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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23978: Memória dos lugares (446): Sinchã Alfa, na estrada Cabuca-Nova Lamego (hoje Gabu): interessante, 52 anos depois, constrói-se uma escola no local de um antiga rampa de lançamento de foguetões 122 mm

 

Guiné > Região de Gabu > Carta de Cabuca (1959 ) / Escala 1/50 mil > Posição relativa de Cabuca, Sinchã Alfa, a sudeste de Nova Lamego, e rio Corubal.



 Guiné > Carta geral da antiga província portuguesa da Guiné (1961) / Escala 1/500 mil > Pormenor: posição relativa de Cabuca e Sinchã Alfa a sudeste de Nova Lamego (Gabu Sara). Temos 40 referências a Cabuca.



Infografia: Nuno Rubim / Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné (2008)


1. Comentário de Valdemar Queiroz ao poste P23976 (*)



Valdemar Queiroz, minhoto por criação, lisboeta por eleição, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70; aqui, na foto, em Contuboel, 1969. Trancado em casa, por causa da sua DPOC de estimação, com o filho, a nora  e os netos lá longe nos Países Baixos, é um "consumidor compulsivo" do nosso blogue e extraordinário contribuinte ativo da nossa Tabanca Grande... Que Deus, Alá e os bons irãs lhe deem muitos anos de vida (e a saúde q.b.).


Sinchã Alfa

O local da tabanca Sincha Alfa ficava junto à estrada a meio caminho Nova Lamego-Cabuca, passei por lá várias vezes. (**)

Não sei quando teria sido abandonada, em 1969 já não tinha população.

Próximo de Sincha Alfa foram montadas as rampas de lançamento dos foguetões 122 mm lançados sobre Nova Lamego em 5 de abrail de 1970.

No dia seguinte, foi o meu 4º. Pelotão da CART.11, "Os Lacraus", que encontrou o local da instalação das rampas de lançamento dos 122 mm.

Interessante, 52 anos depois de no local de lançamento de mortíferos foguetões, que por sorte não atingiram ninguém, aparecer a construção de uma Escola.

Que a Escola perdure por muitos anos.




Guiné > Região de Gabu > Cabuca > CART 2479 / CART 11 > 23 de março de 1970 >  Além de material abandonado (morteiro 82, completo, e granadas), o PAIGC  deixou um morto


2. Nota do editor LG:

Camaradas que passaram por (ou conheceram) Cabuca;

  • António Barbosa, ex-alf mil op esp/ranger, 2.ª C / BART 6523 (Cabuca, 1973/74);
  • Armando Gomes ex-1.º cabo ap armas pesadas, CCAÇ 2383 (Cabuca 1968/70);
  • Carlos Arnaut, ex-alf mil art, 16º Pel Art (Binar, Cabuca, Dara, 1970/72);
  • João Silva (1950-2022), ex-fur mil at inf, de rendição individual, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (Bolama, 1973/74);
  • José António Gomes de Sousa, ex-sold condutor auto, CCAV 3404/BCAV 3854 (Cabuca, 1971/73);
  • José da Luz Rosário, ex-fur mil, Pel Canh S/R 2298 (Cabuca e Buruntuma, 1971/72);
  • José Pereira, ex-1.º cabo inf, 3.ª CCAÇ e CCAÇ 5 (Nova Lamego, Cabuca, Cheche e Canjadude, 1966/68);
  • Ricardo Figueiredo, ex-fur mil, 2ª C / BART 6523, Cabuca (1973/74);
  • Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70).


segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23800: Memória dos lugares (445): O Xitole que eu conheci em 1971/72, no tempo da CART 3492 / BART 3873 e do "tio" Jamil Nasser (Joaquim Mexia Alves)


Foto nº 1



Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4



Foto nº 5


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Xitole > 6 de abril de 1972  > Um almoço de chabéu que o Jamil (fotos nºs 1 e 4)  me ofereceu no dia dos meus anos,  precisamente no alpendre da frente da sua casa (Fotos nºs 2 e 3). .Foram convidados o Capitão Godinho e a sua mulher, bem como os alferes da companhia a que se juntou , por ter vindo em coluna do Saltinho,  o alf Armandino (meu camarada de curso de Operações Especiais), que veio a falecer escassos dias depois na célebre emboscada do Quirafo  [em 17 de abril de 1972]. Está sentado na ponta da mesa, juntamemte  com  o Chefe de Posto (Foto nº  2 e 4, aqui junto ao cap Godinho)..

Fotos (e legendas):  © Joaquim Mexia Alves  (2022). Todos os direitos reservados.Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 (Bambadinca) > Xitole > c. 1970 > Uma coluna logística, vinda de Bambadinca, chega a Xitole, atravessando a ponte dos Fulas, sobre o rio Pulom, ao fundo. A viatura civil, em primeiro plano, podia muito bem ser do nosso conhecido comerciante libanês Jamil Nasser, amigo de alguns dos nossos camaradas que passaram pelo Xitole, como foi o caso do Joaquim Mexia Alves.  Nessas colunas logísticas integravam-se viaturas civis de diversos comerciantes da zona leste. Foto do álbum de Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).


