Mostrar mensagens com a etiqueta Coimbra. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Coimbra. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24286: Convívios (957): Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCS/BART 2917, CCAÇ 12,Pel Caç Nat 52, 54 e 63, Pel Rec Daimler 2046 e 2206, Pel Mort 2106 e 2268: 27ª edição, Coimbra, 27 de Maio de 2023: inscrições até ao dia 16 (António Damas Murta, ex-1.º Cabo Op Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)

 



Brasões das unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (Setor L1 da Zona Leste, Região de Bafatá) entre meados de 1968 e meados de 1971. Composição do nosso editor Eduardo Magalhães Ribeiro.

Infogravura: Eduardo Magalhães Ribeiro / BLogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)




António Damas Murta, ex-1º cabo Op Cripto 
CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71); 
bancário, reformado da Caixa Geral de Depósitos,~
residente em Coimbra.



1. A organização, este ano, está a cargo do António Damas Murta [foto acima ], com a preciosa ajuda sua filha Sofia Murta.  (Palmas para ele, é o terceiro encontro que organiza, depois dos de 2009 e 2014).

Apesar das dificuldades económicas e sociais que atingem muitos portugueses, incluindo muitos dos nossos ex-camaradas de armas (agravadas pelas  limitações de mobilidade e saúde), esperemos que o 27º almoço-convívio em Coimbra, no próximo dia 27 de maio de 2023, atinja ou ultrapasse mesmo as 80 inscrições do último ano (2022).

Publica-se a seguir o convite e o programa do 27º convívio anual do pessoal que passou por Bambadinca entre 1968 e 1971. A reter:

(i) ponto de encontro; Estádio Universitário de Coimbra, às 10h00;

(ii) Missa na igreja de Santa Cruz, na baixa coimbrã, às 11h00;

(iii) Almoço no restaurante "República da Saudade", a partir das 13h00;

(iv) Preçário: 31 morteiradas (adulto):

(v) Inscrições até 16 de maio;

(vi) contactos: telef 239 71 30 55 / telem 964 538 201 (António Murta) | telem 968 050 119 (Sofia Murta, depois das 17h00, durante a semana)

_______________

Nota do editor:

Último poste da sériie > 27 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24258: Convívios (956): A CCAÇ 2381 comemorou o seu regresso no 9 de Abril de 1970, fazendo o seu 30.º Almoço / Convívo no dia 15 de Abril, em Torres Vedras (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22649: Convívios (919): Convívio do pessoal da 35.ª C. Comandos, dia 27 de Novembro de 2021, em Ançã, Coimbra (Ramiro Jesus, ex-Fur Mil CMD)

1. Em mensagem de 16 de Outubro de 2021, o nosso camarada Ramiro Jesus (ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73), pede que anunciemos o Convívio da sua 35.ª CC, a levar a efeito no dia 27 de Novembro em Ançã.


C O N V Í V I O S


Convívio anual da 35ª C. Comandos

Próximo dia 27 de Novembro de 2021

ANÇÃ, na zona de Coimbra

Nos 50 anos da viagem para a Guiné, no paquete Angra do Heroísmo, que decorreu de 24 a 29 de Novembro de 1971.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 30 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22581: Convívios (918): Cerca de 70 participantes no XXV Convívio Anual da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852, "Os Incendiários" (Buba, 1971/73)... Comemorou-se também os 50 anos da sua formação e mobilização para o CTIG (Joaquim Pinto Carvalho)

domingo, 17 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22638: Memória dos lugares (427): Coimbra, cemitério da Conchada, onde repousam os restos mortais do alf mil António Maldonado, morto em combate em Porto Gole, em 4/3/1966 (João Crisóstomo)


Foto nº 5 - Coimbra > Cemitério da Conchada > 22 de setembro de 2021 > Jazido da família de Maria Conceição Maia Antunes. leirao nº 15, nºs 9 e 10. Placa que foi posta na frente, na parede exterior do jazigo, e onde se lê: "Alferes António Aníbal Maia de Carvalho Maldonado, morto em combate na Guiné em 4.3.1966".

 
1. Mensagem, com data de 23 de setembro último, enviada pelo João Crisóstomo, o nosso camarada luso-americano que está de visita à sua Pátria, tendo logo nos primeiros dias ido a Coimbra, a casa de uns amigos, com quem está ligado "por mor de Timor"... Aproveitou para ir ao Bussaco e ao cemitério da Conchada, em Coimbra, à procura do túmulo do nosso camarada António Maldonado, morto em combate em Porto Gole, na Guiné, em 4/3/1966, e que era natural de Coimbra.

O Eduardo Jorge Ferreira (1952- 2019) veio-me à memória outra vez quando visitei o Bussaco. Lá encontrei uma evocaçãoda batalha do Vimeiro, de cuja “reencarnação" o nosso saudoso Eduardo era o um dos interprtes mais entusiastas,. Incluo uma foto dessa pedra onde a evocação da batalha aparece. (Foto nº 1).



Foto nº 1 - Mealhada > Buçaco > Antigo Convento de Santa Cruz do Buçaco > Placa alusiva a Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington que, no contexto da Guerra Peninsular, em 1810, que comandou as forças anglo-portuguesas contra as do general francês André Massena na batalha do Buçaco, e que esteve ali hospedado.

