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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21836: (De)Caras (170): Memórias que não largam (Francisco Palma, ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748/BCAV 2922)


1. Mensagem do nosso camarada Francisco Palma (ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72), com data de 29 de Janeiro de 2021:

HISTORIA DE UM CONDUTOR NA GUERRA NO LESTE DA GUINÉ

À chegada, em Agosto de 1970, foi-me entregue uma GMC, sem motor de arranque, sem travão de pé, meia volta de folga no volante e com a "terceira" a saltar fora. Assim andei até Janeiro de 1972, altura em que me entregaram um Unimog 411, (burro do mato) com 600 kms.

Cerca de um mês depois após a chegada, numa patrulha, os atascansos nas picadas foram tantos que levamos 7 horas para fazer 14 kms.
Numa usei sacos de areia para servir de arrebenta minas, eu e o Neves com outra GMC, disputávamos o lugar da frente da coluna e nunca nenhum se negou.

E acabei por accionar uma mina A/C, faltavam 3 semanas para acabar a comissão. Fracturei os dois pés, estando 9 meses internado em hospitais.



MEMORIAS QUE NÃO LARGAM

Guiné > Região de Gabu > Canquelifá > CCAV 2748 (1970/72) > O Unimog 411 ("burrinho do mato"), depois da explosão da mina A/C em 16 de Abril de 1972.[1]
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Notas do editor:

[1] - Vd poste de 4 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17934: (De)Caras (100): Canquelifá, 16 de abril de 1972: quem diria que eu escaparia desta? !... Ninguém, nem eu nem o meu burrinho do mato... (Francisco Palma, Sold Cond Auto da CCAV 2748, Canquelifá, 1970/72)

Último poste da série de 13 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21766: (De)Caras (135): Maria Ivone Reis, major enfermeira paraquedista reformada, faz hoje 92 anos e é uma referência para outras outras mulheres e para nós, seus camaradas: excertos de um seu depoimento, publicado em 2004 na Revista Crítica de Ciências Sociais - Parte II (e última)

sábado, 19 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21661: Os nossos seres, saberes e lazeres (429): Recordações da casa dos espetros (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Agosto de 2020:

Queridos amigos,
Remexer no passado, é por todos sabido, suscita memórias, sentimentos ambivalentes entre ganhos e perdas. No fundo de uma gaveta apareceram quatro aerogramas, sabe-se lá se escaparam a muitos outros que foram para o lixo, fotografias inesperadas.
Foi um encontro benfazejo para mim, guardo uma recordação muito forte da minha sogra, por tudo o que ela fez pela família, a dedicação extrema pelas minhas filhas. Não me surpreendeu a franqueza com que eu descrevia o meu dia-a-dia, nunca escondi a ninguém o fragor da guerra, a extrema penúria, os perigos constantes. Deve ter havido gente que julgou que eu tinha ensandecido quando contava como Missirá saía das cinzas, entre abril e julho de 1969, foi um repto que me preparou para saber cuidar ou lidar com as intempéries. Gostei tanto de voltar a ler estes aerogramas que aqui vos dou notícia, e não escondo o júbilo, a despeito de muita desta gente querida ter desaparecido, guardo-os carinhosamente nas fotografias que me rodeiam, o seu papel é o de um farol que nos lembra os riscos de perder o dever de memória.