Foto (e legenda):  © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados.Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Joaquim Mexia Alves, ex-alf mil op esp / ranger, CART 3492/BART 3873, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, régulo da Tabanca do Centro (Monte Real):

Data - 21 nov 2022 10:09

Assunto . - Xitole: Serração do sr. Henrique Martinho, amigo do Jamil, que deixou a Guiné em 1962 (*)

Caro Luís

Como sabes o Jamil e eu tínhamos uma forte relação de amizade. Tratava-o muitas vezes por Tio Jamil! (**)

Enquanto estive no Xitole, praticamente todos os dias ia a casa do Jamil ao fim da tarde e, sentados no seu alpendre, bebíamos whisky com água Perrier acompanhado de bocados de tomate só com sal.

Ele ouvia as notícias em árabe e comentava comigo o que se ia passando no seu Libano.

Tenho para mim que a casa que na foto tem o alpendre em ruínas, era a casa do Jamil, só que essa vista é de lado ou seja é do lado que dava para o quartel e assim o David Guimarães terá razão.

A frente da casa tinha a continuação desse alpendre e dava para a estrada que vinha de Bambadinca.

Do outro lado da estrada, mais ou menos em frente da casa, e um pouco afastado da estrada, ficava o armazém de venda do Jamil, que poderia muito bem ter sido a tal serração de que fala Maria Augusta Martinho Antunes.

Anexo fotos de um almoço de chabéu que o Jamil me ofereceu no dia dos meus anos em 6 de abril de 1972, precisamente no alpendre da frente da sua casa. Foram convidados o Capitão e a sua mulher, bem como os Alferes da Companhia a que se juntou por ter vindo em coluna do Saltinho o Alf Armandino, (meu camarada de curso de Operações Especiais), que veio a falecer escassos dias depois na célebre emboscada do Quirafo, sentado na ponta da mesa, e também o Chefe de Posto.

A minha amizade com o Jamil era tal que numas férias da Guiné em Lisboa, por coincidência ele estava também em Lisboa, (ficava num hotel encostado ao então cinema Tivoli, Hotel Condestável?), e então fomos almoçar juntos, se bem me lembro.

Depois perdi completamente o rasto ao Jamil Nasser, mas a sua amizade e a sua companhia foram um bálsamo naqueles primeiros meses de Guiné.

Podes, obviamente, servir-te deste email para o que quiseres.

A foto nº 4 somos o Jamil e eu no dia do almoço.

Um abraço para ti e para todos do
Joaquim Mexia Alves

_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23799: Memória dos lugares (444): Xitole, onde cresci desde bebé até 1957, quando vim para a metrópole estuda... O meu pai, Henrique Martinho, tinha lá uma serração, e era amigo do comerciante libanês Nasser Jamil... (Maria Augusta Martinho Antunes)

domingo, 20 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23799: Memória dos lugares (444): Xitole, onde cresci desde bebé até 1957, quando vim para a metrópole estudar. O meu pai, Henrique Martinho, tinha lá uma serração, e era amigo do comerciante libanês Nasser Jamil... (Maria Augusta Martinho Antunes)


Guiné > Xitole > 1970 > Vista aérea do Xitole (aquartelamento, posto administrativo e tabanca), ao tempo da CART 2716 (Xitole, 1970/72)

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Comentário do David J. Guimarães (ex-fur mil at inf MA, CART 2716 / BART 2917, Xitole, 1970/72)

(...) "Esta foto aérea terá se ser comparada com outras, que eu tirei em 2001, já publicadas na página do Xitole, e que identificam os edifícios que ainda existem (ou exitiam). Vamos lá descrever o que vejo, possivelmente a bordo de uma DO 27 não sei, deverá ser...

"Da direita para a esquerda, os edifícios: em primeiro lugar, a cozinha das praças notando-se na esquina um abrigo subterrâneo - era nesse abrigo que dormia parte do 4º Grupo de Combate... 

Depois andando mais para a esquerda vemos outro abrigo e depois uma casa civil - era a casa do Chefe de Posto, hoje ainda existente... 

"Continuando, vemos uma casinha pequenina e à frente outro abrigo - aí era o ninho de um dos morteiros 81 e o abrigo da secção de armas pesadas que lá se encontrava...

"Depois mais à frente aparece um grande abrigo - sei que lá se instalava parte do 1º Grupo de Combate... 

"Continuando mais à frente vê-se uma casinha pequenina - era a capela da companhia (tenho eu que enviar uma fotografia onde eu estou na frente). Notem agora uma arvore frondosa - é a árvore grande ainda hoje existente - da parte de vê-se outro abrigo: também ele com o resto do 1º Grupo de Combate... 

"Por detrás da capela e debaixo dessa árvore grande verde, é exactamente o bar do soldado, aquele bar onde o Humberto e o Levezinho se encontram a conversar em fotografia que vem mais abaixo, neste poste...

"Mais à esquerda vemos outra árvore de bom porte: é o local da porta de armas... Seguindo agora desse modo no sentido da pista, vemos um edifício escuro: é a Oficina Mecânica, o depósito de armamento, enfermaria, etc... 

