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terça-feira, 10 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23252: 18º aniversário do nosso blogue (14): até meados de 1971, o Serviço de Reordenamentos do BENG 447, com o apoio das unidades militares e as populações locais, construiram 8 mil casas cobertas a colmo e 3880 cobertas a zinco


Capa do livro "A Engenharia Militar na Guiné - O Batalhão de Engenharia". Coord. Gabinete de Estudos Arqueológicos da Engenharia Militar. Lisboa : Direcção de Infraestruturas do Exército, 2014, 166 p. : il. ; 23 cm. PT 378364/14 ISBN 978-972-99877-8-6. Cortesia de Nuno Nazareth Fernandes.


Guiné > Região do Cacheu > Bissássema > c. 1971/73 > Construção de uma casa no reordenamento de Bissássema. Na foto: 1.º Cabo José Leonardo e os Soldados João Ventura e Idalmiro Melo da CCAÇ 3327 (Teixeira Pinto e Bissássema, 1971/73).. Foto de José Leonardo, cedida por José da Câmara.

Foto (e legenda): © José Leonardo / José da Câmara (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Na celebração do 18º aniversário do nosso blogue (*), vamos também repescar postes que, por um razão ou outra, não tiveram a devida divulgação, ou têm informação relevante para os nossos leitores mais recentes. 

É o caso, por exemplo, deste poste, sobre os reordenamentos populacionais (**). Merece ser reeditado, pela quantidade e qualidade da informação técnica, para mais sendo  da autoria do então cap mil art, Fernando Valente (Magro), que chefiava os competentes serviços, no BENG 447 (Brá, 1970/72). 

Foi mobilizado para o CTIG aos 33 anos, sendo já na vida civil engenheiro
técnico. Hoje está reformado, e é, além disso, escritor. Faz também hoje 86 anos de idade, sendo o mais velho dos elementos do Núcleo de Combatentes da Família Magro: foram ao todo seis os manos Magro que fizeram o serviço militar ao tempo da guerra do ultramar / guerra colonial, tendo estado  três na Guiné, um em Angola, outro em Moçambique e outro ficou por cá, como suplente.  Três dos manos Magro integram a Tabanca Grande, o Fernando,o Abílio e o Álvaro.

O Fernando Vicente (Magro) é membro da Tabanca Grande desde 5/7/2013, tem 36 referências no nosso blogue, é autor do livro (e da série) "Memórias da Guiné" (Lisboa: Edições Polvo, 2005, 86 pp.). Viveu na Guiné, em 1970/72, com a esposa e o filho.

Os reordenamentos populacionais

por Fernando Magro (**)


Fui colocado nos Serviços de Reordenamentos Populacionais. Inicialmente, e durante cerca de dois meses, trabalhei no Planeamento, no Comando-Chefe, na Amura. E depois chefiei os Serviços no Batalhão de Engenharia 447, em Brá.

Tratava-se de um serviço dirigido por militares destinado essencialmente às populações civis. Tinha em vista proceder ao agrupamento de diversas pequenas "tabancas" com o fim de constituir médios aldeamentos onde fosse rentável dotá-los com algumas infra-estruturas, tais como: escolas, postos sanitários, fontanários, tanques de lavar, cercados para gado, mesquitas ou capelas.

Além disso tinha-se também em vista, com a execução do Reordenamento, a defesa e controlo da população.

Na Amura estava à frente dos Serviços o major Matos Guerra, indivíduo muito instável e nervoso. Foi substituído, passados alguns meses, pelo major Carlos Azeredo que mais tarde foi chefe da Casa Militar do Presidente Mário Soares, comandante da Região Militar Norte, Governador da Madeira...

No Comando-Chefe eram decididos os trabalhos a realizar e de lá chegavam ao Batalhão de Engenharia ordens da natureza desta que a seguir transcrevo:

"From: Comchefe POP
To: Batengenharia

Mande comprar materiais para construir um Pool de: 1.550 casas zn; 50 T2; 40 escolas; 10.000 m de arame farpado. Deve indicar urgentemente a este necessidade aquisição ferramentas."


No Batalhão de Engenharia 447 foi organizado um mapa de medições para os vários tipos de construção e de acordo com essas medições assim eram quantificados os volumes de materiais a adquirir bem como colecções de ferramentas necessárias para a execução dos trabalhos.

Para, por exemplo, 60 casas T2, havia necessidade de adquirir:

  • 11.700 ripas; 
  • 780 kg de pregos n.º 15; 
  • 600 kg de pregos n.º 7; 
  • 480 kg de pregos zincados; 
  • 420 anilhas de chumbo 6/8";
  • e 8.520 chapas de zinco.

As paredes das construções eram em adobe, que os beneficiários eram incumbidos de executar, o que faziam bem, amassando terra argilosa com palha e secando os adobes ao sol.


A armação das coberturas das construções era em rachas de cibe (árvore da família das palmeiras). Um tronco dessa árvore aberto em duas partes e cada uma dessas metades aberta de novo ao meio dava origem a quatro rachas de cibe.

Os cibes eram adquiridos pelo Batalhão de Engenharia. Tinham de respeitar normas específicas: 
  • terem determinados metros de comprimento;
  • serem secos;
  • possuírem uma certa secção; 
  • e não fazerem qualquer curvatura, de modo que, quando aplicados, não apresentassem flecha.

As unidades militares em cuja área se executavam reordenamentos tinham interesse em adjudicar o fornecimento das rachas de cibe aos indí­genas da região. Dessa maneira, estando ocupados, deixavam de fazer a guerrilha, além de materialmente poderem beneficiar de modo a satisfazerem algumas das suas aspirações.

As obras eram geridas e supervisionadas pelo pessoal da Unidade Militar da área. Geralmente era nomeado um alferes, um furriel e dois cabos (um carpiteiro e o outro pedreiro nas suas vidas civis) para fazerem um estágio de alguns dias no Batalhão de Engenharia da Guiné onde praticavam na construção de algumas casas.

Havia pelo menos:
  •  uma casa no início de construção, na fase das fundações; 
  • outra com as paredes exteriores em execução; 
  • outra ainda com as paredes interiores e a armação do telhado a serem realizadas;
  •  e finalmente uma outra em fase de acabamento. 


Essa equipa, depois de ficar devidamente elucidada sobre o modo de construção das casas, regressava às suas unidades e ficava responsável pela execução dos trabalhos na sua área.

Como já referi, os materiais eram fornecidos pelo Batalhão de Engenharia à exepção dos adobes que eram executados pelos nativos. Quanto às rachas de cibe, ou eram obtidas na própria área das construções ou fornecidas pelo Batalhão de Engenharia.




