quinta-feira, 7 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8524: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (30): António Camilo, na véspera da sua 15ª viagem de regresso àquela terra verde e vermelha, foi objecto de artigo do semanário Visão (3 de Fevereiro de 2011)










 Infogravura e texto (excertos), a partir de artigo da jornalista Rita Montez, "O Bom Gigante", Visão, 3 de Fevereiro de 2011, pp. 84-86  (Reproduzidos com a devida vénia, a partir de imagens digitalizadas pelo nosso camarada e amigo, membro da nossa Tabanca Grande,  António Camilo, ex-Fur Fur Mil da CCAÇ 1565, Bissau, Jumbembém, Canjambari, Bissau, 1966/68)



















Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Nucleo Museológico Memória de Guiledje >  2010 >  Imagens da viagem (ou duma das das viagens...) de 2010, em que o António Camilo e o seu amigo, Luís Branquinho Crespo levaram até Guileje a imagem de Nossa Senhora de Fátima que faltava na Capela, hoje integrada no Núcleo Museológico Memória de Guiledje, inaugurado entretanto em 20 de Janeiro de 2010... e que teve, desde o início do projecto (2006) o apoio do nosso Blogue, como de resto é publicamente reconhecido pelos promotores (guineenses) da iniciativa, a ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

O Camilo aparece, à esquerda do Pepito, director executivo da AD, na primeira foto, junto ao seu jipe. Noutra foto, aparece o Pepito com o Luís Crespo. O Camilo mandou-me recentemente um CD-ROM com centenas de fotos da sua última viagem humanitária, de 2011, para além de cópia do artigo da Visão, a de 2011, mais estas fotos, de Guileje,  por mail (e de se publica hoje mais uma selecção(.  Oportunamente, publicaremos uma selecção das melhores fotos, de 2011,  do álbum do nosso "bom gigante", que aos 66 anos está longe de querrer as botas... Ainda recentemente passou também pelo programa da RTP1, "Só Visto" (talk-show de Nicolau Breyner), se não me engano... (LG)


Fotos: © António Camilo (2010). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:
 

Guiné 63/74 - P8523: Notas de leitura (254): História da África Lusófona, por Armelle Enders (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 27 de Junho de 2011:

Queridos amigos,
O livro do Prof. Armelle Enders tem a particularidade de inserir e contextualizar, com bastante rigor, a Guiné na história colonial de Portugal.
É um ensaio de um estudioso estrangeiro que, em jeito de síntese, dá o seu a seu dono no que toca à Guiné do Cabo Verde desde os tempos das viagens africanas do século XV até à violenta ruptura ratificada pela independência, em 1974.
Há erros de pormenor que o tradutor, Mário Matos e Lemos, corrige com oportunidade e acerto.

Um abraço do
Mário


A Guiné no contexto da África lusófona

Beja Santos

O livro intitula-se “História de África Lusófona” (por Armelle Enders, Editorial Inquérito, 1997), e o autor logo esclarece que a África lusófona não existe como entidade geográfica, política ou histórica. A ideia de “África portuguesa” remete para o Império português, a expressão África lusófona é uma maneira cómoda de designar os PALOP. Em resumo, a expressão África lusófona foi considerada como o menor denominador comum de uma história que vai desde a conquista de Ceuta (1415 até às eleições moçambicanas de 1994). O autor apresenta o seu trabalho como uma síntese rápida que remete o leitor desejoso de mais informação para bibliografia pertinente.

Os marcos incontornáveis apresentados por este professor da Universidade de Paris IV passam pelas expedições portuguesas a terras africanas, a chegada à costa da Guiné ou “país dos Negros”, a outorga ao Infante D. Henrique do monopólio do comércio da Guiné (1443), a passagem do Cabo Branco por Nuno Tristão (1443) e a chegada deste navegador em 1446 ao Sul do Cabo Verde, no continente africano, uma costa que dava pelo nome de “rios da Guiné do Cabo Verde. Em 1445, Lisboa põe à venda, pela primeira vez cativos apanhados nas costas mouriscas e da Guiné; em meados desse século, as viagens à costa da Guiné haviam entrado numa espécie de rotina lucrativa. Outras modalidades de comércio intensificam-se; a cultura da cana-de-açúcar desenvolve-se na Madeira, nas ilhas de Cabo Verde e na região do Golfo da Guiné. Não se pode falar nunca de colonização mas da presença dos portugueses em feitorias e praças ao longo da costa. Os cavalos, os tapetes e os tecidos berberes são trocados pelo ouro e pelos escravos na ilha de Arguim e nas feitorias da Guiné.

A hegemonia comercial portuguesa esboroa-se ao longo do século XVII. Já desde 1592 que se cobrava uma taxa, o consulado, para financiar a segurança dos comboios de mercadorias. Ingleses, franceses, holandeses, dinamarqueses e suecos cruzam agora todas estas paragens que tinham estado reservadas aos navios vindos de Portugal. Os franceses estabelecem-se ao longo do rio Senegal, em 1637. Passando para o comércio negreiro, a Guiné ao tempo é o principal fornecedor de escravos, virá a ser substituída nesta triste função por Angola. Incapaz de competir com a rivalidade comercial que vem da Europa do Norte, Portugal é compelido a organizar companhias de comércio de acordo com o modelo das companhias holandesas e inglesas. Os resultados são desastrosos. A companhia de Cacheu, rios e costa da Guiné, criada em 1676, abre falência ao fim de poucos anos; sucede-lhe em 1690 a companhia do Cacheu e Cabo Verde para fazer o comércio dos negros na região dos rios da Guiné. O Marquês de Pombal virá a enquadrar o comércio colonial por meio de duas grandes companhias, sendo uma delas a Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão (1755) que frequenta a costa da Guiné.

