Mostrar mensagens com a etiqueta arquitectura colonial. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta arquitectura colonial. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19065: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (57): Charles Aznavour (1924-2018), em Luanda

Antº Rosinha, II Encontro Nacional
da Tabanca Grande,Pombal, 2007.
Foto: LG
1. Mensagem do nosso "mais velho" Antº Rosinha, 

Date: terça, 2/10/2018 à(s) 19:15
Subject: Charles Aznavour em Luanda

Em plena guerra fria e em plena "guerra do Ultramar", este enorme artista francês, quando em sua plenitude como cantor, esgotou dois cine-Restauração, na cidade de Luanda.

Esta visita a Luanda não teve nada de "inocente", de parte a parte. Levantou o moral da gente,  embora nós, o povão, não tivéssemos "chegado a tempo", às bilheteiras do Restauração.



Luanda > 1956 > O  cinema Restauração > "Construído no tempo colonial português, na cidade alta de Luanda, foi projectado pelos irmãos arquitectos João Garcia de Castilho e Luís Garcia de Castilho e passou a funcionar como Palácio dos Congressos e sede do parlamento angolano com a proclamação da independência, a 11 de Novembro de 1975 [até 2015]"... .Cortesia de Diário Imobiliário.


Penso que também actuou em Nova Lisboa no Ruacaná, como já tinha feito  a Amália Rodrigues.

Tentou-se o mesmo sucesso "colonial" com outro enorme francês, Gilbert Becaud. Mas foi surpreendido pelo 25 de Abril, e imagine-se este grande artista, em junho de 1974 a actuar com o seu piano em Malange com uma sala vazia, apenas vinte  ou trinta espectadores, porque o público já não queria ouvir mais "cantigas" .

Eu fui a esse espectáculo, o homem interpretou 2 canções, quase a chorar...mas apresentou-se.

Aconteceu o mesmo com o Tony de Matos em Serpa Pinto, ele que esgotava salas, mas após o 25 de Abril, estes artistas já não contavam.

Também o vi desesperado, com 20 ou 30 espectadores, cantou dois ou três números.

Esta também foi a minha guerra.

Cumprimentos
Antº Rosinha


(i) beirão, tem mais de 110 referência no nosso blogue;

(ii) é um dos nossos 'mais velhos' e continua ativo, com maior ou menor regularidade, a participar no nosso blogue, como autor e comentador;

(iii) andou por Angola, nas décadas de 50/60/70, do século passado;

(iv) fez o serviço militar em Angola, sendo fur mil, em 1961/62;

(v) diz que foi 'colon' até 1974 e continua a considerar-se um impenitente 'reacionário' (sic);

(vi) 'retornado', andou por aí (, com passagem pelo Brasil, já sem ouro, nem pedras preciosas...), até ir conhecer a 'pátria de Cabral', a Guiné-Bissau, onde foi 'cooperante', tendo trabalhado largos anos (1987/93) como topógrafo da TECNIL, a empresa que abriu todas ou quase todas as estradas que conhecemos na Guiné, antes e depois da 'independência';

(vii) o seu patrão, o dono da TECNIL, era o velho africanista Ramiro Sobral;

(viii) é colunista do nosso blogue com a série 'Caderno de notas de um mais velho'';

(ix) pelo seu bom senso, sabedoria, sensibilidade, perspicácia, cultura e memória africanistas, é merecedor do apreço e elogio de muitos camaradas nossos, é profundamente estimado e respeitado na nossa Tabanca Grande, fazendo gala de ser 'politicamente incorreto' e de 'chamar os bois pelos cornos';

(x) ao Antº Rosinha poderá aplicar-se o provérbio africano, há tempos aqui citado pelo Cherno Baldé, o "menino e moço de Fajonquito": "Aquilo que uma criança consegue ver de longe, empoleirado em cima de um poilão, o velho já o sabia, sentado em baixo da árvore a fumar o seu cachimbo". ]
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 11 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18834: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (56): Entre 1394 e 1974, a História de Portugal deve ser reescrita e ir para o Museu?

domingo, 12 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18915: Memória dos lugares (380): O "Chez Toi", a casa de duas moradias, em frente aos serviços metereológicos, e que foi o primeiro cabaré da cidade... E depois da independência, era a chancelaria e a residência do embaixador... de França! (Nelson Herbert, EUA)


Guiné > Bissau > s/d > "Aspecto parcial e Câmara Municipal"... Bilhete postal, nº 133, Edição "Foto Serra" (Colecção Guiné Portuguesa")...

