quinta-feira, 11 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4512: Fauna & flora (23): “Por pouco não nos caçamos a nós próprios… em Cufar” (Santos Oliveira)





1. O nosso Camarada Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66, enviou-nos a seguinte mensagem com data de 11 de Junho de 2009:



Camaradas,


Hoje vou-vos contar como num verdadeiro dia de caça, por pouco não nos caçamos a nós mesmos, em Cufar.

Embora eu tenha sido um dos intervenientes activos nesta Aventura, entendo que devia ser o Mário Fitas a contar este pequeno episódio em que, os Caçadores, estiveram em vias de ser caçados pelos seus “pares”.

Cerca de Março/Abril de 65, um Grupo constituído pelo Santos Oliveira, do PMort. 912, pelo Fur. Milº Alves, chefe da Equipa do Destacamento da CEngª 447, pelo Srgº da Sec AM Daimler e um outro Furriel (que não lembro o nome – seria o Fitas?) com um conjunto de mais 14 Cabos e Soldados, “destinamo-nos a ir á caça aos patos” (ou ao que quer que fosse comestível).

Ao lado e quase na extensão da Pista, havia uma bolanha, há muito abandonada, que mais se assemelhava a uma lagoa.

Deixei instruções ao Pessoal dos Morteiros; o Srgt AM Daimler deixou aos seus e para ali seguimos, não tanto com o sentido de caçar mas de desanuviar um pouco o ambiente que sempre se vive num Quartel, na sua quase totalidade constituído de abrigos subterrâneos, sem camas, mosquiteiros ou outras benesses, mas com o Ar Condicionado ligado quer de dia, quer de noite, tal como a Natureza nos proporcionava com as suas cambiantes.

Se apanhássemos algo que desse para mastigar, tanto melhor, já que a massa e o feijão-frade seriam certamente o prato base.

Foi um andar sem paragens, vagarosamente, para fazer render o tempo. Falava-se de tudo: das saudades, dos projectos, das ansiedades, dos desejos…

Pelo regresso, mais ou menos pelo bordo da lagoa, capim ainda macio, já a subir rapidamente e com um bom meio metro de altura, que convidava a um rebolar refrescante.

Num repente, sem aviso prévio, os Praças que nos seguiam a uns 30/40 metros, desataram a disparar as G3, de rajada, na direcção de nós quatro.

Lançamo-nos de imediato para ao chão, gritando ordens de suspensão de fogo, e rastejando como nunca, continuávamos a ver os ricochetes a lamber a parte superior do Capim e isso trazia-nos á lembrança a possibilidade aterradora de sermos massacrados pelos nossos.

Quase como começou (uma eternidade depois) tudo acabou, pudera, cada um dos soldados havia acabado de disparar os seus 5 carregadores! Mais não tinham!

Só que, agora o alarido era tremendo.

O que terá acontecido, interrogávamo-nos?

Quase de imediato ficou tudo esclarecido.

Uma Grande Gibóia, a quem devemos ter incomodado o sossego da sua sesta, ou caça, depois que passarmos (os quatro), ergueu-se um metro acima do Capim a lamentar-se haver perdido a perninha de qualquer um de nós.

A reacção dos Militares, foi espontânea, embora impensada; é que estávamos na linha do seu enfiamento de tiro. Não havia por onde sair com a rapidez necessária.

Uns 400 metros adiante, no início da Pista e entrada do Quartel, já nos aguardava, praticamente, tudo o que sobrava da CCaç763 e Adidos.

Por mim, ainda hoje sinto o gelo daquela pele, nas costas do meu dedo indicador.

Foi um Ronco de tirar fotografias ao, e com, o Bicho. Para mim, ou comigo, não!

O mais impressionante foi ver a arte como, com a minha faca, os elementos do Pelotão Nativo, cortavam finíssimas tiras e comiam crua aquela carne rosada e linda, mas que eu, meus amigos, ainda não estava à data, nunca estive durante todos estes anos e jamais estarei preparado, para tal experiência.

Estou a escrever “isto”, mas literalmente com pele de galinha.

Uma galinha seria decerto uma boa refeição a disputar: por nós e… pela esbelta e arrepiante Gibóia.

Ehrr, fiquei enjoado, agoniado, ou... já nem me apetece Galinha!

Cufar-Esquadra de Morteiros com Guia Nat.,sobre o abrigo, sem cama e mosquiteiro, mas com Ar Condicionado (Conforme o Tempo). Abr65.


Cufar-Giboia-Pose de Elementos da CCAÇ. 763, onde ressaltam Os Fur.Milº Juvenal (já falecido) e o Mário Fitas. Eu, nem para a pose!..

Fotos: © Santos Oliveira (2009). Direitos reservados

Abraços,
Santos Oliveira
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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P4511: Convívios (146): 2º Convívio da CCAÇ. 1589, Beli, Fá Mandinga e Madina do Boé (1966/68), em Amarante (Armandino Alves)





1. O Armandino Alves foi 1º Cabo Enfº da CCAÇ. 1589 (1966/68), em Beli, Fá Mandinga e Madina do Boé, enviou-nos mais uma mensagem com notícias da confraternização da sua Companhia, com data de 9 de Junho de 2009 p.p.



