sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23953: "Una rivoluzione...fotogenica" (3): Roel Coutinho, médico neerlandês, de origem portuguesa sefardita, cooperante, que esteve ao lado do PAIGC, em 1973/74 - Parte II: Mulheres e crianças




Guiné-Bissau > Região do Oio  > Sara > Março-abril de 1974 > Mulher fumando cachimbo enquanto cozinha / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - C 27 - Life in Sara, Guinea-Bissau - Women cooking - 1974 (Sara ficava a sudeste do Morés, a nordeste de Mansoa)


Guiné-Bissau > s/l > Março-abril de 1974 > Mulher com  criança / Foto:    ASC Leiden - Coutinho Collection - B 37 - Life in the Liberated Areas, Guinea-Bissau - Woman and child - 1974


Guiné-Bissau > s/l > Março-abril de 1974 > Mulher com  criança / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 29 - Life in the Liberated Areas, Guinea-Bissau - Woman with child - 1974


Guiné-Bissau > s/l > Março-abril de 1974 > Mulheres cozinhando /  Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 38 - Life in the Liberated Areas, Guinea-Bissau - Woman cooking - 1974
 
Fonte: Wikimedia Commons > Guinea-Bissau and Senegal_1973-1974 (Coutinho Collection) (Com a devida vénia...) . Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)




 

Senegal > Ziguinchor > 1973 > O dr. Roel Coutinho vacinando em massa / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - G 07 - Ziguinchor, Senegal - Vaccination - 1973.


O neerlandês Roel Coutinho era de origem portuguesa, sefardita, pelo lado do pai:  os seus ascendentes devem ter-se exilado na Holanda / Países Baixos, em meados do séc. XVII, por razões religiosas, numa época em que se intensificou a perseguição aos "cristãos-novos" em Portugal, talvez ainda no tempo dos Filipes, mas abrindo a outros portugues "marranos",  como  o nosso grande médico Ribeiro Sanches (Penamacor, 1699 - Paris, 1783), que foi continuar os seus estuods  em Leiden, em 1730).

Coutinho é autor de uma notável documentação fotográfica (mais de 700 imagens)  sobre a antiga Guiné portuguesa, onde esteve como médico cooperante ao lado do PAIGC, cerca de um anos (até abril de 1974).

Roeland Arnold (Roel) Coutinho nasceu em Laren, município da província da Holanda do Norte, Países Baixos, em 4 de abril de 1946). É um médico neerlandês, microbiologista, foi o  primeiro diretor do Centro de Controlo de Doenças Infeciosas, como parte do Instituto Nacional da Saúde Pública e do Ambiente.  Foi professor da Universidade de Amsterdão e da Universidade de Utrecht.  

Tem origem judaica portuguesa, do lado paterno (Coutinho). A mãe era de origem alemã. Casaram no início da II Guerra Mundial. Contraíram febre tifoide. Com uma declaração do serviço de saúde municipal, conseguiram o adiamento da sua deportação para a Polónia.  

Aproveitaram, entretano, para se esconder com a filha em casa de conhecidos em Laren. Depois do nascimento do Roel, já depois da guerra, a família mudou-se para Blaricum. Coutinho fez o ensino secundário em Hilversum (a 25 km a sudeste de Amsterdão e 14 km ao norte de Utrecht). Licenciou-se em medicina em Amsterdão e fez estágio no Centro de Controlo de Doenças (CCD) de Atlanta, EUA.

Em seguida, trabalhou, em 1973/74, como jovem médico de medicina tropical na Guiné-Bissau e no Senegal, ao tempo da luta do PAIGC. De volta à Holanda (1974), especializou-se em microbiologia médica. Em 1975 contribuiu para a erradicação da varíola em Bangladesh. 

Em 1977 tornou-se chefe do Departamento de Saúde Pública do Serviço de Saúde Comunitária (GGD) em Amesterdão. Empenhou-se  no combate às doenças sexualmente transmissíveis, após o vírus da imunodeficiência humana (VIH) e a síndrome da imunodeficiência (SIDA) adquirida terem sido  

Em 1984, Coutinho doutorou-se pela Universidade de Amsterdão com uma tese de dissertação sobre doenças sexualmente transmissíveis entre homens homossexuais: estudos sobre epidemiologia e prevenção,  com o professor Jan van der Noordaa (1934-2015)
 
Em 1989 tornou-se professor de epidemiologia e provenção de doenças infeciosas do Centro Médico Académico da Universidade de Amsterdão. Em 2000 foi nomeado diretor geral do GGD em Amesterdão. A 1 de fevereiro de 2005 juntou-se ao Instituto Nacional da Saúde Pública e do Ambiente como diretor de sector do Centro de Controlo das Doenças Infeciosas.

Roel Coutinho também foi responsável pela Equipa de Gestão de Surtos Epidémicos, órgão consultivo das autoridades de saúde do seu país, orientada para a prevenção e o combate de epidemias. Ele aconselhou, entre outras coisas, sobre a pandemia de gripe A (H1N1) que eclodiu em março de 2009. Coutinho foi visto e ouvido nos órgãos de comunicação social várias vezes após o surto epidémico.

Em 15 de agosto de 2013, ele foi sucedido por Jaap van Dissel, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Centro Médico da Universidade de Leiden.

Entre 2011 a 2018, Roel Coutinho foi professor de Ciências da Vida na Universidade de Utrecht. Em 2018 aposentou-se. Mas continuiy a trabalha para a Fundação PharmAccess para melhorar a saúde na África. 

Nos anos 1997-2015, enquanto professor da Universidade de Amesterdão, Coutinho orientou cerca de 49 alunos de doutoramento no Academic Medical Center Amsterdam.  As teses investigaram várias doenças infecciosas, incluindo doença do legionário, hepatite A e hepatite C, e doenças venéreas, como gonorréia, mas especialmente HIV. 