Segundo o nosso amigo guineense, de origem cabo-verdiana, Nelson Herbert,  jornalista que trabalhou na VOA - Voice of America, e vive nos EUA, a casa de duas moradias que se vê à direita, na imagem acima,  foi a antiga "boite" ou "cabaret" "Chez Toi"... Em frente era a "Estação Meterológica de Bissau" (edifício nº 8, assinalado no mapa em baixo)... Antes da independência, esta rua, que era perpendicular à Av da República (que partia da Praça do Império até ao cais do Pidjiguiti) chamava-se rua do engº Sá Carneiro (antigo subsecretário de Estado das Colónias que visitou o território em 1947, sendo governador-geral Sarmento Rodrigues).


Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar / Digitalizações: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).


1. Mensagem de ontem, às 16h29, do nosso amigo Nelson Herbert


Ahahahaha, já estive no blog... cujas coordenadas não perdi... e a deliciar-me com as estórias do Chez Toi... num "flashback"!

Ahahaha, as fantasias sexuais nossas... nós, a meninada da rua/bairro... do Cabaret... E sabíamos lá nós o que era um Cabaret? 

Attached uma foto que creio ter sido já postado no blogue em que aparece a casa de duas moradias... do lado oposto do muro dos serviços de meteorologia... onde funcionava a boite/cabaret Chez Toi... e onde,  no pós-independência,  funcionou, pelo menos até 1980, a chancelaria e a residència da embaixada da França em Bissau...  (*)

Mantenhas cordiais, meu velhos amigos... Abraço fraterno

Nelson Herbert




 


Fonte: Milheiro, Ana Vaz, e Dias, Eduardo Costa - A Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização colonial (1944-1974). usjt - arq urb , nº 2, 2009 (2º semestre), pp.80-114 [ Disponível aqui em pdf ] (**)

_________________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 11 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18914: Memória dos lugares (379): No restaurante e cervejaria Pelicano, à noite, acabado de desembarcar em Bissau, em 9 de novembro de 1970, ouvindo "embrulhar" lá longe, talvez Tite, talvez Fulacunda...(Hélder Sousa)


(**) Vd. postes sobre a arquitetura e o urbanismo de Bissau, antes da independência:


14 de abril de 2014

25 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13042: Manuscrito(s) (Luís Graça (26): Revisitar Bissau, cidade da I República, pela mão de Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura e urbanismo da época colonial (Parte III): Sarmento Rodrigues, o seu palácio e a sua praça do império (fotos de Benjamim Durães, julho de 1971)

19 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13164: Manuscrito(s) (Luís Graça (28): Revisitar Bissau, cidade da I República, pela mão de Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura e urbanismo da época colonial (Parte IV): Na antiga avenida da República (, hoje Amílcar Cabral), os edifícios da Sé Catedral (João Simões, 1945) e dos Correios (Lucínio Cruz, 1950/55)


20 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13312: Manuscritos(s) (Luís Graça) (33): Revisitar Bissau, cidade da I República, pela mão de Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura e urbanismo da época colonial (Parte VI): O novo bairro da Ajuda (1965/68), um "reordenamento" na estrada para o aeroporto...

12 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13392: Manuscritos(s) (Luís Graça) (36): Revisitar Bissau, cidade da I República, pela mão de Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura e urbanismo da época colonial (Parte VII): O melhor edifício da cidade, a Associação Comercial, hoje sede do PAIGC, projeto do arquiteto Jorge Chaves, de 1949-1952

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Guiné 61//74 - P17015: Efemérides (244): 29 de janeiro de 1947, no dia em que nasci: Na Guiné era inaugurado o sistema de abastecimento de água a Bissau bem como o bairro de Santa Luzia... e em Paris fazia um frio de rachar:- 13º (e -30º nos Alpes franceses)!...



