sexta-feira, 27 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18570: Efemérides (278): Cerimónia levada a efeito no dia 12 de Novembro de 2017, pela Câmara Municipal de Loures e Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra (José Martins)




1. Com atraso considerável, mas para memória futura, aqui fica a notícia da cerimónia levada a efeito no dia 12 de Novembro do ano transacto, pela Câmara Municipal de Loures e Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra, enviada pelo nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), nesse mesmo dia.


Com um abraço
No dia 12 de Novembro, a Câmara Municipal de Loures e o Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, levaram a efeito uma cerimónia junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra.
A cerimónia teve a presença do Presidente da Câmara Municipal e Presidentes de Juntas de Freguesia; representante da Assembleia Municipal, Comandante do Regimento de Transportes, representante dos Bombeiros Voluntários de Loures, Direcção do Núcleo de Loures da Liga dos Combatentes, a que se associaram alguns Lourenses.
As honras militares foram prestadas por uma secção do Regimento de Transportes e os toque da ordenança, pelos clarins da secção de Bandas e Fanfarras do Exército.
Usaram da palavra o Presidente do Núcleo, um combatente e o Presidente da Câmara.
Seguiu-se a homenagem com colocação de coroas de flores junto do Monumento.

José Martins

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Nota do editor

Último poste da série de 25 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18563: Efemérides (277): Homenagem a minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015) e ao 25 de Abril (Jorge Araújo)

Guiné 61/74 - P18569: Convívios (851): XXXIII Encontro dos Combatentes da CART 3494, dia 9 de Junho de 2018, em Oliveira do Hospital (Sousa de Castro)





1. Em mensagem de hoje, dia 27 de Abril de 2017, o nosso camarada Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74) enviou-nos para publicação o anúncio do XXXIII Almoço/Convívio do pessoal da Companhia, a levar a efeito no próximo dia 9 de Junho, em Oliveira do Hospital.


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Nota do editor

Último poste da série de 20 de Abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18541: Convívios (850): A Tabanca de Matosinhos, que está a ter problemas com o "senhorio" (...o Faceboook), continua a fazer gala da sua proverbial alegria, boa disposição e melhor mesa... O próximo encontro semanal, 4ª feira, 25 de Abril, Dia da Liberdade, será em Vila do Conde (José Teixeira)

Guiné 61/74 - P18568: Notas de leitura (1061): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (32) (Mário Beja Santos)

Interior do BNU em Bissau


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Dezembro de 2017:

Queridos amigos,
Os efeitos do conflito mundial, como temos vindo a observar, fizeram-se sentir na colónia da Guiné na perda de poder aquisitivo, na perda de receitas devido ao contrabando, à rarefação de matérias-primas, até que chegamos a 1945e verificam-se duas velocidades: o Governador Sarmento Rodrigues traz projetos e meios de financiamento e a praça revitalizou-se, foram duas situações nem sempre coincidentes. Mas chegara a prosperidade e até conflitos noutro extremo do globo, caso da guerra da Coreia, trouxeram benefícios económicos, o preço da borracha subiu bastante e conforme anota o gerente do BNU as matérias-primas, todas elas, deram um salto. É uma década completamente diferente das anteriores, basta pensar que muito do arroz que se come na metrópole é arroz da Guiné.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (32)

Beja Santos

É no final da década de 1940 que é possível retomar os relatórios de exercícios do BNU em Bissau. Como se constatará mais abaixo, há uma relativa discrepância entre o surto desenvolvimentista, inegável, contemporâneo da governação de Sarmento Rodrigues e o que se vai escrever. Mudou a gerência, aproveita-se a circunstância para se fazer o ponto da situação e assim se escreve para Lisboa:

“Excelentíssimos Senhores:
Em cumprimento das disposições em vigor, foi este relatório elaborado com inteira observância das normas de há muito estabelecidas, pelo que apresenta, nos seus vários capítulos e mapas que o acompanham, todos os elementos indispensáveis ao exacto conhecimento e apreciação de como decorreu a acção desta dependência nos dois últimos exercícios de 1949 e 1950.
Ao assumirmos a gerência desta filial, em 15 de Agosto de 1949, viemos encontrar a colónia no auge da segunda crise comercial que a atingira depois da última guerra, ambas resultantes de ter cessado o avultado e rendoso comércio praticado com os territórios vizinhos.
Da primeira vez, ocorreu isso em 1944, quando, libertada a França do jugo alemão, as suas colónias da África Ocidental passaram a importar tecidos americanos e dispensaram os da indústria nacional, que o comércio da Guiné importou e lhes forneceu, em grande escala, nos três anos anteriores; da segunda vez, em meados de 1948, quando novamente cessou esse comércio, que se voltara a fazer em 1947, porque as perturbações internas daquele país e a desvalorização da sua moeda haviam dificultado a importação dos países de meda forte, tanto de tecidos como de muitas outras mercadorias.

Na desmedida ânsia de auferir os excessivos lucros que dessa situação lhes adivinha, só curou o comércio de importar o máximo possível e o resultado foi ao falharem depois esses mercados, poucos serem os que não ficarem com colocação imediata para os stocks que constituíram.
E a isso, claro está, seguiu-se o sudário de letras protestadas e o consequente descrédito da praça.
Ao findar, porém, o ano de 1949, já a situação se havia desanuviado um pouco, porque, nesse lapso de tempo, não só se verificou o aumento dos preços como da produção dos principais produtos da colónia, o que veio elevar o poder aquisitivo do indígena e possibilitar o escoamento de uma boa parte dos excedente importado, não sem que, todavia, o comércio o tivesse de fazer com prejuízo, porque, entretanto também, mexeram os preços dos tecidos e houve que sacrificar mercadorias para realizar dinheiro e satisfazer compromissos, tudo isso nos levando a querer que alguns exportadores da metrópole terão ainda por algum tempo os seus créditos em mãos do comércio da colónia, sobretudo no libanês, se todos conseguirem reaver.