Camaradas,

Só ao fim de 40 anos se conseguiu reunir alguns camaradas da Companhia de Caçadores 1589.

O 1º Convívio teve lugar em Cardielos - Viana do Castelo -, no ano transacto em 24 de Maio, tendo ficado acrago do ex-Fur Milº José Couto, a encomenda da Missa de Sufrágio pelos camaradas falecidos, e o “fornecimento” ao pessoal, dos “comes e bebes”.

Deste nosso 1º encontro junto 2 fotos:


Da esquerda para a direita estou eu, o Paulo e o Lemos


Nesta foto: de frente o Com Pel Alf Mil Veleda, à direita dele o Fur Mil Carvalho, à esquerda o Alf Mil Honório e o Fur Mil Rodrigues
O 2º Almoço/Convívio foi realizado no presente ano, no dia 16 de Maio, em que fazia precisamente 41 anos sobre a data do desembarque da nossa Companhia, em Lisboa.

Este segundo convívio realizou-se em Bustelo – Amarante -, e foi completamente organizado pelo 1º Cabo Manuel Carvalho Ribeiro.


O pessoal que compareceu em 2009

Aspecto geral do animado e inesquecível Almoço de 2009

Resta-me realçar, para ser justo, que estes eventos se devem à iniciativa, carolice e tenacidade do ex-Fur Milº Carlos Ferreira de Carvalho que, em 2008, suportou todas as expensas (deslocações, telefonemas, etc.), tendo, posteriormente, contado com a presiosa colaboração do ex-Fur Milº José Castanho Fernandes Couto.

Armandino Alves
1º Cabo Enfº CCAÇ. 1589
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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P4510: Memória dos lugares (31): Fá Mandinga, CCAÇ. 1589 (1966/68) (Armandino Alves)




1. O Armandino Alves foi 1º Cabo Enfº da CCAÇ. 1589 (1966/68), em Beli, Fá Mandinga e Madina do Boé e, respondendo ao nosso desafio, para escrever mais sobre o que de bom, e menos bom, recordar sobre aqueles bura.. kos, enviou-nos mais uma mensagem, que muito agradecemos, com data de 9 de Junho de 2009 p.p.




Camaradas Luís Graça e demais Tertulianos,

Sobre o Aquartelamento de Fá Mandinga, ainda recordo que:

Em Dezembro de 1966, a minha CCAÇ. 1589, recebeu Guia de Marcha para Fá Mandinga.

Embarcamos em Bissau numa LDG em direcção a Bambadinca e daí seguimos em viaturas, pela estrada em terra batida, que estava a ser aberta pelo Batalhão de Engenharia, em direcção a Bafatá.

A certa altura viramos á esquerda e entramos na picada que nos ia levar a Fá. Era tão estreita que mal lá cabiam uma GMC ou uma Mercedes. Passamos o Aquartelamento de Fá de Cima e começámos uma íngreme descida até Fá de Baixo.

O Aquartelamento era constituído por 4 grandes barracões, dois de cada lado, com uma grande parada no meio. À volta era só capim, que era preciso desbastar para podermos ver mais longe e evitar surpresas “desagradáveis”, embora o pessoal de Fá de Cima nos protegesse pois, devido á sua posição no cimo da colina, viam muito mais longe.

Mas, pelo que eu sei, Fá nunca foi atacada.

A partir daqui fizemos várias operações, com outras Companhias que tinham a sua base em Porto Gole. A maior delas foi à mata do Saraoul, durou 10 dias e foi feita a nível de Batalhão.

Nesta operação, quando embarcamos na LDG, tivemos um grande “incentivo” moral e psíquico, para a operação que íamos realizar. No meio da LDG estavam 6 urnas, com 6 camaradas dentro, que exalavam um pestilento cheiro a carne putrefacta devido, não só ao muito tempo decorrido sobre as suas mortes, como pelo efeito do calor do sol, que incidia sobre as urnas que se encontravam a céu aberto.

Não sei se eram para serem inumadas em Bissau, ou serem mandadas assim para a Metrópole.

Entretanto o Capitão da minha Cia. adoeceu, apresentando um elevado estado febril. Tratei dele o melhor que soube e fui ter com o Major dando-lhe conta da ocorrência.

O mesmo, não queria que o Capitão seguisse para o mato e decidiu que ia entregar o Comando da Companhia a outro oficial. Só que, o Capitão mesmo doente opôs-se terminantemente, e, dirigindo-se a mim, disse-me que eu tinha que o repor em condições de seguir viagem, porque se não, quando regressasse-mos a Fá, me dava uma “porrada” e me despromovia.

Dentro dos meus conhecimentos e conforme pude (pois os Médicos não foram feitos para andar em operações), lá consegui que a febre baixasse o suficiente, para ele se aguentar de pé e seguir connosco para a operação. Durante todo o percurso de ida eu fui a sombra dele. Quando paramos para nos instalarmos já ele estava a cem por cento.