Construção de uma casa no reordenamento de Bissássema. Na foto: 1.º Cabo José Leonardo e os Soldados João Ventura e Idalmiro Melo da CCAÇ 3327

Foto: © José Leonardo, cedida por José da Câmara


No Comando-Chefe era elaborado um plano de urbanização (se assim se podia chamar) com a planta dos arruamentos e a disposição das casas e a localização das várias infra-estruturas.

O local dos reordenamentos também era escolhido pelo pessoal do Comando-Chefe e naturalmente tinha em linha de conta a possibilidade de as terras próximas serem agricultáveis e a defesa das populações poder ser viabilizada.

No decurso das obras sempre que havia qualquer problema de ordem técnica,  o Batalhão de Engenharia dava o respectivo apoio.

Fiz, por isso, algumas viagens para o interior da Guiné em helicóptero ou de avião (Dornier) a que chamávamos DO. Fiquei, então, com uma visão geral da Guiné. Desloquei-me para o sul. Estive em Cufar, Catió e Cacine. No norte estive em Binta e Farim. Para leste fui a Bafatá, Bambadinca, Nhabijões, Nova Lamego e Buruntuma.

Nas férias da Páscoa de 1971 passei alguns dias na Ilha de Bubaque, no Arquipélago de Bijagós.

Mais perto de Bissau desloquei-me de automóvel diversas vezes a Nhacra, Safim, João Landim e ao Cumeré.

Na minha actividade, integrado no Batalhão de Engenharia, estive sempre atento para que nunca faltasse material nem ferramentas nos locais dos reordenamentos, pois o General Spí­nola fazia muitas viagens para o interior de helicóptero e sempre que via do ar um reordenamento em execução ordenava que o piloto aterrasse para poder visitar as obras.

O meu receio era que alguém, alguma vez, se queixasse da demora do envio de materiais por parte do Batalhão de Engenharia para justificar um possível atraso na execução dos trabalhos. Isso, porém, que eu saiba, nunca aconteceu.

Por outro lado era absolutamente necessário que na proximidade da época das chuvas as casas estivessem com a cobertura executada, cobertura essa que se prolongava para além das paredes exteriores mais de um metro, formando um terraço coberto à volta das casas, pois se assim não fosse as paredes de abobe, sem qualquer protecção, eram destruí­das pelas chuvas.

Desta minha actividade houve um facto que me poderia ter trazido graves consequências se não tivesse procedido com firmeza imediatamente após ter dele conhecimento.

Um coronel foi um dia oferecer-se ao meu Comandante (Tenente-Coronel Lopes da Conceição, já falecido com o posto de General) para promover o corte de rachas de cibe na área do seu Batalhão e posterior fornecimento à Engenharia das mesmas.

O meu Comandante chamou-me ao seu gabinete. Apresentou-me o Coronel e disse-me o que ele pretendia.A ideia do Coronel era pôr os nativos da região da sua Unidade militar a trabalhar na floresta, dando-lhes oportunidade de auferirem algum rendimento.

Uma vez que se tratava de um material imprescindí­vel para as obras que tinha em curso, e embora na área do Batalhão que o Coronel Comandava não houvesse qualquer reordenamento, aceitei imediatamente a proposta e indiquei as condições em que se teria de fazer o fornecimento: o custo e as normas específicas que as rachas de cibe tinham de respeitar.

Dei-lhe mesmo um pequeno caderno de encargos-tipo que teria de ser seguido.

Passados uns tempos o Primeiro Sargento que comigo colaborava apresentou-se no meu gabinete e, depois da continência militar, bradou:

- O meu Capitão já viu os cibes que estão a ser depositados à volta do campo de futebol?
- Não.
- Se o meu Capitão tivesse alguns minutos disponí­veis propunha-lhe que os visse.

Levantei-me e fui com o Primeiro Sargento até ao local onde estavam depositados os cibes. Tinham vindo da área do Batalhão do tal Coronel. As rachas de cibe eram verdes, arqueadas e com secção inferior à das normas.

Fiquei furioso. Encaminhei-me imediatamente para a Central Rádio e lá redigi uma mensagem que mandei emitir, que dizia mais ou menos isto:

"As rachas de cibe recebidas no Batalhão de Engenharia não respeitam as normas específicas de que lhe foi dado conhecimento. Não serão aceites nem pagas por este Batalhão pelo que deverá mandar retirá-las do local onde foram depositadas."

Esta guerra das rachas de cibe para mim tinha acabado, julgava eu. Mas não. Volvidos alguns dias sobre este acontecimento, o meu Comandante mandou-me chamar ao seu gabinete. Muito sisudo, disse-me que o Coronel (não pretendo mencionar o seu nome) se tinha queixado de mim ao General Spí­nola por causa de uma mensagem rádio que eu lhe tinha enviado.

Contei-lhe a história e convidei o Comandante a deslocar-se ao campo de futebol onde ainda estavam depositadas as rachas de cibe. Pegou no pinguelim, pôs a sua boina e para lá nos dirigimos.

Depois de ter constatado no local em que condições foram fornecidas as rachas de cibe, disse-me:
- Tem toda a razão. Não se preocupe mais com isso. Eu tratarei do assunto com o nosso General.

Na mensagem que enviou poderia ter sido menos duro, mas não tenho dúvidas que fez o que devia.

Soube mais tarde que o General Spí­nola apreciou a minha atitude e, evidentemente, não concordou com a maneira de agir do Coronel nessa sua iniciativa.

Em Julho de 1971 deslocou-se à Guiné uma delegação da ONU. Como dessa visita constava a sua passagem pelo Batalhão de Engenharia 447, os Serviços de Reordenamentos Populacionais tiveram de redigir um pequeno memorando, a fim de elucidar os elementos dessa delegação sobre as suas actividades, memorando que transcrevo adiante:

Serviço de Reordenamentos Populacionais
 
ActividadesApoio técnico e de materiais às obras de reordenamentos.

Cada reordenamento é constituído por:

  • um número determinado de casas de adobe destinadas à população; 
  • uma ou duas casas de adobe também, mas com melhor acabamento destinadas aos chefes; 
  • uma ou duas escolas em blocos de cimento; 
  • um posto sanitário em blocos de cimento; 
  • um ou dois cercados para gado; 
  • fontanários; 
  • bebedouros e lavadouros.

Prevê-se futuramente uma construção destinada ao culto religioso.

O Serviço de Reordenamentos do Batalhão de Engenharia elaborou as Instruções de Reordenamentos, onde constam normas e pormenores das construções, desenhos, sequência de trabalhos, medições, orçamento e quadro resumo dos materiais necessários.