Um abraço do
Mário


Recordações da casa dos espetros

Mário Beja Santos

Vivi nesta casa em dois períodos distintos: de 8 de março de 1952 a 11 de abril de 1967, aqui fiz a escola primária, o liceu e entrei na faculdade, empreguei-me como ajudante de mecanógrafo, nesse 11 de abril de 1967 veio almoçar com a minha mãe e comigo um dileto amigo, Carlos de Sampaio, que me acompanhou ao Rossio; de 13 de maio de 1982 a 30 de dezembro de 1994, após o falecimento da minha mãe candidatei-me à casa, comprei-a mais tarde, aqui vivi com mulher e filhas até 30 de dezembro de 1994, parti então para o Bairro das Ilhas, relativamente perto do Saldanha. Nesta casa faleceram a minha avó materna, a minha mãe, a minha filha mais nova, se aqui regresso é para ajudar a minha filha a pôr uma certa ordem depois da saída inopinada para um lar, devido a graves problemas de saúde, da sua mãe. Conheço ao milímetro todo este espaço, numa primeira fase houve que ir libertando traquitana inútil, removendo lixos, identificando objetos. É numa dessas arrumações, no fundo de uma gaveta, entre dois cartões, que encontro quatro aerogramas que enviei à mãe da minha noiva e mais tarde minha sogra, Celeste Brito Camacho Robalo Revez, e duas inesperadas fotografias.

A minha sogra foi filha, mulher e mãe exemplar. Tratou-me sempre com a maior das dedicações e não tem preço o carinho e o desvelo com que tratou as minhas filhas. Daí a grande satisfação que tenho em partilhar convosco as notícias que lhe enviei, houve muitíssimo mais do que quatro aerogramas, estou absolutamente seguro, oxalá que em próxima “escavação” encontre mais, garanto que então darei notícia.

O primeiro aerograma de 13 de agosto de 1969. Peço desculpa à minha sogra por uma estranhíssima troca de correio. Enviei para Moçambique, para um querido amigo, José Braga Chaves, a quem dei instrução em Ponta Delgada, uma carta em que o trato por Sr. Dona Celeste, não sei se este meu antigo instruendo aceitou que eu já estava avariado do miolo. E a Sr. Dona Celeste recebeu uma carta dirigida ao José Braga Chaves… Toda a minha correspondência acaba por ser um relato fiel do meu quotidiano, falo calmamente em insignificâncias, em problemas de abastecimento, findara há pouco o período de reconstrução de Missirá, e com orgulho vou repertoriando as casas reconstruidas, os abrigos levantados, agradecido às muitas ajudas recebidas, e assim me despeço: “No meio de algumas agruras nada se compara com esta vida que vai crescendo e esta bênção em receber a misericórdia de Deus”.

O segundo aerograma data de 29 de agosto, justifico sempre o envio de aerogramas natalícios à falta de outro papel. “Missirá está há dois dias debaixo de chuva, nem uma nesga de sol, são rios de lama e largos charcos de água barrenta, soldados e civis adoecem. Entretanto os melhoramentos trouxeram-me muita alegria, onde havia um tosco barracão há agora uma sala de convívio, as paredes ainda frescas da tinta de água, há cadeiras confortáveis, o café é servido em chávenas decentes, os móveis faiscam de verniz e temos nas prateleiras uma loiça nova que veio substituir os embaciados pratos de alumínio. As aulas de instrução primária estão a dar os seus êxitos. Vou a caminho de 18 meses de Guiné e são estas obras de paz e esta dedicação à melhoria das condições de vida que me tonifica a alma”.

O terceiro aerograma data de 28 de setembro, é um dia de calma em Missirá, houvera um período contínuo de dez dias de patrulhamentos a Mato de Cão, dificílimas colunas de abastecimento, nas condições mais precárias, sem poder utilizar viaturas em picadas transformadas em lago, para que não subsistisse qualquer dúvida de que a vida era difícil para todos, eu punha uma rodilha na cabeça e segurava com a mão esquerda uma caixa de esparguete. Registo em tom muito confessional que os meus soldados protestam pela vida violenta que levam no Cuor, sonham em ser transferidos para Bambadinca, mal sabem a vida agitada que nos espera a partir de novembro de 1969. Desejo vivamente as melhoras da minha sogra, soubera que estava a viver alguns problemas de saúde, procuro amenizar o ambiente, falo-lhe das minhas leituras, novamente das aulas dos miúdos e dos graúdos e que o mau tempo vai passar em breve, e com esta alegoria me despeço.