1ª págima do Diário de Lisboa, nº 8683, ano 26, quarta-feira, 29 de janeiro de 1947, diretor: Joaquim Manso (Fonte: Fuindação Mário Soares > Casa Comum > Arquivos > Diário de Lisboa / Rua Ramos > Pasta 05780.044.11034( (com a devida vénia...)


1. Mera curiosidade: sei que nasci, porque a minha mãe e o meu pai mo disseram, numa manhã fria de 4ª feira, do dia 29 de janeiro de 1947,  em casa dos meus avós maternos, no Nadrupe, Lourinhã... ainda o vespertino "Diário de Lisboa" não estava nas bancas...  Era rapaz e tinha a cabeça grande: o meu pai quando me viu profetizou logo o meu futuro: "só podia ser padre ou doutor"... Não fui padre, mas andei seis anos no seminário (em Santarém e Almada, entre 1958 e 1964),,, E depois da Guiné, licenciei-me em sociologia (, ISCTE-IUL, 1980) e doutorei-me em saúde pública (Universidade NOVA de Lisbboa, 2004):

Nesse dia, banal para o resto da humanidade, em Paris, as temperaturas chegavam aos 13 graus negativos, obrigando as autoridades municipais a encerrar metade das escolas, para manter as reservas de carvão (!)... Em Marselha, bloqueada pela neve, não aterravam aviões e os restantes portos de França os navios estavam paralisados pelo gelo. Nos Alpes franceses batiam-se recordes de temperaturas negativas: - 30 graus...

Sarmento Rodrigues (1899-1979).
 Cortesia da Revista Militar
Entretanto,  na nossa Guiné, e sendo  governador geral o futuro almirante Samento Rodrigues (Freixo de Espada à Cinta, 1899 - Lisboa, 1979) era dia de festa: o subsecretário de Estado das Colónias (só em 1951, é que se passa a chamara do Ultramar, com Sarmento Rodrigues a assumir a pasta), o engº Sá Nogueira,  prosseguia a sua visita àquele território, fazendo uma série de inaugurações, com destaque para o abastecimento de água a Bissau e o bairro de Santa Luzia.

O representante do governo da Metrópole e a sua comitiva visitava de manhá as obras do Museu,do Palácio do Governador e moradias dos funcionários "que transformarão radicalmente a fisionomia da cidade, dando-lhe o aspeto de um centro urbano moderno", lê-se na primeira página do "Diário de Lisboa" desse dia, segundo despacho da agência noticiosa Lusitânia... A residência do delegado do ministério público também foi objeto de visita, sendo considerada "a última palavra da nova arquitetura colonial" (sic).

Não faltaram os vivas e as  aclamações dos "indígenas de diversas tribos, que tocaram o hino nacioanal em instrumentos gentílicos", bem como dos "colonos"... Houve ainda visita aos depósitos de construção do Alto Crim, bem como às obras do porto do Pigiguiti (sic) (era assim que o topónimo era grafado: hoje há variantes para todos os gostos!),

Outro título de caixa alta era reservado para o feminismo, "avant la letrre": as mulheres do pós-guerra estavam a medir meças aos homens,  nomeadamente na América, donde vinham então todas as novidades e tendências  modernizadoras, das tecnologias aos costumes... O jornal publicava uma entrevista com Mrs. Crocker, a esposa do conselheiro da embaixada norte-americana em Lisboa, na sua casa no Lumiar...

É dado igualmente destaque à "entente cordiale" entre a França e a Inglaterra, duas grandes potências coloniais condenadas a entenderem-se,  ambas saídas vencedoras da trágica II Guerra Mundial... Por fim, dava-se a notícia da entrada, no dia seguinte, no Tejo, de um cruzador antiaéreo norte-americano...

Não foi preciso ir à bruxa para logo eu "pressentir", com escassas horas de vida, que o raio da Guiné iria atravessar-se, 22 anos depois, na vida minha... (LG).