"Caminhamos mais para a direita e novo edifício e abrigo - messe e abrigo dos oficiais... Antes e bem junto nota-se para lá qualquer coisa: ninho da metralhadora Breda e abrigo... 

"Mais para à direita casa dos oficiais, surge então a sala de operações, a messe dos sargentos, a secretaria etc... Deixamos esse edifício comprido e logo vemos outro: depósito de géneros.... 

"Mais à frente e com árvores notam-se edifícios: são casas de banho... Mais um abrigo voltado para a pista e mais uma arrecadação... Enfim, era por ali que se instalou também e já coberto pelas árvores o ninho do morteiro 10.7 ...

"E estamos muito perto do ponto de partida, a cozinha dos soldados.... Aí existia outro abrigo idêntico àquele que se situa ao lado da cozinha... Bem ao fundo nota-se então a pista dos aviões e um quadrado bem definido que é o heliporto....

"Toda a área circundante ao quartel antes da pista tinha uma vala, como era de esperar.... Ela percorria toda a zona habitável do aquartelamento...

"Agora bem à esquerda do aquartelamento aí está o Xitole civil ... Em frente à pista e do lado do heliporto nota-se um trilho que nos levava à Ponte Marechal Carmona... 

"Pelo fundo da pista nota-se uma estrada que vai dar à que segue para o Saltinho... Pela frente e na zona mais arborizada existe um complexo: era onde havia um poço... 

"Mais à esquerda sim, e quem sai da porta de armas, vê-se uma estrada - bem à esquerda da fotografia... Exactamente era por aí que entravam as colunas logísticas que vinham ao Xitole" (...)


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > 2001 > Restos do aquartelamento e povoação de Xitole. "Um antigo armazém do comerciante libanês Jamil Nasser", diz o David Guimarães. A nossa leitora, Maria Augusta Martinho Aunbtubes, que viveu aqui nos anos 40/50 antes de ir estudar para a metrópole, em 1959, diz que erradamente aqui no nosso blogue esta casa  "é referenciada como sendo um antigo armazém do sr. Jamil"... Pelo contrário,  foi "feita pelo meu pai e os trabalhadores da serração", e nela nasceram dois seus irmãos... O Jamil era visita assídua da casa. È possível que o c
omerciante libanês a tenha ocupado, no início da guerra, sob recomendação do pai da nossa leitora, que deixou o Xitole em 1962.   


Guiné-Bissau > Região de Bafatá  > Xitole  > 2001 > Restos do aquartelamento e povoação de Xitole > O antigo depósito de géneros: onde se guardava a bianda e o tudo o mais que era necessário à sobrevivência de uma companhia... O Xitole era abastecido através de colunas logísticas vindas de Bambadinca


Guiné-Bissau > Região de Bafatá  > Xitole  > 2001 > Restos do aquartelamento e povoação de Xitole > O David Guimarães, ao que parece erradamente,  diz que esta era a antiga casa do comerciante libanês,  com alpendre já em ruínas... A Maria Augusta Martinho Antunes tem outra versão:  "
não era nenhuma daquelas mencionadas no álbum de fotografias do Xitole, mas sim uma casa que ficava no cruzamento da estrada que, vinda de Bambadinca, passava pelas nossas e à entrada do Xitole virava para a estrada do Saltinho" (*).


Guiné-Bissau > Região de Bafatá  > Xitole  > 2001 > Restos do aquartelamento e povoação de Xitole >  A antiga casa do chefe de posto, vista do lado da parada do aquartelamento.


Guiné-Bissau > Região de Bafatá  > Xitole  > 2001 > Restos do aquartelamento e povoação de Xitole > Uma das árevores de grande porte. A direita os antigos aposentos dos oficiais.

Fotos (e legenda): © David J. Guimarães (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

1. Mensagem, com data de 28/4/2022, 16:56, assinada por Maria Augusta Martinho, leitora do nosso blogue (e que nos chegou por via do Formulário de Contacto do Blogger). Descornimos que se trata de uma "amiga do Xitole", que já há largos anos nos contactou, sob o nome de Maria Augusta Antunes (*)-

Nascida em 1948, no concelho de Tomar, emigrou ainda bebé com os pais para a Guiné, donde regressou aos 12 anos, para estudar. Era filha de Henriqe Martinho, com serração no Xitole. O seu nome completo é Maria Augusta Antunes Martinho. Antunes deve ser apelido de casamento.

O Jorge Cabral identificou-a como mãe da sua aluna, Marta. Nunca chegou a responder ao nosso convite para integrar a Tabanca Grande.  Não nenhuma foto sua nem do tempo  em que viveu no Xitole, nos anos 40/50. Os pais deixaram o Xitole, por causa da guerra, em 1962 (*).

 
De quando em vez, venho aqui à Tabanca matar saudades... Não sei que feitiço aquele chon tem em nós.

Obrigada por me proporcionarem uns bocadinhos de boas memórias. 

