N a zona oeste,. e ao longo da fronteira senegalesa, o PAIGC beneficiava das bases de M' Pacck, Campada, Sikoum, Cumbamory, e Hermacono
Na região leste, o PAIGC dispunha das bases, situadas em território da Guiné-Conacri, de Foulamansa / Kaorané / Missirá, Foulamory, Kambera [, também designada por Madina do Boé] e Koundara (centro logístico)
Na região sul, o PAIGC dispunha de duas bases fundamentais, situadas na Guiné-Conacri, Kandiafara e Boké (centro logístico).
1. Dispositivo militar do PAIGC. Infografia constante da História do BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74), conforme versão em formato pdf, revista, melhorada e aumentada por Jorge Canhão, ex-fur mil at inf, 3ª CCAÇ.
Desconheço a origem deste documento, o mapa com a distribuição das forças do PAIGC. Mas presumo que seja de meados de 1973, e seja nosso, oriundo do próprio Quartel General (QG). O mapa, inserido logo no início do documento, ocupa uma página. Foi recortado por mim, em diversas partes (quadrantes), de modo a tornar-se mais legível. È pena que o Jorge não tenha citado a fonte. Mas tudo indica que é, de facto, um documento nosso, até pelas letras desenhadas a escantilhão.(Repare-se que há correções, a "corretor branco", da responsabilidade do Jorge Canhão):
No início da história da unidade há uma nota do Jorge Canhão, que diz o seguinte:
"As páginas deste documento em pdf não correspondem, como é obvio, às páginas dos documentos originais, devido às alterações de forma, feitas por mim.
Fiz este trabalho no sentido de não se perder através dos tempos como mais facilmente acontece com documentos em papel, fi-lo também e principalmente como homenagem aos camaradas mortos na Guiné, assim como todos aqueles que já não estão connosco, mas que fizeram parte deste grande grupo de camaradas que pertenceram ao Batalhão de Caçadores 4612/72.
Quero também agradecer aos camaradas que nos forneceram fotocópias da História do Batalhão, e aqueles que por outros meios também me ajudaram e deram o pontapé de saída para que este trabalho fosse possível.
Os mapas aqui presentes foram tirados de livros editados, e outros documentos foram conseguidos na internet. Abraços para todos. Jorge Canhão, ex-furriel miliciano atirador de infantaria da 3ª Compª do BCaç 4612/72.
É também chegada a altura de homenagear o nosso camarada Jorge Canhão, que está a recuperar de recentes problemas de saúde. Desejamos-lhe rápidas melhoras e queremos que regresse, em boa forma, ao nosso convívio. Vamos fazer-lhe uma grande receção em Monte Real, no dia 22 de junho de 2013, por ocasião do VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande.
2. Uma leitura rápida do mapa permite-me tirar as seguintes conclusões:
(i) O PAIGC nunca conseguiu um presença efetiva, em homens e armas, no chão manjaco (Teixeira Pinto), no chão felupe (São Domingos), no chão bijagó (Bolama), no chão fula (zona leste, eixo Bambadinca-Bafatá-Nova Lamego, com centro em Bafatá);
(ii) Foram muito importantes, para o PAIGC, ao longo da guerra (1963/74) as suas bases de retaguarda, nos dois países limítrofes, a começar pela Guiné-Conacri, que sempre apoiou abertamente a guerrilha, como no próprio Senegal, que tolerava a presença dos guerrilheiros...
(iii) Com tempo e pachorra, poder-se calcular os efetivos totais do PAIGC, sabendo-se que, de acordo com o Supintrep 31, as equivalências numéricas eram as seguintes:
Bigrupo = 44
Bigrupo reforçado= 70
(i) O PAIGC nunca conseguiu um presença efetiva, em homens e armas, no chão manjaco (Teixeira Pinto), no chão felupe (São Domingos), no chão bijagó (Bolama), no chão fula (zona leste, eixo Bambadinca-Bafatá-Nova Lamego, com centro em Bafatá);
(ii) Foram muito importantes, para o PAIGC, ao longo da guerra (1963/74) as suas bases de retaguarda, nos dois países limítrofes, a começar pela Guiné-Conacri, que sempre apoiou abertamente a guerrilha, como no próprio Senegal, que tolerava a presença dos guerrilheiros...
