sábado, 2 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8034: Controvérsias (117): No rescaldo do Almoço da Tabanca do Centro, onde mais uma vez se falou do nosso dia, o dia dos ex-combatentes (António Martins de Matos)

1. Mensagem do nosso camarigo António Martins de Matos [ ex Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, foto actual à direita,], com data de 30 de Março último:

Assunto: Rescaldo do Almoço da Tabanca do Centro

Caros amigos:


Este último almoço da Tabanca do Centro foi rico em novidades.

Em primeiro lugar, uma série de caras novas, sinal que a fama da Tabanca do Centro (ou será do cozido da Dona Preciosa?) está a alastrar.

Em segundo lugar porque tínhamos um aniversariante [, o António Graça de Abreu,] que, apesar de vir dos confins do mundo, se atreveu a passar o dia com o nosso pessoal, já devia suspeitar que lhe tínhamos preparado um bolo a condizer.

Em terceiro lugar,  porque a dado momento e como resultado de uma discussão tripartida entre o J. Dinis, o Almirante Da Gama e esta praça, veio à baila o tema "10 de Junho".

E pronto, diria a minha amiga Ana Duarte, o fogo pegou-se ao capim.

Para os que não estiveram neste almoço posso resumir o que se discutiu nestes termos:

- Estamos fartos de nos "fazerem" e dizerem "como nos devemos comportar" no dia dos ex-combatentes.

- Queremos ter uma palavra na sua elaboração, não queremos que a coisa seja parecida com um piquenique, queremos desfilar em continência aos que morreram pela Pátria.

- Que pode ser o 10 Junho ou o 34 de Outubro ou o 38 de Setembro, mas queremos que o dia não tenha conotações político/partidárias, seja tão só o... Dia dos Ex-Combatentes.

Pela minha parte já falei do assunto nos Postes 6618, 6705,  6725 [e 7272] pelo que me escuso de repetir.

Até houve uma série de camarigos a concordar com o que então afirmei mas, para além de umas palavras de apoio, nada mais aconteceu.
~
Nesta nova discussão aparentemente estávamos todos de acordo,.....

...... vamos, fazemos isto ou aquilo, isso, agora é que é, blá blá...

Conhecendo quem organiza as cerimónias (podem ficar descansados que este ano vai ser copy paste), caso haja vontade do "pessoal", até posso dar um pequeno empurrão para que alguma coisa mude. 

Mas deixem contar-vos uma história verdadeira:

Em Cascais e nas traseiras do cinema S. José havia um bom restaurante de seu nome Estribinho. Como sabem.  a fama dos restaurantes depende da categoria dos cozinheiros e aqui esta regra aplicava-se, a cozinheira era lá do norte, pequenina, roliça e sem papas na língua.

Um dia ouvi um dos empregados a pedir-lhe uma "açorda sem coentros". Ela, pondo as mãos na anca, respondeu logo de imediato_
- Não faço!!!
- Porquê?
- Uma açorda sem coentros é como uma mulher sem mamas!!!

E pronto, não fez.

Como é que esta história vem ao caso? Um general sem camarigos a apoiarem-no é como... uma açorda... sem coentros.

Revejam os postes mencionados e ...ORGANIZEM-SE. Ou então ... calcem as pantufas e calem-se de vez.

Abraços

AMM

[ Revisão / fixação de texto / sublinhados / título: L.G.]


______________

Nota do editor:



Último poste da série > 22 de Dezembro de 2010  > Guiné 63/74 – P7486: Controvérsias (114): Direito de resposta a comentários do poste P7392 (Magalhães Ribeiro)

Guiné 63/74 - P8033: Os nossos regressos (24): A nostalgia dos tempos em que a amizade, a coragem, a dor, o sofrimento em "fogo lento", o sacrifício, a morte, a solidariedade, a alegria de viver, a camaradagem e tantos outros sentimentos nos tinham unido fortemente e, mesmo, para sempre (Manuel Joaquim)

1. Comentário de Manuel Joaquim ao poste P8028 (*)

Caros camaradas:

Ora aí está uma boa ideia do J. Belo. Para mim, então, vinha mesmo a calhar. É que ... Há muitos "buracos" nas minhas memórias de guerra mas há um que me surpreende pela sua extensão. Refiro-me à memória da viagem de regresso: um vago "flash" do ajuntamento no cais de Bissau (Uige encostado) e, de novo, uns "flashs" do aglomerado de soldados e familiares no cais de Lisboa. Da viagem propriamente dita, hoje não me recordo praticamente de nada! Ao invés do que sucedeu com a viagem de ida, da qual tenho boas memórias! Porquê?

Tenho uma opinião, no que me diz respeito.

Lembro-me de dizer, e repetir, que quando chegasse a Lisboa desceria às cambalhotas as escadas do navio, tal seria a minha alegria. Pois, nem me lembro de as descer mas, de certeza, que não foi às cambalhotas nem, sequer, a correr!

Que foi feito da esperada emoção?

Tenho cá p'ra mim que o subconsciente absorveu as emoções mais fortes e a violência da despedida. Desde Bissau sentida cada vez mais próxima, a desagregação daqueles grupos de camaradas (mais do que família) já me trazia a nostalgia do futuro, a nostalgia dos tempos vividos na Guiné. Tempos esses em que a amizade, a coragem, a dor, o sofrimento em "fogo lento", o sacrifício, a morte, a solidariedade, a alegria de viver, a camaradagem e tantos outros sentimentos nos tinham unido fortemente e, mesmo, para sempre.

Após a separação ficámos "órfãos" sem o sentir, desligámo-nos com alguma emoção mas sem problemas, acobertados e protegidos pelo desejo de construir com premência uma vida nova, "a nossa verdadeira vida", e esquecer a de combatente. Mas esta ficou em hibernação, durante bastante tempo, para a maior parte de nós. 


Passados estes anos vemos, pelos blogues e sites que proliferam na blogosfera, que a vida de combatente voltou a emergir em força e com a força dos elementos que a enformaram.

Estamos velhos (ou quase) e sentimo-nos emocionados e aconchegados (bem?) naquele espaço de emoções vivido (e sofrido) na nossa juventude. É este espaço que agora nos revisita para nos animar e nos dizer que a Vida é assim, é bela, feia, alegre, triste, curta ou longa,cheia ou vazia, "chata" ou divertida. Mas quando é vivida com emoção é que "merece" ser chamada VIDA.

Por isso tenho (temos?) saudades dela, a vida vivida no chão da Guiné. Ou tenho saudades é da minha juventude?!!!

Um grande abraço 


Manuel Joaquim
_________________

(*) Vd. poste  de 1 de Abril de 2011  >Guiné 63/74 - P8028: Contraponto (Alberto Branquinho) (26): Teatro do Regresso

Guiné 63/74 - P8032: Os nossos médicos (25): Dois louvores militares atribuídos ao ex-Alf Mil Med Amaral Bernardo (CCS / BCAÇ 2930, e CCAÇ 6, 1970/72)












Cópia de dois louvores atribuídos ao Alf Mil Médico Amaral Bernardo, pela sua actuação como homem, médico e militar. no TO da Guiné: um do Brigadeiro Comandante Militar; outro do comandante do BART 2924, pelas "excepcionais qualidades reveladas durante cerca de um ano em que serviço na CCAÇ 6" [, em Bedanda].









