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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20833: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (6): Da Tabanca da Lapónia com amor (e humor): (i) bolo de papel higiénico: (ii) sopa de grão; e (iii) poncha aquecida... Só faltam as... "côbinhas" quentes lá das nossas berças! (José Belo)


Sopa de grão com "poncha" sueca aquecida... antiviral


O popular ponche sueco, "Carlshamns Flaggpunsch"... antiviral. Parece que agora, desde 2019, é produzida na... Finlândia!


O humor sueco traduzido em pastelaria... 


Bolo de papel higiénico... Uma das contribuições (originais...) da Suécia para a luta contra...a COVID-19

Cortesia de Joseph Belo (2020)... Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

1. Duas mensagens recentes. 28 de março e de 3 de abril, do José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia, enviando-nos coisinhas suecas para aquecer  o estômago em tempo de solidão e, se calhar,  de fomeca, para alguns;

[José Belo ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; está reformado como capitão inf do exército português: jurista, vive entre Estocolmo, Suécia, na região de Abisco, Kiruna, Lapónia, no círculo polar ártico, e Key-West, Florida, EU; em boa verdade, as renas nunca sabem, ao certo, onde está o régulo da Tabanca da Lapónia]


1. Não sei se por aí terá sido assim, mas na Escandinávia as populações,  preocupadas com o vírus e possíveis faltas de géneros de primeira necessidade, procuraram comprar dezenas de rolos de papel higiénico por pessoa.

Foram alguns dias estranhos em que nada faltava nos supermercados exceptuando o... papel higiénico.

Passados curtos dias tudo voltou à normalidade.

Este curioso pânico foi aproveitado pelos pasteleiros suecos da cidade de Eskilstuna para criarem um bolo apropriadamente em forma de rolo de papel higiénico.

Além do oportunismo da ideia,  o bolo é bom no seu recheio de chocolate e natas e.....tem-se vendido (como o papel higiénico) até se esgotar diariamente.

PS - Junto também duas fotos de uma "suôpa de grão" com punch aquecido... só faltam as nossas..."côbinhas" quentes!


2. Por aqui o vírus está concentrado nas cidades, mas também existe um pouco por toda a parte.

No início de março, há por aqui uma semana de férias escolares para permitir às famílias se deslocarem para as montanhas para praticar esqui. Estes deslocamentos familiares acabaram por espalhar ainda mais o vírus.

Mas na Lapónia apesar de ainda nevar bastante e as temperaturas continuarem nos negativos, o vírus também existe nas cidades costeiras do Báltico e no centro turístico de Abisko.

Felizmente que a minha casa está do outro lado do imenso lago que vai desde Kíruna até à Noruega.
Estou mais perto de Karesuando do que Abisko.

Um abraço.
J. Belo

sábado, 28 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20785: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (4): "Snaps", salmão fresco curado, filetes de arenque do Báltico recheados com salmão fumado... (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia, o único luso-lapão que sobrevive nestas paragens. Se houver outro, dão-se alvíssaras!)


Ingenuidades do único luso-lapão que existe no mundo: "Com tantos senhoritos a falarem desde Bruxelas, com displicências e arrogâncias várias, sobre os países da Europa do Sul, somos obrigados a verificar que vistos desde este extremo do extremo norte europeu,tanto a Alemanha,como a Holanda,e ainda mais a Áustria,säo países lá bem do...Sul!"

(José Belo, 28 de março de 2020,  13h53)



Snaps ("shots")


Salmão ("gravadlax"),  fresco,  curado


Filetes de arenque do Báltico ("strömming"), recheados com salmäo fumado

Fotos (e legendas): © José Belo (2020) . Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Joseph Belo, régulo da Tabanca da Lapónia,  também "aquarentenado" nas proximidades do "Círculo Polar Ártico", no extremo extremo norte da  nossa velha Europa:


Data: 28 mar 2020 10:41

Assunto. Inveja de Lusitano

Caro Luís

Depois das favas suadas (*), aparecem hoje no blogue as sardinhas de Peniche! (**)

Para não referir as fotografias do cozido à portuguesa da Tabanca do Centro..

Sinto-me quase obrigado (!) a enviar desde aqui para todos os Amigos e Camaradas isolados pelo vírus algumas das nossas especialidades locais.

Porque, em verdade, na Lapónia Sueca não há só renas e vodka multidestilada a mais de 90% !

Seguem noutros e-mails algumas fotos legendadas [com petiscos para a semana toda!]

Um abraço,

PS - Hoje a ementa é: Salmão fresco curado, e filetes de arenque do Báltico recheados com salmäo fumado


2. Resposta de LG:

Zé, no céu não disto!... (Diz o meu velhote com quem vou trocando umas conversas meta-físicas...).

Pelas fotos que já me mandaste hoje em meia dúzia de mails, isto parece a festa da Babete!... (Vi o filme, baseado num conto da tua vizinha Karen Blixen)... Se aspeto é bom, o sabor ainda deve ser melhor, se bem que eu seja mais peixeiro do que carneiro... Se não te importas, segue para a nossa série "Comes & Bebes"... Temos que manter o "moral da tropa"... Os pratos do Chef Lusitano vão fazer furor!...

Por cá, a pandemia de (e o combate à) Covid-19 (a doença, que o vírus esse é o SARS-CoV-2) continua... com números que estão a crescer a uma média de 20% e tal por cento ao dia... Esperemos que as medidas decretadas pelo Governo (, estamos me confinamento desde 19 de março, mas as escolas já tinham fechado...). O problema mais grave é o Norte (que tem mais do dobro dos casos da região de Lisboa)... Acabamos chegar hoje aos 100 mortos ...e ultrapassar os 5 mil casos de infectados..  

O pico da pandemia deve ser lá para princípios ou meados de maio... Estamos há duas semanas, rigorosamente trancados em casa... E tu, estás mesmo lá para Abisco ou coisa parecida, que a Tabanca da Lapónia não vem no mapa do Google?!... Sei que te cuidas... Ou melhor:  não tens ninguém que te infecte ou que tu possas infectar com o corno do vírus... É verdade?...

Mantenhas.

PS - A COVID-19 não passará!... (Mas está a causar muito sofrimento e mortes na nossa "aldeia global"...). Viva a Itália, viva Espanha, viva Portugal,  vida a Suécia..., viva a nossa velha Europa doente!... Física, moral e politicamente doente!
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sábado, 21 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20757: Da Suécia com saudade (65): "Ao luar, entre nevões, até as renas parecem pavões" (José Belo)


Tabanca da Lapónia

Fonte: Antigo blogue do José Belo, radicado há  cerca de 40 anos na Suécia: "Lappland near Key West" [A Lapónia ao pé de Key West, Florida, EUA]. 

Ao cimo da foto, do lado esquerdo, abaixo do título, há uma frase muito didática e certeira, antietnocêntrica, prevenindo-nos contra a tentação de ver o mundo através do nosso umbigo, a nossa cultura, a nossa religião, a nossa língua, o nosso país, o nosso grupo: "We dont see the things as they are, we see them as we are"... Traduzindo: "Nós não vemos as coisas como elas são, vemo-las como nós somos"... [A frase é atribuída à escritora Anïs Nin (1903-1977)]


1. Comentário de José Belo, Joseph Belo, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; está reformado como capitão inf do exército português: jurista, vive entre Estocolmo, Suécia, Abisco, Kiruna, Lapóbia, no círculo polar ártico, e Key-West, Florida, EUA.

Respondo a duas perguntas dos seus leitores:

"Bem,    vodka a 94º como é que  se bebe? Bem pior que a cachaça que o sr Lima mandava ao filho para Galomaro. Quem beber bem quentinho se deve ficar."  (Juvenal Amado)

"Não dá para mandares,pela UPS, uma amostra do teu vodca a 94% ? Em passando a pandemia, temos que lá ir provar essa obra-prima da tua destilaria...E eu pensar que os suecos eram abstémios compulsivos, por causa da ética protestante luterana e calvinista, e que o álcool era monopólio do Estado ? ...A ASAE lá da Lapónia não te cai em cima".  (Luís Graça)


É certo que a venda de álcool é monopólio do Estado mas o bonito alambique de cobre é...meu!