No decurso do ano 1950, circunstâncias várias contribuíram para que essa melhoria se acentuasse, pois, à regular campanha de produtos que nesse ano se verificou, seguiu-se a inconsequência da guerra na Coreia, uma razoável alta nos preços dos tecidos e a procura da borracha desta colónia, que passou a ser extraída pelo indígena em grandes quantidades e que tendo começada a ser vendida ao comércio a 8 escudos o quilo, ao findar do ano já atingia 16 escudos, o que tudo se crê que é permitido o completo escoamento desses tecidos. E a resolução que tomou o governo central, já no início de 1951, de providenciar o aumento de 20 centavos na cotação da mancarra estabelecida pelos industriais da metrópole, como também que fosse elevado para 40% o contingente da exportação para o estrangeiro do coconote, onde se obtêm preços elevadíssimos em comparação com os que se cotam na metrópole, permitirão certamente que o comércio se refaça completamente dos prejuízos que sofreu.
No respeita à posição da filial, com a prudência de que se tem rodeado, a crise que afligiu o comércio nos últimos anos, embora não desejável, só lhe trouxe benefícios, pois a excessiva importação que a originou em muito contribuiu para os elevados resultados verificados nesse período”.


Passara pois a haver progresso, desafogo, valorização dos produtos da terra. É neste contexto que o relatório introduz a novidade de nos informar quais as instituições então existentes que realizam operações consideradas bancárias, devidamente autorizadas. Diz o gerente que não se poderiam considerar concorrentes e explica porquê: “É bem de ver que se usássemos os mesmos processos, todas essas operações seriam canalizadas para o nosso banco porque a nossa organização lhes permitiriam serem prontamente atendidos, sem terem de aguardar, como naquelas, os dias marcados, semanas seguidas e até meses, para que apurem os fundos necessários”.

As instituições em causa eram três: a Caixa Económica Postal, fazendo empréstimos a funcionários, a diferentes taxas de juro, consoante os meses de liquidação da dívida; a Caixa de Aposentações e Pensões às Famílias dos Funcionários Públicos da Colónia e da Guiné, dispunha de um migalheiro que, por falecimento do sócio ou do pensionista inscrito assegurava aos herdeiros um capital de 50 contos, a Caixa também facultava empréstimos aos seus sócios e pensionistas; o Montepio das Alfândegas da Guiné, que tem como fins estabelecer pensões de sobrevivência, conceder subsídios de reforma, dar subsídios de luto, auxiliar os seus sócios por meio de empréstimos incluindo a construção ou compra de moradias.

Sendo a maior riqueza da Guiné a sua agricultura, entende-se que é por aí que o relator inicia a situação da praça. Tece um comentário lisonjeiro:

“Porque foram maiores as áreas cultivadas e o tempo se manteve sempre propício, permitindo que as plantações se conservassem em excelente estado até às colheitas, esperava-se que a produção fosse superior no corrente ano agrícola, tanto da mancarra como do arroz, mas se é certo que com este cereal isso se está a verificar, tanto em qualidade como em quantidade, outro tanto não sucede com aquela oleaginosa, pois há já informações seguras de que se apresenta este ano muito leve, com uma quebra sobre o peso normal que se computa em 20 a 25%. Esta circunstância aliada ao grande contrabando que dessa oleaginosa se está a fazer para os territórios vizinhos, porque ali a pagam por preço muito superior, um pouco mais do dobro, permite prever-se uma diminuição em relação ao ano anterior de umas 8 a 10 mil toneladas na sua exportação. Estão, porém, longe de ser fidedignos os dados fornecidos pelas estimativas, pois não sendo possível conseguir do indígena o manifesto da produção esta é calculada grosso modo”.

Dá um enfoco das obras que correm nos portos e sobre as vias de comunicação. Revela-se seguramente informado, os dados que envia constam de vários documentos oficiais, até de relatórios anteriores: “Depois que a ponte-cais de Bissau se arruinou totalmente, passou-se a utilizar a velhíssima ponte-cais do Pidjiquiti, resto de um velho fortim colocado fora do recinto das antigas fortificações da cidade”. E faz menção do que se já se escrevera em 1852, notificando o estado desastroso em que se encontrava a ponte-cais de Bissau. E então anuncia que se espera que dentro do ano seja o porto de Bissau dotado de uma excelente ponte-cais que está em construção e refere as suas caraterísticas.

Falando das vias de comunicação, tem boas novas a dar: “Têm sido consideravelmente melhoradas nos últimos anos, mas não o bastante ainda para evitar que se danifiquem na época das chuvas e com as fortes pressões da rodagem dos camiões, sobretudo na ocasião das campanhas de compra da mancarra, do que resulta estarem pouco tempo durante o ano em bom estado de conservação". A sua extensão total aproxima-se dos 3 mil quilómetros, mas não especifica as estradas em terra-batida, macadamizadas e alcatroadas.

Outra novidade é a de terem sido iniciadas, a 10 de Julho de 1948, os trabalhos de construção da ponte de Ensalmá, que vai ligar a ilha de Bissau ao continente. E apresenta a obra ainda em curso no canal do Impernal: “Consta essencialmente de três tramos metálicos, os dois extremos apoiados em encontros nas margens e em pilares no leito do rio e o tramo central, móvel, apoia-se nos outros dois. O vão útil do tramo móvel é de 9,5 metros e permite, folgadamente, a passagem de embarcações que fazem a navegação pelos canais, cuja largura não chega a atingir 6 metros. Cada um dos pilares que serve de apoio aos tramos fixos é constituído por 2 cilindros de ferro fundido de 1,8 metros de diâmetro, cravados por havage e cheios de betão, cravados ao lado do outro e contraventados. A fundação dos encontros é feita empregando estacas de madeira com 20 centímetros de diâmetro”.

Este início da década de 1950 dá sinais claros de que a agricultura prospera e as exportações aumentam, para o gerente de Bissau o contexto internacional é facilitador: “Pode dizer-se, de um modo geral, em 1951 a situação voltou a prosperar, o que de resto só se poderia esperar de uma praça que viu os seus produtos valorizados e a sua exportação aumentada em 22%, mercê da procura que durante alguns meses e em consequência da guerra na Coreia voltou a ter a borracha desta província melhores preços. Enquanto que em 1950, o preço médio dos principais produtos de exportação – a mancarra, o coconote, o óleo de palma, os couros, a cera e, eventualmente, a borracha, foram de 2$19, 2$46, 3$79, 15$00, 20$99 e 5$55, por quilo, respectivamente, em 1951 subiram para 2$62, 2$99, 6$46, 21$33, 31$07 e 15$32. E melhor o atesta o pequeno número de letras protestadas existentes em carteira”.

(Continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 20 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18542: Notas de leitura (1059): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (31) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 23 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18553: Notas de leitura (1060): “Integração Nacional na Guiné-Bissau desde a Independência”, por Christoph Kohl, no Caderno de Estudos Africanos do Centro de Estudos Africanos do ISCTE, n.º 20, Janeiro de 2011 (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18567: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXIX: As minhas estadias por Bissau: (i) a chegada do T/T Timor com o pessoal do meu batalhão, em 3 de outubro de 1967


Guiné > Bissau > 3 de outubro de 1967 >  Foto nº 1 > Chegada do navio Timor de T/T (Transporte de Tropas) ao Porto de Bissau, no dia 3 de outubro de 1967, trazendo a bordo cerca de 700 militares, sendo a CCS, CCAÇ 1790, CCAÇ 1791 do BCAÇ 1933, e mais duas Companhias de Infantaria do BCAÇ 1932.


Guiné > Bissau > 3 de outubro de 1967 > Foto nº 5 > Chegada do navio T/T Timor ao cais de Bissau, e desembarque das tropas do BAÇ 1933. Eu estava lá porque já tinha chegado de avião em 21set67, por isso fiz estas poucas fotos, ainda sem grande experiência.


Guiné > Bissau > 2 de outubro de 1967 > Foto nº 19 > Vista da marginal e cidade, alguns edifícios oficiais militares. Após a independência da Guiné, ali se localizaram alguns Ministérios, cheguei a estar lá no Ministério das Finanças em 1984 na minha primeira visita, pós-independência, em reunião de negócios com o Ministro das Finanças do Governo de 'Nino' Vieira, formado na mesma faculdade de Economia do Porto, a mesma em que me licenciei, mas nunca o tinha conhecido antes. Esta foto foi tirada dentro do porto e do cais de embarque. Bissau, 02outT67.


Guiné > Bissau > 3 de outubro de 1967 > Foto nº 3 > A bordo do T/T Timor, um tripulante negro, junto ao barco salva vidas; ao longe o Rio Geba e o ilhéu do Rei.


Guiné > Bissau > 3 de outubro de 1967 > Foto nº 6 > Eu, a ver a chegada do navio T/T Timor ao Porto de Bissau, tendo como horizonte o cais, o rio, as aves.


Guiné > Bissau > 2 de outubro de 1967 > Foto nº 7  > Aguardando a chegada do navio T/ T Timor, tendo como pano de fundo o ilhéu do Rei, o estuário do rio Geba, o cais... Foto tirada em 2out67.


Guiné > Bissau > c. 28 ou 30 setembro de 1967 > 2 – Uma das primeiras fotografias que captei em Bissau na Guiné e as primeiras da minha vida até esta data. Trata-se do cais, um navio T/T a carregar ou descarregar tropas, barcos ao largo, podendo  ser LDP ou LDM, ou barcaças civis. A foz do Rio Geba, ao longe pode ver-se o ilhéu do Rei.. Foto tirada  entre 28 a 30 set 67.


Guiné > Bissau > 3 de outubro de 1967 > Foto nº 8 > No interior do navio T/T Timor, quando recebi a minha arma G3, exibindo-a com grande orgulho.

Guiné > Bissau >  CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotohgráfico do Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem mais de 4 dezenas de referências no nosso blogue:

Mensagem de 24 do corrente:




Caro Luís,

Conforme te disse ontem, tenho pronta outra reportagem sobre o Tema - As minhas estadias em Bissau - Parte i.

É um ficheiro com 79 fotos, variadas e algumas de algum interesse, mostrar Bissau a muita gente que nunca conheceu.

Eu tenho de ir agrupando por temas, embora muitas fotos estejam noutros temas e são em Bissau também, como é o caso das reportagens de Tomaz e Caetano e outras, como o render da guarda do governador, etc.

Depois como tenho tantas, sem temas específicos, vou juntando num ficheiro, talvez com um numero exagerado, mas só se aproveita as que interessam. Para mim, eu vou fazendo o meu arquivo definitivo, e vou arrumando assim as coisas, senão perco-me.

As fotos estão numeradas, não estão por ordem cronológica, apenas por anos, 67, 68, 69. e em cada uma tem o seu número e um resumo de que se trata, a data, quer seja o dia, o mês ou apenas o ano, conforme aquilo que sei.

Depois temos o relatório da Legendagem, um pouco de história da unidade, o enquadramento do território onde estamos, os aspectos militares e de logística, e uma descrição, foto a foto, mais discriminada, com as datas, e algumas explicações, juntando um pouco de histórias que me lembro.
Esta legendagem tem duas partes:

(i) A primeira com 12 páginas, que diz respeito às fotos em si, e ao local das mesmas. Está livre para publicação; Nem sempre sou politicamente correcto, mas penso não haverá nada que incomode muita gente.

(ii) A segunda parte, da pag 12 a pag 31, são alguns 'excertos' daquilo a que chamo o meu livro, não publicado. Pedia o especial favor de veres se tem interesse e é oportuno meter estas partes incertas do livro. Eu não tenho opinião, pedia-te a ti na qualidade de sociólogo, dares uma olhada e ver se interessa ou não ocupar o blogue com 'tretas' que só me dizem respeito. 

Eu não ponho obstáculos, e acho que já fiz algumas alterações para retirar do 'original' algo que possa chocar, e para 'preservar a minha intimidade e a minha vida e família' . Isto entra nas redes sociais, e quem quiser terá sempre acessos a pormenores que podem não me interessar. Eu tenho de ser mais cuidadoso, é por isso que peço este favor. Eu não tenho interesse especial em que estejam a ler aquilo que ainda ninguém leu, é uma escrita sem pretensões, e que sai ao sabor do meu pensamento, poucos elementos utilizei para escrever, quase tudo está cá metido no 'disco rígido'.

Fica portanto à tua consideração, e até pode ser chato demais escrever coisas que a maioria não lhe interessa. No Poste de Nova Lamego, eu até escrevi demais, foram muitas páginas que juntei. Isto é apenas um resumo de cerca de 400 páginas escritas sobre a Guiné apenas, e ainda falta o serviço militar aqui até à data de embarque. Também lá iremos um dia.