O quarto e último aerograma, datado de 17 de outubro, relata um dos episódios mais dramáticos da minha vida, a mina anticarro que explodiu em Canturé, na véspera, não escondo que tenho o coração enlutado, resumo a tragédia à explosão, aos tiros da emboscada, aos destroços fumegantes, ao ferido muito grave e aos sete feridos ligeiros, entreguei o comando a Mamadu Djau e retirei com as crianças para Finete, parecia-me que tinha perdido o olho esquerdo, não via rigorosamente nada, em Finete lavei o rosto e descobri que havia somente queimaduras e poeiras. Omito que coxeio penosamente, o joelho direito inchou, os óculos desapareceram, termino dizendo que a vida vai continuar e logo que acabar este aerograma vou escrever uma carta arrancada a ferros para um lugar do concelho de Ourique, informando um pai que perdeu um filho em combate.

Em resumo, a grata surpresa de rever a minha escrita para a minha sogra, de encontrar uma fotografia em que andei mascarado de guarda-redes num jogo entre oficiais e sargentos em Bambadinca e a fotografia que tirei com a minha noiva em julho de 1968, dias antes de embarcar no Uíge.

São fragmentos que valem por si, não adianta estar a expor mais razões diante de um achado que só pode ser precioso para mim.

Junto igualmente uma fotografia tirada no Bairro das Ilhas, com a minha sogra e as minhas filhas. A minha sogra insistiu que queria trazer para o jantar um lombo de porco e um bolo de gila e amêndoa, natural de Aljustrel era uma cozinheira emérita, graças a ela aprendi a cozinhar quase tudo com coentros, a gostar de gaspacho, pezinhos de coentrada e sopa de toucinho.

Deixo perguntas a mim próprio: a letra, por exemplo, como é que ela se vai manter tão certinha em tempos tão atribulados, quando o tempo escasseava, escrevia estes aerogramas de jato, havia a noiva, toda a família, os queridos amigos, uma hora de escrita era tempo a mais, logo a seguir ao jantar, com o furriel Pires a bater à porta para tratarmos do expediente, e podia muito bem acontecer que aí pela meia-noite se partia para Mato de Cão, bastava que a tabela das marés previsse maré cheia ao alvorecer. Foi assim a minha vida e dou-me muito bem com estes sinais do destino, estes aerogramas imprevistos que me recordam que foi ali, no Cuor, que se forjou o homem que hoje partilha convosco a alegria de viver.
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21638: Os nossos seres, saberes e lazeres (428): Em Belmonte, na companhia de Vitorino Nemésio, e não esquecendo Pedro Álvares Cabral (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21176: Historiografia da presença portuguesa em África (221): Tratados, convenções e autos firmados entre as autoridades portuguesas e os representantes dos povos da Guiné (1828-1918) - III e última Parte (1882 -1918) (Armando Tavares da Silva)


Guiné > Bissau > Vista da fortaleza da Amura.  Fonte: Valdez, Francisco Travassos - "África Ocidental : notícias e considerações : dedicadas a Sua Magestade Fidelíssima El-Rei O Senhor Dom Luiz I". Lisboa : Imprensa Nacional, Tomo I, 1864,  406 p., gravuras. Imagem do domínio público.


Guiné > Bissau > s/d > Vista do interior da fortaleza da Amura... Do lado direito, os seculares poilões que povoavam o interior da fortaleza, alguns dos quais chegaram aos nossos dias. Do lado esquerdo, a antiga casa do Comando demolida em 1911 para no mesmo lugar se construir novo edifício. Origem: Fototeca da Sociedade de Geografia de Lisboa.


Guiné > Bissau > c. 1912 > Vista do interior da fortaleza da Amura: edifício do comando militar...  


Guiné > Bolama > c. 1912 ] > Primitiva ponte-cais... À direita, em segundo plano o palácio do governador. [Bolama foi capital da província até 1943].


Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > c. 1912 ] >  Antiga Fortaleza.


Imagens do domínio público: cortesia de Armando Tavares da Silva. Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné

As três últuimas imagens são provenientes de: Carlos Pereira,” La Guinée Portugaise”, Lisboa, 1914.