Guiné > Região de Tombali > CCAÇ 6 > Bedanda  > 1971 >   Fotos do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)...  A última é mais recente, e foi tirada na sua casa de campo: mostra a espada que lhe foi oferecida, à despedida,  pelo pessoal da CCAÇ 6.

Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservado



1. No seguimento do poste P7825, de 20 de Fevereiro último (*), o nosso camarada Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Médico, pretendendo pôr um "ponto final" na troca de mensagens com o Cor Art Ref António Carlos Morais da  Silva, solicita-me que publique, para conhecimento dos seus camaradas da Tabanca Grande, os dois louvores que lhe foram dados pelos seus superiores hierárquicos e que muito o honram.


E  acrescenta:: (...) "Nesta fase da minha vida, quase 70, intensamente vividos (penso que nenhum médico, na guerra da Guiné, passou o que eu passei- desculpa a imodéstia) só quero paz. Sou um homem realizado - até na guerra - e de consciência tranquila"... Tem depois uma palavra de apreço pelo editor e pelo nosso blogue: "Luís, agradeço-te a maneira com conduziste este delicado assunto. Sai enaltecido este espaço que comandas e principalmente tu"... E manifesta também a vontade de se encontrar com a malta de Bedanda,  bem como com os camaradas da Tabanca de Matosinhos: "Se vieres à Tabanca de Matosinhos ou ao Porto, liga-me. Diz ao homem do blogue  aqui do norte,  que me contacte. Queria ir encontra-me com a malta de Bedanda".


Da minha parte, terei muito gosto em revê-lo e dar-lhe um Alfa Bravo numa próxima oportunidade, no Porto, no seu Porto.
__________________

Nota do editor:


20 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7825: Os nossos médicos (24): Convite ao Cor Art Ref Morais da Silva para "partir mantenha", quando vier ao Porto (Amaral Bernardo)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8031: Blogpoesia (137): Ai Guiné, Guiné (9) (Albino Silva)

1. Nono poste da série Ai Guiné, Guiné, trabalho em verso do nosso camarada Albino Silva (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), enviado em mensagem do dia 21 de Março de 2011:


AI GUINÉ,  GUINÉ (9)

Com o Atlântico calmo,
com suas águas a brilhar,
suas ondas meigas de espuma 
vinham Bissau abraçar...

Havia mais avenidas 
que também nelas passei,
Rotundas e tantas ruas,   
andar nelas eu adorei...







Lá na Praça do Império,   
Avenida de nome igual,
pois vinha lá do Palácio 
e ia até à marginal...

Era bem movimentada,   
Restaurantes com café
Bares e também Cinema 
e bem ao centro a Sé...

Escolas, Colégios e mais 
para estudantes que havia,
Professores que ensinavam,   
Alunos que aprendiam...



Casas com miudezas,
Rádios roupas e cassetes,
tecidos bem coloridos,   
roupas feitas e carpetes...





Eu até vi compradores 
sem dinheiro e bem tesos,
e por lá não haver Escudos,   
pois o dinheiro era Pesos...

Havia mais Avenidas ,
todas elas de bom gosto,
Estádios de Futebol,
em Bissau havia desporto...



O Sporting de Bissau 
tinha o Benfica rival,
ambos jogando a bola 
e filiais de Portugal...







Naquela grande Rotunda,
bela era um primor,
era lá que então se via 
o Palácio do Governador...

Ainda me lembro bem,   
se calhar nem vou esquecer,
quando falo de Bissau 
parece que a estou a ver...

Bissau era pequenino 
mas bonito de verdade,
bem depressa o conheci 
e hoje tenho a saudade...

Fiquei gostando de ti 
e não te irei esquecer,
e a saudade é tão forte 
que eu só te queria ver...







Ver se havia tudo igual 
como desses tempos então,
Bissau, Santa Luzia 
mesmo Brá e o Pilão...

Com alguns Pesos nos bolsos 
em Bissau era bom estar,
nas esplanadas,  na sombra,   
com cerveja a refrescar...



Na Cidade pela noitinha,   
Bissau era encantador
e andando de rua em rua 
nem se sentia o calor...

Durante o dia o calor 
era mesmo de arrasar,
só debaixo das palmeiras 
é que se podia estar...



(continua)

Ilustração: Postais do álbum fotográfico de Agostinho Gaspar (Leiria)
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 31 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8026: Blogpoesia (136): Ai Guiné, Guiné (8) (Albino Silva)

Guiné 63/74 - P8030: Filme com fotos do Sargento-Mor Humberto Duarte dedicado aos ex-combatentes que já partiram (Ana Duarte)



1. A nossa amiga Ana Duarte, viúva do nosso camarada Sargento-Mor Humberto Duarte, que foi Fur Mil Op Esp / RANGER do BCAÇ 4514, Cantanhez - 1973/74, em mensagem do dia 29 de Março, enviou-nos este filme com um pequeno texto de apresentação:

O texto foi tirado de outro que me tinham enviado e que era escrito por um senhor brasileiro Getúlio ...e dedicado a todos os soldados mas especialmente aos que foram em missão ao Haiti. 

Fiz umas modificações no texto, escolhi a música, fotos do Sarg-Mor Humberto Duarte e dedico-o a ele e todos os ex-combatentes que já partiram.




Ana Duarte
____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 1 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6667: As nossas mulheres (17): Um pouco de mim (Ana Duarte)

Guiné 63/74 - P8029: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (39): Florimundo Rocha, natural de Lagoa, ex-Sold Cond Auto, CCAÇ 3546, 1972/74 (Piche, 1972/74), outro "bravo da Ponte Caium", sobrevivente da emboscada de 14/6/1973



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte do Rio Caium > Quatro camaradas, quatro amigos: Da esquerda para a esquerda: (i) Santiago (1º cabo, atirador, que tomava conta da cantina);  (ii) Florimundo Rocha (soldado condutor auto, algarvio de Lagoa); (iii) Carlos Alexandre (operador de transmissões, carpinteiro naval, fadista, natural de Peniche); e (iv) Jacinto Cristina (padeiro e municiador do morteiro, natural de Ferreira do Alentejo)... Foto gentilmente cedida pelo meu amigo (e camarada) Jacinto Cristina.


Foto: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

1. Mensagem de Susana Rocha, filha do nosso camarada, ex-Sold Cond auto Florimundo Rocha, um dos “bravos de Caium” (CCAÇ 3546, Piche e Ponte Caium, 1972/74, Piche e) [vd. foto acima].

Olá, chamo-me Susana e venho por este meio contactá-lo, sou filha de um camarada vosso, o Rocha, o condutor no fatídico dia da emboscada que falam aqui (*)

O meu pai foi um dos (ou até o único) sobrevientes dessa emboscada, emboscada essa aqui demonstrada no monumento em homenagem aos camaradas mortos.

O meu pai, ao encontrar estas fotos [no blogue], sentiu-se imensamente emocionado, vendo fotos suas. Falou-me durante anos de histórias aqui agora contadas. Falou me de tudo isto, a Ponte Caium e de tudo o resto. Ele quer mais que tudo entrar em contacto convosco, ele esteve lá 22 meses.