Neste extremo do extremo norte da Europa devem existir tantos alambiques como famílias de lapöes. Mas em cobre täo bonito...só o do Lusitano e mais nenhum!

O ditado português "Para lá do Maräo mandam os que lá estäo" é mais do que óbvio quando, ao quereres comprar o jornaleco diário na cidade principal cá do sítio, que é Kíruna, tens de fazer viagem de carro de 300 quilómetros/ida e mais 300 quilómetros/volta.

A capital Estocolmo está,lá para o Sul, a mais de 1.500 quilómetros daqui.

2/3 da populacäo sueca,em número mais ou menos igual à portuguesa num país geograficamente 14 vezes maior,vive no centro-sul.

Muitas das regras e regulamentos vistos a estas distâncias e limites naturais de milhares de lagos,florestas e montanhas,tornam-se bastante...relativas. Historicamente para bem,mas também para muito mal.

Quanto à pergunta do Amigo Juvenal, "Como se bebe?,  só posso responder...Bem!

É claro que, se näo pode beber a maravilhosa ,de 'destilações repetidas feita',(e aqui o que mais há é tempo para o fazer), nos tradicionais copos de água aqui usados.

Para encher tais copos para visitantes usa-se a mais infantil vodka de 40% a 50%.

Mas, para os imprescindíveis "fins medicinais",  usam-se pequenas quantidades da multidestilada (a tal!) bem misturada com sumo de limão ,de laranja, algum mel e um pau de canela.

Ao luar, entre nevöes, até as renas parecem pavões!

(Com a minha tradicional humildade... Fernando Pessoa não o diria melhor!)

Um grande abraço do J. Belo


2. Comentário do nosso editor LG:

Mote: "Ao luar, entre nevöes, até as renas parecem pavöes!" (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)

Na Tabanca da Lapónia,
Ao luar, entre nevões,
Até as renas são pavões,
Já estou mal da cachimónia,

Até as renas são pavões,
E eu aqui de quarentena,
Mas o hotel vale a pena,
Venham cá, seus parvalhões.

Ao luar, entre nevões,
Não apanhas nenhum cagaço,
O Zé Belo tem bagaço,
Que até chega aos pulmões.

Já estou mal da cachimónia,
E eu aqui no treco-lareco,
A ouvir o próprio eco,
Na Tabanca da Lapónia.


Luís Graça, um "cacimbado" da Guiné

Lourinhã, 21/3/2020

PS - Se um gajo não morrer da pandemia, morre do pandemónio... Se sobreviver a ambos, vai parar ao manicómio... (no caso de  ainda existirem manicómios...). Como as coisas vão por aí, na outrora bela Itália, nem os médicos já dizem: "Purgai-o e purgai-o e, se morrer, enterrai-o"... Humor (negro) com humor (negro) se paga... Mas os tempos são para recordar  a vigorosa e sábia palavra de ordem do Secretário de Estado do Reino (, 1º ministro), Marquês de Pombal, em 1 de novembro de 1755, perante o acagaçado rei Dom José I: "Enterrar os mortos e cuidados dos vivos".
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Nota do editor:

Último poste da série >  20 de março de  2020 > Guiné 61/74 - P20754: Da Suécia com saudade (64): O coronavírus no Círculo Polar Ártico... Como diz o provérbio lapão, "o problema não está em falares com as árvores da floresta, o problema surge quando elas te respondem!" (José Belo)

sexta-feira, 20 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20754: Da Suécia com saudade (64): O coronavírus no Círculo Polar Ártico... Como diz o provérbio lapão, "o problema não está em falares com as árvores da floresta, o problema surge quando elas te respondem!" (José Belo)



Suécia > Lapónia > s/d > É, pessoal, onde começa a "cerca sanitária"? E a fronteira está aberta? E, já agora,  sabem onde mora o régulo da Tabanca da Lapónia, vizinho do Pai Natal?

Fotos (e legenda): © José Belo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


José Belo, na Florida, EUA.
1. Mensagem do Joseph Belo, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; está reformado como capitão inf do exército português: jurista, vive entre Estocolmo, Suécia, Abisco, Kiruna, Lapóbia, no círculo polar ártico, e Key-West, Florida, EUA.

Date: sexta, 20/03/2020 à(s) 14:59
Subject: O coronavírus no Círculo Polar Árctico.

Estava quase a convidar os Camaradas para virem-se isolar na minha casa, já bem dentro do Círculo Polar Ártico.

Isolamento? O meu vizinho mais próximo vive a cerca de 300 quilómetros da minha casa.

Desinfecção? O meu vodka caseiro nos seus 94% de teor de álcool torna desnecessário lavar as mäos com desinfectantes de farmácia. Basta, à boa moda do cavador lusitano, cuspir para as mãos de vez em quando!

Mas, apesar das temperaturas negativas e dos nevões, o vírus também por aqui se passeia. Até agora a situação mais séria por aqui era a referida por um velho ditado lapão: "O problema não está em falares com as árvores da floresta; o problema surge quando elas te respondem!"

Ao olharmos para a situação,tanto quanto à saúde como às consequëncias económicas mundiais, tudo se está a tornar na tal... tempestade perfeita.

Tanto a Alemanha como a Suécia foram buscar às suas reservas económicas quantias muito superiores a 600 mil milhöes de euros (números quase incompreensíveis) para fazerem frente ao impacto inicial da crise.

O que se irá passar no nosso querido Portugal sem recurso a tais "reservas"? A "solidariedade" europeia? O caso Italiano veio mais uma vez demonstrar que, quando necessária, só existe nos discursos dos políticos.

Também näo temos ao dispor as máquinas de fabricar dólares existentes nos Estados Unidos que, na sua dívida descomunal, irão certamente funcionar a todo o vapor, pelo menos até ás eleições presidenciais de Novembro.

O tempo perdido pela Administração Norte-Americana a negar o problema poderá vir a ser pago por uma tragédia muito superior à italiana.

Em Key West, Florida, o Sloppy Joe's Bar tem estado continuamente aberto desde há muitas décadas. Dizia-se mesmo que, a haver uma invasão de extra-terrestres, este viriam certamente sentar-se ao balcão do Bar para beber uns daiquiris bem gelados.

Esta semana [, em 17 de março], por causa do vírus, o bar encerrou as portas.

Continuando com estas notícias "leves" sobre o vírus aqui seguem duas curiosidades suecas:

(i) O governo informou todos os trabalhadores que, ao sentirem dores de cabeça, de garganta, tenham febre, alguma tosse,ou dores musculares, devem ficar em casa. Näo é necessária visita ao médico nem qualquer atestado de doença.

Recebem 90% do salário normal. Está-se no período normal de gripes e constipações.

Os infindáveis, e escuros, invernos nórdicos criam sempre algumas "dores musculares"...Quantos irão ficar em casa? É claro que mais vale prevenir do que remediar... quando existem as tais reservas de milhares de milhões.

(ii) Tem sido muito avultado o número de médicos e pessoal hospitalar reformado  que se tem apresentado para trabalhar voluntariamente. As autoridades de saúde informaram que só aceitavam voluntários até aos 70 anos de idade.

Ainda poderiam ter sido simpáticos para com os "velhinhos" se tivessem invocado como razão o facto de se preocuparem com os perigos de contágio e saúde dos mesmos. Mas näo. A razão apresentada foi a de que o trabalho virá a ser demasiado intensivo e esgotante para idades superiores aos 70 anos.

Ponto final!
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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20655: Da Suécia com saudade (63): reabrindo a Tabanca da Lapónia, agora ao povo... (José Belo)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20668: Em bom português nos entendemos (25): Bicha de pirilau... Expressão da gíria militar do nosso tempo, ainda não grafada nos dicionários... Será que continua a incomodar o senhor general?



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > S/l > s/d > Progressão em coluna apeada, ou em fila indiana  (no mato, no CTIG, dizia-se: "bicha de pirilau")

Foto (e legenda): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. No Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que é o que está mais à mão, não consta a expressão, "bicha de pirilau"... Só vêm os vocábulos "bicha" e "pirilau".  No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, onde há tudo como na farmácia, desta vez não encontrei o que pretendia...