Vou enviar agora,
Um Bom Dia da Liberdadel
Virgilio Teixeira
24-04-2018

2. Gniné 1967/69 - Álbum de Temas: T031 – Bissau - Parte 1

Anotações e Introdução ao tema:

Legendas e Anotações

- AS MINHAS ESTADIAS POR BISSAU

Alguns elementos retirados da História da Unidade, sendo na sua maioria a experiência e conhecimento pessoal:

1 – O autor embarcou em Figo Maduro no dia 20 Set 67 pelas 8,00 horas, num avião militar Douglas DC6 da Força Aérea Portuguesa, juntamente com mais 6 outros militares, nos quais se incluía o Comandante Tenente Coronel de Infantaria Armando Vasco de Campos Saraiva. Desembarcou em Bissau 24 horas depois, no dia 21 Set 67. Regressou definitivamente no navio T/T UIGE, em 4 OUT 69. Passou à disponibilidade em 3 SET 69, pelo RI15 de Tomar.

2 – A sua Unidade Operacional - BCAÇ1933 desembarcou em 03OUT67, deslocou-se para Brá, e às 4H00 embarcou numa lancha com destino a Bambadinca, onde chegou às 15H, e de coluna auto para NL tendo chegado por volta das 18H, já quase noite.

3 – Esta reportagem pretende focar apenas a cidade e arredores de Bissau, as suas várias escapadelas, outras deslocações em serviço, as vivências e acima de tudo as loucuras da juventude, por esta cidade-capital, que, apesar de tudo, ficou marcada para o resto da vida.

4 – As fotos e comentários que são feitos, são apenas de memória, o que veio à cabeça, e por consulta a vários elementos escritos, em especial aquilo que está escrito nas fotos.

5 – Vou chamar-lhe “As minhas Estadias por Bissau”

6 – Num ambiente de guerra isto pode até parecer uma viagem de fim de curso, mas não é.

7 – Deixo para a futura reportagem ‘Bissau – Parte II’ e aí sim, vou dar-lhe um nome sonante: “As minhas férias na Guiné” que engloba tudo, Bissau, Nova Lamego e São Domingos, incluindo os aquartelamentos de Cacheu, Susana e as praias de Varela.

(Continua)
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Guiné 61/74 - P18566: Parabéns a você (1426): Coronel DFA Ref Hugo Guerra, ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 55 (Guiné, 1968/70) e Humberto Nunes, ex-Alf Mil Art, CMDT do 23.º Pel Art (Guiné, 1972/74)


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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18555: Parabéns a você (1425): David Guimarães, ex-Fur Mil Art MA da CART 2716 (Guiné, 1970/72)

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18565: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capítulos 43 ("A minha úlcera") e 44 ("Biafadas ou balantas ?")









Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BART 6520/72 (1972/74) > 1973 > Mães biafadas, esbeltas, de olhar desafiador...

Foto (e legenda): © José Claudino da Silva (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar): Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da pré-publicação do próximo livro (na versão manuscrita, "Em Nome da Pátria") do nosso camarada José Claudino Silva [foto atual à esquerda] (*)

(i) nasceu em Penafiel, em 1950, "de pai incógnito" (como se dizia na época e infelizmente se continua a dizer, nos dias de hoje), tendo sido criado pela avó materna;

(ii) trabalahou e viveu em Amarante, residindo hoje na Lixa, Felgueiras, onde é vizinho do nosso grã-tabanqueiro, o padre Mário da Lixa, ex-capelão em Mansoa (1967/68), com quem, de resto, tem colaborado em iniciativas culturais, no Barracão da Cultura;

(iii) tem orgulho na sua profissão: bate-chapas, agora reformado; completou o 12.º ano de escolaridade;  foi um "homem que se fez a si próprio", sendo já autor de dois livros, publicados (um de poesia e outro de ficção);

(iv) tem página no Facebook; é avô e está a animar o projeto "Bosque dos Avós", na Serra do Marão, em Amarante;

(ix) é membro n.º 756 da nossa Tabanca Grande.

Sinopse:


(i) foi à inspeção em 27 de junho de 1970, e começou a fazer a recruta, no dia 3 de janeiro de 1972, no CICA 1 [Centro de Instrução de Condutores Auto-rodas], no Porto, junto ao palácio de Cristal;

(ii) escreveu a sua primeira carta em 4 de janeiro de 1972, na recruta, no Porto; foi guia ocasional, para os camaradas que vinham de fora e queriam conhecer a cidade, da dos percursos de "turismo sexual"... da Via Norte à Rua Escura;

(iii) passou pelo Regimento de Cavalaria 6, depois da recruta; promovido a 1.º cabo condutor autorrodas, será colocado em Penafiel, e daqui é mobilizado para a Guiné, fazendo parte da 3.ª CART / BART 6250 (Fulacunda, 1972/74);

(iv) chegada à Bissalanca, em 26/6/1972, a bordo de um Boeing dos TAM - Transportes Aéreos Militares; faz a IAO no quartel do Cumeré;

(v) no dia 2 de julho de 1972, domingo, tem licença para ir visitar Bissau, e fica lá mais uns tempos para um tirar um curso de especialista em Berliet;

(vi) um mês depois, parte para Bolama onde se junta aos seus camaradas companhia; partida em duas LDM parea Fulacunda; são "praxados" pelos 'velhinhos' (ou vê-cê-cês), os 'Capicuas", da CART 2772;

(vii) faz a primeira coluna auto até à foz do Rio Fulacunda, onde de 15 em 15 dias a companhia era abastecida por LDM ou LDP; escreve e lê as cartas e os aerogramas de muitos dos seus camaradas analfabetos;

(viii) é "promovido" pelo 1.º sargento a cabo dos reabastecimentos, o que lhe dá alguns pequenos privilégio como o de aprender a datilografar... e a "ter jipe";

(ix) a 'herança' dos 'velhinhos' da CART 2772, "Os Capicuas", que deixam Fulacunda; o Dino partilha um quarto de 3 x 2 m, com mais 3 camaradas, "Os Mórmones de Fulacunda";

(x) Dino, o "cabo de reabastecimentos", o "dono da loja", tem que aprender a lidar com as "diferenças de estatuto", resultantes da hierarquia militar: todos eram clientes da "loja", e todos eram iguais, mas uns mais iguais do que outros, por causa das "divisas"... e dos "galões"...

(xi) faz contas à vida e ao "patacão", de modo a poder casar-se logo que passe à peluda; e ao fim de três meses, está a escrever 30/40 cartas e aerogram as por mês; inicialmente eram 80/100; e descobre o sentido (e a importância) da camaradagem em tempo de guerra.

