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domingo, 7 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13983: Fotos à procura de... uma legenda (48): Restos das máquinas da destilaria de cana de açúcar do Pereira do Enxalé, abandonadas em 1962 e fotografadas, 10 anos depois, pelo Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/74)


Foto nº 1 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Enxalé > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74),  no Enxalé, em 21/22 de julho de 1972,  junto a uma máquina da destilaria de cana de açucar do Pereira do Enxalé, abandonada em 1962 (1) (*)


Foto nº 2 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Enxalé > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74),  no Enxalé, em 21/22 de julho de 1972,  junto a uma máquina da destilaria de cana de açucar do Pereira do Enxalé, abandonada em 1962 (2)


Foto nº 3 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime >  s/d  > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74),   junto a um obus 10.5 apontado para a direita do Rio Geba, onde ficava, em frente, a tabanca e o destacamento do Enxalé.


Foto nº 4 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Enxalé > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74), posando, no Enxalé, em 21/22 de julho de 1972,  junto a  um típica casa colonial que deverá ter pertencido ao Pereira do Enxalé e agora ocupadas pelas NT. (**)

Fotos: ©  Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]


1. Há fotos que falam por si e outras que que pedem legenda...  Estas (fotos nº 1 e 2) que publicamos  acima, não precisariam de legenda... Mas é necessário falar do contexto (**)...

Abandonadas pelo Pereira do Enxalé, em 1962, as suas máquinas ainda resistiam á fúria da natureza e da guerra, dez anos depois... Acho que merecem uma boa legenda!... Obrigado, Jorge. E, se alguém puder e quiser, que contacte a Maria Helena Carvalho,  filha do empresário Amadeu Abrantes Pereira,  que nasceu e cresceu no Enxalé, até antes do início das guerra. Vive e trabalha hoje nas Caldas da Rainha (Telef.262 842 990). Estas fotos também lhe pertencem... (***)  (LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 3 de dezembro de  2014 > Guiné 63/734 - P13970: História da CART 3494 (3): A ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CART 3494 (XIME / ENXALÉ–[N]AS DUAS MARGENS DO GEBA) - A única presença no Enxalé (Jorge Araújo)

6 de abril de 2010 >  Guiné 63/74 - P6116: O Nosso Livro de Visitas (85): Maria Helena Carvalho, filha do Pereira do Enxalé, localidade onde nasceu há 60 anos, hoje residente nas Caldas da Rainha (Luís Graça)

(...) Na sequência do [19º] encontro [nacional] da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/67) , em Coruche [], em 6 de março de 2010,] contactou-me, por telefone, a Maria Helena Carvalho, nascida no Enxalé, e atualmente casada, residente nas Caldas da Rainha, onde tem um um estabelecimento comercial (Telef. 262 842 990).

Seu pai, Amadeu Abrantes Pereira, natural de Seia, era um conhecido comerciante, o Pereira do Enxalé. Era dono de uma importante destilaria de aguardente de cana, bem como de outras instalações e casas, que ainda hoje estão de pé. A família era muito estimada pela população local.

A Maria Helena nasceu no Enxalé em 1950, se não erro. Saiu cedo de lá, creio que com sete ou oito anos, por volta de 1958, para ir estudar em Bissau e depois na Metrópole. Mas regressava nas férias grandes. As suas memórias de infância (e os seus amigos de infância) estão indelevelmente ligados a esse tempo e a esse lugar.

Os pais acabaram por sair do Enxalé, fixando-se em Bissau, em 1962. Já havia nuvens negras que prenunciavam a chegada da borrasca da guerra. A matéria-prima (a cana de açúcar) que abastecia a destilaria começou a escassear. Os caminhos tornavam-se perigosos. O PAIGC fazia o seu trabalho de sapa. Entretanto, a mãe morreu e a Maria Helena ficou definitivamente entregue aos cuidados dos padrinhos, das Caldas da Rainha.

O património da família ainda lá está, no Enxalé, arruinado. Também tinham prédios em Bissau. Em 1989, a Maria Helena voltou aos lugares da sua infância. Ainda encontrou, no Enxalé, gente que trabalhara para o seu pai bem como amigos de infância.

Ela ainda fala do Enxalé e da Guiné com emoção (...).

Infelizmente não temos muitas imagens nem histórias passadas no Enxalé (teremos cerca de 30 referências)… No final dos anos 60 e princípios de 70, o Enxalé, na margem direita do Rio Geba, em frente ao Xime, tinha um heliporto e um cais acostável (só utilizado na época seca). A própria Maria Helena tem poucas fotos desse tempo.

Do ponto de vista do dispositivo militar, o Enxalé passou a pertencer ao Setor L1 (com sede em Bambadinca, Zona Leste), a partir do último trimestre de 1969, se não me engano: nessa época, só havia duas destilarias de cana de açúcar no sector, uma em Bambadinca e outra em Ponta Brandão ( a escassos 5 quilómetros de Bambadinca, à esquerda da estrada para Bafatá). Por outro lado, a sua extensa e rica bolanha continuava a ser cultivada. A localidade pertencia ao regulado do Enxalé, onde a população recenseada, sob controlo das NT , era de 400 balantas e 350 mandingas e beafadas. Na localidade do Enxalé, onde existia uma loja comercial, a população residente (cerca de 300) era considerada "colaborante na defesa".

O Enxalé era frequentemente alvo de ataques e flagelações do PAIGC. O destacamento era apoiado pelo fogo de artilharia do Xime, aquartelamento que ficava na outra margem do rio Geba.

Em Junho de 1970, quando o BART 2917 substitui o BCAÇ 2852 no Setor L1, no destacamento do Enxalé havia um Grupo de Combate da CART 2715 (a unidade de quadrícula do Xime) bem como um esquadrão do Pelotão de Morteiros 2106. A partir de Outubro de 1971, passou a ter o GEMIL 309 e, em Dezembro de 1971, o GEMIL 310 (ambos pertencentes à Companhia de Milícias de Porto Gole).

Fizemos (nós, a CCAÇ 12 e outras forças que integravam o dispositivo militar do Setor L1) várias operações na região compreendida pelos regulados do Enxalé e do Cuor, algumas bem duras e dramáticas, com terminus no Enxalé,como aOp Tigre Vadio (Março de 1970). (...)