No Dicionário aberto de calão e expressões idiomáticas, de  José João Almeida (Projeto Natura, Universidade do Minho),  idem, aspas... Também no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa ninguém teve, até agora, a  curiosidade em saber o seu significado e a sua origem... Há, no entanto, uma entrada sobre "bicha" e "fila"...

Resta o nosso blogue... A locução ou expressão "bicha de pirilau" aparece amiudadas vezes nos nossos postes... Cite-se, por  exemplo, o nosso saudoso Luís Faria (1948-2103), ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2791 (Bula e Teixeira Pinto, 1970/72):

(...) "O amanhecer não tardaria muito quando deixámos a estrada e entrámos no desmatado, avançando em longa bicha de prilau para a mata e continuando numa progressão atenta, ziguezagueante e tanto quanto possível silenciosa, atendendo ao número de elementos, com o objectivo de detectar e interceptar um grupo IN presumivelmente numeroso, que por lá se movimentaria". (...) (*)

O vocábulo feminino "bicha de pirilau" já fazia parte do léxico militar, em 1964, aquando da Op Tridente, a avaliar pela descrição das peripécias na ilha do Como, aqui feita pelo nosso querido camarada  Mário Dias, 2º sargento comando (Brá, 1963/66):

(...) "Atravessado sem percalços este obstáculo natural, eis – nos na extensa bolanha que se estende até Cauane e à mata de Cachil mais a Norte. Aí, só era possível andar sobre os estreitos ouriques pelo que lá vamos nós em coluna por um (a célebre "bicha de pirilau", na gíria militar)" nada aconselhável em terrenos descobertos. (...) (**)

No Pequeno Dicionário da Tabanca Grande (***), há esta entrada:

"Bicha de pirilau - Progressão, em fila, no mato, mantendo cada homem uma distância regulamentar de segurança (gíria); o mesmo que fila indiana." 


Carlos Silvério, grã-tabanqueiro nº 783
2. Tudo isto vem a (des)propósito de um comentado inserido no poste P20655 (****), em o nosso cap inf ref José Belo anuncia, à Tabanca Grande, a reabertura da sua Tabanca da Lapónia:

Comentário de Luís Graça, com data de 16 do corrente:

Meu caro José:

Ando há tempos com um pedido do meu/nosso camarada Carlos Silvério, de Ribamar da Lourinhã, terra de lobos do mar... Para mais é meu primo, porque casou com a Zita, que pertence ao clã Maçarico, tal como eu... Além disso, o Carlos é também primo do tenente general Luís Silvério, filho ilustre da terra... Enfim, somos um país em que somos todos (ou quase todos) primos uns dos outros...

Mas adiante... O Carlos Silvério, nosso grã-tabanqueiro nº 783, ex-fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73) (...) tem uma pequena questão a pôr-te:

Quando ele passou pelo RI 5, Caldas da Rainha, como monitor de recruta do CSM (Curso de Sargentos Milicianos), entre setembro e dezembro 1970, ele ficou com a ideia de que tu estavas lá, como instrutor, eras alferes miliciano, acabado de regressar da Guiné...

Bate certo ? Um belo dia apareceu lá um senhor general que quis certificar-se da excelência da formação dada aos futuros sargentos milicianos... E terá supervisionado uma das tuas aulas práticas... Às tantas, falavas tu da tua experiência operacional no TO da Guiné, em 1968/70, quando usaste a expressão "bicha de pirilau"...

Parece que o general ficou "piurso", saltou-lhe a mola e deu-te uma valente reprimenda ("piçada"):

- Senhor alferes, no exército português não há bichas de pirilau!... Os nossos militares, no mato, na Guiné, em Angola, em Moçambique, andam em fila!... Ponha isso no seu léxico!...

O Carlos não sabe porque é que o senhor general afinou com a expressão "bicha de pirilau"... Seria uma reacção... homofóbica"?...

Bem, para o caso não interessa, o Carlos só me pediu para confirmar se o instrutor eras... tu. Se sim, a história é divertida... Se foi com outro instrutor, a história continua a ser divertida na mesma. (...)



José (ou Joseph ou Joe) Belo, um capitão de infantaria
que a Pátria / Mátria / Fátria tramou...
3. Resposta  do José Belo, que também se assina Joseph (na Suécia) e Joe (nos States):

Caro Luís

Näo recordo a história referida. "Correcöes" por parte de Senhores Oficiais Generais... tive a honra de receber algumas durante a minha vida militar, principalmente no período indicado do... pós regresso da Guiné.Daí ser muito possível que fosse eu.

Era um termo muito usado pelos instrutores "Infantes", mesmo na casa mãe em Mafra. O feliz termo "pirilau" não tinha neste contexto quaisquer associações com homossexuais. Creio ser um termo que era vulgarmente usado pelos vindimeiros no Norte, obrigados pelo terreno a caminhar em fila (!) por sinuosos carreiros.

A única correção que poderei fazer é o facto de que na data indicada já näo era Alferes Miliciano.
Parabéns ao camarada Carlos Silvério pela sua memória, muito melhor que a minha,felizmente cada vez mais "gasta" quanto a tudo (o muito!) que foi militar na minha vida. (...)


4. Comentário do nosso editor Luís Graça:

Desculpa, José, ou Joseph, ou Joe, conforme onde tu estejas (, e nunca ninguém sabes onde estás "just in time"...), mas o senhor general tinha razão... No Exército Português não há (ou não havia...) "bichas", mas "filas"... Muito menos "bichas de pirilau"...

Esta última expressão vê-se mesmo que era de gente "apanhada do clima"... "Fila" é que era linguisticamente correto: os mancebos, nuinhos, de pilau murcho ao frio, quando iam às "sortes, esperavam em "fila", não em "bicha", a vez de serem chamados, observados, apalpados, pela junta médica que depois os considerava aptos ou inaptos para a "função", que era... "morrer em fila, organizados"... na frente da batalha!...

Se calhar o senhor general nunca esteve na Guiné e não sabia o que era a "guerra de guerrilha", ou "guerra subversiva". Estudou, pois,  por outros canhenhos... Mas tu estiveste lá, no coração do mato, em Empada, em Bula, em Mampatá,  na região do Forré, sabias do que falavas aos instruendos do CSM, nas Caldas da Rainha...

E portanto eu reconheço-te autoridade para "grafar" a expressão... Só não entendo a reação (, algo destemperada, a crer na versão do Carlos Silvério...) do general que te deu a "piçada"... Mas, enfim, devia ser um daqueles generais da brigada do reumático que nunca foi à guerra e, como tal, era incapaz de imaginar uma fila de trânsito no mato, de gente apeada, 250 homens / 8 grupos de combate, de G3 em punho, a progredir em direção ao Poindom ou à Ponta do Inglês, e ao banho de sangue que os esperava... (Vd. o que eu aqui já escrevi sobre a Op Abencerragem Candente, subsetor do Xime, Setor L1, Bambadinca, 25-26 de novembro de 1970, estavas tu a dar instrução aos instruendos do CSM, nas Caldas da Rainha...).

Era, vista de cima, do PCV, da DO 27, uma "bicha" de todo o tamanho, entre mil a mil e quinhentos metros... partindo-se do princípio que entre cada combatente havia um espaço de 4/5 metros... ou às vezes mais...


5. O mais surpreendente é que os lexicógrafos desconhece-se a expressão "bicha de pirilau" !...E mesmo na Net, e à exceção do nosso blogue, é difícil apanhá-la... Ele há bicha-de-rabear, ele há bicha-de-sete-cabeças... mas "bicha de pirilau",... cá tem.

Em todo o caso, encontrei este "delicioso apontamento" sobre a expressão "bicha de pirilau", num blogue com um título deveras original (e muito "feminista"), de Maria Brojo:   "Sem Pénis Nem Inveja":

Domingo,  5 de novembro de 2006 > Bicha-pirilau

(...) Fomos assaltados. Roubados. Espoliados do significado de termos que eram nossos até o português exportado do Brasil os ter censurado cá, por serem pejorativos lá. Bicha foi um deles. Fila passámos a dizer, não fossem os «bichas» - homossexuais, paneleiros, abafadores da palhinha na gíria portuguesa - ficarem numa espera confundidos.

