quinta-feira, 9 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25498: De volta às montanhas de Liquiçá, Timor Leste, por mor da Escola de São Francisco de Assis, em Boebau (5.ª estadia, 2024): crónicas de Rui Chamusco (ASTIL) (excertos) - Parte V


Timor > Dili > Projeto CAFE (Centros de Aprendizagem e Formação Escolar) > "No passado dia 25 de fevereiro chegaram a Timor-Leste 36 docentes portugueses que irão desempenhar funções pela primeira vez no Projeto CAFE, juntando-se aos 107 docentes que renovaram, no início de 2024, os contratos de cooperação anteriormente celebrados. Foram recebidos pela Coordenação Geral tendo ocorrido posteriormente uma receção na Embaixada de Portugal em Díli (...).

"Este Projeto o qual constitui para o Estado Português e para o Ministério da Educação, o projeto de maior envergadura por si coordenado e cofinanciado no quadro dos acordos de cooperação bilateral na área da educação, mediante o qual se promove a educação e o ensino em Língua Portuguesa em 13 municípios daquele país, envolvendo no presente ano alunos cerca de 11 000 alunos, 150 docentes portugueses e mais de 300 docentes timorenses.

"O Projeto CAFE tem como principais vertentes desenvolver e consolidar o ensino em língua portuguesa naquele território, a nível do ensino não superior, reforçar a formação de docentes timorenses e promover a maior qualificação do sistema educativo timorense, respondendo a três necessidades concretas: (i)  formação complementar a jovens recém-qualificados;: (ii) ensino público de qualidade; (iii) Ações de formação e capacitação."

Fonte: Adapt de Direção - Geral de Administração Escolar > Notícias > 1 de março de 2024 (com a devida vénia...)


1. O Rui Chamusco  de regressar de Timor ao fim de 3 meses de estadia... É a sua quinta visita Chamas-lhe o Som Quixote da lusofonia e o seu 'mano' Eustáquio (da família Sobra, onde ele fca, em Dili), o Sancho Pança: resistiu e lutou nas montanhas contra a ocupação indonésia.  

Depois de terem construído, em 2017,  a Escola São Francisco de Assis (ESFA) ,  na montanha de Liquiçá, ele e a Associação dos Amigos Solidários com Timor Leste, querem agora o  assegurar a colocação de professores, com formação específica. (*)

Nesta 5ª crónica volta a dar-nos exemplos das  partuclaridades da(s) cultura(s) timorense(s) mas também das dificuldads que se depararam ao ensino da língua portuguesa, que é língua oficial, falada por poucos, a par do tétum.


O Rui Chamusco é um beirão admirável, generoso, solidário, amigo do seu amigo,  "lince" nascido na serra da Malcata, no concelho de Sabugal (terra de desterro na Idade Média, tal como Timor o foi do séc. XVIII até à II Guerra Mundial, "terra abençoada por Deus", diziam os nossos colonialistas republicanos, mas duramente castigada pelo Diabo em figura de gente, primeiro os japoneses, depois os indonésios e as milícias pró-indonésias, até à sua independência, já no início deste milénio). 

É professor de educação musical reformado, do Agrupamento de Escolas de Ribamar, Lourinhã;  é cofundador e líder da ASTIL - Associação dos Amigos Solidários com Timor Leste. Será, dentro de dias,  um novo membro da Tabanca Grande (pelo que ele tem feito por Timor-Leste e pela lusofonia).  Tem 77 anos, mora na Lourinhã.  Era grande amigo do nosso tabanqueiro Eduardo Jorge Ferreira (de resto, colegas, professores) e agora meu e do João Crisóstomo (o nosso "cônsul em Nova Iorque").


De volta às montanhas de Liquiçá, Timor Leste, por mor da Escola de São Francisco de Assis, em Boebau (5ª estadia, 2024): crónicas de Rui Chamusco (ASTIL) (excertos) - Parte V



Rui Chamusco e o seu amigo e 'mano'
Gaspar Sobral. Em Dili, fica hospedado casa do Eustáquio,
irmão do Gaspar. Foto: LG (2017)
Quinta crónica, enviada de Timor Leste, em 1 de maio último, às 1:14, pelo Rui Chamusco, na sua 5ª estadia (fev/maio 2024).


 
16.04.2024, quinta feira - E vivam os mortos!...

Há culturas assim. Viver é morrer; morrer é viver, dependendo daquilo em que se acredita. Também em Timor isso acontece.

Hoje foi o funeral de um vizinho.   A meio da tarde ouve-se grande agitação aqui nas redondezas                                                                                                                       e até o pátio dos “Sobrais” está cheio de pessoas que procuram entrar ou subir para as "microletes" (**) e as "carehs" a fim de acompanharem o féretro ao cemitério de Becora. 

Mas quando já tudo parecia tranquilo, com as cerimónias terminadas, eis que se ouve uma grande algazarra de vozes, músicas e outros sons, dando a entender que a “festa” ainda não tinha acabado. Fui ver e confirmar com o Eustáquio que assim era.

Faz parte do funeral. As pessoas voltam ao local donde partiram e continuam a celebrar a morte através da refeição e do convívio. Tudo muito naturalmente, sem grande estresse, porque todos ajudam. Isto é que é viver! Morremos nós, mas vivem os outros. A morte e a vida de braço dado.

E assim a vida continua...

17.04.2024, quarta feira - De encontro em encontro

Aquilo que já nem esperávamos aconteceu. A meio da tarde, o meu telemóvel chama, e vejo que é da Coordenação CAFE (***). Apreensivo atendo, mas fico estupefacto quando do outro lado da linha ouço alguém a dizer:

 É o professor Rui Chamusco? Daqui fala o senhor Roger Soares e é para saber se esta tarde pode vir à Coordenação CAFE, porque estou disponível.

 Ok!”respondi eu. Estamos de saída para aí.

E lá vou eu mais o Eustáquio para este encontro, na esperança de que nos ajudem a encontrar uma solução para a colocação de professores na ESFA. E, de um momento para o outro, conseguimos a audiência pretendida.

Para aquilo que nos tinham dito da nova coordenação, confesso que fiquei muito sensibilizado e surpreendido pela atitude dos coordenadores, a saber o dr. Roger Soares e a Dra. Lina Vicente (já conhecida de anos anteriores).

Ambos se mostraram muito recetivos às nossas informações e propostas, penso até que é por aqui que passará uma decisão favorável. Até nos prometeram uma visita à ESFA, ainda que por compromissos já assumidos não possam participar na celebração do 6º aniversário. Vamos a ver! Temos batido a tantas portas que alguma se há-de abrir. Nem que seja para severem livres de nós... “O pedinte tantas vezes bate à porta que o patrão, talvez já chateado com tantos batimentos, se levanta e vem dar-lhe a esmola.”