(***) Último poste da série > 7 de dezsembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13982: Fotos à procura de... uma legenda (47): Os primeiros combatentes do Xime, colocados lá a partir de 1/7/1963, a nível de pelotão (Libério Lopes, ex-2º sgrt mil inf, CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18283: Buba e os pelotões de morteiro 81 no período entre 1964 e 1974: um espaldão com história (Jorge Araújo)

Figura 1

Infografia: Jorge Araújo (2018)



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974): nosso colaborador permanente


BUBA E OS SEUS PELOTÕES DE MORTEIRO 81 NO PERÍODO ENTRE 1964 E 1974: UM ESPALDÃO COM HISTÓRIA

por Jorge Araújo


1. INTRODUÇÃO

Têm sido particularmente interessantes os comentários produzidos no fórum sobre a foto de um espaldão localizada na Casa Comum – Fundação Mário Soares – na pasta: 05360.000.325, com o título: “Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139, do exército português”. O assunto é: “Estrutura militar portuguesa à beira de um rio [?]: ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139 [2138].

E a principal interrogação/incógnita é, agora, saber quem foi o seu autor, em que época e como foi ela parar às mãos da guerrilha e/ou ao Arquivo Amílcar Cabral, já que a sua localização deixou de ser objecto de investigação quando o camarada Fernando Oliveira (Brasinha), do Pel Mort 2138 (1969/71), fez questão de provar que estávamos perante o espaldão construído na embocadura do rio Grande de Buba, junto ao arame farpado do Aquartelamento de Buba [poste P18231]. (*)

Terá ela sido tirada antes ou depois do «25 de Abril de 1974», ou seja, antes ou depois de ter terminado o conflito?

Não dando este assunto por encerrado, conseguimos reunir novos dados, certamente não definitivos, pois acreditamos que algo mais pode surgir a qualquer momento, nomeadamente daqueles que ainda têm presente muitas memórias de Buba.


Foto nº 1 > Guiné > Região de > Buba > Esapaldão de morteiro 81
Citação:
(1963-1973), "Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139 [2138], do exército português.", CasaComum.org, Disponível HTTP:http://hdl.handle.net/11002/fms _dc_44169 (2017-1-20)


2. BUBA E OS SEUS PELOTÕES DE MORTEIRO 81 NO PERÍODO ENTRE 1964 E 1974

Como elemento facilitador da análise sobre a presença dos diferentes pelotões de morteiros que passaram pelo aquartelamento de Buba, sentimos necessidade de elaborar um quadro cronológico onde constassem as datas do início (chegada a Bissau) e do final da comissão (embarque para a metrópole), para identificar e seleccionar as fontes de informação e/ou consulta.

Acresce esclarecer que o período entre as datas indicadas no quadro abaixo não pode, em todos os casos apresentados, corresponder ao período em que as diferentes Unidades aí estiveram aquarteladas, uma vez que, em quase todas as épocas, as Unidades circulavam por diversos locais do território e daí essa questão não ser relevante para a presente problemática.

Outra nota importante, esta talvez decisiva para identificar a data ou o período da foto do espaldão, está relacionada com a total ausência de informações sobre a última Unidade indicada – Pel Mort 4277/72 – mas que presumimos ter estado lá pela simples razão de termos encontrado uma mensagem de um elemento desse pelotão, identificado por Joaquim Francisco Gonçalves, com data de 06Abr2013, nos seguintes termos:

“O6Abr[2013] – Procura: Joaquim Francisco Gonçalves procura pelos seus camaradas-de-armas do Pelotão de Morteiros 4277 «OS CASTIÇOS», que prestaram serviço na Guiné (Aldeia Formosa, Empada, Buba, Nhala, Mampatá, Calibuia, Cobijé, Chamarra, Pate Embaló, Chugué, Corumbá, Bedanda e Nhacubá), no período de 1973 a 1974”. [In http://ultramar.terraweb.biz/ActMensais201304Abr.htm (com a devida vénia)].

Eis, então, a ordem da permanência dos Pelotões de Morteiros 81 em Buba (Vd. figura 1, acima)

De seguida, seleccionámos um conjunto de fotos, apresentadas também por ordem cronológica, com o objectivo de poder encontrar resposta sobre o período em que ocorreu a construção do espaldão [Foto nº  1].


Foto 2 >  LDG no rio Grande Buba, com maré cheia (período 1968/71 – BCAÇ 2892). Foto do ex-alf, mil Joaquim Rodrigues, in: http://guine6871.blogspot.pt/ (com a devida vénia).

Será que a foto foi tirada do espaldão? E os bidões velhos da imagem, será que foram substituídos pelos do espaldão da “nossa” foto inicial?


Foto 3 >  Buba, Dezembro de 1968. Aprendendo a trabalhar com o morteiro 81 (elementos do Pel Mort 1242, 1967/69). Foto do camarada e grã-tabanqueiro Francisco Gomes, 1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael (1968/69), com a devida vénia. In: http://inforgom.pt/guine6869/?p=400.


Foto 4 > Rio Grande Buba (período 1968/71 – BCAÇ 2892). Foto do ex-alf mil Joaquim Rodrigues, in: http://guine6871.blogspot.pt/ (com a devida vénia).

Será que o espaldão está situado na parte de trás da casa ao centro da imagem?


Foto 5 > Espaldão de morteiro 81, junto ao arame farpado (o mesmo da foto 1), virado para o rio, ao tempo do Pel Mort 2138 (Buba, 1969/71). Foto de Fernando Oliveira [poste P18231].(*)

Quanto ao período em que ocorreu a construção do espaldão, consideramos apenas duas hipóteses:

(i) ou foi construído durante a permanência do Pel Mort 1242 (1967/69):

(ii) ou foi no período anterior ao tempo do Pel Mort 1086 (1966/67), do qual não temos qualquer referência no blogue.

Obrigado pela atenção.

Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
24JAN2018.
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Notas do editor:

(*) 20 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18231: Memória dos lugares (370): Buba e os bravos do Pel Mort 2138... Mais fotos (Fernando Oliveira, "Brasinha", ex-sol apont Arm Pes Inf, Pel Mort 2138, Buba, Aldeia Formosa, Nhala, Mampatá e Empada, 1969/71)


Vd. também postes de:

30 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11653: Em busca de... (223): Pessoal do Pel Mort 1242 (Buba, outubro de 1967/ agosto de 1969) cujos nomes ficaram gravados na "pedra de Buba"... O que é feito de ti, camarada Clemente, ex-alf mil e comandante? E de ti, Simão? E de ti, Laginha?... E de vocês todos, 44 anos anos depois de terem regressado no T/T Uíge, em 23/8/1969?