Bichas eles ou as gentes em carreira esperando a vez? As novelas brasileiras tiveram o (des)mérito de obrigar ao volteio do português escorreito. Banais acrescentos como lingerie, hobby, gays ou stress? Talvez, mas por pertencerem a língua comum falada em continentes diferentes, formiga dos termos a adopção.

Bichas há muitas: gatas e cadelas, fila indiana, ficar como uma bicha (fulo, danado), ver se as bichas pegam (tentar obter o desejado), bicha-pirilau.

Esta é, de longe, a mais impressiva. Usada no mundo militar, é gritada por sargentos aos recrutas temerosos se alinhar é preciso. Um "bicha-pirilau" trovejado,  com voz de comando por arregimentado façanhudo, a uma mulher, daria vontade de rir;  aos mancebos magricelas e fardados soará como clamor dos Infernos.


Mas faz sentido:  homens formando linha direita, pirilaus erectos acompanhando o desenho. Duvido, porém, do estado hirto e firme dos atributos masculinos embrulhados nas fardas e alinhados em parada. Estivessem com bravura todos erguidos em carreira, e constituiriam, sem que prante a menor das dúvidas, espectáculo digno de ser visto. (...)

Fonte: Do blogue Sem pénis nem inveja, editado por Maria Broja > Domingo,  5 de novembro de 2006.


6. E voltando ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, portal que eu muito admiro... Encontrei, em todo o caso, esta deliciosa resposta do João Carreira Bom, cofundador com José Mário Costa, do Ciberdúvidas, e infelizmente já falecido... A resposta é a uma questão sobre a diferença entre "bicha" e fila"... Aqui vai, para o nosso comum enriquecimento linguístico (*****). Porque a falar é que a gente se entende, e de preferência em bom português. Vou pôr esta questão, algo melindrosa para os nossos generais,  ao meu amigo José Mário Costa, o Senhor Ciberdúvidas, coordenador editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa:

(...) No «Novo Dicionário da Língua Portuguesa», de Cândido de Figueiredo, editado em 1939 (Bertrand), bicha é associada a «qualquer objecto que, pelo seu feitio ou movimento sinuoso, dá ideia de um réptil». Entre outros sentidos, Cândido de Figueiredo atribui-lhe o de «fileira de pessoas, umas atrás das outras». Fila, na mesma obra e no significado que aqui nos interessa, é uma «série de coisas (animais ou pessoas) dispostas em linha recta. Enfiada; fileira: uma fila de cadeiras.» Nos dicionários mais recentes que consultei, seguem-se, no essencial, estas indicações.

Não pude confirmar, assim, a especialização de sentido que, quanto ao movimento, o prezado consulente fez o favor de nos referir. Mas concordo consigo no aspecto mais importante: querem matar uma palavra necessária. Bicha está a ser comida à má fila nas cabecinhas, tão piedosas quão perversas, de alguma classe média.

Contrariando opiniões que recolhi e atribuem o fenómeno às telenovelas brasileiras, não cometerei grande erro se disser que já existia em certas camadas da sociedade portuguesa um preconceito sexista em relação a esta palavra. Um preconceito muito mais ténue do que no Brasil, mas lembro-me de uma «tia» me corrigir, na minha adolescência, por haver utilizado a sonora expressão «bicha do eléctrico». As telenovelas brasileiras não criaram, pois, o preconceito. Tê-lo-ão difundido um pouco mais.

Até demonstração do contrário, continuarei a dizer «fila de automóveis», «fila de soldados», «fila de cadeiras», «bicha do IRS». E, se calhar, até digo «bicha de carros», «bicha de espera». Na bicha para a compra do passe, nunca ouvi exclamar: «Olha a espertinha, está a passar à frente da fila!» Os elementos mais pretensiosos da classe média, pelo seu número e posição, podem ser muito influentes. Mas não vão para as bichas dos transportes públicos. Afigura-se-me não terem influência directa para provocar a morte de uma palavra inocente que, afinal, os perturba. Eles lá sabem porquê.

João Carreira Bom 1 de janeiro de 1997.

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/bichas-ou-filas/219 [consultado em 18-02-2020]
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 16 de maio de  2009 > Guiné 63/74 - P4361: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (14): Um mês complicado (3): O osso

(**) 15 de dezembro de  2005 > Guiné 63/74 - P353: Op Tridente (Ilha do Como, 1964): Parte I (Mário Dias)

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20655: Da Suécia com saudade (63): reabrindo a Tabanca da Lapónia, agora ao povo... (José Belo)



A minha alegre casinha.. Tabanca da Lapónia: ela continua a lá estar, em Abisko, Kiruna... O endereço, na Net,  é que mudou.


"O valor das coisas näo está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" (Fernando Pessoa)


"Sem casas näo haveria ruas / as ruas por onde passamos pelos outros / mas e principalmente onde passamos por nós". (Ruy Belo: Todos os poemas, Lisboa, Assírio e Alvim, 2000)



Os fiéis amigos...


Visitas nem sempre  bem  vindas...


Para onde é que fica Empada ?... 

"Partir! / Nunca voltarei,/ Nunca voltarei porque nunca se volta. / 
O lugar a que se volta é sempre outro, / A gare a que se volta é outra. /
Já não está a mesma gente, nem a mesma luz, nem a mesma filosofia."

Álvaro de Campos / Fernando Pessoa 




"Lourinhac" ?.....Cá tem!... Mas o meu vodka caseiro (94%,  depois de 4 passagens pelo alambique) aí vendía-se certamente na... farmácia! Para mais é medicinal com casca de limäo e pau de canela, ou casca de limäo e rosmaninho. SKÅL !!! (Leia-se: Saúde!).


Fotos (e legendas): © José Belo  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do José Belo: 

Data - 13/02/2020, 22:02
Assunto - Tabanca da Lapónia


Entretive-me umas horas a reconstruir a Tabanca da Lapónia numa versão evocativa de 40 anos de literais... congelamentos vários!

Algumas fotos e vídeos repescados das 4 versões anteriores a somarem-se a alguns novos.
Por faltas de paciência, várias das fotos contêm,de momento,pouco "paleio", oferecendo unicamente uma brisa fresca (!) desde bem dentro do Círculo Polar Árctico..

José Belo

A quereres dar uma saltada "nostálgica" até à última zona verdadeiramente selvagem da Europa...Sê bem vindo!

A morada é tabancalaponialusitano.blogspot.com
O título do blog é :

Lusitano...40 Anos na Lapónia

Um abraço, José Belo


2. Dois dias depois, oui seja ontem,  às 11h07, recebemos nova mensageem, com o seguinte teor:

Assunto - Convívio de... génios

Depois da "reinauguracäo" da Histórica (!) Tabanca da Lapónia,  acabei por lá colocar , a título de "apifamento", alguns pensamentos de um ramalhete de de génios do tipo Ruy Belo, Fernando Pessoa e...J. Belo!

Escrita agora em *português de lei*, vamos ver se alguns Lusitanos ciberturistas acabam por surgir neste blogue.

As antigas Tabancas da Lapónia, escritas em inglës e sueco, conseguiram estabelecer contactos com amigos da Escandinávia e dos States mas, muito poucos em Portugal. (*)

É mais uma tentativa de "vender" o ar fresco do Círculo Polar Árctico.
Bem-vindo!

Um abraço.

(E a propósito de "portuguës de lei",  acabei de aprender depois destas muitas décadas que a maneira correcta de escrever-se Lapónia na língua de Camöes é...LAPÔNIA!...LAPÔNIA??!?!