_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 31 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17008: Efemérides (243): Acontecimentos no mês de Janeiro, entre 1963 e 1974, na Guiné (António Tavares, ex-Fur Mil SAM)

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Guiné 63/74 - P16417: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte VI: Bafatá, parte velha


Foto nº 1 > O supermercado das libanesas (à esquerda) eo edifício da antiga Casa Gouveia


Foto nº 1 A > O supermercado das libanesas, em primeiro plano


Foto nº 1 B > O  edifício da antiga Casa Gouveia: está para alugar ou vender...



Foto nº 2 >  A antiga rua principal com destaque, à esquerda, para o edifício da antiga Casa Gouveia... Deduz-se, pelos postes de iluminação pública, que a cidade já não se deita às escuras... E parece estar mais "limpinha": há contentores para o lixo!... E na rua das libaneses há 3 viaturas automóveis com ar de novas... Durante anos, o que se via nas ruas da parte velha de Bafatá eram viaturas abandonadas... Algo está a mudar, na nossa "querida princesa do Geba"...



 Fotop nº 3 - O velho mercado da cidade


Foto nº 4 >  A estátua de Amílcar Cabral, filho de Bafatá e pai da nacionalidade


Foto nº 5 > Restos da bomba de gasolina da SACOR


Foto nº 6 > O hospital regional, ao cimo da rua principal, do lado direito... É outra herança colonial

Guiné-Bissau > Região de Bafatá >  Outubro de 2015 >  Bafatá > Parte velha


Fotos (e texto): © Adelaide Carrêlo (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
___________________

Nota do editor:

Último poste da série > 23 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16413: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte V: Em Bafatá, reencontrando o sr. Dinis, da Escola de Condução Automóvel

sábado, 23 de julho de 2016

Guine 63/74 - P16326: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte I: BIssau: o cemitério dos nossos bravos





Foto nº 1 > Bissau, o talão da Liga dos Combatentes... Vê-se que o talhão está agora cuidado e que há flores nalgumas campas.


Foto nº 2 > Bissau, outro aspeto do cemitério onde repousam uma parte dos nossos bravos



Foto nº 3 > Bissau > Cemitério > Placa: "Homenagem aos mortos pela Pátria. Visita de Sua Excelência o Presidente da República Contra-Almirante Américo Deus Rodrigues Tomaz à Porvíncia da Guiné. Bissau, 3 de fevereiro de 1968"



Foto nº nº 4 >  Bissau > Bissau Velho > Hotel (e casino)  Kalliste,,, Fica na praça 'Che' Guevara



Foto nº 5  > Bissau > Bissau Velho > A catedral católica, uma construção estadonovista (1945), projeto (reformulação) do arq João Simões


Guiné-Bissau > Bissau > 4 de novembro de 2015 >

Fotos (e legenda): © Adelaide Barata Carrêlo  (2016). Todos os direitos reservados.



1. A nossa grã-tabanqueira Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente SGE Barata, da CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71), esteve com a família (pai, mãe, irmã gémea e e irmão mais velho) em Nova Lamego na altura da segunda parte da comissão de serviço do pai (1970/71),entretanto falecido, em 1979, com o posto de capitão  (*).


 [Foto à esquerda:  na inauguração de uma nova escola em Nova Lamego, na qual a Adelaide foi  a menina branca a pegar na fita,  segura do outro lado por uma menina preta, que se vê perto de dela, para o gen António Spínola cortar]


Conheceu então a violência da guerra mas também bebeu, aos 7 anos, a água do Geba,,, Guardou, numa caixinha especial da memória, as boas coisas desse tempo, dessa Guiné e das suas gentes ... Quarenta e tal anos depois, em novembro de 2015, voltou lá... Diz que foi a "viagem da sua vida".

(...) "Em 1970 aterrámos em Bissau onde o meu pai nos esperava ansiosamente, seguimos alguns dias depois para Nova Lamego onde ele estava colocado. Eu tinha 7 anos, sou gémea com uma irmã e tenho um irmão mais velho 1 ano. Somos a família Barata.

Quando chegou a hora dos meus pais decidirem juntar-se naquela terra, não conseguiram convencer-nos de que poderíamos separar-nos, não, fomos também. E até hoje agradeço por ter conhecido gente tão bonita, tão pura.