(xii) como "responsável" pelo reabastecimento não quer que falte a cerveja ao pessoal: em outubro de 1972, o consumo (quinzenal) era já de 6 mil garrafas; ouve dizer, pela primeira vez, na rádio clandestina, que éramos todos colonialistas e que o governo português era fascista; sente-se chocado;

(xiii) fica revoltado por o seu camarada responsável pela cantina, e como ele 1º cabo condutor auto, ter apanhado 10 dias de detenção por uma questão de "lana caprina": é o primeiro castigo no mato...; por outro lado, apanha o paludismo, perde 7 quilos, tem 41 graus de febre, conhece a solidariedade dos camaradas e está grato à competência e desvelo do pessoal de saúde da companhia.

(xiv) em 8/11/1972 festejava-se o Ramadão em Fulacunda e no resto do mundo muçulmano; entretanto, a companhia apanha a primeira arma ao IN, uma PPSH, a famosa "costureirinha" (, o seu matraquear fazia lembrar uma máquina de costura);

(xv) começa a colaborar no jornal da unidade (dirirido pelo alf mil Jor Pinto, nosso grã-tabanqueiro), e é incentivado a prosseguir os seus estudos; surgem as primeiras dúvidas sobre o amor da sua Mely [Maria Amélia], com quem faz, no entanto, as pazes antes do Natal; confidencia-nos, através das cartas à Mely as pequenas besteiras que ele e os seus amigos (como o Zé Leal de Vila das Aves) vão fazendo;

(xvi) chega ao fim o ano de 1972; mas antes disso houve a festa do Natal (vd. capº 34º, já publicado noutro poste); como responsável pelos reabastecimentos, a sua preocupação é ter bebidas frescas, em quantidade, para a malta que regressa do mato, mas o "patacão", ontem como hoje, era sempre pouco;

(xvii) dá a notícia à namorada da morte de Amílcar Cabral (que foi em 20 de janeiro de 1973 na Guiné-Conacri e não no Senegal); passa a haver cinema em Fulacunda: manda uma encomenda postal de 6,5 kg à namorada;

(xviii) em 24 de fevereiro de 1973, dois dias antes do Festival da Canção da RTP, a companhia faz uma operação de 16 horas, capturando três homens e duas Kalashnikov, na tabanca de Farnan.

(xix) é-lhe diagnosticada uma úlcera no estômago que, só muito mais tarde, será devidamente tratada; e escreve sobre a população local, tendo dificuldade em distinguir os balantas dos biafadas.


2. Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 43 e 44



[O autor faz questão de não corrigir os excertos que transcreve, das cartas e aerogramas que começou a escrever na tropa e depois no CTIG à sua futura esposa. E muito menos fazer autocensura 'a posterior', de acordo com o 'politicamente correto'... Esses excertos vêm a negrito. O livro, que tinha originalmente como título "Em Nome da Pátria", passa a chamar-se "Ai, Dino, o que te fizeram!", frase dita pela avó materna do autor, quando o viu fardado pela primeira vez. Foi ela, de resto, quem o criou. ]


43º Capítulo  > A ÚLCERA

“Não é úlcera que tenho no estômago. Segundo o médico é uma gastrite e diz ele que não é tão perigoso, basta beber leite e tomar um medicamento que me deu. Fiquei confuso porque no livro que me deram, O Médico em Casa, indica que os sintomas são de uma úlcera. Tenho de fazer dieta. Já tinha deixado há dias de beber bebidas alcoólicas e como a dieta aqui é difícil de fazer o que me safa é que bebo muito leite condensado.

O médico que costuma vir de 15 em 15 dias e ir para outro lado, vai estar aqui exactamente 15 dias, acho que desta vez trouxe xarope e comprimidos, de maneira que tanto eu como os meus colegas que estamos doentes talvez melhoremos um pouco.

Uma coisa que aqui faz falta é vitaminas pois é difícil comer vegetais dado que não há hortaliça, no entanto também temos agora um xarope de vitaminas, é muito possível que em breve comecemos a andar todos porreiros”.


Este pequeno parágrafo que reli fez-me vir à memória que apenas em 1995 deixei de sofrer do estômago e tudo graças a um excelente gastrenterologista que, ao ver-me tomar um antiácido durante uma reparação que efectuei no seu carro, fez questão que eu realizasse vários exames, onde me foi diagnosticado o H. Pilori. Após algum tempo de tratamento, melhorei consideravelmente, até hoje.

Quero dizer-lhes que só no meu regresso definitivo é que dei baixa ao hospital militar. Já depois do 25 de Abril de 1974, e durante três semanas sem que lá estive, continuaram apenas a dar-me antiácidos. Fugi de lá, dando-me apto para todo o serviço militar. Nem repararam que já o tinha cumprido. Foi nessa altura que me perderam. Descansem. O Abreu encontrou-me em 1975

Foram mais de vinte anos que, por negligência e estupidez da classe médica, tanto militar como depois da civil, eu e muitos outros que viemos da Guiné com algumas doenças passámos um mau bocado. O laboratório que fabrica o Phosphalugel deve estar bem contente comigo. Gastei centenas de caixas dessa porcaria.


44º Capítulo  > BIAFADAS OU BALANTAS?

E de repente…

“Meu bem quero escrever uma série de coisas sobre este povo da Guiné, mas só o conseguirei fazer se alguém gostar do que escrevo de maneira que pergunto-te se gostarás de saber os usos e costumes dos negros que aqui vivem? A minha intenção é a de mais tarde quando eu quiser, por aquilo que escrevo, posso explicar aos amigos como é esta gente e como vivem. Manda-me dizer se não te aborrecerá ler alguma coisa disso. Eu podia escrever e guardar aqui os manuscritos mas tentei e não tenho o mesmo entusiasmo, por isso depois de escrever o 1º artigo se me encorajares a fazer mais talvez faça um diário da minha vida na Guiné para mostrar aos nossos filhos o que foi a minha comissão. Diz-me então o que pensas.

Em algumas conversas ouvi comentar que no local onde estou, Fulacunda, a Maioria da população são Biafadas mas também dizem que são Balantas. Vou informar-me melhor.

Amanhã há mais uma operação no mato pelos meus camaradas. Agora estamos sempre em sobressalto”.


Será que fiz mesmo isso? Se o fiz, e por aquilo que escrevi e que reli até agora, onde demonstro poucos conhecimentos, de certeza que meti os pés pelas mãos.