Com o liberalismo, procura-se assimilar tacitamente o Ultramar à metrópole. O manifesto da Junta Provisória de 1820 declara “abolido para sempre o nome injurioso de colónias” e concedido a todos, da Europa, da Ásia ou da África, “o título generoso de cidadãos da mesma Pátria”. Os portugueses reivindicam na África Ocidental a Guiné do Cabo Verde, em 1840, uma faixa litoral com 450 km de extensão que iria do sul da actual Gâmbia até ao sul do rio Nunes, situado no que é hoje o território da Guiné-Conacri. A colónia vai vegetar e o seu comércio passará a ser dominado pelos negociantes e traficantes das ilhas de Cabo Verde, da qual a Guiné depende administrativamente até 1879. Trocam-se escravos contra os panos da terra. Além dos mestiços cabo-verdianos, os raros portugueses que povoam este pedaço de terra esquecido da metrópole são, na sua maioria, degradados. A colónia europeia concentra-se em Bissau e em Cacheu, mais tarde em Bolama. À volta das feitorias e dos presídios vivem as populações autóctones, quase sempre muitíssimo agressivas. Como, aliás, escreve o autor, os portugueses empenham-se na Guiné, a partir de 1840, em intermináveis campanhas de pacificação. Segue-se o período da definição das fronteiras, sempre cobiçadas pelas potências mais poderosas. Foi assim que em 1870 o presidente dos Estados Unidos resolveu a favor de Portugal a questão da ilha de Bolama que a Grã-Bretanha reivindicava. E assim se chegou ao período da colonização que no caso da Guiné correspondeu às campanhas de pacificação. No entretanto, mudava o formato da economia colonial. Em 1898 é fundada a Companhia União Fabril (CUF), que alimenta a indústria do sabão com os óleos vegetais comprados na Guiné e em Angola.

A África portuguesa irá mudar de estatuto na era ditatorial de Salazar, este faz aprovar o acto colonial que define que “é da essência orgânica da nação portuguesa desempenhar a função histórica de possuir e colonizar domínios ultramarinos e de civilizar as populações indígenas que neles se compreendem. O acto colonial subentendia uma forte complementaridade que deveria unir a metrópole e o ultramar. A Guiné torna-se num fornecedor de matérias-primas e a CUF irá dominar a economia guineense. Em 1950, a população africana da Guiné tem 99 % de analfabetos.

Entra-se no período do questionamento colonial, os grandes impérios desmembram-se e aliados de Salazar, como os Estados Unidos, multiplicam as porções para que Portugal emancipe as suas colónias. O resto é uma história muito bem conhecida que se vai centrar à volta do PAIGC que entrará na luta armada em 1963, depois de uma laboriosa preparação de quadros que já no ano anterior começam a subverter a região Sul, com grande êxito, seguindo-se uma parte do Leste e a região do Morés. A guerra de guerrilhas mantém um elevado equilíbrio até 1973, quando a balança dos armamentos mais eficazes pendeu para o lado do PAIGC.

Em 26 de Agosto de 1974 irá ser reconhecida em Argel a independência da Guiné-Bissau. E escreve o autor: “A luta do PAIGC pertenceu, nos anos 70, à galeria dos mitos heróicos do terceiro mundo. O movimento guineense e cabo-verdiano ficou a dever a sua reputação ao facto de ter conseguido obter, praticamente sozinho e pelas armas, a libertação do seu território, por apresentar um projecto de sociedade e por ter à sua frente Amílcar Cabral, chefe carismático. A fricção, até então dissimulada, entre guineenses e cabo-verdianos irá levar ao golpe de Estado de Novembro de 1980 e à separação entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 5 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8508: Notas de leitura (253): Amílcar Cabral – Vida e morte de um revolucionário africano, por Julião Soares Sousa (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P8522: Tabanca Grande (294): José Carvalho Barbosa Silva, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do BENG 447 (Brá, 1965/67)

1. Recebemos do nosso camarada José Carvalho Barbosa Silva (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do BENG 447, Brá, 1965/67), uma mensagem com data de 30 de Junho de 2011, com algumas fotos para publicação.

Este nosso camarada que agora se apresenta à tertúlia, não conta uma pequena história como está estipulado como jóia. Pelo seu endereço electrónico supomos ser emigrante na Alemanha. Claro que o recebemos de braços abertos, esperando que no seu próprio contacto nos conte mais pormenores da sua experiência enquanto ex-combatente na Guiné e, por que não, nos fale um pouco da sua vida enquanto civil e português na diáspora.

Seguem-se as fotos recebidas

2. Em mensagem adicional, o José Barbosa esclarece-nos o seguinte:


Ainda me encontro aqui (Alemanha), desde 1973, não é fácil desistir daqui:- (Os antigos emigrantes, eram outras gentes... Contruimos família, com filhos e netos... Tudo é muito difícel!!!!). Tenho casa em V.N. da Telha-Maia, onde vou -  todos os anos!!! - visitar a minha mae, que ainda é viva. Em Freixeeiro, Matosinhos, são os famíliares da minha mulher. As nossas férias são as visitas famíliares, tudo o mais fica nos poucos dias para lembrança de Portugal... que acima de tudo ainda é Portugal.