As primeiras letras da cartilha, foram-me desenhadas pelo Prof. José Gomes, na Escola que hoje se chama Caetano Semedo.

Aquele cheiro, a natureza comandada pelo calor húmido que sufoca e a chuva que cai como uma cascata sobre a pele e o cabelo que teima em não se infiltrar...cheguei a pedir à minha mãe para me deixar correr como aqueles meninos que se ensaboavam no meio da rua e com um chuveiro gigante que deitava tanta água de pingos grossos e doces.

Também me lembro de quem lá ficou para sempre, não éramos muitos. Tantas lembranças que me acompanharam toda a minha vida e eis que em 2015 o meu filho, foi trabalhar para a Tese em Bafatá, uma ONGD (energias renováveis) e eu voltei lá, agora com a possibilidade de visitar tudo, foi a viagem da minha vida.

O reencontro com gente que parece ter ficado à nossa espera este tempo todo. (...)

 Aqui vão as primeiras fotos: Bissau, quarenta e tal anos depois, em 4/11/2015...
_________________

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16112: Agenda cultural (485): Sessão de lançamento do novo livro do lusoguineense António Júlio Estácio, "Bolama, a saudosa...", Lisboa, Palácio da Independência, dia 25, às 18h00 - Resumo da obra: parte I

Parte I do resumo do livro "Bolama, a saudosa...", da autoria do nosso amigo e camarada, lusoguineense, António [Júlio] Estácio.


Vai ser  lançado em Lisboa, 
no Palácio da Independência, mesmo ali ao lado 
do Teatro de D. Maria II, 
dia 25 de maio,  4ª feira,
às 18h00.

O  autor:

António Estácio, lusoguineense,
 nado e criado no chão de papel, em Bissau,  em 1947, 
engenheiro técnico agrário (Coimbra, 1964-1967, Escola de Regentes Agrícolas,
 onde foi condiscípulo do Paulo Santiago), 
fez a tropa (e a guerra) em Angola, como alferes miliciano (1970/72). 
Trabalharia depois em Macau (de 1972 a 1998).

Vive há quase duas décadas em, Portugal, no concelho de Sintra, 
É membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2010 (*). 
Tem-se dedicado à escrita,
 é autor de dois livros que narram as histórias de vida  
de duas "mulheres grandes" da Guiné, 
a caboverdeana Nha Carlota (1889-1970) 
e  a guineense Nha Bijagó (1871-1959). (**).

Todos os amigos e camaradas da Guiné, que se sentam à sombra do poilão da Tabanca Grande, estão naturalmente convidados para este evento cultural. De resto, o Estácio é um bom amigo e melhor camarada, tem participado nos nossos encontros anuais em Monte Real, e é um elo de ligação fundamental com a história e a cultura crioula da Guiné-Bissau.

Esta obra, até pela sua extensão (c. de meio milhar de páginas), foi um "parto difícil", é um projeto que já vem de 2012. Parte do material fotográfico foi cedido pelo nosso blogue.

Parabéns ao autor, por ter chegado a bom porto, o mesmo é dizer que não morreu na praia!... Fica aqui um "cheirinho" do seu livro, com este resumo (alargado) com que ele presenteou o nosso blogue. Obrigado, António!... E boa sorte para o teu livro. 


Sinopse da obra - I Parte (da chegada dos portugueses até 1932)










(Continua)
_____________

(...) António Júlio Emerenciano Estácio  [,. foto à  esquerda, em 1964,]  nasceu em Bissau, a 3 de maio de 1947, no tchom de Papel.  Estudou no Liceu Honório Barreto, onde foi condiscípulo do nosso amigo Pepito e foi aluno da nossa decana, a dra. Clara Schwarz (n. 1915).

Conheceu, ainda na Guiné, o nosso camarada Mário Dias.

De 1964 a 67 estudou, em Coimbra, na ex-Escola Nacional de Agricultura, onde tirou o Curso de Regente Agrícola,  tendo depois estagiado no extinto Instituto de Algodão de Angola (IAA).