Na Universidade de Utrecht, mais quatro invstigadores de Coutinho obtiveram o grau de doutoramento em infecção por transfusão de sangue, febre Q, doença de Lyme e gastroenterite,  em 2016-2019. 

Durante a crise pandémica  nos Países Baixos,  Cuntinho apareceu regularmente como especialista em programas televisivos, como o "talk show" OP1 da NPO1.  

Fonte: adapt. de  Wikipedia > Roel Coutinho (em neerlandês)
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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23949: "Una rivoluzione...fotogenica" (2): Roel Coutinho, médico neerlandês, de origem portuguesa sefardita, cooperante, que esteve ao lado do PAIGC, em 1973/74 - Parte I: aspetos da vida quotidiana

Guiné 61/74 - P23952: Parabéns a você (2134): Paulo Santiago, ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 53 (Saltinho, 1970/72)

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Nota do editor

Último poste da série de 3 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23941: Parabéns a você (2133): António Ramalho, ex-Fur Mil Cav da CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23951: Agenda cultural (823): Convite para o lançamento do livro "ANTIGOS COMBATENTES, Humilhados e Abandonados", por José Maria Monteiro, dia 14 de Janeiro de 2023, pelas 12,00 horas, no Restaurante Manuela Borges, Santo António da Charneca - Barreiro

C O N V I T E

Clicar na imagem para ampliar

1. Mensagem do nosso camarada José Maria Monteiro, com data de 4 de Janeiro de 2023:

Meu ilustre camarada Luís Graça:
Terei muito gosto e muita honra fazer parte da TABANCA GRANDE.
Já pedi ao Carlos e ao Mário Beja Santos, para publicar alguns temas, nomeadamente o meu penúltimo trabalho que foi "OS MAIS JOVENS COMBATENTES", e ultimamente o CONGRESSO NACIONAL DE ANTIGOS COMBATENTES, a que presidi.

Aproveito para informar que no dia 14/01/2023, pelas 12h00 no MANUELA BORGES EVENTOS, irei fazer o lançamento do meu último trabalho que é "ANTIGOS COMBATENTES, Humilhados e Abandonados," onde se demonstra o descontentamento pela Pátria ter demorado 46 anos a reconhecer a dignidade de combatente aos seus Antigos Combatentes.

Aproveito para enviar um CONVITE e gostaria que estivesses presente no evento cultural, ou não podendo, por motivos de agenda, alguém em representação da TABANCA GRANDE.

Bom ano 2023

JOSE MARIA MONTEIRO - um dos mais jovens combatentes do Mundo. (c/16 anos).
Cascais 04/01/2023

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Nota do editor

Último poste da série de 13 DE DEZEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23873: Agenda cultural (822): A entrevista do nosso camarada Paulo Cordeiro Salgado dada ao programa Mar de Letras, da RTP/África, vai para o ar amanhã, dia 14 de Dezembro, às 21,30 horas

Guiné 61/74 - P23950: O nosso blogue em números (83): Quem nos visitou, em 2022, usou o Chrome (66%) como navegador, e o Windows (47%) como sistema operativo



Fonte: Blogger (2023). Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. O principal navegador usado pelos nossos leitores, os que visitaram o nosso blogue, ao longo do ano de 2002, continua, a ser o Chrome (66%), seguido muito à distância pelo Firefox (11 %), o Safari (9%) e o MSIE (Microsoft Internet Explorer) (3%) (Gráfico nº 5).


O Windows, por sua vez, continua, destacado (47%), à frente dos demais sistemas operativos: Macintosh (18%), o Android (13%), o Linux (7 %)  e o iPhone (5%) (Gráfico nº 6)... (**)

(Continua)
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Guiné 61/74 - P23949: "Una rivoluzione...fotogenica" (2): Roel Coutinho, médico neerlandês, de origem portuguesa sefardita, cooperante, que esteve ao lado do PAIGC, em 1973/74: aspetos da vida quotidiana


Guiné-Bissau > Março de 1973 > Cambando o rio, de canoa, em Canjambari (rio Canjambari?) / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 1 08 - Life in Canjambari, Guinea-Bissau - Canoeing across the river - 1973


Guiné-Bissau > Campada > Outono de 1973 > Vida em Campada > Um miúdo com uma jovem mulher /  Fonte: ASC Leiden - Coutinho Collection - 15 04 - Life in Campada, Guinea-Bissau - 1973  Observação: Campada,  na fronteira com o Senegal, a  35 km a Este de São Domingos, na fronteira com o Senegal,  35 km a leste de Sao Domingos, entre Sedengal e Ingoré na estrada  Bissau - Ziguinchor.




Guiné-Bissau > s/l  > Março / abril de 1974 > Rapariga pilando o arroz / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 30 - Life in the Liberated Areas, Guinea-Bissau - Pounding rice - 1974.


Guiné.-Bissau > Região de Oio > Arredores da base de Sara, a sul do Morés > 1974 > Um homem remendando a câmara de ar de uma bicicleta doada pela Noruega / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - 20 09 - Life in the villages around Sara, Guinea-Bissau - Patching the Norwegian-donated bicycle tyres - 1974 (Observação: Sara a nirdeste de Mansoa,  a sul do Morés).
 

Guiné. Bissau > Região de Oio > Arredores da base de Sara, a sul do Morés > Março / abril de 1974 > Um imã toma conta de um doente leproso / Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - C 21 - Life in Sara, Guinea-Bissau - Imam takes care of a leprous patient - 1974


Fonte: Wikimedia Commons > Guinea-Bissau and Senegal_1973-1974 (Coutinho Collection) (Com a devida vénia...) . Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023) 



1. O neerlandês Roel Coutinho, de origem portuguesa, sefardita, pelo lado do pai (os seus ascendentes devem ter-se exilado nos Países Baixos, em meados do séc. XVII, por razões religiosas, numa época em que se intensificou a perseguição aos "cristãos-novos" em Portugal), é autor de uma notável documentação fotográfica sobre a antiga Guiné portuguesa, onde esteve em 1973/74, como médico cooperante ao lado do PAIGC. 