Fico agradecido pela vossa comunicação.

José Barbosa, Alemanha
Kroenerei, 36
32351 Stemwede-Dielingen
Deutschland
Telf.: +49 5474 6694



Dispensa de Recolher.


Bissau > José Barbosa à civil.

Bilhete de Identidade do 1.º Cabo Radiotelegrafista José Barbosa

Cemitério de Bissau em 1966


Feira no Copilai


Licença de aprendizagem

Diploma por serviços prestados à Pátria
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8499: Tabanca Grande (293): Manuel Freitas, ex-1º Cabo Escriturário, HM241, Bissau (1968/70)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8521: Convívios (359): XI encontro dos ex-combatentes de Barroselas (Sousa de Castro)

1. O nosso Camarada Sousa de Castro, que foi 1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74, enviou-nos a seguinte mensagem.

Olá meus camarigos,

Um apontamento de mais uma cerimónia realizada em Barroselas, no dia 25 de Junho de 2011.

Recebam um abraço deste camarigo, sempre ao dispor,

Sousa de Castro


XI encontro dos ex-combatentes de Barroselas



No passado dia 25 de Junho de 2011 e como vem sendo hábito desde 2001, realizou-se em Barroselas, concelho de Viana do Castelo o XI encontro de ex-combatentes que prestaram serviço na guerra do Ultramar Português, a que se juntou também a CART 634 do BART 635 que prestou serviço em Angola nos anos 1964/66.

As entidades que estiveram presentes foram as seguintes: o sr. CMDT do Porto de Mar de Viana do Castelo, Capitão-de-Mar-e-Guerra, Victor Martins dos Santos; Major, Bruno da Silva Neves, em representação do CMDT da Escola Prática dos Serviços, da Póvoa de Varzim; Vereador Vítor Lemos, em representação do Presidente da Câmara de Viana do Castelo; Presidente da Assembleia de Freguesia de Barroselas, Profª. Teresa Barbosa; Presidente de Junta de Barroselas, Vasco Lima, Marçal Almeida, Secretário, Prof. Francisco Campos, Tesoureiro; J. Meira, da Liga dos Combatentes de Viana.

Várias personalidades usaram da palavra, com referência especial para os que tombaram ao serviço da Pátria, seguido de deposição de uma coroa de flores junto ao monumento.

A guarda de honra foi prestada por uma secção de militares da EPS (Escola Prática de Serviços) da Póvoa de Varzim.

Na celebração da Missa, presidiu pelo Tenente Capelão, Manuel Costa Pereira, coadjuvados pelos Tenentes capelães, Alípio Torres e Ernesto Faria, e ainda pelos padres, Paulo Correria Director dos Seminário dos Passionistas de Barroselas e José Domingos Oliveira, Pároco de Barroselas.


Participaram também no acompanhamento da missa o Grupo Coral do Agrupamento 85 dos Escuteiros de Barroselas.

De referir que o Tenente Capelão, Manuel da Costa Pereira foi alferes capelão do BART 3873, na Guiné nos anos: Dezembro de 1971/Abril de 1974.

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Nota de MR:

Vd. também sobre este evento o poste de:

Guiné 63/74 - P8520: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (28): Guiné - Tempo de Verão

1. Mensagem de Torcato Mendonça* (ex-Alf Mil da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), com data de 3 de Julho de 2011:

Caríssimo Carlos Vinhal
Vim aqui, em tarde de fica ou sai, li um ou outro texto e comentário e meditei um pouco. Ia responder. Desisti. Para quê dizer que todos, quase todos, os militares desembarcados em Bissau deviam ter feito, (mesmo curta ou muito, muito curta... uma semana com viagens e alimentação incluídas) uma passagem pelo mato. Norte, Sul ou Leste. Viam, ouviam e regressavam mais confortados com uma realidade... bem, ponto final.
Assim, nada comentei e "farejei", encontrando, um escrito de outro tempo.
Passagem de olhos, cortes em demasia talvez e aí vai.
Repara que, ao viver assim nós éramos, disso tínhamos consciência, uns privilegiados.

Bom resto de Domingo.
Eu irei fazer por isso, agora que o Sol se começa a aquietar...

Abração amigo do
Torcato


ESTÓRIAS DE MANSAMBO II - 28

GUINÉ - TEMPO DE VERÃO

Para avivar a memória abri a Agenda de 1969.

Escolhi, essa a intenção, os meses de Julho e Agosto. Folheei a amarelecida Agenda. Apelei fortemente à memória, sobre essa parte de minha vida, quase o quotidiano do 2.º Grupo, o “meu Grupo”. Ali estavam, em breves notas, demasiado telegráficas, o bom senso de então assim aconselhava, o nosso viver colectivo.

Relembro agora. Há sempre um certo receio, uma dúvida quanto ao relato hoje, de acontecimentos há tanto tempo vividos. São o que em verdade, na minha verdade, recordo e transcrevo então.

Picada Afiá / Candamã

Assim:

- Em 13 de Julho, saída de Candamã e Afiá, depois de atribulada estadia de cerca de um mês.