3. Para quem chegou ontem à Tabanca Grande... recorde-se que  o José Belo:

(i) é o régulo da Tabanca da Lapónia, nas suas várias "versões";

(ii) é membro da Tabanca Grande, para onde entrou "de jure e de facto"  em 8 de março de 2009;

(iii) tem cerca de 140 referências no nosso blogue, ou seja, é um "contribuinte líquido", dá mais do que o que recebe;

(iv)  formado em direito, foi jurista na América e na Suécia;

(v) a guerra, a paz e o amor levaram-no até à Suécia onde vive há mais de 4 décadas, e onde constituiu família;

(vi) continua a ter uma pontinha de orgulho nas suas velhas raízes portuguesas: de vez em quando escreve, no nosso blogue, uma crónica para a sua série "Da Suécia com saudade"; 

(vii) no século passado,  nioutra reincarnação, foi alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; 

(viii) está reformado como cap inf do exército português;

(ix) não sei se, como ao Camões, lhe pagam o mísero soldo, sendo um "autoexilado" (não cinfundir com... "desertor"): os amigos queixam-se de que a Pátria lhe foi Madrasta;

(x) reparte os dias do ano entre a Suécia (Estocolomo), o círculo polar ártico, na Lapónia (Abisko, Kiruna), e  Key West, na Flórida, EUA, onde a família (os filhos)  tem negócios e onde vivem os seus netos;

(xi) as vicissitudes da vida (, as suas "partidas"...) tornaram-no um "resistente" (ou diria: "resiliente"):

"Os meus 10 anos de vida militar, muito rica em 'acontecimentos' hoje incríveis, a somar-se a toda uma "tarimba" jurídica nos States, seguida de voluntariamente ter escolhido viver com o vizinho mais próximo a 297 km da minha porta, tornaram-me no que hoje sou....extremamente resistente. Quase como escreveu o poeta :"Deixei de ser aquele que esperava...isto é...deixei de ser aquele que nunca fui".

(xii) considera-se um exemplar de uma espécie em vias de extinção (**)

PS - Ah!, e não é primo do Ruy Belo... Belos há muitos, belos, bravos e bons é que... não!


4.  Comentário do editor Luís Graça:

José: acho que te faz bem… a ti e a nós, sentir esse frio polar ártico a entrar pelos poros da pele, pelas narinas, pelos meurónios, pela "alma" (para quem ainda tem "alma")... mas não pelas frinchas das portas e janelas, que a tua Tabanca é climatizada! 

 Acho que te faz bem reabrir a Tabanca da Lapónia"… e assumir a tua “idiossincrasia” de lusitano das 7 partidas, “perdido” na Lapónia há 40 anos…

É, ademais,  um gesto de grande hospitalidade, camaradagem e lhaneza, próprias de um puro lusitano como tu, abirr a tua casa ao "povo", depois de aí  receberes  a nobreza vikiNg e a burguesia ianque.

Como prometido, e com a devida vénia,  fiz uma visita ao teu blogue e uma seleção das tuas imagens. (Os vídeos, esses, deixo-os para exploração dos mais "voyeuristas")… 

Não sei a quem atribuir os créditos fotográficos. Mas, por defeito, pertencem ao régulo...A dificuldade é escolher, dada a magia de cada uma das fotos e sobretudo das legendas poéticas!... Sei que és um leitor de longa data de poetas portugueses como o Ruy Belo, o J. Belo  (, que por acaso não são  primos) e do Fernando Pessoa (ou dos Fernandos Pessoas)... 

É uma boa terapia, a escrita, a blogoterapia, , a poesia.. E eu perguntei-te (e tu não me respondestes, estás nesse direito...)  se tu não tinhas (ou nunca tiveste) um… diário.

Enfim, imagina que me lembrei  de te lançar um desafio: fazeres um check-list das 24 horas do dia na vida de um lusitano na Lapónia… Os "lapões" da Tabanca Grande, uma vez reaberta, ao "povo" a tua Tabanca da Lapónia, vão querer saber mais coisas sobre a vida do régulo no seu dia-a-dia:

(i) a  que horas é que  te levantas ? 
(ii) a que horas é que te deitas ?  Aqui é os séniores deitam-se  com as galinhas, aí será com as renas;
(iii) como é que tu te deslocas quando vais às compras ? 
(iv) também vais à caça e à pesca ? ou és agora conservacionista ?
(v) e como é que te desenrascas quando as renas e os cães precisam de veterinário ?
(vi) enfim, o que é que se come e bebe aí na tasca da Tabanca da Lapónia  ? 
(vii) será que o régulo é mais peixeiro do que carneiro ?
(viii) o campismo é "tax free" ?

e coisas idiotas do género. O problema é que a Tabanca da Lapónia, apesar de toda esta recente publicidade, ainda não vem nos roteiros turísticos da Lusitânia. Vou pedir ao PInto Loes (agência do Porto) para te pô no mapa... Ou é melhor não ?!

Sabemos que, se o régulo quiser tomar um chá na casa da/o vizinha/o  mais próxima/o,  tem que fazer uns 300 quilómetros (, o equivalente à distância de Lisboa ao Porto)... Em trenó puxado a renas, deve demorar umas horas valentes...Aindapor cima à luz dos archotes... 

Deve acrescentar-se que o termo "lapão" (feminino: "lapoa") pode ser considerado ofensivo e até racista...À cautela, vamos de futuro procurar evitá-lo... De resto, ele há coisas que,  quem um dia for lá, à Tabanca da Lapónia, deve saber, para não fazer... "merda": Lapónia para os lapões é... Sápmi.
Lapöes é... Samer. Um Lapão é... Same.  Uma Lapoa (mulher da Lapónia) é... Samisk kvinna. (**)

Meu caro régulo: a Lapónia (, sim, os brasileiros dizem Lapônia), por causa do sol da meia noite, das auroras boreais e do Pai Natal, tende a ser vista de maneira muito redutora e estereotipada... Por isso, se calhar é muito “voyeurismo", da parte dos nossos leitores, perguntarem-te estas coisas todas... Por razões até de segurança, não deves responder a nenhum delas...Quem quiser saber mais, que vá aí e te bata à porta: será por certo bem recebido, se for por bem, e com uma credencial da Tabanca Grande...  Ah!, e não se esqueçam: levem também uma garrafinha da Aguardente Vínica DOC Lourinhã... (Na minha terra, quem a bebia, escapou à gripe espanhola, à "pneumónica", a pandemia de 1918/19, que matou mais de 60 mil portugueses...).

Zé, não leves a mal... Há camaradas da Tabanca Grande que, nem por um canudo, conseguem ver Braga, quanto mais a Lapónia… Mas Braga tinha obrigação de ter uma tabanca, e não tem. Tem uma arcebispo, tem uma sé, tem um clube de futebol... mas não tem uma tabanca!...As tabancas mais próximas são a dos Melros (Gomdomar, Fânzres), da Maia, a de Matosinhos...

A Lapónia, colónia sueca, que não tinha obrigação nenhuma, até tem uma tabanca!...E já "histórica", sim, senhor!... 

Há 40 anos, é obra!...Grande lusitano!... Enfim, se estivesses mais perto, a gente  até ia ter contigo um dia destes… Em abril vou aos países bálticos num daqueles  esquemas de “turista estúpido”… mas não vai dar para beber um vodca contigo!... Como eu bem gostaria!... (****)

(***) Vd. postes de:

20 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15270: Da Suécia com saudade (55): Despedida do blogue, dos editores e de todos os de mais camaradas... Afinal, também há 4 décadas saí do nosso querido Portugal sem bilhete de ida e volta... Os amigos terão sempre uma "casa portuguesa" ao dispor, na Lapónia sueca, em Estocolmo, ou em Key West, Flórida, EUA (José Belo)

(****) Último poste da série > 8 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20427: Da Suécia com saudade (62)... E agora também dos States, Florida, Key West... A catarse do Império... O lugar do Portugal de hoje, tanto na Europa como no mundo, é que deveria ser assunto de discussões acaloradas (José Belo)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20439: Feliz Natal de 2019 e Bom Ano Novo de 2020 (2): José Belo, o nosso camarada que tem o privilégio de ser vizinho do Pai Natal...