Imagens: cortesia de Armando Tavares da Silva


1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro de Armando Tavares da Silva: 

[ foto   à esquerda:  (i) engenheiro, historiador, prof catedrático aposentado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra; 

(iii) "Prémio Fundação Calouste Gulbenkian, História da Presença de Portugal no Mundo" (, atribuído pelo seu livro “A Presença Portuguesa na Guiné — História Política e Militar — 1878-1926”); 

(iv) presidente da Secção Luís de Camões da Sociedade de Geografia de Lisboa]

Date: domingo, 12/07/2020 à(s) 23:42

Subject: Guiné - Tratados



Caro Luís,
Capa do livro
"A Presença Portuguesa na Guiné:
História Política e Militar: 1878-1926”

 Já várias vezes que tenho visto no blogue a afirmação que pouco se conhecia (e conhece) sobre a Guiné. 

Esta falta de conhecimento poderá levar-nos a interpretações ou juízos errados ou precipitados, os quais podem surgir dentro dos mais variados contextos, e que levem a concluir "que precisamos de mais e melhor investigação historiográfica sobre pontos de contacto comuns entre nós, Portugal e a Guiné".

Ora, os Tratados e Convenções que no decorrer dos tempos foram firmados entre as autoridades portuguesas e os representantes dos povos da Guiné inserem-se precisamente naqueles "pontos de contacto". 

 E é para melhor conhecimento daqueles contactos e melhor conhecimento da evolução histórica da relação estabelecida, que elaborei uma lista (que considero exaustiva) daqueles "Tratados e Convenções". 

São 76 no total e tiveram lugar durante quase um Século (entre 1828 e 1918). 

Segue em baixo a respectiva relação [ III e última Parte , de 1882 a 1918]. 

 Os seus textos estão disponíveis em referências conhecidas, e que poderão ser consultadas por quem se interessar por aprofundar aquele conhecimento.

Com um abraço

Armando Tavares da Silva
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Tratados, convenções e autos firmados entre as autoridades portuguesas e os representantes dos povos da Guiné (1828-1918):
lista organizada por Armando Tavares da Silva

III e última Parte  (1882-1918)

