A apresentar mensagens correspondentes à consulta Jorge Araújo ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta Jorge Araújo ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Guiné 61/74 - P22943: Tabanca dos Emiratos (9): Expo' 2020 Dubai UAE - Parte III: O Dia de Portugal, 14 de Janeiro de 2022 (Jorge Araújo)





Foto 1 - Expo’2020 Dubai  - Identificação do Pavilhão 
 de Portugal (parede frontal ao nível do solo). 


Foto 2 - Expo’2020 Dubai - “Peça artística” (“Pinguins de Magalhães”) da autoria de Bordalo II (Artur Bordalo), feito à base de plástico reciclável, colocada à frente do Pavilhão.



Foto 3 - Expo’2020 Dubai - Os repórteres lusos na Praça Central «Al Wasl»: da RTP (Inês Carranca) e da Tabanca Grande (Jorge Araújo).


Fotos (e legenda): © Jorge Araújo (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


“APONTAMENTOS” DA «EXPO’2020»

(DUBAI - 01OUT2021 / 31MAR2022)

Parte III  - O DIA DE PORTUGAL -

14 DE JANEIRO DE 2022 (*)




Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor, a viver neste momento em Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos.



1.  – PROGRAMA DE ACTIVIDADES (13 E 14 DE JANEIRO’2022)

◙ ▬ DIA 13 DE JANEIRO DE 2022 (5.ª FEIRA)

● Na véspera do “Dia de Portugal” na Expo’2020 (Dubai - UAE), 13 de Janeiro, foram agendados três eventos para o interior do Pavilhão Nacional. O primeiro, designado por «Portugal Business Briefing», tratou-se de um seminário empresarial organizado pela AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, com o objectivo de apresentar o nosso País nas áreas de comércio e de investimento.

No segundo, também em parceria com a AICEP, foram comemorados os 116 anos da fundação da Livraria Lello, com sede na Rua das Camélias, no Porto, também conhecida como “A Livraria Mais Bonita do Mundo”. O propósito desta celebração do seu aniversário na Expo’2020, no Dubai, coincidiu com a publicação das primeiras traduções para árabe de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, e de “Mensagem”, escrito por Fernando Pessoa (1888-1935). Para além do tradicional “bolo de aniversário”, foram ofertados 116 livros aos primeiros visitantes do dia.

A razão de ser desta iniciativa foi explicada por Aurora Pedro Pinto, a administradora da Livraria Lello, afirmando que “como exportadores e promotores da Literatura e da Cultura portuguesas, é com grande satisfação que contribuímos para que duas obras que retratam de forma tão especial o país e o seu povo cheguem ao mundo árabe”, num tempo em que a língua árabe tem cerca de 274 milhões de falantes.

Por último, a organização do terceiro evento foi da responsabilidade dos CTT - Correios de Portugal, S.A., que se traduziu no lançamento de um “postal comemorativo” relativo à participação portuguesa na Expo’2020, edição que abaixo se reproduz (frente e verso).


Foto 4 - Expo’2020 Dubai  – Reprodução do postal comemorativo editado pelos CTT.

 

◙ ▬ DIA 14 DE JANEIRO DE 2022 (6.ª FEIRA)

► A primeira Cerimónia Oficial do “DIA DE PORTUGAL” na EXPO’2020 (Dubai), decorreu na «Praça Al Wasl», com a chegada das delegações dos dois países – os Emirados Árabes Unidos (país anfitrião) e Portugal.

● Pelas 10:30 horas, procedeu-se ao hastear da Bandeira Nacional no mastro existente entre a dos UAE e a da Expo ao som d’ “A Portuguesa” (o nosso hino), seguindo-se os discursos oficiais a cargo dos principais representantes (vidé foto abaixo).

Concluída esta Cerimónia protocolar, as comitivas realizaram visitas aos pavilhões de ambos os países.     


Foto 5 - Expo’2020 Dubai – A Bandeira Nacional hasteada na Praça Central «Al Wasl».


► Espectáculo Musical com a presença da cantora Teresa Salgueiro

Pelas 15:00 horas, de novo na Praça Central «Al Wasl», um número significativo de visitantes da Expo’2020, de entre os quais se encontravam cerca de quatro centenas de portugueses, foram presenteados com um espectáculo musical de grande nível, onde actuaram a fadista Teresa Salgueiro, acompanhada por António Chainho, o nosso magno da guitarra portuguesa, com 84 anos, e por Marta Pereira da Costa, a primeira e única mulher guitarrista profissional de fado a nível mundial.

Foi, de facto, muito bom... e um grande orgulho para a diáspora lusa que teve o privilégio de a ele assistir.


Foto 6 - Expo’2020 Dubai – Actuação da fadista Teresa Salgueiro na Praça Central «Al Wasl», perante uma vasta plateia de convidados, com a repórter da RTP (Inês Carranca) em momento de gravação e transmissão para a redacção da RTP.


Pelas 17:00 horas, teve lugar a cerimónia de acolhimento da comunidade portuguesa, junto ao Pavilhão de Portugal, com o hastear da Bandeira ao som do hino Nacional, onde aconteceram diversas intervenções por parte dos responsáveis da Missão, seguido do visionamento da mensagem do Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, que não pôde comparecer aos “actos oficiais” devido à situação pandémica do momento.