Não nasci no Xitole, mas vivi lá desde bebé até 1957 quando vim para a metrópole para estudar.

 Lá nasceram dois dos meus irmaõs, mas um, o Luis Manuel ficou para sempre lá por altura do Natal de 1954. Está sepultado em Farim.  Veio o Zeca que nasceu em outubro de 1955 de quem o sr. Jamil era padrinho, e continua felizmente connosco. 

Esses dois meus irmãos nasceram no Xitole na casa feita pelo meu pai e os trabalhadores da serração, o meu pai trabalhava com o sr. Pires e também com o sr. Toscano de Almeida. 

Erradamente aqui na Tabanca  Grande [essa casa ] é referenciada como sendo um antigo armazém do sr. Jamil. (Não sabemos se ele a ocupou depois do meu pai embarcar para Portugal Continental.) 

Havia, sim, um armazém também feito nessa época, para guardar o arroz que servia de complemento de pagamento para os empregados nativos que trabalhavam na serração.

E sim, sr. Luis Graça, tem razão a casa do sr Jamil, que era libanês e visita assidua de nossa casa e nós da dele, tinha efectivamente um alpendre onde ele gostava de tomar uma bebida com os amigos e o meu pai viciou-o no tomate com sal, que usávamos muito na nossa aldeia, e o meu pai mandava plantar e colher numa horta que mandou fazer junto da serração e que, além de mancarra, tinha também muitos ananases. 

Se não estou em erro era a primeira casa com um muro e com uma escada com poucos degraus aonde estava o gerador... e ficava na estrada que seguia para o Saltinho... Será??? 

Já cá não tenho os meus pais,  infelizmente,  para lhes perguntar. O meu pai faleceu com a Guiné na garganta, gostaria de ter lá voltado mas não foi possivel devido à guerra.

Atravessamos muitas vezes uma mas não me recordo do nome e também na jangada.
Também o meu tio João Martinho esteve muitos anos estabelecido em Nhacra e trabalhava para o sr Toscano. O outro meu tio por afinidade tambem ai ficou sepultado depois de ter sido atropelado por um nativo e ficar colado a um bissilon.

Tenho muitas saudades do Xitole que deixei, e tenho conhecimento que por ai ficou também um irmão que o meu pai nos deu, mas que nunca conhecemos, que julgo ter nascido em 1957/8... 

Sabe Deus se ainda a vou visitar ou se devo continuar com a ideia da linda terra que deixei , pois temo apanhar uma grande desilusão com o Xitole actual.

Desculpem a maçada, mas a saudade tem destas lamechices. Boa tarde a todos. (**)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Xitole > Janeiro de 2006 > Casa, em ruínas,  de Jamil Nasser, comerciante de origem libanesa. Fotos do Dr. Rui  Fernandes, médico.

Fotos: Cortesia de  © Rui Fernandes / Carlos Silva  (indelizmente a página do Carlos Silva já n
ão está disponível "on line": http://carlosilva-guine.i9tc.com/ )


Guiné >Região de Bafatá > Carta de Xitole (1955) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa do Xitole, na margem direita do Rio Corubal, na estrada Bambadinca - Saltinho - Aldeia Fomosa... Era então posto administrativo, possuindo  serviços sanitários e telegráfico-postais... Sinalizam-se também as ruinas da antiga ponte sobre o rio Corubal e os rápidos de Cusselinta.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)
__________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

7 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6549: O Nosso Livro de Visitas (92): O Xitole que eu e os meus pais conhecemos até 1962 (Maria Augusta Antunes, filha de Henrique Martinho, antigo madeireiro)

(...) Sou Maria Augusta Antunes Martinho, e fui para a Guiné ainda bebé com a minha mãe e irmão ao encontro do meu pai, Henrique Martinho, madeireiro e colono então no Cumeré.

Mais tarde montaram a serração no Xitole, para onde nos mudamos. Com o meu pai estava também o sr. Pires. Fizeram ambos as suas casas de raíz e também a casa aonde guardavam o arroz e o sal, que faziam parte do pagamento do trabalho diário dos negros, trabalhadores da serração.

Pois a razão deste mail é exactamente o desejo que tenho de corrigir uma informação do seu blogue.

Na verdade, a casa do sr. Jamil (se a memória não me trai, de seu nome completo Jamil Nene Nasser), compadre dos meus pais, (pois foi o padrinho de baptizado de um dos meus irmãos, nascidos naquela casa), não era nenhuma daquelas mencionadas no álbum de fotografias do  Xitole, mas sim uma casa que ficava no cruzamento da estrada que, vinda de Bambadinca, passava pelas nossas e à entrada do Xitole virava para a estrada do Saltinho. Vi a verdadeira casa do sr. Jamil no blogue do sr. Carlos Silva. Como eu a conheço bem!

Quando em 1962 o meu pai veio da Guiné, pediu ao compadre Jamil que olhasse pela casa na esperança de um dia voltar e para evitar ela ser ocupada pelos negros. Assim também sucedeu com a do Sr. Pires.

Vivi e cresci a ouvir falar da Guiné. Transmito isso aos meus filhos e neto. Os meus queridos pais faleceram sem lá poder voltar. Mas isso são outras histórias.....

