1. Mensagem de Mário Fitas [,ex Fur Mil Inf Op Esp, CCAÇ 726, Cufar, 1965/66, ] com data de 12 do corrente:
Caro Luís,
Depois de tanto que se tem escrito, não ficaria em paz se não desse algumas explicações para toda a Tabanca.Tu verás se é de publicar ou não. Mário
Caros camaradas
Li e analisei tudo desde o que foi descrito como recensão a Pami na Dondo no P8915 (*).
Escrevi Pami na Dondo como Mário Vicente, que é meu nome também, em memória de António Vicente, meu pai.
Pami na Dondo e Putos, Gandulos e Guerra são resultantes de tudo o que vi, vivi, senti e aprendi em vinte e dois meses de guerra no sul da Guiné.
Não sou escritor, mas também não quis partir, sem deixar o meu testemunho da guerra, que envolveu brancos e negros, combatentes de Portugal ou do PAIGC. Basta-me o testemunho, pois o restante é lateral.
Aceito todas as críticas com naturalidade, aceito o que é resultante da obra em si, mas não de revanchismo por apreciação de questões diferenciadas.
A recensão a Pami na Dondo foi feita não ao livro, mas à pessoa que o escreveu. Porquê? Respondo:
1º. – Tenho conhecimentos suficientes para considerar que a teoria da guerra militarmente perdida é uma falácia.
2º. – Quero que me expliquem a terrível herança de Spínola.
3º. – Como combatente, jamais pactuarei com a valorização do guerrilheiro PAIGC, em detrimento do combatente português.
Caros amigos, cada um fala do que sabe!
O meu grato reconhecimento a todos os camaradas que reconheceram o dislate e agrura da recensão, não a Pami na Dondo, mas à pessoa do seu autor.
Para toda a Tabanca sem distinção o meu fraternal abraço,
Mário Fitas
2. Comentário do fundador, administrador e editor do blogue:
Como membro da Tabanca Grande, desde 26 de Junho de 2007, o meu amigo e camarada Mário Fitas não precisa de invocar o direito de resposta em relação àquilo que entende ser, não uma crítica à sua obra, mas um ataque à sua pessoa. Refiro-me à recensão bibliográfica feita por um outro amigo e camarada, e igualmente membro da Tabanca Grande, o Mário Beja Santos (*).
Diversos membros do blogue e até não membros, simples leitores que acompanham com regularidade e interesse o nosso blogue, já comentaram, ad nauseam (ou seja, até à exaustão), esta pequena querela que envolve duas pessoas, membros estimados e valiosos da nossa Tabanca Grande, e em que estão em causa dois valores que nos são caros e que fazem parte da constituição genética e ética deste blogue: por um lado, o respeito pela verdade (dos factos); a liberdade de opinião e de expressão...; mas também o direito ao bom nome, à boa imagem, à integridade de cada um de nós como pessoa;o respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros; a camaradagem e a amizade como valores que acarinhamos e alimentamos todos os dias.
Estes princípios que orientam e regulam a existência desta comunidade virtual que é o nosso blogue materializam-se, por exemplo, na manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros, o que implica que procuramos, dia a dia, a toda a hora, eliminar na origem, prevenir e combater as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a insinuação, a maledicência, a violência verbal, a difamação, os juízos de intenção, etc.
Não temos infelizmente instituída ainda a figura do provedor do leitor do blogue que zela, com independência crítica, pelo respeito - por parte de editores e autores - do nosso livro de estilo... Na ausência dessa figura, é esperado que o fundador, administrador e editor do blogue venha a público dirimir conflitos, o que me parece contraproducente e eticamente pouco aceitável, já que foi ele que criou as regras com que se faz a governança da Tabanca Grande...
Como membro da Tabanca Grande, desde 26 de Junho de 2007, o meu amigo e camarada Mário Fitas não precisa de invocar o direito de resposta em relação àquilo que entende ser, não uma crítica à sua obra, mas um ataque à sua pessoa. Refiro-me à recensão bibliográfica feita por um outro amigo e camarada, e igualmente membro da Tabanca Grande, o Mário Beja Santos (*).
Diversos membros do blogue e até não membros, simples leitores que acompanham com regularidade e interesse o nosso blogue, já comentaram, ad nauseam (ou seja, até à exaustão), esta pequena querela que envolve duas pessoas, membros estimados e valiosos da nossa Tabanca Grande, e em que estão em causa dois valores que nos são caros e que fazem parte da constituição genética e ética deste blogue: por um lado, o respeito pela verdade (dos factos); a liberdade de opinião e de expressão...; mas também o direito ao bom nome, à boa imagem, à integridade de cada um de nós como pessoa;o respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros; a camaradagem e a amizade como valores que acarinhamos e alimentamos todos os dias.
Estes princípios que orientam e regulam a existência desta comunidade virtual que é o nosso blogue materializam-se, por exemplo, na manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros, o que implica que procuramos, dia a dia, a toda a hora, eliminar na origem, prevenir e combater as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a insinuação, a maledicência, a violência verbal, a difamação, os juízos de intenção, etc.
Não temos infelizmente instituída ainda a figura do provedor do leitor do blogue que zela, com independência crítica, pelo respeito - por parte de editores e autores - do nosso livro de estilo... Na ausência dessa figura, é esperado que o fundador, administrador e editor do blogue venha a público dirimir conflitos, o que me parece contraproducente e eticamente pouco aceitável, já que foi ele que criou as regras com que se faz a governança da Tabanca Grande...