Espero em breve que o contactem, o número de contacto é o seguinte: 939336251 [ telemóvel da família] / 282353458 [ telefone fixo de casa].

Com os nelhores cumprimentos Susana Rocha, filha orgulhosa de Florimundo Rocha, condutor, Guiné 72\74.


2. Foi dado conhecimento teor desta mensagem, no dia seguinte, ao Carlos Alexandre (bem como ao Arménio Estorinho e ao Jacinto Cristina, através da sua filha e genro, já que ele não tem email):


Carlos (Alexandre), meu vizinho de Peniche, meu camarada:

Aqui tens finalmente o Rocha, ou melhor, a filha do Rocha, a Susana que nos descobriu, e mostrou as tuas fotos e a do Cristina ao pai... Tens aqui o telefone dele, eu também vou tentar ligar-lhe.... Mas acho que devem ser vocês a ter esse privilégio em primeira mão... Vou avisar o Cristina (que não tem mail), faço-o através do marido da filha, que vive na Madeira (o meu amigo Dr. Rui Silva.... A propósito, o Cristina reformou-se por invalidez... Vou também ligar-lhe este fim de semana, agora já é capaz de ser tarde)....

Vou publicar o apelo da Susana, mandar-lhe um beijinho e um grande abraço para o bravo de Caium que é o nosso condutor Rocha, mais um camarada que tem muito que contar, e fica desde já convidado para se sentar, aqui no meio de nós, sob o frondoso, acolhedor e fraterno poilão da nossa Tabanca Grande. Luís Graça.

PS - Arménio: Tinhas falado há tempos neste Flor, o Florimundo (Rocha), da tua terra, Lagoa... Como vês, o Mundo é Pequeno e a Nossa Tabanca é... Grande.

3. Nova mensagem para o Carlos (Alexandre):

Acabei de falar, ontem à noite, com o Rocha (mais conhecido por Flor, na sua terra)... Estava emocionadíssimo!... Reconstitui-me esse fatídico dia da emboscada, a 3 km de Piche, ia ele a conduzir um 411, a uns 70 à hora, que era o máximo que a viatura podia darem estrada alcatroada... De repente, começa a ver caras, dezenas e dezenas ("ram duzentos e tal"), a espreitar pela vegetação... E depois, o inferno... [Poupa-me os promenores da nossa conversa, ao telefone, deves imaginar quão doloroso ainda é para ele, ver a malta toda  morta em seu redor, e ter que fazer fogo com  a G3 dos mortos... Ele terá disparado com três G3 diferentes, e essa acção ter-lhe-á salvo a vida... Sem transmissões, valeu-lhes o socorro das chaimites, que vieram do lado de Piche, já depois depois de terminado...].

Ele está reformado, trabalhou em Silves numa fundição e foi também futebolista (2ª e 3ª divisão)... Já em Piche era um grande craque da bola, chegou a jogar pelos tipos da CCAÇ 11 (que tiraram a recruta, em Contuboel, com a minha CCAÇ 12, no 1º semestre de 1969, bem como a especialidade e a IAO; portanto, ainda conheci a primeira leva...).

Disse-me que há 20 e tal anos passou por Peniche e procurou-te. Dei-lhe o telefone do Cristina (o teu não tinha ali à mão). Também falei com a filha, a Susana, de 29 anos, que mora perto da casa dos pais. Foi o Arménio Estorninho que lhes mostrou as fotos no blogue. São conterrâneos. Tal como o Camilo. É uma terra onde todos se conhecem.

A filha, Susana, vai-me digitalizar fotos que ele tem, de Caium e de Piche, para publicarmos no blogue... E ele vai entrar pela porta grande do blogue como bravo de Caium que é, como tu e o Cristina... Agora falta apanhar o Sobral, o Teixeira, o Santiago...

Com mais tempo e vagar, falarei com ele outro dia... Lembra-se bem, do monumento, da sua construção, e sabe que fostes tu o responsável pela sua concepção...

A filha pareceu-me uma mulher de garnde sensibilidade. Prometeu trazer o pai para o blogue (ele, como muitos camaradas nossos, ainda não está familiarizado com a Internet). É uma história bonita, de amor filial. O Rocha tem ainda um filho que vai fazer 16 anos.

Por hoje chega de emoções... Publico amanhã uma notícia no blogue. Abraço. Luís

PS – Segundo percebi, o Rocha, ou melhor, o Flor, continua a trabalhar, mas agora em Lagoa, ou na região, em jardinagem (propriedade de uns holandeses, ou coisa assim assim do género). 
______________

Nota do editor

(*) Falta-nos ainda uma boa descrição,pormenorizada,  da emboscada, dada por alguém que tenha lá estado (como o Rocha)... Mas recapitulemos o que sabemos:

(i)  Ocorreu na estrada Bruntuma-Ponte Caium-Piche, a escassos 3 km de e Piche, a 14 de Junho de 1973,  quando uma pequena força do destacamento (duas ou três viaturas) se dirigiriam à sede da companhia para ir buscar mantimentos (que não recebiam há um mês);

(ii) Tinha havido uma grande operação junto à fronteira, com muitos meios (artilharia, força aérea, tropas especiais...), pelo que estrada Buruntuma-Piche era dada como "segura" nesses dias...

(iii) Uma força (desproporcinada do PAIG, fala-se em duzentos e tal guerrilheiros, 5 ou 6 bigrupos, o que nos parece exagerado…) fez fogo sobre as duas primeiras viaturas, entre elas o Unimog 411 (o “burrinho” conduzido pelo Rocha) , provocando a morte (imediata) dos seguintes militares destacados em Ponte Caium:

1º Cabo Ap. Metralhadora David Fernandes Torrão;
Sold At Carlos Alberto Graça Gonçalves (mais conhecido por Charlô, devido ao seu feitio brincalhão;
Sold At Hermínio Esteves Fernandes;
Sold At José Maria dos Santos.

(iv) Todos eles brutalmente mortos à roquetada e cortados depois em quatro com rajadas de Kalash, segundo a versão do Cristina... Os seus nomes constam do memorial, construído pelo Carlos Alexandre e seus camaradas, que ainda hoje existe (!) na velha ponte de Caium (velha de 50/60 anos)...

(v) Nem o Cristina nem o Carlos Alexandre iam nesta coluna: o primeiro ficou a tomar conta do morteiro; o segundo estava de férias... 

Último poste desta série > 26 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8002: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (38): Notícas de Xangai (António Graça de Abreu)

Guiné 63/74 - P8028: Contraponto (Alberto Branquinho) (26): Teatro do Regresso - 1.º Acto - E Agora?

1. Mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 28 de Março de 2011:

Caríssimo Carlos Vinhal
Aí vai o "1º. Acto" do grande "TEATRO DO REGRESSO", que esteve em cena durante mais de uma década

e um grande ABRAÇO do
Alberto Branquinho


CONTRAPONTO (26)

TEATRO DO REGRESSO
(Peça em vários actos)

1º. Acto - E Agora?


Cenário:

Finais dos anos 60 do séc. XX.
Deck de navio, navegando em mar alto, transportando tropas de Bissau para Lisboa.