19.04.2024, sexta feira  - Hospital Guido Valadares

Hoje passámos toda amanhã no hospital, para acompanharmos a Nanda (Fernanda) que é (será a mulher do Zinon e, por conseguinte, a nora do Eustáquio), que foi a uma consulta de endocrinologia devido a um nódulo a tiroide. Este hospital de Dili está sempre cheio de gente. É um hospital público e por isso ninguém paga nada. Também por isso é muito procurado.

Não admira, portanto, o tempo que se tem de esperar para ser atendido. Não há marcação de consultas, e a chamada é por ordem de chegada. Mesmo assim, tudo numa boa nesta sala (?) de espera. Há que esperar até que chamem pelo nome. Até houve momentos de humor que os próprios doentes tentavam criar para aliviar o ambiente. E, para que isso acontecesse, oEustáquio muito contribuiu, conversando com as pessoas que já lá estavam ou as que iam chegando. 

Uma das pessoas que esperava pela consulta tinha a bengala que utilizam os deficientes visuais, e viu-se logo pelo seu comportamento que realmente não via nada. Foi então que o Eustáquio se abeirou dele e da sua esposa para se dar a conhecer. Mas afinal eles já se conheciam e até habitam perto um do outro. 

Quiseram saber da vida de um do outro e, claro está, com perguntas cujas respostas não eram nada agradáveis. Por exemplo quando perguntaram ao Eustáquio pela Aurora (sua mulher) e ouviram a frase “a Aurora já morreu, faz o dia 19 de julho um ano, ouviu-se um Ohhhh! impressionante pela surpresa. 

Também ficámos deveras impressionados quando o amigo revelou a causa da cegueira. Fizeram-lhe uma intervenção à tiroide, e teve como consequência acessória a falta devisão. Mas, no meio de toda esta tragédia, houve um grande momento de humor, quando ele diz para o Eustáquio: “Pois. Eu olhava para onde não devia olhar, e agora fiquei cego”. Toda a gente riu a bom rir com a piada. 

E é isto! Mesmo no meio da adversidade, há sempre a possibilidade de “virar o bico ao prego”. Que resiliência, meus amigos!... Ainda nós nos queixamos por tudo e por nada.

21.04.2024, sábdo  - História de um capacete de motorista

Tobias desde há uns dias que é figura diária na casa do Eustáquio, de quem é afilhado, e vem ajudar nas obras que estão em curso: colocação do chão em mosaicos. Também não teve vida fácil, e até já esteve preso, não sei nem me importam as razões, perdendo, entretanto, a primeira mulher que aproveitou a ausência dele para arranjar outro. Está claro que o Tobias teve todo o direito de, já liberto, poder também encontrar outra mulher, da qual já nasceram dois filhos. 

O mais velho, Marcelino, de quatro anos, há dias que vem com o pai e faz o encanto dos nossos olhos e ouvidos. Muito bonito e vivaz, fala com clareza o tétum e de vez em quando algumas palavras em português que o abô Rui vai debitando. Eu chamo-lhe “Marcelinho pão e vinho”, e é um regalo ver os dois “inhos” em ação: a criança e o velho; o menino e o velhinho. “De velhinho se volta a menino”. 

A primeira vez que lhe dei dois rebuçados foi a correr para o pai, dizendo: este é para o mano. Logo aí me cativou pelo sentido de partilha e de família.

Mas vamos à história do capacete. O Tobias viu uma criança com um capacete e foi logo a correr para ver se seria o seu, que estava junto da sua motorizada, não fosse ele a ficar outra vez sem o seu. E foi então que surgiu a história do capacete. Há tempos apareceram uns rapazes a quererem vender um capacete. O Tobias, como precisava de um, comprou-o e, legalmente, tudo estava bem, passando o Tobias a utilizá-lo nas suas deslocações e viagens. Até que uma vez, alguém que vinha atrás que por acaso até é polícia,  reconheceu o capacete e, ultrapassando-o,  se pôs à sua frente fazendo-o parar e dizendo: "Onde roubaste esse capacete?" O Tobias, que até tem dificuldade em começar a falar, respondeu-lhe: "Eu não o roubei, eu comprei”. E gerou-se ali a confusão habitual: "compraste a quem, etc, etc"... Então o Tobias disse ao polícia: “Se tem dúvidas vamos ali a casa do meu padrinho para confirmar". E assim foi. 

Na entrada da casa do Eustáquio esclareceu-se tudo. Um grupo de rapazolas aqui do canto, armados em larápios vão furtando as coisas que podem para depois venderem na candonga. Através da descoberta deste roubo concluíram que também sacos de cimento e outras coisas foram levadas da casa em construção desse mesmo polícia. Conclusão: o capacete foi devolvido ao seu primeiro dono, e os outros materiais furtados foram pagos através de uma multa que aplicaram a esses jovens. Só que, como esses jovens não tivessem o dinheiro suficiente para o pagamento da multa, então as famílias aqui do canto pagaram entre si mas com um sério aviso: "Se voltais a fazer isso deixamos que vos prendam e passem a cumprir a pena na prisão”. 

Tudo se resolveu, exceto o Tobias que ficou a arder, sem o dinheiro com que tinha pago ofamoso capacete.

22.04.2024, segunda feira - Vítima do massacre de Liquiçá

Esta tarde fomos ao município de Liquiçá falar do concelho de Sabugal, um encontro previamente combinado no âmbito do acordo de colaboração celebrado entre os dois municípios. Nada que superasse as expetativas, para além de dar a conhecer o nosso município, tal e qual como já se fez nonSabugal em relação ao município de Liquiçá. Vamos a ver, na prática, em que é que se traduz este acordo de colaboração.

À saída das salas da presidência estava o senhor Manuel Nunes Serrão, personalidade bem conhecida de Liquiçá, que amavelmente nos veio cumprimentar, falando a língua portuguesa. Irmão do amigo senhor Renato que em 2019 visitou o Sabugal e outras terras portuguesas que criaram laços com o município de Liquiçá, depressa nos envolvemos em conversa de amigos que estão contentes por se encontrarem e travarem conhecimento.

Foi então, quando fiquei a saber o que aconteceu com este senhor Manuel Serrão durante o “massacre na igreja de Liquiçá”. Em 1999, cinco meses antes do plesbicito sobre a independência de Timor-Leste, as milícias apoiadas pelas tropas indonésias irromperam pela igreja onde estavam à volta de 2000 pessoas ali abrigadas e, à catanada, massacraram aquelagente. Bastantes morreram (dizem que mais ou menos 100 pessoas), e muitos deles ficaram mutilados. Arrepiante!... 