Como deve calcular posso falar do sr. Jamil, pois que era visita constante de nossa casa.
Se estiver interessado dar-lhe-ei os pormenores que souber.

A minha casa é a que tem os 2 anexos juntos, um era a cozinha e a casa aonde o meu pai punha a caça quando vinha do mato, e o outro era a casa de banho. (...)

Vd. também postes de:

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23545: Memória dos lugares (443): Cacine e a "autoestrada" do rio Cacine que, na preia-mar, era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho (Armindo Batata, ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 51, Guileje e Cufar, 1969/70)

 

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 1620 > 1967>  O fur mil Manuel Cibrão Guimarães, frente à capela militar de Nª Sra. de Fátima, construída ao tempo da CART 496, em 13/5/1964 e provavelmente completada pela CCAÇ 799, um ano depois (10/6/1965)... O Cibrão Guimarães está vestida com uma "sabadora" (peça principal do traje masculino dos muçulmanos) e um gorro, fula, na cabeça... A peça do vestuário tem a particularidade de ser feita com sacos de farinha de panificação ("ofício" a que sempre esteve ligado: o pai era industrial de panificação; e ele daria continuidade ao negócio até se reformar; natural de Avintes, Vila Nova de Gaia, mora em Rio Tinto, Gondomar; é pai de duas filhas, a esposa, licenciada em farmácia e professsora do ensino secundário, também está reformada). (*)

Foto (e legenda): © Manuel Cibrão Guimarães (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > De Cacine, a caminho de Gadamael > c. 1970 > O alf mil médico Amaral Bernardo esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72). Amaral Bernardo pertencia  à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).(**)

Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2011) . Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Cacine > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 > Local do nosso desembarque em Cacine, com LDM (à esquerda) e uma AML  à direita [Junto à AML, o alf mil Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51].

Guiné > Região de Tombali > Cacine  >   Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 >A ponte cais ao fundo e a messe e bar de sargentos à direita. A messe, bar e alojamentos dos oficiais era do lado opsto,  donde tirei a fotografia. O acesso à ponte cais, era uma agradável avenida ladeada de palmeiras.


Guiné > Região de Tombali > Cacine  > Pel Caç Nat 51 > Dezembro de 1969 >  Praia a jusante da ponte cais onde desembarcámos das LDM, durante a noite, vindos de Gadamael Porto, (***)

Foto (e legenda): © Armindo Batata (2007) . Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Setor de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Por aqui passou a CART 1692... Esta tosca placa em cimento, delicioso vestígio arqueológico dos "tugas", diz-nos que em dois dias, de 16 (início) a 18 de Abril de 1968 (término), foi construído este abrigo, em tempo seguramente recorde, a avaliar pelas "60 bebedeiras neste priúdo (sic)... Trabalho Rápido". Estão também gravados dois topónimos portugueses, Nisa e Alenquer, afinal alcunhas de dois militares da CART 1692 que, nas horas vagas, eram trolhas, segundo informação do cor art ref António J. Pereira da Costa, que conheceu estas paragens como ninguém: esteve lá como ex-alf art,  CART 1692/BART 1914, Cacine, Sangonhá, Cameconde, 1968/69, antes de voltar ao CTIG como capitão ) em 1972/74) (***)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2 de março de 2008  >  Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau,  1-7 março de 2008) > O Silvério Lobo junto a uma "bunker", construído pelas NT em cimento armado (seguramente pelo BENG  447). (****)


Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2 de Março de 2008 > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje > Os tugas de volta a Cacine, outrora um importante baluarte no sistema de defesa do Rio Cacine contra as infiltrações e ataques do PAIGC. Foi sede do Destacamento de Fuzileiros Especiais 22.  

Cacine era, em 2008, uma terra com ar desolado e decadente. Tímhamos partido,  de Cananima, do outro lado do rio, num barco de pesca, depois de um belíssimo almoço onde não faltou o saboroso e fresquíssimo peixe local. Embarcados, éramos um grupo de 30 participantes do Simpósio. O Pepito, o nosso "capitão de mar-e-guerra",  ficou em terra a planear as eventuais operações de socorros a náufragos. Regresso ao barco, depois de uma duas horas em Cacine: em primeiro plano, o jornalista do Correia da Manhã, o único jornalista português presente no SimpósioInternacional de Guileje, José Marques Lopes, seguido da Júlia, esposa do coronel art ref Nuno Rubim , e da jornalista e cineasta Diana Andringa, os dois últimos, membros da nossa Tabanca Grande.(****)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2008) . Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Sobre a sua curta estadia em Cacine, em dezembro de 1969 e janeiro de 1970, em trânsito para Cufar, escreveu o ex-alf mil Armindo Batata, comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (tem 18 referências no nosso blogue):

(...) Os Pel Caç Nat 51 e 67, este de comando do alf mil Esteves, passaram por Cacine  (*****) em Dezembro 1969/Janeiro 1970, em trânsito para Cufar. O Pel Caç Nat 67 tinha guarnecido o destacamento do Mejo até à evacuação desta posição em janeiro de 1969.