Fotos 7 e 8 - Expo’2020 Dubai – Cerimónia protocolar diante do Pavilhão de Portugal.


2 – MENSAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

         ▬ Professor Marcelo Rebelo de Sousa



Foto 9 - Expo’2020 Dubai – A mensagem “virtual”, enviada pelo Presidente da República, para assinalar o “DIA DE PORTUGAL” na Expo’2020.


Eis algumas passagens da sua intervenção, gravada a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, e que foi divulgada no sítio oficial da Presidência da República.

(…) Considera que “a “Expo’2020 Dubai” é a primeira exposição universal realizada no Médio Oriente, o que reflecte o crescente dinamismo dessa região, bem como o seu empenho em cada vez mais se assumir como plataforma de intercâmbio e de diálogo político, económico, científico, tecnológico e cultural, que não são mais do que os princípios e valores das exposições mundiais desde a sua origem”.

São estes também os princípios e valores que inspiram a participação de Portugal nesta “Expo’2020 Dubai”, sob o mote «Portugal, um mundo num país» ”.

Deste modo, “marca o regresso do nosso país às grandes exposições mundiais. Quero, por isso, sublinhar como foi significativa esta presença nacional num acontecimento mundial, que foi um verdadeiro encontro entre culturas, países, formas de ver a vida, e que nos permite promover e projectar Portugal, a nossa história, a nossa cultura, a nossa economia, as nossas empresas, a nossa gastronomia, a nossa geografia e o nosso povo”. (…)

Termina a sua mensagem com três “vivas”: “viva o Dubai, vivam os Emirados Árabes Unidos, viva o nosso Portugal”… seguido por uma salva de palmas por parte dos presentes na cerimónia.

De seguida, a Organização procedeu à oferta de algumas lembranças, nomeadamente “Galos de Barcelos” em louça (miniaturas) com as cores da Bandeira: vermelhos, verdes e amarelos, e um íman de lapela com a designação “Portugal”.



Momentos depois, em dois balcões distintos [fotos 10 e 11], foram oferecidos aos visitantes, nacionais e estrangeiros, centenas de “pastéis de nata” e uma garrafa de água, e, ainda, pastéis de “carne”, “bacalhau” e “peixe” (uma unidade de cada), tipo “almôndega”, servidos numa pequena embalagem de papel de alumínio, confeccionados no Restaurante do Pavilhão «Al-Lusitano», dirigido pelo Chef Chakall.



Foto 10 - Expo’2020 Dubai - Filas para recepcionar os “doces” da gastronomia portuguesa. No balcão da esquerda, os “pastéis de nata” e a água, no da direita, “os bolinhos” de carne, bacalhau e peixe… Tudo foi acontecendo de forma ordeira, aliás, como se pode comprovar pelas imagens.



Foto 11 - Expo’2020 Dubai - idem do referido na foto anterior.


Pelas 18:00 horas, como constava no programa, deu-se início ao «AL QANTARA SHOW», designação dada ao espectáculo de música e multimédia concebido exclusivamente para esse momento, considerado como o “ponto alto” de encerramento do “DIA DE PORTUGAL” na «Expo’2020.

O espectáculo teve lugar num dos palcos principais do recinto – o JUBILEE STAGE – onde actuaram o “Grupo de Percussão Retimbrar”, de Espinho, seguindo-se a actuação da cantora Teresa Salgueiro, acompanhada pelos guitarristas António Chaínho e Marta Pereira da Costa, e o Músico Fred Ferreira.

Foram noventa minutos de muitas emoções, com a diáspora lusa, a oito mil quilómetros de distância, a sentir-se em “casa” e onde os estrangeiros, no final, não regatearam os seus aplausos aos artistas lusos.



Foto 12 - Expo’2020 Dubai - O palco «Jubilee Stage» onde decorreu o espectáculo de encerramento do “Dia de Portugal” na Expo’2020. 



Foto 13 - Expo’2020 Dubai - Actuação da fadista Teresa Salgueiro durante o espectáculo, em português, na Expo’2020.



Postal (montagem) dos três músicos portugueses que acompanharam a fadista Teresa Salgueiro no espectáculo de encerramento do “Dia de Portugal”, na Expo’2020.



Foto 14 - Expo’2020 Dubai  – Panorâmica do palco «Jubilee Stage» e da plateia que assistiu ao espectáculo de encerramento do “Dia de Portugal”, na Expo’2020, e onde se falou e ouviu a língua de Camões.

Fotos (e legendas): © Jorge Araújo (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Foi uma “reportagem curta”. Mas, mesmo assim, espero que tenha sido do vosso agrado… pois o espaço não é ilimitado. (**)

(Continua)

 

Votos de um óptimo ANO de 2022, com muita saúde.

Com um forte abraço de amizade.

Jorge Araújo.