Tem o Serviço de Reordenamentos do Batalhão de Engenharia habilitado inúmeros oficiais, sargentos e cabos com o estágio de reordenamentos. Esses elementos, formando equipas constituídas por um oficial (alferes), um encarregado de obras (furriel),  um pedreiro (cabo) e um carpinteiro (cabo) executaram no interior da província com a colaboração das populações, cerca de 8.000 casas cobertas a colmo e 3.880 cobertas a zinco nos últimos anos.

O Serviço de Reordenamentos do Batalhão de Engenharia 447 tem apoiado essas construções com material e, quando solicitado, tem prestado assistência ténica localmente.

A esse volume de trabalho correspondem as seguintes quantidades de materiais:

  • Rachas de cibe - 542.000
  • Chapas de zinco - 550.960
  • Ripas - 756.600 metros
  • Pregos - 120.280 kg
  • Anilhas de chumbo - 27.160 kg
  • Cimento - 19.400 sacos
[ Revisão / fixação de texto, para  efeitos de publicação deste poste no nosso blogue: LG ]

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Notas do editor


terça-feira, 15 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23081: Os nossos seres, saberes e lazeres (496): Guerra e Desporto, mais um artigo de Alexandre Silveira publicado no Jornal Fayal Sport Club (José Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Em mensagem de 8 de Março de 2022, o nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, BráBachile e Teixeira Pinto, 1971/73), enviou-nos mais um recorte da sua colaboração no Jornal Fayal Sport Club.

Mano Carlos,
Espero que esteja tudo bem. A vida por estes lados lá vai seguindo com altos e baixos, mas não nos podemos queixar. Fazê-lo é um autêntico sacrilégio perante o que vamos observando por este mundo fora.
Mas adiante.

Encontrei mais este artigo, “Eu… Desportivo” que então escrevi para o jornal do Fayal Sport Club, na sua Edição de 2/6/1973, que seria o último, em vésperas de emigrar para os Estados Unidos da América. Nem de propósito, …perante o panorama futebolês que grassa um pouco por todo o lado.

Compreendo que isto nada tem a ver com a nossa Guerra do Ultramar, no caso da Guiné, mas talvez sirva um propósito, unidos seremos sempre mais fortes no Crer e Querer.

Abraços e beijinhos da tua família “americana”.
Abraço fraterno do mano
José




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Notas do editor

Poste anterior de 23 DE DEZEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22835: Os nossos seres, saberes e lazeres (483): Guerra e Desporto, mais um artigo de Alexandre Silveira publicado no Jornal Fayal Spor Club, enviado a partir da Mata dos Madeiros (José Câmara, ex-Fur Mil Inf)

Último poste da série de 12 DE MARÇO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23071: Os nossos seres, saberes e lazeres (495): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (41): Em Cernache do Bonjardim e na Sertã, no dia em que aqui recebi a segunda dose da vacina (1) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22839: O meu sapatinho de Natal (19): Em 1971 o MNF (Movimento Nacional Feminino) visitou algumas unidades no Ultramar e ofertou discos musicais pelas tropas (José Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, BráBachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 23 de Dezembro de 2021:

Mano Carlos, amigos e companheiros,
A nossa história, enquanto combatentes da Guerra do Ultramar, está recheada de peripécias e acontecimentos, um autêntico livro de memórias e recordações, que a neblina da memória não consegue apagar.
Em 1971 o MNF (Movimento Nacional Feminino) visitou algumas unidades no Ultramar e ofertou discos musicais pelas tropas. A minha companhia, na altura em Bissássema, foi uma delas. Porque eu já tinha rumado às tropas africanas não tenho essa relíquia como recordação.
Porque neste mundo há sempre alguém que guarda, após o meu pedido, vários elementos da CCaç 3327 e outros responderam à minha solicitação, fotos das ofertas recebidas. O Furriel Miliciano Enfermeiro da CCaç 3327, o Rui Esteves, foi muito mais longe do que eu esperava e presenteou-me com um bocadinho da história que ficou daquele Natal de 1971.
Que o vosso sapatinho familiar de Natal seja recheado com muita saúde. Haja Festas Felizes e Bons Anos.

Um abraço transatlântico do
José Câmara


Convosco o MNF e o Natal de 1971 (Clicar na hiperligação e levar o cursor para o princípio):
https://www.youtube.com/watch?v=QOp5IgM5r5M&t=1345s

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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22837: O meu sapatinho de Natal (18): Boas festas 2022: Patrício Ribeiro (Grupo de Bijagós com as suas tradições, Bubaque); Hélder Valério de Sousa; Tibério Borges

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22835: Os nossos seres, saberes e lazeres (483): Guerra e Desporto, mais um artigo de Alexandre Silveira publicado no Jornal Fayal Spor Club, enviado a partir da Mata dos Madeiros (José Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Em mensagem de 17 de Dezembro de 2021, o nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), enviou-nos mais um recorte da sua colaboração no Jornal Fayal Sport Club, a partir da Mata dos Madeiros, Guiné.

Mano Carlos,
Junto mais um dos meus escritos publicados no Jornal “Fayal Sport Club”, em 1971. Infelizmente não consigo saber exactamente o mês da publicação.
Ao tempo, ainda eu estava em Bissau, numa das minhas noites livres fui ao Estádio “Sarmento Rodrigues” para assistir a um jogo de futebol. Independentemente dos objectivos das minhas observações ao jogo e ao recinto, hoje isso pouco interessa, espero que o escrito traga memórias e recordações a alguns dos nossos companheiros.

Abraço fraterno do mano,
José


Recorte do Jornal Fayal Sport Club, com artigo publicado em 1971 pelo nosso camarada José "Alexandre da Silveira" Câmara, hoje radicado nos EUA.
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Nota do editor

Último poste da série de 18 DE DEZEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22818: Os nossos seres, saberes e lazeres (482): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (22): As surpresas que o Museu de Lisboa nos reserva (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22750: Efemérides (356): Thanksgiving - Dia de Acção de Graças - Fomos recebidos sem reservas pelos EUA. Em troca apenas nos pediram que compreendêssemos e respeitássemos as suas instituições (José Câmara, ex-Fur Mil)


1. A propósito do Dia de Acção de Graças que hoje se festeja nos Estados Unidos da América, o nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), enviou-nos esta mensagem:

Familiares e amigos,
Alguns anos atrás, no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, tive a oportunidade de endereçar uma mensagem pelo Thanksgiving, o Dia de Acção de Graças na grande Nação Ameriana. É porventura o maior feriado familiar americano. Este ano está previsto que cerca de 48 milhões de americanos viajarão para se encontrarem com os familiares.