Durante a operação fomos fustigados por fogo de morteiro e, como o IN conhecia bem a mata, os rebentamentos davam-se muito perto de nós. Foi então que um dos nossos soldados, foi atingido no pescoço por um grão de areia projectado pela deslocação do ar de uma das explosões.

Julgo que ainda hoje ele o tem no corpo, pois os médicos preferiram não o tirar, visto que o local, onde se encontrava o dito grão, era muito perigoso para a sua extracção clínica.

Quando regressávamos fizemos uma paragem para retemperar as forças. O pessoal foi distribuído de maneira a manter a segurança. No momento em que um dos nossos camaradas foi fazer as suas necessidades fisiológicas, ouviu-se um tiro que felizmente não atingiu ninguém.

Detectado o atirador, no cimo de uma árvore, o mesmo foi abatido de imediato.

Ao reagir ao som do tiro, o pessoal abrigou-se o melhor que pôde e soube , mas um dos nossos soldados, pró azar, encostou-se a uma árvore de pequeno porte e derrubou, inadvertidamente, uma colmeia. Foi o fim do mundo. As abelhas atacaram em força e, quando nos conseguimos livrar delas, tivemos de solicitar a evacuação de dois soldados bastante atacados pelas abelhas, para o Hospital Militar de Bissau.

Claro que, em poucos segundos, os anti-histamínicos desapareceram enquanto o diabo esfregou um olho.

A partir daí tudo correu bem e regressamos a Fá.

Pouco tempo depois recebemos guia de marcha para Madina do Boé.

Quanto ao quartel de Fá, lembro-me que o 1º barracão se situava do lado direito de quem entrava no quartel e servia de caserna dos praças e quartos dos sargentos, e o 2º destinava-se aos Comandantes e, creio que também, a camarata dos oficiais.

Nas traseiras do 1º barracão estava instalado o “meu” Posto de Socorros e o reboque com o material de Campanha do SS, que nunca foi usado.

O 2º pavilhão, do lado esquerdo, só estava meio ocupado por nós, pois a outra metade estava vedada com rede e tinha guardado o material, para a fazenda do Amílcar Cabral.

Não me lembro onde ficavam a cozinha nem as oficinas auto.

Um abraço para todos do,
Armandino Alves
Ex 1º Cabo Enfº da CCAÇ. 1589
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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P4509: Estórias do Juvenal Amado (17): Ataque a Campata

1. Mensagem de Juvenal Amado (*), ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74, com data de 8 de Julho de 2009:

Caro Luis, Carlos, Virgínio, Magalhães e restante Tabanca Grande

As estórias são motivos de prazer quando delas não resultam lembranças que nos traumatizam.

Ao longo destes meses em que me expus com as minhas estórias, tentei ser o mais próximo daquilo que se passou ao tempo. Um ou outro facto, data ou acontecimento a memória nem sempre fiel, foi e é objecto de dúvida e imprecisão. Mas essas nunca foram relevantes no contexto das mesmas estórias.

Do que relatei efectivamente houve trauma em alguns acontecimentos.
Nenhum de nós passou por eles de forma ligeira.
Neste contexto fico feliz, que não tenha praticado nenhum acto, que me desonrasse como militar e como homem.

Um abraço para todos
Juvenal Amado


ATAQUE A CAMPATA

O nosso camarada ex-Alferes Dias, traz ao poste 4466 (**) o relato dessa sangrenta noite, com o rigor de quem se habituou durante aqueles anos, a ter que fazer relatórios sobre a operacionalidade das tropas sobre o seu comando.

O Dias foi um oficial operacional responsável pelos os seus soldados, combateu, arriscou a vida possivelmente convencido que esse era o caminho mais certo para não ter baixas.

Era norma operacional, que o trabalho desenvolvido nas patrulhas e nas operações, afastava o IN e reduzia o sangue derramado.

Efectivamente também lá estive nessa noite e depois na reconstrução da aldeia.

Connosco para Galomaro veio um guerrilheiro ferido, que veio a falecer tal era a gravidade dos seus ferimentos.

Juntamente veio um menino gravemente queimado, que ficou a viver no quartel até praticamente ao fim da nossa comissão. O seu sofrimento bem como o cuidado com que foi tratado pelo pessoal médico da CCS, foi por mim aflorado em jeito de comentário numa estória, que relata uma patrulha nocturna.

Quanto ao jovem prisioneiro posteriormente mencionado, foi um episódio, que tenho guardado estes anos todos, porque me chocou a forma como ele foi tratado.

Seria filho de um homem grande de uma aldeia relativamente perto, ou foram buscar logo o pai que apareceu no quartel a exigir uma arma para matá-lo e assim lavar a honra dele e da sua família.

O homem queria estar nas boas graças das autoridades nem que, para isso tivesse que verter o sangue do seu sangue.

Quanto ao filho, não faço ideia nenhuma do que lhe aconteceu, mas eu e mais camaradas, ainda que fugazmente, assistimos a parte do tratamento que ele levou durante o interrogatório.

Mais não assistimos, pois os interrogadores ao se aperceberem de que nós os estávamos a observar, deram-nos violenta ordem para recolhermos ao abrigo.