23Jan2022

________

Notas do editor:


(*) Último poste da série > 14 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22904: Tabanca dos Emiratos (8): O nosso blogue em números: os seguidores nas "Arábias" (Jorge Araújo)

(**) Vd. postes de:


1 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22864: Tabanca dos Emiratos (6): Expo' 2020 Dubai UAE - Parte II (A): A Presença dos Países da CPLP: Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe... (Jorge Araújo)

2 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22869: Tabanca dos Emiratos (7): Expo' 2020 Dubai UAE - Parte II (B): A Presença dos Países da CPLP: Angola, Moçambique e Timor-Leste (Jorge Araújo)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Guiné 61/74 - P22988: O segredo de... (36): Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74): louvado pelo comando do BART 3873, por, no decorrer da Acção Guarida 18, em 3/2/1973, em Ponta Varela, "ter a peito descoberto enfrentado o IN, abatendo um guerrilheiro"


Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor, ea viver, até há alguns dias atrás em Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos. Volta a Portugal por um período mínimo de seis meses.


Louvor


CTIG > Bambadinca > BART 3873 > 24 de outubro de 1973 > Ordem de serviço nº 251 > 


"Louvo o Fur Mil 13839871 Jorge Alves de Araújo, da CART 3494, por durante o desenrolar da Acção Guarida 18, realizada em 3 de fevereiro de 1973, no contacto havido com o IN, ter a peito descoberto enfrentado o IN, abatendo um guerrilheiro.

Pela sua decisão revelou dotes de coragem, pelo que é digno de público louvor."



1. Comentário do editor LG: 

O nosso querido amigo, camarada e coeditor  Jorge Araújo nunca fez gala, que eu saiba, deste louvor... que no tempo do gen Arnaldo Schulz daria, por certo, lugar à atribuição  de uma cruz de guerra... (Vd. poste P13844) (*)

Refere ele, mais abaixo, que "só após o falecimento da minha mãe, em 27Dez2015, é que tomei conhecimento da Ordem de Serviço n.º 251, do meu Batalhão, de 24 de outubro de 1973. Este documento foi encontrado no vasto espólio que me deixou (estou a falar de papel), e  ao qual designei, na altura, como o 'Baú de Minha Mãe' "... 

Ele não faz questão, mas eu faço, de partilhar este "segredo" na série que criámos há uns largos anos, em 30 de novembro de 2008,  "O segredo de...".  (**) 

(Tem ainda poucos postes, umas escassas três dezenas e meia, mas começou muito bem com um espantosa revelação do Mário Dias,  vd. poste P3543: O segredo de ... (1): Mário Dias: Xitole, 1965, o encontro de dois amigos inimigos que não constou do relatório de operações.)



CTIG > Bambadinca > BART 3873 > 24 de outubro de 1973 > Ordem de serviço nº 251 > 


Louvor atribuído o Cap Mil Inf José António de Campos Simão, da CCAÇ 12: "... por sendo comandante daquela CCaç, demonstrou capacidafr de comando, iniciativa e espírito de sacrifício, depois que a sua Companhia foi transferida para o Xime, passando de uma situação de intervenção para outra em que ficou responsável or uma zona de acção, que é a mais difícil do sector do Batalhão.

"Depis de um período bastante longo de adaptação à nova situação, a Companhia está agora a percorrer áreas de refúgio do IN, de muito difícil acesso. Pela competência demosntrada no comando da sua Companhia, é o Capitão Simão merecedor de ser galardoado com público louvor".




CTIG > Bambadinca > BART 3873 > 24 de outubro de 1973 > Ordem de serviço nº 251



2. Comentário de Jorge Araujo ao poste P22963 (***) 


Pois é, camarada António Duarte: há factos da nossa vida (de todos nós) que o tempo não consegue apagar... e então os da guerra... jamais!

Antes de mais, quero dizer-te, assim como ao colectivo da Tabanca, que deixei de dirigir a Tabanca dos Emirados desde a passada 6.ª feira, para recuperar o cargo na Tabanca do Pragal (Almada). Foram seis meses lá, e agora seis meses cá.

Quanto ao tema de hoje, que recuperas com grande oportunidade, sempre te digo que para mim não é uma efeméride, nem duas, mas sim três. Ou seja, foram as "cenas" da Acção Guarida 18, depois a viagem para Bafatá e, depois, o início do 2.º período de férias na metrópole. Foram muitas emoções em pouco tempo.

Ainda ontem, dia 2Fev2022, em contacto telefónico com o meu/nosso camarada Carneiro (ex-Alf Mil de Operações Especiais da minha CART 3494) recordámos o episódio ocorrido em 3Fev1973, na região da Ponta Varela. Ele já não participou nas últimas actividades efectuadas pela 3494, no Xime, devido ao facto de ter sido nomeado para as "africanas", tal como aconteceu com o camarada Joaquim Mexia Alves (ex-Alf Mil de Operações Especiais da CART 3492).

Sobre o facto de ter estado no "frente-a-frente" (ao virar da esquina), o resultado do "encontro" deu lugar a um louvor atribuído pelo nosso Cmdt do BART 3873, TCor Tiago Martins (1919-1992), publicado em 24 de Outubro do mesmo ano, isto é, quase nove meses depois da ocorrência.

Como curiosidade, só após o falecimento da minha mãe, em 27Dez2015, é que tomei conhecimento da Ordem de Serviço n.º 251, do meu Batalhão, com a data indicada anteriormente. Este documento foi encontrado no vasto espólio que me deixou (estou a falar de papel) ao qual designei, na altura, como o «Baú de Minha Mãe».

Para completar este quadro de memórias, com quarenta e nove anos, vou enviar ao camarada Luís Graça, por correio interno, o documento supra, onde consta, também, um louvor atribuído ao Cap Mil Inf José António de Campos Simão, da CCAÇ 12, que agora recordaste.