Personagens:

Dois alferes milicianos, fardados, apoiados nos ferros da amurada. Um segura a cabeça entre as mãos; o outro fuma um cigarro e fixa o horizonte, olhando em frente.

Acção:

A segunda personagem, apaga o cigarro, senta-se, encosta-se bem na cadeira, cruza os braços, encara o outro e pergunta:

- O que vais fazer, agora, quando chegares?
(Silêncio, durante uns segundos).

- Não sei se tenho cabeça e disposição para voltar a estudar. E tu?

- Vou abrir um consultório.

- Consultório?! De quê?

- Ponho um anúncio à porta. Assim:

PERGUNTEM TUDO SOBRE GUERRA.
EU RESPONDO.

Ambos sorriem. Sorrisos irónicos.

(CAI O PANO)
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7994: Contraponto (Alberto Branquinho) (25): Memórias

Guiné 63/74 - P8027: Estórias do Juvenal Amado (36): Um domingo de futebol em Galomaro


1. Mensagem de Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74), com data de 28 de Março de 2011:

Caros Luís, Vinhal, Magalhães, Briote e restante atabancados.
Mais uma pequena estória sobre Galomaro e o periodo que lá estacionou o BCaç. 3872

Um abraço e boa semana
Juvenal Amado





Galomaro > Juvenal Amado > Vista do campo de futebol

Estórias do Juvenal (36)

UM DOMINGO DE FUTEBOL EM GALOMARO

Lembro-me ainda criança, quando o meu pai organizava excursões a Lisboa para irem ver o Sporting e o Benfica.
Adeptos desses dois clubes conviviam em sã camaradagem na mesma camioneta e partilhavam os farnéis, bem como as «as máquinas de filmar de 5 litros tinto». Fosse qual  fosse o resultado, os petiscos e os vapores da boa pinga da região de Alcobaça, (trincadeira, touriga, Fernão Pires e João de Santarém) faziam esquecer os resultados num tempo em que os dois clubes, mais ao menos dividiam os títulos entre si.

A minha habilidade para o desporto rei foi pouca e limitei-me a alinhar com o Jero e Nobre, membros do blogue no Futebol Clube do Cabeço, onde reinava uma camaradagem sem paixões clubistas, categorias sociais nem partidárias.

Mas isto serve de introdução a uma pequena estória passada em Galomaro entre 72 e 74, a qual me vem de vez enquanto à memória, quando na televisão vejo cenas em que os próprios jogadores como profissionais do mesmo ramo, não se respeitam nem respeitam a integridade física dos colegas de profissão. Está claro hoje o dinheiro substituiu o amor às camisolas e jogadores portugueses contam-se pelos os dedos de uma mão, os que actuam nos jogos dos principais clubes da nossa liga.

Mas passemos à estória daquele Domingo, onde os adeptos do Sporting, do Benfica e do Porto resolveram fazer um torneio.

À boa maneira portuguesa, quando o patrão está fora é dia santo na loja, também desta vez o nosso Comandante estava ausente e quando ele não estava parecia que o ar era mais leve, não fazia tanto calor, mercê dessa boa disposição geral formaram-se assim três equipas.

Do torneio lembro o aparatoso golo marcado pelo Furriel Vito, que equipava com todo o rigor as cores do Sporting e das cenas menos edificantes entre dois jogadores no jogo Benfica e Porto.

O problema é que na tropa, os jogadores são de várias categorias e graduações. O caso deu-se quando o Santos de Grijó (camarada infelizmente já falecido) fez uma entrada à margem das leis ao furriel (X), tendo este respondido com uma chapada.

No calor da disputa, o Santos esqueceu-se da sua condição de soldado básico e virou-se ao seu superior, tendo havido lugar à distribuição de tabefes de parte a parte .

Estava eu a ver o jogo bem perto do nosso Segundo Comandante, que se virou para não ver o que estava a acontecer, dizendo à boca pequena que assim não podia ser e que tinham estragado tudo, abandonando de seguida o recinto.

Os beligerantes foram separados e aquilo, acabou sanado sem males de maior importância.

O futebol é um desporto de massas, os clubes transformaram-se em empresas, os jogadores mudam de camisolas pela melhor oferta, as claques organizadas dão um triste espectáculo de violência, dando a impressão que para eles o jogo é o que menos importa.

A violência tem destas coisas, lembro-me dela, mas não me lembro quem ganhou o jogo ou o torneio.

Naquele Domingo os jogadores jogavam só por amor às equipas do seu coração e por vezes com o coração perde-se a razão.

Boa semana desportiva para todos
Juvenal Amado

Estádio de Futebol de Galomaro > Furriéis Claudino, Santos, Aurélio; Op Cripto Gomes, e Passos à esquerda de costas
____________

Notas de CV:

(*) Vd. Poste de 8 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7911: As nossas mulheres (19): O tempo passa depressa - Homenagem à Mulher, à Mãe (Juvenal Amado)

Vd. último poste da série de 28 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7690: Estórias do Juvenal Amado (35): Rodéro, o corneteiro com falta de embocadura

quinta-feira, 31 de março de 2011

Guiné 63/74 - P8026: Blogpoesia (136): Ai Guiné, Guiné (8) (Albino Silva)

1. Oitavo poste da série Ai Guiné, Guiné, trabalho em verso do nosso camarada Albino Silva (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), enviado em mensagem do dia 21 de Março de 2011:


AI GUINÉ GUINÉ (8)

Outros vendiam Sanches,   
macaquinhos da Guiné,
até mesmo eu comprei 
a um amigo Jalé ...

Eu tive muitos amigos 
dos quais não esqueço mais,
eram negros e eu branco 
mas seres humanos iguais...

Falava muito com eles,   
eles falavam a mim,
camaradas, bons amigos,   
fosse o Cufá ou Pandim...

Era o André bom rapaz 
e era o Mamadu Baldé, 
fosse o D’jaló ou irmão,   
bons amigos na Guiné...

Na Guiné, naquela zona,   
acontecia de quando em vez
com uns a falar crioulo,   
outros português e francês...

Fossem eles crioulos 
ou mesmo falando o francês,
o respeito por nós esse era 
o de falar português...

No meu tempo de Guiné 
houve do bom e do mau,
só tive pena sem culpa 
conhecer pouco Bissau...

Bissau, cidade bem linda,
da Guiné é a Capital,
e tudo que lá conheci 
garanto não ter visto igual...

Bem juntinho a Bissalanca 
foi assim que eu te vi,
nos poucos dias passados 
ainda te conheci...

Passeei pela cidade,   
pois valia sempre a pena,
em teus bares bebi cerveja ,
à noite ia ao cinema...

Uma Escola visitei 
em Bissau e como tal
lá pintei bancos e mesas 
e visitei o Hospital...

Na Avenida Marginal 
gostei por lá passear,
de um lado era a cidade,
de outro lado era o mar...

Sentado em esplanadas,
de olhos postos no mar,
vendo os pescadores ao longe 
em canoas e a pescar...

Canoas, tantas canoas,
havia naquele mar,
também naquele seu Porto 
via barcos a chegar...

Tudo aquilo era belo,
eu gostava de lá ir
ver navios a chegar 
e ver outros a partir...