Tinha então 26/27 anos (nasceu em 4 de abril de 1946). Tornar-se-ia mais tarde um  conhecido virologista, microbiologista, epidemiologista e professsor universitário. Notabilizou-se contra o HIV / SIDA, 

Apresentamos hoje uma seleção das suas fotos sobre a "vida quodiana", em especial nas zonas de fronteira, controladas pelo PAIGC. Roel Coutinho não é um fotógrafo profissional, mas estas imagens têm inegável valor documental. O autor tem já aqui, no nosso blogue, uma meia dúzia de referências. Estamos-lhe gratos pela sua generosidade e a autorização do uso das suas fotos no nosso blogue de antigos combatentes da Guiné.


2. Sobre a origem da coleção, leia-se aqui;

(...) "A partir de maio de 2016, a Coleção Coutinho passou a estar disponível "online" no Wikimedia Commons. 

Este acervo é composto por cerca de 1250 fotografias (negativos e diapositivos). Estas imagens obtidas tiradas pelo professor e microbiologista Roel Coutinho, de Amesterdão e Utrecht, no Senegal e na Guiné-Bissau, em 1973 e 1974. 

Coutinho (n. 1946) trabalhou como jovem médico nas chamadas “zonas libertadas”, controladas pelo PAIGC, o movimento político e militar que lutava contra o domínio português na Guiné-Bissau. 

Uma seleção de 750 fotografias foi digitalizada e disponibilizada em acesso aberto na Wikimedia com uma licença Creative Commons, para que qualquer pessoa possa usar essas fotografias livremente. A seleção pode ser encontrada aqui:

As fotografias dão uma boa visão do quotidiano durante a luta de libertação contra Portugal. Nas fotos vemos lojas, tratamentos médicos e atividades militares. Exemplos: crianças e soldados em salas de aula no mato, operações médicas em pleno mato, campanhas de vacinação, restos de um avião abatido, lojas do povo, danças. O futuro primeiro presidente da Guiné-Bissau (Luís Cabral) pode ser visto em foto durante a festa de casamento do futuro primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Francisco Mendes (nome de guerra: Chico Té).

A Coleção Coutinho foi doada ao Centro de Estudos Africanos de Leiden  (Stichting Afrika-Studiecentrumm Leiden)  por Roel Coutinho. A ideia de digitalizar as fotografias e “doá-las” à Wikimedia sob uma licença Creative Commons foi sugerida por Jos Damen. "Slides" e negativos foram digitalizados por GMS Digitaliseert, em Alblasserdam. 

Os metadados (descrições) foram estruturados por Michele Portatadino e traduzidos por ele para inglês e português. Harro Westra cuidou das implementações técnicas e o "wikipediano" Hans Muller carregou as 750 imagens no Wikimedia Commons usando a tecnologia GLAMwiki Toolset

O projeto, conduzido por Jos Damen,  foi financiado pela ASC Leiden. Estão em estudo planos para publicação de uma brochura e a organização de uma pequena exposição (espera-se que também se realize na Guiné-Bissau). 


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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23947: "Una rivoluzione... fotogenica" (1): Uma reportagem e um livro decisivos, e que consagram a estética da "guerra de libertação", "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp.), dos italianos Bruno Crimi (1940-2006) e Uliano Lucas (n. 1942)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23948: Historiografia da presença portuguesa em África (350): Actas do Conselho do Governo da Colónia/Província da Guiné: Uma fonte documental que não se deve ignorar (4), veja-se hoje como Sarmento Rodrigues pretendeu instituir mudanças no sistema de saúde, incluindo as farmácias e os medicamentos (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 6 de Abril de 2022:

Queridos amigos,
Comecei em 1917 e estou no final de 1946, li com a maior das surpresas o projeto que o Governador Sarmento Rodrigues pôs à discussão no Conselho de Governo, em torno dos direitos à Saúde da população civilizada, mestiça e indígena procedia-se a um minucioso enquadramento de todos estes direitos no quadro da população guineense, a distribuição gratuita de medicamentos para o sezonismo, o enquadramento da atividade farmacêutica com um rigor e detalhe que nos leva a fazer crer que Sarmento Rodrigues possuía uma lógica desenvolvimentista que ia desde a cultura, o ensino, a eficiência dos serviços da Administração, o extenso rol de iniciativas no campo das infraestruturas, e subitamente este Regulamento a todos os tipos uma inovação no sistema de saúde guineense. Mais uma razão para dizer que Sarmento Rodrigues detinha um pensamento abrangente como nenhum dos seus antecessores, a despeito dos bens recebidos manifestou-se um reformista notável, e daí o percurso que o levou ao Governo e a ficar na História da Guiné como o dirigente político que pôs a antiga Senegâmbia portuguesa no mapa da civilização, com o timbre da língua portuguesa.

Um abraço do
Mário



Atas de Conselho do Governo da Colónia/Província da Guiné:
Uma fonte documental que não se deve ignorar (4), veja-se hoje como Sarmento Rodrigues pretendeu instituir mudanças no sistema de saúde, incluindo as farmácias e os medicamentos


Mário Beja Santos

Pode julgar-se à partida que estas reuniões em que se discutiam requerimentos, taxas e emolumentos, em que funcionários da administração se pronunciavam sobre salários e infraestruturas, num órgão consultivo em que compareciam chefes de serviços, comerciantes, profissionais liberais, em reuniões presididas pelo Governador, ou pelo Governador Interino, ou pelo Encarregado do Governo, eram suficientemente enfadonhas para não acicatar quem anda à procura de outros ângulos do prisma que nos ajudam a formar uma visão mais abrangente da História da Guiné. Muitas vezes sem interesse para o historiador/investigador, atrevo-me a dizer, mas há ali casos de tomadas de posição ou declarações que nos ajudam a melhor entender a mentalidade, as iniciativas seguramente generosas que ali se formularam e que não tiveram seguimento, ou mesmo o aproveitamento daquele palco para que um Governador tecesse, em forma de sumário, o que se procurava fazer durante o seu mandato.