 

Mas isto foi só a "ponta do fio”. Uma vez que ia a Coimbra, pois queria ver o barco de Timor onde, já faz quatro anos, estão dois contentores cheios de coisas para a escola de S. Francisco de Assis que tanta falta fazem nessa escola e aos seus alunos, eu lembrei-me de ir visitar um nosso antigo  camarada, o infeliz Maldonado. Nunca o cheguei a encontrar pessoalmente na Guiné, mas a sua vida e morte cruzaram-se comigo, conforme posts 22131 e 19517 , em que ele é mencionado pelo Jorge Rosales.

Pelo que depreendo,  o Rosales esteve em Porto Gole até 1964. Porto Gole era um dos destacamentos a que pertencia ao (ou estava a cargo do)  Enxalé, embora os comandantes destes destacamentos fossem de outros unidades ou em rendição individual. 

Quando o Rosales saiu de Porto Gole quem o devia ter substituído era o Maldonado. Que por sua vez iria ser substituído pelo Henrique Matos. Mas por razões que desconheço, o Maldonado não veio logo e, como sucedia com Missirá, antes da chegada dos alferes Marchand e depois Beja Santos, nestes casos o Enxalé servia de “tapa-buracos”. Em ambos os casos ( Missirá e Porto Gole) eu desempenhei esse papel de tapa-buracos mais que uma vez. Estive em Porto Gole umas semanas e, quando o Maldonado estava para chega,  eu voltei ao Enxalé, sem nunca o ter encontrado pessoalmente ( ou pelo menos eu não me lembro dessa “rendição”.)

Uma semana ou duas depois do Maldonado chegar, o destacamento de Porto Gole foi alvo dum ataque violento por parte do IN e o infeliz Maldonado foi atingido por uma granada de morteiro 82 que lhe causou morte quase imediata. 

Por razões que desconheço fui instruido para voltar para Porto Gole mais uma vez, onde fiquei até que o Henrique Matos, do Pel Caç Nat 52, chegou, para assumir o comando desse destacamento. Mas …não me posso esquecer que podia ter sido eu no seu lugar, como podia ter sucedido em outras ocasiões em que as vítimas estavam mesmo a meu lado, como no caso do Queba Soncó em 1966 ou logo no início da minha estadia na Guiné em Agosto de 1965 na operação Avante.



Foto nº 2 -  Coimbra > Cemitério da Conchada > 22 de setembro de 2021 > Talhão dos combatentes, naturais de Coimbra


Foto nº 3 - Coimbra > Cemitério da Conchada > 22 de setembro de 2021 > Lápide fúnebre, evccativa da memória dos  antigos combatentes. Liga dos Combatentes, Núcleo de Coimbra, Talhão dos combatentes: 

"Silêncio… Névoa… Campos sepulcrais 
Ali dormem soldados de alma forte.
Deram à Pátria e vida num transporte
Que foi o seu Deus p’ra nunca mais

Eram Homens… Tornaram-se imortais
Souberam dominar a própria morte.
Na guerra todos são irmãos na sorte!
Na sepultura todos são iguais."



Foto nº 4 - Coimbra > Cemitério da Conchada > 22 de setembro de 2021 >
Jazido da família de Maria Conceição Maia Antunes, onde foi inumado o António Maldonado, leirao nº 15, nºs 9 e 10

 
Foram estas considerações que me levaram a procurar o cemitério da Conchada em Coimbra. Depois de longa e repetida exposição do que pretendia, consegui convencer a pessoa que se encontra na administração do cemitério a procurar o nome do nosso Maldonado que foi encontrado depois de longa procura. Encontra-se no “ leirão" 15, número 9 e 10 deste leirão. (Foto nº 4).

Foi um encontro duro e emocionante para mim. Na pessoa dele eu revia e lembrava o Mano, o Abna na Onça ,o Queba Soncó, o Açoriano e tantos outros que acabaram a sua vida nas terras da Guiné e outros que voltaram mas que também da lei da morte já se libertaram: os Zagalos, os Pires, os Rosales, os Eduardos…

Saí do cemitério em busca de umas flores; e foi pensando em todos aqueles nossos camaradas para quem a memória dos nossos falecidos é algo sagrado que deixei este pequeno ramo de flores na porta/entrada do jazigo onde se encontram os restos mortais do Maldonado (Fotos nºs 5 e 6). Naquele momento o Maldonado não era ele só, mas todos aqueles irmãos nossos , mortos em qualquer situação, incluindo os nossos camaradas nativos que foram vítimas de represálias, depois de já termos deixado terras da Guiné; e por eles todos "elevei o meu pensamento”,  independentemente da sua raça, religião e posição ideológica.



Foto nº 5 - Coimbra > Cemitério da Conchada > 22 de setembro de 2021 > Pequeno ramo de flores o melhor que pude arranjar) que deixei em nome de todos nós, conforme se pode ler no improvisado “cartão" (Vd. Foto nº 6)


 Foto nº 6 > Coimbra > Cemitério da Conchada > 22 de setembro de 2021 > Ramo de flores depositado à pporta do jazigo da família do Maldonado: "Ao Maldonad com saudades. Os teus amigos e camaradas da Guiné, 22/9/2021". 