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1882, 11 Fevereiro  
Bordo do Guiné                    
Tratado de paz, amizade e obediência do régulo de Gam Pará,  representado por Senne Dabri
1882, 11 Fevereiro  Bordo do Guiné                      Tratado de paz, amizade e obediência entre o régulo de Jabadá, Bambi Jai e o governo da província da Guiné Portuguesa [, Pedro Inácio de Gouveia, 1881-1884]
1882, 30 Junho Geba                            Tratado de paz, amizade e obediência entre o régulo de Indorná, Dembel Alfabacár, e o governo da Província da Guiné Portuguesa 
 1882, 27 Outubro Buba                     Tratado de submissão, obediência e vassalagem do régulo do Forreá, Bakar Kidaly 
1883, 5 Abril      
Ilha de Djeta                          
Tratado de paz, amizade e obediência com o rei das Ilhetas, Adjú Pumol, na presença do comandante militar de Bissau, capitão Carlos Maria de Sousa Ferreira Simões 
1885, 16 Abril  Escuna Forreá                         Auto de vassalagem do rei das Ilhetas, Jepomon, perante os delegados do governo da província
1885, 15 Junho  Cacheu                              Auto de perdão aos gentios de Cacanda,  representados, entre outros, por Calotarcô, rei de Bernim e Ampanamacá, fidalgo de Bassarel, perante o capitão Carlos Maria de Sousa Ferreira Simões
1885, 4 Dezembro Buba                             Tratado de paz entre os fulas e beafadas por intervenção do governo e respectiva documentação anexa 
1886, 3 Dezembro  Buba                             Tratado de obediência e vassalagem ao governo por Iáiá, régulo do Forreá, Labé, Cabú e Cadé
1887, 4 Abril    Farim                          Tratado de paz, obediência e vassalagem à Coroa Portuguesa, prestada pelo rei de Dembel, senhor do chão de Faladu, perante o secretário-geral Augusto Cezar de Moura Cabral 
1891, 14 Fevereiro  Bissau                          Auto de submissão e vassalagem do régulo de Antula, Incamundé, feito em Bissau na presença do comandante militar, tenente Julio Cezar Barata Feio
1892, 2 Maio    Geba                             Auto de vassalagem a pedido do régulo de Cabomba, Denbá Methá
1892, 4 Maio    Geba                              Auto de vassalagem a pedido do régulo de Cocé, Sambel Cumbandi e seus fidalgos 
1892, 7 Maio    Geba                           Auto de vassalagem a pedido do régulo de Corubal, Damão Jábú e seus fidalgos, estando presente o secretário-geral Cezar Gomes Barboza
1892, 28 Agosto Buba                         Auto de vassalagem a pedido do régulo de Cabú e Forreá, Mamedi-Paté-Coiada, acompanhado dos seus conselheiros e chefes principais das tabancas dos dois territórios, e na presença do tenente Sebastião Casqueiro
1893, 27 Março Bissau                          Auto de vassalagem a pedi do do régulo de Chime [Xime,] e seus vassalos, perante o comandante militar, capitão Zacharias de Souza Lage
1894, 22 Julho Bissau                          Auto de submissão e obediência do régulo de Cassine [Cacine,],  perante o governador Luis Augusto de Vasconcellos e Sá  [1891-1895]
1895, 9 Março Cassine                          Auto de submissão e obediência do régulo de Cassine perante o comandante do presídio de Buba, tenente Annibal Augusto da Silveira Machado Júnior 
1895, 10 Abril  
Barro (Farim)         
Auto de vassalagem a pedido do régulo de Barro,  perante o comandante militar de Farim, tenente Jayme Augusto da Graça Falcão 
1898, 31 Janeiro  Bolama                            Acordo entre o governador Álvaro Herculano da Cunha [1899-1900] e o alferes de 2.ª linha Cherno Cali, chefe do Forreá 
1898, 23 Março Bolama                           Auto da Audiência concedida pelo governador Álvaro Herculano da Cunha a representantes das tribos de Cayó [ Caió]
1899, 13 Maio Bolama                            Auto de preito e homenagem prestado ao governo portuguez pelo régulo de Intim, Tabanca Soares e seus grandes
1903, 4 Maio  Bissau                           Auto de vassalagem prestado pelo chefe dos balantas de Pache, Bembeça, e seus grandes,  perante o comandante militar de Bissau, Manoel José do Sacramento Monteiro
1909, 14 Agosto Bissau                             Auto de vassalagem prestado pelos régulos de Intim, Bandim e Antula perante o governador Francelino Pimentel  [1909-1910], no edifício da residência
1918, 6 Janeiro Bolama                            Auto de submissão prestado pelos régulos de Bina (Canhabaque), perante o governador da província [Carlos Ivo de Sá Ferreira, 1917-1919]

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[Atualizámos a grafia de alguns topónimos conhecidos, como por exemplo Ziguinchor, Canhabaque, Xime, Cossé, Cacine; vêm indicados entre parênteses retos. O editor LG] 

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Nota do editor:

 Último poste da série > 15 de julho de 2020 >  Guiné 61/74 - P21171: Historiografia da presença portuguesa em África (220): Viagem à Guiné, para definir as fronteiras, 1888 (1) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P18991: Álbum fotográfico de Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72) - Parte II




1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Adolfo Cruz (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1970-1972) com as fotos enviadas em mensagem do dia 21 de Julho de 2018, que retratam alguns dos momentos mais significativos da sua passagem por terras da Guiné.




Foto 9 - Parte da 1.ª Companhia de Comandos Africanos (Cap João Baker Jaló) que participou na invasão à República da Guiné Conakry em Novembro de 1970.

Foto 10 - Preparação de coluna a Guilege, com Fox e GMC – verdadeiras aventuras suicidas…

Foto 11 - Já tinha perdido 10kg …

Foto 12 - A minha tabanca remodelada pelos nossos corajosos, leais, habilidosos soldados.