O deslocamento de Guileje para Cufar teve um primeiro troço em coluna de Guileje para Gadamael Porto. Prosseguiu em LDM para Cacine onde aguardámos a formação de um comboio fluvial. Chegámos a Cacine já a noite tinha caído. Desembarcámos na praia,  a jusante da ponte cais, com 1 ou 2 AML a fazerem a segurança e iluminados por viaturas.

Os militares nativos "espalharam-se" com as familias e haveres pelas tabancas de acordo com as respectivas etnias. Nessa noite dormi num quarto com aspecto de quarto, que até tinha mesa de cabeceira e, paredes meias, uma casa de banho que, para meu grande espanto, tinha um autoclismo, daqueles de puxar uma corrente; que maravilha tecnológica!.

Ficámos uns dias, não me lembro quantos, mas deu para eu ir a Cameconde, numa das colunas que se efectuavam diariamente (?). Tenho de Cameconde a imagem de uma fortaleza em betão, daquelas fortalezas dos livros da escola, a que só faltavam as ameias. Quem por lá andou me corrija por favor esta imagem, se for caso disso.

Deu também para umas passeatas no rio Cacine. Mas só na preia-mar, quando era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho. Depois vinha a baixa-mar e o cartaz turístico ficava cinzento. E naquele tempo era quase sempre baixa-mar.

Num fim de tarde, as marés a isso obrigaram, embarcámos nas LDM e ficámos fundeados a meio do rio Cacine em companhia do NRP Alvor, que nos iria comboiar até Catió. O 2º tenente da RN, comandante do NRP Alvor, convidou-nos, a mim e ao alferes Esteves, para bordo e entre umas (muitas) cervejas e não menos ostras, passámos a noite. A hospitalidade habitual da Marinha.

As embarcações suspenderam o ferro com o nascer do sol (exigências da maré) e lá seguimos para Catió. No último troço da viagem, já o rio era mais estreito, portanto já não era o Cacine, fomos acompanhados por T6 no ar e fuzileiros em zebros a vasculharem o rio, já que tinha havido, recentemente, um qualquer "conflito" entre uma embarcação e uma mina. Nada se passou, e o fogo de reconhecimento para as margens, a partir das LDM, não teve resposta.

Não houve incidente algum portanto, mas a viagem foi um bocado complicada, em termos logísticos. Um pelotão de nativos integra as familias dos militares, os seus haveres e animais domésticos. Família, haveres e animais domésticos que afinal eram o triplo ou quádruplo do inicialmente inventariado. Nos animais domésticos estão incluídos os porcos dos não islamizados, que terão que viajar separados dos islamizados. E a aguardente de cana. E o ... e a mulher do ... e o "alferes desculpa mas não pode ser". Em coluna auto lá se arranjam, mas em LDM não foi fácil. Valeu a paciência dos furrieis, um deles de nome Neves e do 2º sargento (...).

Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto!

O plano inicial era os dois pelotões deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone? - não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre). (...)

Armindo Batata (Excerto) (****) 

[ Revisão / fixação de texto: LG ]


Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Mejo, Guileje, Gadamael Porto, Cacine, rio Cacine, rio Cumbijã, Catió e Cufar, na egião de Tombali, na parte sudeste da Guiné, que faz fronteira com a Guiné-Conacri. Foi este o percurso, por terra e rio, que fizeram em dezembro de 1960 e janeiro de 1970, os Pel Caç Nat 51 e 67. (Vd. texto acima, do Armindo Batata).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022).
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Notas do editor:



(***) Vd. poste de 27 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10582: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (9): Ainda a curta estadia em  Cacine, a caminho de Cufar,  em dez 69 e jan 70


(*****) Último poste da série > 20 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23540: Memória dos lugares (442): Rio Cacine, Cafal, Cananima, ontem e hoje

sábado, 20 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23540: Memória dos lugares (442): Rio Cacine, Cafal, Cananima, ontem e hoje

 

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Praia fluvial e aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do rio Cacine, em frente a a vila de Cacine. (*)


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Praia fluvial e aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do rio Cacine,  Canoas.(*)


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Praia fluvial e aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do rio Cacine, Construção de canoas. (*)

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita ao Cantanhez dos participantes do Simpósio > Rio Cacine, perto do cais de Cacine: Tarrafo...


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Era domingo, para nós, participantes (a maior parte estrangeiros...) do Simpósio Internacional de Guiledje, de visita ao sul do país... mas não para o pescador, que precisa de remendar as redes e ir à pesca..


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > A simpatiquíssima Cadidjatu Candé (infelizmemte já falecida, segundo informação do Zé Teixeira), da comissão organizadora do Simpósio Internacional de Guileje e colaborada da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, servindo um fabuloso arroz com filetes de peixe do Cacine e óleo de palma local, que tem fama de ser o mais saboroso do país, devido à qualidade da matéria-prima e às técnicas e condições de produção (artesanal). Na imagem, um diplomata português, o nº 2 da Embaixada Portuguesa, que integrou a nossa caravana (e cujo nome, por lapso, não registei, lapso de que peço desculpa).