Tudo aquilo era belo,   
muito lindo de certeza,
ver o mar ao pôr-do-sol,
Bissau era uma beleza...

Havia largos passeios
na avenida Marginal,
e também muitas palmeiras 
em Bissau, na Capital...

Eram passeios sempre cheios,   
muita gente a passear,
outros sentados nos bancos 
vendo a Cidade e o mar...

Também gostei bastante
mesmo à noite e ao luar,
sozinho eu via as ondas,   
sentia a brisa do mar...

(continua)
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 30 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8018: Blogpoesia (135): Ai Guiné, Guiné (7) (Albino Silva)

Guiné 63/74 - P8025: Convívios (305): Pessoal da CCAÇ 2382 - Zé do Olho Vivo - dia 7 de Maio de 2011 em Almeirim (José Manuel Cancela)




A CCAÇ 2382, Zé do Olho Vivo, Guiné 1968-70 vai realizar no dia 7 de Maio de 2011 o 24.º Almoço/Convívio na região de Almeirim.

A concentração será junto da Praça de Touros, seguindo depois para o almoço no Restaurante na Quinta da Feiteira

Contactos dos organizadores:

Zola - 243 509 092 e 936 576 928
Caniço - 243 509 236 e 934 501 470

Como de costume vai ser um dia bem passado, lanço daqui o meu apelo para que venham em grande número para revivermos a Guiné da nossa juventude.

Grande abraço a todos

JOSÉ M. M. CANCELA
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 31 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8023: Convívios (220): Pessoal da CCAÇ 2700/BCAÇ 2912, dia 30 de Abril de 2011 em Alferrarede-Abrantes (Fernando Barata)

Guiné 63/74 - P8024: Tabanca Grande (274): Fernando de Sousa Henriques, ex-Alf Mil Op Esp /RANGER da CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74)


1. Respondendo ao nosso convite para se juntar a nós nesta Tabanca Grande, o Camarada Fernando de Sousa Henriques ex-Alf Mil OpEsp / RANGER na CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74), enviou-nos as habituais fotos e um convite para o lançamento do seu próximo livro.

Nascido em Estarreja (Aveiro) em 1949, formou-se em Química e em Electrotecnia, na cidade do Porto e foi professor, tendo, posteriormente, passado por Empresas como a Mobil Oil Portuguesa e os CTT, até se fixar como Assessor, na Administração Portuária. Ainda hoje mantém a sua actividade de Engenheiro.
Na CCAÇ 3545 foi adjunto do Comandante de Companhia, tendo partido em Março de 1972 rumo à Guiné e regressado em Julho de 1974.
Em 1973 comandou uma Companhia de Instrução de Milícias em Bambadinca, por escolha do Comandante de Batalhão, do Major de Operações e do seu Capitão, de quem era adjunto (selecção esta resultante da sua especialidade - Operações Especiais / Ranger).

2. Convite
O Fernando Henriques aproveita esta sua apresentação, para nos convidar para estarmos presentes no lançamento de um novo Livro com o título: “Picadas e caminhos da vida na Guiné”, que irá ter lugar pelas 18h00, do próximo dia 20 de Maio (6ª feira) no Museu Militar do Porto, sito à Rua do Heroísmo, nº 329 – Porto, pedindo-nos também para que façamos o favor de divulgar este evento, não só junto das nossas rodas de amigos, como ainda junto dos nossos Camaradas e de outras Entidades e Organizações com que nos relacionemos.


3. Sobre o lançamento livro teceu-nos as seguintes considerações:
Foi o Coronel Castro Neves, Capitão em Canquelifá e Comandante da Companhia que fomos render, que me escreveu o Prefácio do Livro. Ele vem de propósito de Lisboa para estar naquela Cerimónia.
O mesmo acontece com o Coronel Raul Folques dos Comandos Africanos que irá fazer a apresentação do Livro e que foi o Homem que me “safou”, em Março de1974, dos ataques e do cerco que as forças do PAIGC (comandadas, ali no Leste e na altura, pelo Nino Vieira e pelo Ansumane Mané) lançaram e montaram ao meu aquartelamento.
Penso que não podia ter escolhido nem outras, nem melhores pessoas, para colaborarem comigo. Mostraram-se sempre prontas e disponíveis.
4. Sobre o conteúdo do livro resumiu assim:
É um relato de viagem rocambolesca de retorno a um País – Guiné (Bissau) – passados que foram mais de 36 anos. Paralelamente, procura relembrar as vivências doutros tempos difíceis e “sofridos” em que, em nome do Dever, se combatia e sofria.
Utilizando a terminologia e o calão da altura, descreve a viagem de um pequeno grupo que pretendia revisitar os locais onde cada um dos seus elementos tinha estado em tempo de Guerra.
Interessante o conjunto de situações e de coincidências que acabam por ter lugar naquele longo e intenso deambular por Terras do Fim do Mundo e onde foram recebidos calorosamente pelas suas Gentes. Já não há lugar para ódios ou racismo, mas sim para um apertar de mãos, como irmãos.
Foi assim o encontro com antigos Combatentes, ainda vivos, independentemente do lado por que tinham combatido, que acabava invariavelmente em fortes e fraternos abraços.
Percorrendo as, outrora tão amadas como temidas, Picadas, refere continuamente pessoas a precisarem urgentemente de ajuda para ultrapassarem as condições de apenas sobrevivência em que vivem, à margem do Mundo – aquele mesmo onde se apregoa a solidariedade e a amizade entre as Pessoas e os Povos.
5. Outras Obras Publicadas pelo Henriques:
- Um Icebergue chamado 25 de Abril
- No Ocaso da Guerra do Ultramar
- Nandinho - Os primeiros 6 anos dos últimos 60… (Conto infantil)
6. Outro elemento do BCAÇ 3883 entre nós:
2. O Fernando Henriques vem juntar-se ao nosso Camarada tertuliano Jacinto Cristina, do mesmo batalhão, que formou fileiras aqui em 24 de Março de 2010 e que, sendo Soldado Atirador, passou a Padeiro da sua companhia, a CCAÇ 3546 (Piche e Caium).
3. Amigo RANGER Henriques, como é habitual cabe-me a mim oferecer-te aqui, em nome do Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, demais Camaradas tertulianos desta Tabanca Grande, os nossos melhores votos de boas-vindas e transmitir-te que ficamos a aguardar que nos contes alguns episódios da tua estadia na Guiné, que ainda recordes (dos locais, das pessoas, seus hábitos e costumes, dos combates, dos convívios, etc.) e, se tiveres mais fotografias daquele tempo, que nos as envies, para as publicarmos.

Recebe pois o nosso virtual abraço colectivo de boas vindas.
__________
Notas de M.R.:
Vd. Também sobre a literatura Fernando os seguintes postes:
Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P8023: Convívios (304): Pessoal da CCAÇ 2700/BCAÇ 2912, dia 30 de Abril de 2011 em Alferrarede-Abrantes (Fernando Barata)


CONVÍVIO DOS COMBATENTES DA CCAÇ 2700/BCAÇ 2912

Vamos realizar o nosso próximo encontro no dia 30 de Abril de 2011 (Sábado).

Desta vez será na zona de ABRANTES (Cidade onde estava situado o RI2, Regimento pelo qual fomos mobilizados).