Para ti e para o colectivo da Tabanca, envio um forte abraço de amizade.

Saúde.
Jorge Araújo
3 de fevereiro de 2022 às 22:45 


3. Mensagem do Jorge Araújo:

Data - quinta, 3/02/2022, 23:27 
Assunto - Efeméride com 49 anos -  03Fev7193/ 03Fev2022

Caro Luís,

Então como está a tua recuperação? Espero que estejas a registar boas melhoras..

Como referi no comentário ao poste do António Duarte, hoje editado, já regressei à "metrópole",  depois de uma comissão de seis meses lá para as bandas do Médio Oriente... Agora vão ser seis meses cá, até meados de Julho, para "nova corrida; nova viagem", como se diz nos equipamentos de diversão existentes nas feiras.

Vim alguns dias antes de caducar a minha estadia, pois precisava de tomar a 3.ª dose da vacina do Covid, uma vez que lá o não podia fazer. Além disso, havia também a necessidade de resolver alguns assuntos que a distância não o permite.

Tinha a intenção de te dar esta notícia em simultâneo com o envio de mais um texto de "memórias cruzadas"... mas o comentário, por não permitir juntar os documentos que prometi dar conta, fez com que a notícia do meu regresso tivesse de ser sem o texto terminado.

Assim, e para o que entenderes por bem fazer, anexo parte da Ordem de Serviço do BART 3873, relacionada com as ocorrências de que dou conta.

Até breve... fica bem.
Um abraço.
Jorge Araújo.
__________




domingo, 7 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13983: Fotos à procura de... uma legenda (48): Restos das máquinas da destilaria de cana de açúcar do Pereira do Enxalé, abandonadas em 1962 e fotografadas, 10 anos depois, pelo Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/74)


Foto nº 1 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Enxalé > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74),  no Enxalé, em 21/22 de julho de 1972,  junto a uma máquina da destilaria de cana de açucar do Pereira do Enxalé, abandonada em 1962 (1) (*)


Foto nº 2 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Enxalé > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74),  no Enxalé, em 21/22 de julho de 1972,  junto a uma máquina da destilaria de cana de açucar do Pereira do Enxalé, abandonada em 1962 (2)


Foto nº 3 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime >  s/d  > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74),   junto a um obus 10.5 apontado para a direita do Rio Geba, onde ficava, em frente, a tabanca e o destacamento do Enxalé.


Foto nº 4 > Guiné  > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Enxalé > O Jorge Araújo, fur mil op esp, CART 3494 (Xime, 1972/74), posando, no Enxalé, em 21/22 de julho de 1972,  junto a  um típica casa colonial que deverá ter pertencido ao Pereira do Enxalé e agora ocupadas pelas NT. (**)

Fotos: ©  Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]


1. Há fotos que falam por si e outras que que pedem legenda...  Estas (fotos nº 1 e 2) que publicamos  acima, não precisariam de legenda... Mas é necessário falar do contexto (**)...

Abandonadas pelo Pereira do Enxalé, em 1962, as suas máquinas ainda resistiam á fúria da natureza e da guerra, dez anos depois... Acho que merecem uma boa legenda!... Obrigado, Jorge. E, se alguém puder e quiser, que contacte a Maria Helena Carvalho,  filha do empresário Amadeu Abrantes Pereira,  que nasceu e cresceu no Enxalé, até antes do início das guerra. Vive e trabalha hoje nas Caldas da Rainha (Telef.262 842 990). Estas fotos também lhe pertencem... (***)  (LG)
_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 3 de dezembro de  2014 > Guiné 63/734 - P13970: História da CART 3494 (3): A ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CART 3494 (XIME / ENXALÉ–[N]AS DUAS MARGENS DO GEBA) - A única presença no Enxalé (Jorge Araújo)

6 de abril de 2010 >  Guiné 63/74 - P6116: O Nosso Livro de Visitas (85): Maria Helena Carvalho, filha do Pereira do Enxalé, localidade onde nasceu há 60 anos, hoje residente nas Caldas da Rainha (Luís Graça)

(...) Na sequência do [19º] encontro [nacional] da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/67) , em Coruche [], em 6 de março de 2010,] contactou-me, por telefone, a Maria Helena Carvalho, nascida no Enxalé, e atualmente casada, residente nas Caldas da Rainha, onde tem um um estabelecimento comercial (Telef. 262 842 990).

Seu pai, Amadeu Abrantes Pereira, natural de Seia, era um conhecido comerciante, o Pereira do Enxalé. Era dono de uma importante destilaria de aguardente de cana, bem como de outras instalações e casas, que ainda hoje estão de pé. A família era muito estimada pela população local.

A Maria Helena nasceu no Enxalé em 1950, se não erro. Saiu cedo de lá, creio que com sete ou oito anos, por volta de 1958, para ir estudar em Bissau e depois na Metrópole. Mas regressava nas férias grandes. As suas memórias de infância (e os seus amigos de infância) estão indelevelmente ligados a esse tempo e a esse lugar.