Foto 13 - Uma pequena ideia de bolanha – quando a maré desce.

Foto 14 - Com alguns elementos da 1.ª Companhia de Comandos Africanos – a meu lado, o célebre e temido João Lomba, coleccionador de crâneos de IN. 

Foto 15 - Rezando (a Alá) com Juary.

Foto 16 - Na bolanha, com as nossas lavadeiras.

Foto 17 - Uma faceta protectora e afectiva.
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Nota do editor

Poste anterior de 30 DE AGOSTO DE 2018 > Guiné 61/74 - P18964: Álbum fotográfico de Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72) - Parte I

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18964: Álbum fotográfico de Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael e Quinhamel, 1970/72) - Parte I

1. Em mensagem de 21 de Julho de 2018, o nosso camarada Adolfo Cruz(*), (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1970-1972) enviou-nos 34 fotos, que vamos publicar em quatro postes, que retratam alguns dos momentos mais significativos da sua passagem por terras da Guiné.


Embarque no Carvalho Araújo em 31 de Outubro de 1970 no Cais Rocha Conde D’Óbidos, com viagem bem atribulada e cheia de “peripécias …, com escala em Cabo Verde, Ilha de S. Vicente, cidade do Mindelo – cenário lamentável !… 

Chegada a Bissau às 20:00h do dia 8 de Novembro de 1970 e fundeados até ao dia seguinte, com desembarque às 08:00h, com destino ao Depósito de Adidos. 

Primeira experiência inerente a cenário de guerra, com ataque vândalo e ameaçador (com faca) à tenda de campanha, ainda sem armas distribuídas.


Foto nº 1 - Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 2 - Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 3 - Bissau, Novembro de 1970 


Foto nº 4  Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 5 - Bissau, Novembro de 1970


Foto nº 6  - Viagem para Gadamael Porto, em LDM


Fotos nº 7 - Viagem para Gadamael Porto, nosso destino de missão, em LDG, LDM, LDP E Batelão, meios possíveis de navegação pelo Geba e outros pequenos rios até ao cais de Gadamael.


Foto 8 - Gadamael: Material capturado ao IN aquando do “ataque ao arame” em 20 de Dezembro de 1970.

(Continua)
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Nota do editor

(*) - Vd poste de 8 DE ABRIL DE 2017 > Guiné 61/74 - P17222: Tabanca Grande (431): Adolfo Cruz, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2796 (Gadamael, Vicente da Mata, Ome (Bijemita), Quinhamel, Biombo e Bissau, 1970/72)... Grã-tabanqueiro n.º 740

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18870: Fotos à procura de... uma legenda (107): Apesar da guerra, as acácias vermelhas, Delonix regia, continuavam a florir... Em Guileje, em Bambadinca, em São Domingos...


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CART 1613 (1967/68) 1967 > Fotos do álbum do nosso saudoso José Neto (1929-2007)  > Guileje 2 > Foto nº 15 > Acácia em flor, por volta de maio.


Foto (e legenda): © José Neto (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]



Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > 1969 >  Dia de ronco: visita da "Cilinha" e, ao fim da tarde e princípio da noite, atuação  do conjunto musical das Forças Armadas... Possivelmente em abril ou maio, avaliar pela  acácia vermelha, em flor, do lado direito. O aquartelamento será atacado, em força, em 28 de maio desse ano. Nessa altura, fim da época seca, a líder do MNF andava pela Guiné, tendo visitado, por exemplo, a CCAÇ 2402 no Olossato, a que pertenceu o nosso grã-tabanqueiro Raul Albino.

Foto do álbum do José Carlos Lopes, ex-fur mil amanuense, com a especialidade de contabilidade e pagadoria, especialidade essa que ele nunca exerceu (na prática, foi o homem dos reabastecimentos do batalhão).