O interrogatório foi feito na traseira do quarto do Comandante, por conseguinte, virado para a porta do meu abrigo.

Recordo como, na altura, fiquei agoniado ao ver a cara inchada e as canelas, do prisioneiro, a escorrer sangue.

Ainda hoje lamento, mas nada podia fazer, aquela gente estava acima da lei.

Dirão que os fins justificavam os meios.

Um soldado combate, defende-se ou ataca, mas não tortura.

Não estive de acordo na altura e continuo a não estar de acordo agora. Resta-me a consolação de que nenhum militar do 3872 participou nesse acto.

Galomaro > Aquartelamento > No primeiro edifício do lado esquerdo há a parede e no final do passeio estão umas tábuas. Foi nesse local que o interrogatório ocorreu. Na frente, tapados com trepadeiras, está o quarto do comandante e messe de oficiais e sargentos.
Foto do ex-Alf Mil Vasconcelos


Na foto, em cima: Correia, Catroga, Fur Mil Graça, Alf Mil Médico Vieira Coelho e André. Em baixo: Santos. No menino que ficou gravemente queimado, é o que está em pé e nota-se que está todo ligado por baixo da camisa. O maqueiro André foi quem prestou os primeiros socorros ao Teixeira, (15 de Novembro de 1972) quando este caiu na mina a caminho do Saltinho. Mais tarde quando do ataque a Galomaro (1 de Dezembro 1972) fez fogo com o morteiro 60 mm, para o qual não tinha formação especifica. Com esta acção evitou, de certo, que houvesse baixas do nosso lado.
Foto do ex-Alf Mil Médico Vieira Coelho


Um abraço
Juvenal Amado
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 2 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4450: Estórias do Juvenal Amado (16): Borrasca no Pilão

(**) Vd. poste 5 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4466: O Grupo Especial do Marcelino da Mata em Galomaro (Luís Dias)

Guiné 63/74 - P4508: A Tabanca Grande no 10 de Junho (11): Uma festa do tamanho do Luís Graça & Camaradas da Guiné (Magalhães Ribeiro / Mário Fitas)
















Camaradas Tertulianos,

Gostava de vos saber transmitir e bem, aqui, por simples palavras, como é que eu vi e senti este último 10 de Junho.

Lamento mas a minha falta de argumentação e adjectivação nesta matéria só me permitiu escrever isto:
Vi o Luís Graça e a Alice, rodeados de gente Tertuliana por todos os lados, entre mil grandes e fraternos abraços que eles deram/receberam, tremendamente contentes, ele conversaram, eles fotografaram, eles riram, eles emocionaram-se, eles estavam muito felizes...

Vi o Miguel Pessoa e a sua querida esposa Giselda entre mil e grandes e fraternos abraços, enormemente agradados, eles conversaram, eles riram, eles emocionaram-se, eles estavam muito felizes...

Vi o Amílcar Mendes entre grandes e fraternos abraços, ele... idem aspas… aspas… aspas...

Vi a Piedade (Enf Pára-quedista), Virgínio Briote, Jorge Canhão, Mário Fitas, António Graça Abreu, Jorge Cabral, João Parreira, Amadu Jaló, José Colaço, Benjamim Durães, António Pimentel, Fernando Chapouto, Vacas de Carvalho, Hélder Sousa, José Martins, Bodo Jau, Xico Allen, Mário Dias, Francisco Silva, Amadu Pete Jaló, António Paiva, Silvério Lobo, João Saido Jaló… (e aqueles que me estou a esquecer… peço-lhes imensa desculpa), todos eles… entre mil e grandes e fraternos abraços, mergulhados em alegria, eles conversaram, eles riram, eles emocionaram-se, eles estavam muito felizes...

Resumindo e concluindo:

Uma grande e fraterna FESTA, e a projecção de uma boa perspectiva para o nosso Almoço/Convívio, a concretizar no próximo dia 20, em Ortigosa.















Com um abraço Amigo para todos vós,
Magalhães Ribeiro

Fotos: © Mário Fitas (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P4507: A Tabanca Grande no 10 de Junho (10): Apresentando João Saido Jaló, filho do Capitão João Bacar Jaló (Mário Fitas)

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Os nossos camaradas guineenses, filhos de um deus menor: na esquerda, o filho do João Bacar Jaló; o terceiro, o Amadu Pete Jaló... Camaradas, Os momentos de alegria neste último 10 de Junho, foram muitos. Outro dos bons e felizes momentos, para mim, foi encontrar gente de Catió: O Amadu Pete Jálo, um dos primeiros homens a pegar em armas, que conheceu o Capitão Albino - o primeiro guia dos Lassas, em Cufar. Mas, não se ficaram as surpresas por este grande e bom Homem, pois minutos a seguir conheci o jovem que se encontra na foto - João Saido Jaló, nascido em Priame – Catió, filho do malogrado Guerreiro, Herói e Homem Grande Capitão João Bacar Jaló. Com este grupo, tive oportunidade de recordar tempos de Cufar e Operações com o João Bacar Jalo que, nessa altura, Comandava a Companhia de Milícia nº 13.