Os pais acabaram por sair do Enxalé, fixando-se em Bissau, em 1962. Já havia nuvens negras que prenunciavam a chegada da borrasca da guerra. A matéria-prima (a cana de açúcar) que abastecia a destilaria começou a escassear. Os caminhos tornavam-se perigosos. O PAIGC fazia o seu trabalho de sapa. Entretanto, a mãe morreu e a Maria Helena ficou definitivamente entregue aos cuidados dos padrinhos, das Caldas da Rainha.

O património da família ainda lá está, no Enxalé, arruinado. Também tinham prédios em Bissau. Em 1989, a Maria Helena voltou aos lugares da sua infância. Ainda encontrou, no Enxalé, gente que trabalhara para o seu pai bem como amigos de infância.

Ela ainda fala do Enxalé e da Guiné com emoção (...).

Infelizmente não temos muitas imagens nem histórias passadas no Enxalé (teremos cerca de 30 referências)… No final dos anos 60 e princípios de 70, o Enxalé, na margem direita do Rio Geba, em frente ao Xime, tinha um heliporto e um cais acostável (só utilizado na época seca). A própria Maria Helena tem poucas fotos desse tempo.

Do ponto de vista do dispositivo militar, o Enxalé passou a pertencer ao Setor L1 (com sede em Bambadinca, Zona Leste), a partir do último trimestre de 1969, se não me engano: nessa época, só havia duas destilarias de cana de açúcar no sector, uma em Bambadinca e outra em Ponta Brandão ( a escassos 5 quilómetros de Bambadinca, à esquerda da estrada para Bafatá). Por outro lado, a sua extensa e rica bolanha continuava a ser cultivada. A localidade pertencia ao regulado do Enxalé, onde a população recenseada, sob controlo das NT , era de 400 balantas e 350 mandingas e beafadas. Na localidade do Enxalé, onde existia uma loja comercial, a população residente (cerca de 300) era considerada "colaborante na defesa".

O Enxalé era frequentemente alvo de ataques e flagelações do PAIGC. O destacamento era apoiado pelo fogo de artilharia do Xime, aquartelamento que ficava na outra margem do rio Geba.

Em Junho de 1970, quando o BART 2917 substitui o BCAÇ 2852 no Setor L1, no destacamento do Enxalé havia um Grupo de Combate da CART 2715 (a unidade de quadrícula do Xime) bem como um esquadrão do Pelotão de Morteiros 2106. A partir de Outubro de 1971, passou a ter o GEMIL 309 e, em Dezembro de 1971, o GEMIL 310 (ambos pertencentes à Companhia de Milícias de Porto Gole).

Fizemos (nós, a CCAÇ 12 e outras forças que integravam o dispositivo militar do Setor L1) várias operações na região compreendida pelos regulados do Enxalé e do Cuor, algumas bem duras e dramáticas, com terminus no Enxalé,como aOp Tigre Vadio (Março de 1970). (...)


(***) Último poste da série > 7 de dezsembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13982: Fotos à procura de... uma legenda (47): Os primeiros combatentes do Xime, colocados lá a partir de 1/7/1963, a nível de pelotão (Libério Lopes, ex-2º sgrt mil inf, CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18283: Buba e os pelotões de morteiro 81 no período entre 1964 e 1974: um espaldão com história (Jorge Araújo)

Figura 1

Infografia: Jorge Araújo (2018)



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 
(Xime-Mansambo, 1972/1974): nosso colaborador permanente


BUBA E OS SEUS PELOTÕES DE MORTEIRO 81 NO PERÍODO ENTRE 1964 E 1974: UM ESPALDÃO COM HISTÓRIA

por Jorge Araújo


1. INTRODUÇÃO

Têm sido particularmente interessantes os comentários produzidos no fórum sobre a foto de um espaldão localizada na Casa Comum – Fundação Mário Soares – na pasta: 05360.000.325, com o título: “Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139, do exército português”. O assunto é: “Estrutura militar portuguesa à beira de um rio [?]: ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139 [2138].

E a principal interrogação/incógnita é, agora, saber quem foi o seu autor, em que época e como foi ela parar às mãos da guerrilha e/ou ao Arquivo Amílcar Cabral, já que a sua localização deixou de ser objecto de investigação quando o camarada Fernando Oliveira (Brasinha), do Pel Mort 2138 (1969/71), fez questão de provar que estávamos perante o espaldão construído na embocadura do rio Grande de Buba, junto ao arame farpado do Aquartelamento de Buba [poste P18231]. (*)

Terá ela sido tirada antes ou depois do «25 de Abril de 1974», ou seja, antes ou depois de ter terminado o conflito?

Não dando este assunto por encerrado, conseguimos reunir novos dados, certamente não definitivos, pois acreditamos que algo mais pode surgir a qualquer momento, nomeadamente daqueles que ainda têm presente muitas memórias de Buba.


Foto nº 1 > Guiné > Região de > Buba > Esapaldão de morteiro 81
Citação:
(1963-1973), "Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139 [2138], do exército português.", CasaComum.org, Disponível HTTP:http://hdl.handle.net/11002/fms _dc_44169 (2017-1-20)


2. BUBA E OS SEUS PELOTÕES DE MORTEIRO 81 NO PERÍODO ENTRE 1964 E 1974

Como elemento facilitador da análise sobre a presença dos diferentes pelotões de morteiros que passaram pelo aquartelamento de Buba, sentimos necessidade de elaborar um quadro cronológico onde constassem as datas do início (chegada a Bissau) e do final da comissão (embarque para a metrópole), para identificar e seleccionar as fontes de informação e/ou consulta.