O Governador agora chama-se Manuel Maria Sarmento Rodrigues, é Capitão-Tenente e está a imprimir, de forma gradual, uma nova vitalidade orgânica à colónia, um perfil organizacional, uma dinâmica de desenvolvimento, uma reformulação da política de Saúde. Estamos agora em 10 de dezembro de 1946, o Governador anuncia ao Conselho de Governo que se vai procurar virar a página na política de Saúde, em causa um projeto de Governo sobre assistência médica, com inúmeras referências à organização farmacêutica e à política do medicamento, algo de surpreendente, em termos de investigação nunca vi convenientemente apresentada esta iniciativa que tem a ver com o Estado social e uma lógica manifestamente de vanguarda para o sistema de saúde, numa colónia onde havia leprosaria e um apoio ainda rudimentar ao tratamento da doença do sono e outros males tropicais.

O Governador põe à discussão o projeto, vejamos algumas questões essenciais: direito a assistência médica, cirúrgica, obstétrica e estomatológica gratuitas além daqueles a quem o Regulamento da Saúde da Colónia já as concede, funcionários públicos, militares, contratados e assalariados, aposentados e reformados, nos casos em que os vencimentos e abonos fossem inferiores a 20 mil escudos anuais; quando os vencimentos e abonos fossem superiores a tal montante abria um desconto de 50% sobre os preços mínimos das respetivas tabelas; passavam a ter direito a assistência farmacêutica gratuita pelas farmácias e ambulâncias do Estado para tratamento os indígenas, indigentes, pessoal missionário, assalariados do Estado, praças de pré do Exército e da Armada, internados em estabelecimentos de beneficência e presos detidos nos presídios e cadeias; as farmácias ficavam autorizadas a fornecer gratuitamente medicamentos prescritos pelos médicos veterinários destinados a animais pertencentes ao Estado; especifica-se os requisitos para quem pretendia ser fornecido nas farmácias e ambulâncias, guias ou atestados; os sais de quinina, a atebrina, a plasmoquina e todos os medicamentos específicos do sezonismo são gratuitos quando prescritos para fins profiláticos ao pessoal missionário, às praças de pré do Exército e da Armada, ao pessoal dos ramos da enfermagem, laboratórios e farmácias e respetivas famílias, e os restantes funcionários e pessoas de família terão um desconto de 50% sobre o preço de fatura; a todos os funcionários e pessoas das suas famílias serão concedidos gratuitamente em cada mês para tratamento das crises agudas do sezonismo, quando prescritos pelos médicos e encarregados das ambulâncias do Estado um dos medicamentos que vêm mencionados no Regulamento e a respetivamente dosagem; definem-se os preços dos medicamentos.

Seguiu-se debate, houve quem observasse que havia que fazer a destrinça entre indígena de indigente, quem devia emitir as guias, um dos vogais, o Eng.º Ferreira Chaves, teceu o seguinte comentário: “Pode dar-se o caso de aparecer um ou outro indígena à consulta sem estar doente, mas é sempre uma minoria que não deve prejudicar o direito dos demais. Todos sabem que o indígena da Guiné precisa de assistência médica, a assistência é sempre insuficiente. Não há medicamentos. Fazer os indígenas passar pela Administração é o mesmo que obstar o tratamento imediato. Em Farim, e em toda a parte, nota-se um grande aglomerado de indígenas que procuram médico. Quanto a indigentes, acho bem a exigência da guia, mas ao indígena com aquela desconfiança e inconsciência próprias da sua ignorância, acho que não devia ser exigida tal formalidade da guia”.

Sarmento Rodrigues também emitiu os seus comentários, veja-se o que consta da ata:
“Usando da palavra, diz-se que, tratando-se de comparações com o território estrangeiro vizinho, é deveras lisonjeiro o apreço dado ao sistema adotado na nossa colónia no combate à doença do sono. No combate de todas as doenças, a afluência do indígena tem sido cada vez maior, o que prova a confiança que ele tem no tratamento que lhes é dispensado. Os hospitais estão sempre cheios. É certo que as despesas são muito maiores, mas em comparação os resultados são maiores e a mortalidade diminuirá consideravelmente. Estão em curso muitas obras destinadas à instalação dos diversos ramos dos serviços de saúde”. Mencionou-os, ele próprio ficou surpreendido quando há dias soube da existência de um posto sanitário em Cafine, da Circunscrição de Catió, anseia que a assistência seja maior e melhor. “Nota-se nas crianças indígenas um enfraquecimento ou raquitismo que não sabe explicar a razão, se é devido à falta de tratamento, se deficiência da alimentação”.

A discussão depois incidiu sobre o exercício farmacêutico, a preparação dos medicamentos, o aviamento de receitas e a venda ao público de medicamentos, enquadrou-se a atividade farmacêutica, tanto a pública como a privada, definiu-se o proprietário das farmácias, o diretor técnico, a organização do espaço da farmácia, a obrigatoriedade da existência em todas as farmácias da Farmacopeia Portuguesa, a rotulagem dos medicamentos tanto para uso humano como veterinário. O diploma foi aprovado por unanimidade. Era uma nova era na política de Saúde guineense.

(continua)

Sarmento Rodrigues, foto oficial do Ministro do Ultramar
Farmacêutica Sofia Pombo Guerra (1906-1976), oposicionista do Estado Novo, teve farmácia em Bissau na década de 1950
Pormenor do Hospital Simão Mendes, Bissau
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Nota do editor

Último poste da série de 28 DE DEZEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23925: Historiografia da presença portuguesa em África (349): Actas do Conselho do Governo da Colónia/Província da Guiné: Uma fonte documental que não se deve ignorar (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P23947: "Una rivoluzione... fotogenica" (1): Uma reportagem e um livro decisivos, e que consagram a estética da "guerra de libertação", "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp.), dos italianos Bruno Crimi (1940-2006) e Uliano Lucas (n. 1942)


Capa do livro de Bruno Crimi (texto) e Uliano Lucas (fotografia), "Guinea-Bissau: una rivoluzione africana" (Milano, Vangelista, 1970, 200 pp., italiano e francês) (Imagem da capa: Cortesia de Protest In Photobook.com Disponíveis também muitas outras das fotos do Uliano Lucas).

