segunda-feira, 29 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6063: Recortes de imprensa (23): O desastre do Cheche, no Rio Corubal: excertos de artigo de Teresa Firmino, Público, 6/12/2009

 Guiné > Zona leste > Rio Corubal >  Cheche  > Ancoradouro > "Esta imagem veio publicada num número de 1971 do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa. O que há de macabro é tínhamos abandonado esta região em 1969, foi exactamente aqui que se deu o horrível sinistro que levou à morte 47 dos nossos militares durante a travessia de uma jangada preparada para a operação da evacuação de Madina de Boé. Dizem que é um ponto de indizível beleza, com mata luxuriante".

Imagem digitaliazada e legenda: Beja Santos (2008).


1. A tragédia de Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 , foi  evocada, de novo,  na imprensa portuguesa, através de um trabalho de reportagem da jornalista Teresa Firmino, do jornal Público (*), que já em tempos nos tinha contactado, a nós, editores do blogue, por causa de uma foto da jangada da autoria do nosso camarada Paulo Raposo (**). Ela acompanhou, na Guiné-Bissau, os trabalhos da 4ª  missão da Liga dos Combatentes, que teve por objectivo a localização e a exumação dos restos mortais de militares portugueses, espalhados por cemitérios de ocasião no sul.  Desta vez, a equipa,  chefiada pelo major-general Fernando Aguda,  esteve em sítios como Bolama, Bedanda, Cacine, Catió, Fulacunda, Quebo e ilha das Galinhas.  Em Cheche, na região de Gabu, nas margens do Rio Corubal, a equipa liderada pela antropóloga forense da Universidade de Coimbra, Eugénia Cunha, e com a colaboração do geofísico da Universidade de Aveiro, Hélder Hermosilha, terá  localizado uma vala comum onde se supõe estarem os ossos de oito das 47 vítímas mortais do desastre do fatídico dia 6 de Fevereiro de 1969. Será o o próximo local de intervenção da missão (a 5ª) da Liga dos Combatentes... Nas missões anteriores, a Guidage, Farim e Gabú, foram levantados 55 corpos. (Vd. notícia constante da revista Combatente, nº350, Dezembro de 2009.

 Neste artigo do Público, Teresa Firmino cita o nosso blogue, dizendo:

"O desastre de Cheche é hoje motivo de inúmeros relatos na Internet, nomeadamente no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Os antigos combatentes encontraram essa forma de fazer o luto colectivo da tragédia que viveram. Outros emocionam-se tanto que recusam falar disso".

2. Público 'on line' > 26.03.2010 > À procura dos militares afogados no rio Corubal

Por Teresa Firmino

[Texto originalmente publicado na edição do Público, de 6 de Dezembro de 2009. Reproduzimos aqui alguns excertos com a devida vénia...]


Durante horas a fio, as duas jangadas no rio Corubal fizeram vezes sem conta a travessia para a margem norte. A companhia de caçadores 1790 estava a abandonar o quartel de Madina do Boé, onde tinha sido constantemente flagelada pelo inimigo ao longo de 13 meses, e era apoiada por homens de outras companhias. (...)

Até ali, tudo tinha decorrido sem incidentes. Para trás, tinham ficado os 30 quilómetros entre Madina de Boé e Cheche, e o rio começou a ser transposto na margem sul ao fim da tarde de 5 de Fevereiro de 1969. Passaram toda a noite naquilo. Só podia seguir uma viatura pesada de cada vez. Eram 28, mais 100 toneladas de munições e equipamentos, três auto-metralhadoras Daimler e à volta de 500 militares, conta-nos o então capitão José Aparício, comandante da companhia 1790 em Madina do Boé.

Ao início da manhã de 6 de Fevereiro, só restava na margem sul um grupo de homens: dois pelotões da companhia 2405, outros dois daquela que estava em retirada. "Eram entre 100 a 120 pessoas", diz José Aparício.

Toda a gente entrou na última jangada, que assim levava o dobro da sua lotação de segurança. Era feita por um estrado de madeira, assente em canoas e bidões de gasóleo vazios, puxada por um barco com motor fora de borda. José Aparício ia naquele grupo de homens. O alferes miliciano Rui Felício (que comandava um pelotão da companhia 2405) também.

De repente, a jangada adornou para um lado, atirando vários homens à água. Depois, balançou para o outro e cuspiu outros tanto. Ficou meio submersa, mas não foi ao fundo. José Aparício conseguiu manter-se na embarcação. Rui Felício caiu no rio.

"Estava a ir ao fundo. Percebi - se calhar muitos não perceberam - que tinha muito peso. Atirei a espingarda fora, que pesava cinco ou seis quilos, e a cartucheira à cintura, com outros cinco ou seis quilos. Descalcei as botas e nadei para a jangada." Ouviam-se gritos? "Não, não ouvi ninguém a pedir socorro, a gritar. Nada."

(...) Paulo Lage Raposo, alferes miliciano da companhia 2405, atravessou o rio na viagem anterior. "Vimos que caíram uns para um lado e outros para o outro. Não houve gritos, nem esbracejares, nem coisa nenhuma. Carregados com as armas, as granadas, as botas, iam para o fundo como um prego." Muitos não sabiam nadar, o que agravou tudo. Mas naquele momento a dimensão do acidente passou despercebida.

"Só soube que tinha morrido gente - estou a arrepiar-me a contar isto - quando cheguei à margem e pedi a um furriel para formar o pelotão. Ao fim de dez minutos, fui ralhar com ele porque achava tempo demasiado para ainda faltar gente. Só percebi que se passava alguma coisa porque vi vários a chorar. Aí é que me apercebi que morreu gente. Do meu pelotão, foram 13", recorda Rui Felício.

"É uma coisa que marca para toda a vida. Tive coisas infelizes que já esqueci, mas esta não se esquece nunca. Lembro-me da data. Foi entre as nove as dez da manhã. Há pormenores que nunca mais saem da cabeça. Sei que estava um dia de sol."

(...) [47 é o número de mortos] referido, por exemplo, por José Aparício, tendo em conta os elementos que recolheu: "Morreram no desastre 25 militares da minha companhia e 22 da companhia de caçadores 2405, o que perfaz um total de 47 europeus. Morreram ainda na travessia mais cinco guineenses de um pelotão de milícias que fazia parte da guarnição de Madina do Boé. Felizmente, não morreu nenhum dos cerca de 100 elementos da população que ali viviam connosco e que foram evacuados para a então Nova Lamego, hoje Gabú. Fizeram a travessia em viagens anteriores."

(...) Duas semanas depois do naufrágio, foi organizada uma operação de recolha dos corpos por fuzileiros e mergulhadores. Muitos desapareceram para sempre. Na série de documentários A Guerra, de Joaquim Furtado, podem ver-se imagens aéreas de alguns corpos a boiar, recolhidas pelo piloto da Força Aérea José Nico. "Os [corpos] recuperados foram sepultados nas margens do rio, com as honras militares próprias", relata Joaquim Furtado. (...)

(...) Que a jangada naufragada no rio Corubal tinha excesso de peso,  não suscita grandes dúvidas. Mas o que desencadeou a queda à água de soldados é alvo de versões desencontradas. Os alferes milicianos Rui Felício e Paulo Lage Raposo (o primeiro ia na jangada, o segundo fez a travessia na viagem anterior) dizem que foi o peso a mais, tendo ficado desequilibrada. Com capacidade para dois pelotões (uns 60 homens), fazia a travessia com os últimos quatro pelotões, de duas companhias. "Às vezes facilitamos demais", diz Paulo Raposo. "Para mim, a jangada virou-se porque tinha excesso de peso, embora haja relatos diferentes", diz Rui Felício.

Um desses relatos é o do capitão José Aparício (comandante da companhia 1790, em retirada do quartel de Madina do Boé), também na jangada. Diz que se ouviram tiros de morteiros e, em reacção, o barco a motor que puxava a jangada acelerou demais e fez cair homens.

Não houve tiros de morteiro, dizem Raposo e Felício. "Havia uma paz absoluta naquele rio", lembra Felício. "Estávamos habituados a ouvir tiros. Não era com uns tiros que nos assustávamos", junta Raposo. No documentário A Guerra, de Joaquim Furtado, dá-se voz às diversas versões e suas nuances. "Os morteiros existiram. Não tenho dúvidas", diz José Aparício a Furtado. "Há pessoas que disparam armas e sabe-se quem foi. Esta gente foi ouvida." Estava previsto dispararem-se morteiros para a margem sul do rio, quando todos tivessem deixado essa margem, no fim da operação.

É mostrado um filme feito pelo piloto José Nico, que filmava a penúltima travessia mas recebeu indicações para ir filmar os morteiros. Vêem-se os disparos das armas: "É durante esta filmagem que recebe a notícia do naufrágio da última jangada", ouve-se Furtado a dizer. "Imediatamente a seguir, José Nico filma estas imagens que mostram a jangada acidentada no meio do rio, enquanto alguns militares tentam as primeiras operações de socorro." Este acidente deixou a operação Mabecos Bravios (cães selvagens) tristemente célebre. (...)
_______________

Notas de L.G.:

(*) Além do artigo, parcialmente transcrito aqui, vd.  também:  A última jangada no rioCorubal. Público, 25.03.2010.
Por Teresa Firmino, em Cheche

(...) Quatro décadas depois, continua a existir uma jangada em frente a Cheche. É agora moderna, tem motor próprio e serve para a travessia de carros apenas. O resto, pessoas, bicicletas, motas, vai de piroga, e há várias. Imperturbável, o Corubal é tranquilo nesta época do ano, a mesma do acidente, e a água, um tanto esverdeada, é ladeada por margens íngremes cobertas por árvores e vegetação densa. Ao sítio da travessia, com Cheche do lado de lá, chega-se por uma estrada larga, depois de uma sucessão de tabancas na berma de um caminho de terra, ponto de encontro de quem está à pesca, de quem lava a roupa e a estende no chão, de quem toma banho ou de quem simplesmente passa por ali.


 (**) Vd. postes recentes publicados no nosso blogue:
2 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5920: Ainda o desastre de Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (6): Missão da Liga dos Combatentes resgata corpos (Beja Santos)

22 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5866: Ainda o desastre de Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (5): uma versão historiográfica (?) (Luis Graça)

21 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5861: Ainda o desastre do Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (4): Cem anos que viva nunca esquecerei as imagens da catástrofe e o diálogo entre o Alf Diniz e o Cap Aparício (Rui Felício)

21 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5859: Ainda o desastre do Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (3): O oficial mais graduado que ia na jangada era o Cap Aparício, comandante da CCAÇ 1790 (Paulo Raposo)

21 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5858: Ainda o desastre do Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (2): Acima do Alf Diniz, só havia 2 homens, os Cap Aparício (CCAÇ 1790) e Jerónimo (CCAÇ 2405) (Armandino Alves)

20 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5851: Ainda o desastre de Cheche, em 6 de Fevereiro de 1969 (1): Silvina Claudino, de 26 anos, uma sobrinha que o 1º Cabo José Antunes Claudino, da CCAÇ 2405, natural de Alcanhões, Santarém, nunca conheceu

Guiné 63/74 - P6062: Blogpoesia (70): Sete fotopoemas da (e)terna China (António Graça de Abreu)

República Popular da China > Província de Hunan > Parque Nacional de Zhangjiajie, no sul da China: criado em 1982, tornou-se mundialmente famoso  com o filme Avatar, do realizador canadiano James Cameron





República Popular da China > Pequim > Parque Beihai: a noroeste da Cidade Proibida: tem 69 hectares, e remonta o início da sua construção ao Séc. X.




República Popular da China >  A Grande Muralha...






Fotos e pooemas; © António Graça de Abreu (2010). Direitos reservados (*)

[ Edição  / legendas /  título do poste: L.G.]

______________

Nota de L.G.:

Vd. último poste do António Graça de Abreu, poemas de Macau e Hong Kong  > 1 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5915: Blogpoesia (66): Poemas de Macau e Hong Kong - Parte II (António Graça de Abreu)

domingo, 28 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6061: Fajonquito do meu tempo (José Cortes, CCAÇ 3549, 1972/74) (5): A mina A/P que estropiou o Vasconcelos na estrada para Cambajú

1. Mais um texto, singelo mas comovente,  do José Cortes, que vive em Coimbra (*):


Data: 7 de Março de 2010

Assunto: Narrativas de Fajonquito

Como prometi na minha entrada para a tertúlia, aqui vai a narrativa de um acontecimento, durante a comissão na Guiné.

A mina que estropiou o Vasconcelos.

Estamos em Outubro de 1972, mais ou menos 6 meses de comissão, dia 12 ou 13.

Ao fim da tarde daquele dia, três viaturas civis estão estacionadas na parada do aquartelamento, junto ao parque auto, a carregar pessoal. Como sabes,  a lotação das viaturas era mais que lotada.

Partiram logo de seguida com destino ao Senegal,  via nosso destacamento de Cambajú, que ficava junto á fronteira.

Passado pouco tempo de terem partido, talvez uma hora, ouvimos rebentamentos. Contactados os destacamentos, Cambajú dizia que era na estrada de acesso ao destacamento, mas que não havia NT no local.

Informamos que iam a caminho três viaturas civis com destino ao Senegal.

Saiu o grupo do furriel Deus, e ao chegar à picada,  o que demorou algum tempo pois tiveram que cumprir as normas de segurança entre as quais picar a estrada, depararam com as três viaturas incendiadas dentro do mato e com os civis alguns mortos e outros feridos,  principalmente queimados. Foram atacados a roquetada.

Foram levados para o destacamento e foi pedida a evacuação dos feridos.

A evacuação só podia ser feita no dia seguinte pois entretanto escureceu e os helis não voavam de noite.

No dia seguinte logo cedo é formada uma coluna de apoio ao destacamento, tanto para reabastecimento como para ajudar a cuidar dos feridos civis.

A coluna partiu, e a partir da Bolanha de Nhacra, começa-se a pôr em prática os processos de segurança entre os quais a picagem da estrada. A velocidade da coluna é reduzida e avançamos a passo de caracol, como era necessário.

Eu seguia na Mercedes,  uma viatura pesada de carga,  que transportava colchões para os civis que não precisavam de evacuação mas ficavam no destacamento para serem tratados. E outros artigos de reabastecimento. A meu lado seguia o condutor,  salvo erro era o Celestino, apoiado no guarda lamas e em cima do pára-choques ia o Vasconcelos,  soldado mecânico,  que era a primeira vez que saía do aquartelamento.

Como a velocidade das viaturas era reduzida devido à picagem, e a segurança até ao local do acidente no sentido Cambajú - Fajonquito estava feita pelo pessoal do destacamento, quando nos aproximamos do local onde as viaturas tinham sido atacadas, a coluna parou, para que a segurança que estava na estrada seguisse nas viaturas para o destacamento e deixávmos os nossos na estrada.

O Vasconcelos,  pela sua inexperiência, mal viu as viaturas queimadas,  saltou do pára choques da Mercedes, para ir ver as viaturas que estavam dentro da mata aí uns 20-30 metros. Ao dar os primeiros passos,.  ouviu-se um rebentamento... Tudo no chão... Quando o pó começou a assentar,  os gritos do Vasconcelos quebram o silêncio que entretanto se estabeleceu pelo susto. O Vasconcelos tinha pisado uma mina A/P que estava colocada no trilho de acesso às viaturas civis.

A experiência do comandante do pelotão de milícia de Cambajú,  e talvez não só, não se safou de ser apontado como sabedor da localização das minas, tal foi a rapidez com que detectou a segunda mina e procedeu ao seu levantamento.

Depois de levantada a mina,  fomos buscar o Vasconcelos que não parava de gritar. A sua perna direita tinha desaparecido até á coxa, o fémur estava sem carne até ao joelho e a sua perna esquerda tinha fractura exposta do perónio e no joelho.

Colocado o Vasconcelos num colchão dos que vinham na viatura, a mesma partiu em direcção ao destacamento, onde tinha acabado de chegar heli que ia fazer a evacuação dos civis feridos no ataque do dia anterior.

No destacamento foi outra guerra,  porque os civis não queriam deixar que o nosso homem fosse evacuado e eles não. Os ferido mais graves acompanharam o Vasconcelos e os mais ligeiros ficaram, mas foi preciso o furriel Deus impor a sua autoridade de arma em punho.

Isto passou-se salvo erro (pelo dia) no dia 14 de  Outubro de 1972. Nunca mais soubemos nada do Vasconcelos.

Em Novembro de 1998, 26 anos depois, ouvi na Rádio Renascença uma mensagem onde só apanhei a palavra Deixóspoisar, liguei para a RR onde me foi dado o contacto de quem tinha deixado a mensagem. Quando liguei e do outro lado me responderam que quem falava era o Vasconcelos,  as lágrimas caíram pela cara abaixo,  a minha mulher de volta de mim a perguntar o que era, eu sem poder falar, tal era a emoção de estar a falar com a pessoa que eu nunca mais pensava encontrar. No fim de semana seguinte o Vasconcelos almoçou em minha casa comigo,  começamos a trocar alguns contactos que tínhamos e a partir daí os encontros da companhia fizeram-se anualmente, coisa que nunca tinha acontecido nos 27 anos antes.

Pronto,  esta foi uma das ocorrências em que estive envolvido, depois hão-de seguir outras.

Um abraço, José Cortes

2. No mesmo dia o José mandou a seguinte mensagem do seu camarada José Bebiano, com conhecimento ao nosso blogue:



Caro amigo José Bebiano: Espero não te maçar com os meus emails,  nem sei se queres recordar os tempos da Guiné.

 Queria-te perguntar se te lembras de um furriel da companhia 2742, que era de Coimbra.  Só o conheco lá e mesmo assim falámos pucas vezes, porque eu andava a ser enganado pelo sargento que a companhia tinha,.  do material de guerra. Entregou-me listas com armas que já não existiam e depois vi-me enrascado para me safar no fim da comissão. Valeu-me um sargento ajudante do Batalhão do Serviço de Material, que era pai do nosso alferes Filipe.

 Caso te lembres do nome do Furriel, que salvo erro se chamava Borges mas não tenho a certeza, agradecia pode ser que o encontre por cá. 

Já agora ainda não te disse mas eu sou de Coimbra,  nascido e criado. Sou funcionáriodo SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), faço serviço já vinte e seis anos, como técnico de manutenção nos Hospitais da Universidade de Coimbra, ainda estou no activo pelo menos mais dois anos não quero ir já para casa. Tenho dois filhos, uma com 34 anos e um com 32 anos e um neto de cada um, que são a alegria dos avós. 

Guiné 63/74 – P6060: O meu álbum de fotos (3) (Alfredo Dinis)

1. O nosso Camarada Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS da CART 6523 - Nova Lamego -, 1973/74, dando continuidade à publicação das suas fotos (postes P5369 e P6033), enviou-nos em 27 de Março de 2010, a seguinte mensagem:

Camaradas,

Hoje envio mais algumas fotos das minhas "férias" passadas em Nova Lamego.


Estas considero-as de rara oportunidade, pois foram obtidas no início do ano de 1974, após uma mortífera emboscada que nos preparou o PAIGC, onde a nossa Companhia sofreu 7 mortos e 2 feridos com gravidade.
A coluna saíra de Nova Lamego em direcção a Piche, estávamos no princípio do ano de 1974, se não me engano, à frente seguia uma viatura chaimite carregada de pessoal da minha Companhia.
Aspecto de uma Chaimite idêntica à que seguia no topo da coluna, que, a dada altura, pouco antes de chegarmos a Piche, foi atingida com granadas de RPGs, disparadas por um guerrilheiro do PAIGC, que se encontrava acoutado em cima de uma palmeira, provocando 7 mortos e 2 feridos com muita gravidade.
Após o ataque estou Eu em pleno tratamento dos feridos: o motorista, Alf Mil Silva, Fur Mil Cripto Alves e o Fur Mil Santos
2 soldados que não consigo identificar, o Fur Mil Santos, o Fur Mil Cripto Alves, o Alf Mil Silva e EU
Também com algumas escoriações ficou o Alf Mil Freitas (Madeirense)
O Alferes Silva também tinha ganho alguns arranhões
Nova Lamego > Aqui foi a vez de tratar de graves queimaduras do Filipe, resultantes da explosão de um gerador de energia, no quartel
Nova Lamego > Ainda a tratar das queimaduras do Filipe
Na calmaria que se seguiu, poso para a foto junto do Alf Mil Freitas (Madeirense)
O Alf Mil Silva, Eu e o Alf Mil Freitas
Um abraço para todos,
Alfredo Dinis
1º Cabo Enf CCS do BART 6523

Fotos: Alfredo Dinis (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

21 de Março de 2010 > Guiné 63/74 – P6033: Estórias avulsas (78): O meu álbum de fotos 2 (Alfredo Dinis)

Guiné 63/74 – P6059: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (36): Reunião magna no Palácio do Governador (Mário G R Pinto)


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a sua 36ª mensagem, em 25 de Março de 2010:

Camaradas,

Ao desfolhar o caderno de apontamentos, onde se encontram as minhas memórias descritivas, fui encontrar este curioso acontecimento que se propunha, então, mudar o curso da guerra.

REUNIÃO MAGNA NO PALÁCIO DO GOVERNADOR
Faz precisamente este mês quarenta anos, que o General Spínola - Com-Chefe do CTIG, decidiu convocar todos os Comandantes de Batalhão, Oficiais de Operações e Comandantes de Companhia de todas as unidades sob o seu comando.

De todos os pontos do território afluíram a Bissau, os oficiais com as patentes de capitão e seus superiores (majores, tenentes coronéis e coronéis), que além de Bissau comandavam as unidades chamadas do “Vietname”.

Como é óbvio, todos se digiram para a capital, interrogando-se sobre o que teria o "Caco" em mente, para convocar tão magna reunião.

Especulava-se entre os oficiais, durante o jantar no dia anterior á reunião no Solar dos Dez.

A presença dos majores Passos Ramos, Pereira da Silva e Osório, do Comando Operacional de Teixeira Pinto, deixava antever que alguma coisa estaria relacionada com aquele sector.

No dia seguinte, há hora estabelecida para a reunião magna, 09H00 da manhã, deu entrada no salão o General Spínola e o seu Staff de oficiais, para presidir a tão alta reunião.

Depois de agradecer a presença de todos expôs, aos presentes, o seguinte:

"Meus senhores, a guerra na Guiné pode terminar dentro de pouco tempo, porque dos contactos directos havidos no Norte, entre oficiais Portugueses e grupos rebeldes, estes têm revelado intenção de se entregarem às autoridades Portugueses, desde que tenham garantias de que não serão sujeitos a represálias, e que serão integrados na sociedade Guineense.

Este propósito, a materializar-se, pode conduzir a uma reviravolta da política Nacional em relação à Guiné e, posteriormente, aos restantes territórios Ultramarinos.

Portanto, todas as unidades militares têm que estar preparadas para receber os grupos rebeldes, que voluntariamente deponham as armas, pois é muito provável que o movimento, a partir do Norte, se estenda rapidamente a todas as regiões da Guiné".

Era o nosso General e Com-Chefe, na sua maior convicção de psicologia enganosa que iria mais tarde custar a vida aos célebres majores; Passos Ramos, Pereira da Silva, Osório e ao Alferes Mosca, juntamente com os Guineenses que os acompanharam, numa morte cruel e bárbara como se veio a constatar mais tarde.

Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art

Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

6 de Março de 2010 > Guiné 63/74 – P5941: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (35): A dança das bazucas (Mário G R Pinto)

sábado, 27 de março de 2010

Guiné 63/74 - P6058: Convívios (208): Encontro de Confraternização da CCAÇ 763, em 22 de MAIO de 2010 – Boleiros/Fátima (Mário Fitas)

1. O nosso camarada Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763, “Os Lassas”, Cufar, 1965/66, enviou-nos a seguinte mensagem, com data de 26 de Março de 2010:

ENCONTRO DE CONFRATERNIZAÇÃO DA COMPANHIA DE CAÇADORES 763
Camaradas,

Anexo o programa do encontro da CCAÇ 763 os "Lassas".

Solicito que seja incluída a indicação, que este encontro se encontra aberto a todos os que, em CUFAR e ao redor, colaboraram com a CCAÇ 763.


Exemplos: A CCAV 703 - CCAÇ 728 "Os Palmeirins de Catió" - a CCAÇ 1484, que muito nos ajudou quando já estávamos todos “rotos” - a 4ª. CC de Bedanda, aqueles a quem demos a instrução na fase operacional, a CCAÇ 1500, etc.


Enfim todos aqueles que connosco conviveram em CUFAR e queiram estar no nosso neste 45º Aniversário da nossa chegada à Guiné.


ANO: 2010
E Já lá vão 40 anos!!!



OPERAÇÃO ROLO

21 de Maio de 1966 – A Companhia de Caçadores 763, a 2 Grupos de Combate, sai do Quartel de Cufar, pelas 04h00, colaborando na Operação ROLO que visava a desobstrução da estrada para Bedanda. Até às 09h30 foram retiradas ou destruídas 33 abatizes de grande porte.

Enquanto a coluna auto seguia pela estrada escoltada pela CCAV. 703 que, entretanto, tinha montado a segurança, a nossa Companhia recebeu a missão de se deslocar para a região de Cabolol, tendo sido atacada pelo IN junto das povoações de Cabolol Balanta e Cabolol Lande.
Perante a nossa reacção o adversário foi posto em fuga, mas quando nos preparavamos para retirar, voltaram a atacar-nos, mas, foram de novo desalojados, em consequência do nosso contra-ataque.

Nessa operação, a Companhia que teve o apoio dos T-6, sofreu um ferido ligeiro.

Companheiros,

Quando a 13 de Fevereiro de 1965 embarcámos para a Guiné, éramos mais novos, é verdade, mas não sabíamos o que hoje sabemos.

Desde esse dia até hoje, todos vós, todos nós, temos continuado a lutar pela vida, agora, não só pela nossa, mas também por a daqueles que nos rodeiam.

A vida é dura, companheiros, mas não adianta apenas lamentarmo-nos. Afinal, ainda cá estamos e, melhor ou pior, vale a pena continuarmos vivos e, na medida do possível, aproveitar algo de positivo dessa situação.

É, exactamente, porque sabemos como é sempre um momento de alguma satisfação, que te vimos desafiar para o:
ENCONTRO DE CONFRATERNIZAÇÃO DA
COMPANHIA DE CAÇADORES 763

ESTE ANO, O NOSSO ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO VAI REALIZAR-SE NO DIA 22 de MAIO de 2010
PROGRAMA

12.00 horas – Chegada ao Restaurante TRUÃO (Estrada de Minde – Largo da Capela – Boleiros), telef. 249521542.

13.00 horas – ALMOÇO
EMENTA
  • Entradas na mesa
  • Açorda de Cherne com camarão
  • Galo c/ couves e miúdos do dito
  • Buffet de sobremesas
  • Vinhos Verde e da Região
  • Café
  • Digestivos
PREÇOS (os mesmos)
Pessoal da 763 .............. 28,00 euros
Familiares ..................... 27,00 euros
Crianças ........................ 12,00 euros

Sem ti não haverá Almoço?
Claro que há, mas não é a mesma coisa!!!
A tua presença é indispensável. Contamos contigo!!!

CONTACTOS (telemóveis):
Mário Ralheta ………….....….. 965591915
Belarmino Acúrsio ……....….. 917588896
Artur Teles ………….......….….. 969031452
Jorge Paulos ........................... 962333356

RESTAURANTE / ITINERÁRIO:
Quem vai pela A1, sai em direcção a Ourém /Fátima / Batalha. Segue pela rampa para Ourém. Na rotunda – 1ª saída para a Estrada de Minde/N360. Passa 1 rotunda e, cerca de 7 minutos depois, vira à esquerda na Est. Principal de Fátima, percorre cerca de 3 minutos e encontra Boleiros.

Um abraço do tamanho do Cumbijã,
Mário Fitas
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763
__________
Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

Guiné 63/74 - P6057: Parabéns a você (93): Os novos Notáveis do Reino, Sir Charles Vinhal & Sir Edward Mc Ribeiro, armados Cavaleiros da Tabanca Redonda (Mário Miguéis)

Mário Miguéis da Silva (ex-Fur Mil de Rec Inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72)
Texto e imagem: © Mário Miguéis da Silva (2010). Direitos reservados
1. Meus caros Marquês de Vinhal e Conde de Ribeiro Bravo:
Acabou de chegar às 4 e tal da manhã, em correio expresso, as tão desejadas "pranchas" do Barão Migas de Esposende, e Cavaleiro de Bambadinca... Noutra encarnação, Mário Miguéis da Silva. Foi fantástico, inexcedível, não quis falhar com o prometido...Estou-lhe imensamente grato. Reproduzo a seguir a "secreta" correspondência trocada com ele nestes dias. Agira sigo para Coruche. LG.
2. Mails trocados entre mim e Mário Miguéis:
(i) 16 de Maio de 2010:
Querido Mário:
Não sei se vais ao encontro, em Coruche, no dia 27 de Março, do pessoal da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e unidades adidas... Por uma razão ou outra, nunca fui aos encontros do BART 2917... (Nada tenho hoje contra ninguém, não julgo ninguém, não condeno ninguém, incluindo o Anjos de Carvalho)... Tenho ido a alguns encontros do batalhão anterior, o BCAÇ 2852... Se fores, encontramo-nos em Coruche. Ou então, o mais tardar em 19 ou 26 de Junho, no V Encontro Nacional da nossa Tabanca Grande,em Monte Real... Até lá preciso de te pedir um favor... Se estiveres "inspirado" e tiveres "tempo e pachorra", gostava que me fizesses uma pequena "homenagem em BD" a dois colaboradores do nosso blogue, o Carlos e o Eduardo que fazem anos no mesmo dia.. .a 27 de Março... Uma coisa singela, mas que exprima a nossa gratidão e testemunhe a nossa camaradagem... Utiliza apenas este endereço, para manter o "sigilo"... Um abração, Luis (ii) 17 de Março de 2010:
Caro Luís:
Só para acusar a recepção e adiantar-te que, embora o Carlos e o Eduardo mereçam tudo de bom e mais alguma coisa, a minha colaboração (sinto-me honrado por a teres solicitado) vai ter que ser mesmo muito "singela"...É que, desta feita, tenho, precisamente desde ontem e até final do mês, em minha casa os meus dois filhos, que trabalham no estrangeiro (e quanto a disponibilidade fica tudo dito). Um abraço, Mário Miguéis (iii) 17 de Março de 2010: Mário: Mesmo singela que seja, terá a tua "dedada", a marca do teu talento... Goza plenamente a companhia dos teus filhos. Tudo de bom para eles, para ti e demais família. Luís (iv) 24 de Março de 2010: Caro Luís, Regressa hoje ao estrangeiro um dos meus filhos, partindo o outro amanhã, final do dia. Entretanto, a única coisa que consegui fazer relativamente à BD solicitada foi idealizar a mini-estória*, já que a família não me dá hipóteses nenhumas (estou sempre de serviço). Só na madrugada de 26 estarei em posição de te remeter os desenhos, esperando que tenhas possibilidades de editares em tempo útil (caso contrário, "siga a marinha!..."). Optimista por natureza (quem dera!), acredito que não terei de te pedir desculpas. Um abraço, Mário Migueis. * - Os dois aniversariantes são fidalgos da tua côrte e andam por esse mundo do Senhor a fazer coisas boas. Quando regressam para um aniversário em família, são armados Cavaleiros da Tabanca Redonda por Luís Henriques, O Graça (esse mesmo) pelos altos serviços prestados e passam a a figurar (os seus retratos) no Salão Nobre dos Notáveis do Reino. É só. (v) 25 de Março de 2010: Miguel: Estou ansioso por te rever... Não estás a pensar vir ao nosso encontro, em Monte Real, a 26 de Junho ? Quando (e se) passar por Esposende apito-te... Vou ao Norte quase todos os meses (...). (...) Obrigado pela tua generosa e solidária resposta, dentro do melhor "espírito de Bambadinca"... Terei muito gosto em integrar a tua "prancha" no nosso texto de homenagem aos nossos dois co-editores, o Carlos e o Eduardo...Ou autonomamente. Logo verei. A ideia parece-me gira... Trabalharei na noite de 26 para 27, se necessário... Não tem problema... (Às 9h30 de sábado, vou a caminho de Coruche, para participar pela 1ª vez no encontro da malta do BART 2917 + unidades adidas... Ia adorar encontrar o Anjos de Carvalho, que me quis dar um porrada e/ou mandar para a psiquiatria por causa do "Assassinos, criminosos de guerra, limpo o cú às folhas do RDM", nesse trágico dia de 26 de Novembro de 1971 (em que tivemos seis mortos e 9 feridos graves a caminho da Ponta do Inglês... Sei que já tem aparecido... Não lhe guardo qualquer rancor... Dar-lhe-ei um abraço, como faço a qualquer camarada de Bambadinca...War is over...). A caixa de correio está aberta 24 horas por dia... Por razões de segurança, usa também os meus mails, o pessoal e o profissional (...). Um chicoração. Curte os teus filhos, que é o melhor que a gente tem (Eles vivem e trabalham no estrangeiro ? Ou estudam ainda ?) PS - E a propósito de BD, tens obra "publicada" ? Talento, a jorros, não te falta... (vi) 17 de Março de 2010, às 4h10: Caro Luís, Pelas minhas contas, as idades do Vinhal e do Magalhães Ribeiro que estás a indicar não correspondem (Terão 52 e 48, respectivamente). Acabo de reparar numa msg do sistema, que me faz duvidar da boa expedição do m/e-mail de 26 com a "BD"; recebeste bem?... Mário Miguéis Observ.: 2º reenvio, às 4 e tal da manhã, em boas condições... (vii) 27 de Março de 2010, às 8h00: Mário: Foste Fantástico... Just in time... Vou editar... Depois falo contigo...E depois sigo para Coruche.. Abração do tamanho Geba e do Corubal. Luís

Guiné 63/74 - P6056: Parabéns a você (92): Carlos Vinhal, 62 anos, o braço direito do nosso blogue, um incansável trabalhador da nossa Tabanca Grande (Luís Graça)


Guiné > Região do Oio > Mansaba > CART 2732 (Mansabá, 1970/72)> Foto de Outubro de 1970 (seis meses de comissão) : 3º Pelotão, secção do Fur Mil Vinhal (primeira fila, à direita, ladeado pelo seu amigo Ornelas).

Foto: © Carlos Vinhal (2006). Direitos reservados


1. O Carlos Vinhal está connosco desde 25 de Março de 2006, ou seja, desde a I Série do nosso blogue, o que significa que é um sénior, integrando desde então a nossa Tabanca Grande... Entrou cerimonioso, educado, e discreto, como continua a ser o seu timbre, tratando-me por você (*):

"Caro Luís Graça: Entrei recentemente no seu site e, como antigo combatente da Guiné, queria deixar o meu modesto contributo para aumentar o número daqueles que não têm complexos em assumir-se como antigos combatentes de uma guerra que, a não querendo, dela não fugiram. (...)



 "Passo a apresentar-me: (i) chamo-me Carlos Esteves Vinhal, fui Furriel Miliciano Atirador com a especialidade de Minas e Armadilhas; (ii) fui incorporado como instruendo do CSM em Abril de 1969 nas Caldas da Rainha (RI5); (iii) a especialidade de Atirador tirei-a em Vendas Novas (EPA); (iv) em Novembro fui para Tancos (EPE) onde tirei o 33.º Curso de Minas e Armadilhas; (v) em Dezembro rumei para o Funchal onde ajudei a dar a Especialidade de Atirador a um grupo de militares madeirenses com os quais se formaram as duas primeiras Companhias do Grupo de Artilharia de Guarnição n.º 2 (GAG2) a irem para o Ultramar: a CART2731 foi para Angola e a minha, a CART2732, embarcou no Cais do Funchal para a Guiné no dia 13 de Abril de 1970, chegando a 17; (vi) uns quantos dias em Brá e no dia 21 do mesmo mês seguimos para Mansabá, situada entre Mansoa e Farim, onde permanecemos até finais de Fevereiro de 1972.


"Como se tratava de uma Companhia independente ficámos dependentes administrativa e operacionalmente ao BCAÇ 2885, sediado em Mansoa. Os Oficiais, Sargentos, Cabos e Soldados especialistas eram todos continentais. Os madeirenses, homens de comprovada bravura, eram aquilo que poderíamos chamar a carne para canhão. A verdade é que muitos deles foram feridos em combate mais de uma vez e nunca viraram a cara à luta. Verdadeiros heróis anónimos, embora alguns reconhecidos e louvados até pelo General e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné.


"Perdemos três militares madeirenses, dois em combate quase no fim da comissão (o Vieira e o Barbosa) e um por acidente (o Silvestre). O soldado Malcata, oriundo do continente, morreu de doença. Perdemos também o Alferes Couto que, tendo como eu o Curso de Minas e Armadilhas, viu-lhe rebentar nas mãos uma mina antipessoal. (...)

"É com muita honra e a título de homenagem aos meus valorosos camaradas madeirenses da CART2732 e em particular ao meu 3º Pelotão que anexo duas fotografias [,  uma da minha Secção e outra do meu Pelotão]. (...)

"Refira-se que nesta altura - e só tínhamos 6 meses de comissão - já a Companhia se encontrava desfalcada. Já havia morrido o Alferes Couto e estava hospitalizado o Alferes Bento,  comandante do meu Pelotão, vítimas do mesmo incidente. (...)."

Nessa altura, a entrada de um novo camarada na nossa tertúlia era saudada com um simples olá, sem  mais paleio... Foi isso que eu fiz: "Amigos e camaradas de tertúlia: Abram aulas para receber mais um camarada da Guiné. Aqui vai o testemunho do Carlos Vinhal, ex-furriel miliciano da CART 2732 (Mansabá, 1970/72)"...

Estava longe de imaginar que ele ia ser o meu primeiro co-editor e o meu braço direito, absolutamente imprescindível, sem o qual o nosso blogue não teria tido a longevidade que já atingiu, perfazendo seis anos, daqui a menos de um mês, a 23 de Abril de 2010... (Naturalmente não posso esquecer o contributo fundamental da restante equipa editorial, que inclui o Eduardo Magalhães Ribeiro e o Virgínio Briote,  este em licença sabática).







Guiné > Região do Oio > Mansabá > CART 2732 ( 1970/72) > Estrada Mansambá-Farim >O Carlos Vinhal e o Sousa à sua esquerda, segurando uma mina anticarro detectada a tempo e levantada.


Foto: © Carlos Vinhal (2006). Direitos reservados


2. Só o ano passado, imaginem, é que eu descobri, por mero acaso, que o nosso querido co-editor Carlos Vinhal fazia anos a 27 de Março... Em 2008 ele pagou a respectiva jóia e entrou para o Clube dos Sexas (**)... Como continua com as quotas em dia, tem direito a comemoração especial... A série Parabéns a Você foi criada por mim, em 20 de Dezembro de 2007, para celebrar o 61º aniversário de outro dinossauro do nosso blogue, o Humberto Reis, o meu querido amigo e vizinho de Alfragide, e duplo camarada de Bambadinca (partilhámos o mesmo quarto e pertencíamos à mesma companhia independente, a CCAÇ 12)(***).

Esta série não teve continuidade em 2008 e foi preciso o génio organizativo do Carlos para, em 2009, passarmos a ter o champanhe pronto a saltar, sempre que se sabia de alguém que fazia anos... E com esta história toda já lá vão mais de 90 postes, os últimos dos quais dedicados ao Rui Silva e, ainda há minutos, ao Eduardo MR  (****)...

O Carlos tem sido, no desempenho desta tarefa, um verdadeiro gentleman, mais do que o mordomo da festa, o verdadeiro anfitrião da Tabanca Grande... É ele também quem, habitualmente, faz as honras à casa, acolhendo na Tabanca Grande os novos "amigos e camaradas da Guiné" ... Como só ele sabe fazer: com eficiência e discrição mas com sempre com acúçar e com afecto.

Devo dizer que, desde a primeira hora (Abril de 2006), ele interpretou muito bem, e interiorizou melhor ainda,  o espírito do blogue e o seu core business que não é discutir a guerra colonial, mas dar voz aos que a fizeram, de um lado e do outro.

Trabalhador incansável, o Carlos é a formiga bagabaga da nossa Tabanca Grande, fazendo um trabalho subterrâneo, muitas vezes  invisível mas absolutamente fundamental para a organização e funcionamento do nosso blogue (desde o expediente à gestão da nossa base de dados: nomes, emails, telefones, postos e unidades, datas de nascimento, etc.; desde a edição de inúmeras séries à organização dos nossos encontros anuais...).

Por tudo, o Carlos é merecedor da toda a minha estima, apreço, camaradagem e, desde que o conheço pessoalmente, amizade. Aconselho-me frequentemente com ele e ele comigo, quando surgem problemas delicados no blogue, que é preciso tratar com pinças e não com alicates... A sua formação e experiência em minas e armadilhas têm-me sido úteis, a mim e ao nosso blogue... Sou testemunha, por outro lado, do apuramento e refinamento da sua escrita... Todavia, tenho pena que ele, com toda a carga de trabalho diário a que está sujeito, acabe por não ter tempo e vagar para nos deliciar com mais textos seus sobre as suas emoções, vivências e factos da Guiné que ele conheceu.

Aproveito também para saudar a sua querida Dina, a bajuda com quem ele casou e é feliz há muitos anos... Telefono-lhes, com frequência, para casa, em Leça da Palmeira, e nunca, em vez nenhum, ouvi dela uma palavra de censura, queixa ou ressentimento pelo tempo que a gente acaba por roubar ao convívio do casal... Por outro lado, a Dina tem sido sempre uma entusiástica companheira e uma constante presença nos nossos convívios, desde a primeira hora...

Hoje, o nosso Carlos faz 62 anos. Ele merece tudo de bom na  vida, a começar pela manifestação da nossa estima, reconhecimento e agradecimento... Estou seguro de interpretar os sentimentos da generalidade dos amigos e camaradas da Guiné, reunidos debaixo do nosso poilão:  ele já tem um lugar muito especial neste espaço, talvez único (não me compete dizê-lo...), que temos vindo a construir na blogosfera...

Não tenho outra maneira de mostrar-lhe a minha gratidão, senão dizer-lhe tudo isto, em público, neste dia e neste lugar... Não vou repetir o que escrevi o ano passado, neste dia, e muito menos voltar a chamar-lhe "o rapaz de Leça [da Palmeira] que desmontava minas em Mansabá"...

Primeiro, ele já está há dois anos no Clube dos Sexas, e depois já foi promovido a general desta guerra que travamos todos os dias contra a ignorância, o cinismo,  o esquecimento, a indiferença de muitos dos nossos conterrâneos  em relação à guerra colonial e, quer queiramos quer não, contra o nosso próprio envelhecimento, a progressiva deterioração das nossas redes (neuronais, sociais...).

Também não vou repetir as quadras que lhe escrevi o ano passado... a não ser a última, que vou recitar-lhe, ao mesmo tempo que, simbolicamente, ergo a minha taça, em nome de toda a tabanca:

Viva a vida, viva o Norte,
Viva o nosso camarada,
Saúde e muita sorte,
Para o resto da caminhada.


____________

Notas de L.G.:

(*) 25 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCLI: A madeirense CART 2732 (Mansabá, 1970/72) (Carlos Vinhal)

(**) 27 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4084: Parabéns a você (2): Carlos Vinhal, nosso co-editor, um rapaz de Leça, que desmontava minas em Mansabá (Luís Graça)

(***) 20 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2367: Parabéns a você (1): Humberto Reis, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71): born in Portugal, December 19th, 1946 (Luís Graça)

(****) Vd. postes de:

25 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6044: Parabéns a você (90): Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816 (Os Editores)

27 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6055: Parabéns a você (91): Eduardo José Magalhães Ribeiro, ou simplesmente o ranger MR, ou apenas o Pira de Mansoa, nosso querido camarada, amigo e co-editor: faz hoje... 59 anos!

Guiné 63/74 - P6055: Parabéns a você (91): Eduardo José Magalhães Ribeiro, ou simplesmente o ranger MR, ou apenas o Pira de Mansoa, nosso querido camarada, amigo e co-editor: faz hoje... 58 anos!



Correio da Manha, revista "Domingo", série "A minha guerra" > 25 de Janeiro de 2009 > O Eduardo José Magalhães Ribeiro teve direito a título de caixa alta... Fur Mil Op Esp, CCS, BCAÇ 4612/74, teve o seu "momento de glória" no dia 9 de Setembro de 1974, em Mansoa,  onde arriou, com emoção e dignidade, a bandeira verde rubra, perante as autoridades portugueses e os novos senhores do território, o PAIGC, culminando assim o processo de transferência dos nossos aquartelamentos para o inimigo de ontem...  A recolha do depoimento é da autoria do jornalista Carlos Ferreira.







Guiné > Região do Oio > Mansoa > 9 de Setembro de 1974 > Duas fotos para a história: O Fur Mil Op Esp  Ribeiro arriando a bandeira verde rubra; um guerrilheiro do PAIGC (ainda por identificar...) a hastear a nova bandeira da Guiné-Bissau... Esta terá sido a última cerimónia do arriar da bandeira portuguesa, no TO da Guiné, pelo menos com "honras de Estado", isto é, em cerimónia oficial, com altos representantes, de um lado e do outro... Diz-me o Eduardo que esteja prevista, inclusive, a presença do 'Nino' Vieira, anulada à última hora por razões (compreensíveis) de segurança.

Esta última foto aparece no Canal História, na série "Fotos com Historia", tendo já vista 7150 vezes:

El ondear de la primera bandera de Guinea-Bissau

Mansôa/Guinea
9 de septiembre de 1974
Eduardo Ribeiro
Porto,
Categoría: Guerra

Fotos: ©  Magalhães Ribeiro (2005). Direitos reservados



Guine-Bissau >Região do Oio > Mansoa > O Eduardo com um quadro do PAIGC. Foto do nosso co-editor, reproduzida no Correio da Manhã, edição supracitada. Posteriormente, o Eduardo disse-me que se tratava do comandante do bigrupo na região de Mansoa, de nome Antero Sá (a viver actualmente em Portugal).

Trata-se de um indivíduo mestiço, natural de Mansoa, que pertenceu às NT (exército, presumo), e que terá desertado para o PAIGC, na sequência de  um alegado e grave conflito com um superior hierárquico. O Eduardo conviveu com ele "ainda umas semanas"... Tornaram-se amigos: ambos eram "rangers", um do lado, outro do outro... O Eduardo, quando substituiu temporariamente o furril vague-mestre da CCS do BCAÇ 4612/7, chegou arranjar alguma comida e cigarros para os homens do bigrupo do comandante Sá...

Espero que o Eduardo aceite o meu convite para escrever sobre este período de sobreposição das duas forças, em Mansoa, nas últimas semanas antes da sua partida para a Metrópole... Ele tem mais umas dezenas  de fotos deste período de convívio com o inimigo de ontem, em Mansoa...


Excertos do depoimento do Eduardo Magalhães Rodrigues, publicada na edição do Correio da Manhã, revista "Domingo", série "A minha guerra", de 25 de Janeiro de 2009...





O Eduardo faz aqui referência ao comandante do bigrupo que actuava na região de Mansoa - Antero Sá ( a viver actualmente em Portugal), e ao Comandante Operacional na mesma zona - Manuel Nandinga... 

Fonte: Blogue Coisas do MR > 31 de Janeiro de 2009 > M52 - O autor em reportagem de Carlos Ferreira, do jornal Correio da Manhã, de 25 de Janeiro de 2009


Guiné > Região do Oio > Mansoa >  CCS/BCAÇ 2885 ( Mansoa, 1969/71) > Instalações militares...  Foto do nosso camarada César Dias, ex-Fur Mil Sapador...

Foto:  Blogue Coisas do MR (com a devida vénia...)

1. O Eduardo Magalhães Ribeiro (ou simplesmente, MR) é um sénior do nosso blogue, o que significa ter chegado antes de Junho de 2006... Eu já contei como foi:

" Fui hoje contactado, por telefone, por um ex-furriel miliciano, ranger, Eduardo Magalhães Ribeiro (que trabalha no Porto, na EDP) e que esteve na CCS do último batalhão da Guiné, em Mansoa (BCAÇ 4612)... Ele considera-se o mais periquito dos periquitos da Guiné: foi para a Guiné já depois do 25 de Abril em 'missão liquidatária'...

"Na realidade, tratava-se de fazer a entrega (simbólica) do território aos novos senhores da Guiné e, ao mesmo tempo, assegurar a retirada, ordeira, digna e segura, das últimas tropas portuguesas. Mansoa, em pleno coração do território, serviu perfeitamente para esse duplo propósito" (....).

E acrescentava: "Presumo que tenha sido uma experiência não menos dolorosa [do que a guerra, propriamente dita, ] para muitos jovens portugueses, numa época não isenta de riscos, tensões e contradições... Pessoalmente confesso que não gostaria de lá ter estado, fardado, no pós-25 de Abril de 1974... Fez-se história nesse dia já longínquo de 9 de Setembro de 1974" (*)...

Depois disso, e ainda na I Série do blogue, publiquei-lhe muitos dos seus versos, sob a série "Cancioneiro de Mansoa" (entretanto reunida no seu próprio blogue, sob a série "A minha poesia em África")... 

O Eduardo é um rapaz de múltiplos talentos, profissionais e extra-profissionais, saberes e lazeres, e que vão desde o gosto pela poesia popular até à prática de desportos radicais... Passou por Lamego, fez  o curso de Operações Especiais, e essa foi também um das experiências marcantes da sua vida, para além do 9 de Setembro, em Mansoa... Tem o culto, à outrance, da figura e da filosofia do ranger. Fora isso, trabalha no duro, na EDP, muitas vezes no "fundo" das nossas barragens hidroeléctricas... Este inverno, com tanta água, não o deixaram respirar à superfície...

E no meio de tudo isto, generoso, leal, dedicado,  o Eduardo ainda consegue arranjar um tempinho para editar e publicar os postes do nosso blogue que os leitores ou eu lhe vamos remetendo... Além de ir actualizando o seu blogue, Coisas do MR... Ainda há um bocado fui surpreendido por um dos poemas dele, Em fila indiana, no trilho de uma emboscada (... Merece uma visita e uma leitura atenta!).

É, desde Abril de 2009, co-editor do nosso blogue (**). Nessa altura as boas-vindas foram-lhe dadas pelo Carlos Vinhal:

"O Eduardo, desde o fim do mês de Abril, é co-editor do nosso Blogue. O eterno Pira de Mansoa é periquito na idade, na Guiné e no grupo dos editores. Temos que lhe arranjar um poleiro na Tabanca.
A sua colaboração vai ser muito importante, dada a necessidade que tínhamos de mais alguém para nos ajudar a levar a cabo este trabalho diário, muito desgastante" (...).


Há 35 anos atrás, ele estava mobilizado para a Guiné, estava em Tomar quando aconteceu o 25 de Abril,  que eu achou um oportuníssimo milagre... Mas mesmo assim não se livrou de "ir beber a água da bolanha"... Foi dos últimos a partir para (e a regressar de) a Guiné... Recentemente ele confidenciou-nos:

"O meu filho nasceu em 4 de Novembro de 1973, estava eu mais que mobilizado para a Guiné e recebendo notícias,  umas atrás das outras, das baixas que íamos sofrendo, aqui e ali. A angústia de deixar viúva a minha mulher era diária. A minha mulher ficou só e a criar o filho. Há realmente mulheres de guerra... Felizmente deu-se o 25A74, senão não sei se estaria aqui a teclar neste momento"...

Até agora o Eduardo é um caso único na nossa Tabanca Grande: se não erro, é mesmo o mais pira dos piras... Daí escrever, com toda a propriedade,. o nosso Carlos Vinhal (**): "Ainda não tínhamos um testemunho de alguém que, estando na Metrópole, já mobilizado, à espera de embarque para a Guiné, tivesse assistido ao 25 de Abril. O Eduardo deixa-nos aqui as suas impressões em cima do acontecimento, numa carta que enviou ao seu (nosso) camarada Marques, este sim em Mansoa, à espera de ser rendido" (...).


2. Não se surpreendam, por isso, meus amigos e camaradas da Guiné por o nosso pira de Mansoa ainda não entar, este ano, para o Clube dos Sexas... Estará à bica, a partir de hoje, dia em que faz 59 aninhos... Mesmo ficando ele, ainda,   de fora do Clube, a gente - os Sexas - vem cá, à rua, trazer-lhe o champanhe e o bolo, porque ele merece, é uma jóia de moço, como se dia cá terra dos mouros, e tem revelado uma grande maturidade e sensatez no trabalho como co-editor do nosso blogue, para além de dedicação, lealdade, generosidade e...sentido de humor (que eu também aprecio nele)...


Eduardo, estamos felizes por poderes estar entre nós. Contamos contigo, na terra, no mar ou no ar, e até mesmo quando estás, incomunicável,  no fundo das tuas barragens...  

Sabemos que esta chuva que nos persegue há meses, enchendo as tuas barragens, está-te a a dar cabo da mona, e deixar-te indeciso quanto a inscreveres antecipadamente para o nosso V Encontro Nacional, em Monte Real, em 26 de Junho... E se vier o dilúvio, perguntas tu ? 

"(...) Só nos princípios de Junho poderei inscrever-me, pois detesto inscrever-me no que quer que seja e depois desistir.

"Como podeis adivinhar, trabalhando eu na manutenção dos grupos geradores das grandes e pequenas barragens nacionais, com esta chuvinha toda que tem caído é um ver se te avias, a produzir energia 24horas/dia, e a rebentarem-me com as  minhas/nossas/vossas, maquinazinhas geradoras.

"Assim, trabalho não me falta, a mim,  e a quatro  stressados engenheiros, que me acompanham neste indispensável e útil trabalhinho.

"Resumindo o paleómetro a poucas palavras, logo que tiver a certeza que estou livre nesse dia,  faço a minha marcação atempada,  ok!? Um abraço Amigo do MR".

... E, imaginem, manda-nas três postais ilustrados das estâncias turísticas por onde tem andado, desenfiado, este inverno: as barragens do Aguieira, Alto Lindoso e Pocinho... Hoje, dia em que deves ser tu a receber prendas, és tu a dá-las a todos nós... Mais uma vez, e como sempre, és um homem generoso e bom. Que tenhas um grande dia junto da tua mulher, filho e restante família. Um grande Alfa Bravo do Luís, do Carlos (também aniversariante) e do Virgínio, em nosso nome e em nome dos mais de 400 tabanqueiros, que te estimam, acarinham e mandam muitos parabéns.


Barragem da Aguieira, no Rio Mondego


Barragem do Alto Lindoso, no rio Lima


Barragem do Pocinho, no rio Douro

Fotos: ©  Magalhães Ribeiro (2010). Direitos reservados
______________