João Saido Jaló, filho do Capitão Comando Graduado João Bacar Jaló
Para todos um grande abraço do tamanho do Cumbijã, Mário Fitas 


Nota de M.R.: 

Guiné 63/74 - P4506: A Tabanca Grande no 10 de Junho (9): Um dos Homens que socorreu Miguel Pessoa – Bodo Jau (Mário Fitas)

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Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2009 > Mini-encontro do pessoal da Tabanca Grande > Um encontro inesperado com Bobo Jau

Camaradas.

Que grande e boa surpresa!

Dos muitos que ao longo da nossa História, no caso concreto na Guiné, a surpresa apareceu - Bodo Jau, um dos homens do Marcelino da Mata, que recuperaram o Miguel Pessoa nas matas próximo de Guileje [, no dia 26 de Março de 1973].

Foi referenciado e conduzido a um momento de felicidade com um abraço fraterno.

Bodo Jau disse ter fotografias desse momento, que esperamos ver um dia destes, mas referiu que nessa altura o Miguel estava muito mais magro.


À direita, o Miguel Pessoa, ao centro o Jorge Cabral e o Bodo Jau, à direita
Com um abraço Amigo do,
Mário Fitas

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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P4505: A Tabanca Grande no 10 de Junho (8): O descanso do guerreiro - Amadu Bailu Djaló (João Carlos Silva)

Companheiros da nossa Tabanca Grande,
Hoje, dia 10 de Junho de 2009, ao chegar a Belém, para a cerimónia do XVI Encontro Nacional de Combatentes, reconheci um dos Ilustres membros da nossa Tabanca Grande.

Apresentei-me e solicitei autorização para registar o momento numa fotografia, ao que o mesmo acedeu de bom grado e de imediato, de forma cuidada, colocou a sua preciosa boina de comando.
Como podem ver na fotografia anexa, trata-se do Amadu Bailu Djaló.

Senti-me feliz por poder registar este momento "O Descanso do Guerreiro", especialmente porque senti que o Amadu também gostou da minha “intromissão” e deste momento fugaz.

A emoção que me acompanhava começou a bater mais forte a partir deste momento, com a agravante que, um pouco mais à frente, encontrei o Pilav Miguel Pessoa e as Enfermeiras Pára-quedistas Giselda Pessoa e Piedade Gouveia, também actores de alguns episódios marcantes da Guerra do Ultramar.
Reconheci ainda o Magalhães Ribeiro e o Jorge Cabral, mas já estava no encalço dos meus companheiros do Especialistas da BA12.

Aproveito para enviar mais dois registos, um deles de visão parcial do monumento aos Combatentes do Ultramar e outro que penso muito significativo para todos nós, mas, muito especialmente, para companheiros como o Virgínio Briote.

Uma manhã de emoções numa bonita cerimónia de homenagem aos que tombaram a servir Portugal.

Saudações Especiais,
João Carlos Silva
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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P4504: O 10 de Junho na diáspora: Comemorações do Dia de Portugal em Boston, EUA (José da Câmara)

1. Mensagem de José da Câmara (*), ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Guiné, 1971/73, com data de 11 de Julho de 2009:

Olá Carlos,
Hoje, Dia de Camões e das Comunidades, tive a oportunidade de ver muito do que se passou em Lisboa junto ao monumento. Tenho a certeza que os tabanqueiros tiveram a oportunidade para saciarem muitas das suas saudades, para criarem novas amizades, para relembrarem as suas histórias.

Por aqui, em terras de Tio Sam (EUA), apenas podemos sonhar e participar com o coração.

Talvez, por isso mesmo, os heróis do ultramar neste lado do Atlântico, ao longo dos anos, associaram-se e formaram dois grupos no estado de Massachusetts, a saber: um em Taunton (áreas consular de New Bedford) e outro em Lowell (área consular de Boston).

Por norma, vestidos a rigor, apresentam-se em diversos eventos comunitários. Mas é nos desfiles do Dia de Portugal que por aqui se realizam, que se tornam mais visíveis. De uma maneira geral abrem o desfile e fazem a guarda de honra ao içar da bandeira e aos toques dos Hinos Nacionais americano e português.

Fiz parte do Boston Portuguese Festival e, como tal, tive a oportunidade de apreciar esses garbosos soldados, ainda com muito aprumo, a desfilar nos diferentes festivais realizados em Cambridge, MA.

Na página do Boston Portuguese Festival poderá ver-se algumas fotografias. Retirei apenas algumas para que os tabanqueiros tenham a oportunidade de apreciarem como os nossos camaradas se portam em terras da estranja.

Como sempre, fica à tua disposição a sua publicação, se vires interesse nisso para a página.

