a uma intervenção cirúrgica. Penso que está bem, agora. É nosso editor "jubilado", mas será sempre uma referência histórica e inspiradora do nosso blogue. Aqui tens o mail dele. (...)

7. Mensagem do N.R., de 23 do corrente

(..) Pois então teremos 24 exemplares do livro. Naturalmente 4 para ti e para os teus 3 colaboradores do blogue e 20 para distribuir, como dizes, "por escolha", decidindo eu com a tua ajuda.

Resido nos "confins mouros" da margem Sul, na Rua da EDP, na freguesia de Fernão Ferro. Envio "roteiro", com as distâncias muito aproximadas a vermelho para facilitar a orientação. (...)

Abraço, Nuno Rubim

II.  Abertura de candidaturas para a oferta de um exemplar, autografado, do último livro do Nuno Rubim, "A organização e as operações militares portuguesas no Oriente, 1498-1580: vol. 2: Navios e Embarcações", 2013, 210 pp, il. 

Os interessados terão que me mandar uma mensagem, até ao fim do corrente mês, manifestando o seu desejo de receber um exemplar, autografado, do livro do nosso camarada, a título gracioso, ou seja, sem quaisquer encargos.

Os interessados, grã-tabanqueiros,  precisam para isso estar inscritos no IX Encontro Nacioanal da Tabanca Grande, ou aparecer em Monte Real, dia 14 de junho, para receber das minhas mãos um dos 20 exemplares que o autor nos disponibiliza (. para além de mais 4 que já ofereceu à equipa editorial do blogue)...

Dado o stock limitado, e no caso de haver mais de 20 interessados, teremos de proceder a um processo de seleção dos contemplados.  O Nuno Rubim faz questão de os oferecer   a "camaradas que apreciem a nossa antiga história militar". Entraremos também em linha de conta com a ordem de chegada dos pedidos: Mail de serviço: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com

A seleção final dos contemplados  será feita também com a ajuda do autor que não se deslocará a Monte Real, com muita pena nossa. E desde já lhe agradecemos  a sua generosidade e o seu gesto de camaradagem, contribuindo deste modo para enriquecer o nosso convívio anual, no dia 14 de junho, em Monte Real, no ano em que em o nosso blogue faz 10 anos.
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