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P18564: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (8): até o início do dia de hoje, tínhamos 111 inscrições.. O prazo termina na segunda-feira, dia 30, às 24h00... Camarada, amigo, camarigo: vamos comemorar juntos os 14 anos de existência do blogue, ou sejam, 7 comissões na Guiné... Inscrições através do Carlos Vinhal: telem: 916 032 220; email: carlos.vinhal@gmail.com


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Foto de família no ano em que fizemos o pleno (200 inscrições)

Foto: © Manuel Resende (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e kegendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Camaradas, amigos, camarigos:

O XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, está em marcha: já atingimos as 111 inscrições, mas ainda temos 89 lugares: a lotação máxima da sala Dom Dinis, do Palace Hotel Monte Real são 200 (20 mesas de 10 lugares cada).

Vamos também comemorar, este ano, os 14 anos de existência do nosso blogue.

Vocês são capazes de imaginar o que são 14 anos a blogar ? Vistam o camuflado, pegam na G3, dois cantis de água, quatro granadas à cintura, oito carregadores de 20 munições de 7.62 mm, um frasco de uísque, dois maços de cigarros, uma ou duas tabletes de chocolate, umas nozes de cola, nada de rações de combate... e voltem à Guiné... Para fazer 7 (sete) comissões!...

14 anos a blogar são:

(i) mais de 18550 postes;
(ii) 10,4 milhões de visitas;
(iii) 772 membros (registados) da Tabanca Grande;
(iv) um espólio fotográfico imenso (a caminho dos 100 mil documentos);
(v) muitas memórias e emoções partilhadas;
(vi) a recusa de toda uma geração em "morrer e ir parar à vala comum do esquecimento";
(vii) muitas horas de bom e são convívio nas nossas diversas tabancas (Tabanca Grande, Tabanca Pequena de Matosinhos, Tabanca do Centro, Magnífica Tabanca da Linha, Tabanca dos Melros, Tabanca da Maia, etc.):
(viii) enfim, fizemos da Guiné um traço de união e a base de muita amizade e camaradagem...

É tudo isso, e que não é pouco, que queremos partilhar contigo, camarada, amigo, camarigo, que ainda não te inscreveste no nosso encontro deste ano, o XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande!... Aproveita, camarada, porque "no céu não há disto", parafraseando o meu pai, Luís Henriques (1920-2012), que foi expedicionário em Cabo Verde, em 1941-1943, em plena II Guerra Mundial... Ele foi dos últimos a deixar de ir aos convívios anuais do seu batalhão, no RI 5, nas Caldas da Raínha...

Eu podia enumerar 10 razões, para tu, camarada, amigo, camarigo, não perderes o nosso convívio deste ano... A mais importante é que... não vamos durar toda a vida!... E, se és membro da Tabanca Grande, e te sentas à sombra do nosso poilão, tens a "obrigação" (moral) de vir a Monte Real... pelo menos uma vez na vida!...

Se não puderes vir  (por razões, compreensíveis, de saúde, económicas, de conflito de agenda, de dificuldades de transporte, por viveres longe ou só, ou por já não conduzires nem tens boleia, etc.), peço que divulgues a notícia entre os teus contactos ou na tua página do Facebook.E faz prova de vida, respondendo aos emails, de modo a podermos confirmar o teu endereço de correio atual.

Nem todos já leem o nosso blogue com regularidade. E muitos dos nossos endereços de email estão desatualizados... Não podemos fazer chegar a notícia a todos... Os que puderam vir, serão recebidos de braços abertos, como sempre, a partir das 10 horas de sábado, dia 5 de maio, no Palace Hotel de Monte Real... Comissão organizadora, a do costume: Carlos Vinhal, Joaquim Mexia Alves, Luís Graça, Miguel Pessoa.

Ainda podes fazer a tua inscrição, através do Carlos Vinhal, 
até às 24h00 do dia 30 de abril, segunda feira:

telem: 916 032 220
Até logo, até sempre. O editor, Luís Graça

LISTA DOS PRIMEIROS 111 INSCRITOS NO XIII ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE, MONTE REAL, SÁBADO, 5 DE MAIO DE 2018

Abel Santos - Leça da Palmeira / Matosinhos
Agostinho Gaspar - Leiria
António Acílio Azevedo & Irene - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho
António Estácio - Algueirão / Sintra
António Graça de Abreu - S. Pedro de Estoril / Cascais
António João Sampaio e Maria Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Joaquim Alves - Malveira / Mafra
António José Pereira da Costa & Isabel - Mem Martins / Sintra
António Maria Silva e Maria de Lurdes - Sintra
António Mário Leitão - Ponte de Lima
António Martins de Matos - Lisboa
António Mendes - Carapinheira / Montemor-o-Velho
António Pimenta - Carapinheira / Montemor-o-Velho
António Tavares - Foz do Douro / Porto
Apolino Freitas e Fátima Barros - Trofa
Armando Oliveira - Vila Nova de Gaia
Armando Pires - Algés / Oeiras
Arménio Santos - Lisboa

C. Martins - Penamacor
Carlos Cabral & Judite - Pampilhosa
Carlos Cruz, Irene, Paulo, Ana Cristina e Pedro - Lisboa
Carlos Pinheiro - Torres Novas
Carlos Vinhal & Dina Vinhal - Leça da Palmeira / Matosinhos

David Guimarães & Lígia - Espinho
Diamantino Ferreira e Emília - Leiria
Diamantino Varrasquinho e Maria José - Vidigueira

Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Mota Ribeiro - Porto
Ernestino Caniço - Tomar

Fernando Sousa e Maria Barros - Trofa

Hernâni Alves da Silva & Branca - Vila Nova de Gaia

Idálio Reis - Sete-Fontes / Cantanhede
Isolino Silva Gomes e Júlia - Porto

Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel
Joaquim Mendes Teixeira e Maria Emília - Guilhabreu / Vila do Conde
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão & Maria de Lurdes - Oeiras
Jorge Picado - Ílhavo
Jorge Pinto & Ana - Sintra
Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais
Jorge Teixeira - Porto
José Almeida e Maria Antónia - Viana do Castelo
José Barros Rocha - Penafiel
José Casimiro Carvalho - Maia
José Eduardo Oliveira - Alcobaça
José Ferreira - Crestuma / Vila Nova de Gaia
José Miguel Louro - Lisboa
José Saúde - Beja
Juvenal Amado - Amadora

