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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Guiné 61/74 - P23030: Agenda Cultural (801): Adiada sine die a emissão de "Despojos de guerra", uma série documental da jornalista Sofia Pinto Coelho da SIC (Miguel Pessoa, Coronel PilAv Reformado)



Série docmental "Despojos de guerra", da autoria de Sofia Pinto Coelho, coprodução coprodução SIC | Blablabla Media... Dois fotogramas do "trailer", disponível na plataforma de streaming Opto.Sic.pt... (Reproduzidos com a devida vénia...)


De acordo com a mensagem da Produtora da SIC, Sónia Ricardo, enviada ao nosso camarada Miguel Pessoa em 24 de Fevereiro, devido aos trágicos acontecimentos no Leste Europeu, a emissão da série "Despojos de guerra" foi adiada sine die.

As novas datas serão anunciadas oportunamente
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Nota do editor

Vd. poste de 19 DE FEVEREIRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23008: Agenda Cultural (800): "Despojos de guerra", uma série documental da jornalista Sofia Pinto Coelho, que será emitida no Jornal da Noite da SIC nos dias 24 e 28 de fevereiro, 3 e 10 de março... Disponível também, a partir de hoje, na plataforma de streaming Opto.Sic

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Guiné 61/74 - P23008: Agenda Cultural (800): "Despojos de guerra", uma série documental da jornalista Sofia Pinto Coelho, que será emitida no Jornal da Noite da SIC nos dias 24 e 28 de fevereiro, 3 e 10 de março... Disponível também, a partir de hoje, na plataforma de streaming Opto.Sic



Série docmental "Despojos de guerra", da autoria de Sofia Pinto Coelho, coprodução coprodução SIC | Blablabla Media... Dois fotogramas do "trailer", disponível na plataforma de streaming Opto.Sic.pt... (Reproduzidos com a devida vénia...)



1. Mensagem, com data de ontem,  de Sónia Ricardo, produtora de informação da SIC, que esteve a trabalhar no projeto documental da jornalista Sofia Pinto Coelho sobre a Guerra Colonial, e que nos solicitou colaboração para poder contactar autores de algumas fotos publicadas no blogue e obter a sua cedência:

Caro Luís,

Regresso ao seu contacto para dar conta de que a série "Despojos de Guerra", uma coprodução SIC | Blablabla Media, vai ser disponibilizada em estreia na nossa plataforma de Streaming OPTO no sábado dia 19 de fevereiro.

Será emitida no Jornal da Noite da SIC nos dias 24 e 28 de fevereiro, 3 e 10 de março. Estas são as datas previstas que, por alguma força da atualidade, podem ser alteradas. Caso tenha conhecimento atempado de alguma alteração das datas previstas, informarei em conformidade.

Mais uma vez, muito obrigada pela colaboração nesta série.

Qualquer questão não hesitem em contactar-me.

Sónia Ricardo

2.  Informação do editor LG:

"Despojos de Guerra" é uma série documental, de Sofia Pinto Coelho, sobre "informadores e combatentes que foram heróis anónimos da guerra colonial". Num dos episódios (talvez o terceiro) é entrevistado o nosso camarada Miguel Pessoa, hoje cor pilav ref, na altura ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74. (Tem cerca de 220 referências no nosso blogue.)

Elenco:
Jornalista: Sofia Pinto Coelho
Imagem: Paulo Cepa; Pedro Castanheira
Edição de imagem: Luís Gonçalves
Produção: Sónia Ricardo

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22829: O meu sapatinho de Natal (16): Mensagens natalícias dos nossos camaradas e/ou amigos: Luís Fonseca; José Carlos Mussá Biai, Valdemar Queiros; Coronel Tirocinado Carlos Cação Silva; Associação Afectos com Letras, ONGD; José Teixeira; casal Giselda e Miguel Pessoa; Joaquim Fernandes Alves



1. Mensagem natalícia do nosso camarada Luís Fonseca, ex-Fur Mil TRMS da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, com data de 20 de Dezembro de 2021:


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2. Mensagem natalícia do nosso Grã-Tabanqueiro Eng.º José Carlos Mussá Biai, natural do Xime, a viver em Portugal, que exerce funções na Direcção-Geral do Território, em Lisboa:

Caros Camaradas e Amigos
Os meus votos de Festas Felizes e um excelente Ano Novo.
Que Deus nos dê muita saúde.

Um abração a todos,
José Carlos Mussá Biai


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3. Mensagem natalícia do nosso camarada Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil da CART 2479/CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70:

Luís
Desejo a todos os camaradas, amigos e suas famílias um Feliz Natal e um Ano Novo 2022 com saúde.


Abraço
Valdemar Queiroz


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4. Mensagem natalícia do Coronel Tirocinado Carlos E. M. Cação da Silva:

Meu caro Carlos Vinhal,
Estamos em época festiva e mais uma vez afectada pelas circunstâncias conhecidas que nos condicionam as normais condições de vida.
Não quero deixar passar a oportunidade para vos enviar a todos vós, Prof Luis Graça, Carlos Vinhal e Camaradas da Guiné, os meus votos de um Feliz Natal passado em Paz, Saúde e Alegria com as vossas Famílias, e os desejos e a esperança de que o Novo Ano seja melhor que este e satisfaça os nossos anseios de uma normalidade de vida.
Não esquecerei a vossa disponibilidade e forte empenho na tentativa de satisfazerem o meu pedido sobre a Guiné. Com dados tão vagos e nada concretos que nos foram fornecidos não haverá grande possibilidade de sucesso.
Continuo ainda a aguardar o resultado da pesquisa do Arquivo Geral e Exército focada nas CCaç 4143 e 3477.

Para todos o meu abraço amigo,
Cação da Silva


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5. Mensagem natalícia da Associação Afectos com Letras, ONGD

Querid@s Amig@s,
Neste período natalício queremos deixar em nome das meninas, dos meninos e das mulheres que convosco apoiamos na Guiné-Bissau, os nossos mais sinceros votos de Boas Festas e que 2022 vos chegue cheio de saúde, sucessos e muitos Afectos.
Estamos juntos!