O restaurante onde nos vamos reunir chama-se “QUINTA DO LAGO“ e fica em Alferrarede, a 3kms de Abrantes (local aprazível e com imenso espaço tanto para estacionamento como para passeio na grande área jardinada).

O preço será de 24 Euros por adulto e inclui;

Buffet aberto (entradas)
Almoço (Prato de Peixe + Prato de Carne)
Buffet de sobremesas
Bebidas

Confirma a tua participação com o número de pessoas que te acompanham até ao dia 10 de Abril 2011.

Podes tratar da tua confirmação através dos seguintes telefones;

966 914 799 - Leandro Gonçalves

962 521 167 – João Rico

Ou por correio electrónico através dos seguintes endereços;

lrgoncalves50@gmail.com

joaoprico@gmail.com

Organizadores
Gonçalves e Rico

Nota: Para te manteres informado consulta o Blogue da CCAÇ 2700 – http://dulombi.blogspot.com/
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 30 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8015: Convívios (219): 31.º Encontro da Associação Amizade do BART 645 - Águia Negras (Guiné, 1964/66), dia 30 de Abril em Montemor-o-Velho (Rogério Cardoso)

Guiné 63/74 - P8022: Notas de leitura (223): Spínola, o anti-general, de Eduardo Freitas da Costa (José Manuel Matos Dinis)

1. José Manuel Matos Dinis* (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), em mensagem do dia de 26 de Março de 2011 enviou-nos esta recensão:


Spínola, o anti-general

José Manuel Matos Dinis

Comprei num alfarrabista, e achei muito interessante a dissecação feita sobre o general, expressa numa publicação Edições FP, Lisboa, - 1978, Sob o título "Spínola, o anti-general", da autoria de Eduardo Freitas da Costa, que se infere admirador de Salazar. Interessante mas amarga.

Logo na introdução, o Autor dá-nos este naco de avaliação:..."sente-se que a grande preocupação de A. Spínola era não só tornar patente um desembaraço pessoal que não pudesse ser discutido como associar-lhe essa arrogante, altiva, afectada e desdenhosa imagem de 'vedeta' guerreira: queria ser invejado pelos seus iguais, temido pelos superiores, respeitado pelos seus subordinados, admirado por todos."

Não se trata de uma biografia, antes, até pela data da publicação, de uma análise toldada pela revolução de 25 de Abril (um ajuste de contas), onde o general esteve envolvido desde a fase preparatória e funcionou como chapéu onde se abrigavam os capitães revoltosos, detectando-lhe ambições, hesitações, contradições, cedências e incompetências, numa constância que lhe destrói a imagem.

Logo a seguir àquela passagem, adianta: ..."os cuidados de imagem acabaram por sobrepôr-se às preocupações da essência"...

Aponta-lhe a ambição civil do chefe militar, referindo que a primeira incongruência e contradição entre a imagem e a realidade, situa-se no momento em que é designado para a Guiné. Que a partir de então, quando lhe eram entregues simultâneamente funções de Comando-Chefe de uma delicada zona de operações militares e de Governador de uma pacífica provincia, não se manifesta no espírito de Spínola nem um equílibrio de preocupações, nem sequer a tendência - que seria desculpável num general... - para sobrepor os cuidados militares às inquietações políticas.

"Durante os seus anos de Guiné é clara e evidente a constante atenção posta em revelar os seus pretensos dotes de governante, enquanto reduz a sua actividade militar a rasgos e impulsos de tenente-coronel de cavalaria", opinando claramente que a Spínola faltou a estratégia e o cuidado militar na condução da guerra, enquanto teorizava frequentemente sobre política, com a generalizada cobertura da comunicação-social. Este poderá considerar-se o mote para a apreciação ao período da Guiné. E continua: "logo a partir da entrevista que lhe concedeu o Presidente Salazar (para confirmar o convite do ministro Silva Cunha) antes da partida do general para Bissau, se revela, de facto - segundo confissão própria (País Sem Rumo, pgs 17/23) - a real ambição civil deste aparente chefe militar. É sintomático que, nas sete páginas que resolveu dedicar à minuciosa narrativa do que entendeu dever nessa oportunidade dizer ao então chefe do governo, não figura uma só linha de declarações de intenções, ao menos, de carácter militar e tudo sejam considerações de carácter político, procurando corrigir o que ele pretendia ser, por parte do presidente Salazar, 'um imperfeito conhecimento' das circunstâncias".

Sobre a demagogia do 'soldado-velho', como gostava de se afirmar, socorre-se o autor do depoimento insuspeito de Alpoim Calvão que refere lançar luz sobre "a forma aberrante que assumia, no ânimo do general, a função de comandante-chefe de forças em operações. Uma ou duas dúzias de páginas do volume 'De Conakry ao M.D.L.P.', daquele oficial da Armada, bastam para mostrar até que ponto os cuidados de vedetismo obscureciam em Spínola quanto deveria constituir elementar preocupação de um general; o que na realidade lhe importava era a sua popularidade, a valorização da sua imagem pessoal, em quanto ao resto, em quanto ao que devia competir efectivamente a um comandante-chefe, era indisciplinado, agia por impulsos, mostrava-se arrebatado e irrascível, imprudente e precipitado, incapaz de uma concepção estratégica global e reflectida".

Lembrei-me do discurso de recepção à minha Companhia, e das referências que o general fez aos traidores que estariam na retaguarda, afirmava-se paternalmente e pronto a receber qualquer um de nós, e também me lembrei de ter mandado tapar as valas em Pirada que, dizia, devia ser uma localidade aberta e pacífica para receber quem demandasse a Guiné, e onde passados dias, só por um grande milagre não ocorreu uma chacina, no decurso de uma invasão do IN que se distraíu nas lojas, enquanto o pessoal assistia a uma projecção de cinema. Exemplos do referido arrebatamento.

O autor ainda acusa de ambição o general, sustentado na carta que, em 1961, o então tenente-coronel, à data sem quaisquer funções que o obrigassem, escreveu - "por imperativo militar" - a oferecer-se para a guerra e a imiscuir-se em política interna do País, ultrapassando a hierarquia militar e os ministros do Exército e do Ultramar, numa clara violação disciplinar.

O autor acusa Spínola de se julgar um génio político e, "como todos os génios, um incompreendido", que em 15/4/1972 disse a M. Caetano: "afirmei-lhe que a minha acção na Guiné se encontrava avançada no tempo em relação à política ultramarina portuguesa vigente, a qual, em meu entender, não estava acompanhando ao ritmo desejado a evolução social do Mundo" (País Sem Rumo, pg.26).

Ora, na ocasião, a Guiné era uma minudência comparada com Angola, onde se registavam elevados índices de crescimento social e económico, sem qualquer razoabilidade de comparação.

Estribado num texto do vice-almirante Pereira Crespo (Porque Perdemos a Guerra), o autor vai confrontar as posições do general para concluir que a solução política preconizada, corresponderia a uma rendição, e escreve: "o general, ao que parece, entendia porém que seria solução política da guerra o facto de lhe pôr termo, em abstracto, sem curar do sinal positivo ou negativo desse termo, como se o que estivesse em causa fosse o fenómeno da guerra em si mesmo e não os objectivos que, com essa guerra o IN pretendia atingir e nós evitar que ele atingisse".