Lúcio Vieira - Torres Novas
Luís Graça & Alice Carneiro - Lourinhã
Luís Moreira & Irene - Sintra
Luís Paulino & Maria da Cruz - Algés / Oeiras
Luís Rainha & Dulce - Figueira da Foz

Manuel Augusto Reis - Aveiro
Manuel Guilherme - Vila Nova de Gaia
Manuel Joaquim e José Manuel Cunté - Lisboa
Manuel José Ribeiro Agostinho & Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Manuel Lima Santos & Maria de Fátima - Viseu
Manuel Ramos - Torres Novas
Manuel Santos - Vila Nova de Gaia
Mario Magalhães & Fernanda - Sintra
Mário Vitorino Gaspar - Lisboa
Miguel Pessoa & Giselda Pessoa - Lisboa

Ricardo Abreu - Vila Nova de Gaia
Ricardo Figueiredo - Porto
Rogé Guerreiro - Cascais

Silvino Correia d'Oliveira - Leiria
Sousa de Castro e Conceição - Vila Fria / Viana do Castelo

Urbano Martins Oliveira - Figueira da Foz

Virgínio Briote & Maria Irene - Lisboa

Xico Allen- Vila Nova de Gaia
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Nota do editor:

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18563: Efemérides (277): Homenagem a minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015) e ao 25 de Abril (Jorge Araújo)



Loures > Encontro em 17 de Outubro de 2009: eu e minha mãe, Georgina Araújo (1928-2015)





O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger,
CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974).



MEMÓRIAS DO BAÚ DE MINHA MÃE  (1928-04-12/2015-12-27): EM SUA HOMENAGEM E DELA AO “25 DE ABRIL” 


1. INTRODUÇÃO

Foto de minha mãe, com 20 anos
Minha mãe faleceu nos últimos dias do ano de 2015. No passado dia 12 de Abril teria feito noventa anos, uma idade que gostaria de atingir em vida, já que tinha planos para esse dia,  12 de Abril de 2018. Mas não foi possível.

Em 2002, sete anos após ter ficado viúva, minha mãe encontrou uma nova companhia – a poesia – declamando os seus trabalhos em reuniões de família, convívios e outros eventos de carácter público, de que é exemplo a sua participação no projecto «Encontro de Poesia», iniciativa da Câmara Municipal de Loures, este inserido num programa mais vasto de outras actividades a que deram o nome de «Viver Outubro – Mês do Idoso».

A sua primeira participação aconteceu em 2002, com setenta e quatro anos de idade, mantendo-se ligada ao projecto durante catorze edições (2002-2015), ou seja, até aos últimos dias da sua vida.

No ano de 2014, a propósito da comemoração dos quarenta anos do «25 de Abril de 1974», escreveu um poema em homenagem a essa efeméride, onde estava implícita, também, a figura do seu filho e de todos os outros militares que combateram em África.

Nessa ocasião fez-me um pedido que só agora irá ser cumprido.

E qual foi? Uma vez que fazia questão de acompanhar a publicação das memórias dos ex-combatentes postadas no blogue, em particular as minhas, como seria normal, depois de concluído e publicado o poema de “Abril”, perguntou-me: “Jorge, filho, achas que os teus camaradas do blogue aceitariam publicar este poema, pois também a eles é dedicado? Vê lá…”

De facto, não vi. Decorridos quatro anos, e por me ter recordado desse episódio de então, aqui estou eu para lhe fazer a vontade, independentemente de ela já não puder confirmar esse seu desejo.

Descansa em paz… MÃE.


2. Homenagem ao ‘25 de Abril’


por Georgina Araújo


Graças ao ‘25 de Abril’,
Eu vi cravos a florir
Nos canos das espingardas
Desses valentes soldados,
Com o povo de braços dados
Honravam as suas fardas. 



Com elas eu vi nascer
A esperança de viver
Em plena liberdade,
Mas quarenta anos passados
Todos os lados estão minados
De traição e de maldade.

Estou prestes a chegar ao fim
E não queria para mim
Esta situação traiçoeira,
Nem para mim nem para os demais
Que lutaram por ideais
Em defesa da nossa bandeira.

Vamos à luta, meu povo,
Não deixem voltar de novo 
Para trás a nossa democracia,
Sem ela tudo acabava,
O cravo logo murchava
E a liberdade já não existia.

Georgina Araújo
Abril/2014

OBRIGADO!
Com um forte abraço de amizade
Jorge Araújo.
25ABR2018



Loures > Encontro em 17 de Outubro de 2009: a poetisa Georgina Araújo (1028-2015)


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18561: Efemérides (276): No dia 24 de Abril completaram-se 48 anos após o embarque do BCAÇ 2912, no Cais de Alcântara, com destino à Guiné (António Tavares, ex-Fur Mil SAM)

Guiné 61/74 - P18562: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (7): Descansar armas e arrebatar momentos de lazer (José Saúde)


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.


XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande a 5 de maio, sábado, em Monte Real 

Descansar armas e arrebatar momentos de lazer 

As cáusticas sombras do tempo, embora por vezes enganadoras, não perdoam. Estamos na representação cadente de uma alvorada que ainda nos contempla pela presença na vida. Olhamos para o passado e damos por nós numa indelével jornada por terras da Guiné. Mas, tudo foi ontem. Hoje, o tempo que sobra é para recordar e conviver com antigos camaradas. 

Sentimos, obviamente, que a distância do tempo não atraiçoa. Não a contestamos. Aceitamo-la. Ponto final. Porém, guardamos eternas memórias que a perplexidade de instantes inesquecíveis nos fazem, por enquanto, viver e examinar conteúdos que cada um de nós guardará religiosamente na abençoada “mala de cartão”, um instrumento de viagem que utilizámos e teimamos em transportá-la eternamente às costas mas com muita honradez. 

Neste toque a reunir, sabemos que muitos já ficaram, infelizmente, pelo caminho. Camaradas que precocemente partiram para a tal viagem sem regresso. Ainda assim, fica a sua notável imagem e o muito que contribuíram para os nossos inolvidáveis encontros que anualmente persistem. 

O XIII Encontro da Tabanca Grande, a realizar a 5 de maio de 2018, sábado, em Monte Real, aproxima-se. O apelo que se segue vai para o modesto descansar armas e arrebatar momentos de lazer. Cerremos fileiras e embarquemos numa náutica prospeção pela orla de uma qualquer bolanha, ou rio, e encontrar-nos-emos no Palace Hotel à sombra do majestoso “Poilão”. 