Com muita saúde e um grande abraço,
José Câmara

Parada do Boston Portuguese Festival, 2006

Parada do Boston Portuguese Festival, 2006

Parada do Boston Portuguese Festival, 2007

Parada do Boston Portuguese Festival, 2007

Parada do Boston Portuguese Festival, 2007

Parada do Boston Portuguese Festival, 2008
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 8 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4480: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (3): Partida para a Guiné

Guiné 63/74 - P4503: Efemérides: Leça da Palmeira homenageou os seus ex-combatentes no Dia de Portugal (Carlos Vinhal)

10 DE JUNHO DE 2009 - LEÇA DA PALMEIRA PRESTA HOMENAGEM AOS SEUS FILHOS QUE MORRERAM NA GUERRA COLONIAL

Pelo 3.º ano consecutivo, hoje dia 10 de Junho de 2009, nós os vivos, prestamos homenagem aos jovens ex-combatentes da Guerra Colonial de Leça da Palmeira, que não chegaram a envelhecer, cumprindo o ciclo normal de vida, porque o destino lhes foi adverso.

Cerimónia sem pompa nem circunstância, tão simples quanto um povo que vive do seu trabalho e vê o seu futuro ameçado a cada dia que passa, aconteceu no Cemitério n.º 1, junto ao Memorial dos Combatentes ali existente.

A presidir à cerimónia, como desde o primeiro ano, o senhor Presidente da Junta de Freguesia Dr. Pedro Andrezo-Tabuada. Da comissão organizadora, também presentes, fazem ainda parte, pela Junta de Freguesia o Tesoureiro senhor Eduardo Pereira e um grupo de ex-combatentes dos três teatros de operações, cujos nomes são irrelevantes.

Como disse um dos oradores de hoje, definitivamente deixamos de ter vergonha por termos participado naquela guerra que, quer se queira, quer não, faz parte da história recente de Portugal.

É dever dos governantes de agora, perpetuar o sacrifício de uma geração que obrigatoriamente participou numa guerra que ceifou milhares de jovens vidas. Ainda há muito para fazer neste campo, particularmente no Concelho de Matosinhos

Pelos nossos desafortunados amigos e camaradas: Albino Couto, Albino Jesus, Arnaldo Monteiro, Aurélio Silva, Avelino Silva, José Bica, José Silva, Manuel Ortigão Oliveira e Torcato Pinto, diremos sempre PRESENTE.


Memorial ao mortos da freguesia de Leça da Palmeira

Mais uma vez o Presidente da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, Dr. Pedro Andrezo-Tabuada, na foto à esquerda, nos honrou com a sua presença.

O Eng. Rocha dos Santos, ex-Alf Mil Eng.ª, que cumpriu a sua comissão em Angola, no uso da palavra

Um aspecto dos participantes na cerimónia, ex-combatentes e familiares

Nem a chuva e o vento impediram os ex-combatentes e seus familiares de comparecerem no cemitério de Leça da Palmeira. À direita da foto, pode ver-se o nosso tertuliano Albano Costa da Freguesia vizinha de Guifões.

Daniel Folha, ex-Soldado Condutor da 20.ª Companhia de Comandos no uso da palavra

Leceiro dos quatro costados, Raul Reina Ramos, ex-combatente em Angola, defende um Memorial para o Combatente do Ultramar em Leça da Palmeira. A seu lado o nosso tertuliano José Eduardo Alves que recentemente se deslocou à Guiné-Bissau.
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Guiné 63/74 - P4502: Blogoterapia (106): Tabanca de Matosinhos, a tabanca mais portuguesa de Portugal (Álvaro Basto / Luís Graça)

Portugal > Tabanca de Matosinhos > Restaurante Milho Rei > 10 de Junho de 2009 > Da esquerda para a direita: na primeira fila, a Fernanda e o Álvaro Basto; atrás, o Zé Teixeira e o A. Marques Lopes.... Os resistentes, mas não os últimos... Não, não houve deserção, apenas debandada geral... Habitualmente, às 4ªs feiras, a casa enche-se, chega à meia centena e é uma alegria!... E todas as semanas há novas caras, que a fama da Tabanca de Matosinhos já ecoa bem longe, na blogosfera.. (LG)


Foto: © Álvaro Basto / Tabanca de Matosinhos (2009). Direitos reservados

1. Escreveu o chefe da Tabanca (cargo que ele partilha democraticamente com o coronel Marques Lopes):

Estes são os verdadeiros resistentes.. Apesar do feriado, apesar do mau tempo, apesar da crise, apesar das medalhas do Cavaco.. apesar... O Marques Lopes, o Zé Teixeira, eu e a minha cara-metade lá estivemos.

Quarta é dia de sardinha assada e pronto... A tabanca esteve representada... e as sardinhas (e que sardinhas!) lá se comeram.

A tradição foi cumprida.
Álvaro


2. Acabei de mandar-lhes a seguinte mensagem de solidariedade e camaradagem:


Álvaro e António:

Para já, os meus parabéns por esta Tabanca que é o nosso orgulho... A Tabanca mais portuguesa de Portugal, que é a Tabanca de Matosinhos.

Mandei, entretanto, um mail ao pessoal da Tabanca Grande sobre "encontros e desencontros" no Porto e em Lisboa na semana em curso. Aqui vai:

Amigos e camaradas:

Aproveitando os feriados e a ponte, vou até ao Porto, amanhã, 12, para assistir ao lançamento do novo CD dos Melech Mechaya, onde toca o meu João (12, 18h, na FNAC, NordShopping e depois no Palácio de Cristal, às 21h30)...