Foto nº 1 > "Mesmo que dentro do Círculo Polar Ártico o Natal é sempre quente !"... Mas aqui, na Lapónia sueca, até a rena tem nome bem português: "Chaparro “: e o dono diz  "poder garantir que é o único com esse nome entre os muitos milhares de alimárias locais"....


Foto nº2  >  A sede da Tabanca da Lapónia... Na  Lapónia sueca, esta é a casa da família Belo:  "uma casa com pão e vinho sobre a mesa e um cheirinho a alecrim!... ou seja, é uma casa  portuguesa, com certeza".

Fotos (e legendas): © José Belo (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem natalícia de José Belo, o nosso grã-tabanqueiro têm o privilégio de ser vizinho do Pai Natal. 

Recorde-se que ele:

(i) é  régulo da Tabanca da Lapónia, membro da Tabanca Grande, tem mais de 135 referências no nosso blogue:

(ii) jurista, vive na Suécia há mais de 4 décadas, e onde constituiu família: continua a ter uma pontinha de orgulho nas suas velhas raízes portuguesas,


(iii) foi alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70;


(iv) está reformado com  cap inf;

(v) reparte os dias do ano entre a Suécia, o círculo polar ártico, e Key West, na Flórida, EUA, onde a família tem negócios;



De: Joseph Belo
Date: segunda, 9/12/2019 à(s) 16:31
Subject: Votos de Natal

"Mesmo que dentro do Círculo Polar Árctico o Natal é sempre quente !" (Foto nº 1)

Tendo como vizinho próximo a casa do Pai Natal situada,  junto à  cidadezinha finlandesa de Rovaniemi (, a viajar-se em linha reta, seräo cerca de 350 quilómetros, o que nas distäncias da Lapónia não é nada tendo em conta que o meu vizinho mais próximo vive a 279 quilómetros da minha casa), näo posso deixar de "retransmitir" a todos os camaradas e suas famílias uma mensagem de Paz e Felicidade, vinda das...origens.

Nestes momentos tão especiais é impossível não deixar de recordar todos os camaradas da Guiné que já näo estão entre nós.

No entanto devemos lembrar-nos que, como nas matas e picadas de então,eram sempre os melhores de entre nós que seguiam à frente.

Mas este é um período do ano em que os pensamentos deverão prioritizar as novas gerações, os netos e crianças em geral.

Com tudo o resto que tantas vezes nos "confunde", quase é fácil de ser esquecido que talvez o melhor presente que por nós foi dado aos netos é o facto de não serem obrigados a partir para guerras distantes nos melhores anos das suas vidas.

Para todos os camaradas e familiares os votos de um Feliz Natal e um Bom Novo Ano! 

J.Belo

PS - Já regressei de Key West, Flórida, já estou de novo na Suécia (Foto nº 2) . (Apesar de ser cada vez mais difícil o afastamento do Sloppy Joe´s Bar, dos seus daiquiris,e não menos de algumas clientes).

Para mais seria indesculpável passar o Natal à beira da piscina, entre palmeiras (algumas de plástico!) iluminadas com lâmpadas coloridas quando a minha casa na Lapónia está a umas poucas centenas de quilómetros da casa do...Pai Natal na Lapónia finlandesa.

Torna-se mais fácil para ele trazer-me os inúmeros presentes que (obviamente!!!) tenho mais do que...direito!
___________

Nota do editor:

Último poste da série >  9 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20431: Feliz Natal de 2019 e Bom Ano Novo de 2020 (1): João Crisóstomo e Vilma Kracun (Nova Iorque)

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Guiné 61/74 - P19923: Tabanca da Diáspora Lusófona (1): camaradas das sete partidas do mundo, procuram-se! (João Crisóstomo, Nova Iorque, EUA)


EUA > Stoughton, Massachusetts> 6 de setembro de 2017 > O José Cãmara, em sua casa, em dia de aniversário, brindando aos amigos e camaradas.

Foto (e legenda): © José Câmara (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do João Crisóstomo [, Nova Iorque,
 EUA; tem 84 referências no blogue]:

Date: terça, 4/06/2019 à(s) 16:14
Subject: um hello e  um pedido de Nova Iorque

Caríssimos camaradas, editores:

Estou de volta em Nova Iorque depois do que foi uma experiência maravilhosa em Portugal: além de ver a minha família mais próxima (estamos  todos já  na faixa dos setentas e, como dizia o meu pai na sua pragmática sabedoria,  "nos intas (...vintes e trintas) tu brincas… e nos entas tu aguentas", eu  tive a oportunidade de contactar de novo  - ou pela primeira vez -  muita outra gente  que me é muito querida, mas a quem devido  às circunstâncias geográficas e outras só agora tive ocasião de encontrar.

Refiro-me é claro ao encontro em Monte Real, onde pude abraçar pela primeira vez tantos amigos de quem tanto tenho lido e  ouvido falar.   Em cada abraço que eu dava a alguém pela primeira vez eu  dizia para mim mesmo: "Puxa vida! até que enfim!".

Nao sei  até que ponto este meu sentir é  ou era partilhado da mesma maneira ou  com a mesma intensidade.  É natural que não seja sempre assim: ao fim e ao cabo  vocês, na maioria dos casos, comportam-se como se  fossem duma família vivendo sob o mesmo tecto  … Vocês   "veem-se" frequentemente ou pelo menos veem-se   de vez em quando.

Para quem está  fora, quer queiramos ou não,  é "diferente" . Porque , da mesma maneira que - com razão ou não  nao sei - dizem por vezes  que  ninguém tem tanto amor à nossa terra como aqueles que  (, por razões por vezes alheias, ) vivem  longe dela….Também eu, longe de vocês,  aguardava com muita antecipação o poder  encontrar e abraçar a tantos a quem a terra da Guiné e suas vivências e experiências, por vezes de intensidades extremas, mas comuns à  maioria dos que por lá passaram,  tornou/transformou em  meus irmãos.

Bom, desculpem este meu arrazoado, embora bem sentido,  e  "deitar peito fora" o que me veio agora ( e vem muitas vezes) especialmente ao deambular  pelas páginas do "vosso, nosso, meu"  querido blogue "Luís Graça  &  Camaradas da Guiné".

 Mas agora ao mais importante:

A razão primeira deste é para lhes pedir a vossa ajuda: há anos atrás  ventilou-se a idéia da criação de  uma "Tabanca da Diáspora Lusitana". Foi em 2016, se me não engano. Pelo menos foi quando eu tive conhecimento desta idéia. E lembrei-me na altura que talvez eu pudesse dar a minha ajuda nesse sentido, já que o facto de eu viver em Nova Iorque  por vezes  facilita muita coisa, como tem sucedido em casos anteriores.

O Luís Graça fez mesmo o favor de me dar  alguns nomes de camaradas a quem eu poderia contactar. E mesmo da Eslovénia onde me encontrava  na altura ,  eu fiz a primeira tentativa de contactos,  (onze no total).  E repeti quando voltei a Nova Iorque.

Destes primeiros emails eu recebi apenas quatro respostas; e dois deles até  me deram  os números de telefone, (como eu havia sugerido a todos), caso estivessem  de acordo em eu os chamar pelo telefone. Mas "não cheguei  a parte nenhuma", talvez por falta de perseverança ou insistência suficiente da minha parte.

Vamos tentar outra vez, está bem? Por mim eu  farei o meu melhor, embora   sem "fazer promessas",  e sem pretensões de espécie  alguma. Mas,"vitaminizado" como fiquei deste encontro, pesar-me-há a consciência se não fizer nada da minha parte. Eu estou enviando este email a vocês os quatro, editores ( como consta do blogue), mas talvez hajam outros camaradas  que tenham outras/mais  informações  e possam /estejam dispostos a colaborar... 

Segue a lista dos onze contactos ( por email)   que fiz em 2016. Não sei a quantos consegui  chegar, já que apenas recebi resposta/confirmação de recebimento de quatro.  Será  que tenho os endereços certos? 