Repousemos, metaforicamente, os camuflados e viajemos por entre picadas onde as minas foram atempadamente levantadas e o capim envolvente desbastado, sendo a nossa viagem vincada pela certeza de que nenhum malévolo IN travará a ânsia de uma boa chegada e de uma ótima partida. 

Aliás, não é absurdo nenhum o sofisma deste pressuposto “extraterrestre” - qual ilusionista da saudade! - lançar aos antigos camaradas em solo guineense esta inegável dica a qual proporciona uma peleja amigável agora estritamente subjacente a um território neutro. 

Ali, na biosfera de um mundo pequeno, mas sendo a nossa Tabanca Grande, dissecar-se-ão reencontros de gentes que substancialmente aceleram a pedalada de uma existência que já vai longa, mas por enquanto ainda fértil, visando mirar um camarada para o desafiar de mais dois dedos de conversa. 

No pomposo aquartelamento, agora isento de proteção avançada, mas circundado pelo universo de curiosidades díspares, concentrar-se-ão “mancebos” dos três ramos das forças armadas – Exército, Força Aérea e Marinha – onde o manusear das armas e os seus colaterais efeitos guerreiros coincidem com as muitas especialidades conhecidas em pleno palco de campanha. 

Não importa saber a especialidade que te coube em sorte, o cargo que desempenhaste, se tiveste, ou não, divisas ou galões, ou estrelas, enfim, sabe-se sim que foste literalmente um combatente, um camarada que conheceu os clamores da guerra, que vivestes ápices de extrema dificuldade e que continuas a sonhar com os tumultos que a atroz guerrilha ousou brindar-nos. 

Vamos, com ênfase, enaltecer mais um convívio, explicitando basicamente que no próximo dia 5 de maio de 2018, sábado, Monte Real será o azimute traçado por uma rapaziada vinda do mais equidistante lugar deste território luso e dizendo expressamente PRESENTE, não obstante qualquer maleita que porventura apoquente os nossos já enrugados corpos. 

Luís Graça, que a tua enorme vontade nesta reunião anual de camaradas da Guiné, seja simplesmente um impulso para uma continuidade que certamente perdurará desde que as nossas forças, e naturalmente disponibilidade, assim o permitirem. Força, amigo! 


Um abraço, camaradas 
José Saúde 
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados. 
___________ 
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

Guiné 61/74 - P18561: Efemérides (276): No dia 24 de Abril completaram-se 48 anos após o embarque do BCAÇ 2912, no Cais de Alcântara, com destino à Guiné (António Tavares, ex-Fur Mil SAM)

Navio T/T Carvalho Araújo


1. Mensagem do nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil SAM da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), datada de 24 de Abril de 2018:

Camarigos,
Esta fotografia faz hoje (24.Abril.2018) precisamente 48 anos. Nela, vemos militares do BCaç 2912 que estavam no Cais Marítimo de Alcântara a aguardar a hora de embarque.

Chegámos pelas 06H30 ao cais. Aí tomámos o pequeno-almoço junto ao navio. Depois das cerimónias de despedida subimos o portaló da embarcação. O almoço foi servido a bordo.

António Tavares



 Cozinha de campanha

Embarque do BCAÇ 2912 - Lisboa, 24 de Abril de 1970

O CARVALHO ARAUJO zarpou às 12H00, certas, de Lisboa, rumo ao cais de Pindjiguitti. Para trás ficavam os acenos e gritos lancinantes dos familiares dos militares que se deslocaram ao cais. Algumas famílias viram partir os seus queridos familiares e nunca mais os viram vivos ou mortos. Eu parti só, naturalmente com o pensamento na minha família. Do convés do navio via a Tapada da Ajuda, onde viviam alguns meus familiares. Retenho a imagem de uma cabina telefónica no cais. Interroguei-me se telefonava ou não, a despedir-me. Não telefonei e de bordo enviei um telegrama com os dizeres tipo “chapa” em que somente mudava o nome do militar emitente da comunicação transmitida.

No dia 26 de Abril avistámos à nossa ré o navio VERA CRUZ. Enquanto os dois navios navegavam lado a lado as tropas saudaram-se mutuamente assim como os navios com os apitos da praxe. O Vera Cruz depressa nos ultrapassou devido à maior potência dos seus motores e velocidade de cruzeiro. Os Teatros de Operações do CTIGuiné e de Moçambique aguardavam os três batalhões e os militares individuais que seguiam nos dois barcos.

O Carvalho Araújo fica para trás do Vera Cruz (ao longe)

Após horas e horas de navegação e em alto mar tivemos a companhia de peixes voadores, alguns dos quais morreram na coberta do navio. À ré do CARVALHO ARAÚJO os golfinhos saudavam os militares e estes presenteavam os golfinhos com restos de comida. A cor azul e por vezes esverdeada das águas do mar e do céu fizeram-nos companhia durante muitas milhas náuticas. Experiências e vivências inesquecíveis para cada um dos militares.

Quando entrámos e navegávamos nas águas territoriais do TO do CTIGuiné tivemos a escolta da Lancha de Fiscalização Grande NRP 361, de nome “Lira”. No início da noite de 30 de Abril o navio T/T Carvalho Araújo terminava mais uma das muitas viagens de Lisboa - Guiné - Lisboa.

A Lancha Lira a navegar em águas territoriais do CTIGuiné

Um constante vaivém de navios entre estas duas cidades desde 1963 a 1974. Os militares transportados no CARVALHO ARAÚJO desembarcaram no cais de Pindjiguitti na manhã do dia 01 de Maio de 1970. A terra vermelha, e de clima tropical, caracteristicamente quente e húmido, recebia mais um contingente de tropas. Os guinéus cantavam e dançavam, dizendo: “periquito” vai no mato...

Em Portugal, o Dia da Liberdade viria após quatro anos transcorridos.

Cumprimentos,
António Tavares
Foz do Douro, Terça-feira 24 de Abril de 2018
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Nota do editor

Último poste da série de 25 de Abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18558: Efemérides (275): O 25 de Abril de 1974... visto de Bissau, através de aerogramas enviados por Jorge Gameiro ( REP / ACAP / QG / CC) à sua esposa Ana Paula Gameiro e ao seu filhinho Nuno Gameiro... Documentação comprada no OLX, há 5 ou 6 anos (Carlos Mota Ribeiro, Maia) - Parte II