Bigrupo = 44
Bigrupo reforçado= 70
Grupo de artilharia= 50
Grupo de morteiros 82= 23
Grupo de canhões s/r= 23
Grupo de foguetões 122= 16
Pelotão de antiaéreas= 16
Grupo de morteiros 120= 40
Grupo de comandos= 50
Grupo especial de bazucas (RPG)= 20
Grupo de canhões s/r= 23
Grupo de foguetões 122= 16
Pelotão de antiaéreas= 16
Grupo de morteiros 120= 40
Grupo de comandos= 50
Grupo especial de bazucas (RPG)= 20
(iv) Na zona do Xime/Xitole, no final da guerra, parece haver apenas 2 bigrupos de infantaria (= 90 homens) e 2 grupos especiais de RPG (= 40), o que totaliza menos de 130 homens em armas, cerca de metade das forças estimadas no meu tempo, em 1969/71 (, estimativa que apontava para 5 bigrupos + artilharia);
(v) Os grupos especiais de artilharia (míssil terra-ar Strela), estão referenciados nas regiões fronteiriças: Kandiafara, e Kambera (no sul); Foulamannsa e Coumbamory (no norte); no interior, a exceção parece ser o Morès e Sara, a norte do Geba; e o sul (Regiões de Quínara e Tombali): ao todo 4 grupos...
(vi) Os grupos de foguetões 122 mm (Graad ou "jato do Povo)" também estão localizados de preferência nas zonas fronteiriças;
(viii) Enfim, esta infografia vale o que vale, sabendo-se que o PAIGC e as NT tinham estratégias diferentes ao nível da sua implantação no terreno...
3. Reproduz-se a seguir um excerto (pp. 18/19) do relatório da 2ª Rep., já aqui transcrito na íntegra:
Vd. poste de 4 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9443: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte V): pp. 10/21
[Admitimos que esta estimativa peque por excesso... Em toda a parte do mundo os burocratas militares tendem a revalorizar poder bélico do inimigo para se valorizarem a eles próprios ou poderem negociar mais meios com o poder politico... Aliás, foi justamente isso que o PAIGC fez, depois da morte de Amílçcar Cabral, com os seus aliados internacionais...
Mas, ao fim de mais de um a década de guerra, o PAIGC tinha graves problemas de recrutamento humano, tal como nós... Em 1974, a população civil e a guerrilha (Exército Popular e milícias) estão exaustos, cansados e com graves problemas de saúde, a avaliar por várias fontes internas... O tema do "mútuo cansaço da guerra" é glosado, por exemplo, no notável filme do Flora Gomes, de 1978, Mortu Nega (a morte negada), que passou há dias, em 2 de março, na RTP África... Diga-se de passagem que se trata da primeira longa metragem do cinema do novo país lusófono... e que me surpreendeu agradavelmente; um grande filme de um grande cineasta, Tenho pena de o não ter visto exatamente desde o início].
3. Reproduz-se a seguir um excerto (pp. 18/19) do relatório da 2ª Rep., já aqui transcrito na íntegra:
Vd. poste de 4 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9443: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte V): pp. 10/21
[Admitimos que esta estimativa peque por excesso... Em toda a parte do mundo os burocratas militares tendem a revalorizar poder bélico do inimigo para se valorizarem a eles próprios ou poderem negociar mais meios com o poder politico... Aliás, foi justamente isso que o PAIGC fez, depois da morte de Amílçcar Cabral, com os seus aliados internacionais...
Mas, ao fim de mais de um a década de guerra, o PAIGC tinha graves problemas de recrutamento humano, tal como nós... Em 1974, a população civil e a guerrilha (Exército Popular e milícias) estão exaustos, cansados e com graves problemas de saúde, a avaliar por várias fontes internas... O tema do "mútuo cansaço da guerra" é glosado, por exemplo, no notável filme do Flora Gomes, de 1978, Mortu Nega (a morte negada), que passou há dias, em 2 de março, na RTP África... Diga-se de passagem que se trata da primeira longa metragem do cinema do novo país lusófono... e que me surpreendeu agradavelmente; um grande filme de um grande cineasta, Tenho pena de o não ter visto exatamente desde o início].