Passagem e pernoita em Bambadinca.

Aí estava o desejado duche, depois de um mês sem o tomar, a roupa limpa, a cama com lençóis, o jantar servido em pratos sobre mesa coberta por toalha, talheres e copos. Um luxo, uma alegria.

No dia seguinte seria o regresso a Mansambo, a nossa base, o campo fortificado como estupidamente o Paigc o apelidava.

Tínhamos assim breves horas para respirar ar puro entre paredes, beber conteúdos frescos em copos de vidro, rir, ver revistas de nosso País e conversar descansadamente. Podíamos, se para isso tivéssemos tempo, melhor se para isso tivesse tempo, fazer uma passagem, em local certo, para passar um bocado com mulher de ocasião. Em Mansambo a única população eram os picadores e famílias. O respeito era a norma, claro.

No dia seguinte afivelávamos vestes e cinturões e partiríamos para fazer aqueles vinte ou trinta quilómetros de picada.

Voltávamos a picar a estrada, aos automatismos, às rotinas, aos olhos na nuca, a carícias às armas. Voltávamos a ser nós ou no que queriam que fossemos. Ali, na picada, na mata um segundo valia muito, o descuido era quase crime. O segundo de distracção podia custar uma vida.

Em Mansambo tratamos do correio, de roupas e relatórios, das novidades e do abraço aos camaradas.

- A 15, dois ou um dia depois, a ordem:

- Amanhã seguem para Bambadinca e depois recebem ordens. Devem ir reforçar, em Galomaro, a 2405 e o COP 7.

E assim foi.

Galomaro era um lugar simpático. Camaradas impecáveis, Posto de Administração Colonial, alguns comerciantes e muita tranquilidade.

Fomos para um aquartelamento em construção. Ao lado, uma pequena pista de aviação de onde, em operações relâmpago saiam os Pára-quedistas. Nós assistíamos, guardávamos as instalações e sabíamos como o In andava furioso. Natural depois da nossa saída do Boé e o termos deixado toda uma imensa zona desguarnecida. O Administrador de Bafatá não entendia assim. Como ele, outros, e, nesses outros é que estava o mal. As nossas Info militares eram pobres, mais do que pobres. As Informações fidedignas tinham outros autores. Para depois…

- A 22 estávamos em Madina Xaquili. Lugar nada agradável.

Galomaro > Torcato Mendonça à esquerda

Regressamos a Galomaro e, em 1 de Agosto, devido ao comportamento do IN fomos para Nova-Cansamba. Tabanca em pretensa autodefesa, mas estava, isso sim, desordenada, sem qualquer plano de defesa e a sofrer ataques com certa frequência. O Grupo que lá estava e fomos render, rapidamente se eclipsou a caminho de destino mais calmo. Ficamos gratos.

Nessa noite fomos logo atacados. Tínhamos montado, no pouco tempo que ali estávamos, uma defesa ainda incipiente. Estavam lá, ao serviço da tal autodefesa, uma Degtaryev, um morteiro 82 IN, muitas munições e bastante armamento entregue à população. Preparamos o nosso material e distribuímos o Grupo. Com um bidão fizemos a nossa “pesada”. Ou seja, cortava-se totalmente uma tampa e, no outro lado só metade. Lá dentro em rajada curta, mais longa de quando em vez, funcionava uma G3. O barulho era brutal. Certo é que a resposta ao ataque, depois de dezoito ou dezanove meses de comissão, foi o suficiente - forte e feio - para não mais, nos quinze dias que lá estivemos, aparecerem. Apareceu mais um ataque de paludismo para mim.

Só.

No dia seguinte, certamente pelo ruído dos rebentamentos e tiros. Não tínhamos rádio mas tínhamos operador, não tínhamos enfermeiro mas tínhamos bolsa, apareceu um Major Pára-quedista. Fizemos breve relatório verbal, pedimos material para a autodefesa e pouco mais. Tinha condições o local e aos poucos iria melhorar. Além disso a população era simpática.

A 15 de Agosto, para desgosto nosso, aí estava a ordem de regresso a Galomaro, em trânsito para Bambadinca.

Em Bambadinca, já com o nosso Comandante de Companhia, breve “briefing” e recebida a ordem. Partida imediata para Candamã. Missão: Encontrar o acampamento do Mamadu Indjai. Informações recebidas sobre esta personagem, breve troca de palavras e uma chamada à parte, feita por alguém, a mim:

- Só sais de lá quando o encontrarem. Depois têm um fim-de-semana em Bafatá. Não tivemos, não havia tempo… falhou… está esquecido e tudo bem.

Saímos, comandados pelo nosso Comandante de Companhia e outro Grupo.

Fizemos uma breve paragem em Afiá para convencer o Lhavo (o melhor Guia que conheci) a acompanhar-nos. A contragosto acedeu.

No dia seguinte lá fomos, com saída de Afiá onde se dera o ultimo ataque IN.

O Lhavo, bem protegido, seguia à frente na habitual progressão tão nossa conhecida. Foi detectado um local onde o IN tinha pernoitado. Apanhado, cuidadosamente claro, algum material perdido e vistas as coberturas feitas com ramos de palmeira (era época de chuvas). Tivemos então consciência de que era um grande e bem armado grupo. Com mais cautelas ainda prosseguimos. Ao final do dia detectamos e confirmamos o local do acampamento.

Regressamos a Candamã e o Batalhão foi informado.

Dois dias depois, em madrugada com chuva miudinha, se a memória me não atraiçoa, os Pára-quedistas, heli-transportados claro, assaltaram o acampamento, destruíram tudo e todo o grupo reforçado do Cmdt do Paigc, Mamadu Indjai, se pôs em fuga. Nós ali emboscados, ajudados por outros não os detectamos.

Caíram numa emboscada, muitos quilómetros depois na estrada de Mansambo para o Xitole, montada pelo 3.º Grupo da “nossa 2339”. Baixas confirmadas e ferimentos graves no Mamadu Indjai.

Regressamos, ainda nesse dia a Mansambo com passagem e, nesse caso, talvez tenhamos pernoitado em Bambadinca.

- Em 24 de Agosto estávamos a fazer parte das tropas que faziam a primeira Operação Pato Rufia. Guiava as NT um elemento do Paigc, aprisionado aquando da destruição do acampamento do Mamadu Indjai.
Borregou a operação e regressamos.

Foi feita a versão dois da Pato Rufia e já não participamos.

Dias depois, já não o esperava, fomos para Afiá e Candamã. Seria uma estadia de um mês, com vinte meses de Comissão. O In desta vez não atacou.

Entre as breves notas e os “flashes” da memória fica muito por relatar.
Digam lá, mesmo assim, se não era divertido fazer tanta viagem, ver e conviver com tanta e variada gente, ter tanto desconforto e algum conforto.
Boa e saudável vida.

Que mais desejaria um jovem de vinte e quatro anos (quase a fazer vinte e cinco), acompanhado de outros, a maioria mais novos, alguns já casados e pais de filhos?

Era agradável?

Se pensar, com a mente a regredir para esse tempo, nem sei ao certo.
Hoje não sei ou, melhor, não quero saber. Prefiro assim.

Regressamos um dia ao nosso País. Diferentes, como que vindos de um mundo irreal… ou teríamos desembarcado num mundo, esse sim, irreal…?

Ninguém me ou nos perguntou. Ninguém estava interessado. Ninguém, ao menos nos interrogou…

- Quem és tu (Romeiro)? Ou sois vós…

- Ninguém… responderia ou responderíamos…

(frase, adulterada, do Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett)
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8503: Os nossos regressos (25): Tempo de partida, há tanto tempo... tanto (Torcato Mendonça)

Vd. último poste da série de 11 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7927: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (27): O absurdo do monólogo a dois

Guiné 63/74 - P8519: Agenda Cultural (142): Apresentação do livro “CATARSE” do Capelão Militar Abel Gonçalves

Camaradas,

Passamos divulgar o seguinte convite para a apresentação de um livro que vai ter lugar na próxima sexta-feira, dia 08 de Julho, na A.D.F.A. - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, do Porto, às 16H00, solicitando a sua divulgação junto dos vossos amigos.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “CATARSE” DO CAPELÃO MILITAR ABEL GONÇALVES

Convidam-se os Associados, familiares e amigos a estarem presentes na apresentação do livro “CARTARSE”, da autoria do Padre Abel Gonçalves, a ter lugar no dia 08 de Julho de 2011, às 16H00, no Salão Nobre da Delegação do Porto.
Esta obra descreve as experiências subjectivas de um ser humano na Guerra Colonial na Guiné que, simultaneamente, assume o papel de Capelão e o de militar, e é uma oferta do seu autor à Delegação do Porto da ADFA, revertendo o produto da sua venda para as obras.
A DIRECÇÃO
O Presidente
(Abel Fortuna)
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Nota de MR:
Vd. último poste desta série de 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8502: Agenda Cultural (141): Inauguração da Exposição de Fotografia Flores Que Não Existem e lançamento do livro Na Kontra Ka Kontra, dia 7 de Julho pelas 17 horas no Vivacidade - Espaço Criativo - Porto (Fernando Gouveia)

Guiné 63/74 - P8518: Os nossos médicos (35): Mais nomes de clínicos do HM241 do meu tempo (J. Pardete Ferreira)

1. Comentário, de 30 de Junho,  do J. Pardete Ferreira ao poste P8482 (*):

 
Naquela madorna, antes de adormecer, por não conseguir lembrar-me de todos os nomes, alguns dos quais eu via distintamente, aqui vão mais uns nomes:


(i) Sérgio Rosa, Medicina Interna;

(ii) Calheiros Lobo, Anestesia e Pediatria (O irmão mais velho, o Cirurgião, já falecido,veio substituir o Bruges e Saavedra), o Calheiros, Anestesista;

(iii) Oliveira e Sá, Medicina Legal;

(iv) O Oliveira, Ortopedista (que, mobilizado por engano, foi-lhe dada a Comissão como cumprida ao fim de... cinco dias!);

(v) O Oliveira que foi ferido por um furriel miliciano e que veio para o HM241 com uma ferida arterial grave, bem com outra, igualmente grave, nas partes mais íntimas;

(v) O Ruy de Brito, Cardiologista, falecido este ano;

(vi) O Oftalmologista que também era 2º Director, (Desculpe ó Colega), o Psiquiatra "barrigudo", como eu agora, (Desculpa lá pá!) que defendia a necessidade de se usar a camisola do FC Porto para se entrar na equipa Cirúrgica;

(vii) O Neves e Castro,  da equipa cirúrgica, o pai dos dois meninos [ Casto] e veio do Porto para a Medicina interna.


Para terminar só vos vou chatear com os que foram depois do meu regresso ao Puto, alguns dos quais, conheci, e bem, noutras lides:

(viii) O Dr. Caixeiro, Director;

(ix) O Prof Fernando Paredes, outro dos meus Patrões em Santa Maria, Cirurgião Plástico, Director do Hospital e Chefe dos Serviços de Saúde.

Se quiserem, continuo na lengalenga com os Oficiais não médicos, com a classe de sargentos, com a de praças e outros.


Mas guardo-me para ir contando as histórias tal como eu as vivi e estou-me perfeitamente nas tintas para aqueles que viveram as mesmas histórias de outra maneira. O que eu não admito é que me chamem, directa ou indirectamente, mentiroso!


Metam isto nas monas uma vez para sempre! Todas as operações que ajudei quer no HM241 quer no Hospital Civil de Bissau, tenho-as registadas em livros próprios, assinadas pelos respectivos directores e com o selo branco em todas as folhas - são documentos oficiais, igualmente registados nos respectivos Hospitais (bem no 241, provavelmente só resta a minha cópia).

Perguntem ao Benjamin Durães quem é que o recebeu no Posto de Socorros da urgência do HM24,  após o seu desastre em Bambadinca, creio.


Adeus e até ao meu regresso.

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Nota do editor:


(*) Vd. poste de 28 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8482: Os nossos médicos (28): Diamantino Lopes, cirurgião do HM241, praxista coimbrão, com grande sentido de humor (António Paiva / J. Pardete Ferreira)

Guiné 63/74 - P8517: Blogoterapia (183): Muito obrigado pelas vossas preocupações com a minha saúde (Mário Fitas)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Fitas (ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 763, Os Lassas, Cufar, 1965/66) recebida há momentos no Blogue:

Caros amigos desta Grande Tabanca,
Tem este e-mail o fim de vos agradecer todos os cuidados e preocupações pela minha saúde. 

Felizmente já me encontro em casa e a fazer boa recuperação.

Ainda não estou em condições de abrir todo o correio e fazer o agradecimento pessoal a todos os amigos que, das diferentes formas, solidariamente se foram interessando pelo meu estado de saúde.

Ser for possível, agradeço a publicação desta mensagem.

Até breve!

Para toda a Tabanca Grande o velho abraço do tamanho do Cumbijã,
Mário Fitas


2. Comentário do Editor

Caro Mário, com a certeza de que estou a falar em nome de toda a tertúlia, quero expressar os nossos mais fervorosos votos de que a tua recuperação seja total, mesmo que demore mais um pouco.

Mantém-te um pouco à margem do Blogue por mais uns dias, e depois poderás ler tudo com mais calma. Se vires algo que não te agrade, chama o Sargento de Dia que ele resolve.

Deixo-te um abraço e a certeza de que em breve estarás de novo operacional.

Pela malta

Carlos Vinhal
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 19 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8448: Blogoterapia (182): A primeira vez! - Em Monte Real (Carlos Pinheiro)

Guiné 63/74 - P8516: As nossas melhores fotos (3): Na senda do Cap Imaginário que eu conheci em Gadamael Porto, em 1974 (Joaquim Sabido, 3ª CART / BART 6520 e CCAÇ 4641, 1973/74)


Guiné > Região de Tombali > Gamael > Maio de 1974 > A primeira visita do PAIGC à tabanca e aquartelamento de Gadamael: Em primeiro plano, ao centro, o Comandante do COP5 (Cap Ten Fuzo Patrício ); do seu lado direito está o comissário político do PAIGC, de cigarro russo na boca. O nosso camarada José Gonçalves está atrás, na segunda fila,  entre os dois. Por sua vez, o capitão Pimentel, comandante da CCAÇ 4152 (***),  está ao lado do José Gonçalves, por detrás do Comandante Patrício. 


Guiné > Região de Tombali > Gamael > 1974 > O capitão Peixoto da CCAV 8452, de T-shirt branca com o seu nome estampado. De lado estão dois capitães do COP5 e de costas o Alf Mil Lobo, da CCAÇ 4152, a minha companhia. Esta foto foi tirada na messe de oficiais da CCAV 8452, construída com troncos e chapas de lata (**).

Fotos (e legendas): © José Gonçalves (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

1. Comentário do nosso camarada Joaquim Sabido  [, foto à direita,] com data de 5 do corrente, ao poste P7187 [ O Joaquim Sabido é hoje advogado, reside em Évora e esteve presente no último encontro em Monte Real]: 


Caros Camaradas:

Att. José Gonçalves e C. Martins, porque se encontravam em Gadamael quando as fotografias foram obtidas, gostaria que, se ainda vierem a estes comentários [ao poste P7187], me confirmassem se o capitão que aparece na 1ª foto, ao lado direito do Comandante Patrício e na 2ª foto, ao lado esquerdo do Cap 
 Peixoto, não é o Cap Imaginário ? (****)

Na 1ª foto, ao lado esquerdo do comandante Patrício, aparece o cabo fuzileiro Pedras, o de barbas e com avantajada envergadura.

No comentário do Zé Gonçalves, do dia 30 de Outubro, [ ao supracitado poste  
P7187, ] posso confirmar que as posições que bombardearam após a visita do Comissário, foram para auxiliar o pessoal que se encontrava em Jemberém [ou Iemberém, como se diz hoje], pois continuámos a embrulhar e bastante nos ajudaram, especialmente o C. Martins, com os seus 14.

Um Abraço a todos os Camaradas, do

Joaquim Sabido, Évora
ex-Alf Mil Art,
3.ª Cart/Bart 6520/73 
e CCaç 4641/73
(Jemberém, Mansoa e Bissau, 1974)
_________________

Notas do Editor:

(*) Ultimo poste da série > 27 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8476: As nossas melhores fotos (2): O Major Pereira da Silva, num zebro, no Rio Mansoa, com outros oficiais, incluindo eu (J. Pardete Ferreira)

(**) A CCAV 8452/72 foi mobilizada pelo RC 4. Partiu para a Guiné a 29/5/1973 e regressou 6/9/1974. Esteve em Gadamael, Cacine, Cumeré e Brá. Comandante: Cap Mil  Cav José Ferreira Rodrigues Peixoto.Fonte: Matos Gomes, C.; Afonso, A. - Os anos da guerra colonial: volume 14: 1973 - Perder a guerra e as ilusões.  Matosinhos: QuidNovi. 2009.

(***) CCAÇ 4152/73:  Mobilizada pelo RI 1. SWeguiu oara a a Guiné em  29/12/1973 e regressou a 12/9/1974.   Esteve em Gadamael e Cufar. Comandante: Cap Mil Inf Rodrigo Belo de Serpa Pimentel. Fonte: Matos Gomes, C.; Afonso, A. - Os anos da guerra colonial: volume 14: 1973 - Perder a guerra e as ilusões. Matosinhos: QuidNovi. 2009.

(****) A única referência (lacónica) que temos no nosso blogue é do próprio Joaquim Sabino: (...) "Sr. Capitão Imaginário, que tive o grato prazer de conhecer em Gadamael Porto, aquando da minha visita ao local [, em 1974]".
 
Pergunta-se: Seria um oficial ligado ao COP5 ? Ou comandante de alguma companhia operacional ?

Guiné 63/74 - P8515: O Nosso Livro de Visitas (113): Virgílio Valente, a viver e a residir em Macau, ex-Alf Mil, CCAÇ 4142 (Gampará, 1972/74)


Actual brazãod e armas de Macau, terra indelevelmente ligada à nossa história, à nossa cultura e ao nosso imaginário e sobre a qual o nosso poeta António Graça de Abreu escreveu este belíssimo poema:

Macau, na foz de um rio de pérolas.
A cidade cicia segredos,
envolta em bruma.

Macau,
exultação e júbilo.
Festas na alma.

Macau,
as portas da baía
abertas para o coração dos dias. (...)



1. Mensagem de Virgílio Valente:

Data: 4 de Julho de 2011 11:35

Assunto: Blogue Luis Graça e Camaradas


Olá. Sou VIRGÍLIO VALENTE, actualmente a viver e a residir em Macau, amigo de muitos dos amigos do Blogue Luís Graça e Camaradas, nomeadamente do António Estácio, que recentemente lançou o livro Nha Bijagó.


Fui alferes miliciano, atirador e com a especialidade de minas e armadilhas, na Guiné, mais precisamente em Gampará, de 1972 a 1974, na CCAÇ 4142.

Cheguei a Bissau a 16 de Setembro de 1972 e fui directo para o Cumeré e depois para Gampará, por LDG, em Outubro de 1972 donde só saí em meados de Agosto de 1974, tendo chegado a Lisboa a 30 de Agosto de 1974.

Soube deste blogue pelo camarada e amigo Manuel Amante da Rosa, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, que foi Secretário-geral do Forum Lusófono aqui em Macau, até finais de Junho deste ano.

Gostava de enviar um abraço de parabéns aos responsáveis pelo blogue e pretendo colaborar neste mesmo blogue pois também tenho muitas recordações para partilhar.

Da minha Companhia ainda só encontrei um comentário. Mas a verdade é que o tempo também tem sido pouco para fazer mais buscas.

Um abraço também ao António Estácio pelo seu livro.

Sou sócio honorário da Associação dos Guineenses e Amigos da Guiné, em Macau.


Um abraço a todos os amigos e camaradas que contribuem para o blogue e para a divulgação de tantas histórias da Guiné, fazendo assim História.

Virgílio Valente
Macau, China
Telemóvel + 85366808034

«Quem fica na ponta dos pés, tem pouca firmeza» / «He who tiptoes cannot maintain equilibrium».


2. Comentário de L.G.:

Meu caro camarada Virgílio: Não precisas de mais nem de melhores cartas de apresentação, Guiné, Gampará, Rio Corubal, CCAÇ 4142, Macau, António Estácio, Manuel Amante da Rosa... 

Entra e senta-te no bentém na nossa Tabanca Grande, sob o nosso secular, mágico, fraterno, frondoso poilão que já dá sombra, protecção e inspiração a mais de meio milhar de amigos e camaradas da Guiné... 

Manda as duas fotos da praxe (uma antioga e outra actual) e começa a contar as tuas histórias de Gampará e da CCAÇ 4142 de que, infelizmente, não temos nenhum representante inscrito... Julgo que serás o primeiro e seguramente bem vindo. 

Um Alfa Bravo para ti e para os nossos camarigos Estácio e Amante da Rosa.
_________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8342: O Nosso Livro de Visitas (112): Campelo de Sousa, ex-radiotelegrafista de rendição individual (Bafatá, 1970; Nova Lamego, 1971/72), relembrando a sua passagem por Bambadinca

terça-feira, 5 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8514: Convívios (358): Almoço, em Beja, em 19 de Julho de 2011, comemorativo dos 50 anos do embarque, no T/T Ana Mafalda, do pessoal do BCAÇ 236 e Pel Mort 16 e 17 (Mário Costa)

1. O nosso Camarada Mário Costa, ex-1º Cabo Op Cripto do BCAÇ 236, solicitou-nos a divulgação do seguinte programa festivo.

Almoço/Convívio comemorativo dos 50 anos (que se cumprirão no dia 19 de Julho de 2011), do embarque no "Ana Mafalda"


CAMARADAS E AMIGOS

Venho pedir em nome de uma comissão "ad hoc" o obséquio da divulgação deste convívio, que pretende realizar a comemoração de tal efeméride.

De notar que temos muita dificuldade em contactar os restantes camaradas deste tempo por falta de endereços, já que os que temos disponíveis referem-se ao período em foram desmobilizados (ano 1963).


Talvez a "Tabanca Grande" dê uma ajuda para encontrar a malta.

Aceitem o penhor do nosso reconhecimento.

Pela Comissão,
Mário Costa 1º Cabo Op. Cripto do BCAÇ 236

P.S. Já não é a primeira vez que escrevo, pedindo esclarecimento relativamente ao dia (exacto) do começo das hostilidades da guerra na Guiné, aquando do ataque ao Comando do BCaç 237 sediado em Tite.

Já encontrei na Tabanca Grande um relato muito bem escrito por em camarada que viveu aquela trágica noite e cujo nome agora não recordo.

Estimo que terá sido na noite de 22 para 23 de Janeiro de 1963. Eu e o meu camarada, também do BCaç 236, Bartolomeu Elias quando estávamos de serviço no Centro Cripto do QG, tomámos conhecimento do primeiro "morto em combate", o Veríssimo, um Ribatejano, segundo julgo saber da Chamusca.
____________

Notas de MR:

Aproveito a oportunidade para te convidar, em nome do Luís Graça e demais camaradas desta tertúlia, para te juntares a nós nesta Unidade cibernética, enviando-nos uma foto tua actual do tipo passe, alguma história de que te lembres e as fotos do teu álbum de memórias.

Camarada Mário Costa, consulta os seguintes postes, que relatam factos desse período e onde poderás encontrar alguma da informação que procuras:


11 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3294: O ataque a Tite, em 23 de Janeiro de 1963 (Parte I) (Carlos Silva / Gabriel Moura )

12 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3298: O ataque a Tite, em 23 de Janeiro de 1963 (Parte II) (Carlos Silva / Gabriel Moura)

23 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3503: Controvérsias (11): O início da guerra (Tite, 23 de Janeiro de 1963) e a estreia da G3 alemã, em 1961 (Santos Oliveira)

Vd. último poste desta série em:


Guiné 63/74 - P8513: Massacre do Chão Manjaco: Guiné, 20 de Abril de 1970 - Estrada do Pelundo a Jolmete - A morte dos Majores Pereira da Silva, Passos Ramos, Magalhães Osório e Alferes Joaquim Mosca (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 2 de Julho de 2011:

Carlos Vinhal,
Estive a preparar este trabalho sobre o massacre dos três Majores ocorrido no dia de 20 de Abril de 1970, no entanto se acharem que não vale apena ser editado, porque já se falou muito disto, eu não levarei a mal.

Entendo que está aqui bem esclarecido esse massacre, pela CCAÇ 2686/BCAÇ 2884 que estava no Pelundo, a mesma que rendeu a CCaç 2367 do meu Batalhão, tal como a CCaç 2585 que rendeu a CCaç 2366 em Jolmete, no Dia 17 de Maio de 1969, também do meu Batalhão, e da qual eu participei na Escolta para a rendição 15 dias depois.

Recentemente, mais propriamente na última semana de Abril, estiveram no local do massacre elementos da CCAÇ 2366 (Periquito Atrevido) e CCAÇ 2368 (Feras) do meu Batalhão.

Na foto recente e junto de habitantes da zona, está o Dr. Moutinho dos Santos que era Alferes da 2366 em Jolmete, mais tarde transferido para outra Companhia com o posto de Capitão.

Sem mais assunto de momento deixo um abraço a toda a Tabanca Grande.
Albino Silva




Nota do Editor: Nesta foto, o Alferes identificado como Joaquim Mosca, é na realidade o Alf Mil Fernando Giesteira Gonçalves. (ver Poste 4653)














Imagens retiradas de "Os Anos da Guerra Colonial"
As devidas vénias a Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes

(Clicar nas imagens para ampliar e permitir a sua leitura)
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 1 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8495: Os nossos médicos (32): Fotos do Serviço de Saúde do BCAÇ 2845 (Albino Silva)

Vd. postes de:

1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2320: Relatórios Secretos (1): Massacre do Chão Manjaco: O resgate dos corpos (Virgínio Briote)
e
3 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2325: Massacre do Chão Manjaco: Todos iguais na morte, mas nos relatórios uns mais iguais do que outros (João Tunes)