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Um dos pratos que foi servido no almoço de domingo, aos participantes do Simpósio Internacional de Guileje, foi peixe de chabéu, do Rio Cacine, do melhor que comi em África... Durante a guerra colonial, na zona leste, em Bambadinca, só conheci conhecíamos o desgraçado peixe da bolanha..


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Depois de um belíssimo almoço em praia fluvial e porto piscatório de Cananima, na margem direita do Rio Cacine, houve um grupo de cerca de 30 valentões (e valentonas) que se meteram numa canoa senegalesa, motorizada, de um pescador local, e aproveitaram a tarde para visitar a mítica Cacine.  Sem coletes salva-vidas!... A distância entre as as duas margens ainda é grande... A canoa a motor, carregada de pessoal, terá levado meia hora a fazer a travessia...


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > O nosso amigo, o saudoso  Leopoldo Amado (1960-2021) , historiador, um dos organizadores do Simpós
o e conferencista, veio encontrar aqui um antigo condiscípulo de liceu, hoje administrador de Cacine (sector de Quitafine).


Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao sul > Está na hora do regresso a Cananima... O pessoal deixa Cacine, já ao fim da tarde, de sapatos na mão, para tomar o seu lugar na canoa... Em primeiro plano, a Maria Alice Carneiro e o antigo embaixador cubano, na Guiné-Conacri, Oscar Oramas (estava lá, quando foi assassinado, em 1973, o fundador e dirigente histórico do PAIGC)..

Fotos  (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cananima >  9 de Dezembro de 2009 > c. 18h >  Pescador e canoa da aldeia piscatória de Cananima, na margem direita do Rio Cacine, frente a Cacine. (**)

Foto  (e legenda): © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tomvali > Rio Cacine > Praia de Cafal, na margem direita do rio > 2022 > De costas, em primeiro plano, o padre Carlos, dos missionários  Oblatos da Maria Imaculada, que chegaram aqui há 10 anos, acrescentando  Cacine às duas missões ja existentes, a de Antula, Bissau, e a de Farim. Em Cacine têm duas escolas, uma em Cafal e outra em Quitafine  (que tem 270 alunos). O padre Costa conversa com os mototaxistas, que são o único transporte motorizado que aqui existe (para além das canoas)...


Guiné-Bissau > Região de Tomvali > Rio Cacine > Praia de Cafal, na margem direita do rio > 2022 > Um dos mototaxistas com uma T-shirt "made in China"...


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cacine > 2022 > Uma loja de roupa

Fotos (e legendas) de Andre Cuminatto (2022), "Além-Mar" (revista dos Missionários Combonianos), abril 2022, pp. 44-45 (com a devida vénia)


1. Estivemos aqui há 12 anos, andámos por aqui (e comemos, ao almoço o belíssimo peixe do rio Cacine, um fabuloso chabéu de peixe), por altura  de uma visita ao Cantanhez, em 2 de março de 2008, no âmbito do Simpósium Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008). E escrevemos (*):

(...) A região de Tombali, com pouco mais de 3700 km2 (o que representa cerca de 10,3% do território da Guiné) e pouco mais de 90 mil habitantes (7,1% do total) tem grandes potencialidades, devido ao seu património ambiental e cultural, ainda insuficientemente conhecido e valorizado pelos próprios guineenses. A jóia da coroa é o massiço florestal do Cantanhez e os dois rios principais que o atravessam, o Cumbijã e o Cacine. (...)

(...) Cananima é uma praia fluvial e um aldeia piscatória. Gente de vários pontos, desde os Bijagós até à Guiné-Conacri, vêm para aqui trabalhar na actividade piscatória. No entanto, é preciso saber gerir os recursos do rio e do mar com sabedoria... A sobre-exploração de certas espécies pode ser um desastre... Por outro lado, as infra-estrututuras de apoio à pesca são precárias ou inexistentes. (...)

(...) No estaleiro naval artesanal, de Cananima, também se constroem barcos, segundo os modelos tradicionais. A matéria-prima, a madeira, é abundante. Abate-se uma árvore centenária para fazer uma piroga. Felizmente, as pirogas não são feitas em série. E hoje há, também felizmente, restrições ao abate de árvores no Cantanhez. O problema são, muitas vezes, os projectos megalómanos e inconsistentes, que acabam por morrer na praia, como estas embarcações senegalesas que viemos aqui encontrar. (...)

(...) Em frente, do outro aldo do rio, fica Cacine, que tem muito que contar, aos nossos camaradas do exército e da marinha... Alguns deles ficaram por aqui, enterrados e abandonados... A guerra e as suas memórias estão por todo o lado, não nos largam. (...)

(...) A areia não é fina, as águas não são azuis, nem a paisagem é a mais bela do mundo, mas tudo depende dos olhos com que se olha, dos ouvidos com que se ouvem, das emoções com que se capta o instante, o efémero, o diferente (..).

(...) É preciso salvar o Cantanhez, dando uma chance às crianças de Tombali. Projectos como o ecoturismo, ou o turismo de natureza, podem vir a ser um factor dinamizador de mudanças, a nível local e regional. (...)