1. O Nelson Herbert, Nelson Herbert Lopes, é  jornalista reformado, nascido em Bissau, filho da antiga glória do futebol cabo-verdiano e guineense, Armando Duarte Lopes, o "Búfalo Bill". Viveu nos EUA, onde trabalhou na VOA - Voice of America,  Tem naciinalidade americana. Vive presentemente no Mindelo, ilha de São Vicente. 

Tem  cerca de 65   referências no nosso blogue. Integra a Tabanca Grande desde 16/3/2008 [Nelson Herbert, foto à direita].  Os pais ainda estiveram juntos no Mindelo em meados de 1943.

Na semana passada,  quinta feira, 29/12/2022, 12:04, o Nelson mandou-nos uma lacónica mensagem. "Assunto - A propósito de uma reportagem...". Não tínhamos notícias dele desde a pandemia de Covid-19. Mandou-nos um link para um artigo publicado na DW - Deutsche Welle, a Voz da Alemanha.

Achamos interessante reproduzi-lo aqui, na sua quase totalidade (exceto as imagens), como parte de uma série que gostaríamos que fosse alimentada por mais gente, dos nossos amigos e camaradas... Vou chamar-lhe "Una rivoluzione... fotogenica". Na realidade, o PAIGC e sobretudo o seu líder histórico, Amílcar Cabral (Bafatá. 1924- Conacri, 1973) sempre beneficiou de uma "boa imprensa", a nível internacional, e nomeadamente nalguns países europeus, como a Suécia, a Itália ou até a França

Alguns excelentes fotojornalistas mas também cineastas, médicos   e escritores foram às florestas e bolanhas da Guiné para se documentar "in loco" sobre o progresso da "luta de libertação" dos guineenses contra o colonialismo português. 

Amílcar Cabral era um sedutor e sobre atrair sobre si e a sua "revolução africana" as atenções de uma certa imprensa, nomeadamente de esquerda.  Foi o caso do jornalista e escritor Bruno Crimi e do fotojornalista Uliano Lucas, a que se referem este artigo da DW. Pode-se dizer que Uliano Lucas criou (ou ajudou a criar, com outros fotojornalistas e cineastas), uma "estética da guerra de libertação"... 

E teve seguidores e antecessores (como foi o caso  da Bruna Amico,  talvez a melhor fotógrafa de Cabral, que conheceu em 1969,  e que faria depois a reportagem da I Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, em 23 e 24 de setembro de 1973, onde foi proclamada unilateralmete a independência,  alegadamente na região livre do Boé; ou do norueguês Knut Andreasson). 

Obrigado, Nelson. Mantenhas.


História  > Guiné-Bissau > Reportagem 1970: "Guiné-Bissau, uma revolução africana" | Rafael Belincanta (Roma)


 (com a devida vénia...)

A grande reportagem "Guiné-Bissau, uma revolução africana", publicada em 1970, foi o resultado de três meses de trabalho do jornalista Bruno Crimi, falecido em 2006, junto com o fotógrafo Uliano Lucas.

Corriam os finais dos anos 1960. Na Europa, os ares eram de revolução cultural e 'boom' económico Em Itália, iniciavam-se os anos de chumbo do terrorismo político. Ao ultrapassar questões internas, a decisão de um jornalista e um fotógrafo italianos de documentar a luta pela liberação foi decisiva para o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau.

Aos 80 anos, Uliano recorda com entusiasmo os meses transcorridos na mata guineense na companhia dos guerrilheiros.

"Praticamente encontrei um mundo – aquele da resistência, aquele das mulheres, aquele das escolas nas brigadas, um mundo que me abriu os olhos e, finalmente, eu podia ver uma guerra de liberação não cruel, assustadora, trágica, que fique claro, como aquela do Vietname", afirmou à DW.

Censura dos órgãos europeus

(...) Uliano partiu de Itália com uma ideia clara de romper o silêncio nos meios de comunicação europeus sobre o que acontecia nas então colónias portuguesas em África

"Antes de mais nada, não havia notícias, não se falava sobre isso. Sabia-se somente que Guiné-Bissau, Angola e Moçambique eram territórios ultramarinos de Portugal, colónias", começou por dizer o fotógrafo italiano, que utilizou as suas objetivas para mostrar o que não se via sobre a Guiné-Bissau.

"Não saíam informações sobre a guerra da liberação, havia um silêncio generalizado. O problema era conseguir derrubar esse muro de silêncio a respeito da luta pela libertação, de escrever ou fotografar aquilo que era a história em curso, mas também sobre o nascimento de uma nova democracia".

A frente democrática da luta de libertação nacional contra o jugo-colonial era liderada por Amílcar Cabral. Uliano Lucas teve um encontro com o 'Pai fundador' das nacionalidades guineense e cabo-verdiana já em território libertado, próximo à fronteira com o Senegal, ao final de três meses de campanha.

Entrevista a Amílcar Cabral

(...) "A ordem que Amílcar Cabral havia dado era que nós éramos 'preciosos', preciosíssimos, porque aquilo que estávamos fazendo significava uma abertura no sistema de comunicação e, por isso, nada poderia nos acontecer", recordou ainda Uliano.

"Já em Dakar, capital senegalesa, ficamos numa casa onde Bruno Crimi fez a entrevista e eu tirei as fotografias."

A entrevista foi publicada em cerca de 10 jornais, italianos e também noutros meios de comunicação social europeus, e abriu as portas da Europa para a causa da independência das colónias portuguesas em África, segundo Uliano Lucas.