Foto: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > BART 2917 (1970/72) >  O campo de futebol de onze, em Bambadinca, localizava-se junto á pista de aviação (ao fundo), sendo a linha divisória o arame farpado... No topo sul do campo, havia duas acácias vermelhas, aqui na foto, esplêndidas, floridas... Passavam os batalhões, e elas lá continuaram, florindo todos os anos, no princípio da época das chuvas....

 Foto do álbum do Benjamim Durães (ex-fur mil op esp. Pel Rec Inf, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72).

Fotos: © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendas: L.G.]



Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69 > 1968  > Também floriam as acácias, vermelhas, da cor do sangue, no chão felupe... Em maio..

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Delonix regia, diz o  Jorge Picado (*), nosso camarada, membro da Tabanca Grande de longa data,  e que, antes de ser capitão miliciano, aos 32 anos, casado, pai 4 filhos, já era engenheiro agrónomo...  o mesmo é dizer, que já percebia da poda...

Delonix regia é  o nome científico dado à  Acácia Vermelha, que fica bem na terra dela... É originária de Madagascar (onde parece que está praticamente extinta...) e da Zâmbia, mas dá-se bem igualmente em muitos países, ou regiões de clima tropical subtropical, onde enfeita ruas inteiras e parques... A sua distribuição vai de um continente ao outro, como "planta exótica", desde o Brasil até dos EUA à Índia, de Chipre ao Egito...

Em Portugal é, portanto,  uma espécie exótica (, não sei ao certo se está classificada como "invasora" e, como tal, põe em risco a nossa biodiversidade; há muitas espécies de acácias que o são, como tal devem ser combatidas)... No Funchal há muitas... onde é conhecia também como acácia rubra, árvore flamejante, flamboyant, flor do paraíso, pau rosa...

Na Guiné, eu gostava de as ver... As vermelhas, da cor do sangue... Não havia muitas, que eu me lembre... Florescem em maio/julho. Podem atingir os 10-15 metros (18, no máximo), e só dão flor ao fim de 4 a 5 anos. A planta não é esquisita com o tipo de solos, mas tem, como todas as outras, os seus limites biofísicos: altitude: 0-2000 m;  pluviosidade média anual: 700-1200 mm;  temperatura média anual: 14-26º. [Fonte: Agroforestry Database 4.0 (Orwa et al.2009)]

Camarada, se tens fotos das acácias vermelhas da Guiné, manda-nos... com legenda (**) (LG)

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 24 de julho de  2018 > Guiné 61/74 - P18868: E as nossas palmas vão para... (17): as nossas mulheres que muito sofreram e ainda sofrem por causa daquela guerra... Uma flor de São Domingos para elas! (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

(**) Último poste da série > 7 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18820: Fotos à procura de...uma legenda (106): O milagre do vinho, ontem, do Cartaxo (que chegava ao Cacheu...), hoje de... Pias, que entope as prateleiras das nossas superfícies comerciais, em caixas de cartão... (Virgílio Teixeira / Luís Graça)

domingo, 10 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18729: Efemérides (282): O último "Dia da Raça" comemorado em Bissau, 10 de Junho de 1973 (Ramiro Jesus, ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos)

1. Mensagem do nosso camarada Ramiro Jesus (ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73), com data de 9 de Junho de 2018:

Bom-dia, caros ex-"camaradas d'armas".
Na véspera de mais um aniversário, lembrei-me de enviar-vos, para análise e, depois de ajuizadas, possível publicação, algumas fotos do último dia "da Raça", comemorado em Bissau, isto é, no dia 10 de Junho de 1973.
Não sei quantas suportará cada mensagem, por isso talvez recebam algumas sem texto, que é para não ter muito trabalho.
Com esta idade, convém poupar alguma energia, necessária para a corrida de amanhã, de manhã.

Bom fim-de-semana!
Ramiro Jesus










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Nota do editor

Último poste da série de 5 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18712: Efemérides (281): O 10 de Junho em Ponte de Lima: convite e programa. Lançamento do livro do nosso grã-tabanqueiro Mário Leitão, "Heróis Limianos da Guerra do Ultramar", às 11h30, no auditório da Câmara Municipal