Prosseguindo, a teoria federalista de M. Caetano terá inspirado a Spínola o livro "Portugal e o Futuro", rampa de lançamento para a candidatura a PR, e também foram as imprecisões de conceitos e de orientações por parte do governo, que "alentavam todos os impulsos e todas as audácias" do general, nomeadamente no que respeita a iniciativas para a paz e à existência de um "saco-azul" de que M. Caetano refere não ter prestado contas.

Com o 25 de Abril e o período subsequente, a autor alonga-se em explanações e transcrições, para concluir como o general esteve sempre controlado pelas facções dos capitães, foi levado a tomar decisãoes que contrariam as teses de "Portugal e o Futuro" (nomeadamente o reconhecimento à autodeterminação incondicional e a independência da Guiné), andou de hesitações em hesitações em busca de apoios que não teve, passou pela frustração do 28 de Setembro e, finalmente, pelo vexame da fuga em 11 de Março.

Durante um ano fez um périplo por vários países na vã tentativa de reunir apoios, e de alguns foi coagido a sair, até regressar a Portugal para se sugeitar a julgamento.
Julgamento que o livro propõe na perspectiva do autor que, disseca e critica as edições de Spínola, socorre-se de várias fontes, e canaliza-nos essa torrente numa descrição de bom português.
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7430: Convívios (203): Novo Encontro da Tabanca da Linha (3) (José Manuel Matos Dinis /Miguel Pessoa/Mário Fitas)

Vd. último poste da série de 30 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8017: Notas de leitura (222): A Luta pela Independência, por Dalila Cabrita Mateus (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P8021: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (19): Quem ajuda a reconstruir a Casa do Comandante (Pepito)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Casa do Comandante

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Casa do Comandante


1. Mensagem do nosso amigo Pepito, com data de 22 de Março de 2011:

Amigo Luís
Mais uma vez venho pedir ajuda ao pessoal de Guiledje.

Estamos na fase terminal das obras de reconstrução do antigo Posto de Comando (dentro de 3 meses).
Logo a seguir propomo-nos reconstruir aquilo que julgamos ser a casa do Comandante do quartel e que um dia foi do Capitão Neto.
Não sabemos como é que ela estava dividida internamente e quantas portas e janelas tinha.
Algum dos nossos amigos de Guiledje pode fazer o croquis?

Tencionamos fazer desta infraestrutura uma Casa de Ambiente e Cultura, onde se poderão encontrar peças de artesanato das etnias da zona, instrumentos de música tradicionais e também fotos e amostras de animais selvagens desta zona.

Penso que o Coronel Coutinho e Lima poderá dar-nos uma grande ajuda (eu perdi a morada de email dele).

abraços amigos
pepito
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7914: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (18): Mais achados 'arqueológicos' (Pepito)

Guiné 63/74 - P8020: Tabanca Grande (273): Manuel Luís Rodrigues Sousa, ex-Soldado da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4512 (Jumbembem, 1973/74)

1. Primeira mensagem do nosso novo camarada e amigo Manuel Luís Rodrigues Sousa (ex-Soldado At da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Jumbembem, 1972/74), com data de 15 de Março de 2011:

Camarada Luís Graça:

Com os meus cumprimentos, e como o prometido é devido, envio em anexo dois documentos relacionados com episódios que vivi em terras da Guiné 73/74, mais concretamente em Jumbembém e Guidage, na região de Farim, para publicação, se o entender, no site, ou blog, "Luís Graça e Camaradas da Guiné".

- O primeiro com o título "O mistério do Rio Cacheu";

- O segundo com os títulos:

- "A crise de Guidage";
- "Afinal os anjos acompanham-nos";
- "Minas entre Jumbembém e Lamel";
- "Não cheguem tarde como eu".

Aguardo a confirmação da recepção.

Um Abraço.
Manuel Sousa


2. Em 25 de Março foi enviada esta mensagem ao nosso camarada:

Caro camarada Manuel Sousa
Muito obrigado pelo teu contacto (não sei se é o primeiro) e pelos trabalhos que enviaste.
Parece que vou ficar como teu editor, mas antes gostaria de te apresentar formalmente no Blogue como novo tertuliano.

Gostava, se concordasses, que me enviasses uma foto tua actual (tipo passe) para juntamente com alguma das que enviaste ou outra que queiras enviar para o efeito, fazer-te um poste de apresentação, talvez publicando juntamente o mistério do Rio Cacheu.

Julgamos que os textos são todos teus, mas as fotos que os acompanham têm de ter referência ao sítio da internete de onde foram retiradas. Por favor, vê se me consegues arranjar esses elementos. Basta que me digas, foto tal retirada de...

Para a apresentação julgamos ter todos os elementos, mas podes indicar as datas de ida e volta, locais por onde andaram, etc. Um pequeno resumo das vossas actividades.

Fico à espera das tuas notícias para avançarmos com as publicações.
Recebe um abraço do camarada e amigo
Carlos


3. No mesmo dia recebemos mensagem com resposta às nossas interrogações e com as legendas e proveniência das respectivas fotos:

Camarada Carlos Vinhal:
De facto, os textos dos dois documentos que mandei são da minha autoria, que relata episódios de guerra que eu vivi em terras da Guiné 1972/1974, na região de Farim, integrado no 3.º Pelotão da 2.ª CCaç/BCAÇ 4512, Jumbembem.
[...]


3. O MISTÉRIO DO RIO CACHEU

Por Manuel Luís Rodrigues Sousa, ex-Soldado do 3.º Pelotão da 2.ª Companhia (Jumbembem) do BCAÇ 4512 sediado em Farim 1973/1974.

O rio Cacheu é um dos principais rios da Guiné, com uma extensão de cerca de 200 quilómetros, que cruza aquele país quase na sua totalidade, no sentido nascente-poente.

É um curso de água ora estagnada, ora com uma ligeira corrente, cuja profundidade permite a navegação de barcos até 2000 toneladas, até próximo da vila de Farim, com uma largura média de cerca de 200/300 metros, que se serpenteia por entre luxuriante vegetação até depois desta localidade, onde se subdivide, formando os rios de Jumbembem e de Canjambari, os quais penetram mais para leste para o interior do território.

A 12 de Janeiro de 1973, terminado o período de um mês de instrução, o chamado IAO, que teve lugar no quartel do Cumeré, próximo de Bissau, o Batalhão 4512 desloca-se para o seu local de destino, Farim, a cerca de 100 quilómetros, transportado por uma longa coluna de viaturas.

Partiu do Cumeré cerca das 06 horas da manhã, passando por Nhacra, Mansoa, Cutia, Mansabá e K3, com paragens em todas estas localidades, onde estavam instalados quartéis militares, para batimento de zona com tiros de obus ao longo da estrada com aquele destino, para segurança da passagem da coluna.

Depois de todas estas paragens, após passar o K3, a coluna voltou a parar, desconhecendo-se o que se estava a passar à frente, visto que eu seguia numa das últimas viaturas, avançando apenas de vezes em quando escassos metros.