Tal como então, a mensagem que então enderecei continua bem viva e a única coisa que mudou foi o tempo desde então, Os sentimentos são os mesmos.


Meus queridos familiares e amigos,
Amanhã, Quinta-Feira, irei celebrar o Dia de Acção de Graças nos Estados Unidos da América.
Eu e muitos de nós escolhemos este grande País americano para nossa segunda Pátria. Aqui fizemos as nossas vidas, formámos e vimos crescer as nossas famílias, realizámos muitos dos nossos sonhos. De uma maneira geral fomos recebidos sem reservas pelos EUA. Em troca apenas nos pediram que compreendêssemos e respeitássemos as suas instituições. Na verdade, pediram muito pouco para aquilo que recebemos em troca.

Sou agradecido e penso que a maioria dos que aqui vivem me acompanham nesse sentimento. Também celebro com estes. Lá longe, onde a Europa acaba e a América começa vivem muitos familiares, companheiros e amigos da escola, da minha juventude, do trabalho, do desporto.

Do serviço militar reconheço os camaradas que ao longo dos anos viveram as mesmas horas de aflição, os mesmos sacrifícios e também os grandes momentos de alegria e camaradagem, que também os houve, que só a guerra do Ultramar poderia proporcionar.
Se me permitem, deixem-me também celebrar o dia de Ação de Graças, o Thanksgiving Day, no meio de vós, nos dois lados do Atlântico.

Com um abraço,
JC

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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE NOVEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22744: Efemérides (355): Eduardo Jorge Ferreira (Lourinhã, 1952-Torres Vedras, 2019): dois anos de saudade (Rui Chamusco)

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22739: Os nossos seres, saberes e lazeres (478): Guerra e Desporto, um artigo de Alexandre Silveira publicado no Jornal Fayal Spor Club, enviado a partir da Mata dos Madeiros (José Câmara, ex-Fur Mil Inf)

1. Em mensagem de 19 de Novembro de 2021, o nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), enviou-nos um recorte de imprensa através do qual nos desvenda mais uma das suas facetas, a de colaborador do Jornal Fayal Sport Club, a partir da Mata dos Madeiros, Guiné.

Mano Carlos,
Amigo meu está a publicar cópias dos jornais do Fayal Sport Club dos anos 60 e 70. Nesse clube, apesar de jovem, desenvolvi várias actividades deportivas e outras tais como festas de angariações de fundos monetários, na feitura do jornal e, como não podia deixar de ser, lá ia publicando alguns artigos, pobres na escrita, mas que me dava prazer.
Aqui vai um artigo que escrevi na Mata dos Madeiros, sem a possibilidade de revisão adequada. Depois de leres, diz-me se isso tem algum interesse para o blogue.
Aquele Alexandre Silveira sou eu (José Alexandre da Silveira Câmara). Eu tenho mais alguns escritos na Guiné.

Abraço fratero do mano José


Recorte do Jornal Fayal Sport Club, com artigo publicado em 1971 pelo nosso camarada José Alexandre da Silveira Câmara, hoje radicado nos EUA.
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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE NOVEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22734: Os nossos seres, saberes e lazeres (477): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (18) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22056: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (36): Um levantamento de rancho servido com uma bofetada


1. Em mensagem de hoje, 1 de Abril de 2021, o nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), envia-nos um recorte de uma carta enviada à então sua madrinha de guerra, hoje esposa, onde relata um acontecimento raro na tropa, um levantamento de rancho, assegurando que não é uma "peta" do 1.º de Abril.


Um levantamento de rancho servido com uma bofetada

Amigos,

Todos nós, uns mais que outros, que tivemos a responsabilidade de conduzir homens, fomos confrontados com situações que bem preferíamos não tivessem acontecido. Foi o que me aconteceu no dia 31 de Março, no AGRBIS, em Brá, Guiné. Nesse quartel estava sediada a minha companhia e outras forças militares de Serviços e Comando.

Naquele dia, a pedido do comandante da minha companhia, Sr. Cap. Rogério Rebocho Alves, estive de Sargento de Dia. Isso obrigou-me a 72 horas de serviço seguido, nada a que os militares da nossa companhia não estivessem habituados, excepto para os três furriéis que desempenhavam as suas funções de Sargento da Guarda no Palácio do Governador que, devido às suas funções, tinham descanso entre serviços. Eu era um desses felizardos.

Naquele dia 31 de Março, quando entrei no refeitório apercebi-me que iria haver borrasca, um levantamento de rancho. Para além de um distraído da minha companhia, que ao aperceber-se do seu erro tentou disfarçar, ninguém tocara no que estava sobre as mesas. O Sr. Oficial de Dia, um Capitão de Cavalaria, de quem esqueci o nome, também se apercebeu de que o militar da minha companhia havia tocado no prato, melhor, sujado o prato, e perguntou-lhe porque não comia. Não ouvi a resposta daquele militar, um 1.° Cabo (sinto não ser necessário a publicação do seu nome para esta história) mas o Sr. Oficial de Dia virou o prato e de imediato esbofeteou aquele militar. O silêncio que se fazia sentir tornou-se sepulcral.

Sem outra alternativa os soldados começaram a comer e não houve mais incidentes. Ao fim da refeição, quando me preparava para sair, o Sr. Oficial de Dia chamou-me e ordenou-me que participasse de todos os militares da companhia presentes na refeição. Confesso que fiquei estarrecido e perguntei-lhe o motivo. Insubordinação foi a resposta dele. Na verdade, um preço muito alto a pagar pela bofetada que ele dera num militar da nossa companhia e foi isso mesmo que lhe disse.

Foram 27 participações que tive que escrever e que coloquei sobre a secretária do comandante da minha companhia. Ainda estou a ouvir o Sr. Capitão Alves, um homem de inefáveis qualidades humanas, com ele seu típico, “mas que chatice!”. Havia que haver uma saída para aquela situação, uma saída que de alguma forma se enquadrasse no Regulamento de Disciplina Militar. E assim foi. Naquela altura já se sabia que a companhia iria sair de Bissau. O Capitão reconhecia que eu tinha entregue as participações e ele tinha 30 dias para actuar sobre elas. No mato, num acampamento, quem se iria lembrar das referidas participações?

O Sr. Oficial de Dia esteve muito mal na sua actuação, mas sempre me perguntei porquê? Ele, julgo que em fim de comissão, certamente iria sofrer algumas consequências se o levantamento de rancho tivesse ido por diante. Para além disso, ele não fora o vagomestre e muito menos o cozinheiro. A sua responsabilidade, que era muita, esteve em não ter actuado sobre a qualidade da refeição. Não sei até que ponto ele o poderia ter feito num quartel que tinha como comandante o Cor. Santos Costa, na altura conhecido como o “Onze”.