Pois o senhor Manuel foi uma dessas vítimas que, por sorte ou graça de Deus, levou uma catanada no pescoço, sendo bem visível a enorme cicatriz. Segundo os médicos que o operaram, a sua sorte foi a veia principal não ter sido atingida, caso contrário faria agora parte da lista dos mortos desse massacre. 

São estes testemunhos vivos que nos fazem pensar se a violência, a brutalidade, as armas têm algum sentido em qualquer parte do mundo. Quanto mais não vale o diálogo, a tolerância, as relhas e os arados. “Não queremos mais o ódio /Não queremos mais a fome / Não queremos mais a guerra / Queremos pão para toda a terra”.

23.04,2024, terça feira  - Festa na aldeia!?

Tudo aconteceu ao final da tarde. Já tinha conhecimento de que hoje seria o jogo de estreia da equipa feminina de futsal de Ailok Laran, da qual a Adobe, a Elixce e a Felismina fazem parte. A equipe e a sua comitiva de adeptos deslocaram-se ao campo da aldeia de Tahan Timor, que até tem dois jogadores de futebol na seleção nacional. Tudo levava a crer que o mais certo seria a derrota de Ailok Laran. Aliás, ao intervalo já perdiam por 3 a zero, o que supunha virem de lá com um cabazada de golos. Mas o milagre aconteceu. A equipe perdedora ao intervalo remontou e conseguiu empatar e ganhar o jogo por 3-4. 

As heroínas são sobretudo as três moças da família Sobral: a Adobe pelas defesas que fez como guarda-redes, a Mina(Felismina) que fez o hattrik e a Elixce que marcou também o seu golo.

Conclusão: até ao lavar dos cestos é vindima.

23.04.204, terça feira - “Cultura” e medicina em conflito

Nem dá para acreditar, mas é verdade. Ontem à noite, depois de uma tarde cansativa, chegamos de Liquiçá estafados a Ailok Laran com uma vontade enorme de irmos descansar. Foi o que eu fiz e, assim faria também o Eustáquio se nada houvesse em contra. Mas não. Passadas algumas horas ouvia o Eustáquio ao telemóvel, conversando com a família da Nanda, que nos dias anteriores teve consulta médica, seguindo-se exames e análises para detetar a causa e a consequente solução para o problema, com apossibilidade de uma intervenção cirúrgica. E, quando supostamente todos esperavam o seguimento do processo, eis que chega o telefonema de um tio da Nanda para dizer:”Toda a família não está de acordo com esse processo. A nossa cultura tem outra explicação para a doença da Nanda, e é isso que vamos fazer”. 

E tudo ficou em standby, para seguir esse tratamento da sua cultura. Eu que já ouvi e tenho conhecimento de mais histórias destas, fico perplexo e nem sei o que hei-de pensar. Há rituais que respeito e acato, mas há coisas incompreensíveis que nos fazem duvidar e até rejeitar. E então esta de alguém ficar com determinada doença só por que comeu algo que a “cultura” não permite comer, é demais. Gostaria de explicar melhor, mas não posso, ou não devo. Valha-nos Deus!...

24.04.2024  - Ainda sobre culturas

Fiquei a saber que aqui, em Timor-Leste, há diferentes culturas segundo algumas regiões: cultura de Ermera, cultura de Dili, cultura de Açabe, cultura de Maubisse, etc. Todas elas ainda muito arraigadas nas populações.

Os mais velhos são os seus grandes defensores, e temem que os mais novos, influenciados pela modernidade, um dia as possam esquecer e abandonar.

São crenças que herdarem dos seus antepassados e que defendem “com unhas e dentes”. Muitas delas determinam o presente e o futuro dos seus cidadãos, nomeadamente no que se refere a comportamentos e atitudes perante os acontecimentos. Tenho ainda bem presente os rituais que os anciãos de Boebau / Manati realizaram por ocasião da inauguração da Escola São Francisco de Assis, nos quais exigiram a nossa presença e participação (eu e o Gaspar). 

E aqui vos deixo, como exemplo, esta descrição relativa às festas do “barlake”. É comum sempre que há uma festa ritual as famílias contribuíram com os seus “dotes” para as refeições, nomeadamente oferecendo animais (vacas, porcos, cabras), ou até dinheiro. 

Há regras muito rigorosas sobre quem tem de oferecer e a quem, quem pode consumir e o quê. Se um tio ou tia oferecer, por exemplo,  uma vaca ao sobrinho, todos podem comer esse animal exceto as pessoas do sexo feminino (sobrinhas). A pior parte do animal para consumo é sempre o pescoço, e sobretudo do fahi (porco). Quem fizer o contrário está sujeito a ter doenças do pescoço. Por exemplo, se alguém tem um problema de tiroide, é por que comeu carne do pescoço da vaca ou do porco. Já dá para entender alguma coisa do que escrevi anteriormente?...

24.04.2024, quarta feira - Mais uma do Eustáquio

Em amena cavaqueira, e depois de muitos comentários sobre a vida em Timor-Leste, mais concretamente em Dili e arredores, o Eustáquio sai-se com esta: “ Não compreendo por que é que aqui, em Timor, quando a gente vai fazer a inspeção aos carros, colocam a viatura em cima dos rolos e abanam para todos os lados. Então as estradas não estão já cheias de buracos que fazem a gente baloiçar de um lado para o outro? Precisam de mais provas de resistência?” 

Muito bem observado... E se quiserem mais provas que me chamem a mim, pois ao longo destas cinco estadias tenho sido vítima de todo este desconforto. Às portas de Dili, e até dentro da cidade, isso acontece. Quem tiver dúvidas faça o caminho do mercado de Perunas e outras circundantes, que logo se convence. Vão-se os carros mas ficam oscaminhos...

25.04.2024, quinta feira  - 25 de Abril, SEMPRE!...

Embora muito longe de Portugal, a celebração dos 50 anos da Revolução de Abril não me é indiferente. Até por que em 1974 tinha eu 27 anos, com vivências e episódios em que o anterior regime deixou marcas inesquecíveis.

Só quem de alguma maneira não sentiu na pele a vida em ditadura é que poderá ser a favor do “antigamente”. “Que los hay, los hay!...” Mas nem esses saudosistas, nem os que nasceram em “berço de oiro” da democracia, poderão abafar as conquistas e os valores que a Revolução dos Cravos nos legou. Felizmente que as forças democráticas bem presentes na sociedade portuguesa se mobilizaram para dar o devido destaque à celebração dos 50 anos. 

Todos nós sabemos que ainda há muito por fazer, sobretudo ao nível da justiça social. Todos nós somos críticos, e ainda bem, das políticas implementadas durante estes 50 anos. Todos nós queremos mais e melhor para nós e para os outros. Mas nada nem ninguém poderá aniquilar a valentia, a originalidade e, sobretudo, as consequências desta Revolução dos Cravos.

A luta continua! A vitória é difícil, mas é nossa!... 

Apraz-me registar que também aqui, em Timor-Leste, em Dili, os 50 anos são bem celebrados. Primeiro através da visita do Presidente Ramos Horta a Portugal para participar nas celebrações. Depois com um programa de atividades que se estende desde o dia 13 de abril a 4 de maio, e que tem como lema “Democracia e Liberdade pautam as comemorações do 25 de abril". E por fim, talvez a que mais agrada aos alunos das escolas, o governo deu tolerância de ponto. Seja como for, os 50 anos são bem celebrados neste canto do mundo, onde quase ninguém fala o português, mas que tem um grande carinho e afeição com os portugueses, com Portugal.

27.04.2024, sábado - Quando a emoção nos invade...

O fadista pergunta e responde: “Quando a tristeza me invade?... Canto o fado!” Mas não é de tristeza que se trata. É de emoção. E vem tudo isto a propósito do rescaldo das celebrações dos 50 anos de abril. Graças aos meios digitais, temos acesso às manifestações e ações que se desenvolveram em grande parte do nosso país. É uma confirmação de que abril está bem vivo, e que os seus valores continuarão a orientar a sociedade portuguesa.

Mas o que me emocionou até verter algumas lágrimas, foi ver como noutras paragens, por exemplo na Galiza, em Paris, em Timor-Leste e muitas mais, tanta gente cantava, com alma e coração, as canções de antes e depois, como que a agradecer a revolução dos cravos. 

E ouvir cantar “Grândola Vila Morena” por tantas vozes empolgadas pelo entusiasmo e a emoção deixa-nos extasiados, sem palavras, com os olhos embaciados de lágrimas. Quem viveu o antes e o depois de abril, não pode ficar indiferente à forma como o 50º aniversário foi vivido. E, Deus queira, que cada aniversário a caminho dos 100, seja a atualização deste espírito que o 25 de abril de 1974 nos ofereceu. 25 de Abril SEMPRE!... (...)

(Revisão / fixação de texto: LG)
_____________

Conta solidária da Associação dos Amigos Solidários com Timor Leste (ASTIL)

IBAN: PT50 0035 0702 000297617308 4

___________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25473: De volta às montanhas de Liquiçá, Timor Leste, por mor da Escola de São Francisco de Assis, em Boebau (5.ª estadia, 2024): crónicas de Rui Chamusco (ASTIL) (excertos) - Parte IV

(**) Microlete: o termo já vem grafado no Priberam

Timor: Veículo privado de transporte colectivo de passageiros. Etimologia: de oirgem obscura.

"microlete", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/microlete.

(***) CAFE > Projeto dos Centros de Aprendi<agem e Formação Escolar

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25497: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (24): Recuperando, para a história, o programa do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez, algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...  Um grupo de jovens, rapazes e raparigas, que cantaram o Hino da Guiné-Bissau no início da cerimónia...

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje  (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > ntigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes)... Os tempos já eram  outros... As populações do Cantanhez, e nomeadamente as que apoiaram abertamente a luta do PAIGC (os nalus e os balantas), pareciam assumir o seu passado, com orgulho, com dignidade, sem arrogância....


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau. 17-março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...   Dpisdos convidados estrangeiros, portugueses: o cor cav 'cmd' ref e escritor Carlos Matos Gomes e o Prof Doutor Luís Moita (1933-2023) , vice-reitor da UAL - Universidade Autónoma de Lisboa, e antigo fundador e dirigente do CIDAC.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 > As instalações da televisão comunitária Massar. Na foto, a Alice Carneiro. Massar, em dialecto nalu, quer dizer estrela. Do logótipo da TV Massar faz parte o mítico Nhinte-Camatchol.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > 
 Visitaao Cantanhez dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 >O Zé Teixeira, no tchon nalu, em pleno Cantanhez, no meio de duas mulheres da população local. Belíssimas, gentis e vistosas mulheres tandas ("todas bem  produzidas",  diria o nortenho do Zé Teixeira), de porte altivo e de grande dignidade. (Na carta de Cacine, a toponomia é Jemberem, a norte de Madina de Cantanhez... Hoje todo o mundo diz e escreve Iemberém. De resto, um dos afluentes do Rio Cacine é o Rio Iemberem... Será que terá havido um erro dos nossos cartógrafos ou uma gralha tipográfica ?...Iemberém foi local onde a comitiva do Simpósio Internacional de Guileje pernoitou dois dias... Fica em plemo coração do Parque Nacional do Cantanhez.)

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 1 de Março de 2008 > Saltinho, na Estrada Bissau - Mansoa - Bambadinca-Saltinho - Quebo - Gandembel - Guileje. Paragem no Saltinho, no Clube de Caça, para tomar um segundo pequeno-almoço reforçado. Que a viagem é longa até ao Guileje (chegada prevista às 12h30), no âmbito do programa social do Simpósio Internacional Guiledje Na Rota da Independência da Guiné-Bissau... Enquanto se come, pode-se ouvir em silêncio, na margem direita do Rio Corubal, a água que corre nos rápidos do Saltinho. Na volta, quis ir ver os rápidos de Cusselinta.
No Saltinho, o Patrick Chabal (1951-202 foi dar uma volta para ver mais de perto o Corubal, o único verdadeiro rio da Guiné, como defendia o seu biografado, o Amílcar Cabral.
 
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Contabane > Sinchã Sambel > 3 Março de 2008 > "Eu, o Pedro Lauret com o régulo Suleimane Baldé, régulo de Contabane, e outros habitantes da tabanca"


Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palce > 3 de Março de 2008 > "Abertura do Simpósio, tendo ao meu lado esquerdo, o jornalista do Correio da Manhã, José Carlos Marques; à direita, um dos
ex-militares de Guiledje, o Sérgio Sousa; à minha frente, pelado como eu, o cubano Ulisses Estrada" (1934-2014).

Fotos (e legendas): © Paulo Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Resto de munições e antiga placa toponímica "Parada Alf[eres] Tavares Machado, que em 2010 fazia partedoconjunto do Núcelo Museológico Memória de Guiledje.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa > 6 de Setembro de 2007 > Da esquerda para a direita, Nuno Rubim (1938-2023), Carlos Scharwz (Pepito) (1949-2014) e Luís Graça (n.1947). Para o Pepito, o nosso blogue fez a confluência de pessoas, memórias, sentimentos, ideias e afetos, tornando possível a realização, em Março de 2008, em Bissau, do Simpósio Internacional de Guilrdje...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Através do Arquivo.pt conseguimos recuperar o programa do Simpósio Internacional de Guiledje , há muito perdido... Trata-se de uma captura de 10 de julho de 2009, às 8:43. 

Originalmente estava alojado em http://www.adbissau.org/guiledje/programa (url entretanto descontinuado). 

Recordamos que o Arquivo.pt  é "uma infraestrutura de investigação que permite pesquisar e aceder a páginas da web arquivadas desde 1996. O principal objetivo é a preservação da informação publicada na Web para fins de investigação." E em especial na Web em português.

Pensamos que não foi este o programa definitivo ou a versão definitva do Simpósio Internacional de Guileje (ou Guiledje, na grafia da organização). Havia nomes a confirmar. Houve alterações de última hora. Os cabo-verdianos, por exemplo,  acabaram por não comparecer (ainda estava no poder o 'Nino' Vieira, foi a justificação que ouvi em Bissau, nessa altura, em que as sequelas do golpe de Estado de 14 de novembro de 1980  ainda estavam vivas na mémória de parte da "nomenclatura" do PAIGC, de origem cabo-verdiana). 

Recordo-me de ter havido também uma intervenção do biógrafo de Amílcar Cabral, o pof. Patrick Chabal, entretanto falecid0 (1951-2014).  (O seu nome, por exemplo, não consta desta versão do programa; ele participou também  na visita  a Guileje.)

Mas dos participantes (incluindo moderadores) abaixo listados, há uma série impressionante de nomes que já não estão entre nós... Cito alguns, de memória: além do francês Patrick Chabal, os guineenses Pepito, Roberto Quessangue, Nelson Dias, Salifo Camará ("rei dos nalus", régulo de Cadique) e Leopoldo Amado; os portugueses Coutinho e Lima, Luís Moita,  Nuno Rubim;   o cubano Ulises Estrada...., sem esquecer o 'Nino' Vieira (que fazia parte apenas da comissão de honra e recebeu em audiência, à última da hora, fora do programa oficial, um grupo de estrangeiros, portugueses, cubanos, brasileiros, um francês e outros)...

São elementos informativos que seria  uma pena perderem-se e ficam agora disponíveis para documentar e reforçar a história do Núcleo Museológico Memória de Guiledje e a necessidade de o revitalizar.  

São úteis também para a nossa propria memória enquanto Tabanca Grande. E sobretudo imprescindíveis para celebrarmos  a grata memória do Pepito, que foi  quem concebeu, planeou  e coordenou a realização desta irrepetível e histórica iniciativa.  Embora sempre discreto, ele foi a "alma" deste grande encontro, que juntou os "inimigos de ontem". Nada de parecido foi feito nos outros dois antigos teatros de operações (Angola e Moçambique).

Do ponto de vista organizativo, o Simpósio  foi um enorme "ronco", duvido que na Guiné-Bissau se tenha entretanto realizado, nos anos a seguir,  outro evento com o mesmo  sucesso: teve a participação de mais de 6 dezenas de estrangeiros e de muitos mais guineenses (algumas centenas, quer nas visitas ao Cantanthez quer em nas sessões em Bissau).  Só foi pena que os cabo-verdianos tenham desistido de aparecer.


Chegada dos Participantes vindos da Europa

  • 15h25: chegada e acolhimento no Aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau;
  • 17h00: instalação nas diversas unidades hoteleiras onde os participantes vão ficar instalados.


  • 17H30: Entrega dos documentos e programa final

| 20h30: Jantar em conjunto, num restaurante da cidade |



Visita ao antigo quartel de Guiledje


  • 7h00 – Partida para Guileje, com paragem no Saltinho (9h30)


  • Paragem na ponte de Balana (11h00)


  • Paragem no antigo quartel de Gandembel (11h30)


  • Paragem no "Corredor de Guiledje" (12h00)


  • Paragem no quartel de Guiledje (12h30) e visita


  • Almoço na antiga pista de helicópteros (14h00)


  • 16h00 - Paragem em Medjo e Tchim-Tchim Dari
  • 18h00 - Chegada a Iemberém: acolhimento e jantar




7h30 - Pequeno-almoço
8h30 – Visita a Iemberém:


Centro Materno-Infantil


Rádio Comunitária Lamparam + Televisão Comunitária Massar



  • 9h30 – Encontro com ex-combatentes do PAIGC e ex-milicias portuguesas
  • 12h00 – Partida para o porto fluvial  de Canamine (na margem direita do rio Cacine) com paragens:

(i) num antigo acampamento do PAIGC em Cantanhez

(ii) na Mata de Cantanhez para apreciar a última floresta sub-húmida da Guiné-Bissau

| 13h30 - Almoço em Canamine |



  • 15h30 – Eventual visita de barco a Cacine
  • 17h00 – Regresso a Iemberém

| 20h00 - jantar | 21h00 – Manifestação cultural das diferentes etnias da zona |



  • 7h30 - Pequeno-almoço em Iemberém
  • 8h30 - Regresso a Bissau com possibilidade de paragem em Gadamael-Porto, para os que manifestarem interesse.
  • 13h30 - Almoço em Bissau
  • 17h00 – Sessão solene de Abertura do Simpósio, na Assembleia Nacional Popular


Moderador: Roberto Quessangue (Presidente da AG da AD)

  • Visita à Exposição “Guiledje” 
  • Alocução de Isabel Nosolini Miranda, Coordenadora do Simpósio: Preservação da memória de Guiledje: objectivos, acções previstas, aspectos metodológicos e estado actual da Investigação. Alocução do Representante da População de Guiledje (a indigitar)
  • Alocução de Sr. Embaixador de Cuba na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de Sr. Embaixador de Portugal na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República de Cabo Verde (por confirmar)
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República da Guiné-Bissau (por confirmar)
  • 18h30 – Final da Sessão
|20h00 - jantar | 


(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 1 > Guiledje e a Guerra Colonial/Guerra de Libertação

Moderador: João José Monteiro (Universidade Colinas de Boé)

  • 9h00 - 9h30: Leopoldo Amado (historiador guineense) – Génese e evolução do sentido estratégico-militar do corredor de Guiledje no contexto da guerra de libertação nacional.
  • 9h30 - 10h00: Agnelo Dantas (cabo-verdiano, ex-comandante militar do PAIGC) e Manuel Santos (guineense, ex-comandante militar do PAIGC) – Amílcar Cabral e a componente militar do PAIGC: achegas para a compreensão dos meandros estratégicos e tácticos da guerra de libertação nacional.
  • 10h00 - 10h30: Carlos Matos Gomes – (Coronel do Exército Português) – Guiné 1973 – Quando os portugueses perceberam que chegara o fim.
| 10h30 – 11h00: Pausa-Café |
  • 11h00 – 11h30: Alfredo Caldeira e Victor Ramos, Fundação “Mário Soares” – A operação “Maimuna” no Arquivo Amílcar Cabral.
  • 11h30 – 12h00: Ulisses Estrada (ex-militar e diplomata cubano) – Internacionalismo cubano e a participação de Cuba no esforço da guerra de libertação da Guiné-Bissau.
  • 12h00 – 13h00: Debate
| 13h00 – 14h30: Almoço |
  • 15h00 – 15h30: Coutinho Lima, (Coronel do Exército Português na reserva e ex-comandante do COP 5) – Factores considerados para tomar a decisão da retirada das forças militares e da população, do aquartelamento de Guiledje: relato histórico do ex-Comandante do COP 5
  • 16h00 – 16h30: Pedro Lauret, (Capitão-de-mar-e-guerra do Exército Português na situação de reforma) – A Marinha no Teatro de Operações da Guiné. Guileje Gadamael, Maio Junho de 1973, o papel da Marinha.
  • 16h30 – 17h00: Sandji Fati (Tenente-Coronel do Exército da Guiné-Bissau) – Subsídios para a História Militar da guerra de libertação no sul da Guiné-Bissau.
|  17h00 – 17h30: Pausa-Café | 
  •  17h30 – 18h00: Eduardo Costa Dias (Professor Titular do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresas - ISCTE, Portugal) – Papel e influência das dinâmicas sócio-religiosas e políticas nos movimentos de libertação nacional na África Ocidental: o caso da Guiné-Bissau.
  • 18h00 – 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Painel 2> Guerra Colonial/luta de libertação nacional: problematização conceptual, contextualização histórica e importância historiográfica.

Moderador: Leopoldo Amado

  • 9h00 – 9h30: João Medina (Professor Catedrático da Universidade de Lisboa) – A Literatura Portuguesa sobre as derradeiras Guerras Coloniais em África (1961-1974) como documento histórico acerca do fim do Império.
  • 9h30 – 10h00: Josep Sánchez Cervelló (Professor Titular de História Contemporânea da Universidade Rovira I Virgili de Tarragona, Espanha) – A relação dialéctica entre o PAIGC e o MFA e o seu papel na caída do Estado Novo Português.
  • 10h00 – 10h30: Leonardo Cardoso (historiador guineense, INEP) – Alcance histórico de “Guiledje” no contexto geral da luta de libertação Nacional e independência da Guiné-Bissau.
  •  10h30 – 11h00: Pausa Café
  • 11h00 – 11h30: Julinho de Carvalho (caboverdiano, ex-comandante militar do PAIGC) – A importância estratégica de Guiledje no contexto geral da manobra militar do PAIGC e do Exército português na Guiné.
  • 11h30 – 12h00: Fernando Delfim da Silva (guineense, político e filósofo) – A guerra-fria e os condicionalismos político-ideológicos da acção militar do PAIGC na guerra de libertação nacional.
  • 12h00 – 12h30: Julião Soares Sousa (historiador guineense) – Guiledje no horizonte político e militar de Amílcar Cabral em 1972: contribuição para o estudo de uma projectada ofensiva em tempos de guerra de libertação.
  • 12h30 – 13h30: Debate
| 14h00 – 15h30: Almoço |

Painel 3 > O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento

Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP)

  • 16h00 – 16h30: Luís Moita (Professor Catedrático e Vice-Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa) – Fundamentos e originalidade táctico-estratégicos da acção político-militar de Amílcar Cabral e do PAIGC no contexto dos movimentos de libertação do Terceiro Mundo.
  • 16h30 – 17h00: Óscar Oramas (Ex-embaixador de Cuba na República da Guiné-Conakry) – Contribuição e participação cubana na luta de libertação nacional da Guiné-Bissau: dados, números e factos.
 | 17h00 – 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 – 18h00: Nuno Rubim (Coronel e ex-combatente português no aquartelamento de Guiledje) – A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas.
  • 18h00 – 18h30: Luís Graça (Doutorado em Sociologia/Saúde Pública e dinamizador do maior site dos antigos combatentes portugueses da Guiné) – Cerco de Guiledje: a experiência traumática vivenciada a partir do Quartel de Guiledje.
  • 18h30 – 19h00: Luís Reis Torgal – (Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) – Colonialismo, Anticolonialismo e identidade nacional: reflexões metodológicas para o estudo da história da Guiné.
  • 19h00 – 19h30: Debate
| 20h00: Jantar | 21h30: Sarau Cultural | 



(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 4 > Guiledje: Factos, Lições e Ilações(depoimentos e testemunhos de elementos da população, dignitários, testemunhos presenciais, régulos, ex-combatentes do PAIGC e ex-milícias africanas do Exército português)

Moderadora: Isabel Buscardini 
(Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria)

  •  9h00 - 9h30: Úmaro Djaló (Comande Militar do PAIGC) – A minha experiência de guerrilheiro e de comandante no Sul da Guiné-Bissau: achegas para a História de Guiledje.
  • 9h30 - 10h00: Buota Na N’ Batcha (Comandante Militar do PAIGC) – A acção dos bi-grupos e dos corpos de Exército do Sul na guerra de libertação nacional: o caso do assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  •  10h00 - 10h30: Joãozinho Ialá (ex-guerrilheiro do PAIGC) – Memórias do Assalto ao Quartel de Guiledje, Gandembel e Balanacinho.
  • 10h30 - 11h00: Francisca Quessangue (Enfermeira do PAIGC) – Os aspectos sanitários-logisticos do PAIGC no assalto ao quartel de Guiledje

| 11h00 - 11h30: Pausa Café | 

  • 11h30 - 11h50: Fefé Gomes Cofre (ex-guerrilheiro do PAIGC) – O meu testemunho sobre o assalto ao Quartel de Guiledje.
  • 11h50 - 12h10: Salifo Camará (Régulo de Cadique) – O papel das populações civis na guerra de libertação no Sul e no assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  • 12h10 - 12h30: Camisa Mara (ex-milicia do Exército português) – A vida no Quartel de Guiledje
  • 12h30 - 12h50: Cadjali Cissé (ex-guerrilheiro do PAIGC) – A minha participação no Assalto a Guiledje
  • 12h50 - 13h10: A designar (condutor) – A minha experiência no transporte de munições e mantimentos

| 13h30 - 15h00: Almoço |


Painel 5 > As Iniciativa de Cantanhez e de Guiledje na óptica do desenvolvimento económico e social e sua correlação com o imperativo da salvaguarda da memória histórica da guerra.

Moderador: Nelson Dias (Representante da UICN)

  • 15h30 - 16h00: Carlos Schwarz Silva (guineense, agrónomo) e José Filipe Fonseca (guineense, agrónomo) – O desenvolvimento económico e social na zona de Guiledje: AD e dinâmicas de participação e organização comunitárias.
  • 16h00 - 16h30: Tomane Camará (AD) – (guineense, agrónomo) – Evolução das características ecológicas da zona de Guiledje: antes, durante e depois da guerra.
  • 16h30 - 17h00: Alfredo Simão da Silva (guineense, geógrafo, Director do Instituto de Biodiversidade e Áreas Protegidas) – Imperativos de Desenvolvimento Sustentável e da Conservação da Natureza: Princípios e práticas no caso de Cantanhez
| 17h00 - 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 - 18h00: Hugo Monteiro (sociólogo, Universidade Colinas de Boé), A intensa guerra de que o Sul da Guiné-Bissau foi alvo explica o seu ténue desenvolvimento relativamente às outras regiões do país?
  • 18h00 - 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Moderadora: Isabel Nosolini Miranda (Presidenta da AD)


  • 9h30: Sessão solene de Encerramento

(i) Alocução do Representante dos participantes caboverdianos
(ii) Alocução do Representante dos participantes portugueses
(iii) Alocução do Representante dos participantes cubanos
(ivc) Leitura do Documento final do Simpósio (Resoluções Finais)
(v) Alocução de S. Excelência o Senhor Primeiro-Ministro do Governo 
da Guiné-Bissau
(vi) Alocução de Encerramento do Simpósio por S. Excelência o Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau.

  • 10h30 - Final dos trabalhos do Simpósio

| 12h30-almoço | 16h30- Partida dos participantes |

(Revisão / fixição de texto: LG)
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 7 de maio e 2024 > Guiné 61/74 - P25488: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (23) : Camisa Mara, o guardião e guia deste projeto, votado ao abandono depois da morte do Pepito, em 2014... Aqui recordado numa peça da agência Lusa.

Guiné 61/74 - P25496: Historiografia da presença portuguesa em África (422): João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Dezembro de 2023:

Queridos amigos,
Curioso pelo convite feito para comparecer na Casa de Goa numa sessão de apresentação de uma obra sobre João Barreto, injustamente esquecida em Portugal e na Guiné-Bissau, resolvi revisitá-la, dou o meu tempo por bem cumprido, este médico goês viveu 12 anos na Guiné onde prestou relevantes serviços na Saúde Pública e na Medicina Tropical deu-lhe para escrever aquela que é a única história da Guiné portuguesa. Como é evidente, as investigações nos últimos 90 anos têm permitido descobertas estimulantes de relatos que valorizavam a literatura de viagem, um conhecimento mais aprofundado quer do período do domínio filipino quer da Restauração, e sobretudo têm saído dos arquivos documentos a que seguramente João Barreto sobre eventos da maior importância, caso da guerra do Forreá, da demarcação de fronteiras, da polémica sobre os procedimentos de João Teixeira Pinto sobre a Liga Guineense, por exemplo. João Barreto dá a Guiné como pacificada em 1918, sabe-se que foi preciso esperar até 1936 para se considerar que tinham acabado as sublevações e hostilidades, isto depois da rendição do régulo de Canhabaque.

Um abraço do
Mário



João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (1)

Mário Beja Santos

Data de 1938 a História da Guiné, 1418-1918, com prefácio do Coronel Leite Magalhães, antigo Governador da Guiné. Barreto foi médico do quadro e durante 12 anos fez serviço na Guiné, fizeram dele cidadão honorário bolamense. Médico, com interesses na Antropologia e obras publicadas sobre doenças tropicais, como adiante se falará.

Justifica a sua investigação pela ausência de trabalhos congéneres, tudo parcelar, focado em pequenos períodos, assim nasceu a História da Guiné que, deploravelmente, não tem concorrente. Ora, como ele observa, “Quem quiser seguir a evolução histórica dessa pequena parcela, que nos ficou do extenso domínio antigo, não pode circunscrever-se aos factos ocorridos dentro das fronteiras atuais da colónia, mas tem de lançar um golpe de vista retrospetivo sobre uma zona mais larga da África Ocidental, desde o Cabo Branco até à Serra Leoa.” Nunca se apurará se andou pelos arquivos, mesmo os existentes em Bolama, mas que consultou bibliografia não há dúvida, fala dos Subsídios para história de Cabo Verde e Guiné, por Sena Barcelos, do Quadro Elementar das Relações Políticas e Diplomáticas de Portugal, pelo Visconde de Santarém e por Rebelo da Silva; leu em profundidade o Tratado Breve dos Rios da Guiné, de André Álvares de Almada, como também a Guiné portuguesa, por Ernesto Vasconcelos, e mesmo o Anuário da Província da Guiné, por Armando Augusto Gonçalves de Morais e Castro, editado em 1925, entre outros. Estudou a doença do sono, foi diretor do laboratório central de análises do hospital civil e militar de Bolama, e deu-se a outros cometimentos, deles se fará referência.
A sua História, que não resistiu às rugas do tempo e à multiplicidade das investigações posteriores, tem, contudo, uma estruturação e um cuidado na investigação que, só por si, justificaria esta revisitação – isto para já não deixar de sugerir uma reedição comentada, também a pensar na Guiné-Bissau que tem no seu ADN cinco séculos de presença portuguesa.

No primeiro capítulo, o autor esboça as primeiras tentativas de atingir a Costa da Guiné até 1462, quando Pedro de Sintra atingiu a Serra Leoa; fala-se do arrendamento da Costa da Guiné feito a Fernão Gomes, este enviou os seus navios para além da Serra Leoa e, em 1471, João de Santarém e Pedro Escobar descobriram a Costa da Mina. No segundo capítulo, aborda-se a decisão papal de conferir aos reis de Portugal a posse das terras descobertas e conquistadas aos infiéis; fora tomada a decisão da anexação do território da Guiné à Capitania de Cabo Verde, houve mesmo uma tentativa de fundação de uma capitania no rio Senegal em 1490; faz-se referência à presença dos lançados, há evangelização falhada, mas, a par disso, dá-se a concessão a Portugal dos direitos do Padroado na costa africana, criou-se o bispado da Ribeira Grande. Passa-se em revista as políticas comerciais de D. Afonso V e D. João II, com D. Manuel I dão-se mudanças radicais, este monarca proíbe totalmente aos cabo-verdianos de enviar navios ao Rios da Guiné, determina impostos aos lançados como, mais tarde, ordenou que todas as fazendas dos cristãos que fossem apanhadas no trato comercial com os negros seriam perdidas para a Coroa.

Barreto, ainda quando está a analisar o período das viagens lança uma explicação para a palavra Guiné, dizendo que deriva do nome de uma povoação indígena fundada por volta do ano 1040, nas margens do Alto Níger, reproduz-se aqui o que ele escreve a tal propósito, não deixa de ser bem interessante:
“Pela sua situação geográfica tornou-se um ponto de passagem concorrido das caravanas que faziam o comércio do Sudão e da África Meridional com os mandingas e árabes do Norte. Conquistou por este facto certa prosperidade e fama. O seu renome propagou-se, por intermédio dos mercadores árabes, para o Norte da África e dali para os países europeus. Tem-se escrito sobre várias formas o nome desta aldeia: Genna, Ghenea, Ginea, Jenni, Genni, Djienné, etc. Em Portugal o vocábulo sofreu pequenas alterações. Na primeira edição da Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné, de Zurara, referem em 1841, por cópia fiel do original existente em Paris, encontramos umas vezes a forma Guinee, com duplo E final, e outras vezes Guinea, Guynea. Na Ásia, de João de Barros, lemos: “(…) Região de Guiné, a que os mesmos mouros chamavam Guinauhá.” No Esmeraldo de Situ Orbis, de Duarte Pacheco, encontramos períodos como este: “(…) e esta Etiópia corre e se estende a costa do dito rio de Çanaguá até ao Cabo de Boa Esperança (…) e do dito rio até este Cabo são 1340 léguas, a qual por outro nome Guinee chamamos.”

Nos primeiros anos do Descobrimentos portugueses a designação de Guiné compreendia toda a região situada ao Sul do Cabo Bojador; mas depois da descoberta do rio Senegal e confirmadas as distinções geográficas e étnicas marcadas por este rio entre os azenegues e os negros, o vocábulo Guiné serviu para designar especialmente a costa situada ao Sul do Rio.
Veio depois a descoberta da Costa da Mina, que pelas suas vantagens comerciais relegou a um plano secundário a zona da Senegâmbia. Foi então que os reis de Portugal acrescentaram o título de Senhores de Guiné, passando a estabelecer-se uma vaga distinção entre a Guiné Superior e Inferior. Com o tempo cada uma das zonas costeiras foi adquirindo a sua autonomia geográfica e administrativa, perdendo-se a pouco e pouco o sentido do vocábulo Guiné, até que chegámos à situação presente com o golfo da Guiné na zona equatorial e as colónias da Guiné portuguesa e francesa situadas mais ao Norte. Em resumo, a palavra Guiné não chegou a ter um valor geográfico rigorosamente definido. Em Portugal, atribuiu-se ao termo quase sempre o género feminino, mas também se encontra a palavra Guiné com o género masculino. Assim, André Álvares de Almada fala no nosso Guiné e do Guiné. Em geral, o nome próprio Guiné foi empregado desde os primeiros tempos sem ser precedido do artigo definido. A fórmula - a Guiné – com artigo começou a ser empregado com mais frequência no século XIX, e hoje está quase generalizada.”


O autor, ainda neste segundo capítulo, alude a um conjunto de temas, só se quer mencionar que pela sua Bula de 31 de janeiro de 1533, o Papa Clemente VII separou da diocese do Funchal a área de Cabo Verde e Guiné que constituiu um novo bispado. Estamos agora já no terceiro capítulo, a que o autor designa por “Interregno dos monarcas castelhanos”. Ele vai explanar sobre a decadência do império ultramarino português e a perda de toda a Costa da Guiné, com exceção da pequena zona que constitui a atual colónia. É um período de decadência do império ultramarino português em geral e da Costa da Guiné em particular. Não esconde a sua profunda admiração pela descrição da Guiné feita por André Álvares de Almada, em 1594, no Tratado Breve. Desde 1585, os rendimentos reais de África e ilhas adjacentes estavam arrendados por moradores particulares, que pagavam as prestações vencidas diretamente na metrópole, esta situação criou graves dificuldades aos governos das colónias. Deixaram de se fazer reparações nos fortes e de renovar o material de guerra. Segundo o relatório feito por Nicolau de Castilho, governador de Cabo Verde e Guiné, os vencimentos atrasados e as dívidas por pagar em 1614 importavam em 30 mil cruzados, importância astronómica na época.

Ao entrar em Portugal, Filipe II de Espanha ofereceu às Cortes diversos capítulos dando inteira satisfação aos desejos e exigências dos portugueses, mas logo depois da aclamação começou a faltar abertamente às suas promessas. Os alvarás relativos ao comércio da Guiné foram considerados como letra morta. A Grã-Bretanha e a Holanda, como mais adiante França, procuraram firmar a sua influência na África Ocidental.

(continua)

S. Domingos - Tipos de mulheres Felupes
S. Domingos - Tipos de Felupes
Cacine - Tipos de Nalus
Guiné - Tipos de Mancanhas
Cacine - Feiticeiro Nalu

Cinco imagens retiradas do Boletim da Agência Geral das Colónias, fevereiro de 1929, ano 5.º, n.º 44, dedicado à Guiné
_____________

Nota do editor

Último post da série de 1 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25467: Historiografia da presença portuguesa em África (421): A Guiné e os tempos da Restauração da Independência, por Leite de Magalhães (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P25495: Os 50 anos do 25 de Abril (19): Convite para a apresentação do livro "A Caminho do 25 de Abril - Uma Organização Clandestina de Oficiais da Armada", dia 14 de Maio de 2024, pelas 18h00, no ISCTE - Edifício 2, Auditório B1.03 - Lisboa


Mensagem de:
Maria Luísa Tiago de Oliveira,
Date: 7/05/2024
Lançamento do livro “A Caminho do 25 de Abril – Uma Organização Clandestina de Oficiais da Armada”, Iscte - 14 de Maio, 18h - Edifício 2, Auditório B103:

Caros/as possíveis interessados/interessadas:
É com o maior gosto que venho sublinhar o convite anexo para o lançamento deste livro.
Até dia 14, espero.

Com os melhores cumprimentos,
Luísa Tiago de Oliveira
Professora Associada
Sub-diretora do PIUDHist
Departamento de História
Investigadora do CIES-IUL
Escola de Sociologia e Políticas Públicas

_____________

Nota do editor

Último post da série de 7 de Maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25490: Os 50 anos do 25 de Abril (18): Guerra Colonial - Pequenas Grandes Verdades (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887)