Cerca do meio dia, à medida que a minha viatura e as que a precediam avançavam a passo de caracol, apercebi-me que as viaturas estavam a entrar numa jangada no rio Cacheu, em direcção à outra margem, numa extensão de 200/300 metros, onde se via já a vila de Farim.

Jangada no rio Cacheu em Farim - Guiné
Foto de Joaquim Silva da CCS/BCAÇ 4512, 1972/74
Página do nosso camarada Carlos Silva

Ao chegar a vez da minha viatura entrar na jangada, num conjunto de 4/5 viaturas que passavam de cada vez, reparei que a corrente do rio se deslocava no sentido nascente-poente.

Cerca das 3 horas da tarde, parte da coluna saíu de Farim com destino a Jumbembem e Cuntima, por uma picada em terra batida, para ali deixar a 2.ª e 3.ª companhias, respectivamente.

Chegámos a Jumbembem, passando por Lamel, já ao fim da tarde, cobertos de pó vermelho, que mal se podia respirar, provocado pelas viaturas em movimento na picada, já que era época de seca. Ali recebemos as boas vindas pelos “velhinhos” que, para o efeito, improvisaram máquinas de filmar, cuja película eram rolos de papel higiénico, além da cantilena: ...”piriquito vai no mato, olé…lé…lé …a velhice vai prá Metrópole olaré…lé…lé”.

A melhor maneira de tirar aquela poeira, foi beber uma “bazooca” (cerveja com cerca de 60 cl) que se consegui lá na espécie de bar, mas quente como sopa. (os frigoríficos a petróleo estavam avariados).

Passado algum tempo, talvez volvido um mês, coube ao meu poletão, o 3.º, escoltar a coluna a Farim para o transporte de reabastecimentos.
E qual o meu espanto, entrei quase em pânico ao duvidar da minha sanidade mental, julgando que “já estava apanhado pelo clima”, ao verificar que a corrente do rio Cacheu se dirigia no sentido poente-nascente, precisamente ao contrário do que tinha visto antes.
Fiquei mais calmo quando alguém me esclareceu que os rios na Guiné não têm corrente.
Como o terreno é plano, cuja altitude média é de 4/5 metros, os rios são uma espécie de vasos comunicantes com o mar:
As correntes dirigem-se para leste, no caso do rio Cacheu, aquando da preia-mar e em sentido contrário quando ocorre a baixa-mar, embora a horas cada vez mais diferenciadas, à medida que os rios se afastam para o interior do território.

Apenas têm corrente própria algumas linhas de água na época das chuvas, de Maio a Outubro, que escorrem das bolanhas (terrenos alagadiços utilizados no cultivo do arroz) em direcção aos rios de correntes pendulares, como no caso que acabei de referir.

Mais tarde, em Fevereiro de 1974, quando regressava de férias de Bissau viagei numa embarcação de reabastecimento, designada por LDG, protegida por um vaso de guerra em locais mais perigosos do percurso, percorrendo quase todo o rio Cacheu até Farim, durante dois dias, com paragens de reabastecimentos em quartéis que se situavam nas margens do rio.
Então, para menor esforço, a embarcação navegava quase sempre a favor das correntes, ou seja, aproveitava os períodos de subida da maré para se deslocar para o interior.

Foi esta a partida que o Rio Cacheu me pregou e que quis partilhar convosco!!!!

Este episódio ilustra bem a desvantagem das Forças Armadas portuguesas em relação aos guerrilheiros do PAIGC, nativos da Guiné, ao desconhecerem o meio em que actuavam no teatro de operações, cuja adaptação, nas diversas comissões, ao longo de doze anos de guerra, em grande medida lhes custou danos irreversíveis: a perda de muitas vidas humanas e, pior ainda, milhares de estropiados de guerra, para não falar daqueles que fisicamente saíram ilesos do conflito, mas que, psicologicamente, ficarão marcados de forma indelével para toda a vida.

Um abraço para todos.
Manuel Sousa.
Março de 2011


4. Comentário de CV:

Caro Manuel Sousa, está feita a tua apresentação à tertúlia. Esperamos continuar a ter a tua colaboração de modo regular, se possível, tanto mais que atravessaste um período conturbado da guerra na Guiné, que coincidiu com uma ofensiva em grande por parte do PAIGC à nossa ZA de Binta, com a sempre lamentável perdas de vidas.

Já deves ter reparado que tens alguns camaradas do teu Batalhão e do teu tempo entre a nossa tertúlia, já com alguns trabalhos publicados sobre a pressão exercida pelo PAIGC aos chamados três "Gs", Guidage, Guileje e Gadamael. Podes utilizar as palavras chave que se encontram no lado esquerdo da nossa página para acederes aos respectivos postes.

Deixo-te o tradicional abraço de boas vindas em nome da tertúlia e dos editores
CV
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7992: Tabanca Grande (272): José Martins Rodrigues, ex-1.º Cabo Enfermeiro da CART 2716, Xitole, 1970/72

Guiné 63/74 - P8019: Parabéns a você (234): Mas que raio de coisa esta! (Magalhães Ribeiro)

1. Amigos e Camaradas só hoje, dia 30, consegui refazer-me da avalanche de parabéns pessoais de familiares, amigos e conhecidos, através de e-mails (contei 159) mensagens e telefonemas (perdi-lhe a conta), contendo as melhores e mais bonitas felicitações que se podem desejar a um ser humano amigo no dia de aniversário.
Depois de pensar nas melhores palavras para vos agradecer tudo o que me desejaram, só me saiu "isto", que dedico com um grande abraço a cada um de vós e a todos:




A barragem do Alqueva descarregando caudais excedentes em 2010


Mas que raio de coisa esta!

Mas que raio é que se passa?

Tenho o e-mail empanturrado,


O telefone sempre a tocar,


Tudo a mandar abraços!


Mas que raio de dia estranho?


Beijos e felicitações…


Desejos de saúde e alegria…


Boa disposição e amizade!


Mas que raio de dia será este?


Ah… pois é verdade… ‘tou mais velho!


Hoje é o meu aniversário,


Já… completo 59 anos! Ou só?


Mas que raio de dia… anormal!


Então este tsunami é da família…


Dos Amigos e conhecidos.


Tantos que parecem… milhões!


Mas que raio de dia... meu Deus!


Obrigado por esta bênção!


Por tão enorme fraternidade!


Por esta agradável sensação!


Mas que raio de dia… pois então!


Ainda recebi umas prendinhas,


Que de todas elas gostei muito,


Das palavras, dos votos… Obrigado!


Mas que raio de dia memorável!


Mil beijos mãe, Fernanda e mana…


Mil beijos filho… Mil beijos filha…


Mil chi-corações Amigos... TODOS!


Mas que raio de dia… bestial!



Trabalhos na central hidroeléctrica da Aguieira

Até para o ano se Deus quiser!

Fotografias: © Nicola Di Nunzio (2010). Direitos reservados.
__________

Nota de M.R.:


Vd. último poste desta série em:


30 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P8013: Parabéns a você (233): Rosa Serra, ex-Alf Enf Pára-quedista (BCP 12, 1969); António Graça de Abreu, ex-Alf Mil (CAOP1, 1972/74) e Benjamim Durães, ex-Fur Mil (CCS/BART 2917, 1970/72) (Tertúlia / Editores)