As participações, passados os trinta dias, passaram ao álbum da neblina das minhas memórias.

Sobre esse assunto, no dia 1 de Abril de 1971, o último dia que estive de Sargento de Guarda ao Palácio, escrevi uma carta há minha madrinha de guerra, da qual publico o que importa para esta pequena história.

Um abraço amigo e a certeza que estou com todos vós e vossos familiares nesta hora difícil que o mundo atravessa.

José Câmara


Extracto da carta que escrevi à minha madrinha de guerra no dia 1 de Abril, a última que escrevi no Palácio do Governador
Foto tirada nos jardins do Palácio do Governador, em Bissau
Um dos meus passeios preferidos no AGRBIS ao longo da plantação de papaeiras
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20488: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (35): Canção de Natal

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21691: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (30): Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf e José Câmara, ex-Fur Mil Inf


1. Mensagem natalícia do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) com data de 24 de Dezembro de 2020:

Estrela de Natal

Entre miríades de estrelas,
Brilha no céu uma, no oriente.
Um clarão de esperança
Que ilumina o mundo inteiro. Para sempre.


O cobre de esperança imperecível.
Incendiou-o, à humanidade,
Com o fogo da imortalidade.
Tudo perecerá com o tempo.
Menos a alma.
Sopro de vida.
O Criador a fez à sua imagem.
Um menino nasceu em Belém.
Na noite de Natal.
Veio resgatar o homem da pena aplicada ao Adão e Eva.
Pela sua desobediência à vontade do Criador.
Um mistério por desvendar...


Berlim, 24 de Dezembro de 2020
14h14m
Jlmg


********************

2. Mensagem natalícia do nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 25 de Dezembro de 2020:

“Natal é a ternura do passado, o valor do presente e a esperança de um futuro melhor”, assim escreveu alguém.

Convido-vos a meditarem comigo sobre o que foi e é as nossas vidas, nas nossas relações com os outros e com as nossas instituições.
Mais importante que tudo, convido-vos a acreditar firmemente que os nossos melhores dias de vida ainda serão aqueles que estão na nossa frente.


O Menino nasceu no dia 25 de Dezembro de Dezembro, mas a Sua mensagem, a da Natividade, é de todos dias!

Convosco ficam os meus votos de um Feliz Natal e Bons Anos.
Que a saúde seja sempre vossa companheira e daqueles que vos são queridos.

Com amizade e respeito, um abraço amigo do
José Câmara

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Nota do editor

Último poste da série de 25 de Dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21689: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (29): O Natal agridoce de 2020... (E um "In Memoriam" à Isabel Levezinho que acaba de deixar a "Terra da Alegria") (Luís Graça)

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21494: Memoriais Militares (1): Diáspora açoriana na América: contactos de veteranos da guerra do ultramar e da guerra do Vietname (José Câmara, Raynham, Massachusetts)



Capa do livro 

CABRAL, Adalino e DIAS, Eduardo Mayone (org.), "Das guerras africanas à diáspora americana", Rumford, East Providence, Rhode Island, USA: Peregrinação Publications, 2002. Foto da capa: Fur Mil Manuel Adelino Ferreira. Norte de Angola, 1966.




Estados Unidos > Massachusetts > Raynham > 2019O João Crisóstomo (à esquerda) e eu na minha casa


Foto (e legenda): © José Câmara (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do José Cãmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73); tem cerca de 120 referências no nosso blogue; 


Date: quinta, 29/10/2020 à(s) 00:35
Subject: Memoriais Militares (*)
 

Amigo Luís Graça,

Anos atrás,  eu estive no lançamento de um livro escrito pelos Srs Adalino Cabral, um veterano da Guerra do Vietname, e Eduardo Mayone Dias. Sei que têm algumas publicções sobre a Guerra do Vietname. Não tenho os seus contactos, mas quero acreditar que o nosso companheiro Serra Vaz (*) pode conseguir isso com a seguinte informação:

"Adalino Cabral: Emigrou criança para os Estados Unidos, em 1954. É veterano da guerra do Vietname.
Os mesmos autores, ele e o Eduardo Mayone Dias, haviam  anteriormente publicado a obra "Portugueses na guerra do Vietname".

Apurei que o Eduardo Mayone Dias é professor e investigador. natural do continente, vive em Los Angeles; e que o Adalino Cabral é natural da Feteira Grande, Nordeste, S. Miguel.  

Os mesmos autores haviam anteriormente publicado a obra "Portugueses na guerra do Vietname". 

Da nota introdutória do livro, cuja capa acima se reproduz: 

"As guerras de África vimo-las de longe e com diferentes perspectivas. Um de nós, Adalino Cabral, passou parte desses anos ele mesmo no mato, mas no Vietname. O outro, Mayone Dias, andava em 1961 pelo México e depois, até 1974 pela Califórnia. Em ambos os casos as notícias de África só muito esporadicamente nos chegavam (...). O que ambos pretendíamos obter era um relato pessoal da experiência de campanha, as impressões do contacto com o novo ambiente físico e emocional, um possível contraste entre as atitudes de ontem e de hoje" (...)

Com a ajuda do nosso saudoso amigo e camarada, e grande açoriano,  Carlos Cordeiro (1946-2018), sabemos que o livro se baseia, portanto, na recolha de depoimentos de veteranos da Guerra do Ultramar que emigraram para os Estados Unidos. Dos dezassete entrevistados, onze são naturais dos Açores, um estabelecido na Califórnia e os restantes no Massachusetts.

São os seguintes os entrevistados açorianos (nome / ano de nascimento / local, ilha / teatro de operações

- César Serpa  / 1941 / ico da Pedra, S. Miguel / Moçambique. 

- David de Sousa Bairos / 1947 / Sto. Espírito, Sta.Maria / Guiné.

- Fernando Amaral Dutra / 1932 / Madalena, Pico / Guiné; Timor.
 
- Floriano Jorge Resendes de Medeiros / 1950 / Lagoa, S. Miguel / Moçambique.

- Gilberto Manuel de Moura Sousa / 1951 / Vila do Porto, Sta. Maria / Moçambique.

- Horácio Botelho Tavares / 1947 / S. Roque, S. Miguel / Angola.

- Jaime Soares da Costa / 1947 / Santa Maria / Guiné.

- José Natalino Cardoso / 1942 / Ponta Delgada, S. Miguel / Angola.

- Manuel Adelino Ferreira / 1942 / Ribeira das Taínhas, Vila Franca do Campo, S. Miguel / Angola.

- Mário Jorge da Costa Borges / 1946 / Ponta Garça, Vila Franca do Campo, S. Miguel / Moçambique.