(..) A diversidade étnico-linguística e cultural da Guiné-Bissau, em geral, e do Tombai, em particular, não deve ser vista como uma obstáculo, mas sim como um factor potenciador da cidadania e do desenvolvimento... Os demónios étnicos não podem é dormir descansados na Caixinha de Pandora... Combatem-se com as armas da saúde, da educação, da democracia, da integração, do desenvolvimento económico, social e cultural... (...)


2. Há dias lemos na revista "Além-Mar" um interessante artigo, "Evangelho e promoção social na Guiné-Bissau: Cacine, Missão Escolar", edição de abril de 2022 (pp. 43-45)... Tomamos a liberdade de reproduzir aqui este excerto do viajante e jornalista italano, Andrea Cuminatto.

(...) Na orla, entre as vacas que lambem o sal deixado pela maré alta, há também, um grupo de pescadores. Um é da Serra Leoa, outro da Libéria e ainda outro do Gana. Vêm da vizinha Guiné: sairam de Conacri,  com dois barcos de pesca e foram vistos a pescar, surpreendidos sem autorização nas águas da Guiné-Bissau. Há doze dias que estão à espera no pequeno cais de cimento que o seu chefe envie o dinheiro para pagar a multa do resgaste e poder zarpar. 

Até para os pescadores locais não é fácil tirar algo destas águas. Desde que os Coreanos compraram os direitos de pesca, a maior parte da captura é congelada  e enviada para a Ásia. E assim as pirogas,  feitas de madeira muito leve de ' fromager', tão ágeis nestas águas plácidas, descansam na areia, carregando pouquíssimos peixes nas panelas de Cacine. Estamos satisfeitos com o arroz, pelo menos não falta" (...) 

A vila de Cacine tem hoje 2 mil habitantes. E já nada é como dantes... (***)
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terça-feira, 21 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23374: Memória dos lugares (441): fotos da Guiné-Bissau (c. 2019 a 2022), da cineasta e arquiteta Carlota Gomes-Teixeira, cedidas ao blogue (João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447, Bissau, Brá, 1967/71)


Foto nº 1


Foto nº 2  


Foto nº 3



Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


Foto nº 10


Foto nº 11

Guiné-Bissau > s/l > c. 2019/2022


Fotos (e legenda): © Carlota Gomes-Teixeira (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso camarada e amigo, João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971)

Data - 07/06/2022, 19:37
Assunto - Fotografias da Guiné

Luís: Boa Tarde, espero que te encontres recuperado, e, que possas aparecer no 37º encontro nacional do pessoal do BENG 447 dia 24, nas Caldas da Rainha. Posso passar a recolher-te na Lourinhã. Avisa antes.

Se achares merecer a pena, e tiveres tempo, publica o post que te enviei no último mail, de 10 de maio passado ("Minha história no BENG 447").

Hoje anexo 11 fotografias de 2019 a 2022 tiradas na Guiné. a autora está ausente no estrangeiro e por isso não dou a localização.

Reconheço alguns locais por onde passei, mas deixo aos tabanqueiros o exercicio de os descobrirem e nomearem.

Agradeço no entanto que seja mencionado que as fotos foram gentilmente cedidas pela cineasta Carlota Gomes-Teixeira para postar neste blog, sendo os direitos exclusivos da autora, pelo que a sua reprodução e cópia só por ela serão autorizados.

Abraço, João Rodrigues Lobo

2. Comentário do editor LG:

Obrigado por tudo, João. Como já te disse ao telefone, ir às Caldas da Rainha contigo, este fim de semana, ao vosso encontro nacional, não vai dar, ainda ando com duas canadianas, em fase de recuperação da minha artroplastia total do joelho esquerdo. Mas fico sensibilizado pelo teu  convite. Que corra tudo bem.

Quanto às fotos da tua amiga cineasta (e, creio, que também arquiteta), Carolina Gomes-Teixeira, transmite-lhe os  agradecimentos dos "amigos e camaradas da Guiné". Ela está de parabéns:  ela tem uma particular sensibilidade, empatia  e gosto estética, dá-nos imagens da Guiné-Bissau, no seu melhor e no seu pior (incluindo a decadência do seu patrimómio habitacional, da sua antiga arquitetura  colonial e das atuais estruturas urbanas) sem o propósito de chocar ou provocar... 

Sabemos que a nossa Guiné-Bissau tem inúmeros problemas, e nomeadamente urbanísticos,  tal como a generalidade dos países africanos, mas continua a ser uma terra pela qual temos um especial carinho. Ela faz parte das nossas "geografias emocionais". 

Alguns dos nossos leitores poderão aceitar o teu desafio e pôr legendas nas fotos (editadas e e numeradas por nós). Uma ou outra também reconheço(por ex., as nºs 1 e 2).

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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23189: Memória dos lugares (440): A antiga pista de Cufar...e uma torre de vigia do tempo da CART 2477 (1969/71) (Martin Evison, Action Guinea-Bissau, Catió e Cufar)