De Janeiro de 1969 a Abril de 1972 cumpriu o serviço militar obrigatório, tendo, a partir de março de 1970 a maio de 1972, prestado comissão de serviço na Região Militar de Angola (RMA), Esteve aquartelado nas povoações de Luquembo, Sautar e Bessa Monteiro.

Em 28/9/1972 chegou a Macau, a fim de desempenhar funções técnicas na então Brigada da Missão de Estudos Agronómicos do Ultramar (MEAU). Neste território, conviveu com o Mário Dias e com o  [nosso saudoso] José Neto, de quem ficou grande amigo. Trata.se de dois grã-tabanqueiros da primeira hora, camaradas da Guiné.

De 28 setembro de 1972 a 2 dezembro de 1998 viveu em Macau, onde exerceu vários cargos e funções. Vive hoje em Portugal. (...)

(**) Vd. postes de :

3 de julho de  2011 > Guiné 63/74 - P8500: Fotos do lançamento do último livro do nosso camarada e amigo António Estácio, Nha Bijagó: Respeitada personalidade da Sociedade Guineense (1871-1959) , Lisboa, 20 de Junho de 2011


20 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6434: Notas de leitura (109): Carlota Lima Leite Pires, 'Nha Carlota' (1889-1970), de António Estácio (Mário Beja Santos)

(***) Último poste da série > 18 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16104: Agenda cultural (477): Lançamento do livro "A Conquista das Almas: Cartazes e Panfletos da Acção Psicológica na Guerra Colonial", de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, dia 23 de Maio, às 18h30, na Associação 25 de Abril, em Lisboa

sábado, 30 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P16034: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (5): Capelas, igrejas e nichos religiosos no mato: fotos de António Santos, Arlindo Roda, Benjamim Durães, Carlos Silva, Jorge Pinto, Mota Tavares, Zé Neto (1929-2007)


Foto nº 1 >  Zona leste > O fur mil at inf, Arlindo T. Roda, da CCÇ 12 (1969/71), no interior de  um capela ou igreja,  não sabemos exatamente onde... Bambadinca ? Bafatá ?  Já não nos lembramos do interior da capela de Bambadinca (que também servia de capela mortuária)...

Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados.



Foto nº 2 > Exterior da capela de Bambadinca. À porta o fur mil Arlindo T. Roda

Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados.



Foto nº 3 > Exterior  da capela de Bambadinca ... Aquartelamento e posto administrativo de Bambadinca. Foto de Benjamim Durães  ex-fur mil op esp, Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).

Foto: © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados.



Foto nº  4 >  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Março de 2007 > O anterior da capela onde, entre outros, rezaram missa capelães como o Horácio Fernandes (CCS/BCAÇ 2852, maio/dezembro de 1969) e o Arsénio Puim (CCS/BART 2917, 1970/71).

Foto: © Carlos Silva (2007). Todos os direitos reservados.




Foto nº 5  >  O Arlindo Roda, no interior de um aquartelamento que ainda não conseguiimos identificar... Não é o Xime... Será Xitole, Saltinho... ?

Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados.


Foto nº  5 > O fur mil at inf José Luís Sousa, também da CCAÇ 12, natural do Funchal, na capela do mesmo aquartelamento não identificado (foto nº 4)

 Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados


Foto nº  6 >  Nicho construído em Mansambo pela CCAÇ 2404 (Binar e Mansambo, 1968/70). A CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 substituiu  a CART 2339, "Os Viriatos" (Mansambo) entre novembro de 1969 e maio de 1970... Foi, por sua vez, rendida pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (1970/1972).

 Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados



Foto nº  7 > Igreja de Bafatá

Foto: © José Fernando dos Santos Ribeiro (2013). Todos os direitos reservados.




Foto nº  8 > Igreja de Nova Lamego. "Graça, Cunha e eu" (António Santos, ex-sol trms, Pelotão de Morteiros 4574/72, Nova Lamego, 1972/74)

Foto (e legenda): © António Santos  (2006). Todos os direitos reservados.