"Conseguimos, seja na Itália que no exterior, realizar uma formidável operação de comunicação visual e, a esta altura, sentimos a necessidade de publicar um livro que se materializou a partir de algo complexo".


Reportagem mudou o rumo dos acontecimentos?

(...) Mas foram duas as principais conquistas obtidas a partir da publicação do livro em 1970.

A primeira foi em Roma durante a conferência das colónias portuguesas, com os três líderes, organizada em 1970. Uliano Lucas conta que o então líder angolano, Agostinho Neto, Cabral e dos Santos foram recebidos pelo Papa, chefe da Igreja Católica.

Segundo o fotografo italiano, foi um acontecimento não indiferente porque, na prática, Portugal era discretamente 'deixado de lado' pelo Vaticano. E o livro foi entregue ao Papa.

"Mas o fato mais importante foi que o livro chegou à Comissão da ONU que estabeleceu, por meio daquele livro, e claro, também outros documentos, que Guiné-Bissau tinha territórios livres e era realmente um Estado. Por essas duas coisas a viagem valeu a pena, tudo valeu a pena", afirmou em entrevista à DW, em Itália.

Uma exibição com uma retrospetiva dos trabalhos de Uliano Lucas na Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Portugal está marcada para 2023 em Lisboa, já como parte das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos. (...)
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Guiné 61/74 - P23946: O nosso blogue em números (82): Pela primeira vez a pequena Guiné-Bissau (1,5%) vem em 7.º lugar, a seguir a Portugal (39,2%), EUA (17,7), Alemanha (9,6%), Suécia (3,5%), etc., à frente do Brasil (1,3%) na lista dos dez países com mais visualizações do nosso blogue, em 2022

 


Figura n º 1 - Mapa-múndi com a distribuição do nº de  visualizações de páginas no ano de 2022, do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (n=622 mil) 

Fonte: Blogger (2023)




Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Pela primeira, em 2022, a pequena Guiné-Bissau ultrapassa o Brasil na lista dos "top ten", ou seja, dos dez países com mais visualizações de páginas do nosso blogue, quer em termos absolutos (Gráfico nº 3), quer em termos relativos (Gráfico nº 4).

A Guiné-Bissau (1,5%) vem em 7º lugar, a seguir a Portugal (39,2%), EUA (17,7), Alemanha (9,6%), Suécia (3,5%), França (2,7%) e Canadá (2,7%), à frente do Brasil (1,3%) (que ficou em 10º lugar)  (Gráfico nº 4). 

Na lists dos "vinte mais" ("top 20"), não há mais nenhum país lusófono... Estranhamente está a Arábia Saudita mas não os Emiratos Árabes Unidos (onde, recorde-se, temos uma Tabanca...).

Continuamos a apresentar alguns dados estatísticos sobre a nossa atividade bloguística em 2022 (*), Destaque também para o facto de a Suécia ter ficado em 4º lugar com 21,8 mil visualizações de páginas (com a ajuda, seguramente,  do José Belo e das suas "renas"...).

(Continua)
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Nota do editor:

(*) Vd. dois últimos postes da série > 

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23945: Contactem-nos, há sempre alguém que pode ajudar ou simplesmente saber acolher (4): Mensagens recebidas nos últimos dois meses de 2022


Formulário de Contacto do Blogger: disponível na coluna estática, do lado esquerdo do blogue.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)


1. Seleção de mensagens recebidas através do Formulário de Contacto do Blogger, em novembro e dezembro de 2022 (*). 

Não é preciso lembrar que este é um veículo importante de comunicação imediata e fácil entre os leitores e os editores do blogue.

Nalguns casos, já houve uma resposta direta dos nossos editores ou um reencaminhamento para outros destinatários. Também num caso ou noutro a mensagem pode já ter dado origem a um poste.

Algumas destas mensagens são extremamente lacónicas, limitando-se a cumprimentar-nos, o que de qualquer modo nos sensibiliza, mas não vamos publicá-las aqui. Noutros casos, os autores procuram antigos camaradas... Outras há que são incompletas ou imprecisas, ou têm a ver com outros territórios que não a Guiné (Angola, Moçambique, Brasil, etc.).

Evitamos, em princípio, divulgar o endereço de email de cada um destes contactos, a menos que haja interesse para o próprio (nos casos, por exemplo, em que divulga um livro ou a realização de um encontro; ou procura informação que extravasa o âmbito do blogue, o qual, como é público e notório, é centrado nos antigos combatentes da guerra do ultramar / guerra colonial, que estiveram na Guiné, no período que vai entre 1961 e 1974).

Em 2023, prometemos ser mais céleres na divulhação e resposta a estas mensagens, 
Omitimos, por princípio,  as expressões protocolares (saudações, cumprimentos, etc.). A lista está organizada cronologicamente por nome, nalguns casos a subunidade, a data  e a hora.


Novembro / Dezembro de 2022


Jorge Paes da Cunha Freire, CART 1612 | domingo, 25/12/2022, 13:05

Começo por desejar um Feliz Natal a todos!

Desde há um tempo deixei de receber o emails diários, que apreciava muito,
embora quase não interagisse, Agradeço que voltem a mandar-me as niotificações por email!
Um abraço a todos!


Jorge, obrigado. Já publicámos a tua mensagem. Temos 845 leitores a seguir o blogue por email. Alguns queixam-se do mesmo problema. O que eu sugiro, é que voltes a carregar na tecla "seguir" e voltar a adicionar o teu endereço de email. (Ver coluna estática do blogue, ao alto, do lado direito). 

Por outro lado, gostávamos que integresses a nossa Tabanca Grande, dando a cara e partilhando as tuas e outras memórias. Estamos a fazer a campanha dos "900" (membros da Tabanca Grande) até ao final deste ano. Infelizmente, não tenmos nenhum representante da tua companhia, a CART 1612 (Bissorá, Buba, Aldeia Formosa, 1966/68)


Paulo Gastão Oliveira Sanca | 
André Cardoso, 'comando' |
22/12/2022, 16:02


Boa tarde, Luís, sou Paulo, filho de André Cardoso,  que é comando português, falecido em 2011, gostaria que publicassem  um artigo falando um pouco da história do meu querido pai.