Não quero estar a "impor" trabalhos a ninguém, mas a quem me puder ajudar com os endereços de email  ( e mesmo números de telefones, no caso de vocês os terem e isto ser coisa viável, sem infringir direitos e opções em contrário de quem quer que seja),  eu agradeço . Esta é a lista que tenho, mas é natural que  esteja muito desatualizada já.  É natural que   vocês  tenham  agora  mais  nomes e mais informações  que me possam dar.

Aqui vão os  nomes que tenho:

EUA:       Joaquim Guimarães; Zeca Macedo; José Camara; António Medina.
Canadá:   João Bonifácio
Brasil:     Vasco Pires; José Jerónimo; Joaquim Pinheiro da Silva.
França:    Manuel Peredo
Holanda:  António Salvador; Júlio Abreu

Um grande abraço do João ( Nova Iorque)


2. Nota do editor:

João, com um atraso de 3 semanas, sai agora o teu poste. è sempre escasso o tempo quando vens a Portugal, mas desta vez conseguimos cumprir o combinado: estarmos juntos na Ericeira e em Monte Real. (*). É sempre bom poder estar  contigo e com a Vilma ou simplemente receber notícias vossas.

A tua proposta de trabalho é irrecusável: acredito que levarás a bom termo os contactos com os nossos camaradas da diáspora lusitana de modo a que, dentro a breve, se possa concretizar o somho da criação da Tabanca da Diáspora... Lusófona, com o seu poilão ao centro e à volta do qual se sentarão antigos militares portugueses ou de outros paises lusófonos que, durante a guerra colonal / guerra do ultramar, tenham servido a Pátria na Guiné, Angola, Moçambique e outros territórios, que hoje são países independentes, lusófonos: Timor, Cabo Verde, etc.

Este será o primeiro de muitos postes da série "Tabanca da Diáspora Lusófona": passas a ser o régulo... Porquê Lusófona e não apenas Lusitana ? Porque há camaradas também com outras nacionalidades, que não a portuguesa, como será o caso de Cabo Verde ou da Guiné-Bissau, e que pdoem estar fora da sua terra natal.... Vê se concordas com o nome...Lusitana ? Lusófona ?

A tua lista de camaradas, membros da Tabanca Grande (somos já quase 800,  mas 72 já morreram),  elegíveis para a Tabanca da Diáspora Lusófona, precisa de ser atualizada. Com a ajuda do Carlos Vinhal, vamos mandar-te mais nomes, emails e comtactos telefónicos, se os houver. Por razões óbvias, de proteção da privacidade, essa comunicação terá de ser feita pelo correio interno da Tabanca Grande, com conhecimento aos interessados.

Para já tens de acrescentar à tia lista de países a Suécia. Já lá existe a Tabanca da Lapónia, cujo régulo (e único súbdito...) é o José Belo: vive, ao longo do ano, entre Estocomo, Key West (na Flórida).. Tem 130 referências no nosso blogue: clica aqui... Terá de ser ele a contactar-te: não tem morança certa e está sempre a trocar de endereço de email...

Sim, na Holanda, temos, pelo menos, 2 grã.tabanqueiros (, o Carlos Vinhal irá confirmar se há mais, na Holanda e nos outros países):

(i)  o António Manuel Salvador , funcionário da KLM em Amsterdão  (onde vive desde outubro de 1974, devendo etsra reformado) e é teu cnterrâneo (praia de Santa Cruz, Torres Vedras) (tem menos de 15 referências no blogue; tem na página no Facebook);

(ii) o Júlio  Costa Abreu (com 21 referências no blogue): vive em Amstelveen, tem página no Facebook.


Brasil > Cidade de Praia Grande > Estado de São Paulo > 2014 > Da esquerda para a direita, o António Chaves, o Joaquim Pinheiro da Silva e o Xico Allen, três camaradas "Metralhas",  da
CCAÇ 3566, Empada e Catió, 1972/74).

Foto (e legenda): © Joaquim Pinheiro (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A lista do Brasil precisa de ser atualizada: por exemplo, o Vasco Pires (1938-2016)  já não  está, infelizmente,  entre nós: era um entusiástico membro da nossa Tabanca Grande (, tem 70 referências no nosso blogue).

José [Amadeu de Jesus] Jerónimo.vivia no Brasil em 2008, "há 27 anos"... Nunca mais nos contactou..Deixou os seus contactos:

Enail: .josama@uol.com.br
Telem:  00 55 11 8432 9647

Com referência ao Joaquim Pinheiro da Silva, amigo do Xico Allenm temos 5 postes, o último de 2014. 

Quanto ao Canadá...Temos o João [Gomes] Bonifácio, que quis voltar para Portugal, mas regressou à sua segunda terra, desiludido com a primeira... Tem 10 referências no nosso blogue,,, Mas tenho ideia que há mais camaradas a viver no Canadá e tanbém na Austrália (, pelo menos,temos dois contactos: José Freitas e  Júlio Dias, que vivem em Sydney)

Nos EUA, os teus contactos devem estar certos: 

Joaquim Guimarães [, 5 referências];

 Zeca Macedo [, 16 referências];

José Camara [115 referências: tem página no Facebook];

António Medina.[28 referências; vive em Medford, Massachusetts; tem página no Facebook]

Mas falta o nosso Tony Borié, que tem mais de 250 refrências no blogue. E também  o José Marçal Wang de Ferraz de Carvalho, que foi fur mil op esp, da 16ª CCmds e da CART 1746 (Xime, 1968/69): vive hoje em Austin, Texas, EUA.

O Luís Guerreiro também vive na América [, tem 15 referências no blogue].

Mais recentemente, em 13/12/2018, apresentou-se, à Tabanca Grande,  o camarada da diáspora lusitana na América (para onde emigrou há mais de 40 anos), António Cunha (Tony), que foi fur mil enf, de rendição individual, tendo passado pela 38ª Ccmds, pelo HM 241, pela CCS/BCAÇ 4514/72, e, por fim, pela CCAÇ 6 (Bissau, Mansoa, Bolama e Bedanda, 1972/74)...

Contacto: Antonio Cunha (Tony), President
TD Printing Services
92 Park Avenue
North Arlington, NJ 07031
Toll-Free fax: 1-866-593-4804
«mobile: 1-201-709-0166
e-mail: tony@tdprint.com
www.tdprint.com

Em França, temos o Manuel Peredo [8 referências], mas julgo que há mais  camaradas "elegíveis"... a começar pela nossa "neta" Adelise Azevedo... 

Também temos representantes  na Alemanha: por exemplo, o nosso poeta Joaquim Luís Mendes Gomes vive em Brelim a maior parte do ano [, e tem mais de 290 referências no nosso blogue].

Temos também grã-tabanqueiros, combatentes (, que serviram nas Forças Armadas Portuguesas, ) em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, por exemplo.  Ou noutros países lusófonos... Em Macau [ R P China]  temos o  Virgílio Valente.[15 referências no blogue]. 

... Mas também podemos juntar na Tabanca da Diáspora Lusófona amigos como o Cherno Baldé, que vive em Bissau [, e tem 190 referências no blogue] ou camaradas de armas como o Patrício Ribeiro, que vive desde 1987 na Guiné-Bissau [, e tem mais de 80 referências no blogue].

Seguramente que haverá muitos mais camaradas da Guiné a viver fora dos seus países, representantes sobretudo da diáspora lusitana, que se poderão acolher à nova Tabanca, além de pertencerem já à Tabanca Grande, que é a mãe de todas as tabancas... Afinal, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... 
é Grande!

21 de maio de  2019 >  Guiné 61/74 - P19809: Convívios (895): Pessoal que passou pelo Enxalé, em 1965/67, reuniu-se na Ericeira, Mafra: CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54. Organizador, o "Mafra", Manuel Calhandra Leitão. Alguns vieram de longe, como o Henrique Matos (Olhão) ou o João Crisóstomo (Nova Iorque, EUA)

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19663: Tabanca Grande (475): Fernando José Estrela Soares, cor inf ref, membro da Tabanca da Linha, senta-se à sombra do nosso poilão, sob o lugar nº 786: foi comandante da açoriana CCAÇ 2445 (Cacine, Cameconde e Có, 1968/70)


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 2445 (1968/70) >  Cap inf Estrela Soares no tarrafo do rio Cacine


Foto nº 3  |  Foto nº 1

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 2445 (1968/70) > O então cap inf Estrela Soares, na viagem para a Guiné (foto nº 3) e hoje cor ref (desde 2007) (foto nº 1)

Foto (e legenda): © Estrela Soares  (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do Manuel Resende, régulo da Magnífica Tabanca da Linha, com data de 3 do corrente:

Caro Luís:

Há cerca de um ano já falámos deste assunto, mas só agora o próprio decidiu inscrever-se.
Trata-se do Coronel Fernando José Estrela Soares, de Algés, membro da Tabanca da Linha, desde 7 de outubro de 2016.

Um abraço,
Manuel Resende


2. Pequena nota curricular no novo membro da Tabanca Grande, nº 786:

Nome:  Fernando José Estrela Soares;
Local e data de nascimeto: Lisboa, 6 de agosto de 1940;
Tem página no Facebook;
Posto: Coronel inf  reformado desde 4-12-2007.

Foi Comandante da Companhia Independente,  CCAÇ 2445, esteve em Cacine, Cameconde e Có  (1968/70)

 Síntese da Actividade Operacional da CCAÇ 2445, mobilizada pelo BII 18 (Ponta Delgada):

(i) partiu para o TO da Guiné em 9/11/1968 e regressou a 19/8/1970;

(ii) em 1 Dezembro 1968 seguiu para Cacine e Cameconde a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CART 1692 (, que foi substituir);

(iii) em 28 Dezembro 1968 assumiu a responsabilidade do subsector, sob o comando operacional directo do Comando Chefe e ficando administrativamente dependente do BCAÇ 2834 e depois do BART 2865;

(iv) em 2 e 4 Maio 1970, com o assassinato dos Majores no Chão Manjaco em 20 de Abril anterior em Jolmete, foi rendida por fracções pela CCAÇ 2726, deslocando-se a CCAÇ 2445 para o subsector de Có em 7 e 22 de Maio 1970 para reforço da guarnição local, a CCAÇ 2584, ficando a subunidade integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 2884, com vista à realização de operações nas áreas de Peconha, Quete, patrulhamentos, emboscadas e protecção de itinerários;

(v) em 9 de Julho 1970 recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso, colaborando na segurança e protecção das instalações e das populações da área, sob controlo operacional do COMBIS, até à chegada da CCAÇ 2753.

Foto nº 1 - Recente | Foto nº 2 - No tarrafo do rio Cacine | Foto nº 3 - Na viagem para a Guiné


3. Mensagem do Fernando José Estrela Soares, cor inf ref:

Data: quinta, 4/04/2019 à(s) 17:25
Assunto: Inscrição de novo membro para a Tabanca Grande

Agradeço ao camarada Luís Graça o ter-me inscrito na Tabanca Grande,  que bastante me honra. Já há bastante tempo que tencionava solicitar a inscrição mas, por uma razão ou por outra , fui sempre protelando.

Como curiosidade,  devo dizer que o Bento Soares,  oriundo da Arma de Transmissões e hoje  Major General, é do meu Curso de entrada na Academia Militar e somos muito amigos.

O Mundo é Pequeno... e a nossa Tabanca é Grande.

Abraço,
F. J. Estrela Soares


4. Comentário do editor Luís Graça:

Obrigado, Manel. E obrigado ao camarada Estrela Soares, que conheço de há dois ou três anos atrás, dos almoços-convívio da Magnífica Tabanca da Linha. Fico feliz por termos mais um "magnífico" na nossa Tabanca Grande, a mãe de todas as tabancas.

O Fernando José sentar-se-á no lugar  nº 786, ao lado do João Afonso Bento Soares, maj gen, que já foi apresentado  na passada sexta-feira (*), e que por sua vez se sentou ao lado de outro seu camarada da Academia Militar, o cor art ref António C. Morais da Silva, membro nº 784.

O Fernando José  passa a ser o primeiro representante da CCAÇ 2445 na nossa Tabanca Grande... Infelizmente, as companhias madeirenses e açorianas estão mal representadas na nossa Tabanca Grande ou não estão representadas de todo.

A CCAÇ  2445, até à data, tem  muito poucas referências no nosso blogue... Vamos ver se atrás do seu capitão surjam dois ou mais antigos militares da CCAÇ 2445 que queiram connosco partilhar memórias (e afetos) do nosso tempo de Guiné.

Este ano entraram três novos membros da Tabanca Grande, desde o início do ano, E curiosamente todos eles oficiais oriundos da Academia Militar... Vamos ver também se até ao fim do ano chegamos ao grã-tabanqueiro nº 800... Já só faltam 14... Conto com a preciosa ajuda do Manuel Resende  e do F. J. Estrela Soares  para o trabalho de coaptação de mais alguns  "magníficos" para a Tabanca Grande.  Aliás,  há tabanqueiros de outras tabancas (Matosinhos, Centro, Linha, etc.) que não estão "inscritos" na mãe de todas as tabancas...

O ideal era termos pelo menos 1 representante por cada unidade ou subunidade mobilizada para o CTIG... E foram mais de mil, entre batalhões, companhias indepentes, pelotões (mort, REC, canhão s/r, caçadores, etc.).

Um grande abraço de boas vindas ao cor inf ref Estrela Soares!


5.  Uma história passada com as CCAÇ 2445 , em Cacine, em dezembro de 1968:

Texto do António José Pereira da Costa (Cor Art Ref):

(i)  esteve duas vezes no TO da Guiné, primeiro como alf art,  CART 1692, a partir de 16 de janeiro de 1968; era  adjunto do capitão art José João de Sousa Veiga da Fonseca, comandante da CART 1692 / BART 1914, Abril de 1967 e Março de 1969, Sangonhá, Cameconde, Bissau;

(ii) voltou ao CTIG em 25 de maio de 1971, colocado  na defesa antiaérea da BA 12, como Cmdt da BTR [Bateria]AA 3434;

(iii) em 22 de junho de 1972 assumi o comando da CART 3494 que, então guarnecia o Xime; e a 11 de novembro de 1972 passou à CART 3567, estacionada em Mansabá;

(iv) regressou à metrópole em 9 de agosto de 1973;

(v) é membro da nossa Tabanca Grande, tem mais de 140 referências no nosso blogue  a assina a série "A Minha Guerra a Petróleo".


Guiné > Região de Tombali > Cacine > CART 1692 > Dezembro de 1968 > A ten enf paraquedista Maria Ivone Reis e o alf art QP António José Pereira da Costa, posando para a "posteridade" (**)

[A CART 1692 foi rendida, em Cacine e Cameconde, pela CCAÇ 2445 que, curiosamente, vai estar debaixo de fogo, em Madina Xaquili, com a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, em 24 de julho de 1969... Foi o batismo de fogo da nossa rapaziada, ainda em farda nº 3, o pessoal africano... (LG] (***)

Foto (e legenda): © António Costa (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Assunto - Cacine 68

Camarada: Aqui vai uma foto da Ten Enf Pára, (como ela escrevia, ) Ivone Reis. Foi já em Dezembro de 1968 quando estávamos ser rendidos pela CCaç 2445.

Nesse dia, vi a guerra do ar! Um Gr Comb da nossa unidade e a CCaç [2445] completa andavam ali para os lados de Cacoca a procurar o IN.

Eu e o cap
 andávamos a ver como iam as coisas. Subitamente, detectámos um grupo de 25 turras. Pedimos o héli-canhão para cima deles. E então foi alucinante: o avião às voltas sobre o héli e o héli às voltas sobre os turras e aquele rotor a rodar tão depressa...

Subitamente, os turras começaram a acenar com os bonés... Era o nosso grupo que, com os camuflados desbotados, foram confundidos e ia havendo um azar.

Aterrámos e eu estava completamente almareado. Confesso que "sujei" o avião. A Ivone  deu-me uma ordem seca:
- Patinho! Lavar o avião, já!

E lá fui eu, às ordens da nossa tenente, lavar o material de guerra.

Depois pousámos para "memória futura"... Será que também há memória passada? (...)

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