Volto sábado, de manhã... E às 23h30 vou ao Teatro da Comuna, onde há também festa, música (Melech Mechaya), Santo António, sardinha assada...

Se alguém, atabancado ou não, estiver perto e quiser aparecer, é bem vindo, sozinho ou acompanhado...

No 10 de Junho, estive com os ilustres representantes dessa fantástica Tabanca de Matosinhos, que vai fazer um São João em grande... O António Pimentel, o Silvério Lobo, o Casimiro (que me tratou por Sr. Graça, imagina!, não pareces que és do Norte, camarada), o Xico Allen, o MR, o Pira de Mansoa...

Infelizmente é sempre tudo a correr... Tive pena de não ir com eles ao Pilão (Zona J, Bairro de Chelas) comer o chabéu...

Para os tabanqueiros de Matosinhs, o meu carinho muito especial e um abraço do tamanho da A1...

O meu telemóvel é o 931 415 277 (Luís) / 938 455 75 (Alice)

Façam o favor de ser felizes.

Viva o Santo,
Viva o São João,
Viva o São Pedro,
Para a nossa reinação


Luís Graça

Guiné 63/74 - P4501: Fauna & flora (22): A fobia das cobras (Magalhães Ribeiro)

1. Muita gente tem fobia a cobras...

Não sei se é um problema social, se está inscrito no nosso ADN, fruto de milhões de anos de evolução e de convívio (nada pacífico) entre os primatas e os répteis...

Também há a nossa matriz cultural: para os gregos da Antiguidade Clássica, a serpente era um animal sagrado, associado ao conhecimento e à sabedoria (veja-se o cadaceu, que é o símbolo da farmácia e da medicina)... Já para a nossa cultura judaico-cristã, a serpente é a personificação do diabo, foi ela (e a mulher...) a responsável pelo pecado original, a nossa expulsão do Paraíso, a condenação ao trabalho, o parto com dor, e todas as demais desgraças que se abateram sobre a pobre humanidade...

Se queres saber se tens fobia a cobras, podes fazer aqui um pequeno teste... Entretanto, aqui fica mais um história de fobia a cobras, passada em 1974 na ainda então Guiné Portuguesa... (LG)


2. Quem não pode vê-las nem cheirá-las (nem sequer ouvir falara delas!) é o Eng Agr Jorge Picado, que já ameaçou deixar o blogue... se a gente persistir em contar mais histórias de Cobras & Lagartos... Escreveu ele (*):

Mas que porra é esta? Querem privar-me de ler este Blogue? Vejam lá se acabam com tais escritos.

Oh, Camarigo Mexia, também tu?

É de mais. Já chega. O que me vale é que hoje é pleno dia e está sol. Mas ontem de noite, quando me fui deitar, já via cobras por tudo o que era mais escuro e acabei por ter pesadelos.

Afinal também o Firmino é como eu, oh MR. Posso garantir que o mesmo se passaria comigo, pois ficaria de certeza impossibilitado de entrar na viatura enquanto não tivesse a certeza de que estava 'LIMPA'.

Um Abraço, mas não camarigo, por tal brincadeira de mau gosto...

Jorge Picado



3. Fauna & flora > O Firmino e a fobia das cobras
por E. Magalhães Ribeiro


Das cobras lembro-me de, num belo dia de sol, em que regressava de Bissau, num Unimog, com o Soldado Condutor Firmino, de repente, virmos no meio da estrada duas grandes cobras (não posso precisar o tamanho), que, segundo me pareceu, estavam a acasalar ali, no quentinho do asfalto.

O Firmino em habilidade assassina fez uma travagem busca, hipoteticamente em cima delas, nitidamente com a intenção de as trucidar.

Parou a viatura e saímos para fora, procurando as desgraçadas das bichas. Nada, nem sinal delas.

Foi então que o Firmino entrou em pânico, visto que ele tinha tremenda fobia às cobras, afastou-se uns bons 10 metros, com os pêlos todos eriçados, e começou a dizer:
- Porra, elas devem estar enroladas nos pneus!

Lá fui eu espreitar, por debaixo do Unimog, e não vi cobra nenhuma.
- Ó pá, aqui não está cobra nenhuma.

Diz ele:
- Então estão dentro no habitáculo, eu aí não entro mais!

Não me tinha lembrado dessa remota e pouco provável hipótese, mas estava admirado e surpreendido com o esfumanço dos animais, que nem eram tão pequenos como isso.

Fui então espreitar para o habitáculo e nada.
- Firmino, vamos embora, não está aqui cobra nenhuma, pá!

Ao que ele respondeu:
- Eu aí, nessa viatura, não entro mais.

Tive que entrar eu e ficar ali sentado uns bons minutos até que o raio do homem se convenceu que eu estava a falar verdade, mas sempre com os olhos nos pés, não fosse o diabo tecê-las.

Ainda hoje eu cismo e o Firmino com certeza também:
- Para onde desapareceram o raio das bichas ?