Obrigado,  se precisar de mais informações e documentos me fala,  vou fornecer porque tudo está na minha mão.

Paulo, em que época e em que subunidade esteve o teu querido pai e nosso camarada ? Presumimos que tenha sido na Guiné. Não temos, infelizmente, nenhuma referência ao seu nome. Manda-nos, pois, o que puderes: um pequeno texyo, com algumas fotos para começar... Pelo teu endereço de email, julgo que vives no Brasil, não ? Um bom ano novo de 2023.

José Domingos de Sampaio Rocha | BART 3844
 e Emissor de Nhacra | 20/12/2022, 16:18

Sou do Bart 3844 - Farim,  durante um ano. Depois passei a comissão civil, como responsável pelo emissor de Nhacra, da Emissora Nacional.


Camarada Rocha, gostávamos de saber mais sobre a tua experiênciaa na Guiné, e nomeadamente em Nhacra, na Emissora Nacional.


Carlos Sangreman | 
19/12/2022, 19:02

Recebi durante muito tempo os vossos mails, Mas com a pandemia desapareceram. Posso voltar a receber?

 Obrigado, vê a resposta que demos acima, ao Jorge Freire.

  

António Carlos Morais Silva | 
17/12/2022, 22:47

O 'homem grande' Amílcar Cabral", disse ainda o chefe de Estado, ao anunciar a entrega à família do Grande Colar da Ordem da Liberdade "em nome de Portugal". "Como esperar um dia mais para prestar uma homenagem por tanto tempo adiada?"

Assim se desonra a memória dos 1127 expedicionários Mortos em Combate nas
terras da Guiné. Amparado no grande Miguel Torga repito: “Somos, socialmente, uma
colectividade pacífica de revoltados”.

Meu caro Morais da Silva, o seu justíssimo e oportuno protesto já aqui foi publicado, no blogue, na devida altura (Poste P23892).


Albano Dias da Costa | CCAÇ 413 | 
14/12/2022, 18:59

    
Em 63/65, estive na zona do Oio, como alferes mil. na CCaç 413 sediada em Mansoa.. O vosso blog faz-me reviver esses tempos. Agradeço o seu envio. Um forte abraço.

Obrigado, camarada, sei que és coautor do livro "Nos celeiros da Guiné" (Albano Dias Costa e José Sá-Chaves, Lisboa: Chiado Editora, 2015). Não te queres juntar aos demais amigos e camaradas da Guiné ?... Algumas partes do vosso livro poderiam aqui ser reproduzidas. Quanto a seguires o blogue por email, vê o que eu disse acima ao camarada Jorge Freire, que é um dos nossos 845 seguidores.
 


Victor Mestre | CCAÇ 797 |  13/12/2022, 06:10


Caros camaradas sou o Victor Mestrem ex furriel miliciano, da CCAÇ 797 e se o Mário Leitâo quiser falar sobre o malogrado Julio Lemos estou às ordens. Saudações para todos.

Obrigado, Victor, já encaminhei a tua mensagem para o nosso camarada Mário Leitão, de Ponte de Lima. Temos várias referências à tua CCAÇ 797. Mantem contacto conosco e, se assim o entenderes, junta-te a nós. Far-te-á bem.


Victor Mestre | CCAÇ 797 | 
11/12/2022, 06:47

Sou o nº 8  da foto e fui camarada do Júlio Lemos no infortúnio do rio Louvado. Vivo desde 1976 no Canadá. Eu e o Júlio éramos os responsáveis desse grupo de combate nesse fatídico dia. A partir dai nunca mais vivi..
..


Nuno Silva | José Manuel do Carmo Silva | 
CCAÇ 1486 | 8/12/2022, 22:43

O meu pai esteve na Guiné, companhia de cacadores 1486, Fulacunda. Era furriel
miliciano, Josá Manuel do Carmo Silva, já faleceu.

Tenho algumas fotos se quiser posso enviar.

Obrigado, Nuno, infelizmente não temos nenhum representante, no blogue, da subunidade do falecido teu pai, a CCAÇ 1486. Manda-nos fotos com legendas, para um destes endereços dos editores: luis.graca.prof@gmail.com | carlos.vinhal@gmail.com


 Joaquim Rocha Gregório | 
CART 2715 | 
 27/11/2022, 21:18

Obrigado pelo teu poema.Verdadeiro, passado perto da Ponta do Inglês. Eu
fazia parte do 4º pelotão da CART 2715, o mesmo do malogrado furriel Cunha. Ia nessa operação... Que.descanse em paz.

Camarada Gregório, gostava que te juntasses ao Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné...O Xime foi o nosso inferno. Tens aqui o meu  endereço de email: luis.graca.prof@gmail.com.


Joaquim Garrett | CTIG, 1968/70 |
 04/12/2022, 10:26

Camaradas, bom dia, Agradecia que me informem sff se estou inscrito no blogue. Em caso negativo o que é necessário para o fazer.
Obrigado, Um abraço
Guiné 1968/1970.

Caro Joaquim Garrett: Presumimos que te queiras juntar à nossa tertúlia. Se sim, manda-nos uma foto tua actual e outra do nosso tempo de Guiné, fardado, que permitam fazer fotos tipo passe para os nossos arquivos.

Queremos saber o teu posto, especialidade, Companhia e Batalhão (se for o caso), datas de ida e volta da Guiné, localidades por onde andaste, etc. Podes, caso queiras, mandar-nos uma pequena história que te tenha marcado particularmente, com fotos legendadas, ou texto onde fales de ti para te conhecermos melhor. 

Caso queiras ver anunciado o teu aniversário, manda a tua data de nascimento para publicarmos o postalinho natalício.