Foto  nº 9 > Capela de Guileje, na Região de Tombali, construída pela CART 1613 (1967/68) > Guileje foi "terra de fé e de coragem".. Foto do nosso saudoso cap art ref Zé Neto (1929-2007).

Foto (e legenda): © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  (2016). Todos os direitos reservados.


Foto nº 10 > Zona leste > Região de Gabu > Capela de Buruntuma > O arquiteto e mestre de obras foi o Mota Tavares, nosso camarada do BCAÇ 1856 (Nova Lamego, 1965/67) que nos mandou fotos da "sua" capela... Anda à procura do militar que está nesta foto... mas ele próprio nunca mais deu notícias

Foto: © Mota Tavares (2016). Todos os direitos reservados.



Foto nº 11  > Região de Quínara, Fulacunda >  3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Soldados construindo a capela cristã (pormenor) em terra de beafadas e muçulmanos.

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2013). Todos os direitos reservados.



1. Capelas no mato... Símbolos da religiosidade do soldado português... Não havia aquartelamento (ou até mesmo destacamento) que não tivesse a sua capela ou capelinha... Ou um nicho religioso, geralmente mariano, para orar, debaixo de um poilão (como o da foto nº 6: "Senhora, protege a CCAÇ 2404").

Ao longo da guerra (1961/74),  improvisaram-se arquitetos, engenheiros, pedreiros, carpinteiros, trolhas, decoradores, etc.,  para erguer estas construções efémeras onde o soldado português erigia as mãos ao céu, e rezava, sozinho ou em grupo...  Muitas vezes não havia capelão, ou quando o havia ficava na CCS do batalhão, a dezenas de quilómetros de distância...

Temos diversas fotos publicadas no blogue, e outras mais estão disponíveis na Net. Mas gostávamos que nos mandassem mais exemplares, com a devida legenda: local, data, autor...

Entretanto, pede-se ajuda para legendar (ou completar a legendagem de) as fotos nºs 1, 5 e 6. O Arlindo Roda mandou-nos as fotos, em devido tempo (2010),  mas sem legenda. E não está contactável: presumo que ainda viva em Setúbal. É natural dos Pousos, Leiria. O nosso obrigado a ele e aos restantes fotógrafos.

____________

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14992: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte XI: Bissau



Foto nº 1

Foto nº 2



Foto nº 3 


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


Foto nº 10


Foto nº 11


Foto nº 12

Guiné > Bissau > c. 1968/70  > Fotos de Bissau, do álbum de Jaime Machado


Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1913 e BCAÇ 2852) (*):

[foto atual à direita; o Jaime Machado reside em Senhora da Hora, Matosinhos; mantém com a Guiné-Bissau uma forte relação afetiva e de solidariedade, através do Lions Clube; voltou à Guine-Bissau em 2010]


Não temos legenda para as fotos, esperamos que os nossos leitores contribuam com algumnas dicas... O Jaime Machadfo disse-me que ia uns
dias aos Açores... Se ele nos ler, há de por certo dar uma ajuda, como sempre...

Aqui ficam algumas legendas:

Fotos nº 1,  2 e 3: zona portuária de Bissau e avenida marginal (na foto nº 3, vê-se uma nesga da ilha de Rei):

foto nº 4: fortaleza  da Amura, entrada principal virada para sul (zona portuária);:

foto nº 5: jardim no exterior da  fortaleza da Amura, ao fundo, o edifício da Alfãndega;

foto nº 6: avenida principal, av da República (, hoje, Av Amílcar Cabral), que ia da Praça do Império até à zona portuária;

fotos nº 7 e 8: praça do Império, monumento ao "esforço da raça" e palácio do governador (autoria: Gabinete de Urbanização Colonial / Arquitetos João António Aguiar e José Manuel Galardo Zilhão, 1945);

fotos nºs 9 e 10: piscina da messe de oficiais do QG - Quartel General;

foto nº 11:  Messe de oficiais de Bissau, também conhecido  como "Clube Militar", o  famoso "Biafra" (se não me engano.,..);

foto nº 12: "djubi" de Bissau, pequeno comerciante ambulante, (LG)

___________________

Nota do editor