Magalhães Ribeiro

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Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste da série > 9 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4491: Fauna & flora (21): Surucucus (Lachesis muta muta) que cantavam nas praias dos Bijagós (Joaquim Mexia Alves)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4500: Controvérsias (20): Deixem que sejam os ex-Combatentes a cantar o Hino Nacional (José Martins)

Comemorações do 10 de Junho de 2009 > Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso > Deixem-nos cantar o hino nacional !!!... (Eu garanto-vos que o Mário Fitas cantou o hino, e cantou bem, de fio a pavio, com a sua voz poderosa de tenor e de alentejano das grandes planices... Não se deixou intimidar com a voz da senhora fadista Kátia Guerreiro)...
Mário: Cortei-te o pio, como forma de protesto pela heterodoxia da Comissão Organizadora, e como manifestação de solidariedade com a posição aqui assumida pelo José Martins, nosso dedicado colaborador, amigo e camarada da Guiné, e um dos mais velhos membros da nossa Tabanca Grande...
Mário, desculpa a eventual sacanice eu que te fiz, mas foi por uma boa causa, além de que um velho combatente da Pátria , como tu, já está calejado e imunizado contra todas as sacanices, e sobretudo as grandes sacanices que lhe têm feito... (LG)


1. Mensagem de José Martins, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70, com data de 10 de Junho de 2009: Assunto: XVI Encontro de Combatentes

Caros Camaradas:

Desde há dezasseis anos que neste dia honro a memória daqueles que, fiéis a um juramento à Bandeira Pátria, entregaram a vida em terras de África. Honro, também, aqueles que, por causa da guerra, por lá deixaram parte de si mesmos, carregando para o resto da vida a memória visível da sua vida por aquelas paragens.

Recordo, ainda, aquele 10 de Junho de 1970 quando, depois de ter cumprido o dever imposto, pisei terra metropolitana. Porém, e como já anteriormente havia escrito, há coisas que ainda não consigo entender:

1 - Há necessidade de ter um patrocinador nas comemorações, nomeadamente a Portugal Telecom que, invariavelmente, coloca uma coroa de flores no Monumento com publicidade? Não seria muito mais soft anunciar apenas o patrocínio, caso ele seja necessário?

2 - Por que é que, a partir de há alguns anos a esta parte, há um artista convidado para cantar, se não a solo, sobrepondo-se às vozes roucas e cansadas dos combatentes, debitando a sua voz através da instalação sonora? Nada tenho contra a D. Kátia Guerreiro, cuja carreira tenho seguido e admirado. Mas, francamente! O Hino de Portugal soou-me a fado.

Sei que era uma canção de protesto contra o Ultimato Inglês de 1890 e que, rapidamente se transformou num grito de revolta, mas hoje, hoje é o nosso Hino.

Por favor: deixem que, enquanto isso seja possivel, sejam os COMBATENTES a entoar o HINO NACIONAL, mesmo que a sua voz seja rouca, mesmo que a sua voz já custe a dominar, mesmo que a sua voz não tenha a pujança de outrora, é a voz daqueles que responderam SIM, quando a Pátria os chamou.

José Martins
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4422: Bibliografia de uma guerra (47): Coutinho e Lima fala do seu livro "A Retirada de Guileje" (José Martins)

Vd. último poste da série de 2 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4452: Controvérsias (15): O 'massacre do Pidjiguiti', em 3 de Agosto de 1959: o testemunho de Mário Dias

Guiné 63/74 - P4499: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (7): O Jorge Cabral e o Vacas de Carvalho apanhados pela PE... (Mário Fitas)

10 de JUNHO de 2009, DIA DE PORTUGAL > Encontro Nacional de Combatentes, em Belém, junto ao Forte de Bom Sucesso 1. Texto e fotos de Mário Fitas É claro! Nem sempre tudo corre com a postura conveniente destes actos.Pois é!... o nosso amigo Cabral, com a sua parelha Vacas de Carvalho, foi a Missirá e vieram, cada um, com a sua bajuda. Só estas Aves poderiam fazer isto! Mas a história complicou-se porque as Bajudas pertenciam... à PE [Polícia do Exército]. Resultado, foram revistados e no Saco Azul, bem visível nas mãos do Vacas de Carvalho, foram encontradas duas rações de combate, só que embaladas em pequenas caixas. Segundo algumas bocas dos mirones tabanqueiros que se juntaram, seriam também de cor azul. Narrei apenas o que ouvi, e as fotos foram-me emprestadas por um retratista que por ali andava, pois eu não intervi em nada. Por este motivo peço ao chefe da Tabanca, que seja tomada em conta este acto, e que para o próximo evento deste tipo, a estes senhores Tabanqueiros, seja atada a farinheira com um cordel. Com a saudade de um momento bem vivido e o desejo que o próximo Encontro da Tabanca tenha não o mesmo êxito, mas maior ainda que o ano passado. Como sempre, o velho e amigo abraço do tamanho do Cumbijã, Mário Fitas _________ Nota de L.G.: (*) Vd. último poste desta série > 10 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4498: A Tabanca Grande no 10 de Junho de 2009 (6): E até ao dia 20, na Qta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria...(Luís Graça)