Como ninguém é (nem deve ser) juiz em causa própria, e não estando em condições de avaliar juízos de intenção, eu só posso lamentar profundamente duas coisas: (i) que o poste P8915 (*), da autoria do camarada Mário Beja Santos, tenha sido publicado nos termos em que saiu e nomeadamente na última parte: "Mário Vicente (...) deverá rever cuidadosamente o texto, polvilhado de agruras e dislates gramaticais"; (ii) que o camarada Mário Fitas, a recuperar de um grave problema de saúde, se tenha sentido vexado e insultado, na sua honra e no seu bom nome, por um poste publicado no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, de que ele faz parte de corpo inteiro e de pleno direito.
Publicam-se em média 5 a 6 postes por dia, 150 por mês... É difícil aos editores, voluntários, a trabalhar aqui em part time, e em condições difíceis, filtrar todas as linhas e parágrafos de todos os textos, que são editados manualmente, um a um... E sobretudo prever que há determinadas expressões e proposições que podem magoar alguém, que podem provocar suscetibilidades, desconforto, mal-estar ou até gerar conflitos e outras reações adversas.
A melhor maneira de gerir um conflito é preveni-lo. Infelizmente, o poste, que foi o pomo de discórdia, saiu para a blogosfera e fez os estragos que fez e que não deveria ter feito...
Custa-me a acreditar que o Beja Santos, ao fazer a "leitura crítica" (leia-se: recensão) de um livro de um outro camarada, quisesse malévola e intencionalmente humilhar ou insultar quem quer que fosse, muito menos o Mário Vicente Fitas Ralhete, por terem opiniões diferentes na polémica, já antiga, da guerra ganha/guerra perdida... Mas a verdade, factual, é que o Mário Fitas sentiu-se humilhado e insultado, como pude de resto testemunhar quando oportunamente falei com ele ao telefone e lhe apresentei, em privado, as minhas desculpas, em meu nome e em nome do blogue.
Apresentadas agora as minhas desculpas, públicas, ao Mário Fitas, resta eventualmente ao autor da recensão clarificar ou esclarecer, também publicamente, se assim o entender, aqui, neste espaço, o sentido da(s) polémica(s) frase(s) que é acusado de ter escrito, violando - segundo alguns comentadores - o espírito e a letra das nossas regras do jogo, ou no mínimo - segundo outros - tendo sido menos feliz e menos elegante na formulação da(s) crítica(s) que fez ao autor de Pami Na Dono, um livro que de resto o nosso blogue se orgulhou de publicar, em versão eletrónica, em dez partes, e que, além disso, já tem honras de Wikipédia.
Muito sinceramente, fiquei muito incomodado e sobretudo triste com esta querela, ao ponto de pensar, contrariamente aos demais editores e colaboradores permanentes, que não é boa política publicarmos neste blogue recensões de livros da autoria de camaradas que pertençam, formalmente, à nossa Tabanca Grande. (É bom lembrar que estamos proibidos de fazer juízos de valor sobre o comportamento humano e operacional dos nossos camaradas, aplicando este termo - camarada - até ao nível de comandante operacional).
Ultrapassado mais este acidente de percurso na vida do nosso blogue (que é de todos e para todos), quero reafirmar o princípio de aqui, tal como nas situações de combate em que corremos riscos no TO da Guiné, somos todos iguais e só podemos ser todos iguais... Daí o título de camaradas e o tratamento por tu... Noutros espaços, públicos, desempenharemos outros papeis, de maior ou menor projeção societal, mas que para aqui não são chamados...
Aqui, temos que continuar a "lavrar a bolanha" das nossas memórias (e afetos), que é para isso que o blogue foi feito...... Às vezes esquecemo-nos do essencial: não somos um tribuna, muito menos um tribunal... Somos apenas um blogue de memórias e de afetos... Onde todos/as podem contribuir com pequenas/grandes coisas: histórias/estórias, fotos, cartas, aerogramas, diários, notas de agenda, relatórios, documentos de época, livros, notas de leitura, etc... E em que todos somos escritores, batizados pelo "sangue, suor e lágrimas" vertidos naquela terra verde e vermelha que se chama(va) Guiné...
Um bom resto de dia a todos, na semana em que o nosso blogue atingiu a simpática cifra dos 3 milhões de visitas... E que os bons irãs protejam a nossa Tabanca Grande. (LG)
______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 17 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8915: Notas de leitura (288): Pami Na Dondo, A Guerrilheira, de Mário Vicente [, o nosso Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp, CCAÇ 763, Cufar, 1965/66] (Mário Beja Santos)
(...) Queridos amigos, devíamos obrigar Mário Vicente (ou Mário Fitas ou Mário Ralheta) a remexer toda a sua novela, de indiscutível interesse e originalidade. Ele presta uma eloquente homenagem à CCAÇ 763 através de uma guerrilheira, a região de Cufar experimenta a agressividade operacional e também a resposta dos guerrilheiros. O autor intenta pôr nos olhos dos outros a interpretação da nossa realidade. A trama novelística tem pés para andar, carece de uma intensa revisão, quem tem aquela experiência, que é bem patente, bem pode desenvolver o que importa ser desenvolvido e despojar o texto da história da Guiné quando ela é postiça e deslocada. (...)
(...) Mário Vicente interessou-se pelo outro e recorreu ao que sabia e que experimentou. Na primeira oportunidade que se ponha a reedição de “Pami Na Dondo” deverá rever cuidadosamente o texto, polvilhado de agruras e dislates gramaticais. O texto merece e “Pami Na Dondo” agradece. (...)
(**) Último poste da série > 13 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9036: (Ex)citações (155): Em louvor de Mário Fitas e da sua Pami Na Dondo: Deus é apenas um horizonte nos nossos esforços a caminho da perfeição (José Brás)