- Vasco Manuel Correia de Matos / 1953 /  Serreta, Terceira / Angola.

Eu estive presente no lançamento deste livro no clube Os Amigos da Terceira, Estado de Rhode Island. Se a memória me serve bem, o Sr. José Brites, um grande admirador e impulsionar das coisas portuguesas por estes lados, terá a disponibilidade para servir quem dele se aproximar. Nesse sentido aqui fica o que consegui: 

José Brites
Peregrinacao Publications Inc 
36 Brayton Avenue 
Rumford, RI 02916 - View MapPhone: (401) 435-4897
Web: www.portuguesefoundation.org 
 
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Nota do editor:

(*) Vd. postes de;

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20488: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (35): Canção de Natal

1. Mensagem do nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 23 de Dezembro de 2019:


Caros amigos e camaradas d’Armas,

Para nós, sobretudo os que cumpriram a sua comissão de serviço militar no Ultramar, a quadra de Natal traz-nos recordações mil. As saudades das famílias dispersas pelas aldeias de Portugal, pelos confins da Califórnia e terras frias do Canadá, pela França, a dor da partida prematura de um camarada-de-armas, a desilusão da carta que não chegou. Tudo isso contrastava com a alegria daquele “Querido filho que ao fazer esta que te encontres de saúde…" ou o encher dos pulmões com aquele “Recebe um beijo desta que te ama...”, ou ainda aquele “Abraço apertado da tua madrinha de guerra...”, de um rancho nem sempre melhorado mas muito bem molhado, do contar dos dias para o fim da comissão, da alegria do companheirismo no seio uma família diferente, grande lição de vida.

Recordar tudo isso e muito mais é legítimo. Faz parte das nossas vidas, das muitas lições que nos ajudaram a crescer como homens. Mas o Natal é muito mais que recordações. O Menino Jesus vai nascer, Senhor da Vida, da Esperança, do Amor. Que o Seu exemplo continue a produzir frutos, bons frutos. Saibamos segui-Lo na produção, Hoje e sempre, porque o Natal não é de um dia, mas de todos os dias, de uma Vida que é a nossa. Cheia de surpresas. Que vale a pena viver e partilhar.

Pela manhã, sempre que a vida me permite, debruço-me nesta janela da internet. Recebo os bons dias dos amigos. Do JERO, do Juvenal, do Valério, do Magalhães, do Briote, do Fontinha, do Picado, do Carlos Silva, do JD, do meu mano Carlos Vinhal e de muitos outros. O Miguel sabe que eu gosto de ler as notícias da minha terra mãe e não falta com elas. Confesso que sinto a falta do Jorge, do Faria, do Rebola e de mais uns quantos que da lei da morte se libertaram. Dou um passeio pela Tabanca, que desentorpecer as pernas também faz bem.

Foi num daqueles debruçares matinais que senti uma pancada no peito, uma enorme surpresa. Onde se podia ler: - “Ainda vives em Stoughton? É que no próximo dia 20 vou a Dartmouth MA, e lembrei-me que, se entretanto não te tiveres mudado para a Flórida ou coisa semelhante, eu podia dar aí um salto para nos conhecermos pessoalmente. Se bem que quase te conheço já, graças ao blogue “Luís Graça e Camaradas da Guiné" onde te encontrei, especialmente no post 13528, de 23 de Agosto de 2014).

As tuas palavras - "Concordo que a Guiné nos pregou ao corpo e as recordações, umas bem melhores que outras, trazem-nos emoções que só quem por lá andou compreende a sua extensão. Não sinto nostalgia daqueles tempos, mas tenho saudades da minha juventude de então, dos muitos amigos que criei. Conservo boas recordações daquelas gentes, sobretudo das crianças de olhos esbugalhados e sorridentes, dos meus soldados africanos." - fazem-me crer que temos muito em comum. Faz bem lembrar, partilhar…
Se me permitem, num abraço amigo, os meus votos para que tenhais Festas Felizes e Bons Anos no seio dos vossos familiares e amigos."

João Crisóstomo (na esquerda) e eu na minha casa em Raynham, Massachusetts.

Caros amigos, dias depois, o João Crisóstomo e a esposa entravam com esta simplicidade na minha humilde casa, em Raynham. Eu e a minha esposa demos-lhes o melhor tínhamos para eles, um abraço sincero de respeito, amizade e agradecimento. E, claro, um café e uns doces, que aquele simpático não nos permitiu mais e melhor. E duas horas de um bom e são convívio e camaradagem. Deixámos sair a alma.

Enquanto as senhoras se embrenharam nas suas conversas, o João deu-me a conhecer parte da sua obra. Timor e as suas gentes, sobretudo as crianças, é um dos seus grandes amores. Confesso que ao seu lado me senti muito pequeno, tal a sua força de vontade, da sua franqueza, do tamanho do seu coração no bem querer fazer.

Sim, João, valeu a pena recebido a vossa visita. Que Deus abençoe na vossa obra e a vossa vida.

Sim, o Menino Jesus também tem destes presentes. Depositado que foi numa árvore de Natal, um poilão, na Tabanca Grande.

O Natal é uma canção. Sim, eu continuo criança e acredito que o Menino Jesus nasce todos os dias.

Festas Felizes e Bons Anos para vós e vossos familiares.

Bem hajam.

José Câmara
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Nota do editor

Último poste da série de 5 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17024: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (34): Correspondência do Ultramar: Ressurreição nas Matas da Guiné

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Guiné 61/74 - P19923: Tabanca da Diáspora Lusófona (1): camaradas das sete partidas do mundo, procuram-se! (João Crisóstomo, Nova Iorque, EUA)


EUA > Stoughton, Massachusetts> 6 de setembro de 2017 > O José Cãmara, em sua casa, em dia de aniversário, brindando aos amigos e camaradas.

Foto (e legenda): © José Câmara (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do João Crisóstomo [, Nova Iorque,
 EUA; tem 84 referências no blogue]:

Date: terça, 4/06/2019 à(s) 16:14
Subject: um hello e  um pedido de Nova Iorque

Caríssimos camaradas, editores:

Estou de volta em Nova Iorque depois do que foi uma experiência maravilhosa em Portugal: além de ver a minha família mais próxima (estamos  todos já  na faixa dos setentas e, como dizia o meu pai na sua pragmática sabedoria,  "nos intas (...vintes e trintas) tu brincas… e nos entas tu aguentas", eu  tive a oportunidade de contactar de novo  - ou pela primeira vez -  muita outra gente  que me é muito querida, mas a quem devido  às circunstâncias geográficas e outras só agora tive ocasião de encontrar.