15 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18214: Pelotões de Morteiros mobilizados para o CTIG: elementos históricos e estatísticos (Jorge Araújo)

18 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18223: Pelotão de Morteiros 2138 (Buba, Nhala, Mampatá, Aldeia Formosa e Empada, 1969/71): espaldão com história (Jorge Araújo)

19 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18226: Memória dos lugares (370): Buba e o espaldão do morteiro 81 onde eu dormia... (Fernando Oliveira, "Brasinha", ex-sol apont Arm Pes Inf, Pel Mort 2138, Buba, Aldeia Formosa, NHala, Mampatá e Empada, 1969/71)

23 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18244: (D)o outro lado do combate (17): ataque a Buba em 12 de outubro de 1969, ao tempo da CCAÇ 2382 e Pel Mort 2138: os fracassos assumidos pelo PAIGC (Jorge Araújo)

23 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18245: Memória dos lugares (371): Buba, o espaldão do morteiro 81 e os Pel Mort [1086, 1242, 2138, 3020...] que por lá passaram

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18563: Efemérides (277): Homenagem a minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015) e ao 25 de Abril (Jorge Araújo)



Loures > Encontro em 17 de Outubro de 2009: eu e minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015)





O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger,
CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974).



MEMÓRIAS DO BAÚ DE MINHA MÃE  (1928-04-12/2015-12-27): EM SUA HOMENAGEM E DELA AO “25 DE ABRIL” 


1. INTRODUÇÃO

Foto de minha mãe, com 20 anos
Minha mãe faleceu nos últimos dias do ano de 2015. No passado dia 12 de Abril teria feito noventa anos, uma idade que gostaria de atingir em vida, já que tinha planos para esse dia,  12 de Abril de 2018. Mas não foi possível.

Em 2002, sete anos após ter ficado viúva, minha mãe encontrou uma nova companhia – a poesia – declamando os seus trabalhos em reuniões de família, convívios e outros eventos de carácter público, de que é exemplo a sua participação no projecto «Encontro de Poesia», iniciativa da Câmara Municipal de Loures, este inserido num programa mais vasto de outras actividades a que deram o nome de «Viver Outubro – Mês do Idoso».

A sua primeira participação aconteceu em 2002, com setenta e quatro anos de idade, mantendo-se ligada ao projecto durante catorze edições (2002-2015), ou seja, até aos últimos dias da sua vida.

No ano de 2014, a propósito da comemoração dos quarenta anos do «25 de Abril de 1974», escreveu um poema em homenagem a essa efeméride, onde estava implícita, também, a figura do seu filho e de todos os outros militares que combateram em África.

Nessa ocasião fez-me um pedido que só agora irá ser cumprido.

E qual foi? Uma vez que fazia questão de acompanhar a publicação das memórias dos ex-combatentes postadas no blogue, em particular as minhas, como seria normal, depois de concluído e publicado o poema de “Abril”, perguntou-me: “Jorge, filho, achas que os teus camaradas do blogue aceitariam publicar este poema, pois também a eles é dedicado? Vê lá…”

De facto, não vi. Decorridos quatro anos, e por me ter recordado desse episódio de então, aqui estou eu para lhe fazer a vontade, independentemente de ela já não puder confirmar esse seu desejo.

Descansa em paz… MÃE.


2. Homenagem ao ‘25 de Abril’


por Georgina Araújo


Graças ao ‘25 de Abril’,
Eu vi cravos a florir
Nos canos das espingardas
Desses valentes soldados,
Com o povo de braços dados
Honravam as suas fardas. 



Com elas eu vi nascer
A esperança de viver
Em plena liberdade,
Mas quarenta anos passados
Todos os lados estão minados
De traição e de maldade.

Estou prestes a chegar ao fim
E não queria para mim
Esta situação traiçoeira,
Nem para mim nem para os demais
Que lutaram por ideais
Em defesa da nossa bandeira.

Vamos à luta, meu povo,
Não deixem voltar de novo 
Para trás a nossa democracia,
Sem ela tudo acabava,
O cravo logo murchava
E a liberdade já não existia.

Georgina Araújo
Abril/2014

OBRIGADO!
Com um forte abraço de amizade
Jorge Araújo.
25ABR2018



Loures > Encontro em 17 de Outubro de 2009: a poetisa Georgina Araújo (1028-2015)


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18561: Efemérides (276): No dia 24 de Abril completaram-se 48 anos após o embarque do BCAÇ 2912, no Cais de Alcântara, com destino à Guiné (António Tavares, ex-Fur Mil SAM)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9549: Tabanca Grande (323): Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CART 3494/BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Jorge Araújo* (ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1972/74), com data de 28 de Fevereiro de 2012:


Caríssimo camarada Luís Graça,

Os meus melhores cumprimentos.
Com um atraso imperdoável e sem qualquer hipótese de defesa, anexo o texto que me foi pedido como condição para fazer parte da numerosa família de ex-militares que serviram no C.T.I.Guiné.
Na expectativa de merecer o V. superior apoio, sou
Com um forte abraço,
Saudações militantes,


Jorge Araújo
Ex-Furriel Mil Op Esp/RANGER,
CART 3494
Xime-Mansambo,
1972/1974




Cumprindo, tardiamente, a palavra dada no V Encontro Nacional realizado em Monte Real, em 26.Jun.2010, eis-nos à entrada da porta da TABANCA GRANDE,  esperando autorização para entrar.


Como manda a tradição, apresento a todos os camaradas que fazem parte desta já numerosa família de ex-combatentes na Guiné uma síntese daquela que é a nossa história de vida, em particular o «projecto militar», na medida em que ninguém é igual a ninguém; pois todo o Ser Humano é um estranho ímpar, como nos diz o poeta Carlos D. Andrade (1902-1987).


Natural da Freguesia de Santa Maria dos Olivais, Lisboa, onde nasci em 10.Nov.1950, concluí o período da recruta, do Curso de Sargentos Milicianos, no R.I.5, nas Caldas da Rainha, em 26.Set.1971, tendo seguido de imediato para o Centro de Instrução de Operações Especiais (C.I.O.E.), em Lamego/Penude, a fim de aí completar a minha (e nossa) formação militar.