Acresce esclarecer que o período entre as datas indicadas no quadro abaixo não pode, em todos os casos apresentados, corresponder ao período em que as diferentes Unidades aí estiveram aquarteladas, uma vez que, em quase todas as épocas, as Unidades circulavam por diversos locais do território e daí essa questão não ser relevante para a presente problemática.

Outra nota importante, esta talvez decisiva para identificar a data ou o período da foto do espaldão, está relacionada com a total ausência de informações sobre a última Unidade indicada – Pel Mort 4277/72 – mas que presumimos ter estado lá pela simples razão de termos encontrado uma mensagem de um elemento desse pelotão, identificado por Joaquim Francisco Gonçalves, com data de 06Abr2013, nos seguintes termos:

“O6Abr[2013] – Procura: Joaquim Francisco Gonçalves procura pelos seus camaradas-de-armas do Pelotão de Morteiros 4277 «OS CASTIÇOS», que prestaram serviço na Guiné (Aldeia Formosa, Empada, Buba, Nhala, Mampatá, Calibuia, Cobijé, Chamarra, Pate Embaló, Chugué, Corumbá, Bedanda e Nhacubá), no período de 1973 a 1974”. [In http://ultramar.terraweb.biz/ActMensais201304Abr.htm (com a devida vénia)].

Eis, então, a ordem da permanência dos Pelotões de Morteiros 81 em Buba (Vd. figura 1, acima)

De seguida, seleccionámos um conjunto de fotos, apresentadas também por ordem cronológica, com o objectivo de poder encontrar resposta sobre o período em que ocorreu a construção do espaldão [Foto nº  1].


Foto 2 >  LDG no rio Grande Buba, com maré cheia (período 1968/71 – BCAÇ 2892). Foto do ex-alf, mil Joaquim Rodrigues, in: http://guine6871.blogspot.pt/ (com a devida vénia).

Será que a foto foi tirada do espaldão? E os bidões velhos da imagem, será que foram substituídos pelos do espaldão da “nossa” foto inicial?


Foto 3 >  Buba, Dezembro de 1968. Aprendendo a trabalhar com o morteiro 81 (elementos do Pel Mort 1242, 1967/69). Foto do camarada e grã-tabanqueiro Francisco Gomes, 1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2834 (Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Cacine, Gadamael (1968/69), com a devida vénia. In: http://inforgom.pt/guine6869/?p=400.


Foto 4 > Rio Grande Buba (período 1968/71 – BCAÇ 2892). Foto do ex-alf mil Joaquim Rodrigues, in: http://guine6871.blogspot.pt/ (com a devida vénia).

Será que o espaldão está situado na parte de trás da casa ao centro da imagem?


Foto 5 > Espaldão de morteiro 81, junto ao arame farpado (o mesmo da foto 1), virado para o rio, ao tempo do Pel Mort 2138 (Buba, 1969/71). Foto de Fernando Oliveira [poste P18231].(*)

Quanto ao período em que ocorreu a construção do espaldão, consideramos apenas duas hipóteses:

(i) ou foi construído durante a permanência do Pel Mort 1242 (1967/69):

(ii) ou foi no período anterior ao tempo do Pel Mort 1086 (1966/67), do qual não temos qualquer referência no blogue.

Obrigado pela atenção.

Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
24JAN2018.
_______________

Notas do editor:

(*) 20 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18231: Memória dos lugares (370): Buba e os bravos do Pel Mort 2138... Mais fotos (Fernando Oliveira, "Brasinha", ex-sol apont Arm Pes Inf, Pel Mort 2138, Buba, Aldeia Formosa, Nhala, Mampatá e Empada, 1969/71)


Vd. também postes de:

30 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11653: Em busca de... (223): Pessoal do Pel Mort 1242 (Buba, outubro de 1967/ agosto de 1969) cujos nomes ficaram gravados na "pedra de Buba"... O que é feito de ti, camarada Clemente, ex-alf mil e comandante? E de ti, Simão? E de ti, Laginha?... E de vocês todos, 44 anos anos depois de terem regressado no T/T Uíge, em 23/8/1969?

15 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18214: Pelotões de Morteiros mobilizados para o CTIG: elementos históricos e estatísticos (Jorge Araújo)

18 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18223: Pelotão de Morteiros 2138 (Buba, Nhala, Mampatá, Aldeia Formosa e Empada, 1969/71): espaldão com história (Jorge Araújo)

19 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18226: Memória dos lugares (370): Buba e o espaldão do morteiro 81 onde eu dormia... (Fernando Oliveira, "Brasinha", ex-sol apont Arm Pes Inf, Pel Mort 2138, Buba, Aldeia Formosa, NHala, Mampatá e Empada, 1969/71)

23 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18244: (D)o outro lado do combate (17): ataque a Buba em 12 de outubro de 1969, ao tempo da CCAÇ 2382 e Pel Mort 2138: os fracassos assumidos pelo PAIGC (Jorge Araújo)

23 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18245: Memória dos lugares (371): Buba, o espaldão do morteiro 81 e os Pel Mort [1086, 1242, 2138, 3020...] que por lá passaram

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18563: Efemérides (277): Homenagem a minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015) e ao 25 de Abril (Jorge Araújo)



Loures > Encontro em 17 de Outubro de 2009: eu e minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015)





O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger,
CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974).