Associação Afectos com Letras, ONGD
Rua Engº Guilherme Santos, 2
Escoural , 3100-336 Pombal
NIF 509301878
tel - 91 87 86 792
venha estar connosco no www.facebook.com/afectoscomletras


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6. Mensagem natalícia do nosso camarada José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70:

Caríssimos amigos e camaradas
Estamos em tempo de Natal.
Seria bom para todos nós se conseguíssemos que o Natal acontecesse todos os dias do ano.
É verdade que entre os membros da Tabanca Grande há quem acredite que é possível e quem o tente fazer.
No entanto, este tempo do ano é reservado para todos nós pensarmos Natal.
Tempo de ir ao encontro dos velhos amigos.
Tempo de recordar outros tempos.
Tempo de SER pessoa. Sentir-se pessoa
Tempo de ser presente na vida uns dos outros, que nós trocamos em tempo para dar presentes aos outros
...e deixamos que o Natal se vá embora.
...E também é tempo de um bom bacalhau.
Com festa e alegria junto das nossas famílias

Eu gostava que todos os camaradas e amigos tivessem um Natal Feliz.


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7. Mensagem natalícia do casal  Giselda Pessoa (ex-2.º Sargento Enfermeira Paraquedista) e Miguel Pessoa (Coronel Piloto Aviador Reformado):

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8. Mensagem natalícia do nosso camarada Joaquim Fernandes Alves, ex-Fur Mil da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68:

Camarada e Amigo, Carlos Vinhal
Boa noite
Não esquecendo o Homem Grande, Luís Graça, assim como todos os colaboradores do nosso blogue e todos os camaradas que dele fazem parte, votos de um Bom Natal e um ano 2022 com saúde.

Cumprimentos para todos
Um grande abraço
Joaquim F. Alves (ZORBA Cart 1659)

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Nota do editor

Último poste da série de 20 de Dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22826: O meu sapatinho de Natal (15): Boletim nº. 073 de “Olhar do Mocho” – Órgão Informativo e Cultural da Associação Cultural e Social dos Seniores de Lisboa (Academia de Seniores de Lisboa), dedicado ao Natal (Mário Vitorino Gaspar)

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22660: In Memoriam (416): Victor Barata (1951-2021), ex-1.º Cabo da FAP, Especialista de Instrumentos de Bordo, BA 12, Bissalanca, 1971/73; membro da Tabanca da Grande desde maio de 2006 e fundador, em junho de 2007, do blogue Especialistas da BA 12... Era um "Zé Especial", tratado com muito carinho por "Vitinho"... Velório: hoje, a partir das 16h00 em Campia; Vouzela; missa de corpo presente às 15h00 de amanhã, seguindo depois o féretro para a Casa Crematória de Viseu


Victor Barata (1951-2021). Foto odo blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74 (com a devida vénia...)



Victor Barata, camarada da FAP:

(i) foi especialista de Instrumentos de Bordo, 
esteve na BA 12, Bissalanca (1971/73), na linha da frente das DO 27
(ii) terrou em tudo o que era bocado de pista;  

(iii) membro da Tabanca Grande desde maio de 2006;




1. Acabámos de saber, por telefonema de há uma hora e picos, do Jorge Narciso (ex-1.º Cabo MMA, FAP, BA 12, Bissalanca, 1969/70), de mais uma funesta notícia, a morte do nosso histórico membro da Tabanca Grande, e fundador do Blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74), Victor Barata. (*)

A dolorosa notícia é também confirmada por poste, de hoje, às 10h02, no blogue que ele criou e tanto acarinhou. Eis um excerto:

Blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/4 > segunda-feira, 25 de outubro de 2021 > Voo 3600 - Victor Manuel Barata - O Nosso Comandante "Vitinho"




VICTOR MANUEL GONÇALVES BARATA
Nasceu em Lisboa a 19 de Abril de 1951


O nosso Comandante "Vitinho" partiu hoje 25 de Outubro de 2021

Em nome dos ajudantes do nosso Comandante, Companheiro e Amigo, apresentamos aos familiares, filho, irmão e restante família o nosso sentido pesar.

O corpo vai para a capela de Campia, Vouzela,  às 16h00, de hoje, 25 de Outubro. O funeral realiza-se amanhã, dia 26 de Outubro, com missa de corpo presente às 15h00, segundo depois o corpo para a Casa Crematória de Viseu.


2. O Victor Barata tem 35 referências no nosso blogue. Entrou para a nossa tertúlia em 10 de maio de 2006, quando o blogue ainda era conhecido  simplesmente como o Blogue Fora Nada e Vão Três... 

Ao seu pedido de entrada, respondi-lhe nestes termos (**):

Victor: A pista pode ser curta mas é toda tua... Na nossa caserna cabem todos os camaradas, sejam eles terrestres, voadores ou ambífios. A FAP, tão dignamente representada por ti, é bem especialmente bem vinda à nossa tertúlia e ao nosso blogue... 

Por mim, sempre tive uma especial admiração pelos 'malucos' dessas máquinas voadoras que eram os DO 27 e que nos traziam notícias do mundo, do outro do mundo... Já não gostava tanto quando eles, em vez do carteiro, transportavam o senhor major de operações ou do senhor comandante de qualquer coisa... Ou sejam, quando de frágil caranguejola eram promovidas a um coisa que pomposamente se chamava o PCV (Posto de Comando Volante).

Um reparo: o blogue chama-se Luís Graça & Camaradas da Guiné > Blogue-fora-nada. Eu sou apenas o editor. A partir de hoje o blogue também é teu, de pleno direito. Vou publicar o texto adicional que me mandaste, e que é um bonito testemunho de solidariedade em tempo de guerra, ou seja, de camaradgem. Se tiveres fotos desses tempos que já lá vão, manda, que os tertulianos têm ainda a ilusão de que recordar é viver...

Depois tivemos oportunidade de nos conhecermos pessoalmente (no I Enconro Nacional da Tabanca Grande, na Ameira, Montemor-O-Novo, em outubro de 2006), mas a vida não nos proporcionou muitas ocasiões de convívio, tirando um ou outro 10 de Junho. Guardo dele a imagem de um homem sensível, afável e solidário, que tinha pela FAP (e pela Guiné) uma grande paixão.

 Infelzmente, a sua pista da vida foi curta, morre aos 70 anos de doença crónica degenerativa. Saibamos honrar a sua memória. É um ano trágico, este de 2021, em que a gadanha da morte está a ceifar muitos de nós. (*)

 Até sempre, camarada!... 

PS - Os meus votos de pesar, em nome de toda a Tabanca Grande, vão para a sua família, amigos mais próximos e camaradas do Blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74. 

3. Adenda: a última vez que nos vimos, se não erro, foi no lançamento do livro  ("Voando sobre um ninho de Strelas" , 1ª ed.), do gen pilav ref António Martins de Matos (ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74), em Lisboa, em 11 de dezembro de 2018. Depois meteu-se  a pandemia, a partir de março de 2019... e deixou de haver convívios das nossas tabancas e sessões de lançamento de livros.

Esteve também, que me lembre, no V Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, em 23 de junho de 2010. Veio de Vouzela, onde vivia e trabalhava como empresário. Também esteve no VI Encontro Nacional, também em Monte Real, 4 de junho de 2011.
 

Lisboa > Hotel Travel Park > 11 de dezembro de 2018 > Sessão de apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas"  >  Da esquerda para a direita, o autor, António Martins de Matos, e os editores dos blogues Especialistas da B12 Guiné 65/74, Tabanca do Centro e Tabanca Grande, respetivamente, Victor Barata, Joaquim Mexia Alves e Luís Graça, que fizeram curtas intervenções de 5 minutos sobre o autor e o livro. Segiu-se depois uma discussão aberta ao público, composto essencialmente por antigos militares da FAP e do exército, que passaram pelo TO da Guiné, incluindo o casal mais 'strelado' do mundo, os nossos queridos amigos e camaradas Miguel e Giselda Pessoa. "Este livro foi escrito, não para vós, mas para os vossos filhos e netos", disse o autor.

Foto: © Miguel Pessoa (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > De que estarão a falar o Jaime Brandão (Monte Real / Leiria) e o Victor Barata (Vouzela)? Só pode ser do blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74 de que o Victor é o fundador e comandante... 

Foto: © Manuel Resende (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 
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Notas do editor:


terça-feira, 19 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22645: (De)Caras (179): O que é que o José Manuel Matos Dinis (1948-2021) pensava do nosso blogue, em abril de 2013


José Manuel Matos Dinis (1948- 2021)


O nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), que deixou a Terra da Alegria no passado dia 18 (*), há oito atrás, em 27 de abril de 2013, respondia assim a um inquérito por questionário, dirigido aos nossos leitores, por oasião do nosso 9º aniversário (**).

Os seus amigos e camaradas gostarão de rever a sua  opinião, nessa época, sobre o nosso blogue, a que ele pertencia desde 2008. Sempre foi um homem de olhar crítico e frontal (***)-


(1) Quando é que descobriste o blogue?

R - Ainda trabalhava quando um amigo me alertou para a existência do Blogue. Abri umas poucas de vezes, mas não tive logo o entusiasmo para me tornar assíduo. Ao contrário da maioria, eu achei que tinha demasiadas fotografias, e que era um bocado épico.

(2) Como ou através de quem?

R - Vide a resposta anterior.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?

R - Desde 2008. [Vd. poste 3147, de 24 de agosto de 2008]

(4) Com que regularidade visitas o blogue?

R - Via-o diariamente, e só desde data recente vou alternando os dias de olhadelas. Acho que para isso, também tem contribuído as longas ausências de colaboradores de muita qualidade. Não faço ideia se estão desinteressados, se com outras ocupações, mas que fazem muita falta, acho que sim.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?

R - Sim, já enviei algum material, e ainda não arrumei as botas. [O José Manuel Matos Dinis tinha, até então,  cerca de 130 referências no blogue; até à data do seu falecimento, era, cerca de 230]

(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?

R - Não frequento o FB.  [ Acaberia, mais tarde, por criar a sua página no Facebook, José Dinis, foto de perfil à eswuerda, com a devida vénia]

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?

R -Ao Blogue, n'é?

(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?

R - Do que gosto mais? Gosto de todas as informações que contribuam para o meu conhecimento; gosto do humor delicioso de alguns camaradas; gosto das manifestações de genuinidade; gosto do sentimento de camaradagem que o mais das vezes se respira no Blogue.

(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?

R - Esta, eu salto.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?

R - Não, acedo sempre, ou quase sempre, pois houve já uma ocasião de dificuldade geral.


Infografia: Miguel Pessoa (2013)


(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?

R - O que é que o Blogue representa? Através dele (Blogue) estabeleci contactos de norte a sul, encontrei pessoas muito interessantes, ponderadas umas, com mais nervo outras, mas sempre generosas e legitimadas pela camaradagem. Também houve o contrário, até oportunismo e aberrações, mas contam-se pelos dedos. 

Portanto, o Blogue representa um convívio, onde se entra e sai a bel-prazer, e através dele tive o privilégio de conhecer, corresponder-me, e conviver com amigos, que até parecem ser de longa data. Acho isto uma felicidade, que prezo muito.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?

R - Sim, já participei em três encontros, e foi sempre muito surpreendente o contacto com malta distante. Afinal, a distância pode não se expressar em quilómetros.

(13) Este ano  [, 2013,] estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?

R - Não, este ano não penso lá ir. Em primeiro lugar, o encontro da minha companhia foi marcado para o dia 1 de Junho, perto das pedras parideiras. Em segundo lugar, porque o dinheiro escasseia, há outras despesas pendentes, e a minha deslocação ficaria carote. Tendo em conta os tempos dificeis, com rendimentos reduzidos e cilindrados por impostos, proponho que o Joaquim  [Mexia Alves], para o ano, promova um pic-nick na mata do empreendimento, e cada um leva o farnel.

(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?

R - Tem fôlego, claro! Haja vontade de cada um para contar uma estória (que todos temos estórias para contar), notícias reveladoras de situações relacionadas com a Guiné e a guerra, ou, até notícias, comentários, transcrição de contos, de receitas culinárias, de condições turísticas, e a malta que ficou com o bichinho africano, vem cá ler. Mas o blogue pode ainda promover outras iniciativas, como debates, entrevistas, etc.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?

R - Não esperei, e respondi no ítem anterior.

Abraços fraternos
JD
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Notas do editor:

(*)  Vd. poste de 18 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22641: In Memoriam (414): José Manuel Matos Dinis (1948-2021), ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2679, (Bajocunda, 1970/71), falecido ontem, dia 17 de Outubro de 2021

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22469: Blogues da nossa blogosfera (162): Um modelo de comparação - Um piropo dirigido ao Cap PilAv Miguel Pessoa, publicado no Blogue da Tabanca do Centro


Com a devida vénia ao nosso camarada Miguel Pessoa (Coronel PilAv Ref, ex-Capitão PilAv da BA 12 - Bissalanca, 1972/74) e ao Blogue da Tabanca do Centro, reproduzimos o Poste 1306, ali publicado, onde o Miguel, Oficial do Quadro Permanente da Força Aérea Portuguesa, se confessa lisongeado por um "piropo" que lhe foi dirigido por um militar daquele Ramo das Nossas Forças Armadas, quando o equiparou, pelo seu relacionamento e camaradagem, a um Oficial Miliciano.

Também ficamos a saber que o então nosso Tenente Piloto Aviador Miguel Pessoa ainda foi Capitão nos últimos 8 meses da sua comissão de serviço na Guiné.


UM MODELO DE COMPARAÇÃO

UM PIROPO...

Na Guiné, como “piloto da caça”, no dia-a-dia o meu relacionamento com o pessoal da linha da frente dos Fiat G-91 era algo reduzido, limitando-se ao período imediatamente antes do voo e após este, o que não se prestava a um conhecimento profundo do pessoal que nos apoiava. Talvez o facto de ser um oficial do quadro habituado a alguma reserva no relacionamento hierárquico tenha contribuído também para esse distanciamento.

Por outro lado, o ambiente na Esquadra dos AL-III era algo diferente, dada a coesão naturalmente desenvolvida entre a tripulação – pilotos, mecânicos de bordo, atiradores do heli-canhão e as enfermeiras paraquedistas, que complementavam a tripulação nas missões de evacuação.

Embora com as limitações decorrentes desse maior isolamento, os meus contactos no decorrer das missões foram proporcionando um maior conhecimento do pessoal da linha da frente, o que acabou por permitir uma maior aproximação aos mesmos fora das horas de serviço.

Lembro-me de, a convite de um deles, ter assistido a várias sessões de ensaio de uma “banda de garagem” constituída por mecânicos da FAP, e de em outras ocasiões ter participado em alguns convívios por eles organizados.

Como ponto forte deste tempo relembro a recepção que me foi feita à chegada à Base de Bissalanca, no regresso do hospital, comemorando o excelente trabalho desenvolvido por todos na minha recuperação na sequência do abate do meu avião.

Esse relacionamento mais informal que se foi desenvolvendo ao longo da minha comissão permitiu-me uma maior integração e aceitação no grupo, de tal modo que um dia recebi de um deles um piropo que terá constituído para o próprio a melhor apreciação que ele poderia fazer da minha pessoa:
- “O Senhor Capitão(*) é um tipo porreiro! Até parece miliciano!...”


Miguel Pessoa

(*) - Embora em todas as minhas histórias da Guiné se fale sempre do Tenente Pessoa, a verdade é que os últimos oito meses da minha comissão os passei como Capitão, no período entre Novembro de 1973 e Agosto de 1974...

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Nota do editor

Último poste da série de 5 DE AGOSTO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22434: Blogues da nossa blogosfera (161): PANHARD - Esquadrão de Bula (Guiné, 1963/1974) (5): Garraiada na Monumental Arena do Real Solar Esquadrão - 1972 (José Ramos, ex-1.º Cabo Condutor de Panhard AML do EREC 3432)

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22281: Recortes de imprensa (118): "Mísseis uniram Enfermeira 'Pára' e Piloto-Aviador" - Especial Guerra Colonial - Revista de Domingo do Correio da Manhã de 13 de Junho de 2021

Com a devida vénia ao jornal Correio da Manhã, publicamos o artigo (texto) da jornalista Manuela Guerreiro com o título "Mísseis uniram Enfermeira 'Pára' e Piloto-Aviador", que tem como sub-título "Giselda Antunes e Miguel Pessoa sobreviveram a incidentes distintos após os aviões serem atingidos. Casaram quando a guerra acabou", publicado na Revista de Domingo do dia 13 de Junho de 2021.

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Nota do editor

Último poste da série de 26 DE ABRIL DE 2021 > Guiné 61/74 - P22143: Recortes de imprensa (117): A RTP evoca os 60 anos da guerra colonial / guerra do ultramar

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22168: Desaparecido do nosso radar (1): António Duarte de Paiva, ex-sold cond ambulâncias, HM 241, Bissau, 1968/70







1.  A propósiio do Dia da Mãe e do belíssimo texto escrito pelo Francisco Baptista (*) ("as nossas não se esquecem, nunca morrem"), foi "respescar" o primeiro poste da série, "As Nossas Mães", escrito pelo António Paiva (**).

É um poema pungente, escrito pela mãe do nosso camarada, Leopoldina Duarte: "Recordação da Saudade"... com a seguinte nota de rodapá: "O que fez uma mãe dominada pela dor"... O texto merece ser de novo reproduzido... Na altura, o Paiva explicou-nos a sua origem:

(...) "Andando por aqui, nesta casa,  só, vasculhando malas e caixinhas, algumas do meu tempo de menino, pertences de minha mãe que me deixou em 1996, sou surpreendido por uma folha de papel dobrada em 12 partes, da qual não tenho a mínima ideia de ter tido conhecimento e com os nossos tertulianos quero partilhar. Minha mãe também a eles se dirigia.

 (...) "Minha mãe, mal sabia ler ou escrever, mas em quadras soltas era mestra. Hoje tenho pena de nunca ter escrito o que ela dizia. Não sei quem lhe escreveu isto à máquina, mas pouco importa. Está com data de 10 de Dezembro de 1969, em cima, mas não consegui aqui no scan apanhar data e assinatura, preferi a assinatura Leopoldina Duarte." (...)

Recordação da Saudade

Meu filho, a tua mãe
Tanto suspira por ti,
Até chego a pensar
Que não te lembras de mim.

Se tu soubesses, meu filho,
O amor que a tua mãe te tem,
Vejo vir os aviões
E notícias tuas não vêm.

Será que tu me esqueceste
Ou a carta se perdeu ?
Mas perdoa-me, meu amor,
Se a criminosa sou eu.

Tinha a carta quase feita
E ainda fui ao correio,
Agora estou satisfeita
Porque a notícia já veio.

Lá vinha o meu querido filho
A ler o que me mandava,
Com uma cara de riso
E eu com saudades chorava.

Agora estou satisfeita
Assim como tu também,
Já recebeste notícias
Da tua mãe por alguém.

Adeus, meu filho querido,
Eu do coração te peço
Que não esqueças a tua mãe
Que aguarda o teu regresso.

Trago-te no coração
Mas ando sempre em cuidados,
Daqui mando um forte abraço
Para todos os nossos soldados.

Eu aqui peço, a Deus
E à Virgem Santa Maria,
Que seja a vossa protectora
E de todos a vossa guia.

Adeus, amor, que eu cá fico,
Com o coração em pedaços
E saudades de não te ver
Para te apertar nos meus braços.

Leopoldina Duarte

[Revisão e fixação do texto: L.G.]

2. O António Paiva desapareceu literalmente do nosso radar muiti antes de 2018... E há 99,9% de probabilidades de já ter morrido... Já em 2017 (e antes) os problemas de saúde o atormentavam, para além da solidão... Creio que foi por essa altura que falei com ele, ao telemóvel, e soube que estava a ser tratado no IPO de Lisboa. Tentei ajudá-lo com contactos.

Simplesmente, até agora ainda não encontrei nenhuma fonte, escrita ou verbal, que confirme a funesta notícia  da sua morte. O seu telemóvel deixou de tocar. O seu mail, antoniodpaiva@gmail.com, deixou de responder. O último mail que lhe mandámos dizia o seguinte_:

Assunto - O que é feito de ti, camarada ?
Data - 15/12/2018, 22:49

António: boa noite, precisamos...da tua prova de vida!... Vamos saber se este teu endereço de email ainda está ativo... Tudo OK ? Luís Graça


Ele tinha entrado para a Tabana Grande em 2008 (***). E quem mais lidou com ele foi o nosso coeditor Carlos Vinhal. 

No final de 2008 descobtriu-nos com grande alegria e entusiasmo e fez um esforço por melhorar as suas competências em matéria de literacia informática de modo a acompanhar-nos... Publicámos inclusive algumas das suas histórias, mais de uma dúzia (****).. Descobriu ainda, através do nosso blogue (e conviveu ainda com)  alguns dos nossos camaradas que prestaram serviço no HM 241 como o Manuel Freitas.

Fazia anos em 16 de dezembro, tendo nascido em 1946 (*****).



Lisboa, CulturGest > 13 de Maio de 2011 >  O António Paiva e a Giselda Pessoa numa aparição pública a propósito do filme "Quem Vai à Guerra", da jovem realizadora Marta Pessoa em cuja elenco entraram, além da Giselda, as nossas grã-tabanqueiras, Maria Arminda, Rosa Serra e Maria Alice Carneiro.

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa(2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís GRaça & Camaradas da Guiné]

3. Conhecemo-nos pessoalmente, julgo eu, em 2011, na altura da apresentação do filme da Marta Pessoa, "Quem Vai à Guerra". Depois disso, a sua colaboração no nosso blogue tornou.se mais esparsa (******). Mas mandava-nos todos os anos as "boas festas"...até 2015.

Em 16 de dezembro de 2018, o nosso coeditor Carlos Vinhal escreveu a seguinte nota no seu último cartão de parabéns: 

(...) As últimas notícias que tivemos do nosso amigo António [Duarte] Paiva davam conta de que ele estava muito doente. Chegou a ir à Tabanca da Linha e a outros convívios. Vivia muito só. Telefonou em tempos ao nosso editor a pedir ajuda. Agradecemos desde já a quem nos possa actualizar o seu estado de saúde uma vez que não é possível aceder ao seu telemóvel. Talvez o Manuel Freitas, de Espinho, que organiza o convívio anual do pessoal do HM 241 (Bissau), nos possa dar alguma pista. Oxalá tenhamos hoje boas notícias do Paiva, mas o Juvenal Amado diz-nos que o nº de telemóvel que nós tínhamos até 2016, não está atribuído, o que é mau sinal.(...)

Também não tinha página no Facebook, não fazendo parte dos amigos da Tabanca Grande Luís Graça.  Em 30 de setembro de 2010, tinha mudado de endereço de email, alegadamenet por razões de segurança:

"Caro Carlos: Suspeitando de mãos alheias a entrarem no meu correio, me vi forçado a alterar o meu e-mail. Se algum camarada recebeu e-mail com escritos em meu desabono, ou mesmo servindo-se do meu mail para tal, agradeço que me informem, para que não fiquem a pairar no ar duvidas sobre a minha pessoa. Não enviar nada para o e-mail anterior." (...)

Tudo indica, infelizmente, que o António Duarte de Paiva nos tenha deixado definitivamente, sem tempo sequer para se despedir de todos nós.  Não tinha família nem amigos próximos. Não será caso virgem: ao perfazermos 17 anos de existência, há muitos camaradas de quem deixámos de ter notícias. Nalguns casos, como o do António Paiva, podemos temer o pior. (LG)

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Notas do editor:



(****) Vd. postes de:


24 de nvembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3511: O meu baptismo de fogo (23): Uma vacina para o enjoo... (António Paiva)

13 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3615: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (1): Corrida com triste fim

17 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3641: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (2): Aventura de Domingo

22 de janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3775: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (3): Ir a Mansoa, não é perigoso?

20 de fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3917: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (4): Não cobiçar a mulher do próximo

20 de março de 2009 > Guiné 63/74 - P4058: Memória dos lugares (20): Hospital Militar 241 de Bissau (António Paiva)

5 de abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4143: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva ) (5): A Justiça Militar ou um processo... kafkiano

17 de abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4203: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (6): É uma alegria a notícia de que se vai ser pai

28 de maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4432: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (7): 4 dias de inferno em Junho de 1969

30 de junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4613: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (8): Pôr os pontos nos "is"

2 de julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4629: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (9): Dois pequenos amigos de quatro patas

30 de março de 2010 > Guiné 63/74 - P6075: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (10): Quando a missão não deixa ver

30 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6075: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (11): Quando a missão não deixa ver




20 de julho de 2011  > Guiné 63/74 - P8580: Ordem de Serviço de 1970 do HM 241 de Bissau, uma relíquia com 41 anos (António Paiva)

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22085: FAP (124): António Galinha Dias, o ex-fur mil pil, que fez a helievacuação do cap cubano Peralta, em 18 de novembro de 1969 (Miguel Pessoa, cor pilav ref)


Foto nº 1 A > Mira-Sintra / Meleças > 2018 > O ex-fur mil pil António Galinha Dias, BA 12, Bissalanca, 1968/70. É hoje sócio-gerente da firma Agroar - Trabalhos Aéreos Lda. com sede em Évora.


Foto nº 1 >  Mira-Sintra / Meleças > 2018 > Convívio de pessoal da FAP que voou na Guiné. O segundo a contar da esquerda é  ex-fur mil pil António Galinha Dias, que fez a helievacuação do cap cubano Pedro Rpodriguez Peralta, em 18 de novembro de 1969, sendo a enfermeira paarquedista a Maria Zulmira.

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mensagem do Miguel Pessoa, herói dos céus da Guiné, ferido em combate por um míssil Strela, ex-ten pilav, BA12, Bissalanca, 1972-74, hoje cor pilav ref, com mais de 2 centenas de referências no nosso blogue:

Date: quinta, 8/04/2021 à(s) 14:50
Subject: Piloto do heli que evacuou o Peralta (*)

Olá, Luís.

Encontrei esta foto do Galinha Dias,  tirada num convívio de pessoal que voou na Guiné, realizado em 2018. 

O Galinha Dias é o 2º da esquerda, de blusão cor de tijolo [. Foto nº 1, acima]

Abraço.  Miguel
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Guiné 61/74 - P22084: Parabéns a você (1949): Jorge Canhão, ex-Fur Mil Inf da 3.ª C/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74); Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA da CART 1659 (Gadamael e Ganturé, 1967/68) e Cor PilAv Ref Miguel Pessoa, ex-Ten PilAv da Esquadra 121/GO 1201/BA 12 (Bissau, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 6 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22071: Parabéns a você (1948): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp da CART 3492/BART 3873, Pel Caç Nat 52 e CCAÇ 15 (Xitole, Mato Cão e Mansoa, 1971/73)

terça-feira, 9 de junho de 2020

Guiné 61/74 - P21058: Blogues da nossa blogosfera (133): A Tabanca do Centro publica uma preciosa carta do Joaquim Pinto Carvalho, ex-alf mil da CCAÇ 6 (Bedanda, 1972/73), sobre o resgaste do ten pilav Miguel Pessoa, em 26 de março de 1973, por um grupo de tropas paraquedistas da CCP 123 / BCP 12 e pelo grupo do Marcelino da Mata


Lourinhã > Atalaia > Porto das Barcas > 7 de junho de 2020 > O Joaquim Pinto Carvalho na sua casa de verão, onde fez o "confinamento" por causa da pandemia de COVID-19, e onde  se  reune também a Tabanca de Porto Dinheiro / Lourinhã.  

Esta casa dos "Duques do Cadaval",  é também conhecida por "Atira-te ao Mar" ou "Porta-aviões", designação dada pelos amigos (e camaradas), Luís Graça e João Rebelo, respetivamente. ("By the way", a "duquesa do Cadaval" tem, por graça, o nome Maria do Céu Pinteus.)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Com a devida vénia. e as necessárias adaptações ao nosso formato (*),  transcrevemos o seguinte poste do blogue da Tabanca do Centro, de que é "régulo" o Joaquim Mexia Alves e editor principal o Miguel Pessoa (, diretor também da "Karas de Monte Real"):

Sábado, 30 de maio de 2020 > P1231: Uma relíquia com  47 anos...

Do nosso camarigo Joaquim Pinto Carvalho recebemos um mail em que dava a conhecer correspondência trocada há cerca de 47 anos com a então sua namorada, mais tarde esposa, em que referia o contacto tido com o famoso Marcelino da Mata e as histórias por ele contadas nessa ocasião, nomeadamente um resgate de um piloto da FAP perdido no meio das matas de Guileje.

Aqui fica a história, que publicamos na data em que este nosso camarigo comemora mais um aniversário (   ).

Que os festejos sejam adequados às normas de contenção que a actual situação exige...
A Tabanca do Centro

Caro Miguel

Tomo a liberdade de te enviar um excerto duma carta que escrevi, há cerca de 47 anos, quando me encontrava na Guiné (Bedanda). Essa carta e o que nela descrevo ficou no esquecimento, por todo este tempo. Encontrei-a porque ando a recolher tudo o que escrevi durante o período em que estive na guerra para eventual publicação.

O relato dos “factos”, por quanto retive, foi-me feito directamente pelo próprio Marcelino da Mata.

Penso que, tomado como verdadeiro o depoimento, não defraudará a verdade histórica, mas poderás, ou não, confirmar. Também não é “essa” verdade o mais importante para mim, mas a leitura que nesse momento fiz do episódio. Para mim é um documento que, agora ao ler, me traz alguma emoção, mais que nostalgia, e que me é grato partilhar contigo. (...)

O excerto faz parte de uma carta que escrevi à então minha namorada, com quem vim a casar (doutra forma ter-se-ia provavelmente perdido este relato) e, por essa razão, envio-te uma reprodução da carta original.

No entanto, para facilitar a leitura, abaixo transcrevo, na íntegra, esse meu relato, sem pretensões jornalísticos nem de exercício literária, mas que é genuíno, acredita! Se corresponde à factualidade e aos sentimentos pessoais que, em tais circunstâncias, procurei então perscrutar em quem não conhecia, logo me dirás!



Guiné > Região de Tombali > Susetor de Guileje > 26 de março de 1970 > Resgaste do ten pilav Miguel Pessoa, cujo Fiat G-91 timha sido abatido na véspera por um míssil Strela (**). No resgate, dois bigrupos  da CCP 123 / BCP 12,  cap João Cordeiro era o comandante do 1.º bigrupo e o cap Norberto Bernardes do 2. bigrupo, que actuavam isolados. A outra força é o grupo "Os Vingadores", do Marcelino da Mata-

Os créditos fototográficos são  atribuídos ao gen ref Norberto Bernardes, que entre 11 de junho de 1972 e 17 de fevereiro de 1974,  prestou serviço na CCP123 / BCP12. Cortesia do Miguel Pessoa.


O MARCELINO DA MATA

(Carta enviada pelo Joaquim Pinto Carvalho em 28 de Março de 1973)

“Decerto não ouviste ainda falar dum tal Marcelino da Mata e do seu grupo de “Vingadores” – tal como são chamados aqui. É um grupo especial de combate que não atinge a vintena de homens. Não são “turras” ainda que fardem e se armem à maneira turra, utilizando mesmo emblemas do PAIGC.

Pois o Marcelino e o seu grupo estiveram entre nós alguns dias e, porque se foram embora esta manhã, já poderei falar-te deles. Para reconheceres as qualidades (?) desse grupo basta o seu nome - “OS VINGADORES”.

Nas veias corre-lhes a guerra em vez de sangue e não importam os objetivos. São chamados a actuar isoladamente quando as circunstâncias o exigem e só se sentem bem aí.

O Chefe tem nada menos que três cruzes de guerra e uma Torre Espada. É, entre nós, o combatente mais famoso, depois de Spínola, creio, tal como nas fileiras do PAICG, o Nino de quem se diz primo.

Não vou repetir-te as histórias que ele contou, mas relato a última saída que fizeram já durante a sua estadia aqui.

Chegou notícia de que um piloto de FIAT (bombardeiro a jacto) tinha desaparecido junto da fronteira com a República da Guiné, a algumas dezenas de quilómetros daqui. Uma companhia de “páras” andou durante várias horas à sua procura sem qualquer resultado. Na madrugada seguinte, este grupo saiu e ainda não era meio dia, já o haviam localizado e enviado para Bissau. Este é um outro aspecto da guerra.

Agora imagina o que seja um homem sozinho, numa região estrangeira (Rep. Guiné), desarmado, sofrendo ainda o susto que apanhou ao sentir o avião atingido e ao lançar-se de para-quedas.

Andou cerca de dois quilómetros na direcção do quartel e se os “páras” o não encontraram terá sido pela necessidade de se esconder em qualquer buraquinho logo que ouvisse o mínimo ruído de gente, pois dizem que os paraquedistas passaram a cerca de 100 metros dele, o que em plena mata é bastante.

Pois, “os Vingadores” conseguiram recuperá-lo. Esse piloto terá nascido uma segunda vez, não duvido. Estava deitado – e talvez já meio alucinado, quando o encontraram. Ao ver o grupo aproximar-se chamou-lhes todos os nomes possíveis e imagináveis, mandou-os para a merda e outras coisas mais, dado que seria difícil reconhecê-los. Quando o Marcelino que é alferes por promoção, o agarrou quando tentava fugir e lhe disse quem era deve ter sido um momento de loucura.

Esse piloto que deveria sentir-se já irremediavelmente perdido poderá seguir descansado para Bissau e reabilitar-se do temor e de toda a revolução psicológica que deverá ter experimentado dentro de si.


Foi-se um avião (que deve ter custado alguns milhares de contos), mas salvou-se uma vida que não se pode avaliar em dinheiro. É, sem dúvida, uma outra dimensão da guerra. Mesmo assim não terá saldado as muitas mortes que já devem ter feito nas operações em que entraram.

Mas, deixando em paz os vingadores…"





Original da carta enviada em março de 1973


Não sei se te surpreendi, nem sei se outros “camaradas”, ao tempo, fizeram igual… Há memórias que não podem ser esquecidas!

Fica um forte abraço, esperando que no meio desta “guerra” pandémica tudo vos esteja a correr bem.

Joaquim Pinto Carvalho

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Nota do editor da Tabanca do Centro:

O texto apresentado está conforme a carta enviada pelo Joaquim Pinto Carvalho em 28 de Março de 1973, que quisemos manter. Mas será conveniente prestar alguns esclarecimentos sobre o que aqui é descrito.

Na verdade não houve forças nossas no terreno a tentar recuperar o piloto no dia em que ele foi abatido. A primeira identificação do local em que ele se encontrava só ocorreu cerca das cinco da tarde, não havendo tempo disponível para efectuar o resgate (, com a  noite iria cair muito rapidamente).

No dia seguinte foram posicionados dois grupos na orla da mata referenciada - um com 25 pára-quedistas chefiados pelo Cap Norberto Bernardes e um segundo grupo com 25 pára-quedistas chefiados pelo Cap Cordeiro, que acompanhavam o grupo de Operações Especiais do Marcelino da Mata (14 elementos).

Foi aliás o primeiro grupo que localizou os destroços do avião e recuperou o pára-quedas e o capacete do piloto. Foi depois mandado parar e estabelecer a segurança, avançando então os grupos do Cap. Cordeiro e do Marcelino da Mata para resgatar o piloto, entretanto localizado.

Quanto ao possível estado alucinado do piloto, não exageremos... embora já começasse a ter os platinados a falhar... E os insultos que ele mandou ao pessoal parecem totalmente justificáveis, quando os primeiros elementos da equipa de resgate com que se depara são africanos equipados com fardas cubanas e armados com Kalashnikovs... (**)

O editor (que por sinal era o piloto em questão...)
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Notas do editor LG:

(*) Último poste da série > 24 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P21006: Blogues da nossa blogosfera (131): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (47): Palavras e poesia

(**) Vd. postes de:

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20890: (Ex)citações (366): Assim como que ... uma resposta ao Mário Gaspar, que diz que nunca viu no mato, em 23 meses, nenhum fuzileiro, comando ou ranger (Ramiro Jesus, ex-fur mil cmd, 35ª CCmds,Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)


Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto >  35ª CCmds e Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73) > Março de 1972, durante a protecção aos trabalhos de desmatagem das margens, ou da pavimentação, da estrada entre Teixeira Pinto e o Cacheu. Eu, nas costas de uma Daimler, tendo do meu lado esquerdo o então Furriel Comando Paquete e à minha direita o então Alferes Comando Alfredo Campos, comandante do Pelotão da 35ª  CCmds a que ambos pertenciam. (...) "O Furriel Mil Comando Paquete, da 35ª CCCmds, infelizmente já não está entre nós. Segundo informação do Ramiro de Jesus, também ele ex-fur mil comando da 35ª CCmds, natural de Aveiro (e, portanto, meu conterrâneo), o Paquete, depois do regresso à metrópole, morreu atropelado por um comboio em Vila Franca de Xira.

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Ramiro Jesus (ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73) , mora em Aveiro e é membro da nossa Tabanca Grande desde 9/12/2012][, foto à esquerda]:

Date: segunda, 20/04/2020 à(s) 12:21

Subject: Assim como que ... uma resposta.

Bom-dia, amigos.

Antes de mais, os votos de que se mantenham "operacionais" e, portanto, isolados do famoso SARS-CoV-2.

Numa das minhas consultas de ontem ao blogue - a do fim da tarde - reparei no relato exaustivo da vida militar (e não só) do camarada Mário Gaspar  (*), em que lamenta as suas passagens por vários "cárceres", embora reconheça, implicitamente, que nalguns casos nem eram muitos rigorosos, já que lhe permitiram (como confessa), algumas liberdades e vários "desenfianços". Este último é que está a custar, quanto mais não seja, porque os outros já passaram há muito.

Mas, como salienta, somos COMBATENTES. Portanto ... venceremos!

Entretanto, porque não compreendi muito bem o que escreveu, copiei e reproduzo a seguir os últimos parágrafos do texto, para ver se é possível ele próprio, e por intermédio do Blogue, esclarecer o que pretendeu dizer.

(...) Curioso que nunca vi no mato – foram praticamente 23 meses – nenhum Fuzileiro, Comando ou Ranger. Aliás, minto. Existia na minha Companhia um Ranger, o Furriel Miliciano José Nicolau Silveira dos Santos – o grande Amigo Açoriano que vive no Canadá.

Somos Combatentes e PRESOS, de Serviço durante 24 horas; não autorizados a licenças de recolher; sem fins-de-semana. Os chamados Tropas Especiais – tenho muitos Amigos Combatentes nessa Tropa – mas viviam em Bissau e eram chamados para Operações. Podiam ir "às meninas", petiscar no Zé da Amura ou andarem aos tiros uns contra os outros após de jogos de futebol entre eles.

Mas este flagelo, ou surto que ataca o Mundo não é – como ouvi e li – uma guerra – nem o exagerado termo, 3.ª Guerra Mundial, embora tenha muitas semelhanças, esta é a minha opinião.

O que será então? É o desafio que deixo ao Blogue. (...)



Porque, afirmar que «é curioso mas nunca vi no mato um fuzileiro, comando ou ranger» pode ter várias interpretações.

Senão vejamos:

- Em primeiro lugar é necessário esclarecer o que entende por mato.

- Depois o que quer dizer este encontrar,

Ora, se, como a generalidade de toda a tropa, considerarmos o tal mato tudo o que não era Bissau, então digo, desde já, ao amigo Mário que não sabe do que fala. Porque nem todos «viviam em Bissau e eram chamados para operações».

No meu caso - 35ª CCmds - cheguei a Bissau no dia 29/11/71, embarquei numa LDG no dia seguinte, para Teixeira Pinto (hoje Canchungo), vim a Bissau (Brá) passado um mês receber o crachá (depois do treino de adaptação e confirmação de habilitação na especialidade) e só voltei à capital em Setembro do ano seguinte, para vir de férias. Regressei em Outubro e só retornei a Bissau em Março/73, para voltar de férias, tendo até nisto tido azar, já que no dia que embarcava (25/03/73), derrubaram o bom "militante" do Blogue, tenente [pilav Miguel] Pessoa, e já não houve avião da TAP.

Voltei em Abril/73 e só saímos dali em Junho, mas para Bula, que estava a ser massacrada. Tivemos de "limpar a zona".

Tenho, como testemunhas, mais dois bons "militantes" do Blogue, os ex-alf [Francisco] Gamelas (que nos levava ao Bachile ou mais à frente) e [António Graça de].Abreu (o "navegador" que ainda hoje deu notícias), ambos adstritos ao CAOP1

E a companhia que rendemos - a 26ª CCmds. - terminou a comissão onde a encontrámos, lá em Teixeira Pinto. Praticamente todos os dias tínhamos gente no mato, mas este o mato mesmo, para além «da paliçada e do arame farpado» - Caboiana, Churo, Balenguerês, Punta Costa, etc - Em Bissau estavam só os Comandos Africanos, no Batalhão.

Depois, como queria o amigo Gaspar encontrar as «tropas especiais»? Só carregando o Obus (suponho que fosse a sua arma) naquelas longas caminhadas, que muitas vezes começaram à meia noite, o que não seria muito prático.

Mas podia ter encontrado mais que um ranger, pois, como devia saber, não havia companhias de rangers, uma vez que só tinham esta especialidade oficiais e sargentos, que enquadravam a tropa normal e, portanto, estavam espalhados por todo o território.

Bom, mas, para terminar tão longa dissertação resta-me recomendar ao camarada M. Gaspar que tenha mais um pouco de paciência para vencer mais esta "guerra" que, como ele, também acho que não é guerra e que não enverede por caminhos tão trilhados por tão boa gente, que, para enaltecer o que é ou o que fez, tende a desmerecer o que outros são ou fizeram.

Um abraço para todos, em especial para aqueles que citei no texto.
Ramiro Jesus
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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série >  19 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20875: (Ex)citações (365): Os ex-combatentes, agora confinados por causa da pandemia de COVID-19... Hoje, como ontem, "presos"! (Mário Gaspar, ex-fur mil at inf, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)