Ficamos na expectativa das tuas novas notícias. Em nome da tertúlia e dos editores em particular, deixo-te um abraço e votos de boa saúde. O camarada e amigo, Carlos Vinhal


Manuel Moura Alves | 
CTIG, Jan/set 1974 | 
04/12/2022, 10:32

2ª CCaç da BCaç 4518, 
 Cancolim /Galomaro, de Janeiro a Setembro de 74, Guiné. Cumprimentos.



Fernando D.F, Ferreira Santos |
 30/11/2022, 21:06

Sendo um antigo combatente da Guiné,  sigo com muita atencão o blogue.

Um santo natal e muita saúde para o Luis Graca.


Afonso Machado |
24/11/2022, 13:30


Boa tarde. Tenho um familiar que fez parte da 7ª comissão móvel da PSP na província ultramarina da Guiné entre 1965 e 1970. Foi Guarda de 2 classe. Gostava de saber um pouco mais de informações sobre esse meu familiar. Não sei se me conseguem ajudar.
Trata-se do Manuel Bimba Flores, Guarda de 2ª classe da PSP.
Obrigado desde já.

 Temos algumas referências (cerca de meia dúzia) à PSP e à 7* Companhia Móvel.  O Afonso pode ver aqui... De qualquer modo, fica o seu pedido e o seu contacto: afonso-s-machado@sapo.pt



José Manuel de Carvalho Pereira | 
22/11/2022, 22:30

Há anos que faço pesquisas no vosso blogue. Haverá algum elemento ou elementos que tenham passado pelas fileiras da PSP no Ultramar, e que possa ter fotos dos uniformes e emblemas usados lá? É para uma investigação que ando a fazer sobre as nossas forças de segurança do ex Ultramar.

Muito Obrigado e um forte abraço.

Caro leitor: Temos algumas referências (cerca de meia dúzia) à PSP no CTIG ,.. De qualquer modo, fica aqui o seu pedido e o seu contacto: josempereira1@gmail.com


José Farias Homem | 
16/11/2022, 18:08

Boa tarde, vocês fazem um óptimo trabalho.  Cumprimentos.


Fátima Soledade Santos Cardoso Pereira | 
Resende | 17/11/2022, 00:03

Procuro informação sobre dois combatentes que morreram na Guiné e são meus conterrâneos, naturais de Resende:. José Loureiro, morreu afogado no dia 6 de fevereiro de 1969 e José Miranda também falecido no dia 11.12.1969, este dado como desaparecido. Obrigada


Cara amiga Fátima Pereira;

(...) Com respeito ao seu tio José Loureiro, ele foi um dos 47 mártires do desastre da travessia do rio Corubal no dia 6 de Fevereiro de 1969. Pertencia à Companhia de Caçadores n.º 2405/Batalhão de Caçadores n.º 2852.

No nosso Blogue temos um marcador com 31 referências (este: https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/desastre%20do%20Cheche

que a levará a todos os postes publicados sobre este trágico acontecimento. As publicações vão aparecendo, da mais moderna para a mais antiga, tendo a amiga Fátima, de ao fundo cada página,  clicar em "Mensagens antigas" até lhe aparecer a indicação de que não há mais nenhuma. Ficará com uma visão muito alargada do sucedido. Foi o dia mais triste da guerra na Guiné.

Com respeito ao seu tio José Miranda, é que não conseguimos ajudar. Não encontrei nenhum registo da sua morte porque em caso de não aparecimento de cadáver, nenhum militar era dado como morto mas sim como desaparecido. Veja se consegue saber algum destes elementos: Posto militar, especialidade, unidade a que pertencia na Guiné (Companhia ou Batalhão), locais onde esteve e data de ida e regresso.

Sem alguns destes elementos é quase impossível saber algo deste nosso malogrado camarada. Ficamos ao seu inteiro dispor para qualquer esclarecimento.

Os nossos cumprimentos, Carlos Vinhal, Co-editor (...)


José Manuel Ferreira Cardoso |
15/11/2022, 09:48

Sr. Luís Graça, eu sou afilhado de baptismo do João Gomes Bonifácio, Ex-Fur Mil do SAM CCAÇ 2402/ BCAÇ 2851, Có, Mansabá, Olossato, 
1968/70. Agradecia se possível o contacto dele, pois perdi todo o contacto há mais de 25 anos. Desde já os meus agradecimentos e um bem haja a todos. 

Aqui tens o endereço de email, já antigo, do João Gomes Bonifácio:  lusocan@sympatico.ca 

Ele tem uma dúzia de referências no nosso blogue. 

Publicamos também o teu  endereço de email para o caso de ele nos ler:  josemfcardoso@hotmail.com


José Maria Pinela |
 2/11/2022, 11:28

Por ser dia de finados, aqui estou a fazer a minha prova de vida, já que muitos dos nossos camaradas, conforme a lista de nomes, aqui publicada, não têm já essa oportunidade uma vêz que já partiram deste mundo. Mas a vida é assim mesmo, que fazer?! Um grande abraço, e que para o ano que vem, a lista não tenha aumentado muito! É bom viver, mas com Saúde, Saudações.


Elísio Carvalho dos Santos | 
01/11/2022, 20:54

O que tenho de fazer para ser amigo ? Cumprimentos,

Caro camarada Elísio: Muito obrigado pelo teu contacto. Julgo que te estás a referir a pertencer à tertúlia do nosso Blogue. Para o efeito, manda-nos: Uma foto actual e outra do teu tempo de Guiné, fardado.

Diz-nos o teu nome, posto militar, especialidade, Companhia e Batalhão em que foste para a Guiné, datas de ida e volta, locais onde estiveste, etc. Podes, se quiseres, contar uma história acompanhada de fotos com legendas à parte, onde conste o local, a data e quem são os retratados. Futuramente podes colaborar connosco enviando textos com histórias passadas lá na Guiné e fotos para publicarmos. Abraço, Carlos