MEMÓRIAS DO BAÚ DE MINHA MÃE  (1928-04-12/2015-12-27): EM SUA HOMENAGEM E DELA AO “25 DE ABRIL” 


1. INTRODUÇÃO

Foto de minha mãe, com 20 anos
Minha mãe faleceu nos últimos dias do ano de 2015. No passado dia 12 de Abril teria feito noventa anos, uma idade que gostaria de atingir em vida, já que tinha planos para esse dia,  12 de Abril de 2018. Mas não foi possível.

Em 2002, sete anos após ter ficado viúva, minha mãe encontrou uma nova companhia – a poesia – declamando os seus trabalhos em reuniões de família, convívios e outros eventos de carácter público, de que é exemplo a sua participação no projecto «Encontro de Poesia», iniciativa da Câmara Municipal de Loures, este inserido num programa mais vasto de outras actividades a que deram o nome de «Viver Outubro – Mês do Idoso».

A sua primeira participação aconteceu em 2002, com setenta e quatro anos de idade, mantendo-se ligada ao projecto durante catorze edições (2002-2015), ou seja, até aos últimos dias da sua vida.

No ano de 2014, a propósito da comemoração dos quarenta anos do «25 de Abril de 1974», escreveu um poema em homenagem a essa efeméride, onde estava implícita, também, a figura do seu filho e de todos os outros militares que combateram em África.

Nessa ocasião fez-me um pedido que só agora irá ser cumprido.

E qual foi? Uma vez que fazia questão de acompanhar a publicação das memórias dos ex-combatentes postadas no blogue, em particular as minhas, como seria normal, depois de concluído e publicado o poema de “Abril”, perguntou-me: “Jorge, filho, achas que os teus camaradas do blogue aceitariam publicar este poema, pois também a eles é dedicado? Vê lá…”

De facto, não vi. Decorridos quatro anos, e por me ter recordado desse episódio de então, aqui estou eu para lhe fazer a vontade, independentemente de ela já não puder confirmar esse seu desejo.

Descansa em paz… MÃE.


2. Homenagem ao ‘25 de Abril’


por Georgina Araújo


Graças ao ‘25 de Abril’,
Eu vi cravos a florir
Nos canos das espingardas
Desses valentes soldados,
Com o povo de braços dados
Honravam as suas fardas. 



Com elas eu vi nascer
A esperança de viver
Em plena liberdade,
Mas quarenta anos passados
Todos os lados estão minados
De traição e de maldade.

Estou prestes a chegar ao fim
E não queria para mim
Esta situação traiçoeira,
Nem para mim nem para os demais
Que lutaram por ideais
Em defesa da nossa bandeira.

Vamos à luta, meu povo,
Não deixem voltar de novo 
Para trás a nossa democracia,
Sem ela tudo acabava,
O cravo logo murchava
E a liberdade já não existia.

Georgina Araújo
Abril/2014

OBRIGADO!
Com um forte abraço de amizade
Jorge Araújo.
25ABR2018



Loures > Encontro em 17 de Outubro de 2009: a poetisa Georgina Araújo (1028-2015)


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 25 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18561: Efemérides (276): No dia 24 de Abril completaram-se 48 anos após o embarque do BCAÇ 2912, no Cais de Alcântara, com destino à Guiné (António Tavares, ex-Fur Mil SAM)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9549: Tabanca Grande (323): Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CART 3494/BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Jorge Araújo* (ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1972/74), com data de 28 de Fevereiro de 2012:


Caríssimo camarada Luís Graça,

Os meus melhores cumprimentos.
Com um atraso imperdoável e sem qualquer hipótese de defesa, anexo o texto que me foi pedido como condição para fazer parte da numerosa família de ex-militares que serviram no C.T.I.Guiné.
Na expectativa de merecer o V. superior apoio, sou
Com um forte abraço,
Saudações militantes,


Jorge Araújo
Ex-Furriel Mil Op Esp/RANGER,
CART 3494
Xime-Mansambo,
1972/1974




Cumprindo, tardiamente, a palavra dada no V Encontro Nacional realizado em Monte Real, em 26.Jun.2010, eis-nos à entrada da porta da TABANCA GRANDE,  esperando autorização para entrar.


Como manda a tradição, apresento a todos os camaradas que fazem parte desta já numerosa família de ex-combatentes na Guiné uma síntese daquela que é a nossa história de vida, em particular o «projecto militar», na medida em que ninguém é igual a ninguém; pois todo o Ser Humano é um estranho ímpar, como nos diz o poeta Carlos D. Andrade (1902-1987).


Natural da Freguesia de Santa Maria dos Olivais, Lisboa, onde nasci em 10.Nov.1950, concluí o período da recruta, do Curso de Sargentos Milicianos, no R.I.5, nas Caldas da Rainha, em 26.Set.1971, tendo seguido de imediato para o Centro de Instrução de Operações Especiais (C.I.O.E.), em Lamego/Penude, a fim de aí completar a minha (e nossa) formação militar.


Concluído este processo, que seria o principal requisito de Mobilização para um dos três cenários possíveis da Guerra Ultramarina, eis que somos colocados no Regimento de Artilharia Pesada n.º 2 (RAP2), depois RASP; em Vila Nova de Gaia (Serra do Pilar), instituição que aguardava pela nossa chegada para nos dar a notícia que eu, e todos nós à época, já adivinhávamos – a mobilização (para o C.T.I.Guiné).


Seguiu-se, depois, a informação de que pertenceria à Companhia de Artilharia 3494, a última das três Companhias Operacionais que constituiriam o contingente do Batalhão de Artilharia 3873, o qual iria render o BART 2917 sediado na região de Bambadinca, leste da Guiné, local situado na margem esquerda do Rio Geba.


Considerando que o período final de instrução, também designado por I.A.O.,  foi realizado em Bolama durante o mês de Janeiro/1972, e uma vez que não tínhamos ainda gozado a Licença de Mobilização, nos termos do Artº. 20º das NNCCMU, a inclusão na CART 3494 foi adiada, vindo somente a ser concretizada no XIME, dois meses depois.


Durante a Comissão de Serviço, que durou até Abril de 1974, alguns foram os episódios que jamais esqueceremos, pelas aprendizagens que produziram em nós, em função da natureza de cada uma delas.
Desde logo a primeira a acontecer foi no dia 22.Abr.1972, sábado, pelas 08:30 horas, na emboscada sofrida pelo nosso GCOMB (4.º) na Ponta Coli (Xime) e referida na porta P6669* pelo nosso ex-Comandante Cap. Art. António José Pereira da Costa (Coronel de Artª. na Reserva), em que, num total de 23 elementos no terreno, as NT tiveram um morto (Furriel), dezassete feridos e, apenas, cinco ilesos, um dos quais fomos nós. No próximo dia 22 de Abril fará quarenta anos que registámos e guardamos as imagens desse contexto.


Oportunamente passaremos a escrito essas imagens, dando, assim, resposta ao desejo do nosso camarada e amigo Coronel Pereira da Costa. De referir que nessa mesma data se comemorou, em Portugal e no Brasil, a passagem do 472.º aniversário da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, conforme se prova na capa do Diário de Lisboa,  ao lado. São apenas meras coincidências. De referir, também, que esse mesmo dia 22 de Abril, mas de 1973, foi Domingo de Páscoa.


Seguiram-se outros episódios em que estivemos directamente ligados, cujas datas continuamos a lembrar: 10 de Agosto de 1972 (naufrágio no Rio Geba); 29 de Setembro de 1972 (ataque ao aquartelamento com armas pesadas, numa noite de intensa trovoada, dia em que o meu pai comemorou o seu 49.º aniversário); 01 de Dezembro de 1972, nova emboscada na Ponta Coli; 03 de Fevereiro de 1973, emboscada na Ponta Varela, entre outras.


Quanto ao presente, a nossa actividade profissional é a nível universitário, com uma prática docente de mais de duas décadas. Temos actualmente um vínculo institucional ao ISMAT (Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes), em Portimão, do Grupo Lusófona, onde, para além de leccionarmos diversas Unidades Curriculares, coordenamos o ramo de Educação Física e Desporto, da Licenciatura em Educação Física e Desporto.


Realizamos o doutoramento na Universidade de León (Espanha) em 2009, em Ciências da Actividade Física e do Desporto, com a tese: "A prática Desportiva em Idade Escolar em Portugal – análise das influências nos itinerários entre a Escola e a Comunidade em Jovens até aos 11 anos".


Pelo exposto, espero merecer a confiança de todos os meus amigos ex- militares atabancados.


Um grande abraço para todos, deste cidadão que é, apenas, uma partícula da terra.
Jorge Araújo.




2. Comentário de CV:


Caro camarigo Jorge Araújo, está formalizada a tua adesão à Tabanca Grande.
Participaste já num dos nossos Encontros Nacionais, como se prova abaixo, pelo que és já uma cara conhecida para alguns de nós. E, de resto, já constas da nossa lista alfabética de "tabanqueiros", desde o nosso último convívio... Estás desculpado pelo atraso no envio deo "resto da papelada"...


O teu texto de apresentação está cinco estrelas pelo que adivinhamos muitas e boas histórias para o nosso espólio de memórias. Também aceitamos fotos legendadas,  ilustrando as histórias ou para publicar autonomamente como álbum fotográfico.

Há muita maneira de participar no nosso Blogue, haja um pouco de disponiblidade.


Posto isto, falta enviar-te um abraço de boas vindas em nome do Luís Graça, restantes editores e tertúlia em geral. Ficamos ao teu dispor. Parabéns pelo teu esforço de valorização académica e profissional


Pela tertúlia
Carlos Vinhal


Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010 > V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Pessoal da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), visivelmente bem disposto, à hora dos aperitivos & entradas: Jorge Araújo (Almada), António Costa (Mem Martins / Sintra), Acácio Correia (Algés / Oeiras), António Sousa Bonito (Montemor-o-Velho) e Sousa de Castro (Viana do Castelo)... O Jorge e o Acácio são caras novas nos nossos encontros.


Vídeo (34''): Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes
____________


Notas de CV:


(*) Vd. poste de 2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (13): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)


Vd. último poste da série de 29 de Fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9548: Tabanca Grande (322): Eduardo Estrela, ex-Fur Mil da CCAÇ 14 (Cuntima, 1969/71)