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2021).. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Entretanto o Gaspar Sobral e esposa (, meus amigos, ligados à causa de Timor, ele timorense e ela natural do Sabugal) tinham encontrado uma área grande onde descobriram que "todos as sepulturas são de militares; mas todas as sepulturas são iguais…" E logo me dirigi a esse lugar do cemitério. (Foto nº 2).

Verifiquei que todos aquelas sepulturas ( um total de 75 ) são de militares da região de Coimbra que prestaram serviço nas diversas campos de acção fora de Portugal territorial em Angola, India, Moçambique etc, mas a grande maioria era de militares que estiveram na Guiné. Soldados, sargentos e oficiais de todos as patentes... Na base dum pequeno monumento aí erguido está gravado: "na guerra todos são irmãos na sorte; na sepultura todos são iguais." (Foto nº 3).
Voltei , mas o resto do dia foi um contínuo reviver. (*)

João Crisóstomo



Guiné > Bissau > Praça do Império > Novembro de 1965 > O Jorge Rosales mais o Maldonado, junto ao monumento "Ao Esforço da Raça" ...

De seu nome completo, António Aníbal Maia de Carvalho Maldonado, morreu no dia 4/3/1966. Natural da Sé Nova, Coimbra, foi inumado no cemitério da Conchada. Pertenceu à 1ª CCAÇ / BCAÇ 697 (Fá Mandinga, 1964/66). (**)

Foto (e legenda): © Jorge Rosales (2010).. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 __________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 7 de setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22520: Memória dos lugares (426): Paço, União das Freguesias de São Bartolomeu dos Galegos e Moledo, Lourinhã, inaugura o seu monumento aos antigos combatentes (46 no total estiveram presentes nos vários teatros de operações do séc. XX, da I Grande Guerra à Guerra do Ultramar)

(**) Vd. poste de 22 de fevereiro de 2019 > uiné 61/74 - P19517: In Memoriam (340): Até sempre, 'comandante' Jorge Rosales (1939-2019)

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22606: In Memoriam (410): Luís Cristóvão Dias de Aguiar (1940-2021), ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 800 (Contuboel e Dunane, 1965/67), falecido no dia 5 de Outubro de 2021

IN MEMORIAM

Luís Cristóvão Dias de Aguiar (Ilha de S. Miguel, 1940 -  Coimbra, 2021)
Ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 800 (Contuboel e Dunane, 1965/67)


Faleceu ontem, dia 5 de Outubro, em Coimbra, o nosso camarada Cristóvão de Aguiar, nascido em 8 de Setembro de 1940, no Pico da Pedra, Ilha de S. Miguel.

Autor de referência (, possivelmente o maior escritor açoriano do séc.XX, depois de Vitorino Nemésio), deixa uma vasta obra literária, de que se destaca a trilogia romanesca Raiz Comovida, O Braço Tatuado (onde relata a sua experiência como combatente na Guiné durante a Guerra Colonial, de 1965 a1967) e Relação de Bordo, conjunto de diários que abrange os anos de 1965 a 2015
.[*]

Tem no nosso Blogue 27 referências.

Os editores e demais membros desta tertúlia de amigos e camaradas da Guiné expressam  à família os seus mais sentidos votos de pesar.
Cristóvão de Aguiar, em 27 de Novembro de 2008, na Biblioteca-Museu República e Resistência – Espaço Grandella, na apresentação da nova edição do seu livro "Braço Tatuado".
____________

Notas do editor:

[*] Vd. recensões de Mário Beja Santos à obra de Cristóvão de Aguiar nos postes de:

5 de abril de  2010 > Guiné 63/74 - P6109: Notas de leitura (88): Ciclone de Setembro, de Cristóvão de Aguiar (I) (Beja Santos)

de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6115: Notas de leitura (89): Ciclone de Setembro, de Cristóvão de Aguiar - (II) (Beja Santos)

de abril de2010 > Guiné 63/74 - P6124: Notas de leitura (90): Relação de Bordo, de Cristóvão de Aguiar (I) (Beja Santos)

14 
de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6155: Notas de leitura (92): Trasfega, de Cristóvão de Aguiar (Beja Santos)

16 
de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6162: Notas de leitura (93): Braço Tatuado, de Cristóvão de Aguiar (Beja Santos)
e
17 
de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6170: Notas de leitura (94): Crónica dos dias levantados da guerra, com os horrores de Goya e tudo (Beja Santos)

Vd. postes com o "Diário de Guerra de Cristóvão de Aguiar", textos cedidos pelo autor ao nosso camarada José Martins:

31 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P3823: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (I): Mafra, Janeiro de 1964

3 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3838: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (II): Mafra, Fevereiro/Março de 1964

5 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3843: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (III): Mafra, Maio/Junho de 1964

26 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3944: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (IV): Mafra e Tomar (Julho 1964/Abril 1965)

11 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4013: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (V): Do Tejo ao Geba (17 de Abril de 1965/25 de Maio de 1965)

19 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4838: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (VI): Estadia em Contuboel e férias na Metrópole (27Mai65 a 29Set65)

25 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4860: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (VII): Estadia em Contuboel e Dunane (Out-Dez 1965)

28 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4876: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (VIII): Estadia em Contuboel e Sonaco com a Otília (Jan-Ago 1966)

3 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4893: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (IX): Nascimento do primeiro filho (Set - Dez 1966)

7 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4917: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (X): O difícil regresso à vida civil (Jan - Jun 1967)
e
10 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4932: Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins) (XI): Final (Mai68-Jan70)

Vd. último poste da série de 4 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22598: In Memoriam (409): Lissy Jarvik (née Feingold) (1924-2021): teve no seu funeral a presença do nosso cônsul honorário em Los Angeles e o senhor Presidente da República emitiu uma mensagem de condolências (João Crisóstomo, Nova Iorque, de passagem por Portugal, adviser da Sousa Mendes Foundation, com sede nos EUA)

terça-feira, 20 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22120: Recordações do meu avô Fernando Brito (1932-2014) (Cláudio Brito) - Parte II: Primeiras Fotos do Serviço Militar no Ultramar: Goa, Índia Portuguesa,1955/58


Foto nº 1 > "Foto de Casamento (1955). Da esquerda para a direita: Fernando Pinto Júnior (bisavô), Fernando Brito (avô), Natacha Silva (avó), Cláudia Pinto Fernandes (bisavó). A razão pela qual o meu avô é Brito e os pais Pinto deve-se a uma zanga familiar. Quem registou o meu avô foi um tio, chamado Brito, e ao registá-lo, registou-o com o nome de Brito e não Pinto."



Foto nº 2  >  NRP Afonso de Albuquerque > A caminho da Índia Portuguesa > Egito > Porto-Saíde > 1955 >  Legenda no verso: "À minha querida Natacha, recordação do seu Fernando, tirada em Porto-Saíde, Egito"



Foto nº 3 > Índia Portuguesa > Goa > c. 1955/58 > O Fernando Brito, à esquerda, conversando com um soldado.



Foto nº 4 >  Índia Portuguesa > Goa > 15 de agosto de 1956 > Legenda no verso: "Uma brincadeira fotográfica, mas que lembrará meus pais".

 

Foto nº 5 > Índia Portuguesa > Goa > c. 1955/58 >  Legenda, no verso: "No calor ardente da Ínndia, sabe bem a água do coco"

Fotos (e legendas): © Cláudio Brito (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso amigo e membro da Tabanca Grande, nº 697, Cláudio Brito, neto do falecido major SGE, Fernando Brito (1932-2014), que fez duas comissões na Guiné, como 1º srgt,  CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) e 1ª C / BART 6523 (Madina Mandinga, 1972/74), tendo passado também pela Índia e por Angola  (*):


[Foto à esquerda: O Fernando Brito, com o neto, pouco antes de morrer]

Data - 30 mar 2021, 11:47

Assunto - Fotos do meu avô Fernando Brito.  Primeiras Fotos do Serviço Militar no Ultramar (Goa/Índia Portuguesa - 1955-1956)


Bom dia,  Luís,

Não me esqueço da nossa série. Aqui vai o fascículo número dois:

Em 1955, cinco  dias depois de casar (anexo fotografia do casamento: Foto nº 1) e 3 anos depois do serviço militar em Portugal (Polícia Militar em Coimbra onde conheceu a minha avó Natacha, cujo verdadeiro nome era Natália), entrou num barco, o NRP Afonso de Albuquerque, e rumou à Índia Portuguesa, pelo Mediterrâneo fora. 

Pela viagem parou em Porto Saíde (Egito), que aparece na foto nº 1 e, mal chegou, refrescou-se nas praias devido ao calor ardente da Índia [Foto nº 5].. Irónico é uma coisa que ele referia: o meu bisavô, seu pai, que era cego, costumava dizer "Nem que vivas 100 anos nunca viajarás tanto como eu".... Com 24 anos, o meu avô foi para a Índia e numa viagem fez mais quilómetros que o pai dele numa vida.

Na Índia Portuguesa (Goa), nos 3 anos que lá passou (1955-1958)  [, Fotos nºs 3 e 4], teve duas funções: organização e manutenção do material bélico e monitorização e cálculo dos ordenados dos soldados, que tinham que ser convertidos em Rupias, o que era uma dor de cabeça. Vinte  dias antes do final do mês,  já começava a calcular os ordenados, os quais eram gastos em duas coisas: pinga e indianas...

Outro problema era a organização e manutenção do capital humano. O material era muito pouco sofisticado (muito dele ainda comprado pelo Rei D. Carlos ao armamento remanescente da Guerra Franco-Prussiana de 1871), mesmo para a altura, e os soldados, profundamente fundidos ou afastados daquele território, sentiam que aquele era um recôndito territorial muito afastado e no dia em que caísse, caía num dia (foi o que aconteceu, a Guerra de Goa é chamada a Guerra de um Dia). 

Todavia, não ficaram amarguras (prova disso é a fusão dos nossos povos - nunca conheceram um Apu Tavares? ou um Majara Silva?). Uma das frases mais emblemáticas que o meu avô me deixou sobre a Índia Portuguesa é a seguinte: "Se os indianos começassem a mijar no topo da montanha dos gatos, os portugueses morriam afogados lá em baixo". Esta frase denota os números avassaladores entre indianos autóctones e portugueses.

Pelo meio desta primeira comissão, conheceu, entre outras pessoas, um tipo chamado Casimiro Monteiro, nascido em Goa [, em 1920, e falecido m África do Sul, em 1993], um tipo 11 anos mais velho e um sanguinário cruel. Ao interrogar individuos responsáveis pelo ativismo libertário goês, muitas vezes esses individuos saiam de maca com o lençol a cobrir a cara (interpretem como quiserem). 

Como é do conhecimento público, Casimiro Monteiro será contratado pela PIDE e planeará o assassinato de Humberto Delgado, assim como o executerá, mas não só!,  Eduardo Mondlane, líder da FRELIMO, foi também uma das suas vítimas mais notórias. 

Foram tipos como estes que fizeram certos soldados perder a fé em Deus e na bondade dos Homens e faziam a Pátria mais pútrida e com sabor a fel, mau grado a doçura calmante dos trópicos. Enfim, são individuos que fazem parte da nossa História, para o bem e para o mal.

Em 1958 volta para Portugal. Passa dois anos em Coimbra, faz dois filhos e tenta a todo o custo salvar a sua Natacha da tuberculose. Em 1961 está na altura de ir para Angola (próximos fascículos).

Um abraço,
Cláudio
________

Legenda das fotografias:

Foto nº 1 > Foto de Casamento (1955). Da esquerda para a direita: Fernando Pinto Júnior (bisavô), Fernando Brito (avô), Natacha Silva (avó), Cláudia Pinto Fernandes (bisavó). A razão pela qual o meu avô é Brito e os pais Pinto,  deve-se a uma zanga familiar. Quem registou o meu avô foi um tio, chamado Brito, e ao registá-lo, registou-o com o nome de Brito e não Pinto.

Foto nº 2 > Legenda, no verso: "À minha querida Natacha, recordação do seu Fernando, tirada em Porte-Saíde, Egito"

Foto nº 3 >   Índia (15-8-1956), Conversando com um soldado.

Foto nº 4 >  Legenda no verso: "Uma brincadeira fotográfica, mas que lembrará meus pais" (Índia, Goa, 15 de agosto, 1956).

Foto nº 5 > Legenda no verso: "No calor ardente da Índia, sabe bem a água do coco".

2. Em 22 de março último, o Cláudio Brito, filho de um filho muito amado do Fernando Brito, o Fernando José Brito (1960-2001) que morreu precocemente num acidente viário, mandou-nos mais a seguinte nota sobre o avô que o criou como filho e que tem uma história de vida que poucos de nós, que com ele privámos na Guiné, conhecemos.

Bom dia Luís Graça,

Agora paro em terras algarvias. Vivo em São Brás de Alportel e trabalho em Faro. Vida de professor. Espero que desta seja de vez .

Sim. Sempre que tiver um momento para escrever um texto, anexar umas fotografias, legendá-las e datá-las convenientemente, fá-lo-ei, com toda a certeza.

O meu avô teve uma vida longa em todos os sentidos. Começou a trabalhar aos 12 anos para o Alfredo da Silva, o fundador da CUF, aos 24 anos para fugir à PIDE (no Barreiro), enveredou pela carreira militar, foi para Coimbra onde se tornou polícia militar, depois casou, 5 dias depois (em 1955) foi para Goa, onde esteve até 1958 e na qual Goa conheceu, por exemplo, o assassino do Humberto Delgado, Casimiro Monteiro, um tipo de uma crueldade inimaginável (segundo as palavras dele).

Voltou para Portugal. Teve dois filhos no entretanto, ambos nascidos em sanatórios, pois a minha avó era tuberculosa. Depois em 1961 vai para Angola até 1968. Em 1969 volta para Portugal, onde participa na inauguração do edifício das matemáticas (há uma filmagem dele no RTP Arquivo), volta para a Guiné em 1969/1970 e só regressa em 1976 [?] [deve ser 1974].

Em Angola aproveita e tira o curso de treinador de futebol. Em 1976 volta para Coimbra. Em 1980 vai para os Açores, onde, além da continuação da carreira militar, treina uma vintena de clubes (entre os quais o Santa Clara, o Atlético, o Águias do Arrife, o Rabo de Peixe, o Mira Mar, etc.), volta para Coimbra em 1989, começa as suas tarefas como olheiro e assistente da direção desportiva da Académica e treinador dos júniores da Académica e do União de Coimbra (onde encontra tipos como o Lucas, o Febras, o Pedro Roma, o Lixa, entre outros), até 2001, altura em que abandona os relvados, já está reformado da vida militar e dedica os últimos anos da sua vida apenas a dar explicações de Matemática e Português, gratuitamente, aos miúdos do meu bairro (o Norton de Matos) no edifício das Forças Armadas, até à sua morte a 18 de fevereiro de 2014.

São 82 anos (1931-2014) com muitas coisas, histórias, álbuns e álbuns de fotografias, slides e slides com histórias e estórias, artefactos e memórias que demoram a organizar, mas com certeza que o farei com muito gosto.

Um forte abraço e até breve,
Cláudio.
___________

Nota do editor:

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20513: In Memoriam (358): Carlos Marques Santos (Coimbra, 1943-2019), ex-Fur Mil Art da CART 2339 (Mansambo, 1868/70)

IN MEMORIAM

Carlos Marques Santos (1943-2019)


 Carlos Marques Santos
Ex-Fur Mil Art da CART 2339 (Mansambo/Guiné, 1968/1970)


Soube do falecimento do nosso amigo e camarada de armas Carlos Marques Santos no facebook, e confirmei através da sua filha Inês Santos que prontamente respondeu a uma mensagem que lhe enviei no sentido de confirmar o triste acontecimento.

O Corpo do Carlos estará a partir das 15 horas de hoje em Câmara Ardente na Capela de Santo António dos Olivais, em Coimbra, onde amanhã, pelas 11 horas, será celebrada Missa de Corpo Presente, seguindo-se o funeral.

Em nome da tertúlia e dos editores deste Blogue, apresento à família do nosso amigo Carlos Marques Santos, especialmente à sua esposa Teresa, filhas, netos e demais familiares, as mais sentidas condolências.

O Carlos apresentou-se à tertúlia em Dezembro de 2005 - P380 de 28 de Dezembro. Foi, portanto, um dos primeiros membros da nossa Tabanca Grande. Tem mais de 9 dezenas de referências no nosso blogue.  Foi também um dos históricos do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, em Montemor-o-Novo, em 2006, de que ele foi o organizador.

Bambadinca, 1969 > Carlos Marques Santos, à esquerda, na fila de trás.

Bambadinca, 1969 > Carlos Marques Santos em primeiro plano

Mansambo > Cumprimentando o Régulo da Tabanca

Penafiel, 2008 > Convívio da CART 2339 > Carlos Marques Santos, ao centro, na segunda fila.

Encontro da Tabanca Grande, Ortigosa, 2008 > Carlos Marques Santos e Mário Beja Santos
 ____________

Nota do editor

Último poste da série de 30 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20397: In Memoriam (357): Eduardo Jorge Pinto Ferreira (1952-2019): missa do 7º dia, na igreja do Vimeiro, Lourinhã, domingo, 1 de dezembro, às 11h00... Testemunhos do filho Rui Ferreira (Inglaterra) e dos amigos Rui Chamusco (Malcata, Sabugal; e Lourinhã) e João Crisóstomo (A-dos-Cunhados, Torres Vedras; e Nova Iorque)

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19380: Em busca de... (292): Rui Manuel Soares de Campos Pessoa de Amorim, nascido em 1939, na Beira, Sofala, Moçambique, e jogagdor dos Juniores da AA Coimbra nas épocas de 1956 / 1958... Vamos realizar um próximo convivio, em data e local a marcar, de ex-jogadores da AA Coimbra (Fernando Natividade, Coimbra)

1. Mensagem do nosso leitor Fernando Natividade, a viver em Coimbra:


Date: domingo, 23/12/2018 à(s) 22:38

Subject: Convívio de ex-jogadores da A A Coimbra


Boa noite, caro Prof. Luís Graça.

As minhas desculpas por tomar a liberdade de utilizar o seu e-mail e tempo, mas faço-o porque tento localizar um colega futebolista que jogou também nas camadas jovens da Académica de Coimbra.

Esse "craque " chama-se Rui Manuel Soares de Campos Pessoa de Amorim, nascido em 18-03-1939 e natural de Beira, Sofala, Moçambique e jogou nos Juniores nas épocas de 1956 / 1958.

Assim e se lhe fôr possível, agradecia imenso que lhe fizesse chegar esta situação, já que vamos realizar um convívio com todos os " sobreviventes " em 2019 em local e data a marcar oportunamente.

Sou Fernando Natividade
Telem 912216783
f-natividad@hotmail.com

Coimbra

Obrigado

Boas Festas

Um abraço    

2. Comentário do editor LG:

Meu caro Fernando: não sei se é a  mesma pessoa que procura, mas encontrei na Net um a referência a Rui Manuel Soares de Campos Pessoa Amorim, e ao louvor que lhe foi atribuído pelo Ministro das Finanças... É uma pista, espero que seja útil. Bom encontro, bom convíviio em 2019.

Louvor 205/2007, de 15 de maio

O Dr. Rui Manuel Soares de Campos Pessoa Amorim deixou de exercer as funções de inspector-geral da Administração Pública por ter passado à situação de aposentação.

Assim, cessou funções na Administração Pública um dos mais brilhantes, dedicados e marcantes funcionários públicos das últimas décadas.

O seu contributo para a evolução da Administração Pública portuguesa é dificilmente igualável.

Exerceu funções dirigentes ininterruptamente desde 1971, sempre em departamentos relacionados com a definição e execução das políticas de administração e emprego públicos.

Foi director-geral do Serviço Central de Pessoal, num período em que liderou, com assinalável êxito, o processo de integração de funcionários regressados das ex-colónias, director-geral do Recrutamento e Formação da Administração Pública, do Emprego e da Formação e finalmente director-geral da Administração Pública. Foi secretário-geral do conselho superior da administração e da função pública e do conselho superior da reforma do Estado e da Administração Pública. Foi membro do conselho de administração do Instituto Europeu de Administração Pública.

Interveio activamente em inúmeros processos de reforma da Administração Pública, no plano legislativo e no executivo, em domínios relacionados com o regime jurídico dos funcionários e agentes da Administração Pública, a organização e dinâmica de quadros e carreiras de pessoal e a política e medidas de emprego público. Destacou-se nomeadamente a sua participação na concepção do novo sistema remuneratório, no desenvolvimento das técnicas de recrutamento e na formação dos funcionários públicos.

Por este brilhantíssimo percurso profissional e pelos relevantíssimos serviços prestados às administrações públicas, quase sempre com prejuízo da sua vida pessoal e, em alguns momentos, pondo em causa a sua própria saúde, é de justiça prestar-lhe este público louvor.

16 de Fevereiro de 2007. - O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos.

____________

Nota do editor:

Último poste da série > 14 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19194: Em busca de... (291): Fotocines que tenham feito a guerra do ultramar,,,Contactos, precisam-se, de António Heleno (Lisboa) e Vicente Batalha (Pernes, Santarém) (Marisa Marinho, telem 969 321 386)

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19130: Agenda cultural (653): 1.º Encontro Nacional de Militares Escritores, Coimbra, FL/UC, 4.ª feira, dia 24 (Manuel Barão da Cunha)



Amanhã, 4.ª feira, dia 24 de outubro, realiza-se, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), o 1.º Encontro Nacional de Militares Escritores. O evento insere-se no âmbito das comemorações do Dia do Exército Português. A sessão vai contar com os seguintes palestrantes: Coronel Manuel Barão da Cunha, Coronel Carlos de Matos Gomes, Coronel Nuno de Lemos Pires, Tenente-Coronel Pedro Marquês de Sousa, Tenente-Coronel Luís Brás Bernardino e Sargento-Chefe Jorge da Silva Rocha.

A sessão decorrerá no Teatro Paulo Quintela (FLUC – 3.º Piso), a partir das 15 horas.



1.º ENCONTRO NACIONAL DE MILITARES ESCRITORES

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

24 de outubro de 2018


PROGRAMA


14H50 – Receção dos convidados e ocupação de lugares no Anfiteatro

15H00 – Chegada de Sua Excelência o General CEME

15H05 – Início da Conferência

– Intervenção de Sua Excelência o General CEME

– Intervenção do Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra

– Troca de lembranças institucionais


15h30 – Primeira Mesa

– Moderadores: 
Prof. Dra. Manuela Ribeiro | Prof. Dr. António Ventura

– Palestrantes: 
Cor Matos Gomes | Cor Lemos Pires | TCoR Marquês de Sousa

– Debate

16H30 – Intervalo

16H45 – Segunda Mesa

– Moderadores: 
Prof. Dra. Manuela Ribeiro | Prof. Dr. António Ventura

– Palestrantes: 
Cor Barão da Cunha | TCor Brás Bernardino | SCh Silva Rocha

– Debate

17H45 – Entrega de lembranças aos Moderadores e Palestrantes e Fim do Encontro
________________


1.º ENCONTRO NACIONAL DE MILITARES ESCRITORES 

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

24 DE OUTUBRO DE 2018


PALESTRANTE
OBRA
EDITORA
Coronel Manuel Júlio Matias Barão da Cunha
Radiografia Militar e os 4 DDDD? Fim do Império, anverso e reverso?
Âncora Editora
Coronel Carlos Manuel Serpa de Matos Gomes (Carlos Vale Ferraz)
A Última Viúva de África
Porto Editora
Coronel Nuno Correia Barrento de Lemos Pires
Cartas de Cabul
Tribuna da História
Tenente-Coronel Pedro Alexandre Marcelino Marquês de Sousa
Bandas de Música na História da Música em Portugal
Fronteira do Caos
Tenente-Coronel Luís Manuel Brás Bernardino
Timor Leste. Da Guerrilha às Forças de Defesa
Mercado de Letras
Sargento-Chefe Jorge Manuel Lima da Silva Rocha
PLANEAMENTO DE DEFESA E ALIANÇAS
Portugal nos primeiros anos da Guerra Fria 1945 - 1959
Comissão Portuguesa de História Militar
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 23 de outubro de 2018 > Guiné 61/74 - P19128: Agenda cultural (652): DocLisboa 2018, 16º Festival Internacional de Cinema...Todo o cinema do mundo: 243 obras, de 54 países... Uma sugestão do nosso blogue: vejam o filme "Para la guerra", de Francisco Marise, na Culturgest (Grande auditório), na 5ª feira, dia 25, às 19h.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18372: Recortes de imprensa (92) : artigo de opinião de Sílvia Torres: A Guerra em 'copo meio cheio', "Diário de Coimbra", 23 de fevereiro de 2018



1. Mais um artigo de opinião da nossa grã-tabanqueira Sílvia Torres (*), publicado no Diário de Coimbra a 23 de fevereiro de 2018. Foi-nos remetida cópia,  diretamente, por mensagem da autora, de 26/2/2018.  

O "Diário de Coimbra", "órgão regionalista das Beiras", foi fundado em 24 de Maio de 1930 por Adriano Viegas da Cunha Lucas (1883-1950). Afirma-se como um jornal republicano,  independente, de orientação liberal, defensor da democracia pluralista,

A guerra em "copo meio cheio"

por Sílvia Torres
O Fernandes nunca viu o mar, ao vivo e a cores, mas imagina-o enquanto pesca, silenciosamente, à beira-rio. O Rodrigues toma banho às vezes. Poucas. O Simões nunca entrou numa escola e o Veiga só sabe escrever o seu primeiro nome. Foi o irmão mais novo que o ensinou, ao serão, quando ele era já um pastor experiente, apesar da juventude que vivia. O Marques nunca saiu da aldeia onde nasceu mas sonha conhecer Lisboa. Um dia, talvez. O Falcão não sabe usar talheres e não vê neles qualquer utilidade. O Oliveira trabalha de sol a sol, sete dias por semana, desde menino. O Pinto, nas suas orações diárias, pede a Deus um carro, enquanto poupa trocos para a carta de condução. O mealheiro é um tacho velho, furado e ferrugento, escondido num monte de agulhas. Está mais vazio do que cheio.
No século passado, histórias idênticas encaixavam perfeitamente noutros sobrenomes: Ribeiro, Sousa, Martins, Lopes, Sena… Alguns, durante o Serviço Militar Obrigatório e no decorrer da Guerra Colonial/Guerra do Ultramar, tiveram a "sorte" de ser destacados para Angola ou Moçambique. A milhares de quilómetros de casa, num Portugal pouco português, ficaram estupefactos com o mundo novo que lhes era dado a conhecer: tão grande, tão diferente, tão quente, tão despido, tão livre, tão africano…

Para os Fernandes, os Rodrigues, os Simões e muitos outros, a tropa e a consequente ida para o império lusitano longínquo, não foi apenas sinónimo de perda mas também de ganho, a vários níveis. A Guerra Colonial/Guerra do Ultramar, afinal, também teve um lado positivo para alguns dos soldados que nela foram forçados a participar, no auge da juventude.

"Lá longe, onde o sol castiga mais", o Fernandes viu e sentiu o mar e até aprendeu a nadar. O Rodrigues inseriu o banho na rotina diária. O Simões e o Veiga foram à escola e conseguiram ainda escrever, orgulhosamente e com a ajuda de camaradas, aerogramas para a família. O Marques descobriu que o mundo é enorme e o Falcão, a custo, aprendeu a comer com talheres. Regressados à metrópole, o Oliveira, mudou de profissão e o Pinto, já com a carta de condução que a tropa lhe deu, passou a amealhar para o carro. Apesar dos horrores da guerra, ambos viveram no ultramar momentos felizes e de descoberta. Para alguns (muitos) jovens combatentes, que foram e voltaram sem grandes mazelas, a vida mudou para melhor porque o olhar alcançou outros mundos.

A guerra foi uma lição e um impulso para um futuro mais promissor e cheio de oportunidades. Jovens combatentes regressaram a Portugal (metrópole) com mais conhecimentos, mais competências e novas ideias. Assim, a Guerra Colonial/Guerra do Ultramar pode também ser vista na perspetiva do "copo meio cheio". Afinal, até na guerra há um lado positivo. E nesta, como noutras, o conflito foi também um "catalisador de desenvolvimento", que teve depois impacto na sociedade portuguesa. (**).

Sílvia Torres

[Fixação de texto, negritos e sublinhado a amarelo: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
____________

Notas do editor:

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18319: Recortes de imprensa (91): "Diário de Coimbra, 9/2/2018, p. 11 > Opinião > Sílvia Torres > Guerra: um passado presente




_________________

Recorte enviado pela nossa amiga, grã-tabanqueira nº 736,  Sílvia Torres (*). Reproduzido com a devida vénia. Fonte: Diário de Coimbra, 9 de fevereiro de 2018, p. 11 (**)

_________


(...) aqui vai uma pequena nota biográfica: 

(i) Sílvia Torres nasceu em Mogofores, Anadia, em 1982;

(ii) licenciada em Jornalismo e Comunicação e mestre em Jornalismo;

(iii) começou por ser jornalista do Diário de Coimbra;

(iv) entre 2007 e 2014, como oficial da Força Aérea Portuguesa, trabalhou na Rádio Lajes (Terceira – Açores) e no Centro de Recrutamento da Força Aérea (Lisboa), cumprindo ainda uma missão de
cooperação técnico-militar em Timor-Leste;

(v) atualmente é doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade NOVA de Lisboa e bolseira de investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT);

(vii) a sua pesquisa centra-se na cobertura jornalística da Guerra Colonial feita pela imprensa portuguesa de Angola, da Guiné Portuguesa e de Moçambique, entre 1961 e 1974;

(viii) o facto de ser filha de um ex-combatente justifica o interesse pessoal e académico pelo conflito.


(**) Último poste da série > 4 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17931: Recortes de imprensa (90): A Guiné na revista Panorama (1946, 1954) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18082: Consultório militar do José Martins (34): Memórias de Guerra (8): Memórias de Guerra - Adenda: Coimbra, Leiria, Lisboa, Porto e Estrangeiro


1. Adenda ao trabalho de pesquisa de autoria do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), que podem ser vistas pelo país e estrangeiro. Aceitam-se, e agradecem-se, correcções e actualizações por parte dos nossos leitores.




ADENDA

Depois de concluído o trabalho acerca das «Memórias» da Grande Guerra e/ou da Guerra do Ultramar, continuei a pesquisar sobre as mesmas.

Solicitei a colaboração dos leitores, não só do Blogue «Luís Graça e Camaradas da Guiné», além de outras páginas das redes sociais, vou concluir este mesmo trabalho, acrescentando, ao mesmo, a presente Adenda.

Aqui usarei uma exceção. Colocarei fotos das mesmas memórias, usando a ordem alfabética do Distrito e do Concelho, dentro do País e por País no caso do estrangeiro.

Os créditos fotográficos ficam a dever-se a páginas do Facebook.

____________

Nota do editor

Último poste da série de 11 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18073: Consultório militar do José Martins (33): Memórias de Guerra (7): Europa, África, América, Ásia e Oceania