Refiro-me é claro ao encontro em Monte Real, onde pude abraçar pela primeira vez tantos amigos de quem tanto tenho lido e  ouvido falar.   Em cada abraço que eu dava a alguém pela primeira vez eu  dizia para mim mesmo: "Puxa vida! até que enfim!".

Nao sei  até que ponto este meu sentir é  ou era partilhado da mesma maneira ou  com a mesma intensidade.  É natural que não seja sempre assim: ao fim e ao cabo  vocês, na maioria dos casos, comportam-se como se  fossem duma família vivendo sob o mesmo tecto  … Vocês   "veem-se" frequentemente ou pelo menos veem-se   de vez em quando.

Para quem está  fora, quer queiramos ou não,  é "diferente" . Porque , da mesma maneira que - com razão ou não  nao sei - dizem por vezes  que  ninguém tem tanto amor à nossa terra como aqueles que  (, por razões por vezes alheias, ) vivem  longe dela….Também eu, longe de vocês,  aguardava com muita antecipação o poder  encontrar e abraçar a tantos a quem a terra da Guiné e suas vivências e experiências, por vezes de intensidades extremas, mas comuns à  maioria dos que por lá passaram,  tornou/transformou em  meus irmãos.

Bom, desculpem este meu arrazoado, embora bem sentido,  e  "deitar peito fora" o que me veio agora ( e vem muitas vezes) especialmente ao deambular  pelas páginas do "vosso, nosso, meu"  querido blogue "Luís Graça  &  Camaradas da Guiné".

 Mas agora ao mais importante:

A razão primeira deste é para lhes pedir a vossa ajuda: há anos atrás  ventilou-se a idéia da criação de  uma "Tabanca da Diáspora Lusitana". Foi em 2016, se me não engano. Pelo menos foi quando eu tive conhecimento desta idéia. E lembrei-me na altura que talvez eu pudesse dar a minha ajuda nesse sentido, já que o facto de eu viver em Nova Iorque  por vezes  facilita muita coisa, como tem sucedido em casos anteriores.

O Luís Graça fez mesmo o favor de me dar  alguns nomes de camaradas a quem eu poderia contactar. E mesmo da Eslovénia onde me encontrava  na altura ,  eu fiz a primeira tentativa de contactos,  (onze no total).  E repeti quando voltei a Nova Iorque.

Destes primeiros emails eu recebi apenas quatro respostas; e dois deles até  me deram  os números de telefone, (como eu havia sugerido a todos), caso estivessem  de acordo em eu os chamar pelo telefone. Mas "não cheguei  a parte nenhuma", talvez por falta de perseverança ou insistência suficiente da minha parte.

Vamos tentar outra vez, está bem? Por mim eu  farei o meu melhor, embora   sem "fazer promessas",  e sem pretensões de espécie  alguma. Mas,"vitaminizado" como fiquei deste encontro, pesar-me-há a consciência se não fizer nada da minha parte. Eu estou enviando este email a vocês os quatro, editores ( como consta do blogue), mas talvez hajam outros camaradas  que tenham outras/mais  informações  e possam /estejam dispostos a colaborar... 

Segue a lista dos onze contactos ( por email)   que fiz em 2016. Não sei a quantos consegui  chegar, já que apenas recebi resposta/confirmação de recebimento de quatro.  Será  que tenho os endereços certos? 

Não quero estar a "impor" trabalhos a ninguém, mas a quem me puder ajudar com os endereços de email  ( e mesmo números de telefones, no caso de vocês os terem e isto ser coisa viável, sem infringir direitos e opções em contrário de quem quer que seja),  eu agradeço . Esta é a lista que tenho, mas é natural que  esteja muito desatualizada já.  É natural que   vocês  tenham  agora  mais  nomes e mais informações  que me possam dar.

Aqui vão os  nomes que tenho:

EUA:       Joaquim Guimarães; Zeca Macedo; José Camara; António Medina.
Canadá:   João Bonifácio
Brasil:     Vasco Pires; José Jerónimo; Joaquim Pinheiro da Silva.
França:    Manuel Peredo
Holanda:  António Salvador; Júlio Abreu

Um grande abraço do João ( Nova Iorque)


2. Nota do editor:

João, com um atraso de 3 semanas, sai agora o teu poste. è sempre escasso o tempo quando vens a Portugal, mas desta vez conseguimos cumprir o combinado: estarmos juntos na Ericeira e em Monte Real. (*). É sempre bom poder estar  contigo e com a Vilma ou simplemente receber notícias vossas.

A tua proposta de trabalho é irrecusável: acredito que levarás a bom termo os contactos com os nossos camaradas da diáspora lusitana de modo a que, dentro a breve, se possa concretizar o somho da criação da Tabanca da Diáspora... Lusófona, com o seu poilão ao centro e à volta do qual se sentarão antigos militares portugueses ou de outros paises lusófonos que, durante a guerra colonal / guerra do ultramar, tenham servido a Pátria na Guiné, Angola, Moçambique e outros territórios, que hoje são países independentes, lusófonos: Timor, Cabo Verde, etc.

Este será o primeiro de muitos postes da série "Tabanca da Diáspora Lusófona": passas a ser o régulo... Porquê Lusófona e não apenas Lusitana ? Porque há camaradas também com outras nacionalidades, que não a portuguesa, como será o caso de Cabo Verde ou da Guiné-Bissau, e que pdoem estar fora da sua terra natal.... Vê se concordas com o nome...Lusitana ? Lusófona ?

A tua lista de camaradas, membros da Tabanca Grande (somos já quase 800,  mas 72 já morreram),  elegíveis para a Tabanca da Diáspora Lusófona, precisa de ser atualizada. Com a ajuda do Carlos Vinhal, vamos mandar-te mais nomes, emails e comtactos telefónicos, se os houver. Por razões óbvias, de proteção da privacidade, essa comunicação terá de ser feita pelo correio interno da Tabanca Grande, com conhecimento aos interessados.

Para já tens de acrescentar à tia lista de países a Suécia. Já lá existe a Tabanca da Lapónia, cujo régulo (e único súbdito...) é o José Belo: vive, ao longo do ano, entre Estocomo, Key West (na Flórida).. Tem 130 referências no nosso blogue: clica aqui... Terá de ser ele a contactar-te: não tem morança certa e está sempre a trocar de endereço de email...

Sim, na Holanda, temos, pelo menos, 2 grã.tabanqueiros (, o Carlos Vinhal irá confirmar se há mais, na Holanda e nos outros países):

(i)  o António Manuel Salvador , funcionário da KLM em Amsterdão  (onde vive desde outubro de 1974, devendo etsra reformado) e é teu cnterrâneo (praia de Santa Cruz, Torres Vedras) (tem menos de 15 referências no blogue; tem na página no Facebook);

(ii) o Júlio  Costa Abreu (com 21 referências no blogue): vive em Amstelveen, tem página no Facebook.