Concluído este processo, que seria o principal requisito de Mobilização para um dos três cenários possíveis da Guerra Ultramarina, eis que somos colocados no Regimento de Artilharia Pesada n.º 2 (RAP2), depois RASP; em Vila Nova de Gaia (Serra do Pilar), instituição que aguardava pela nossa chegada para nos dar a notícia que eu, e todos nós à época, já adivinhávamos – a mobilização (para o C.T.I.Guiné).


Seguiu-se, depois, a informação de que pertenceria à Companhia de Artilharia 3494, a última das três Companhias Operacionais que constituiriam o contingente do Batalhão de Artilharia 3873, o qual iria render o BART 2917 sediado na região de Bambadinca, leste da Guiné, local situado na margem esquerda do Rio Geba.


Considerando que o período final de instrução, também designado por I.A.O.,  foi realizado em Bolama durante o mês de Janeiro/1972, e uma vez que não tínhamos ainda gozado a Licença de Mobilização, nos termos do Artº. 20º das NNCCMU, a inclusão na CART 3494 foi adiada, vindo somente a ser concretizada no XIME, dois meses depois.


Durante a Comissão de Serviço, que durou até Abril de 1974, alguns foram os episódios que jamais esqueceremos, pelas aprendizagens que produziram em nós, em função da natureza de cada uma delas.
Desde logo a primeira a acontecer foi no dia 22.Abr.1972, sábado, pelas 08:30 horas, na emboscada sofrida pelo nosso GCOMB (4.º) na Ponta Coli (Xime) e referida na porta P6669* pelo nosso ex-Comandante Cap. Art. António José Pereira da Costa (Coronel de Artª. na Reserva), em que, num total de 23 elementos no terreno, as NT tiveram um morto (Furriel), dezassete feridos e, apenas, cinco ilesos, um dos quais fomos nós. No próximo dia 22 de Abril fará quarenta anos que registámos e guardamos as imagens desse contexto.


Oportunamente passaremos a escrito essas imagens, dando, assim, resposta ao desejo do nosso camarada e amigo Coronel Pereira da Costa. De referir que nessa mesma data se comemorou, em Portugal e no Brasil, a passagem do 472.º aniversário da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, conforme se prova na capa do Diário de Lisboa,  ao lado. São apenas meras coincidências. De referir, também, que esse mesmo dia 22 de Abril, mas de 1973, foi Domingo de Páscoa.


Seguiram-se outros episódios em que estivemos directamente ligados, cujas datas continuamos a lembrar: 10 de Agosto de 1972 (naufrágio no Rio Geba); 29 de Setembro de 1972 (ataque ao aquartelamento com armas pesadas, numa noite de intensa trovoada, dia em que o meu pai comemorou o seu 49.º aniversário); 01 de Dezembro de 1972, nova emboscada na Ponta Coli; 03 de Fevereiro de 1973, emboscada na Ponta Varela, entre outras.


Quanto ao presente, a nossa actividade profissional é a nível universitário, com uma prática docente de mais de duas décadas. Temos actualmente um vínculo institucional ao ISMAT (Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes), em Portimão, do Grupo Lusófona, onde, para além de leccionarmos diversas Unidades Curriculares, coordenamos o ramo de Educação Física e Desporto, da Licenciatura em Educação Física e Desporto.


Realizamos o doutoramento na Universidade de León (Espanha) em 2009, em Ciências da Actividade Física e do Desporto, com a tese: "A prática Desportiva em Idade Escolar em Portugal – análise das influências nos itinerários entre a Escola e a Comunidade em Jovens até aos 11 anos".


Pelo exposto, espero merecer a confiança de todos os meus amigos ex- militares atabancados.


Um grande abraço para todos, deste cidadão que é, apenas, uma partícula da terra.
Jorge Araújo.




2. Comentário de CV:


Caro camarigo Jorge Araújo, está formalizada a tua adesão à Tabanca Grande.
Participaste já num dos nossos Encontros Nacionais, como se prova abaixo, pelo que és já uma cara conhecida para alguns de nós. E, de resto, já constas da nossa lista alfabética de "tabanqueiros", desde o nosso último convívio... Estás desculpado pelo atraso no envio deo "resto da papelada"...


O teu texto de apresentação está cinco estrelas pelo que adivinhamos muitas e boas histórias para o nosso espólio de memórias. Também aceitamos fotos legendadas,  ilustrando as histórias ou para publicar autonomamente como álbum fotográfico.

Há muita maneira de participar no nosso Blogue, haja um pouco de disponiblidade.


Posto isto, falta enviar-te um abraço de boas vindas em nome do Luís Graça, restantes editores e tertúlia em geral. Ficamos ao teu dispor. Parabéns pelo teu esforço de valorização académica e profissional


Pela tertúlia
Carlos Vinhal


Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010 > V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Pessoal da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), visivelmente bem disposto, à hora dos aperitivos & entradas: Jorge Araújo (Almada), António Costa (Mem Martins / Sintra), Acácio Correia (Algés / Oeiras), António Sousa Bonito (Montemor-o-Velho) e Sousa de Castro (Viana do Castelo)... O Jorge e o Acácio são caras novas nos nossos encontros.


Vídeo (34''): Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes
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Notas de CV:


(*) Vd. poste de 2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (13): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)


Vd. último poste da série de 29 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9548: Tabanca Grande (322): Eduardo Estrela, ex-Fur Mil da CCAÇ 14 (Cuntima, 1969/71)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Guiné 61/74 - P22904: Tabanca dos Emiratos (8): O nosso blogue em números: os seguidores nas "Arábias" (Jorge Araújo)


Emiratos Árabes Unidos > Dubai >  Setembro de 2021 >  Os camelos-árabes do deserto. Imagens do Deserto do Além

Fotos (e legenda): © Jorge Araújo (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].





Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor, a viver neste momenyo em Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos.


► Comentário ao P22885 (07.01.22) (*)


O camarada Luís Graça, de acordo com a sua cultura/formação científica, recorrendo à fonte de dados de que dispõe no Blogger (contador de visualizações ao blogue), vai partilhando no fórum, pelo menos uma vez no ano, à laia de “relatório de contas”, a análise estatística e a competente representação gráfica das variáveis quantitativas contínuas e discretas colectadas em cada caso.

Daí que, também através de números, enquanto conceito matemático que representa quantidade, medida ou ordem, continua a “fazer jus” ao princípio de que este blogue colectivo de ex-combatentes no CTIG é (e continuará a ser!) uma fonte de informação e conhecimento… de verdadeiro serviço público.

Assim, na sequência do parecer solicitado no P22885 (07.01.2022), onde fiquei surpreendido com os números apresentados relativos a “visitas” ao blogue da Tabanca Grande realizadas a partir dos Emirados Árabes Unidos (mais de vinte e sete mil). Seguramente que estes milhares de visualizações foram realizadas por diversos “visitantes”, ainda que aceite ter contribuído com algumas centenas no decurso dos últimos dois anos (2020/2021).

Entretanto, em diálogo com a Diáspora Lusa mais jovem, nascidos maioritariamente nas décadas de 70 e 80 do século passado, residente em Abu Dhabi (capital) e no Dubai, e que fazem parte da nossa rede social local, temos vindo a constatar que os seus pais/avós e outros familiares mais próximos foram, tal como eu, combatentes nos diferentes TO ultramarinos e que, talvez por esse facto, tenham sido tocados pela curiosidade de contacto com o nosso blogue, depois de tomarem conhecimento da sua existência.

Neste contexto, é relevante referir que residem neste país, no presente, cerca de quatro mil portugueses (informação oral), entre trabalhadores e seus familiares (esposas e filhos). No grupo dos primeiros vamos encontrar empresários, quadros superiores, engenheiros, arquitectos, psicólogos, informáticos, docentes universitários, enfermeiros, desportistas, guias turísticos, gráficos, empregados de hotelaria e de restauração, entre outras profissões.

Quanto ao contributo para o aumento das “audiências” vindas do exterior, achei interessante a imagem simbólica ou metafórica utilizada pelo editor, nomeadamente as “renas” da Suécia, e os “camelos” dos Emirados Árabes Unidos.

Em relação às primeiras, o camarada José Belo deu já o seu parecer no P22888.

No que concerne aos segundos – os “camelos” – existem duas espécies: o camelo-árabe ou dromedário (Camelus dromedarius) de uma corcova (bossa), e o camelo-bactriano (Camelus bactrianus) de duas corcovas (bossas), sendo ambas as espécies domesticadas pelo Homem.

No caso em apreço, estamos perante o primeiro exemplo – o camelo-árabe ou dromedário –, cuja expectativa média de vida se situa entre os 40 a 50 anos, podendo alcançar em adulto/crescido os 1,85 metros até ao ombro e 2,15 metros de comprimento. A corcova (bossa) mede 75 cm e a velocidade pode ir até aos 65 km/h.

Em função da geografia do país, existem duas categorias de camelos-árabes (dromedários) domesticados: os do “deserto” e os da “cidade”. Seguidamente, apresentaremos imagens dos dois contextos obtidas recentemente.

 Fotogaleria: 

► OS CAMELOS-ÁRABES DO DESERTO

▬ Set’2021 - seis fotos no Deserto de Além (Dubai - UAE) (Vd. fotos acima

► OS CAMELOS-ÁRABES DA CIDADE

▬ Dez’2021 - fotos junto ao «Forte Al Hosn» (Abu Dhabi - UAE) (Vd. fotos abaixo)

Espero que este apontamento de “reportagem” de Abu Dhabi, e dos seus camelos-árabes (dromedários), tenha sido do vosso agrado.(**)

Continuação de um óptimo ANO de 2022, com muita saúde.

Com um forte abraço de amizade.

Jorge Araújo.

11Jan2022


Emiratos Árabes Unidos > Abu Dhabi  > Dezembro de 2021 > Imagens tiradas junto ao «Forte Al Hosn»

Fotos (e legenda): © Jorge Araújo (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22885: O nosso blogue em números (75): Globalizados, somos vistos em muitos países, com natural destaque para Portugal (40%), EUA (25%), Brasil (5%), França (5%) e Alemanha (4%)... Pela primeira vez, aparece a Suécia no "Top 10" e a Guiné-Bissau no "Top 20"

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15547: In Memoriam (242): Senhora D. Georgina de Almeida Alves Araújo [1928-2015], Mãe do nosso camarada Jorge Araújo. Estará em Câmara Ardente a partir das 18 horas de hoje, 2.ª feira, na Igreja de Almada, realizando-se o seu funeral na próxima 3.ª feira, às 13h30, para o Cemitério do Feijó - Almada

IN MEMORIAM

Senhora D. Georgina de Almeida Alves Araújo [1928-2015]


1. Mensagem do nosso camarada Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CART 3494, Xime-Mansambo, 1972/1974) chegada ao nosso Blogue às 23h24 de 27 de Dezembro de 2015:

Camaradas
Estou-vos grato e sensibilizado por todas as manifestações de pesar que me tem feito chegar, públicas e privadas, com palavras de muito conforto pela dor causada pela perda de minha mãe - Georgina de Almeida Alves Araújo [n.12.04.1928].

Ao longo da sua vida de mais de 87 anos foram muitos os actos e exemplos que me marcaram e que continuarei a recordar, a admirar e a respeitar. Foi uma verdadeira heroína, pelo seu carácter, coragem e genuína generosidade, e daí muito respeitada nas suas redes sociais. 
Neste âmbito merece destaque a sua acção durante o período militar na Guiné, enviando-me diariamente palavras ternurentas e de ânimo. 

 A senhora D. Georgina no ano de 1948

Enfim... chegou o seu dia, que ela certamente considerou de precoce, pois tinha ainda muito para dar. 

O seu corpo estará em câmara ardente na Igreja de Almada [2.ª feira, depois das 18:00 horas]. 
O funeral realiza-se na 3.ª feira pelas 13h30 horas para o cemitério do Feijó (Almada). 

Obrigado. 

Um abraço, 
Jorge Araújo.
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Nota do editor

Vd. poste de 27 de Dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15543: In Memoriam (241): Acaba de falecer a Mãe do nosso camarada Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Esp da CART 3494

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21732: O nosso blogue em números (66): continuamos vivos: no "annus horribilis" de 2020 publicámos 1202 postes, valor que está dentro da média anual dos últimos seis anos



Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)



1. Eu sei que ninguém lê isto,  mas isto é como o "relatório e contas" das empresas... Tem de ser feito, para memória futura...

Em boa verdade, à força de ouvir, ver e ler todos os dias, há 10 meses,  a estatística da pandemia de Covid-19,   os nossos leitores ficam, compreensivelmente, com alergia ou intolerância aos números...

Mas é já uma tradição, esta, a  da prestação de contas aos nossos leitores, no princípio do ano seguinte, com a publicação de estatísticas do nosso movimento bloguístico durante o ano anterior (*).

Na realidade, os números mostram que ainda estamos vivos, depois de quase 17 anos a "blogar"... Recorde-se que o nosso blogue nasceu timidamente, e por acaso,  em 23/4/2004... E nesse ano só se publicaram... quatro (!) postes. Ninguém, seguramente, previa a sua longevidade... (**)

2. O número de postes publicados, durante o ano de 2020, o "annus horribilis" de 2020, que ficará na nossa memória como o da pandemia de Covid-19, foi de 1202, ligeiramente acima do ano anterior, 2019 (n=1157) e de 2018 (n=1187) (Gráfico nº 1). 

O número de postes anuais tem estabilizado nos últimos 6 anos (2015-2020): média anual de 1268... 

O nosso record foi o ano de 2010, em que atingimos um valor máximo de 1955 postes publicados. 

A média anual dos melhores seis anos (2009-2014) foi de 1735 postes.



Gráfico nº 2  - Distribuição dos postes lançados, por editor e por mês (Os do Jorge Araújo 
estão incluídos na estatística do Luís Graça)



Infografia: Carlos Vinhal (2021)

3. Mantem-se, pois,  a média dos 3,4 postes publicados por dia, nos últimos seis anos ( 2015-2020) contra os 4,7 dos nossos melhores anos (2009-2014).

Do  postes publicados, a distribuição pelos três editores foi a seguinte (Gráficos nº 2 e 3);

Carlos Vinhal > 53,0%
Éduardo Magalhães Ribeiro > 1,6%
Luís Graça > 45,4 %

A semana em que se publicou mais postes foi, no mês de dezembro último: 32 postes, na semana de 20 a 27. E a pior foi a  semana de 1 a 8 de março: 14 postes.  O nosso melhor mês foi o de Abril, já em plena pandemia (com 130 postes publicados), seguido do mês de Dezembro (n=124). O pior foi o Fevereiro (n=84) (Gráfico nº 4)

Como gostamos de dizer (e fazemos questão de provar com números), a  particularidade do nosso blogue é que, quer faça sol, quer faça chuva, seja domingo ou feriado, há sempre alguém a trabalhar e a publicar, todos os dias, um poste... E isso verificou-se ao longo destes já mais de 10 meses de pandemia de Covid-19.

Alguns dos postes que editamos todos os dias podem ficar "agendados" de um dia para o outro (, é o caso, por exemplo,  dos postes da série "Parabéns a vocês", que estão ao cuidado do Carlos Vinhal)... Como se costuma dizer, é comida pronta a usar, que fica no frigorífico de um dia para o outro...Há uma boa articulação entre os  editores, em especial o Carlos Vinhal e o Luís Graça, que se apoiam mutuamente... Estão de resto, os dois sempre á distância de um clique... tal como o Jorge Araújo e o Eduardo Magalhães Ribeiro (que também se reformou o ano passado).



Gráfico nº 4  - Distribuição dos postes lançados, em 2020,  por mês

Infografia: Carlos Vinhal (2021)



4. Embora haja, desde março de 2018, um novo coeditor, o Jorge Araújo, tem sido o editor Luís Graça a ultimar a edição dos seus postes (por razões logísticas e técnicas), pelo que não nos é possível discriminar a sua valiosa produção.

O Jorge Araújo tem passado, desde 2019, algumas temporadas na Tabanca dos Emiratos...onde a sua esposa é professora numa prestigiada universidade árabe.  Por outro lado, ele próprio mantem-se no activo, como professor do ensino superior politécnico, deslocando-se com frequência entre Almada e Portimão. É possível que este ano lectivo, o de 2020/21, seja também o ano da sua aposentação. 

Por estas e outras razões, ele ainda não teve disponibilidade de frequentar o "workshop de edição" que lhe vai permitir a plena autonomia como coeditor do nosso blogue.  Foi, em todo o caso, uma excelente e feliz "aquisição" (, usando a linguagem futebolística...) para a nossa equipa. desfalcada desde que o Virgínio Briote se jubilou, por razões de saúde.

Em 2020 há mais de meia centena de referências com o marcador "Jorge Araújo". Boa parte tem a ver com os postes da sua autoria, relacionados com séries como "(D)o outro lado do combate"  ou "Memórias cruzadas" ou ainda "Ensaios"... Esses postes são enviados diretamente por ele para o blogue, em formato de rascunho. A inserção de fotos e os "acabamentos" ficam por conta do editor Luís Graça. E como tal são contabalizados. Esperemos poder resolver esse problema, com tempo e vagar, dando assim o seu a seu dono. 

Como fazemos todos os anos,  fica aqui, desde já, registado, em letra de forma, um voto de louvor aos nossos dois coeditores, os dois  do Norte, o Carlos Vinhal e o Eduardo Magalhães Ribeiro, e o outro do sul, o Jorge Araújo: na qualidade de fundador do blogue, não me canso de louvar a sua lealdsde, dedicação, generosidade e competência. 

São valores que não têm preço, a par do forte espírito que nos anima há muito. Mas tenho que destacar aqui o nome do Carlos Vinhal que, na realidade, tem sido o pilar do blogue, desde há muito; se ele cair, o blogue cai...Por isso rezo todos os dias, aos nosos bons irãs, acocorados no alto do poilão da Tabanca Grande para nos deem vida e saúde para continuar a poder dar voz aos "amigos e camaradas da Guiné". 
 
Outros agradecimentos (a autores, colaboradores permanentes, leitores, comentadores, amigos do Facebook...) ficam para mais à frente.

(Continua)
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(**) Último poste da série >  10 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20543: O nosso blogue em números (65): Quem nos visita vem sobretudo de Portugal (41%) mas também dos EUA (24%) e do Brasil (6%), usa o Chrome (38%) como navegador, e o Windows (77%) como sistema operativo...

domingo, 27 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15543: In Memoriam (241): Acaba de falecer a Mãe do nosso camarada Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Esp da CART 3494

IN MEMORIAM

Faleceu a Mãe do nosso camarada Jorge Araújo

Amigos e camaradas, recebemos há momentos uma mensagem do nosso camarada Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CART 3494, Xime-Mansambo, 1972/1974) que diz apenas:

Camaradas, 
A minha Mãe acaba de falecer
Jorge Araújo

Esta é a notícia que não gostaríamos de dar.

Nesta hora muito difícil para o nosso amigo Jorge, apenas nos podemos solidarizar com a sua dor.

Ficamos à sua disposição para divulgar, logo que chegue ao nosso conhecimento, o local onde a sua Mãe ficará em Câmara Ardente, assim como hora, data  e local do funeral.

Lembramos que o Jorge mora em Almada.

Para o Jorge o nosso abraço solidário, e os nossos pesares para toda a família da malograda senhora.
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15390: In Memoriam (240): Faleceu o Mário Rodrigues Silva ‘Nascimento’ [1950-2014], ex-soldado da CART 3494 (Xime-Mansambo, 1971/74)... Era um "sem-abrigo", esteve seis meses num lar da Figueira da Foz (Jorge Alves Araújo)

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18328: O nosso blogue em números (51): atingimos a cifra dos 10,2 milhões de visualizações de página, com uma média díária de mais de 2,6 mil, nos últimos 30 dias (Jorge Araújo)


Infografia: Jorge Araújo (2018)é úme




Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974): nosso colaborador permanente


1. Mensagem do nosso próximo editor Jorge Araújo,  com data de ontem, às 00:40

Assunto - O nosso blogue em números - 8 400 000 visualizações

Caro Luís,

Boa Noite.

Após o jantar, decidi assistir ao jogo de futebol desta noite entre o Clube Desportivo FEIRENSE e o PORTIMONENSE Sporting Clube, com o objectivo de me preparar para o diálogo/debate com os meus alunos do ISMAT (Portimão), alguns aficionados e, simultaneamente, pertencentes aos quadros técnicos da colectividade algarvia.

Concluído o jogo, passei pela «Tabanca» e constatei que estava próxima mais uma visualização redonda e histórica - a 8.400.000 (oito milhões e quatrocentos mil). Esperei o qb, pois poderia ter sorte de voltar a seu o feliz contemplado... e fui mesmo. E ela aí está, en anexo.

Depois do teu excelente trabalho estatístico, referente ao ano de 2017, apresentado/partilhado com todos os nossos leitores [vidé P18210 + P18199 + P18192 + P18190 ...] (*), eis o meu pequeno contributo para mais tarde recordarmos.

Bom fim-de-semana, com saúde e boa disposição.

Um abraço.
Jorge Araújo.




Evolução do nº de visualizações do nosso blogue de 19/1 a 17/2/2017: o máximo de visualizações de página foi de 7362 (em 21 de janeiro) e o mínimo foi 1368 (em 24 do mesmo mês).

Resumo estatístico do período (correspondente a 30 dias, de 19/1 a 17/2/2018)

Visualizações de páginas de hoje > 4 098

Visualizações de página de ontem > 3 035

Visualizações de páginas no último mês > 78 784
Média diária > 2 626

Histórico total de visualizações de páginas > 8 404 350 [a que deverá ser acrescido mais 1,8 milhões, de abril de 2004 a julho de 2010, período em que tínhamos um  outro contador sem ser o Blogger).

Seguidores > 609

Fonte: Blogger (2018)


2. Comentário do editor LG:

Jorge,  estás sempre no sítio certo e na hora certa, "just in time"... Tens que jogar no Euromilhões, porque és um sortudo... Obrigado pelo teu contributo, mais um, para o conhecimento da dinâmica do nosso blogue que, ao fim destes anos todos, ainda consegue despertar e a atenção o interesse de muitos amigos e camaradas da Guiné, mesmo daqueles mais cansados do percurso pela picada da vida...

Já agora, completo a tua infografia, com o resumo estatístico do período de 30 dias, que vai de 19/1 a até hoje. Estamos com uma notável média diária de mais de 2600 visualizações por página.

Além disso, publicámos 148 postes desde o início do ano de 2018: média diária, 3,1 postes. O número de comentários até hoje anda nos 700, o que perfaz uma média de 4,7 comentários por poste. 
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Nota do editor:


Vd. também postes de:




segunda-feira, 10 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17228: (D)o outro lado do combate (Jorge Araújo) (7): as más notícias de Amílcar Cabral (1924-1973): a mina accionada pela viatura de Pedro Pires, em 17 de março de 1972, na estrada Sansalé-Boké, em território da Guiné-Conacri



Infogravura: Jorghe Araújo (2017)



Colaborador permanente do nosso blogue, Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Especiais da CART 3494. Xime e Mansambo, 1971/74) é professor universitário, doutorado em ciências do desporto.  Este texto foi nos  enviado a 17 de março último, com a seguinte nota: "passam hoje 45 anos em que o Pedro Pires caiu numa mina em território da Guiné-Conacri, conforme é referido por Amílcar Cabral", pretexto para maia um poste para a série "(D)o outro ladoc do combate (*).


Sobre o comandante Pedro Pires. recorde-se aqui o seguinte:


(i) de seu nome completo Pedro Verona Rodrigues Pires, nasceu na ilha do Fogo, Cabo Verde, em 29 de abril de 1934:

(ii) em Lisboa, a partir de 1956. frequenta a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e é membro da Casa de Estudantes do Império;

(iii) chamado a cumprir o serviço militar obrigatório, foi alferes miliciano na FAP - Força Aérea Portuguesa.

(iv) com o início da luta armada em Angola em 1961, saiu clandestinamente  de Portugal em junho desase anop no meio de uma leva de 8 dezenas de estudantes africanos que foi a salto para França (entre eles, estavam os angolanos Iko Carreira, Gentil Viana e Daniel Chipenda e os moçambicanos Joaquim Chissano e Pascoal Mocumbi):

(v) de França seguiu para Marrocos, onde colaborou com o dirigente da Frelimo, o moçambicano Marcelino dos Santos, na Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas:

(vi) em 1963, já está em Dacar, Senegal, de onde transita depois para Conacri, antes de seguir para Cuba e para a URSS, onde frequentou cursos de guerrilha;

(vii) sabe-se pouco sobre a sua vida como combatente; na sequência do assassinato  de Amílcar Cabral em janeiro de 1973. torna-se  um dos protagonistas do II Congresso do PAIGC, que criou uma Comissão Nacional para Cabo Verde;

(viii) foi depois escolhido para comissário adjunto (secretário de Estado) das Forças Armadas, quando o PAIGC proclamou a independência da Guiné-Bissau, em 24 de Setembro de 1973; nessa altura, Pires aparecia como n.º 2 de Nino Vieira, que acumulava as funções de comissário (ministro) com as de presidente da Assembleia Nacional Popular.

(ix) chefiou a delegação do PAIGC que negociou com o Governo português, o reconhecimento da independência da Guiné: assinou o Acordo de Argel, em agosto de 1974: dirigiu a delegação que assistiu ao acto de reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, em Lisboa, a 10 de setembro de 1974:

(ix) depois da Declaração de Independência de Cabo Verde em 5 de julho de 1975, foi designado ministro-presidente, cargo que ocupou até 1991, quando — como resultado de sua iniciativa junto com outros — o sistema multipartidário foi introduzido no país e o MpD - Movimento pela Democracia, de Carlos Veiga, conseguiu a maioria.

(x) com o advento da democracia e do multipartidarismo, em 1991, o comandante Pedro Pires substituiu Aristides na liderança do partido (já designado por PAICV após a cisão de 'Nino' Vieira):

(xi) eleito Presidente da República em 2001 e reeleito em 2006:

Outras fontes: vd. também, Expressp das Ilhas e o arquivo Pedro Verona Pires no portal Casa Comum / Fundação Mário Soares.


1. INTRODUÇÃO

Antes de mais, cumpre-me referir que tinha intenção de adicionar o meu modesto contributo a um dos temas mais sensíveis desta semana no blogue, apresentado no P17138 pelo nosso camarada António Martins de Matos (ten gen pilav ref), em particular sobre o seu ponto 3. «O Strela, a arma que revolucionou a guerra». )*)

Porém, por ter em mãos a divulgação de uma ocorrência (efeméride) verificada há, precisamente, quarenta e cinco anos, em 17 de março de 1972, igualmente uma sexta-feira como a deste ano, esta acabou por se sobrepor à anterior, por opção, prometendo no entanto recuperá-la oportunamente.
A presente narrativa nasce, uma vez mais, de uma nova visita aos arquivos da Casa Comum, Fundação Mário Soares, onde encontrei uma outra má notícia divulgada por Amílcar Cabral (1924-1973), esta relacionada com o accionamento de uma mina, colocada em território da Guiné-Conacri, no itinerário entre Sansalé e Boké, por uma viatura (pesada?) onde seguiam entre outros dirigentes do PAIGC, Pedro Pires e Bacar Cassamá, que saíram ilesos, mas onde se registaram algumas perdas humanas que não foram identificadas/referidas nem quantificadas na sua carta.

[Vd, acima o mapa da região sul da Guiné, assinalando-se o local do acidente, no itinerário Sansalé-Boké, em território da Guiné-Conacri.]


2. AS MÁS NOTÍCIAS DE AMÍLCAR CABRAL

2.1. O episódio da mina accionada pela viatura de Pedro Pires

Este episódio ocorreu em 17 de março de 1972, uma sexta-feira, faz quarenta e cinco anos. Partindo do pressuposto de que serão poucos, certamente, os que dele têm conhecimento, tomei a iniciativa de o partilhar convosco.

Nessa sua missiva enviada a Pedro Pires (n. 1934-04-29), lamentando o sucedido, Amílcar Cabral refere que ele é (era) “fruto da traição dos nossos próprios irmãos”, situação que haveria de repetir-se consigo próprio, dez meses depois, em 20 de janeiro de 1973, ao ser assassinado em Conacri por membros do seu próprio partido, facto histórico amplamente divulgado nos mídia, e já do domínio público.

Quanto ao conteúdo transmitido, aqui vos deixo a sua totalidade, transcrevendo-o, e adicionando-lhe pequenos detalhes, colocados entre parênteses rectos.

O original está colocado no final, bem como referida a sua fonte.


2.2. A carta de Amílcar Cabral para Pedro Pires escrita em 18 de março de 1972

[Papel timbrado do PAIGC]

Conacri, 18 de Março de 1972


Meu caro Pires,


Algumas palavras apenas para te dizer que foi para mim uma grande surpresa saber, pela tua carta de 17 de Março [ontem], que tu estavas no carro [provavelmente uma viatura pesada] que caiu na mina na estrada de Sansalé [região de Boké, República da Guiné]. Vi bem que na mensagem [provavelmente telegrama] dizias caímos, mas pensei que fosse apenas maneira de exprimir nossa.

Temos ainda mais razões, portanto – e grandes, meu Deus – para sentir profundamente o que se passou, fruto da traição dos nossos próprios irmãos, ao serviço dos criminosos colonialistas tugas. Compreendo perfeitamente a tua tristeza ou indignação perante o acontecimento, e só agradeço a todos os deuses e irans [irãs] o não termos tido mais perdas [não quantificadas], a tua vida e a do Bacar [Cassamá], e a de outros camaradas terem sido preservadas.



Cortesia da Fundação Mário Soares > Casa Comum > Arquivos > Arquivo Amílcar Cabral

Citação:
Bruna Polimeni (Ago’1971), "Amílcar Cabral, Constantino Teixeira e Bacar Cassamá entre outros militares do PAIGC", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43310 (2017-3-16)

Dado a gravida do caso escrevi uma informação ao [Ahmed] Sekou Touré [1922-1984], da qual te envio uma cópia. Hoje, dentro de meia hora, vou falar com ele sobre este assunto, que é do nosso interesse comum e que devemos resolver com urgência.


Bem gostaria de estar contigo agora para falarmos sobre este assunto – e sobre esta condição própria às lutas como a nossa que é a traição daqueles por quem lutamos e sofremos. Espero no entanto ver-te o mais breve possível. Lamentando, é certo, os camaradas perdidos e feridos, cujos nomes espero me indiques, regozijo-me no entanto em saber-te bem, ileso e, como sempre, decidido a dar tudo pela vitória do nosso Partido, ao serviço do nosso povo.


Todos te cumprimentamos com saudade.

Fraternalmente, Amílcar Cabral.


Fonte: Portal: Casa Comum

Instituição: Fundação Mário Soares


Assunto: Manifesta a sua surpresa por Pedro Pires se encontrar no carro que caiu na mina na estrada de Sansalé, colocada pelos “irmãos ao serviço dos criminosos colonialistas”. Refere que escreveu uma informação ao Sekou Touré, dada a gravidade do caso.

Remetente: Amílcar Cabral.

Destinatário: Pedro Pires

Data: Sábado, 18 de Março de 1972

Fundo: Pedro Verona Pires

Tipo Documental: Correspondência
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Nota do editor:

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