Brasil > Cidade de Praia Grande > Estado de São Paulo > 2014 > Da esquerda para a direita, o António Chaves, o Joaquim Pinheiro da Silva e o Xico Allen, três camaradas "Metralhas",  da
CCAÇ 3566, Empada e Catió, 1972/74).

Foto (e legenda): © Joaquim Pinheiro (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A lista do Brasil precisa de ser atualizada: por exemplo, o Vasco Pires (1938-2016)  já não  está, infelizmente,  entre nós: era um entusiástico membro da nossa Tabanca Grande (, tem 70 referências no nosso blogue).

José [Amadeu de Jesus] Jerónimo.vivia no Brasil em 2008, "há 27 anos"... Nunca mais nos contactou..Deixou os seus contactos:

Enail: .josama@uol.com.br
Telem:  00 55 11 8432 9647

Com referência ao Joaquim Pinheiro da Silva, amigo do Xico Allenm temos 5 postes, o último de 2014. 

Quanto ao Canadá...Temos o João [Gomes] Bonifácio, que quis voltar para Portugal, mas regressou à sua segunda terra, desiludido com a primeira... Tem 10 referências no nosso blogue,,, Mas tenho ideia que há mais camaradas a viver no Canadá e tanbém na Austrália (, pelo menos,temos dois contactos: José Freitas e  Júlio Dias, que vivem em Sydney)

Nos EUA, os teus contactos devem estar certos: 

Joaquim Guimarães [, 5 referências];

 Zeca Macedo [, 16 referências];

José Camara [115 referências: tem página no Facebook];

António Medina.[28 referências; vive em Medford, Massachusetts; tem página no Facebook]

Mas falta o nosso Tony Borié, que tem mais de 250 refrências no blogue. E também  o José Marçal Wang de Ferraz de Carvalho, que foi fur mil op esp, da 16ª CCmds e da CART 1746 (Xime, 1968/69): vive hoje em Austin, Texas, EUA.

O Luís Guerreiro também vive na América [, tem 15 referências no blogue].

Mais recentemente, em 13/12/2018, apresentou-se, à Tabanca Grande,  o camarada da diáspora lusitana na América (para onde emigrou há mais de 40 anos), António Cunha (Tony), que foi fur mil enf, de rendição individual, tendo passado pela 38ª Ccmds, pelo HM 241, pela CCS/BCAÇ 4514/72, e, por fim, pela CCAÇ 6 (Bissau, Mansoa, Bolama e Bedanda, 1972/74)...

Contacto: Antonio Cunha (Tony), President
TD Printing Services
92 Park Avenue
North Arlington, NJ 07031
Toll-Free fax: 1-866-593-4804
«mobile: 1-201-709-0166
e-mail: tony@tdprint.com
www.tdprint.com

Em França, temos o Manuel Peredo [8 referências], mas julgo que há mais  camaradas "elegíveis"... a começar pela nossa "neta" Adelise Azevedo... 

Também temos representantes  na Alemanha: por exemplo, o nosso poeta Joaquim Luís Mendes Gomes vive em Brelim a maior parte do ano [, e tem mais de 290 referências no nosso blogue].

Temos também grã-tabanqueiros, combatentes (, que serviram nas Forças Armadas Portuguesas, ) em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, por exemplo.  Ou noutros países lusófonos... Em Macau [ R P China]  temos o  Virgílio Valente.[15 referências no blogue]. 

... Mas também podemos juntar na Tabanca da Diáspora Lusófona amigos como o Cherno Baldé, que vive em Bissau [, e tem 190 referências no blogue] ou camaradas de armas como o Patrício Ribeiro, que vive desde 1987 na Guiné-Bissau [, e tem mais de 80 referências no blogue].

Seguramente que haverá muitos mais camaradas da Guiné a viver fora dos seus países, representantes sobretudo da diáspora lusitana, que se poderão acolher à nova Tabanca, além de pertencerem já à Tabanca Grande, que é a mãe de todas as tabancas... Afinal, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... 
é Grande!

21 de maio de  2019 >  Guiné 61/74 - P19809: Convívios (895): Pessoal que passou pelo Enxalé, em 1965/67, reuniu-se na Ericeira, Mafra: CCAÇ 1439, Pel Mort 1028, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54. Organizador, o "Mafra", Manuel Calhandra Leitão. Alguns vieram de longe, como o Henrique Matos (Olhão) ou o João Crisóstomo (Nova Iorque, EUA)

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19707: (In)citações (129): Feliz e santa Páscoa, com um abraço transatântico do nosso camarada da diáspora luso-americana José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73)

1. Mensagem do nosso camarada da diáspora luso-americana José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de ontem, di 21,  16h49:

Caros a migos e familiares,

Ao longo dos anos, nos trilhos das nossas vidas, fomos presenteados com o nosso crescimento para a vida de homens, com a formação das nossas famílias, com a responsabilidade de sermos pais, com o dever sublime de transformarmos a sociedade em que vivemos num mundo melhor.

Nesta quadra Pascal podemos recordar os nossos primeiros passos na Mata dos Madeiros, a manifestaçåo de solidariedade e amizade ao Fur Mil Fernando Silva pelo seu casamento, o acidente do nosso malogrado Manuel Veríssimo de Oliveira. E muito mais!

O Cordeiro Pascal, símbolo da Páscoa, a mais importante manifestação de fé no quadro liturgico das famílias açorianas, porventura de Portugal, não se come nem se bebe. Ele sente-se com a alma, com o coração. Para os crentes Deus é a Vida a Ressurreição.

Nós podemos estar desencorajados pela violência que grassa um pouco pelo mundo, pela falta de cuidados ambientais que atingirão a vivência das gerações futuras. Também podemo-ns sentir desencorajados pela falta de diálogo nos diversos sistemas políticos, pelo divisionismo que isso cria entre os cidadãos, pela separaçåo volenta das famílias, pela fome que graça pelo mundo. Que dizer das mortes provocadas pela droga, flagelo que mais atinge a nossa juventude? Mas nem tudo está perdido. Esperança da Vida, Jesus ressuscitou dos mortos.

Na Ressurreição de Jesus temos o exemplo que tudo é possível se soubermos ser fortes nos únicos direitos que Ele, na sua infinita bondade, nos legou: amar, respeitar, cumprir.

Que todos vós tenham uma Feliz e Santa Páscoa.

Abraço transatlântico,

José Câmara
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Nota do editor: